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1 PLANEJAMENTO FAMILIAR Gizelle Felinto INTRODUÇÃO ➢ DEFINIÇÃO: • Planejamento familiar é dar à família o direito de ter quantos filhos quiser, no momento que lhe for mais conveniente, com toda a assistência necessária para garantir isso integralmente ▪ Deve-se sempre levar em consideração as seguintes características para que se possa fazer o planejamento familiar: ✓ Número de gestações ✓ Idade da mulher ✓ Fatores de risco relacionados à gestação ✓ Desejo de engravidar... ➢ OBJETIVOS DO PLANEJAMENTO FAMILIAR: • Promover a vivência da sexualidade de maneira segura e saudável • Controlar a fecundidade segundo o desejo do casal • Preparar para a maternidade e paternidade responsáveis • Reduzir a mortalidade e a morbidade materna, perinatal e infantil • Reduzir a incidência das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e suas consequências • Melhorar a saúde e o bem-estar dos indivíduos e da família ➢ EPIDEMIOLOGIA: • As taxas de gestações não planejadas aproximam-se de 50% das gestações em geral ➢ ANTICONCEPÇÃO: • A Contracepção representa uma das principais preocupações das mulheres em idade fértil • Definição → anticoncepção é o uso de métodos e técnicas com a finalidade de impedir que o relacionamento sexual resulte em gravidez. É recurso de planejamento familiar para a constituição de prole desejada e programada, de forma consciente • Lei 9263 de 12/01/1996 → tem um Conjunto de Ações, promovendo um material educativo para a população e garantindo os métodos contraceptivos ▪ Nessa lei também estão incluídas a Laqueadura Tubária e a Vasectomia → a mulher deve ter pelo menos 25 anos e 2 ou mais filhos para que se façam os procedimentos, pois o índice de arrependimento pela realização dos procedimentos é muito alto ✓ No planejamento familiar o casal é acolhido por uma equipe multidisciplinar (psicólogo, enfermeiro, assistente social e médica) antes da decisão de realizar esses procedimentos cirúrgicos, para que se saiba se esses indivíduos se enquadram para a realização ✓ Laqueadura: o Quando a mulher vai realizar uma cesárea e já apresenta os papéis do planejamento familiar autorizando a realização da laqueadura → realiza-se a laqueadura junto à cesárea o Quando a mulher tem indicação de cesárea, mas não tem a autorização do planejamento familiar no momento → a laqueadura só poderá ser realizada, por exemplo, 30 dias após a cesárea, caso a mulher apresente a autorização do planejamento familiar ✓ Vasectomia → o homem já recebe alta após a realização do procedimento • Classificação → os métodos anticoncepcionais podem ser classificados de várias maneiras, tendo-se os dois seguintes grupos principais: ▪ Métodos Reversíveis → abrangem os seguintes: ✓ Métodos comportamentais ✓ Métodos de barreira ✓ Dispositivos Intrauterinos (DIU) ✓ Métodos hormonais (comprimido e injeção) ✓ Métodos de emergência (comprimido) ▪ Métodos Definitivos (Cirúrgicos) → abrangem os seguintes: ✓ Esterilização cirúrgica feminina (Laqueadura Tubária) ✓ Esterilização cirúrgica masculina (Vasectomia) SOBRE A ESCOLHA DE QUAL MÉTODO CONTRACEPTIVO USAR ➢ O manejo das situações que envolvem a anticoncepção obriga o uso de alguns conceitos que devem ficar bem claros, que são: 1. Eficácia de um método contraceptivo: ▪ Definição → é a capacidade de o método contraceptivo proteger contra a gravidez não desejada e não programada ▪ É expressa pela taxa de falhas própria do método em um período de tempo, geralmente um ano ▪ Índice de Pearl → define a eficácia do método contraceptivo ✓ É o índice mais utilizado para expressar a taxa de falhas do método contraceptivo, sendo a eficácia aferida pelo número de gestações em 100 mulheres durante um ano ▪ É calculando da seguinte forma: í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝑃𝑒𝑎𝑟𝑙 = 𝑛º 𝑑𝑒 𝑓𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠 𝑥 12 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠 𝑥 100 (𝑚𝑢𝑙ℎ𝑒𝑟𝑒𝑠) 𝑛º 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑒𝑥𝑝𝑜𝑠𝑖çã𝑜 ✓ Número total de meses de exposição → é o número de meses em que a mulher fez uso do método contraceptivo 2. Segurança: ▪ Definição → é o potencial do método contraceptivo causar riscos à saúde de quem o utiliza ▪ É avaliada pelos efeitos indesejáveis e complicações que pode provocar ▪ Quanto maior a segurança do método, menor será a probabilidade de trazer qualquer tipo de problema à saúde de quem faz seu uso 3. Escolha do Método: ▪ O critério mais importante para a escolha ou eleição de um método anticoncepcional é a opção feita pelo(a) 2 PLANEJAMENTO FAMILIAR Gizelle Felinto usuário(a). O médico sempre deve privilegiar essa opção e considerá-la prioritária ▪ Entretanto, o método escolhido pelo(a) paciente nem sempre poderá ser usado, tendo em vista características clínicas evidenciadas pelo(a) usuário(a), que podem contraindicar seu uso ➢ CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE: • Categoria 1 → o método pode ser utilizado sem qualquer restrição ▪ Exemplo: preservativos • Categoria 2 → as vantagens superam os riscos • Categoria 3 → os riscos superam as vantagens • Categoria 4 → proscrito (não fazer uso) ▪ Exemplo: não se pode prescrever um anticoncepcional para uma mulher com câncer de mama ou que foi recentemente curada de câncer de mama e deseja engravidar MÉTODOS CONTRACEPTIVOS REVERSÍVEIS ➢ MÉTODOS COMPORTAMENTAIS: • Métodos naturais: ▪ Abstenção Sexual Periódica: ✓ Consiste no conhecimento do período fértil, época em que são evitadas as relações sexuais ✓ A forma de se reconhecer o período fértil deu origem aos métodos da tabelinha ou de Ogino- Knaus, do muco cervical ou de Billings, da curva térmica e também o sintotérmico ✓ Método de Ogino-Knaus (Tabela) → é o método do calendário o Não é tão segura contra a gravidez o As mulheres que têm um ciclo normal de 28 dias têm menos riscos de falhar com a tabela ✓ Temperatura basal → algumas mulheres fazem uso de termômetros para saber se houve alguma elevação da temperatura, que mostra que ela está no período fértil ✓ Sintotérmico → utiliza-se dois métodos em conjunto (Ex: tabelinha + preservativo) ▪ Coito Interrompido: ✓ Pode interferir na sexualidade do casal ✓ Pode ter falhas • Vantagens: ▪ São gratuitos e não trazem malefícios ▪ Ensinam a mulher a conhecer melhor seu corpo e fertilidade ▪ Permitem aos casais, que assim o desejam, seguir as normas de sua religião ou filosofia cultural ▪ Não há demora no retorno da fertilidade ▪ Não produzem efeitos colaterais • Desvantagem → não trazem proteção contra as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) ➢ MÉTODOS DE BARREIRA: • Preservativo Masculino: ▪ Também conhecido como Condom (preservativo masculino, camisinha, camisa-de-vênus) • Preservativo Feminino: ▪ Apresenta duas hastes, com uma ficando acoplada no colo uterino e a outra no introito vaginal ▪ A mulher pode colocar em pé ou deitada • Espermicida: ▪ Existem alguns cremes que têm ação espermicida, mas não têm uma boa eficácia • Diafragma: ▪ O diafragma é uma membrana de silicone, em forma de cúpula, portanto, côncavo- convexa, circundada por um anel flexível. Esse anel é circular, mas assume a forma de “8” quando comprimido, facilitando a inserção na cavidade vaginal, onde retoma a sua forma original, quando liberado ▪ É apresentado em diversos tamanhos, para correta adaptação às vaginas de diversos comprimentos ▪ A mulher coloca dentro da vagina antes de ter a relação sexual e espera 2 horas para poder retirar o diafragma ▪ Riscos → a mulher pode não saber a forma e o tempo adequado para retirar o diafragma, correndo risco de engravidar ▪ É caro e o SUS não fornece • Capuz Cervical: ▪ O que difere do diafragma é que o capuz cervical é menor • Esponja: ▪ Tem ação espermicida, mas não é um método muito eficaz ➢ DISPOSITIVO INTRAUTERINO (DIU):• Tipos de DIU: ▪ DIU de Mirena (hormonal) → também conhecido como SIU ✓ Tem menos efeitos colaterais que o DIU de cobre ✓ Ao contrário do de cobre, o de Mirena causa uma certa amenorreia ✓ Liberador de Levonorgestel → Mirena SIU-LNG ▪ DIU de Cobre (sem hormônios): ✓ Efeitos colaterais: o Aumento dos sangramentos menstruais • É de Primeira-linha, sendo altamente efetivo • Podem ser usados por 5 a 10 anos • A prevalência de uma gestação não planejada com o uso do DIU é pequena (menos de uma gravidez em 1 ano) → 3 PLANEJAMENTO FAMILIAR Gizelle Felinto antigamente, quando ocorriam falhas do método, eram mais relacionadas com o DIU de cobre. Porém, hoje em dia, raramente se vê relatos de gravidez com uso de DIU • Se mulher engravidar com o DIU, é indicado que se retira esse dispositivo → na retirada, a mulher pode apresentar sangramentos e, até mesmo, abortar. Dessa forma, caso não se ache a linha do DIU para que se retire o dispositivo, deve- se deixar a gravidez evoluir com o DIU, constituindo uma gravidez de risco ▪ O DIU pode perfurar algum órgão do bebê ▪ O DIU pode ficar implantado na placenta ▪ O parto dessa mulher deve ser uma cesárea, devendo- se procurar o DIU para que seja retirado. Porém, em alguns casos pode-se não conseguir encontrar o dispositivo • Exames Complementares → exames que devem ser solicitados antes de se colocar um DIU: ▪ Hemograma ▪ Coagulograma ▪ Sumário de urina → se a mulher tiver Infecção do Trato Urinário (ITU) deve-se tratar ▪ Colher o citológico → se houver alguma vulvovaginite deve-se tratar a paciente ✓ Mulheres com lesão precursora de câncer de colo uterino não podem colocar o DIU • Benefícios: ▪ Método de longa duração ▪ Anticoncepção eficaz ▪ Não altera o peso da mulher ▪ Não interfere nas relações sexuais ▪ Não diminui o apetite sexual e nem o prazer ▪ É imediatamente reversível → após a retirada do DIU, no próximo ciclo a mulher já pode engravidar • Efeitos Colaterais: ▪ Aumento da intensidade do sangramento menstrual ▪ Piora da dismenorreia ➢ CONTRACEPÇÃO HORMONAL (segunda linha): • São métodos de segunda linha, mas são eficazes • Tipos de Contracepção Hormonal: ▪ Estrogênio e Progesterona Sintéticos ▪ Progestogênio Isolado ▪ Oral: ✓ Existem pílulas de 21, 28 e 35 dias ▪ Vaginal: ✓ Existem alguns anticoncepcionais orais que podem ser utilizados por via vaginal ▪ Transdérmica ▪ Injetável: ✓ Existem injeções mensais, trimestrais e semestrais ▪ Implantes: ✓ São Subdérmicos ✓ Nos países desenvolvidos, são os métodos mais indicados ✓ Tem boa eficácia, sendo um método de primeira linha ✓ Contém o Hormônio Progestinico ✓ Como se coloca → é feita uma incisão na face lateral interna do braço, com anestesia local, e coloca-se o implante (tem 4 hastes), suturando após ✓ A mulher pode passar 5 a 10 anos com um implante ✓ Quando a mulher retira o implante, a fertilidade retorna • Mecanismo de ação: ▪ Contraceptivos Combinados → causam anovulação ▪ Anticoncepcional apenas com Progestogênios → provocam atrofia do endométrio ▪ Ação dos esteroides sobre a cérvice uterina → alteram o muco cervical • Os anticoncepcionais protegem contra as seguintes patologias: ▪ Câncer de ovário ▪ Câncer de endométrio ▪ Endometriose • Quando suspender um Anticoncepcional Hormonal → nas seguintes situações: ▪ Presença de muitos efeitos adversos com o método (Ex: cefaléia, aumento da pressão...) ▪ Presença de alterações nas mamas (Ex: nódulos) ou câncer de mama • Efeitos colaterais: ▪ Náuseas, vômitos, spotting → é normal ocorrer até 3 meses de uso ✓ O mal-estar (náuseas, vômitos) pode ocorrer normalmente até 3 meses de uso de anticoncepcional → se houver persistência, pode-se mudar o horário de tomada, por exemplo o Sobre o horário de uso, geralmente, indica- se que seja tomado à noite, pois na hora de dormir os efeitos não serão tão sentidos ✓ Spotting (sangramento de escape, fora do período menstrual) → pode ocorrer até 3 meses de uso do anticoncepcional ▪ Ganho de peso → ocorre quando o anticoncepcional apresenta apenas a progesterona (não há ganho de peso em decorrência de anticoncepcionais com estrogênio ou com estrogênio + progesterona) • Sobre o uso de anticoncepcionais orais: ▪ Não há necessidade de estar trocando de anticoncepcional, pois pode-se fazer uso do mesmo por tempo indefinido (isso não altera a eficácia do método) ▪ Quando a mulher suspende o anticoncepcional e continua sem menstruar → a primeira hipótese é uma possível gravidez ▪ Mulheres que fazem uso de anticoncepcional devem realizar: ✓ Citológico ✓ Exame clínico das mamas → pois se aparecer alguma alteração nas mamas, deve-se suspender o anticoncepcional oral ✓ Ultrassonografia Transvaginal 4 PLANEJAMENTO FAMILIAR Gizelle Felinto ✓ Exames laboratoriais... ➢ CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA: • A contracepção de emergência é um recurso anticoncepcional importante para evitar uma gravidez indesejada, após uma relação sexual desprotegida ou falha de outro método utilizado (Ex: quando a camisinha se rompe) • Trata-se de um método anticoncepcional cientificamente aceito, aprovado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Agência de Vigilância Sanitária (ANVISA) • Quando tomar → até, no máximo, 72h após a relação sexual ▪ Quanto mais se demora para tomar a medicação, menor será a eficácia, havendo risco de engravidar mesmo tendo tomado a medicação de emergência • Ação → impede o encontro do espermatozoide com o óvulo • Não é abortiva, pois não interrompe a gravidez estabelecida (não houve fecundação), ela apenas impede uma gravidez não desejada • Se a mulher já está grávida → mesmo tomando a pílula do dia seguinte ela não irá abortar MÉTODOS CONTRACEPTIVOS DEFINITIVOS ➢ ESTERELIZAÇÃO CIRÚRGICA: • Características: ▪ A esterilização é o método de planejamento familiar mais frequentemente escolhido por casais nos quais a mulher tem 25 anos ou mais anos de idade e já 2 ou mais filhos para que se realize o procedimento ▪ É um método de primeira linha, sendo muito eficaz ▪ A esterilização masculina ou feminina deve ser sempre considerada como permanente. No entanto, é possível a realização de uma operação que reconecte os tubos apropriados (reanastomose) para restaurar a fertilidade • LAQUEADURA TUBÁRIA → Esterilização Feminina ▪ Epidemiologia: ✓ Nos primeiros 10 anos após a esterilização feminina, aproximadamente 2% das mulheres engravidam ▪ Indicação → só pode ser feita em mulheres ≥ 25 anos com 2 ou mais filhos ▪ Deve-se sempre realizar um β-HCG antes de realizar o procedimento, para saber se a mulher está grávida ▪ Efeitos adversos: ✓ A depender do local em que é feita a laqueadura, pode-se acabar atingindo alguma irrigação ovariana, fazendo com que essa mulher fique com o ciclo menstrual irregular (Ex: menstruar mais de uma vez por mês) ✓ A laqueadura não causa: o Cefaleias o Diminuição da libido • VASECTOMIA → Esterilização Masculina ▪ Epidemiologia → o risco de gravidez é inferior a 1% após a esterilização masculina, sendo mais segura do que a laqueadura tubária ▪ Recomendações após a vasectomia: ✓ Realizar Espermograma após 15, 30 e 60 dias o Após o segundo espermograma mostrando ausência de espermatozoides, já se pode tranquilizar o casal quanto as relações sexuais o Se o de 15 e o de 30 dias apresentarem azoospermia, não há necessidade de solicitar o de 60 dias ✓ Com 30 dias já se pode ter relações sexuais, mas com algum método contraceptivo associado ✓ Fazer uso de preservativos para impedir a transmissão de outras doenças, como as ISTs ▪ Atenção → a vasectomia não aumenta riscos de câncer de próstata ▪ Efeitos adversos: ✓ A vasectomia não tem efeitos adversos. O que podeocorrer é alguma complicação no pós- operatório (que são tratadas e não progridem), como: o Hematoma o Abscesso • Reanastomose: ▪ É mais complexa e menos eficaz nos homens do que nas mulheres ▪ Nos casais, a taxa de gravidez varia de 45 a 60% após a reanastomose masculina e de 50 a 80% após a reanastomose feminina ▪ É uma cirurgia cara e o SUS não disponibiliza PERGUNTAS E RESPOSTAS ➢ PLANEJAMENTO FAMILIAR → não é igual a controle de natalidade! 1. O que é? ▪ São ações de planejamento que garantem os direitos sexuais e reprodutivos, dando ao casal o direito de escolher quantos filhos desejam ter 2. Qual a importância? ▪ Evitar gravidez indesejada, evitar Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), controlar a fecundidade e diminuir a mortalidade materna, neonatal e infantil ✓ Muitos indivíduos são de baixa renda e pouco esclarecidos quanto aos métodos contraceptivos, o que faz com que tenham vários filhos e a falta de condições para alimentar e cuidar da família são fatores de risco para morbimortalidade infantil ✓ Caso o casal afirmar que ainda deseja engravidar → deve-se anotar isso no prontuário do planejamento familiar, pois, caso haja alguma intercorrência, o prontuário será analisado 3. A quem interessa? ▪ É uma responsabilidade social, cabendo a todos os indivíduos se comprometerem com o planejamento familiar, principalmente os pacientes de alto risco ✓ Gestores não podem deixar faltar os métodos contraceptivos nas unidades de saúde 5 PLANEJAMENTO FAMILIAR Gizelle Felinto ✓ Os profissionais de saúde devem orientar os pacientes quanto ao planejamento familiar ✓ Os pacientes devem se comprometer... 4. Como fazer? ▪ Deve-se conversar com o casal sobre o desejo de ter mais filhos, orientar sobre os tipos de métodos contraceptivos, sua importância e os riscos de cada método, e realizar o método de contracepção escolhido pelos pacientes ➢ OUTRAS PERGUNTAS: 1. Qual o método que é utilizado para medir a eficácia contraceptiva? ▪ É o índice de Pearl, que é calculado da seguinte forma: í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝑃𝑒𝑎𝑟𝑙 = 𝑛º 𝑑𝑒 𝑓𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠 𝑥 12 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠 𝑥 100 (𝑚𝑢𝑙ℎ𝑒𝑟𝑒𝑠) 𝑛º 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑒𝑥𝑝𝑜𝑠𝑖çã𝑜 2. Quais são as recomendações após a vasectomia? ▪ Realizar espermograma (15, 30 e 60 dias) e orientar quanto ao uso de outros métodos contraceptivos até que se tenha, pelo menos, o segundo espermograma demonstrando ausência de espermatozoides. Além disso, deve-se recomendar o uso de preservativos, para evitar ISTs 3. Quais são os efeitos adversos mais comuns da vasectomia? ▪ Não se tem efeitos adversos da vasectomia 4. A vasectomia aumenta o risco de câncer de próstata? ▪ Não ➢ PARA AS MULHERES QUE DESEJAM ENGRAVIDAR: • O mais rápido possível: ▪ Conduta: ✓ Iniciar Ácido Fólico (que idealmente deve ser iniciado já 3 meses antes de engravidar) ✓ Realizar exames da avaliação pré-concepcional • Dentro de 1 ano: ▪ Conduta: ✓ Deve-se prescrever um método reversível (Ex: camisinhas, anticoncepcional oral...) → deve-se sempre orientar quanto a eficácia e riscos dos métodos o O anticoncepcional injetável não é recomendado, pois o ciclo pode demorar a voltar ao normal, dificultando a mulher de engravidar • Depois de 1 ano: ▪ Conduta: ✓ Deve-se prescrever um método reversível, como DIU, implante hormonal... ➢ PARA AS MULHERES QUE NÃO QUEREM ENGRAVIDAR NUNCA: • Para que se faça uma esterilização cirúrgica, por lei, a mulher deve ter 25 anos ou mais e já ter 2 ou mais filhos • Caso ela não se encaixe nessa indicação, deve-se orientar quanto aos métodos reversíveis e sua eficácia e riscos, devendo-se escolher o método que ela achar melhor, sempre com orientações ➢ OUTRAS PERGUNTAS: 1. Como atuam os esteróides na cérvice uterina? ▪ Os hormônios podem alterar o muco cervical e a atrofia do endométrio 2. Quais as principais patologias que o anticoncepcional protege? ▪ Câncer de ovário, câncer de endométrio e endometriose 3. O que é APC e o que fazer? → cai em provas de residência ▪ É a Avaliação Pré-Concepcional (APC) ▪ O pré-natal deve ser iniciado, idealmente, 3 meses antes de a mulher engravidar, já se iniciando o uso do ácido fólico e solicitando-se alguns exames ▪ Nessa avaliação já se pode detectar alguma condição ou doença que pode influenciar na gravidez → Ex: avaliar se o peso é de risco, devendo-se orientar quanto a melhoria dos valores para que ela possa engravidar ▪ Deve-se realizar anamnese e exame físico da mulher e do homem, além de solicitar exames para ambos ▪ Deve-se também realizar exames no parceiro, para que se possa detectar patologias (Ex: ISTs, azoospermia) ▪ Conversar sobre o uso de métodos contraceptivos e o desejo de engravidar ▪ Deve-se encaminhar a mulher para o dentista → pois problemas dentários podem constituir risco para uma futura gravidez ▪ Realizar atualização do cartão vacinal da mulher e do parceiro 4. Quais os exames devem ser solicitados na APC? ▪ Hemograma ▪ Colesterol total e frações (HDL, LDL) ▪ Triglicerídeos ▪ Classificação sanguínea e fator Rh → para o casal ▪ Glicemia de jejum ▪ Sumário de urina ▪ Sorologia para Toxoplasmose IgM e IgG ▪ Sorologia para Rubéola IgM e IgG ▪ Sorologia para Citomegalovírus IgM e IgG → alguns estudos indicam solicitar ▪ Ultrassonografia Transvaginal ou Pélvica 5. Quando se deve suspender o anticoncepcional hormonal? ▪ Surgimento de cefaleia ou alterações na pressão arterial
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