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INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS INTRODUÇÃO ○ Conhecimento das características físicas do solo é muito importante, não só para a escolha do tipo de fundação e seu dimensionamento, como também para a verificação da existência de água, de matacões e de vazios que possam influenciar o próprio processo construtivo. PARA QUE SERVEM AS INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS? ○ A sondagem é um procedimento que objetiva conhecer as condições naturais do solo, visando reconhecer seu tipo, características físicas e principalmente sua resistência. A sondagem possibilita ainda a determinação da profundidade do lençol freático (água no subsolo). NORMAS TÉCNICAS ○ NBR 6484/2020 – Solo – Sondagem de simples reconhecimento com SPT – Método de ensaio ○ NBR 8036/1983 – Programação de sondagens de simples reconhecimento de solos para fundações de edifícios ○ NBR 6489/2019 – Solo – Prova de carga estática em fundação direta ○ NBR 9603/2015 – Sondagem a trado – Procedimento ○ NBR 9604/2016 – Abertura de poço e trincheira de inspeção em solo, com retirada de amostras deformadas e indeformadas - Procedimento ○ NBR 9820/1997 – Coleta de amostras indeformadas de solos de baixa consistência em furos de sondagem – Procedimento ○ NBR 6122/2019 – Projeto e execução de fundações Investigação do Subsolo Métodos Diretos Amostragem De poços e valas De escarpas e escorregamentos De furos de sondagem Sondagem a percussão SPT Sondagem rotativa Sondagem mista Tipos de Amostra Amostras indeformadas De blocos De amostradores de parede fina Amostras Deformadas De tradagem De amostradores de paredes grossas (SPT) Métodos Indiretos Sem perfuração Ensaios geofísicos Com perfuração Ensaios de cone e piezocone Ensaio dilatométrico Ensaio pressiométrico Ensaio de palheta MÉTODOS ○ INDIRETOS – Geofísicos □ Baseados na interpretação de algumas medidas físicas ○ DIRETOS □ Execução de perfurações ou sondagens do subsolo MÉTODOS DIRETOS ○ Consistem na obtenção de amostras de solos ou rochas através de perfurações ou através dos resultados de equipamentos mecânicos ou eletrônicos introduzidos no subsolo. ○ Manuais: □ Coletas diretas de amostras deformadas e indeformadas, abertura de poços e trincheiras e sondagens a trado manual. ○ Mecânicos: □ Sondagem a percussão, sondagem a jato d’água, sondagem rotativa com ou sem extração de testemunho MÉTODOS INDIRETOS ○ Os métodos geofísicos constituem a Geofísica Aplicada, ciência que tem por objetivo procurar as estruturas geológicas que são ou podem ser favoráveis para a acumulação de petróleo, água subterrânea e depósito de minérios, bem como definir os tipos de rochas e as estruturas geológicas presentes no subsolo. ○ Informações não muito detalhadas ○ Quanto à técnica utilizada: □ Eletrorresistividade □ Sísmico □ Georradar (Ground Penetrating Radar – GPR) MÉTODOS INDIRETOS Métodos Campos de força Propriedades físicas Campos principais de aplicação Gravimétricos Gravitacional terrestre Densidade Pesquisa de petróleo Magnéticos Magnético terrestre Suscetibilidade magnética Mineração Elétricos a) Elétrico natural b) Elétrico artificial a) Condutividade elétrica b) Condutividade ou resistividade elétrica Água subterrânea e engenharia civil Sísmicos Vibração elástica Velocidade de propagação de ondas elásticas Petróleo e engenharia civil INVESTIGAÇÃO DO SUBSOLO PROCESSOS DE INVESTIGAÇÃO ○ Poços ○ Sondagens a trado ○ Sondagens a percussão com SPT ○ Sondagens rotativas ○ Sondagens mistas ○ Ensaio de cone – CPT ○ Ensaio pressiométrico ○ Vane test (ensaio de palheta) SONDAGEM DE SIMPLES RECONHECIMENTO ○ Método mais comum de reconhecimento do subsolo – NBR 6484/2020 ○ Consiste basicamente em 2 operações: perfuração e amostragem. ○ A sondagem é realizada por um equipamento composto de um tripé, que na verdade tem quatro pernas, do qual se deixa cair, de uma altura padrão de 75 cm, um peso de 65 kgf. ○ O peso faz penetrar no solo um tubo de aço padronizado, que tem o nome de “amostrador Terzaghi”. Esse amostrador é constituído de duas meias-canas, que podem ser abertas para visualização do solo retido. ESQUEMA DE INSTALAÇÃO AMOSTRAGEM SONDAGEM DE SIMPLES RECONHECIMENTO - Procedimento ○ Após a instalação do tripé, inicia-se o furo, inicialmente com um trado do tipo cavadeira. ○ Após a abertura do furo com 1 m de profundidade, o amostrador tem a sua ponta apoiada no fundo do furo e é iniciado o processo de amostragem. ○ O amostrador é cravado pela ação de uma massa de ferro fundido, denominada martelo, de 65kg. ○ Para a cravação do amostrador o martelo é elevado a altura de 75 cm e deixado cair livremente. ○ A elevação do martelo é feita manualmente (ou por equipamento) através de uma corda. ○ A cravação do amostrador no solo é obtida por quedas sucessivas do martelo (golpes) até a penetração de 45cm, sendo que o número de golpes é contado a cada 15 cm. Interessa como resultado o número de golpes dos últimos 30 cm de cada metro perfurado. Esse número é o “SPT” – Standard Penetration Test ○ A amostra coletada será identificada (tátil-visual) e acondicionada para ser submetida a ensaios de laboratório ○ Deverá ser feita amostragem do material a cada metro de perfuração ou quando houver mudança de material (identificação tátil visual). TRADOS SONDAGEM DE SIMPLES RECONHECIMENTO - Procedimento ○ O esforço requerido para a penetração do trado dá indicação da consistência ou compacidade do solo, mas melhor indicação é dada por ensaios no material amostrado. ○ O controle das profundidades dos furos deverá ser feito pela diferença entre o comprimento total das hastes com o trado e a sobra das hastes em relação à boca do furo. SONDAGEM DE SIMPLES RECONHECIMENTO ○ Determinação do nível d’água □ A perfuração com trado é mantida até ser atingida o nível d’água. □ Quando atingir o nível d’água, registrar a cota e interromper a operação, aguardando para determinar se o NA se mantém na mesma cota ou se ocorre elevação (no furo ou no interior do tubo de revestimento). □ Se ocorrer elevação, o lençol freático está sob pressão. □ A diferença entre a cota em que a água foi encontrada e a cota de elevação indicará a pressão a qual o lençol freático está submetido □ NA sob pressão é bastante comum, principalmente em camadas de areia recobertas com argila (muito menos permeáveis). □ A data de determinação deve ser anotada – o NA varia durante o ano. SONDAGEM DE SIMPLES RECONHECIMENTO ○ Perfuração abaixo do nível d’água □ Após atingido o nível d’água a perfuração pode prosseguir com circulação de água, conhecida como sondagem a percussão ou lavagem. □ Com circulação de água e auxílio de ferramenta denominada trépano, são feitos movimentos de rotação (manualmente), com isso o solo é destorroado e retirado do interior do furo. □ De metro em metro ou sempre que se verificar mudança de camada (mudança no tipo de solo), a operação é suspensa e realiza-se amostragem do solo. □ A perfuração por lavagem é mais rápida que pelo trado. □ Só pode ser empregada abaixo do nível d’água porque acima dele estaria alterando a umidade do solo e, consequentemente, as condições de amostragem. AMOSTRAGEM ○ O amostrador é conectado à uma haste e apoiado no fundo da perfuração (furo de sondagem). ○ O amostrador é cravado pela ação de uma massa de ferro fundido (denominada martelo) de 65kg. ○ Para a cravação do amostrador o martelo é elevado a altura de 75 cm e deixado cair livremente. ○ A elevação do martelo é feita manualmente (ou por equipamento) através de uma corda. ○ A cravação do amostrador no solo é obtida por quedas sucessivas do martelo (golpes) até a penetração de 45cm. ○ A amostra coletada será identificada (tátil-visual) e acondicionada para ser submetida a ensaios de laboratório SPT – STANDARD PENETRATION TEST ○ A informação referente ao estado do solo é considerada com base na resistência que ele oferece a penetração do amostrador ○ Durantea amostragem são anotados os números de golpes do martelo necessários para cravar cada trecho de 15 cm do amostrador. ○ Desprezam-se os dados referentes ao primeiro trecho de 15 cm e define-se como resistência à penetração, ou número N do SPT, como sendo o número de golpes necessários para cravar os últimos 30 cm do amostrador padrão. SPT – STANDARD PENETRATION TEST ○ A resistência à penetração é comumente denominada como SPT do solo (SPT – Standard Penetration Test). ○ O SPT do solo é determinado de metro em metro ○ Quando o solo é tão fraco que a aplicação do primeiro golpe leva a uma penetração superior a 45 cm, o resultado da cravação deve ser expresso pela relação desse golpe com a respectiva penetração em centímetros, por exemplo 1/50 (1 golpe para penetrar 50 cm). ○ Em função do SPT pode-se classificar o estado do solo pela compacidade no caso de areias ou siltes arenosos e pela consistência quando argila ou silte argiloso. CARACTERÍSTICAS DAS SONDAGENS À PERCUSSÃO/SPT ○ Custo relativamente baixo ○ Facilidade de execução e possibilidade de trabalho em locais de difícil acesso ○ Permitem descrever o subsolo em profundidade ○ Permitem a coleta de amostras ○ Fornecem um índice de resistência com correlação com a compacidade ou consistência dos solos ○ Possibilitam a determinação do lençol freático NBR 6484/2020 INVESTIGAÇÃO DO SUBSOLO INVESTIGAÇÃO DO SUBSOLO INVESTIGAÇÃO DO SUBSOLO INVESTIGAÇÃO DO SUBSOLO INVESTIGAÇÃO DO SUBSOLO CRITÉRIOS PARA PROGRAMAÇÃO DE SONDAGENS ○ A programação de sondagens, número, disposição e profundidade dos furos depende do conhecimento prévio que se tenha da geologia do local, do solo e da obra específica para a qual se está fazendo a investigação do subsolo. NBR 8036/1983 ○ Programação de sondagens de simples reconhecimento dos solos para fundações de edifícios ○ Indica critérios mínimos para elaboração de um programa de sondagens de simples reconhecimento NBR 8036/1983 ○ Número de sondagens □ Mínimo: 2 furos □ 1 furo para cada 200 m2 da edificação em planta, quando a área for de até 1200 m2; □ Quando a área for entre 1200 m2 e 2400 m2, 1 furo para cada 400 m2 para a área que exceder 1200 m2; □ Acima de 2400 m2 deve ser fixado pelo projetista de acordo com as necessidades da obra; □ Áreas de projeção em planta da edificação até 200m2 – 2 furos; □ Áreas de projeção em planta da edificação entre 200m2 e 400m2 – 3 furos; □ Estudos de viabilidade ou de escolha de local (sem planta) o número de furos deve ser definido de modo que a distância entre eles seja de no máximo 100m. NBR 8036/1983 ○ Localização dos furos de sondagem: □ Distância máxima entre furos – 100m; □ Normalmente – 15m a 20m; □ Fase de estudos preliminares e planejamento do empreendimento: distribuir os furos igualmente em toda a área do terreno; □ Priorizar locais com elementos estruturais importantes: caixa de escadas, poço de elevadores, reservatórios, etc. □ Preferencialmente, não alinhar os furos de sondagem. NBR 8036/1983 NBR 8036/1983 ○ Profundidade dos furos de sondagem: □ É função do tipo de edificação, de suas características estruturais, das dimensões em planta, da área carregada e das condições geotécnicas e topográficas do local; □ A profundidade deve ser tal que inclua todas as camadas impróprias ao apoio das fundações, de modo que estas camadas não prejudiquem a estabilidade e o comportamento funcional ou estrutural da edificação; □ A sondagem deve ser levada até a profundidade onde o solo não seja mais significativamente solicitado, ou seja, a profundidade onde o acréscimo de pressão no solo devido às cargas estruturais seja inferior a 10% da pressão efetiva NBR 8036/1983 ○ Profundidade dos furos de sondagem: □ Quando a sondagem atingir camadas de compacidade ou consistência elevada e as condições geológicas locais indicarem não haver possibilidade de se atingir camadas menos compactas ou consistentes, pode-se parar a sondagem; □ Quando a sondagem atingir rocha ou camada impenetrável, pode-se parar a sondagem nesta camada; □ A contagem da profundidade deve ser a partir da superfície do terreno acabado, ou seja, não se deve computar espessura da camada de solo a ser escavado. ○ Para obtenção dessa profundidade, a norma fornece o gráfico apresentado na figura a seguir, em que: □ q: tensão média sobre o terreno (peso do edifício dividido pela área em planta). □ : peso específico natural (ou submerso, abaixo do NA) médio para os solos ao longo da profundidade em questão. □ B: menor dimensão do retângulo circunscrito à planta da edificação. □ L: maior dimensão do retângulo circunscrito à planta da edificação. □ D: profundidade da sondagem. NBR 8036/1983 𝐷 𝐵 = 0,55 → 𝐷 = 0,55 ∙ 10 = 5,5 EXEMPLO ○ Projetar o número, posição em planta e profundidade das sondagens de simples reconhecimento para: □ Uma residência térrea com carga distribuída sobre o terreno q = 15 kN/m². □ Um edifício de dez pavimentos com carga distribuída sobre o terreno de 150 kN/m². ○ Supor que a área construída projetada em planta para as duas edificações tenha uma largura B = 10 m e um comprimento L= 30 m. A área do terreno é 15x40 m. RESOLUÇÃO ○ Número de sondagens □ Nos dois casos, a área construída é 300 m². Portanto, serão realizadas três sondagens. RESOLUÇÃO ○ Posição das sondagens em planta □ A posição das sondagens poderia ter as configurações indicadas na figura seguinte. Obviamente, essas posições podem sofrer modificações. Por exemplo, as sondagens não precisam estar necessariamente no perímetro da área. RESOLUÇÃO RESOLUÇÃO ○ Profundidade das sondagens: ○ Residência térrea □ q: 15 kN/m2 □ estimado: 18 kN/m3 (supondo NA em profundidade) □ B: 10 m □ 𝑞 0,1∙𝛾∙𝐵 = 15 0,1∙18∙10 = 0,83 □ 𝐿 𝐵 = 30 10 = 3 □ Do gráfico, tem-se: D/B = 0,54, e, portanto, D = 5,4 m. RESOLUÇÃO ○ Profundidade das sondagens: ○ Edifício com dez andares (supondo fundação direta) □ q: 120 kN/m² □ estimado: 18 kN/m3 (supondo NA em profundidade) □ B: 10m □ 𝑞 1,0∙𝛾∙𝐵 = 150 0,1∙18∙10 = 8,3 □ 𝐿 𝐵 = 30 10 = 3 □ Do gráfico, tem-se: D/B = 2,4 e, portanto, D = 24 m. EXERCÍCIO ○ Projetar o número, posição em planta e profundidade das sondagens de simples reconhecimento para: □ uma residência térrea com carga distribuída sobre o terreno q = 20 kN/m². □ um edifício de dez pavimentos com carga distribuída sobre o terreno de 250 kN/m². ○ Supor que a área construída projetada em planta para as duas edificações tenha uma largura B = 10 m e um comprimento L= 45 m. A área do terreno é 15x60 m. RESOLUÇÃO ○ Número de sondagens □ Nos dois casos, a área construída é 450 m². □ Portanto, serão realizadas cinco sondagens. RESOLUÇÃO ○ Posição das sondagens RESOLUÇÃO ○ Profundidade das sondagens ○ Residência térrea □ q: 20 kN/m2 □ estimado: 18 kN/m3 (supondo NA em profundidade) □ B: 10m □ 𝑞 1,0∙𝛾∙𝐵 = 20 0,1∙18∙10 = 1,10 □ 𝐿 𝐵 = 4,5 10 ≅ 5 □ Do gráfico, tem-se: D/B = 0,55 e, portanto, D = 5,5 m. RESOLUÇÃO ○ Profundidade das sondagens ○ Edifício com dez andares (supondo fundação direta) □ q: 250 kN/m² □ estimado: 18 kN/m3 (supondo NA em profundidade) □ B: 10 m □ 𝑞 1,0∙𝛾∙𝐵 = 250 0,1∙18∙10 = 13,9 □ 𝐿 𝐵 = 4,5 10 ≅ 5 □ Do gráfico, tem-se: D/B = 3,2 e, portanto, D = 32 m. SONDAGENS EM ROCHAS ○ Quando a sondagem, por qualquer método, encontrar blocos de rocha, solos concrecionados ou rochas, e havendo a necessidade de prolongar o estudo do subsolo, deve-se partir para a sondagem rotativa em rochas. SONDAGENS EM ROCHAS O maciço atravessado deve ser classificado com as seguintes informações básicas: a) Classificação litológica: gênese da formação (magmática, sedimentar ou metamórfica), nomenclatura, mineralogia, texturas, cores, brilhos, etc b) Estado de alteração: ○ Extremamente alterada ou decomposta ○ Muito alterada – o material toma aspecto pulverulento ou friável, fragmentando-se entre os dedos, podendoser confundido com o solo de alteração de rocha. ○ Medianamente alterada – as faixas de alteração igualam-se às de material são. ○ Pouco alterada – o material mostra “manchas” de alteração ○ Sã – não são percebidos sinais de alteração c) Grau de faturamento d) RQD - ROCK QUALITY DESIGNATION (muito fraco, fraco, regular, bom, excelente) ○ Fratura é qualquer descontinuidade que, num maciço rochoso, separe blocos, com distribuição espacial caótica.
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