Buscar

FATOS E NEGÓCIOS JURÍDICOS- George - UNIP

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

AULA 1
FATOS E NEGOCIOS JURIDICOS
Fato jurídico em sentido amplo é qualquer fato juridicamente relevante, isto é, qualquer fato relevante para o direito.
Quais são os fatos?
Todo fato abstratamente previsto por uma norma, e para o qual está prevê conseqüências jurídicas.
Será um fato relevante para o direito.
Quando um determinado fato, concretamente verificado no mundo. Reúne todas as características abstratamente previstas pela norma.
Este fato do mundo é relevante para o direito ensejando assim o surgimento de um fato jurídico
Ensejando:causando alguma coisa, provocando
Ensejo Oportunidade, chance de avanço ou progresso.
Ocasião ou vez oportuna.
Cabe aqui perguntar: como o fato concretamente (uma coisa certa) verificado no mundo se tornaum fato jurídico? Há pelo menos duas respostas possíveis.
Para Pontes de Miranda os sistemas jurídicossão sistemas lógicos de maneira que, quando se compõe, no mundo (total os elementos previstos no suporte fáticoabstrato de alguma norma jurídica nesta norma incidindo enfaticamente sobre aqueles elementos 
(O suporte fáticoconcreto) juridicizando os, isto é tornando os fatos jurídicos
Incidindo:o mesmo que ocorrendo,manifestando,recaindo.
Enfaticamente: Com ênfase, com empolgação, com destaque, utilização de denotação especial 
Incide marca o fato e transporta para o fato jurídico (qualificar)
Fato jurídico é apenas aquele assim considerado pela autoridade competente (por exemplo, o juiz, a autoridade, administrativa ou outra).
Assim para Pontes de Miranda a incidência, sempre infalível e independentemente de qualquer atividade humana porque é um processo lógico; o que depende de atividade humana, e é por isto infalível, (é a aplicação da norma) o julgador, pode aplicar uma norma que nãoincidir, reconhecer existente um fato que nãoocorreu, ounão reconheceu um que haja efetivamente ocorrido; pode qualificar erradamente o fato atribuir lhe consequências que ele nãotem, e assim por diante.
Já para Paulo de barros carvalho,não existe a incidência como um processo lógico independente da atividade humana a juridização.
Juridicizar+ção 
1.. Ato ou efeito de juridicizar ou de se juridicizar.
2. Aquisição de estatuto jurídico.
Isto é, o surgimento dos fatos jurídicos depende (para Paulo de barros) apenas da aplicação do direito pela autoridade competente 
NORMA JURIDICA Antecedente Consequente
 (Suportefáticoabstrativo)
 (previsão dos efeitos jurídicos)
Incidência da norma sobre o 
Suportefático concreto
 (fato do mundo)
Para Pontes Miranda o fato jurídico (qualquer fato jurídico) é efeito da incidência da norma jurídica sobre o suporte fático concreto)
Isto é sobre os fatos concretamente verificados no mundo ou sobre certos elementos destes fatos 
E toda a eficáciajurídica (isto é, o surgimento de direitos e deveres e aplicações, e assim por diante, nada mais é que eficácia do fato jurídico.
AULA 2 
Na aula passada procuramos identificar ainda que inicialmente o que é o FATO JURIDICO em sentido AMPLO.
Vimos que para Pontes de Miranda, quando de compõem, no MUNDO (total), os elementos previstos no SUPORTE FATICO ABSTRATO de alguma NORMA JURIDICA, esta norma INCIDE sobre aqueles elementos (O SUPORTE FATICO COCRETO) juridicizandoos, isto é a partir dos quais se irradia a EFICACIA JURIDICA (Todas as eficácias jurídicas provem de fatos jurídicos)
Nesta aula, vamos tratar um pouco mais da NORMA JURIDICA e do SUPORTE FATICO (concreto e abstrato) para em seguida tratar da CLASSIFICAÇÃO dos fatos jurídicos.
MATERIA
Para diversos doutrinadores, toda norma jurídica tem que ser dotada de sanção: são as concepçõessancionistas da norma jurídica. A norma teria assim,sempre umaestrutura dúplice (norma primaria e norma secundaria), em que a norma primaria físicao preceito (isto é alguma conduta obrigatória,proíba ou permita) e a norma secundaria estabelece as sanções para o eventual descumprimento dos deveres impostos pela norma primaria.
DESCUMPRIMENTO SANÇÃO
Kelsen,aliás, dava tanta importância a sanção que chamava “normas primárias“as que estabelecem os deveres.
O estabelecimento de sanções é fundamental para o sistema jurídico, sem elas, nenhum sistema sobreviveria muito tempo.
Todavia, o exame dos diversos sistemas jurídicos(e das diversas normas dentro de cada sistema) revela a existência de deveres para cujo descumprimento não se fixa nenhuma sanção.
Não há sanção, por exemplo, para o descumprimento do dever de pagar divida de jogo.
São casos relativamente raros, mas que indicam ser mais correta a concepção não – sancionista da norma jurídica(seguida, por exemplo, por Pontes de Miranda e por Marcos BernardesMelo)Basta, para que exista uma norma jurídica completa, que se preveja determinada hipótese do fato (o suporte fáticoabstratico) isto é, o antecedente danorma) e se prevejam consequênciasjurídicaspara o fato jurídico resultante da incidência da norma.	
Analisada a estrutura da norma jurídicapodemos analisar, com maior detalhe, o suporte fático abstrato isto é, o antecedente da norma, que consiste na previsão hipotética de determinado evento do mundo, para o qual o Direito pretenda estabelecer consequênciasjurídicas.
Em princípio,qualquer acontecimento do mundo pode ser hipoteticamente previsto pelo suporte fático abstrato de uma norma jurídica, sejam eventos humanos ou naturais. Por exemplo, a morte de uma pessoa de uma pessoa é um fato natural biológico, relevante para o Direito de váriasmaneiras, porque prevista no suportefático de diversas normas jurídicas.
Por exemplo: morta uma pessoa, abre-se se a respectiva sucessão (norma civil); extingue-se o contrato de trabalho (norma trabalhista). O cargo publico que esta pessoa ocupava se torna vago (normaadministrativa) e assim por diante.
Do quanto exposto até aqui, temos visto que o mundo jurídico cria a sua própria realidade, a partir da incidênciadas diversas normas jurídicas sobre os eventos do mundo, quando estes eventos (concretos) correspondem a previsãoabstrata danorma.
Assim, se o mundo (total) pode ser definido como a soma de todos os eventos (naturais e humanos pouco importando se são ou não relevantes para o Direito), o mundo jurídicoé composto pela totalidade dos fatos jurídicos, que são as qualificações, dadas a determinados eventosdo mundo (total) pelas normas jurídicas que incidem sobre eles.
Ocorre que o mundo (total) não se reduz, apenas, aos eventos materiais,sensíveis (sejam eles naturais ou humanos), como a morte.
Para certas concepções filosóficas (por exemplo, para Karl popper e, entre os juristas também para Pontes de Miranda) o mundo (total) é composto também pelasideias, pelos conceitos,enfim, pelas representações existentes no pensamento humano, que podem ser compartilhadas pelos homens. Em Síntese o mundo (total) não é composto apenas pelos eventos materiais, que se podem perceber pelos sentidos,mas também pelas ideias. O mundo total,portanto, não se reduz ao mudo físico.
Isto permite que o mundo jurídico(que, na concepção ponteana é um mundo ideal, composto pelas diversas qualificações– isto é, os fatos jurídicos– decorrentes da incidência da norma)sejam considerados parte do mundo total.
O mundo jurídico, portanto, é parte do mundo total; o mundo jurídico é portanto, aquelesubconjunto do mundo total, formado pelos fatos jurídicos.
Dissemos, acima, qualquer evento do mundo (total) pode, em princípio, ser hipoteticamente previsto no suporte fático abstrato da norma. Como o mundo jurídico é a parte do mundo total, o suporte fático abstrato de uma norma pode se referir a elementos do próprio mundo jurídicoisto é, pode se referir a fatos jurídicos
(Já juridicizados por outras normas), ou mesmo a efeitos de fatos jurídicos (isto é efeitos jurídicos).
AULA 3 
Na aula anterior, observamos que virtualmente qualquer fato do mundopode ser objetivo de previsão pela norma jurídica (isto é, pode figurar no suporte fático abstrato de determinada norma jurídica)
Neste ponto é importante recordar (como observado na aula passada) que o mundo jurídico é parte do mundo total,e portanto, também os fatosjurídicos e os efeitos jurídicos podem ser previstos por outras normas jurídicas.
Exemplo: o direito subjetivo que estudaremos mais adiante, é efeito jurídico (isto é de algum fato jurídico, irradiou-se, para alguém, um determinado direito subjetivo). Mas este mesmo direito (eficáciade algum fato jurídico anterior)
Esta previsto no suporte fático abstrato de outra normajurídica, o art. 189 (1° parte) do código civil, a teor do qual “violado odireito, surge para o titular a pretensão (...).
Neste caso,o antecedenteda norma inclui um direito qualquer (direito a uma prestação), mais a violação deste direito e o consequente da norma é o surgimento da pretensão.
MATERIA
Tudo que vimos até agora se aplica aos fatos jurídicos em geral, ou seja ao fato jurídico em sentido amplo.
A partir de agora, passamos a tratar da classificação dos fatos jurídicos.
A matéria foi tratada, no Brasil por diversos autores, como por exemplo Antônio Junqueira de Azevedo e João Batista Vilella.
Vamos adotar como base neste curso a classificação de Pontes de Miranda e mais recentemente por Marcos Bernardes de Mello.
Antes,porém, precisamos saber o que significa classificar os fatos jurídicos em sentido amplo)
Todas normas jurídicas contem, em seu suporte fático abstrato, algum ou alguns elementos necessários a existência do fato jurídico.Se não estiverem presentes TODOS os elementos necessários a existência a norma jurídica não incidee o fato jurídico nãosurge.
Estes elementos de existência (a terminologia “elementos de existência “e de Antônio Junqueira de Azevedo) são tambémchamados elementos nucleares do suporte fático 
Desteselementos nucleares (isto é elementos sem os quais o fato jurídico não existe),um deles definira a classea que pertence o fato jurídico, e portanto a natureza.Destefato: este elemento é denominado elemento – cerne do núcleo 
Seguindo a classificação de Pontes de Miranda,qualquer fato jurídico (em sentido amplo) se enquadra uma (e apenas uma) de quatro classes:
Ou é fato jurídico em sentido estrito; (II) ou é ato- fato juridico (iii)ou é ato jurídico em sentido estrito;(iv) ou é negóciojurídico.
Se a classificação se faz a partir dos elementos nucleares (mais precisamente a partir do elemento – cerne do núcleo) é possível perceber que a classificação o fato jurídico diz a respeito ao plano da existência.
O que caracteriza um fato jurídico em sentido estrito?
Fato jurídico em sentido estrito
Fato jurídico em sentido estrito é o fato causado pela natureza que repercute no âmbito jurídico. É o caso, por exemplo, de um incêndio, de um alagamento, etc.
“Todo fato jurídico em que, na composição do seu suporte fático, entram apenas fatos da natureza, independentes de ato humano como dado essencial.”4
Nos fatos jurídicos em sentido estrito, o elemento – cerne do núcleo é um fato da natureza(inclusive,eventualmente da natureza humana),isto é,um evento em que são existe (ou, se ocorre é juridicamente irrelevante) qualquer ação humana.
Exemplo: o CC determina que a sucessão se abre com a morte de uma pessoa.Esta normaconsidera a morte como um simples fato natural biológico, não importando a causa da morte.
A pessoa pode haver morrido de causas naturais ou se suicidado ou ainda haver sido assassinada,pouco importa.
Morta uma pessoa (fato biológico) abre-se a respectiva sucessão. A ação humana,se existir poderá ser relevante para outras normas jurídicas (por exemplo para a norma penal do homicídio ou para a norma civil que exclui da herança o herdeiro indigno) mas não para a norma que determina a abertura da sucessão 
Este exemplo nos mostra algo muito importante:para se analisar a classificação de um determinado fato jurídico, deve-se sempre a partir do suporte fático abstrato da norma considerada.
Pode haver fato jurídico em sentido estrito ilícito?
Para Pontes de Miranda,sim,sendo exemplo disto a assunção de responsabilidade por caso fortuito ou força maior. Vale dizer responsabilidade por danos decorrentes de eventos da natureza.
Onde está, aqui a ilicitude?
Evidentemente, não havendo, nos casos fortuitos qualquer ação humana,(muito menos ação humana culposa ou dolosa) a ilicitude não tem aqui um caráter de reponsabilidade de determinada conduta.
A ilicitude esta aqui em determinado evento (a desconstrução de um bem)que, por conta da responsabilidade assumida, passa a ser considerado antijurídico (ou seja contrário ao direito)e portantoilícito.
AULA 4
Na aula passada, após (mais) algumas considerações sobre a norma jurídica e o suporte fático, apresentamos uma classificação dos fatos jurídicos, referindo suas diversas espécies (fato jurídico estrito, ato fato jurídico, ato jurídico em sentido estrito; enegócio jurídico)
Como referimos na aula passada a classificação dos fatos jurídicos (em sentido amplo) é matéria relativa ao plano da existência : entre os elementos necessários a existência do fato jurídico (também chamados elementos nucleares ) UM determinara a caracterização do fato jurídico , isto é determinara qual a espécie de fato jurídico de se trata ( se é fato jurídico em sentido estrito , ato fato jurídico , ato em sentido estrito ou negocio jurídico ). Estes elemento, que determinara a natureza do fato jurídico é também chamado elemento – cerne do núcleo 
Em seguida, passamos a estudar a primeira destas espécies, o fato jurídico em sentido estrito. 
Nesta espécie (isto é, no fato jurídico em sentido estrito ),o elemento – cerne do núcleo é um fato da natureza ( inclusive , eventualmente , da natureza humana , como visto em exemplo) , ou seja , um para o qual é irrelevante qualquer ação humana eventualmente existente .
Exemplo de fato jurídico em sentido estrito é a morte a norma civil e a teoria da qual a morte determinada abertura da sucessão do decujus . aqui nesta norma , a morte é tomada como simples fato biológico (natural, portanto ) pouco importando se a morte decorreu de causas naturais de suicídio ou de homicídio 
Este exemplo é bastante importante, pois serve a desmontar que, para classificarmos qualquer fato jurídico , temos de partir , sempre , dos elementos que a norma jurídica em seu respectivo suporte fático abstratico, considera essenciais a existência daquele determinado fato .
Vimos também que os fatos jurídicos em sentido estrito podem se dividir em lícitos e ilícitos . nas hipóteses de assunção negocial da responsabilidade poe caso fortuito ou de força maior ( art 393 cc), a superveniência de algum fato natural (tempestade , raio etc...) causador de dano constitui fato jurídico em sentido estrito e ilícito
Nestes casos de fato jurídico em sentido estrito ilícitos , existem (pelo menos ) dois elementos necessários a existência do fato jurídico : um fato da natureza (pelo qual alguém se haja responsabilizada em virtude de ato jurídico anterior ) e o dano (que, por força daquela assunção de responsabilidade) representa um fato contrario a direito e portanto, ilícito.
Neste caso, o fato da natureza e o elemento cerne do núcleo, e o dano o elemento de (Excepcional) ilicitude, que é tambem no caso elemento nuclear (elemento completamente do núcleo ) , ao lado do elemento – cerne).
Elementos nucleares : elemento – cerne e elementos complementares 
Como observa Pontes de Miranda “A noção de responsabilidade chegou nos tempos de hoje onde a civilização atingiu seus pontos mais altos a reputar o homem responsável pelo fato se este contrario a direito existem, pois, fatos ilícitos e atos fatos ilícitos . Sempre que alguém responde pela força maior ou pelo caso fortivo , responde pelo fato ilícito ; com ele lesado foi direito absoluto ( fato ilícito absoluto) ou direito relativo ( fato ilícito relativo) houve fato ilícito .Não houve ato humano “ Pontes de Miranda – tratado de direito privado, VII §162 n.1p 193.
 Notem , portanto que a 1- contraverdade de a direito consiste na violação (em qualquer violação ) no mundo dos fatos (isto é no mundo real, concreto, físico) a algu, direito por exemplo, ao direito de propriedade).
Se algum fato da natureza causa dano mas ninguém responde por este dano (nem há outras consequências jurídicas ) este fato sera juridicamente irrelevante ou seja , não ensejara a incidência de norma nem o surgimento de fato jurídico.
Todavia, se algum for responsável por dano decorrente destes fatos da natureza (caso fortuito ou força maior ) . como ocorre no art – 393 cc , então esta lesão ao direito (dano ) que havia ocorrido no mundo físico (realidade pré – jurídica) enseja a incidência da norma , e o consequente surgimento de um fato jurídico e sentido estrito licito .
Feitas estas observações , podemos passar ao estudo da segunda espécie de fatos jurídicos ( em sentido amplo ), os atos-fatos jurídicos . 
MATERIA
Nos atos fatos jurídicos , o elemento cerne do núcleo é uma ação humana (comissiva ou omissiva ), sem qualquer consideração pela norma de eventual vontade (ou mesmo consciência ) de praticar esta ação.
Na realidade extrajurídica , pode ou não ter vontade ; mas tal vontade , se houve é juridicamente irrelevante porque não prevista no suporte fático abstrato da norma.
Assim o ato humano , despido de seus componentes psíquicos releva para o direito como um mero fato , da a expressão ato fato jurídico
Consequencia importantíssima : como a norma jurídica não considera a eventual consciência ou vontade não se cogita de capacidade civil para pratica de ato fato jurídico .
Exemplos de atos – fatos jurídicos são a tomada de tradição ou o abandono de posse (o absolutamente incapaz possui) e para Pontes de Miranda , também o pagamento (portanto , o louco , o absolutamente incapaz , também podem pagar e pagam enfaticamente).
Pode ocorre que, além deste ato ( despido de qualquer elemento psíquico e portanto, tomado como um mero fato ), a norma preveja ainda , em seu suporte fático abstrato , a contrariedade a direito .assim , por exemplo, a norma do art. 1277cc ( mau uso da propriedade , que causa “ interferências prejudiciais “ ao sossego , saúde ou segurança dos vizinhos ) é juridicamente irrelevante qualquer vontade de prejudicar ou mesmo de praticar ou mesmo de praticar a conduta danosa.
AULA 5 
Nas aulas passadas, começamos a estudar a classificação dos fatos jurídicos (em sentido amplo ).
Das quatro espécies, já vimos duas: os fatos jurídicos em sentido estrito e os atos fatos jurídicos.
Vimos também que, em cada uma destas espécies existem fatos lícitos e ilícitos. Há assim, fatos juridicos em sentido estrito licito,e fatos juridicos em sentido estritoilícitos (ex art 393 cc); similarmente, há atos fatos juridicos lícitos e atos fatos juridicos ilícitos (ex art 1.277 cc) como vimos na ultima aula.
Hoje, continuamos a analisar esta classificação, iniciando o exame dos atos juridicos em sentido amplo.
MATERIA
Nos atos juridicos em sentido amplo, o elemento – cerne do núcleo (isto é aquele que caracteriza o fato jurídico, definido sua espécie) é uma conduta humana (comissiva ou omissiva),consciente e voluntaria
Pode ocorrer que além desta conduta humana (consciente voluntaria ), a norma também preveja , como elemento nuclear (e, portanto, como elemento também necessário a existência de determinado fato jurídico) a contrariedade a direito. 
Temos portanto: (i) atos juridicos necessariamente caracterizados pela contrariedade a direito e portanto, atos juridicos (em sentido estrito );é ilícitos; e (ii) atos juridicos (em sentido amplo )em abstrato permitidos pelo ordenamento(e portanto em principio lícitos ), mas cuja licitude ou ilicitude, no caso concreto, demandam exame par além do plano da existência , considerando as eventuais sanções fixadas ou no plano da validade (nulidade anulabilidade) ou no plano da eficácia 
Se permitidos em abstratopelo ordenamento, os atos juridicos em sentido amplo, sempre caracterizado por uma conduta humana consciente e voluntaria, subdividem se em atos juridicos em sentido estrito e negócios juridicos.
Nos Atos juridicos em sentido estrito, observa pontes de Miranda que “a vontade é sem escolha de categoria jurídica,donde certa relação de antecedente a consequente em vez de escolha a escolhido “ (tratado direito privado v.II , §277, n2,p447) .isto acontece porque nos atos juridicos em sentido estrito o conteúdo e portanto os efeitos, destes atos já se acham rigidamente fixado pela leiocorrendo o ato, ele surtira aqueles efeitos pre-determinados pela lei.
Esta observação de Pontes de Miranda define todos os atos juridicos em sentido estrito, lícitos ou ilicitos
Todavia, eu preferi mencionar primeiro os atos juridicos 
AULA 6 
Na aula passada (06/03), começamos a analise dos atos jurídicos em sentido amplo, caracterizados sempre por uma ação humana consciente e voluntaria.
Os atos jurídicos em sentido amplo, por sua vez, subdividem-se em dois grandes grupos, os atos jurídicos em sentido estrito e os negócios jurídicos .
Nos atos jurídicos em sentido estrito, observa Pontes de Miranda que a vontade é sem escolha de categoria jurídica, donde certa relação de antecedente a consequente, em vez de escolha a escolhido 
9 tratado de direito privado VII, §227 , n.2 p 447 , o que permite estabelecer uma importante relação entre o conteúdo do ato e sua eficácia : uma vez que, nestes atos “a vontade é sem escolha de categoria jurídica “ ela não poderá alterar nem o conteúdo dos ato nem portanto , modificar seus efeitos , que serão apenas aqueles efeitos legalmente previstos decorrendo dai, nos dizeres de Pontes de Miranda “certa relação de antecedente a consequente em vez de escolha a escolha .
Em outro sentido, ainda a vontade “é sem escolha de categoria jurídica “.
Presentes os elementos legalmente exigidos para a constituição de determinado ato jurídico (isto é , para a incidência da norma respectiva ), a vontade humana não serve a afastar incidência da norma, e o consequente surgimento do ato jurídico em sentido estrito 
Exemplo : o art 70 cc estabelece que “ o domicilio pessoa natural é o lugar onde estabelece sua residência com o animo definitivo “
Notem estabelecer residência em algum lugar exige ato humano consciente e voluntario. Todavia , se alguma pessoa residir num lugar, durante algum tempo ( o que , de ordinário , evidenciar o “ animo definitivo “ exigido pelo artigo) não poderá dizer que aquele não é seu domicilio .
Ainda que ela procure nega-lo o art 70 incidiu no caso concreto, constituindo o domicilio civil daquela pessoa , com todos os efeitos legais dai decorrentes. Assim é sem escolha de categoria jurídica é possível fixar residência num ou noutro lugar mas , fixada a residência ( com animo definitivo ) em determinado lugar , não é possível pela vontade afastar a incidência do art 70 cc, com a consequente constituição do domínio civil 
O Direito das obrigações tem também diversos exemplos de atos jurídicos em sentido estrito, como a quitação , que constitui a proa do pagamento. Dispõe o art 319 que “ o devedor que paga tem direito a quitação regular e pode reter o pagamento , enquanto não lhe seja dada”
A quitação é uma comunicação de conhecimento ( o credor cientifica que recebeu o pagamento ), exigindo portanto consciência de vontade . todavia constitui ato devido ( cumprida a obrigação o credor deve fornecer a quitação) evidenciando portanto que “ a vontade [ do credor no caso]
 É sem escolha de categoria jurídica o credor não pode se recusar a dar quitação se exato o cumprimento da divida . 
Um ultimo exemplo : o art 397, para grafo único , cc , estabelece que “ não havendo termo a mora se constitui mediante interpelação judicial ou seja se a obrigação não tiver data certa (termo) para ser cumpridao credor devera interpelar o devedor, exigindo o cumprimento da prestação ( e normalmente fixando um prazo para tanto).
Em cumprir a prestação não incorre em mora .
Assim se o credor nas obrigações sem termo certo quiser compelir o devedor ao pagamento , não lhe resta alternativa : ele devera interpelar o devedor exigindo o cumprimento da prestação. O credor que deseja receber não tem em principio nenhum dever de interpelar, mas tem um ônus , e não tem qualquer outra alternativa a não ser interpelar aqui também “a vontade é sem escolha de categoria jurídica” 
Os exemplos dados ate agora são de atos jurídicos lícitos isto é, atos jurídicos em sentido estrito em abstrato permitidos pelo ordenamento . existem também os atos jurídicos (em sentido estrito ) lícitos 
Caracterizados sempre por um ato humano (consciente e voluntario ) constrario a direito e imputável ao agente ( a imputabilidade em geral requr justamente uma pessoa dotada de consciência e vontade). 
Incluem-se qui os crimes o e contravenções ( atos jurídicos , em sentido estrito, ilicitos criminais ), e os atos ilicitos civis , seja os atos ilicitos extracontratuais (ou extranegociais), definidos pelo art 18 c/c art 927 cc 
Também chamados atos ilicitos absolutos sejam os atos iilicitos relativos 
(descrumpimento de deveres singulares, isto é dirigidos a um ou algumas pessoas determinadas ). 
Nestes atos (atos jurídicos, em sentido estrito, ilicitos, seja o ilícito civil ou criminal ) o ato humano, consciente e voluntario, é o elemento cere do núcleo (isto é p elemento que define de que espécie de fato jurídico se trata 
mas a contrariedade a direito e a imputabilidade do agente constituem também elementos nucleares porque necessários a existência mesma do ato jurídico em sentido estrito, ilícito (civil o criminal ) são portanto também elementos nucleares, mas que podemos denominar completantes do núcleo, para destingui-los do elemento cerne.
Assim se o agente for absolutamente imputável, não haverá crime , isto é, não existira ato jurídico, em sentido estrito, ilícito criminal. 
Da mesma forma, se estiver caracterizada alguma excludente de ilicitude(exercício regular de direito, estrito cumprimento de dever legal, legitima defesa, estado de necessidade , não haverá crime, isto é não existira ato jurídico em sentido estrito, 
Ilícito criminal. Note-se que nestes atos ( ilícios criminais, sejam crimes . ou contravenções) a contrariedade a direito é elemento necessário a existência mesma do ato, e a ilicitude , que neles se verifica, diz respeito ao plano da existência 
O mesmo ocorre com os atos ilicitos civis (atos jurídico, sem sentido estrito ilicitos civis) regulados peo art. 186 c/c art 927, caput, cc.
Notem aqui todos os elementos dos atos jurídicos ( em sentido amplo ) 
a saber, conduta, isto é atos humano ( norma especifica “ação ou omissão) voluntaria (lembrando que a vontade, isto é determinação para adotar tal ou qual conduta, supõe a consciência) . estes são os elementos comuns a todos os atos jurídicos em sentido amplo ( elementos – cerne do núcleo )
além destes elemento cerne do núcleo (conduta humana, consciente e voluntaria ) , a contrariedade a direito ( violar direito “como diz o art 186) caracterizando – o portanto , desde plano da existência , como um ato jurídico ilícito. 
E como sabemos que se trata de ato jurídico, em sentido estrito? Basta ver o art 927 , caput , a teor do qual quem cometer ato ilícito “fica obrigado a repara-lo . 
Ou seja a vontade aqui (pensamos aqui na vontade do ofensor, isto é daquele que cometeu ato ilícito), não serve a afastar a consequências (efeitos) do ato ilícito , isto é não pode o surgimento do dever de reparar o dano. Como diria Pontes de Miranda “ a vontade é sem escolha” . Presentes todos os requisitos do ato jurídico ilícito a vontade do ofensor não pode afastar nem a incidência da norma (portanto não pode evitar o surgimento do ato ilícito )nem os efeitos desta que se produzem, de modo geral, contra a vontade do ofensor.
A semelhança do que vimos com os ilicitos criminais também aqui, caracteriza alguma excludente de ilicitude (legitima defesa ou o estado de necessidade ) cf art 188 II , cc ), não existira o ato jurídico em sentido estrito, ilícito civil previsto pelos art 186 c/c 927 cc .
AULA 7
Na aula passada tratamos das características comuns aos atos jurídicos em sentido amplo (categoria que engloba os atos jurídicos em sentido estrito e os negócios jurídicos).
Passamos em seguida a analisar, em detalhe, os atos jurídicos em sentido estrito, tanto lícitos quanto ilicitos
Entre os atos jurídicos em sentido estrito ilicitos , analisamos os ilicitos criminais e os ilicitos civis denominados atos ilicitos absolutos, isto é , atos que constituem violação a direitos absolutos (direito opiniveis erga omnes) como os direitos de personalidades (ex. direitos a vida, saúde, honra, imagem, entre outros ). São os atos da denominada responsabilidade civil aquiliana ou extracontratual previsto pelo art. Previsto pelo art. 186 c/c art 927 caput cc
Ainda entre os atos jurídicos em sentido estrito ilicitos (civis) faltou tratar dos atos ilicitos relativos, isto é, dos atos que constituem violação a direitos relativos(direitos que se voltam apenas conta uma, ou algumas pessoas determinadas ou determináveis, como , p.ex , os direitos do vendedor em relação ao comprador ou vice versa).
Estas espécies também constituem atosjurídicos em sentido estrito (ilicitos), porque exigem uma conduta humana
Consciente e voluntaria sendo os respectivos efeitos jurídicosfixados pela lei, sem possibilidade de alteração pela parte que tenha cometido o ato sobre a necessidade de conduta humana consciente e voluntaria (e portanto imputável a quem a pratica ) notem que o art 393 cc exclui, em principio, a responsabilidade pro caso fortuito e força maior (salvo se houver por eles obrigado hipótese que já estudamos ) e o art 396cc estabelece que “não havendo fato ou omissão imputável ao devedor, não incorre este em mora” ( a mora é o cumprimento defeituoso de alguma obrigação. Isto é, fora do tempo, lugar ou forma devidos, cf art 394).
Podemos passar, agora ao exame dos negócios jurídicos .
Ao contrario dos atos jurídicos em sentido estrito ( em que “a vontade é sem escolha de categoria jurídica”, como observou Pontes de Miranda ) os negóciosjurídicos são caracterizados pelo poder autorregramento , isto é, o “ poder de escolha de categoriajurídicae dentro de limites prescritos pelo ordenamento de estruturação do conteúdo da relação jurídica correspondente “
 (marcos Bernardes de mello teoria do fato jurídico plano da existência, 19 ed São Paulo, saraiva, 2013 §12, n 6.1, p. 87).
Assim , p exemplo, é possível (em principio ) escolher celebrar (ou não ) qualquer um dos tipos contratuais previstos pelo CC (ou pelas leis especiais ) ou mesmo celebrar contratos atípicos (cf art 425cc ). Assim, se alguém esta interessado em adquirir um carro, por exemplo, é possível celebrar uma compra e venda (pura e simples ) ou uma compra e venda com reserva de domínio, ou contrato de alienação fidunciaria em garantia ou um contrato de leasing, entre outros. Todos estes diversos tiposcontratuais estão funcionalizados a aquisição (onerosa) do bem (carro) que também pode ser objeto de doação (alienação gratuita, locaçãocomodato (empréstimo gratuito ) , entre outros. Manifesta, portanto a existência de um poder de escolhade categoria jurídica (um “poder da vontade “, como se diria mais antigamente), inexistente nos atos jurídicos em sentido estrito (lícitos ou ilicitos). 
Este poder de autoregramento não se resume, apenas a escolha de categoria jurídica.
Ele compreende também (dentro dos limites legais) o poder estruturar o conteúdo do negocio e portanto, da relação jurídicaque dele se irradiara assim, por exemplo, é possível fixar o preço a forma de pagamento (a vista ou a credito, em uma só vez ou em parcelas ),os juros eventualmente incidentes é ainda possível determinar quando e onde o carro sera entreguem fixar alguma clausula penal para o descumprimento do contrato entre inúmeras outras possibilidades. Faz parte, portanto do poder de autorregramento o poder de estruturar o conteúdo de negocio.
o poder de autorregramento não, evidente, absoluto. Diversos tipos contratuais são marcados por uma grande oportunidade de normas cogentes (que não podem ser alegadas pela vontade das partes, como por exemplo os contratos de trabalho (regido pela chte leis trabalhistas especificas) e de locação e imóveis urbanos, regidos pela lei n 8245/91. 
Nada obstante a presença destas normas cogentes persistirem ainda diversos aspectos deixados ao poder de autorregramento das partes, bastando citar como exemplo, a definição do salario (obedecido o mínimo legal ) ou do aluguel o trabalhador que se vai ou não contratar, entre outros 
Como se pode perceber, o principal é mais frequente exemplo de negocio jurídicos são oscontratos, que são negócios jurídicos (quanto ao numero de partes ) bilaterais (2 partes) ou plurilaterais (contratos que tenham, ou possantes, mais de duas partes, como p ex o contrato de sociedade).
Existem também, negócios jurídicos unilaterais, isto é negócios em que há uma só parte sendo os mais frequentes a oferta e a acertação
Falamos do poder de autorregramento e de seus limites determinados em primeiro lugar, pelas normas cogentes de ordenamento. A violação a uma destas normas por determinado negocio jurídico acarreta uma sanção de invalidade (mais especificamente, de nulidade) da clausula contratual ou, o conforme o caso, de todo o negocio jurídico , nos termos do art. 166 vii cc. E aqui surge um ponto digno de analise 
AULA 8
Norma jurídica:
Estrutura mínima:
Hipótese do fato Consequências jurídicas
(suporte fático 
Abstrato) 
É uma concepção não sancionistada norma: a norma é completamesmo sem prever sanção para o descumprimento da conduta eventualmente devida (exemplo: dividas de jogo)
 O suporte fático abstrato pode prever virtualmente qualquer elemento do mundo total, inclusive elementos do mundo jurídico (fatos jurídicos ), já que o mundo jurídico é parte do mundo total (ex art 189 cc);
Verificando-se na realidade, todos os elementos previstos no suporte fático abstrato da norma, ela incide sobre aqueles elementos (o suporte fático concreto), surgem do então, a partir da incidência da norma o fato jurídico.
SEGUNDO BIMESTRE
AULA 1
Nesta aula passamos a analisar o conteúdo do negocio jurídico
Negocio jurídico é todo o fato jurídico consistente em declaração de vontade a que o ordenamento jurídico atribui os efeitos designados como queridos, respeitados os pressupostos de existência, validade e eficácia impostos pela norma jurídica que sobre ele incide “(negocio jurídico – existência validade e eficácia , 4 ed, são paulo, saraiva, 2010, §3°, p16).
Trata-se aqui, de uma primeira noção sobre o que seja o negocio (“declaração de vontade” , que constitui seu elemento – cerne) evidenciando, ao mesmo tempo, o “poder de escolha de categoria jurídica”, a que se refere Pontes de Miranda (já que, em principio, “o ordenamento jurídico atribui os efeitos designados como queridos “ pelos participantes do negocio). 
O negocio jurídico é assim um ato de autonomia privada: as partes podem determinar o conteúdo do negocio e porque podem determinar seu conteúdo (plano da existência !)
Todavia, o trecho citado acaba por se referir aos três planos (existência, validade e eficácia”), que devem ser estudados Separadamente. Notem que para ser valido (ou invalido ), eficaz (ou ineficaz), o negocio jurídico precisa primeiro existir ou seja o plano da existência é logicamente anterior aos outros dois).
Assim temos de verificar primeiramente quais são os elementos de existência do negocio jurídico (já vimos que os elementos de existência são também chamados de elementos nucleares), o elemento cerne do núcleo (isto é, aquele que define determinado fato como um negocio jurídico) é uma “declaração de vontade “ isto é uma manifestação de vontade cercada de certas circunstancias (as circunstancias negociais) que fazem com que socialmente essa manifestação seja vista como dirigida a produção de efeitos jurídicos.
Notem que até o momento, falou-se, quase que exclusivamente, em declaração de vontade para caracterizar o negocio jurídico. A vontade todavia, remete a algo interno a cada sujeito de direito (pessoa física), mais exatamente os processos psicológicos pelos quais se forma a vontade ou o resultado deste processo psicológico. No ultimo trecho citado, contudo, Junqueira de Azevedo fez referencia a fatores externos sociais, que permitam a uma determinada declaração ser reconhecida como declaração negociar, isto é, como declaração destinada a produzir um negocio jurídico, com seus respectivos efeitos jurídicos
Junqueira de Azevedo prossegue: se as circunstancias são de tal ordem que uma pessoa normal perceberia a falta das circunstancias negociais, que fazem com que socialmente uma manifestação de vontade seja vista como destinada a produção de efeitos jurídicos, não há declaração de vontade; logo não há que se cogitar de negocio jurídico (por exemplo “uma declaração de vontade” no plano ou numa sala de aula); o problema não é sequer de nulidade, é de inexistência “ (negocio jurídico cit, cap III, titulo II, pg 90-91, grifos meus 
  Nessa escada o Negócio Jurídico tem três planos:
{C}1.    PLANO DA EXISTÊNCIA – são os elementos essenciais, os pressupostos de existência;
{C}2.    PLANO DA VALIDADE – são os elementos do plano da existência com alguma qualificações;
{C}3.    PLANO DA EFICÁCIA – neste plano estão os efeitos gerados pelo negócio em relação às partes e em relação a terceiros. São elementos relacionados com a suspensão e resolução de direitos e deveres.
Leia mais: http://jus.com.br/artigos/32132/o-plano-da-existencia-validade-e-eficacia-do-negocio-juridico-os-defeitos-do-negocio-juridico-prescricao-e-decadencia#ixzz3ZYmj5HdR
AULA 2 
Na ultima aula, começamos a estudar o conteúdo do negocio jurídico, identificando seu elemento cerne uma declaração de vontade (elemento objetivo) socialmente vista como destinada a produzir efeitos jurídicos; neste sentido, a citação de Antonio e Junqueira de Azevedo, feita ao final da ultima aula (negocio jurídico – existência, validade e eficácia, cap III, titulo II, p90-91).
Na aula passada, portanto, trabalhamos essencialmente com o plano da existência.
Nesta aula trataremos especialmente da ilicitude verificando seus possíveis efeitos sobre a (IN)existência sobre a validade do negocio juridico.
Já vimos que nem toda declaração de vontade constitui negocio jurídicos: por exemplo, as declarações não serias (feitas num palco ou numa sala de aula) , ou declarações feitas por gentileza ou amizade (p. ex., convidar um amigo para jantar ou ir ao cinema, ou oferecer-lhe uma carona) em geral não são socialmente vistas como destinadas a produzir efeitos jurídicos e portanto não ensejarão o surgimento de um negocio jurídico. Nestes exemplos, portanto, não existe negocio juridico.
Mas estes não são os únicos casos de inexistência.
Partindo da idéia de que o negocio jurídico se caracteriza por uma declaração de vontade socialmente vista como destinada a produzir efeitos jurídicos, podemos nos perguntar se certas ilicitudes particularmente graves, não retiram a juridicidade da declaração de vontade fazendo com que, também nestes casos não exista negocio jurídico, mas apenas ato jurídico (em sentido estrito ilícitos
Pontes de Miranda, por exemplo observa que “as regras jurídicas sobre direitos de liberdade físicas de pensamento, a integridade física ou psíquica, a vontade da honra, ao nome de voto e de igualdade perante a lei,dão ensejo a inexistência de negócios jurídicos sobre estes direitos. há óbice tal que o negocio jurídico não se cria [não existe]; o direito não sequer, salvocomo atos ilícitos “ tratado de direito privado, v.VI,§405, p.192 e 193).
Assim por exemplo, um negocio de compra e venda de escravo (pensem no trafico seres humanos), ou venda de um órgão, ou um negocio pelo qual alguém promete casar ou não casar com determinada pessoa, mudar ou não mudar de religião (negócios que violam , respectivamente, a liberdade física, a integridade física e a liberdade de pensamento e manifestação ), não constitui negocio juridico.O “negocio jurídico”, como tal permanece apenas no mundo dos fatos ( mundo extra judicial) e se for juridicizado será, apenas, como ato jurídico (em sentido estrito ) ilícito civil criminal (as vezes ambos) ou de outro ramo do Direito 
Outro exemplo : negócios de compra e venda de drogas ilícitas(por exemplo, maconha, cocaína), seja para uso, seja para trafico.
Este negocio (um evento do mundo) não constitui negocio jurídico , porque as respectivas declarações de vontade não são socialmente vistas como destinadas a produzir os efeitos jurídicos desejados pelos negociantes; há aqui , apenas ato jurídico em sentido estrito ilícito criminal ;
O traficante pode por sua força ou pelo temor que inspira, conseguir o pagamento e entregar a droga; mas não há aqui, nenhum direito a receber a droga, ou o preço, nem dever de entregar a droga ou o preço. Os únicos efeitos jurídicos deste ato serão as sanções criminais a que estão sujeitos os que compram ou vendem drogas.
A ilicitude pode determinar conseqüências muito distintas , estabelecidas pelas diferentes regras do ordenamento jurídico; ate agora vimos exemplos de ilicitude que impedem a própria existência do negocio (nos exemplos dados há apenas, atos jurídicos, em sentido estrito, ilícito)
Outras hipóteses de ilicitude não impedirão a formação (existência) do negocio jurídico, mas influirão sobre a validade destes. Para se afirmar que determinado ato, ou determinado negocio jurídico vale ou não vale, é preciso, antes que ele exista. Negocio jurídico invalido ( nulo ou anulável)é negocio jurídico existente e invalido . negocio juridicamente inexistente não pode ser valido ou invalido, eficaz ou ineficaz, porque (juridicamente) não é 
AULA 3 
Na aula passada, continuamos o estudo dos negócios jurídicos, analisando o que constitui e o que não constitui negocio jurídico ( ou seja, caos em que existe ou não existe negocio jurídico), com especial destaque para o papel da ilicitude .
Com apoio doutrinário em pontes de Miranda vimos algumas hipóteses de “negócios que não constituem negócios jurídicos . a ilicitude nestes casos , é tão grave que segundo pontes de Miranda este suporte fático são juridicizados apenas como atos jurídicos em sentido estrito ilícitos e não como negócios jurídicos. Esta idéia que reputamos correta não tem sido muito desenvolvida pela doutrina.
Durante boa parte da aula anterior, portanto, tratamos de casos em que a ilicitude poderia excluir a formação de um negocio jurídico.
Isto não quer dizer, contudo que os negócios jurídicos sejam sempre ilícitos (embora parte da doutrina assim considere )
Pode haver, sim negócios jurídicos ilícitos mas, ao contrario do que vimos com os fatos jurídicos ilícitos, os ato – fatos jurídicos ilícitos e os atos jurídicos em sentido estrito ilícitos), esta ilicitude será relevante não no plano da existência do negocio , mas no plano da validade, que é logicamente posterior determinando o surgimento de um negocio jurídico nulo ou anulável (a nulidade e a anulabilidade são as duas espécies de inualidade 10.
Este ponto é de fundamental importância. Em que pese a existência de importantes opiniões em contrario (noberto bolho, hebert hart, entre outros), a inualidade é conseqüência de uma ilicitude como bem salientado por Pontes de miranda , antonio junqueira de azevedo e marcos bernardes de mello , que transcrevemos “a invalidade é uma penalidade que o direito atribuiu em geral, a atos jurídicos que implicam contrariedade a direito porque (a), praticados por pessoas incapazes; (b) [seu] objeto seja ilícito impossível ou indeterminável; (c) impliquem infração, direta ou indireta, a norma jurídica cogente, que não preveja sanção diferente para o caso de ser violada; (d) tenha motivação ilícita da parte dos participantes; ou (e) haja defeitos na manifestação de vontade que algumas vezes decorre mesmo da pratica de atos, já ilícitos por essência que visam distorcer a formação da vontade negocial (dolo ou coação ), e que, em outros casos, tem por finalidade verdadeira causar prejuízo a alguém especificamente (casos de simulação nocente, de fraude contra credores, estado de período e lesão); (f) não atenda a exigências legais de forma e, finalmente ; (g) a lei expressamente o declare invalido . (teoria do fato jurídico – plano da existência, § 64, n. 3.3.2.1 p. 299).
Este trecho é bastante importante por enfatizar que a invalidade é conseqüência de uma ilicitude , e por indicar as hipóteses de nulidade (art, 166 cc) e de anulabilidade, que soa as duas espécies de invalidade.
Os negócios jurídicos são em abstrato admitidos pelo ordenamento, são portanto em principio lícitos.
Todavia, nos casos concretos algum determinado negocio pode violar uma ou mais normas, podendo se formar portanto, com ilicitude . as conseqüências desta ilicitude, todavia, não estarão no plano da existência (se os negócios jurídicos são, em abstrato admitidos pelo ordenamento a ilicitude jamais. Sera requisito para a existência de qualquer negocio jurídico )mas sim no plano da validade (que estamos vendo agora – é alias a hipótese mais freqüente) ou no plano da eficácia. 
Quero chamar atenção, agora para uma das hipóteses de nulidade: é nulo o negocio que tiver objeto ilícito. Isto significa dizer que existe negocio jurídico, e que este é invalido. 
Vamos agora voltar, aos exemplos de compra de drogas ( por exemplo, cocaína), ou de trafico de seres humanos, que afirmamos não serem (isto é, não existirem como) negócios jurídicos. Ora, não temos aqui dois exemplos de objeto ilícito? Então, não teríamos de considerar os atos de trafico de drogas, ou mesmo de seres humanos, como negócios jurídicos (existentes e) nulos ?
Se consideramos apenas o art 166, II, esta parecia a solução correta, mas este artigo esta inserido num sistema muito mais amplo, sendo necessário recordar que o plano da existência é logicamente anterior ao plano da validade 
Ora quando definimos o negocio jurídico ( quando estudamos, portanto, os elementos necessários a sua existência), vimos que o elemento – cerne consiste numa declaração de vontade, mas que nem toda declaração de vontade da ensejo ao surgimento de um negocio jurídico .
Vimos, com apoio em antonio junqueira de azevedo, que esta declaração de vontade precisa ser socialmente vista como destinada a produzir efeitos jurídicos desejados pelas partes (é o que antonio junqueira chama de circunstancias negociais ).
É hora de aprofundar um pouco mais esta idéia . ora , a sociedade (e nela, o direito ) admitem, em abstrato, existência da compra e venda ou da troca, mas não admite negócios (de compra e venda ou qualquer outros) envolvendo cocaína ou seres humanos, como tais ( os seres humanos serão sempre sujeitos, mas jamais objetos de negócios jurídicos, embora certas faculdades humanas , como a força de trabalho, possam ser objeto de negocio jurídico ).isto significa que , para alem da ilicitude que estes atos manifestamente revelam, estas trocas não tem tipicidade ,social para serem consideradas negócios jurídicos.
E por isto que apesar do art. 166, II, entendo que estes exemples configuram apenas atos jurídicos em sentido estrito, ilícitos (civis criminais, ou amplos ), e não negócios jurídicos nulos, como o art. 166, II parece sugerir.
PLANO DA EXISTENCIA 
a) AGENTE 
b) OBJETO 
c) FORMA
PLANO DA VALIDADE 
a) CAPAZ
b) LICITO, POSSIVEL, DETERMINADO OU DETERMINAVEL
c) PRESCRITA OU NAO DEFESA POR LEI
NEGOCIO INVALIDO PODE SER NULO OU ANULAVEL 
 PLANO DA EFICACIA
a) TERMO
b) CONDIÇÃOc) ENCARGO = ONUS IMPOSTO A UMA LIBERABILIDADE

Continue navegando