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License-527095-37898-0-5 CONTABILIDADE GERAL O significado e as aplicações da Contabilidade A partir de 1840, o desenvolvimento econômico e as transformações sociopolíticas e socioculturais trouxeram a necessidade de aperfeiçoar a avaliação da situação patrimonial, ou seja, era necessário evidenciar se tudo o que a empresa possuía (bens e direitos) era suficiente para fazer frente às suas dívidas. Essa necessidade foi suprida pelas Demonstrações Contábeis, mais precisamente pelo Balanço Patrimonial. O que é Contabilidade ? Contabilidade é a ciência que registra números realizados, em valor e em quantidades, incorridos pela empresa, com a finalidade de demonstrar o resultado do período. Uma das maiores preocupações dos gestores é saber qual o lucro do seu negócio. E não foi diferente na Revolução Industrial durante o século XVIII, um marco na história da humanidade em relação a assuntos contábeis em geral. Antes da Revolução Industrial, a Contabilidade exercia a função de informar o lucro do negócio de forma simples, por meio de um demonstrativo de resultado, que fornecia grande parte das informações necessárias para o dono do negócio, como o valor recebido pela venda e o valor gasto na produção. License-527095-37898-0-5 CONTABILIDADE GERAL Fonte: Thinglass, Shutterstock, 2017. (Adaptado). De acordo com a imagem, podemos observar uma das funções da Contabilidade é analisar o comportamento das Receitas e dos Custos da organização. Com isso, a Contabilidade passa a ter três grandes áreas de conhecimento: Contabilidade Financeira, Contabilidade de Custos e Contabilidade Gerencial. Objetivos e finalidades da Contabilidade O objeto da Contabilidade é o patrimônio das empresas e a principal função é registrar os fenômenos financeiros e econômicos que ocorrem no patrimônio (conjunto de bens, direitos e obrigações) delas. A principal finalidade da Contabilidade é a de fornecer informações, interpretações de dados reais e possíveis fatos que impactaram na composição e nas variações do patrimônio, para a tomada de decisões de seus gestores. License-527095-37898-0-5 CONTABILIDADE GERAL A Contabilidade tem como principal função registrar tudo que altera o patrimônio de uma empresa, e entendemos como patrimônio tudo o que a empresa possui (Bens e Direitos) e também tudo o que a empresa deve (Obrigações com terceiros e Obrigações com os sócios), como ilustra a figura a seguir. Ativo Conjunto de bens e direitos Passivo Conjunto de obrigações a pagar a terceiros PL Conjunto de recursos permanentes aos sócios A Contabilidade tem o objetivo de fornecer informações que orientem os gestores das empresas a tomar decisões tais como: A capacidade de produção da fábrica; Calcular o preço de vendas de um produto; Terceirizar ou produzir as matérias-primas necessárias para a elaboração do produto final; Substituir máquinas e equipamentos por novos ou a reforma e manutenção de máquinas e equipamentos antigos; Descobrir quais os produtos mais lucrativos da empresa, bem como, quais os produtos que lhe dão prejuízo; Fornecer dados para a elaboração do planejamento estratégico, tático e operacional; Disponibilizar informações para o gerenciamento do desempenho, avaliando se foram cumpridas as metas previstas nos orçamentos. License-527095-37898-0-5 CONTABILIDADE GERAL Antigamente, à época de seu surgimento no Brasil, mais precisamente em 1902 com a inauguração da Escola de Comércio Álvares Penteado, a Contabilidade era vista apenas como um sistema de informações tributárias e o contador era denominado “guarda livro”. Atualmente, a Contabilidade desempenha um papel gerencial e o contador ocupa cargos de staff, contribuindo com informações necessárias para tomadas de decisões e para o processo de gestão. Viram como cresceu significativamente a importância da Contabilidade? A importância da Contabilidade A Contabilidade é formada por dados históricos que nortearão o caminho que a empresa deve trilhar para atingir seus objetivos e metas. Só conhecimentos contábeis (boas técnicas contábeis) não são o suficiente para o contador, caro aluno. É necessário que ele possua, ainda, conhecimentos matemáticos e estatísticos, pesquisa operacional e técnicas de planejamento. Segundo Ludícibus, Marion e Lopes, a Contabilidade é um valioso instrumento nas tomadas de decisões tanto dentro quanto fora da empresa, e aquelas que não possuem uma Contabilidade adequada são as que têm má gerência. Além disso, a Contabilidade tem o papel primordial de evitar a realidade presente na maioria das empresas brasileiras, que é a existência de controles financeiros paralelos, conhecidos como caixa dois, originários de transações sem nota fiscal, que têm a finalidade de diminuir os custos tributários envolvidos na operação de um negócio. License-527095-37898-0-5 CONTABILIDADE GERAL Fonte: One photo, Shutterstock, 2017. Como observado na imagem, a Contabilidade garante a idoneidade das informações prestadas. Escândalos financeiros de empresas americanas como a Enron, as Worldcom e outras, levaram a promulgação, em 30/07/2002, da Lei Sarbanes-Oxley também denominada Lei Sox, que tem a finalidade de garantir que as empresas implantem boas práticas de governança corporativa. A Lei Sox reforça e incentiva as empresas a não cometerem atos ilícitos, ao mesmo tempo em que garante aos investidores segurança na negociação de ações e aplicação de seus recursos. Você deve estar se perguntando, quais funções desempenhadas pela Contabilidade são importantes para os gestores administrarem seus negócios, certo? A seguir, citamos algumas delas: License-527095-37898-0-5 CONTABILIDADE GERAL Através do controle dos livros de entradas e dos livros de saídas, gerenciamos o estoque de acordo com a demanda, evitando níveis elevados de produtos estocados; Através do controle contábil, temos conhecimento de todos os impostos incidentes sobre o produto e os gastos de produção para que possamos formar o preço de venda; Gerenciamos o fluxo de caixa (entradas e saídas de dinheiro); Controlamos periodicamente os livros fiscais e sua escrituração, bem como o cálculo e recolhimento dos impostos respeitando as alíquotas e os prazos previstos em lei; Projetamos a demanda para o controle de estoque; Projetamos a demanda para determinar os volumes de produção e vendas e/ou serviços; Elaboramos o balancete contábil periodicamente, para determinar o lucro do período, permitindo o controle dos gastos e a projeção do preço. Fonte: Pixelbliss, Shutterstock, 2017. Conforme imagem, a Contabilidade deve ser considerada uma aliada, pois ela fornece informações para tomadas de decisões, de forma ágil e segura, de acordo com a estrutura e o histórico de seu negócio, sendo uma ferramenta fundamental de projeções e planejamento estratégico. Desta forma, podemos concluir que o atual cenário de globalização em que vivemos, além de representar um desafio aos contatados, traz oportunidades de desenvolvimento e crescimento para esta profissão. License-86996-47566-0-6 CONTABILIDADE GERAL Reconhecer o conceito de Patrimônio e Situação Líquida O Patrimônio de uma empresa é representado pelo Capital Próprio (Patrimônio Líquido − PL). A situação patrimonial líquida de uma empresa é a diferença entre os Bens e Direitos e as Obrigações, ou seja, é Ativo (A) deduzido do Passivo (P). A situação patrimonial líquida pode ser representada pela equação: PL = A – P. Equação básica: Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido O Balanço Patrimonial é constituído pelo Ativo (bens e direitos), pelo Passivo (obrigações com terceiros) e pelo Patrimônio Líquido (obrigações com o Capital Próprio), conforme Lei n. 6.404/1976 (artigos 176 a 182 e artigo 187). O Balanço Patrimonial é composto por Ativo e Passivo (Passivo + Patrimônio Líquido). O Passivo são as obrigações com terceiros (fornecedores, salários, impostos) e o Patrimônio Líquido são osbens do sócio. A Contabilidade convencionou o lado esquerdo como Ativo e o lado direito como Passivo, como mostra a figura a seguir. Ativos Passivos Pago já Pago em breve Pago a perder de vista Patrimônio Líquido Recebo já Recebo em breve Recebo a perder de vista Total Total LI QU ID EZ EX IG IB IL ID AD E LIQUIDEZ DOS ATIVOS E EXIGIBILIDADE DOS PASSIVOS License-86996-47566-0-6 CONTABILIDADE GERAL A organização das contas patrimoniais respeita aos seguintes critérios: prazo, liquidez e exigibilidade. Prazo: a velocidade com que as Obrigações nos são exigidas e o prazo em que os direitos da empresa são realizados. As Contas Patrimoniais são organizadas do menor para o maior prazo. Grau de Liquidez: a liquidez é a capacidade de um Ativo de se transformar em dinheiro. Quanto mais líquido um Ativo, mais velozmente ele se transforma em dinheiro. Os Ativos são classificados em ordem decrescente de liquidez. Grau de Exigibilidade: é a brevidade que uma conta de Passivo deve ser liquidada. Quanto mais exigível, mais veloz é sua liquidação. As contas são ordenadas em ordem crescente. Estudo do patrimônio Para melhor entendimento de patrimônio, vamos relacioná-lo com as coisas do cotidiano. Ao nos referirmos a bens, a maioria de nós os traduz como bens materiais. Mas a empresa possui tantos bens materiais (corpóreos ou palpáveis) quanto bens imateriais (incorpóreos ou não palpáveis). Em Contabilidade, eles são denominados, respectivamente, Bens Tangíveis e Bens Intangíveis. A imagem a seguir, por exemplo, mostra um bem tangível (notebook) e um intangível (software). Fonte: Rawpixel.com, Shutterstock, 2017. License-86996-47566-0-6 CONTABILIDADE GERAL Tangíveis: têm forma física. Exemplo: imóveis, móveis, veículos, equipamentos e máquinas. Intangíveis: não têm forma física. Exemplo: marcas, patentes, softwares, etc. Antes de continuarmos, vamos esclarecer a diferença entre Bens e Direitos. Bens pertencem à empresa e estão em posse da mesma, já os Direitos pertencem à empresa e estão em posse de terceiros. Quando falamos dos direitos de um patrimônio, estamos nos referindo ao direito que a empresa tem de receber de outro, como de receber sobre as vendas realizadas com pagamento a prazo, por exemplo. Em Contabilidade, além do direito de receber, temos o direito de exigir alguma coisa que esteja em poder de terceiros. Para exemplificar, temos: valores a receber, títulos a receber, entre outros. Assim como os bens de uma empresa, os direitos da empresa também constituem o Ativo Patrimonial dela. Quanto às obrigações de uma empresa, são tudo o que a empresa tem a pagar a terceiros, a outras pessoas físicas (marceneiro, pedreiro, encanador) ou jurídicas (outras empresas, governo). As Obrigações são valores de propriedades de terceiros que estão em posse da empresa, destinados a financiar as atividades empresariais, que conhecemos comercialmente como “dívidas a serem pagas a terceiros”. Essas dívidas são as obrigações exigíveis, isto é, serão reclamados, exigidos, por fornecedores, pelo governo, por funcionários, entre outros. Observe na imagem que as Obrigações (Passivo) devem ter o mesmo valor dos Bens (Ativo). License-86996-47566-0-6 CONTABILIDADE GERAL Fonte: Pterwort, Shutterstock, 2017. Em relação ao Patrimônio Líquido de uma empresa, ele é formado, basicamente, pelos grupos de contas: capital: é a soma dos valores que os proprietários ou acionistas se responsabilizaram e/ou investiram na empresa; reservas: são constituídas a partir do lucro, com finalidades legais e estatutárias; prejuízos líquidos: são resultados negativos obtidos na operacionalidade da empresa. Estrutura do Balanço Patrimonial O Balanço Patrimonial é constituído do Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido, sendo descritos por: ativo: formado por aplicações de recursos representados por Bens e Direitos; passivo: representa as origens de recursos constituídos pelas Obrigações para com terceiros; patrimônio líquido: representa os recursos próprios da empresa. O Patrimônio Líquido é a diferença entre o valor do Ativo e o valor do Passivo (Ativo menos Passivo). License-86996-47566-0-6 CONTABILIDADE GERAL Clique na figura para assistir ao vídeo Exercício Fiscal ou Ano Fiscal é o período do Balanço Patrimonial e compreende 12 meses (podendo ser de janeiro a dezembro, de abril a maio, de julho a junho). Os Direitos e as Obrigações são classificados em grupos denomina- dos Circulante, quando os prazos esperados de realização dos Di- reitos e os prazos de exigibilidade das Obrigações, vençam no ano subsequente à data do Balanço Patrimonial. Os Direitos e as Obrigações são classificados nos grupos do Não Circulante, quando os prazos esperados de realização dos Direitos e os prazos de exigibilidade das Obrigações vençam após o término do exercício fiscal subsequente a data do Balanço Patrimonial. Os Bens compõem o Não Circulante, pois possuem característica permanente, são divididos nos grupos nomeados de Investimento, Imobilizado e Intangível. Veja esses elementos no quadro a seguir. License-86996-47566-0-6 CONTABILIDADE GERAL ATIVO PASSIVO Ativo Circulante (realizado em até 365 dias subsequentes da data do balanço) Ativo Não Circulante (realizado após 365 dias da data do balanço ou de caráter permanente) Realizável a Longo Prazo Investimento Imobilizado Intangível Passivo Circulante (exigido em até 365 dias subsequentes da data do balanço) Passivo Não Circulante (exigido após 365 dias da data do balanço) Patrimônio Líquido Capital Social Reservas Prejuízos líquidos Ativo O Ativo está agrupado em: Ativo Circulante O Circulante compõe-se de: disponível: recursos financeiros de disposição imediata, como moeda ou depósitos bancários; créditos: são as duplicatas a receber, os títulos de crédito, entre os outros direitos; estoques: são os valores que representam os produtos acabados, produtos em elaboração, matérias-primas, mercadorias, materiais de consumo, serviços em andamento; outros créditos: são créditos relacionados ou não às atividades fim da empresa; despesas antecipadas: são aplicações em gastos (custos ou despesas) que se realizarão no período subsequente à data do Balanço Patrimonial. Ativo Não Circulante Formado por: realizável a longo prazo: composto pelos direitos com prazo de realização subsequente a data do Balanço Patrimonial; investimento: participações em sociedades e Bens e Direitos que não relacionados as atividades fim da empresa; imobilizado: Bens e Direitos Tangíveis, destinados a realização das atividades fim da empresa; intangível: são Ativos não físicos, como Ágio por Expectativa de Rentabilidade Futura (goodwill). License-86996-47566-0-6 CONTABILIDADE GERAL Passivo Já o Passivo é constituído por: passivo circulante: obrigações como fornecedores, salários, aluguel, impostos, etc., com prazos de exigibilidade de até um ano subsequente a data do Balanço Patrimonial; passivo não circulante: são obrigações exigidas após exercício social subsequente a data do balanço patrimonial; patrimônio líquido: as contas que compõem o Patrimônio Líquido representam obrigações com os proprietários ou acionistas, são agrupadas em: • Capital Social: valores investidos pelos proprietários ou acionistas. • Reservas. • Prejuízos líquidos. License-222628-47574-0-8 CONTABILIDADE GERAL Fontes de financiamento (Origem) e fontes de investimento (Aplicação) A Estrutura do Capital não é constituída por dívidas de manutenção da atividade operacional, essas Obrigações são chamadas de Passivos de Funcionamento (fornecedores, salários etc.). O conceito Estrutura de Capital considera apenas dívidas que são passíveis de remuneração financeira (Juros), essas dívidas são formadas por empréstimos e financiamentos de curto e longo prazo, ou por aporte de capital pelos sócios ou acionistas. Mecanismo da determinação de débito e crédito Um dos símbolosda Contabilidade é a balança de libra, que representa o equilíbrio entre Ativo e Passivo (igualdade). A Contabilidade é a linguagem dos negócios. É um instrumento de medição para os resultados das empresas, analisa o desempenho dos negócios, norteando as tomadas de decisões. Antes de nos aprofundarmos na Estrutura de Capital de uma empresa, precisamos entender o mecanismo de débito e crédito. Para isto, é necessário que esqueçamos tudo o que sabemos sobre os conceitos débito e crédito. Provavelmente, você interprete débito como uma situação negativa, alguém devendo para alguém, entre outros, e crédito como uma situação positiva, ou seja, possuir crédito na praça, poder comprar a prazo etc. Exemplos de débito em Contabilidade: aquisição de direitos; cessação de obrigações; registro de uma despesa; entrada de bens materiais. Exemplos de crédito em Contabilidade: License-222628-47574-0-8 CONTABILIDADE GERAL aquisição de obrigações; cessação de direitos; registro de uma receita; saída de bens materiais. Podemos concluir que, em Contabilidade, débito e crédito são o oposto do que conhecemos. Clique na figura para assistir ao vídeo De acordo com o mecanismo apresentado, para garantimos a igualdade dos lados do Balanço Patrimonial (ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO), utiliza-se o Método das Partidas Dobradas, ou seja, cada débito corresponde a um crédito de igual valor. Esse método foi desenvolvido em 1494 pelo Frei Luca Pacioli, em seu tratado sobre Contabilidade. Para entendermos esse método, vamos imaginar a aquisição de uma matéria-prima totalmente a prazo. Ela é um Bem, License-222628-47574-0-8 CONTABILIDADE GERAL portanto, Ativo, como estamos aumentando o Ativo, será feito um débito na conta Estoque. A aquisição foi a prazo, o que indica que possuímos fornecedores a pagar, que é uma Obrigação, caracterizando um Passivo. Como estamos contraindo uma dívida, estamos aumentando o Passivo da empresa, portanto, será feito um crédito na conta Fornecedores. Vamos seguir no mesmo exemplo, mas imaginando que o pagamento da matéria-prima foi feito metade à vista e metade a prazo. A matéria-prima continua sendo um Bem, portanto, ocorre um débito no Ativo, na conta estoque. A aquisição foi metade à vista e metade a prazo. A parcela à vista é uma saída de dinheiro, o que reduz a conta Banco. Como esta conta é um Bem da empresa e estamos reduzindo, é feito um crédito nesta conta; a parcela a prazo, como explicado anteriormente, será creditada na conta Fornecedores. Decisões de Investimento e Decisões de Financiamento A Estrutura de Capital são as fontes de financiamento que a empresa utiliza nas decisões de investimento, ou seja, como a empresa financia suas atividades. Cada decisão financeira (de investimento ou de financiamento) deve ter como meta a maximização da riqueza da empresa, que é uma das principais funções dos gestores, como ilustra a imagem a seguir. License-222628-47574-0-8 CONTABILIDADE GERAL Fonte: Lightspring, Shutterstock, 2017. Essas decisões financeiras são conduzidas por duas variáveis: o Retorno e o Risco. Quanto maior o Risco nas decisões tomadas, maior o Retorno e, portanto, a análise e o planejamento financeiro são fundamentais para definir o risco que o sócio ou acionista está disposto a correr, para que seja definida a melhor Estrutura de Capital que maximize a riqueza. A análise e o planejamento financeiro devem passar por três etapas: 1 transformação dos dados financeiros provenientes das Demonstrações Contábeis em informações que possam ser utilizadas para orientar a posição financeira que a empresa irá adotar; 2 estimativa da necessidade de aumento ou redução da capacidade produtiva ou da prestação de serviço; 3 designação do tipo de financiamento incremental que deve ser realizado. License-222628-47574-0-8 CONTABILIDADE GERAL Essas etapas do planejamento financeiro passam por decisões estratégicas, táticas e operacionais. Os Demonstrativos Contábeis, principalmente o Balanço Patrimonial, ilustrado a seguir, e a Demonstração do Resultado do Exercício, são fontes de informações fundamentais para a constituição da análise e planejamento financeiro. Balanço Patrimonial Ativos Circulantes Recursos Temporários Ativos Não Circulantes Recursos Permanentes Fo nt es d e in ve st im en to Fontes de financiam ento Decisão de Investimento é como a empresa administra a estrutura de Ativo. As decisões de investimentos envolvem aplicações de recursos no Ativo, com o objetivo principal de maximizar o retorno do capital investido na empresa. Uma vez definida a composição dos Ativos, os gestores devem garantir o desempenho ótimo de cada Ativo Circulante. Em relação aos Ativos Permanentes, cabe ao gestor realizar estudos para identificar ativos permanentes que estão próximos à obsolescência e decidir quando e quais Ativos permanentes devem ser adquiridos. A determinação da melhor estrutura de Ativo para a empresa exige do gestor conhecimento sobre o histórico de operação da empresa e do planejamento das futuras decisões da empresa, envolvendo as metas e objetivos que deverão ser alcançados a longo prazo. Conforme a imagem a seguir, a empresa possui variadas fontes de financiamento, mudando nos aspectos prazo, forma de pagamento e juros. License-222628-47574-0-8 CONTABILIDADE GERAL Fonte: Miriam Doerr Martin Frommherz, Shutterstock, 2017. Decisão de financiamento é como a empresa administra sua estrutura financeira, ou seja, suas fontes de recursos. Para decidir a estrutura financeira da empresa, os gestores precisam: Decidir qual a melhor composição de financiamento, curto ou longo prazo, que a empresa deve manter, pois essa decisão impactará a lucratividade e a liquidez da empresa. Definir quais as fontes individuais de financiamento, de curto ou de longo prazo, são as melhores considerando as estratégias da empresa e custo de cada fonte de financiamento. Silva, falando sobre as decisões de financiamento faz alguns questionamentos: As decisões de financiamento referem-se à forma de como financiar os ativos, isto é, decorrem da estrutura de capitais que a empresa quer manter. Para cada unidade monetária de capital próprio, quanto a empresa quer manter de empréstimo? Qual o efeito da alavancagem, isto é, qual a melhoria nos resultados conseguidos pela empresa com o uso de recursos de terceiros? Quais os riscos que isto representa? License-222628-47574-0-8 CONTABILIDADE GERAL As decisões de financiamento envolvem o Risco Financeiro, que é o custo de captação do recurso e do custo do capital próprio, e Risco Econômico, que é o risco do impacto destas decisões no lucro operacional. Ao decidir a fonte de financiamento a ser usada na Estrutura de Capital, seja ela de terceiros (captação de recursos) ou própria (capital próprio), não se deve desconsiderar o impacto destas decisões na operacionalização da empresa. Determinar a Estrutura de Capital da empresa é definir o perfil da dívida. Os principais fatores considerados são o grau de aversão ao risco, liquidez x rentabilidade e endividamento. Veja a imagem a seguir: o aumento do retorno do investimento aumenta também o risco deste investimento. Fonte: Nokz, Shutterstock, 2017. (Adaptado). License-222628-47574-0-8 CONTABILIDADE GERAL Em sua acepção mais simples, o risco é a chance de perda financeira. Risco financeiro é a possibilidade de que a empresa não seja capaz de fazer frente a suas obrigações. As empresas são administradas por gestores, que são pessoas que têm comportamentos distintos, portanto, tomam decisões diferentes. Estes comportamentos diversos interferem no processo decisório de financiamento, que define o risco (probabilidade de perda em relação a resultados esperados) que o gestor está disposto a correr. Decisões de financiamento equivocadas podem afetar as decisões de investimentos e o lucro da empresa. Como mostra a figura a seguir,várias decisões que envolvem liquidez e rentabilidade impactam o fluxo de caixa da empresa. Fonte: Docstockmedia, Shutterstock, 2017. (Adaptado). Você sabe qual a Estrutura Ótima de Capital? A Estrutura Ótima de Capital é aquela na qual é possível ter lucros maiores com fontes de financiamento baratas, ou seja, com juros baixos. Quanto menor o custo do financiamento, maior o lucro que a empresa atingirá. License-222628-47574-0-8 CONTABILIDADE GERAL Partindo desta ideia, devem-se buscar de fontes de financiamento em capital de terceiros, a um custo menor que as fontes de financiamento com capital próprio. O custo deste financiamento (juros cobrados) depende da liquidez da empresa, da capacidade que a empresa tem de honrar todos os seus compromissos financeiros. Ao captar recursos externos visando uma maior rentabilidade, a empresa pode reduzir a liquidez, a redução da liquidez reduz a capacidade da empresa de conseguir recursos de terceiros, trazendo o dilema liquidez x rentabilidade. Quando a empresa capta recursos de terceiros, a dívida (valor aportado na empresa acrescido dos juros) será exigida independentemente da existência ou não do lucro. Chamamos isso Risco Financeiro, que é a possibilidade de a empresa não conseguir saldar suas obrigações no prazo determinado. As fontes de financiamento da empresa utilizam, para medir o risco de uma empresa não pagar suas dívidas, o grau de endividamento (relação percentual entre o total das fontes de capital de terceiros em relação ao total das fontes de capital próprio). O grau de endividamento demonstra a proporção em que os sócios ou acionistas estão financiando em relação ao capital de terceiros. Quanto mais investimento há no próprio negócio, mais confiança o financiador terá na empresa. Planejar a Estrutura de Capital da empresa garante a maximização da riqueza e se reflete em lucros operacionais crescentes. License-517031-39806-0-10 CONTABILIDADE GERAL Aplicações: bens tangíveis e intangíveis Você sabia que o Ativo é composto de bens e direitos? Os direitos são representados por valores a receber de terceiros. Os bens, que são o nosso tema de estudo, estão relacionados as coisas úteis que são necessárias para a continuidade da organização. Tais bens são classificados em tangíveis e intangíveis, podendo ser circulantes e não circulantes. Aplicações É preciso compreender que as aplicações dos recursos são compostas por bens e direitos, financiados pela sua origem (Passivo). E que no enfoque dos bens, em linha com a emissão dos pronunciamentos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), a abordagem alcança os pontos relevantes na contabilização desses ativos, bem como a metodologia dos seus cálculos e sua evidenciação nas demonstrações financeiras. As empresas, em suas operações, podem acumular vários bens, como: dinheiro, estoques, máquinas e equipamentos, imóveis, veículos, móveis e utensílios etc., chamados de bens corpóreos, classificados de bens tangíveis. Outros bens, chamados de bens não corpóreos, classificados de bens intangíveis, como: marcas, patentes, domínio de um site, etc., possuem o seu valor e metodologia para apuração e contabilização, os quais iremos aprofundar logo em seguida. Em sua estrutura, o Ativo elenca dois grupos: o Ativo Circulante e o Ativo Não Circulante, de acordo com Ribeiro, conforme veremos a seguir. As aplicações dos recursos no balanço aumentam o seu patrimônio em lançamentos em débitos e são reduzidos em créditos. License-517031-39806-0-10 CONTABILIDADE GERAL Ativo Circulante Não Circulante Bens Tangíveis ( destinado ao comércio) Direitos (até 12 meses) Direitos (acima 12 meses) Bens Tangíveis (não destinado ao comércio) Bens Intangíveis Bens tangíveis Como você deve ter percebido, de acordo com as explicações dadas anteriormente, bens tangíveis são coisas materiais. Aquelas que podemos tocar, pegar, movimentar ou não, e até mesmo transformar, no entanto, sua essência de coisa material ainda permanece. Os bens tangíveis podem se encaixar em dois grupos, no Ativo Circulante e no Não Circulante. No Ativo Circulante estão as operações com menos de um ano do seu ciclo operacional. As operações acima de um ano do seu ciclo operacional deverão ser classificadas no Ativo Não Circulante. Elencamos alguns dos subgrupos e suas contas patrimoniais, pertinentes, como exemplos: License-517031-39806-0-10 CONTABILIDADE GERAL Ativo Circulante – Disponibilidades Temos a movimentação do dinheiro nas contas patrimoniais denominadas: caixa, bancos, conta movimento e aplicações de liquidez imediata. Ativo Circulante – Estoques Neste subgrupo de contas, encontramos estoques para revenda, no caso das empresas que comercializam mercadorias de outros fornecedores, produtos ou bens, como por exemplo: uma concessionária de carros novos, ilustrada na figura a seguir, ou uma revendedora de carros usados. Fonte: Ritu Manoj Jethani, Shutterstock, 2017. Também temos estoques de produção para as empresas no segmento industrial, que incluem nas suas operações os bens como matéria-prima, produtos em processo de transformação e os produtos já com a sua industrialização terminadas, chamados de produtos acabados. Exemplo: pães, como mostra a imagem a seguir, veículos, máquinas, laticínios etc. License-517031-39806-0-10 CONTABILIDADE GERAL Fonte: Kheng Guan Toh, Shutterstock, 2017. O estoque também pode ser utilizado não somente para comercialização ou produção, como é o caso dos estoques para consumo da própria empresa, por exemplo, material de expediente, material de escritório, material de limpeza, ilustrado na figura a seguir, etc. Estes, geralmente, permanecem por muito pouco tempo em estoque, pois são para consumo imediato. Algumas empresas dispensam esse mecanismo de estoque, classificando- as diretamente como despesas. License-517031-39806-0-10 CONTABILIDADE GERAL Fonte: Tony Thiethoaly, Shutterstock, 2017. No Ativo Não Circulante estão os bens tangíveis, que estão classificados dentro desse grupo como Ativo Imobilizado. Vamos entender o seu conceito? Ativo Imobilizado Neste grupo estão relacionadas várias contas patrimoniais de natureza relativamente permanente, não relacionadas as vendas da empresa, e que em suas operações são chamadas de bens de uso da empresa. Esses bens são utilizados para gerar as operações pertinentes as atividades fins, visando alcançar os seus objetivos. Por que falamos que é de natureza relativamente permanente? Lançado esse desafio, oportunamente informamos que esses bens sofrem desgastes, com a vida útil limitada, tendo o seu valor zerado nas demonstrações contábeis das empresas. No tocante à sua natureza, já ajudando no desafio, são três pontos que definem o Ativo Imobilizado: License-517031-39806-0-10 CONTABILIDADE GERAL relativamente permanente, porque possui sua vida limitada, sofre desgaste, com exceção dos terrenos; não se destina à comercialização; possui participação operacional nos negócios da empresa. Imagine quais os tipos de bens operam em diferentes segmentos das empresas (industriais, serviços e comerciais) e a sua funcionalidade para as empresas. As empresas industriais, como ilustra a figura a seguir, possuem em seu parque industrial grande volume de máquinas e equipamentos, como exemplo podemos citar as indústrias de manufaturas, tecelagens, automotivas, etc. para gerar produção de suas atividades-fim. Fonte: Kalabi Yau, Shutterstock, 2017. As empresas de serviços não produzem e nem comercializam produtos, sua captação de receita está em seus serviços, assim como, por exemplo, empresas de consultoria contábil, auditorias, empresas de telemarketing, que canalizam o seu foco no atendimento e, para garantir ao cliente o melhor conforto, possuem equipamentos e bens móveis, como mesas, cadeiras, computadores de última geração etc., como mostra a figura a seguir. License-517031-39806-0-10 CONTABILIDADEGERAL Fonte: ESB Professional, Shutterstock, 2017. Nas empresas comerciais, por possuírem grande movimentação, além de circulação de muitas mercadorias, seu ativo imobilizado se diversifica ainda mais, podendo conter móveis e utensílios, imóveis, veículos para compor a área de distribuição e logística, inclusive galpões para armazenamento. Essa situação está ilustrada na próxima imagem. Fonte: Dmitry Kalinovsky, Shutterstock, 2017. License-517031-39806-0-10 CONTABILIDADE GERAL No tocante a esses bens tangíveis, são classificados dentro do Ativo Imobilizado, nos seguintes grupos de contas patrimoniais e suas formas de desgastes, até o fim da sua vida útil. Eis alguns exemplos: depreciação (edifícios, equipamentos, móveis e utensílios) e exaustão (reservas minerais, reservas florestais). O desgaste dos bens corresponde à vida útil, ou seja, o estado provisório de funcionamento do bem no tocante a sua funcionalidade ou a sua produtividade, tanto na linha de produção, gerando custos, como na administração, gerando despesas, até zerar o seu valor por completo. Agora que você já sabe o conceito de vida útil, vamos aprender a calcular a depreciação? Há várias formas de depreciar um bem, vejamos a tabela sugerida pela Receita Federal, conforme o Regulamento do Imposto de Renda RIR/1999. BENS VIDA ÚTIL TAXA Computadores 5 anos 20% a.a Imóveis (exceto terrenos) 25 anos 4% a.a Instalações 10 anos 10% a.a Móveis e utensílios 10 anos 10% a.a Veículos 5 anos 20% a.a O cálculo da depreciação geralmente é feito mensalmente, aplicando 1/12 da taxa sugerida anual, conforme a tabela apresentada. Como iremos aprofundar esse assunto nos capítulos posteriores, segue a fórmula mais utilizada para a depreciação mensal, conhecida como depreciação linear. Fórmula: ( )Taxa do Bem valor do bem = quota de depreciação anual 100 Taxa do Bem valor do bem×Taxa do Bem valor do bem quota de depreciação anual Depreciação mensal = 12 License-517031-39806-0-10 CONTABILIDADE GERAL Exemplo: aquisição de um veículo em 31 de janeiro de X1 por R$ 40.000, cálculo anual, base tabela do RIR/99. ( )20 R$40.000Depreciação anual = R$8.000(Depreciação anual = R$8.000( )Depreciação anual = R$8.000)Depreciação anual = R$8.00020 R$40.000Depreciação anual = R$8.00020 R$40.000 100 Depreciação anual = R$8.000 100 Depreciação anual = R$8.000 20 R$40.000×20 R$40.000 Depreciação anual = R$8.000=Depreciação anual = R$8.000 Há outras formas de se calcular a depreciação, com base na produtividade e que são muito utilizadas na indústria, como exemplos: horas trabalhadas, quantidade de unidades produzidas, taxas variáveis etc. Bens Intangíveis Neste grupo do Ativo, como falamos na introdução, são bens incorpóreos que não podemos pegar ou tocar, sendo considerado como Ativo Não Monetário, identificável sem substância física. São alguns exemplos de Ativos Intangíveis: nome de produtos, direitos de autorias, goodwill, patentes, custos de desenvolvimento de software, custos de pesquisas e desenvolvimentos, e franquias. Importante informar que não se confundem os gastos administrativos para a documentação de uma marca e patente num processo jurídico, como Ativo Intangível, logo, deve haver benefício direto, desconsiderando tudo aquilo que serve apenas para suporte de sua existência. Elementos físicos, como um disco de software ou documentos legais pertinentes a licença, podem estar inclusos nos Ativos Intangíveis. Quando houver dúvidas sobre se o Ativo possui elementos Intangíveis ou Tangíveis, deve-se sempre consultar os CPCs 27 e 04 e ver o elemento mais significativo. License-517031-39806-0-10 CONTABILIDADE GERAL Outro fato relevante, nem todos os gastos são custos do Ativo, por exemplo: custos com propaganda e promoções, agregados ao produto ou serviço; atividades de deslocamento, incluindo os custos de capacitação para atendimento aos novos clientes. Gastos indiretos e demais gastos administrativos; O goodwill, conhecido como fundo de comércio, é o valor pago a mais, acima do valor justo, em uma negociação de compra de uma empresa ou a sua parte, denominado ágio. Na verdade, é o valor agregado, fruto da imagem da empresa, sua reputação no mercado, construída pelo seu histórico, participação no mercado, tamanho e tempo de existência. Se os bens Tangíveis podem sofrer desgastes, o Intangível também pode? Sim, como também possuem vida útil. Os CPCs elencaram alguns aspectos relevantes para a mensuração desse desgaste: Conforme a previsão de uma empresa, deve ser analisado se o Ativo poderá ser aproveitado em atividades de outros profissionais administrativos. A análise das informações no tocante ao ciclo de desgaste dos Ativos e o tempo restante de sua durabilidade. Se está ultrapassado pelo avanço tecnológico ou por questões de comercialização e demais situações pertinentes. Observar as demandas da produção do mercado atuante e a seu comportamento no tocante à estabilidade comercial. Agressividade da concorrência e suas ações influentes. O custo x benefício entre os gastos para manter a operação do ativo e seus efeitos futuros. Questões contratuais para gestão sobre o cronograma de utilização de locações e arrendamentos. Se o ativo é dependente de demais ativos para manter-se em operação no tocante ao tempo de utilização. License-517031-39806-0-10 CONTABILIDADE GERAL License-233352-37908-0-7 CONTABILIDADE GERAL Obrigações: dívidas de curto e longo prazo No universo contábil, quando são assinados contratos, sendo dívidas ou obrigações, e seus vencimentos são em até 12 meses, são consideradas de curto prazo, por isso são classificadas em Passivo Circulante. Os mesmos contratos, quando ultrapassam o período de 12 meses, são classificados de Passivo Não Circulante. Como vimos acima, de acordo com Ribeiro, podemos resumir que Capital de Terceiros é igual a Obrigações. Estrutura das dívidas para fins contábeis No Balanço Patrimonial, no Passivo, temos Contas a Pagar com os credores. Esses credores podem ser o governo, instituições financeiras, fornecedores ou funcionários da empresa. Nesta linha, entendemos que a empresa está se beneficiando com recursos de terceiros, não oriundos dos sócios. Imagine você que uma empresa industrial no segmento editorial adquire 50.000 unidades de matérias-primas, incluindo papel, tintas etc., para produzir livros em suas gráficas. O prazo médio de produção é de 25 dias decorridos, para que os produtos estejam disponíveis para venda. Sabendo-se que a área de produção, em parceria com a área financeira, negociou um prazo de pagamentos para 90 dias decorridos, observe que a empresa está se beneficiando das vendas antes mesmo de pagar os seus fornecedores. Na verdade, é justamente a origem do capital de terceiros, decorrentes da captação de matérias-primas ou insumos, que vai alavancar o giro de capital da empresa. Há outras situações, nas quais os prazos, às vezes, são muitos desproporcionais às vendas, por exemplo, empresas que estão começando, as startups, que não têm tanto poder de negociação na questão dos prazos mais longos. Quando elas não disponibilizam de recursos próprios, são obrigadas a captarem recursos dos bancos, onde o custo do capital (juros e correção) geralmente é repassado para o produto, deixando a empresa menos competitiva. License-233352-37908-0-7 CONTABILIDADE GERAL Startups são empresas que estão começando a comercializar seus produtos, geralmente possuem uma estrutura pequena e foram recém- criadas. Viu como o prazo é fundamental para os balanços das empresas? A seguir, veremos as questões do curto e longo prazo. Dívidas de curto prazo Indo direto ao ponto, podemos elencar vários exemplos seguindo a estrutura de contas patrimoniais, dentro do grupo do Passivo Circulante. Exemplos: fornecedores, empréstimos e financiamentos, obrigações tributárias, obrigações trabalhistas e previdenciárias e demais obrigações a pagar. Este grupode contas corresponde ao giro de pagamentos das empresas, e seu ciclo financeiro influencia diretamente a necessidade de capital de giro da empresa. • Fornecedores: são pessoas jurídicas (empresas) ou pessoas físicas. Geralmente estão ligadas ao fornecimento de produtos pertinentes aos negócios-fim, atrelados ao custo, sejam eles comerciais, indústrias ou de serviços. Há de se observar, no processo de obrigações, que cada fornecedor emite, por questões da legislação fiscal, notas fiscais ou recibos, ilustrados na imagem a seguir, dependendo da transação, para evidenciar o compromisso de pagamento e entrega dos produtos ou serviços. Neste caso, estamos nos referindo a vencimentos de notas com prazo inferior a 360 dias decorridos. Geralmente, dentro das empresas, a área que cuida dessas negociações são de: compras, suprimentos ou área comercial, dependendo do ramo de atividade. License-233352-37908-0-7 CONTABILIDADE GERAL Fonte: Pixsooz, Shutterstock, 2017. As empresas no setor industrial podem possuir vários contratos, desde o fornecimento de matérias-primas a produtos acabados, para compor a linha de produção. Cabe ressaltar que os prazos de pagamentos, obrigações, podem se estender um pouco mais, devido ao processo de produção, dando maior poder de negociação junto ao volume e valores acordados. No segmento comercial, vamos supor que uma distribuidora farmacêutica, exemplificada na imagem a seguir, prevendo aumento de preços nos medicamentos ou a realização de campanhas para as vendas, realize grande volume de compras. Isso, possivelmente aumentará os seus ganhos e dilatará os seus prazos de vencimentos, podendo até ser superior a 360 dias, assim, sua classificação no tocante as suas obrigações seria no grupo do Passivo Não Circulante. License-233352-37908-0-7 CONTABILIDADE GERAL Fonte: James Steidl, Shutterstock, 2017. Também, no tocante aos serviços, podem ser de empresas de terceirização de mão de obra. Exemplos: serviços de limpeza predial, lavagem de veículos, consultorias, empresas de terceirização de contabilidade etc. Suas obrigações, no tocante aos vencimentos contratuais são inferiores a 30 dias decorridos da emissão da nota fiscal, em média 10 dias decorridos. • Empréstimos e financiamentos: neste grupo de Contas Patrimoniais, os empréstimos são registrados através de contratos ligados à manutenção do chamado Capital de Giro da empresa, onde os credores dessas obrigações geralmente são os bancos, que cobram juros, correção e multas, sobre o valor principal acordado. Sua forma de cobrança perante as empresas pode ser através da emissão de faturas ou, simplesmente, previstos nos contratos, débitos em contas bancários em períodos acordados, geralmente, mensais. No tocante aos financiamentos, como os hipotecários, demonstrado na imagem a seguir, servem como instrumento de aquisição de bens, como veículos, máquinas e imóveis. Em geral, eles alimentam o Ativo Imobilizado das empresas. License-233352-37908-0-7 CONTABILIDADE GERAL Fonte: Maxx-Studio, Shutterstock, 2017. • Obrigações tributárias: no Brasil, há uma diversidade de impostos a serem pagos junto ao governo, são eles: Federal (PIS/ COFINS, IRPJ - Imposto de Renda Pessoa Jurídica, CSLL - Contribuição Social Sobre o Lucro, IPI – imposto sobre produtos importados e outros), Estadual (ICMS e outros) e Municipal (ISS, ITBI e outros). Para essas Obrigações, os instrumentos de cobranças do governo junto às empresas variam muito. Veja os exemplos: DARF, DARJ, carnê do IPTU e outros. Na imagem a seguir, temos um exemplo de arquivo para agendamento de pagamento de tais Obrigações. License-233352-37908-0-7 CONTABILIDADE GERAL Fonte: Gunnar Pippel, Shutterstock, 2017. (Adaptado). • Trabalhistas e previdenciárias: neste grupo, encontramos a movimentação de Obrigações referentes ao quadro de funcionários das empresas, ilustrados na imagem a seguir, como folha de pagamentos, benefícios concedidos a empregados (assistência médica, cartão refeição ou alimentação, previdência privada e outros), encargos sociais (INSS e FGTS), uniformes etc. Por ser uma conta muito complexa, envolve várias formas de cobranças, como notas fiscais, faturas, boletos etc. Fonte: Phovoir, Shutterstock, 2017. License-233352-37908-0-7 CONTABILIDADE GERAL • Outras Obrigações: são direcionadas às operações com terceiros que divergem dos grupos patrimoniais que explicamos até aqui. Exemplos: pagamentos por danos morais e material de clientes decididos pela justiça, como ilustra a imagem a seguir, aluguel a pagar etc. Fonte: Zvonimir Atletic, Shutterstock, 2017. Já que entendemos que as dívidas de curto prazo são compostas por capital de terceiros com vencimentos inferior a 12 meses, vamos entender sobre as dívidas de longo prazo? Veja a seguir. License-233352-37908-0-7 CONTABILIDADE GERAL Dívidas de longo prazo Agora, que você já sabe a composição das dívidas de curto prazo, vamos conhecer as de longo prazo? Então, reflita se você conhece alguém, ou você mesmo(a), que tenha feito financiamento de imóvel com prazo maior de 12 meses. Observe que o efeito financeiro permanece, porém podem estar embutidos juros maiores nas parcelas conforme o prazo. Na prática, o que realmente muda para as empresas é o processo de contabilização neste grupo. Em regra geral, estão alocadas nas contas patrimoniais do grupo do Passivo Não Circulante, compostas pelas mesmas operações classificadas no Passivo Circulante, porém com vencimentos acima de 360 dias decorridos. Sua estrutura, no Balanço Patrimonial, geralmente compõe financiamentos, Debêntures e outras Obrigações a longo prazo. Em relação aos financiamentos, eles vão se revezando entre o curto e o longo prazo, conforme o cronograma contratual de pagamentos e suas liquidações. Geralmente, nas empresas, recomenda-se um alto controle nesse processo, e as áreas de tesouraria e contabilidade precisam estar muito alinhadas e seus sistemas integrados bem parametrizados. Podemos citar como exemplos os financiamentos junto ao BNDES para projetos de geração de energia solar. As Debêntures são papéis negociados (títulos), emitidos pelas empresas com o objetivo de captar recursos. A diferença mais relevante em relação aos financiamentos comuns são os altos juros pagos, para ser atrativo ao credor e podendo converter em participação nos lucros das empresas. As outras Obrigações a longo prazo são títulos a pagar, geralmente pedidos junto aos fornecedores solicitados com muita antecedência, muito comuns na indústria, visando a um custo unitário menor, decorrente de um planejamento bem elaborado pela área de produção em parceria com a controladoria. License-233352-39808-0-4 CONTABILIDADE GERAL Obrigações: com terceiros ou Capital Próprio As Obrigações com terceiros, também chamadas de Capital de Terceiros, são as origens que provêm, como o nome já informa, de terceiros. E quem seriam esses terceiros? Entidades que não possuem vínculo societário com a empresa, que podem ser provedores de serviços, fornecedores, parceiros comerciais ou estabelecimentos bancários. Neste caso, as Obrigações podem estar dentro do longo e curto prazo, mas não se encontram no Patrimônio Líquido, como é o caso do Capital Próprio (Capital Social), que veremos mais adiante. Obrigações = Passivo exigível Capital de Terceiros: - Curto Prazo = Circulante - Longo Prazo = Não Circulante Capital Próprio : - Patrimônio Líquido = Dívidas com sócios Podemos também chamar as Obrigações com terceiros de Passivo Exigível, o qual, dependendo do seu ciclo operacional, estará no Passivo Circulante ou Não Circulante. As operações no Passivo irão gerar um desembolso futuro. License-233352-39808-0-4 CONTABILIDADE GERAL Capital Social Reservas Reservas de Lucros Reservas de Capital Prejuízos Acumulados Patrimônio Líquido O Capital Próprio configura o Patrimônio Líquido das empresas em geral, que possui subgrupos:Capital Social, Reservas e Lucros ou Prejuízos Acumulados, de acordo com Ribeiro. Capital Social Você sabia que as empresas podem ter o seu capital social negociado em bolsa de valores? No Brasil, podemos citar a Bovespa. Vamos entender. As empresas podem possuir uma estrutura de Capital Social dividida em quotas ou ações. Neste âmbito, as empresas denominadas “Ltda.”, sociedade limitada, possuem os valores aplicados nas sociedades pelos sócios divididos em “quotas”, as quais podem ser negociadas, conforme previsão em seu contrato social. Já as empresas denominadas “S/A”, sociedades por ações, têm capital dividido por ações, podendo ser de Capital Aberto ou Capital Fechado. Quando o Capital é Aberto, as empresas, conforme previsão em seu estatuto social, são negociadas em bolsa de valores, no entanto, as empresas de Capital Fechado não negociam suas ações em bolsa, seguindo seus critérios internos, também estabelecidos em seu estatuto social. License-233352-39808-0-4 CONTABILIDADE GERAL Uma empresa Ltda. ou S/A de Capital Fechado poderá abrir o seu capital, processo conhecido como IPO, que significa, em inglês, Initial Public Offering. Clique na figura para assistir ao vídeo O processo de formação do Capital Social será composto no momento da sua subscrição, subtraído pelas parcelas não realizadas pelos sócios. Vale informar que a nomenclatura dessas contas pode variar conforme sua formação acionária, como por exemplo: acionistas a realizar para as empresas S/A e quotas a realizar, quando as empresas forem Ltda. Reservas São ferramentas contábeis, representadas por contas patrimoniais com o objetivo de assegurar a integridade do Capital Social, com alcance no âmbito dos investimentos pelos recursos próprios, inclusive nas compensações de prejuízos e no aumento do capital. License-233352-39808-0-4 CONTABILIDADE GERAL As Reservas se dividem eu dois grupos, são eles: Reservas de Lucros e Reservas de Capital. Reservas de Lucros são contas patrimoniais formadas pela apropriação do Lucro Líquido do exercício da empresa, com a finalidade de garantir valores para ser utilizado em algum momento oportuno, evitando que sejam utilizados pelos sócios das empresas respectivas, conforme veremos a seguir. Reserva Legal: conforme artigo 193 da lei nº 6.404/76, são reservados 5% do Lucro Líquido do exercício, não podendo exceder a 20% do Capital Social. Seu objetivo é garantir a integridade do capital, onde somente poderá ser utilizada para compensar prejuízo ou aumentar o capital. Reserva Estatutária: como o nome já informa, provém do estatuto da empresa, desde que informe de modo preciso e completo a sua finalidade, fixe critérios para estabelecer as parcelas anuais de sua constituição. Reserva para Contingências: seu objeto é bem claro, destinado a contingências, e a assembleia geral determina valores oriundos do lucro líquido a serem compensados nos exercícios posteriores. Geralmente, essas reservas são habituais, muito comuns no segmento agrícola, afim de evitar maiores danos com fenômenos naturais (geadas, inundações, vendavais, secas, el niño etc.). Reserva de Lucros para Expansão: podemos observar que são valores destinados à expansão, para prover investimento para aumentar alcance dos negócios da empresa, conforme orçamento do projeto. Reserva de Lucros a Realizar: trata-se de uma reserva facultativa. Pode ser realizada sempre que o lucro líquido for menor em seu montante, frente aos dividendos, inclusive Imposto de Renda, porém é obrigatória para cobrir os pagamentos dos dividendos. Reserva de Incentivos Fiscais: é destinada para uma reserva específica fonte de doações etc., inclusa no Lucro Líquido, podendo ser excluída da base de cálculo para pagamentos de dividendos. Reserva de Capital: é fonte de receitas, cujos valores foram obtidos em operações não habituais da empresa. Exemplos: a correção monetária do capital realizado, o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição, o prêmio recebido na emissão de Debêntures, e as doações e as subvenções para Investimentos. License-233352-39808-0-4 CONTABILIDADE GERAL Lucros ou Prejuízos Acumulados São valores oriundos do Lucro Líquido do exercício transferidos das Demonstrações dos Resultados do Exercício (DRE) anualmente, que veremos em unidades posteriores. Cabe informar que, para as empresas regidas de Ltda. de grande porte e as sociedades por ações, não existem lucros acumulados por não especificar o seu destino, conforme o artigo 178 da Lei 11.638/07. Patrimônio Líquido: Capital Social, Reservas de Capital, Ajustes de Avaliação Patrimonial, Reservas de Lucros, Ações em Tesouraria e Prejuízos Acumulados. Embora as empresas regidas pela Sociedade por Ações não incluam lucros acumulados, esta conta existe no plano de contas das empresas, e aparece, como veremos nos próximos capítulos, nas demonstrações financeiras, DLPA, que significa: Demonstrações dos Lucros e Prejuízos Acumulados, que evidencia muito bem toda a movimentação na conta patrimonial dos Lucros Acumulados. Outra demonstração envolvendo o Patrimônio Líquido, porém mais complexa, poderá substituir a DLPA, pois envolve todas as suas contas patrimoniais: é a DMPL (Demonstrações das Mutações do Patrimônio Líquido). Não é obrigatória, mas é muito útil para compor as Demonstrações de Fluxos de Caixa (DFC). License-311854-39810-0-6 CONTABILIDADE GERAL Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado e Demonstração do Re- sultado Abrangente Todas as Demonstrações Contábeis possuem uma finalidade e representam uma situação específica relacionada ao patrimônio. Para cada objetivo, devemos escolher quais os indicadores que queremos consultar. Você perceberá ao longo desta unidade que todos os conhecimentos absorvidos nos capítulos anteriores serão aplicados na composição desses demonstrativos. Vamos começar pelo Balanço Patrimonial e as Demonstrações de Resultados, do Exercício e abrangente, conhecendo suas estruturas e características. Balanço Patrimonial O Balanço é uma das demonstrações mais importantes, pois dele deriva as demais Demonstrações Contábeis. Ele abrange todo patrimônio! Segundo Ribeiro, “[...] o Balanço Patrimonial é a demonstração financeira que evidencia, resumidamente, o patrimônio da entidade, quantitativa e qualitativamente”. A disposição do balanço obedece uma ordem de agrupamento que facilita a análise da situação financeira da entidade. Se dividem em contas de Ativo e Passivo e são ordenadas por grau de liquidez. Estrutura do balanço patrimonial: License-311854-39810-0-6 CONTABILIDADE GERAL B e n s e D ir e it o s Ativo Passivo+ Patrimônio Líquido O b rig a çõ e s Ativo circulante Passivo circulante Caixa Fornecedores Banco Empréstimos e financiamentos Aplicações financeiras Obrigações tributárias Contas a receber Provisões Estoques Encargos Despesas antecipadas Obrigações trabalhistas Ativo não circulante Passivo não circulante Realizável a longo prazo Patrimônio Líquido Investimento Capital Social Imobilizado Reservas de Capital Intangível Ajustes de reavaliação patrimonial Reservas de lucro Ações de tesouraria Prejuízos acumulados Total do ativo Total do passivo + Patrimônio Líquido Você sabia que o Balanço é uma estrutura estática? Ao pé da letra estamos falando de uma estrutura parada. Exatamente! O Balanço Patrimonial apresenta um retrato da situação patrimonial em um dado momento, ou seja, é uma estrutura que evidencia em uma determinada data a situação do patrimônio de uma organização. De posse desse relatório é possível verificar o que foi investido, quais as aplicações da entidade, quem financiou tais aplicações, o quanto é capital próprio ou de capital de terceiros. Podemos analisar, por exemplo, a natureza e quais são os Ativos da empresa, quais são as obrigações da entidade, o perfil do Passivo, entre outros aspectos. License-311854-39810-0-6 CONTABILIDADEGERAL No Balanço, as contas de Ativo são separadas em Circulante, que são os valores disponíveis e os valores realizáveis a curto prazo e o Não Circulante, que são valores realizáveis a longo prazo, ou seja, superiores a 12 meses, os valores dos investimentos, os valores do imobilizado e do intangível. No Passivo, encontramos os dois grupos, representados pelo exigível a curto prazo e o exigível a longo prazo e mais o Patrimônio Líquido. ATIVO BENS E DIREITOS PASSIVO BALANÇO PATRIMONIAL OBRIGAÇÕES PATRIMÔNIO LÍQUIDO O saldo devedor deve ser igual ao saldo credor. No Ativo estão classificados os bens e direitos, compondo as aplicações de recursos e no passivo estão classificadas as obrigações, expressando a origem dos recursos. Uma observação importante: o Balanço reúne todas as Contas Patrimoniais. Não se esqueça! DRE – Demonstração do Resultado do Exercício Você sabia que na DRE podemos visualizar se a empresa teve lucro ou prejuízo no exercício? Então, saiba que a principal função da DRE é demonstrar o fluxo econômico da organização, evidenciando o resultado do exercício, através do confronto entre as receitas e despesas ocorridas no período. Segundo Ribeiro, “[...] essa demonstração evidencia o resultado que a empresa obteve (lucro ou prejuízo) License-311854-39810-0-6 CONTABILIDADE GERAL no desenvolvimento de suas atividades durante um determinado período, geralmente igual a um ano”. Para elaboração desta demonstração, você deve organizar a estrutura mostrando o resultado operacional, o resultado antes dos impostos e o lucro líquido do exercício. O que diferencia custo, despesa e investimentos? Clique na figura para assistir ao vídeo Podemos afirmar que os custos estão diretamente ligados com a produção do bem ou serviço, as despesas estão associadas diretamente a parte administrativa e os investimentos são recursos investidos para melhorias e benefícios da empresa. License-311854-39810-0-6 CONTABILIDADE GERAL Essa é a estrutura base da DRE: Demonstração do Resultado do Exercício Receita bruta (-) Deduções Receita líquida (-) CMV Lucro bruto Despesas com vendas Despesas administrativas Despesas financeiras líquidas Outras receitas/despesas Resultado antes do IR e CSLL (-) IRPJ (-) CSLL Lucro líquido do exercício Não se esqueça que aqui reunimos todas as contas de resultado: Receitas, Despesas e Custos. Em resumo, esta é uma demonstração que tem como finalidade principal apresentar o resultado líquido do periodo, que pode ser lucro ou prejuízo. Vejamos no próximo tópico a demonstração dos resultados abrangentes que também é uma demonstração obrigatória, ainda que não seja prevista pela lei nº 6.404/76. Esta demonstração foi instituída pela resolução CFC nº 1.185/09 e pelo CPC 26, onde apresenta o desempenho da entidade, em transações que não estão diretamente ligadas aos sócios, enquanto proprietários, provocando mutações no PL da entidade. License-311854-39810-0-6 CONTABILIDADE GERAL DRA – Demonstração do Resultado Abrangente Você sabia que a DRA também apresenta na sua estrutura receitas e despesas que não são ou que não foram reconhecidas na DRE, embora já estejam registradas no Ativo ou no Passivo? Esta demonstração apresenta as receitas e despesas que ainda não foram reconhecidas, mas que podem alterar o Patrimônio Líquido. Tem como base a DRE, incluindo outros resultados abrangentes e resultados abrangentes de empresas investidas. O Conselho Federal da Contabilidade (2015), na NBC TG 26, determina que essa demonstração pode ser apresentada em relatório próprio ou dentro da DMPL – Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido. Segundo a NBC TG 26 R4, a Demonstração do Resultado e outros resultados abrangentes (Demonstração do Resultado Abrangente) devem apresentar também: O total do resultado (do período); Total de outros resultados abrangentes; Resultado abrangente do período, sendo o total do resultado e de outros resultados abrangentes. Uma observação: caso a entidade decida apresentar a DRE separada da DRA, ela não deverá incluir a DRE na estrutura da DRA. Vale lembrar também que outros resultados abrangentes devem apresentar rubricas para valores de outros resultados abrangentes no período, classificadas por natureza (incluindo a parcela de outros resultados abrangentes de coligadas e empreendimentos controlados em conjunto contabilizada utilizando o método da equivalência patrimonial) e agrupadas naquelas que, de acordo com outros pronunciamentos do CPC: License-311854-39810-0-6 CONTABILIDADE GERAL Não serão reclassificadas subsequentemente para o resultado do período; Serão reclassificadas subsequentemente para o resultado do período quando condições específicas forem atendidas. (Alterado pela Revisão CPC 3) (COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, 2010). DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE (=) Resultado Líquido do Período X1 X2 (=/-) Outros Resultados Abrangentes Variação de Reserva de Reavaliação Ganhos/Perdas em Planos de Previdência Complementar ou Conversão das Demonstrações Contábeis p/ Exterior Ajuste de Avaliação Patrimonial (=/-) Resultados Abrangentes de Empresas Investidas (=) Resultado Abrangente No Resultado Abrangente, vamos encontrar variações futuras que já foram lançados no Ativo ou no Passivo, entretanto, as mesmas ainda não impactaram o resultado do exercício. Podemos exemplificar a DRA, a partir da conta de a juste patrimonial, que de acordo com o CPC 26, as mudanças no Ativo e no Passivo devem ser informadas no Lucro Abrangente, a partir do valor justo, observando o princípio da competência, que não permite não registro na DRE (COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, 2011). Essa possibilidade de registro garante uma maior transparência em relação aos resultados econômicos da empresa. Em resumo, a organização deve apresentar todas as contas de receitas e despesas, distribuídas nas duas Demonstrações, do Resultado e da Abrangência do período, sendo que a última, evidencia principalmente os ajustes realizados no PL, para fins de conhecimento sobre o capital próprio da entidade. Importante destacar que existe a possibilidade de apresentar a DRA como parte da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido - DMPL, haja vista que a mesma demonstra a renovação ocorrida no capital próprio que foram renovadas a partir do Patrimônio Líquido. License-311854-39812-0-4 CONTABILIDADE GERAL Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido e Demonstração do Valor Adicionado Daremos continuidade neste tópico a duas demonstrações que guardam em suas finalidades dois importantes aspectos, o fluxo da movimentação das contas do Patrimônio Líquido, constituindo a DMPL, Demonstração do Patrimônio Líquido, e o processo de formação de riqueza da entidade e sua distribuição, a partir da DVA, Demonstração do Valor Adicionado. DMPL – Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido O que você compreende por mutações do Patrimônio Líquido? Se você pensou em modificações que alteram o patrimônio, acertou! Mas o patrimônio de quem? Da entidade e de terceiros, mais precisamente. Este relatório contábil tem por finalidade evidenciar as variações ocorridas nas contas que compõem o Patrimônio Líquido em determinado período. A DMPL é um relatório contábil que visa evidenciar as variações ocorridas em todas as contas que compõe o Patrimônio Líquido em determinado período. Vamos relembrar quais são as contas que compõem o Patrimônio Líquido? Capital social Reservas de capital Ajustes de avaliação patrimonial Reservas de lucro Ações em tesouraria Lucros ou prejuízos acumulados License-311854-39812-0-4 CONTABILIDADE GERAL Não existe um modelo obrigatório, mas as empresas geralmente elaboram uma tabela com colunas, sendo destinada cada coluna para cada conta do Patrimônio Líquido. Observe o modelo a seguir: DESCRIÇÃO CAPITAL RESERVAS LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS TOTAL Subscrito A RealizarRealizado Capital Lucros Saldos iniciais Ajustes de exercícios ant. Aumentos de capital Reversões de Reservas Lucro Líquido do Exercício Destinações do lucro • Reservas • Dividendos Saldo em 31/12 atual Importante destacar que, com base no CPC 26, deve-se acrescentar mais três colunas ao demonstrativo, incluindo as contas: outros resultados abrangentes, patrimônio líquido dos sócios da companhia e participação dos acionistas não controladores no PL da controlada (COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, 2011). Esta demonstração apresenta a movimentação ocorrida no capital próprio, durante o exercício social, e desta forma, contribui para o gestor ter uma visão ampliada sobre como os recursos da entidade foram aplicados ao longo do exercício. License-311854-39812-0-4 CONTABILIDADE GERAL Podemos citar alguns itens que influenciam na variação patrimonial como: Acréscimos pelo lucro ou redução pelo prejuízo dos exercícios, redução por dividendos, acréscimo ou redução por ajustes de exercícios anteriores, a juste de avaliação patrimonial, entre outros. A partir da DMPL, você pode compreender se o seu patrimônio está aumentando ou diminuindo, por isso as informações constantes nesse demonstrativo complementam o Balanço Patrimonial. Esta demonstração tornou-se obrigatória a partir da resolução nº 1.185/09, publicada pelo Conselho Federal de Contabilidade (2009a). Outra informação relevante é que ela foi considerada como substituta da Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados, que por sua vez, teve seus dados incorporados a DMPL. DMPL e DLPA Você sabia que a DMPL, Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, substitui a DLPA, Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados? Com a incorporação da lei 11.941/09, foi instituído que no balanço das empresas S.A.s não deverá mais constar a rubrica de lucros acumulados, onde a mesma não deverá apresentar resultado positivo, associado a lucros acumulados, embora continue sendo obrigatória sua elaboração. Por outro lado, de acordo com o §2º do art. 186, da Lei 6.404/76, lei das S.A., modificada parcialmente pela Lei nº 11.638/2007, a entidade pode optar por elaborar a DMPL ou a DLPA, apontando o total dos ganhos, derivados pelo capital social, podendo inclui- la na DMPL, caso seja elaborada e publicada pela entidade. Esta regra não abrange as companhias de capital aberto, que continuam obrigadas a elaborar a DMPL. License-311854-39812-0-4 CONTABILIDADE GERAL A DLPA limita-se a demonstrar apenas o resultado e as alterações do lucro ou prejuízos acumulados da entidade, enquanto que a DMPL se apresenta como uma demonstração mais completa e abrangente por trazer uma análise detalhada de todo Patrimônio Líquido, incluindo o resultado do período. Apesar dessa não obrigatoriedade, deve-se atentar para Resolução CFC n. 1.255/2009, que permite a apresentação da DLPA no lugar da DRA e DMPL, se as alterações no PL da empresa, tiverem origem: do resultado, de pagamento de dividendos ou de outra forma de distribuição de lucros, correção de erros de períodos anteriores e de mudanças de políticas contábeis (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2009b). Desta forma, é importante ter conhecimento de todas as situações onde uma ou outra, ou as duas demonstrações, serão exigidas. DVA – Demonstração do Valor Adicionado Essa demonstração financeira foi implantada, também, a partir da lei 11.638/07, com a convergência das normas brasileiras às internacionais, sendo obrigatória, para as companhias abertas, a sua elaboração a partir do exercício encerrado a partir de 01/01/08, embora sua elaboração seja útil as outras modalidades de empresas. É regulamentada pelo CPC 9. Você precisa compreender que a DVA tem por finalidade expressar a riqueza produzida pela empresa e a forma como será distribuída, com quem contribuiu para sua composição, ou seja, entre empregados, acionistas, governo e etc. Para sua elaboração, as informações são extraídas da DRE e do Balanço Patrimonial. Dessa forma, podemos concluir que a Demonstração do Valor Adicionado é uma parte relevante do balanço social, devendo ser entendida como um instrumento apropriado para auxiliar a contabilidade na medição e demonstração da capacidade de geração, bem como de distribuição, da riqueza de uma empresa (SANTOS, 1999). License-311854-39812-0-4 CONTABILIDADE GERAL Veja a seguir estrutura da DVA: Descrição 20X1 20X2 1 – Receitas 2 - Insumos adquiridos de terceiros (inclui os valores dos impostos – ICMS, IPI, PIS e COFINS) 3 - Valor adicionado bruto (1-2) 4 - Depreciação, amortização e exaustão 5 - Valor adicionado líquido produzido pela entidade (3-4) 6 - Valor adicionado recebido em transferência 7 - Valor adicionado total a distribuir (5+6) 8 - Distribuição do valor adicionado Percebemos, com base na sua estrutura, que a DVA, na sua primeira parte, apresenta o detalhamento da riqueza formada pela entidade e, na segunda parte, como essa riqueza foi distribuída. License-311854-38048-0-4 CONTABILIDADE GERAL Demonstração do Fluxo de Caixa e notas explicativas Neste último subtópico, trataremos da DFC, Demonstração do Fluxo de Caixa, que reflete as variações do caixa e das notas explicativas, que apresentam informações complementares e que não puderam ser registradas nas Demonstrações Contábeis, mas que requerem um certo destaque. DFC – Demonstração do Fluxo de Caixa Esta demonstração tem como objetivo principal retratar a situação financeira da entidade, tendo como base o saldo das disponibilidades no início e no fim do período, demonstrando separadamente os valores de recursos das atividades operacionais, atividades de investimentos e atividades de financiamento. Segundo Franco, “[...] esta demonstração vem se tornando peça de grande utilidade como instrumento de administração financeira.” Desta forma, a DFC indica como ocorreu as entradas e as saídas de dinheiro no caixa no período e o resultado desse fluxo, isto é, avalia a capacidade da empresa de gerar dinheiro. Através desta demonstração, o gestor terá condições de decidir sobre o seu caixa, dimensionando quanto pagou e quanto recebeu em um dado período. Desta forma, será possível estimar sua situação financeira na perspectiva de gerar ganhos líquidos, como também, construir a condição para quitação de suas dívidas. Esta demonstração pode ser feita pelo Método Direto, tomando como base os recebimentos e pagamentos efetuados no período, com caráter financeiro, ou pelo Método Indireto, com caráter contábil. Além disso, tem como base os lucros ou prejuízos do DRE e também as variações das contas patrimoniais, referente a dois períodos. License-311854-38048-0-4 CONTABILIDADE GERAL Os dois métodos se diferem basicamente na análise dos fluxos das atividades operacionais, sendo iguais as outras duas análises, em relação aos investimentos e aos financiamentos. Método Direto – variação dos recebimentos e pagamentos (disponibilidade). Método Indireto – variação do resultado econômico, lucro ou prejuízo do exercício. Vejamos como se estrutura o fluxo de caixa: Método Direto Fluxo de caixa das atividades operacionais Venda de mercadorias e serviços (+) Pagamento de fornecedores (-) Salários e encargos sociais dos empregados (-) Dividendos recebidos (+) Impostos e outras despesas legais (-) Recebimento de seguros (+) Caixa líquido das atividades operacionais (+/-) Método Indireto Fluxo de caixa das atividades operacionais Lucro líquido Depreciação e amortização (+) Provisão para devedores duvidosos (+) Aumento/diminuição em fornecedores (+/-) Aumento/diminuição em contas a pagar (+/-) Aumento/diminuição em contas a receber (+/-) Aumento/diminuição em estoques (+/-) Caixa líquido das atividades operacionais (+/-) Métodos: Direto e Indireto Fluxo de caixa das atividades de investimento Venda de imobilizado (+) Aquisição de imobilizado (-) Aquisição de outras empresas(-) Caixa líquido das atividades de investimento (+/-) License-311854-38048-0-4 CONTABILIDADE GERAL Métodos: Direto e Indireto Fluxo de caixa das atividades de financiamento Empréstimos líquidos tomados (+) Pagamento de leasing (-) Emissão de ações (+) Caixa líquido das atividade de financiamento (+/-) Aumento / diminuição líquido de caixa e equivalente de caixa Caixa e equivalentes de caixa - início do ano Caixa e equivalentes de caixa - final do ano Perceba que a estrutura da DFC só se diferencia em relação ao fluxo operacional, mantendo as mesmas estruturas no que diz respeito aos fluxos das atividades de financiamento e de investimentos. Assim, podemos compreender que as atividades operacionais (industrialização, comercialização ou prestação de serviços pela entidade) são as responsáveis pela geração direta de receita da empresa, as atividades de investimentos (gastos com imobilizado e intangível, por exemplo) estão relacionadas a aquisição e venda de Ativos de longo prazo e as atividades de financiamento (empréstimos e financiamentos de curto prazo, por exemplo) se caracterizam na variação do capital próprio, pra mais ou pra menos, que não estão relacionados com a atividade operacional. DFC e DOAR Outra alteração relevante, proveniente da Lei 11.638/07, visando a convergência das normas brasileiras para as normas internacionais de Contabilidade, diz respeito a substituição da DOAR pela DFC. A DFC apresenta uma estrutura inicial parecida com a DOAR – Demonstração das origens e aplicações de recurso, no tocante as contas do circulante. Outro aspecto importante é a demonstração das incidências que alteram o resultado, mas que não interferem no caixa da entidade, pois sua estrutura inicia-se pelo Lucro Líquido ajustado. License-311854-38048-0-4 CONTABILIDADE GERAL A DFC é considerada uma demonstração mais simples que a DOAR, permitindo uma interpretação mais facilitada por parte de todos os usuários da geração de caixa e seus equivalente S.S. De acordo com o CPC 3, a DFC é considerada uma demonstração mais simples e mais fácil de ser compreendida e tem a função essencial de apresentar uma análise precisa para os usuários sobre a capacidade da entidade de gerar caixa e equivalentes de caixa (aplicações ou investimentos a curto prazo), com a perspectiva de perceber a capacidade da empresa de gerar líquidos positivos, provenientes de suas atividades (COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, 2010). Notas explicativas Nas notas explicativas encontraremos informações adicionais que não constam nos relatórios das demonstrações financeiras, mas que são de extrema. Correto! As notas explicativas também são consideradas Demonstrações Contábeis. Neste demonstrativo são evidenciadas informações adicionais em relação as apresentadas nas demonstrações contábeis. Todas as informações relevantes devem constar nas notas explicativas. De acordo com o CPC 26, item 12 (COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, 2011), as notas explicativas devem: Apresentar informação acerca da base para a elaboração das Demonstrações Contábeis e das políticas contábeis específicas utilizadas; Divulgar a informação requerida pelos Pronunciamentos Técnicos, Orientações e Interpretações do CPC que não tenha sido apresentada nas demonstrações contábeis; Prover informação adicional que não tenha sido apresentada nas Demonstrações Contábeis, mas que seja relevante para sua compreensão (CPC). License-311854-38048-0-4 CONTABILIDADE GERAL Dessa forma: As notas explicativas devem ser apresentadas, tanto quanto seja praticável, de forma sistemática. Na determinação de forma sistemática, a entidade deve considerar os efeitos sobre a compreensibilidade e comparabilidade das suas demonstrações contábeis. Cada item das demonstrações contábeis deve ter referência cruzada com a respectiva informação apresentada nas notas explicativas. (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2015, s.p.) Ribeiro afirma que as notas explicativas são informações que têm como finalidade complementar as Demonstrações Financeiras e elucidar os critérios contábeis utilizados pela entidade, assim como a composição dos saldos de determinadas contas, formas de depreciação, os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, entre outros aspectos relevantes. Ao final deste capítulo, podemos concluir que: I. Cada demonstração tem uma finalidade, mesmo que não seja obrigatória sua elaboração. II. Os relatórios originados pelas demonstrações expressam indicadores financeiros, econômicos e econômico-financeiros para tomada de decisões dos usuários internos e externos da organização. III. As informações geradas por essas demonstrações devem expressar relatórios que qualquer usuário possa interpretar. License-507506-42582-0-4 CONTABILIDADE GERAL Aplicação de recursos (Ativo) Nesta parte, vamos estudar de forma mais detalhada, o Ativo e suas especificidades, compreendendo como este grupo está estruturado e quais critérios devem ser atendidos na ordenação das suas contas. Nesse sentido, iremos perceber algumas características comuns ao Ativo e ao Passivo. Natureza das contas: Ativo Você sabia que o Ativo possui natureza devedora, mesmo sendo a parte positiva do Patrimônio? Para que possamos compreender de forma mais simples essa questão, vamos observar uma situação cotidiana usando como exemplo as transações bancárias. Observe que ao realizar um depósito em conta bancária, você passa a ter um crédito junto ao banco e ao realizar um saque ou uma compra, operações de débitos são registradas. Quando você confia seu dinheiro a um banco, a instituição financeira passa a ter uma obrigação para com você, ou seja, o banco passa a te “dever”. Por esse motivo, as contas de Ativo são consideradas de natureza devedora. Importante destacar que as aplicações podem ser de recursos ou de investimentos. Dessa forma, podemos afirmar que, o porquinho que você guarda suas moedinhas para fazer uma poupança, como mostra a imagem abaixo, tem uma dívida com você! License-507506-42582-0-4 CONTABILIDADE GERAL Fonte: Zadorozhnyi Viktor, Shutterstock, 2017. Ativo Circulante e Não Circulante Podemos notar que as contas do Balanço Patrimonial estão dispostas de forma que o seu processo de análise seja facilitado. As contas são ordenadas de acordo com seu grau de liquidez, ou seja, primeiramente vem as contas mais líquidas, que podem ser convertidas em dinheiro mais rapidamente, até chegar nas contas menos líquidas, obedecendo uma ordem decrescente do grau de liquidez das contas. Em relação a sua classificação, o Ativo se divide em dois grupos, o Circulante, composto por contas de curto prazo e o Não Circulante, composto por contas de longo prazo. Em outras palavras, os bens e direitos registrados no Ativo Circulante serão revertidos em dinheiro em até 12 meses e, no Ativo Não Circulante, após 12 meses. Vejamos como as contas estão organizadas no Ativo: License-507506-42582-0-4 CONTABILIDADE GERAL ATIVO CIRCULANTE / CURTO PRAZO ATIVO GERALMENTE: DISPONIBILIDADES - CAIXA, BANCO, APLICAÇÕES FINANCEIRAS, VALORES A RECEBER ATÉ 12 MESES, ESTOQUES E DESPESAS ANTECIPADAS ATIVO CONVERTIDO EM DINHEIRO APÓS 12 MESES GERALMENTE: CRÉDITOS E VALORES, APLICAÇÕES FINANCEIRAS E DESPESAS ANTECIPADAS DE LONGO PRAZO, INVESTIMENTOS, IMOBILIZADO, INTANGÍVEL COM CARÁTER PERMANENTE ATIVO NÃO CIRCULANTE / LONGO PRAZO OBS: O Ativo Não Circulante representa a nova denominação da lei nº 11.638/07, que se refere ao realizável a longo prazo e ativo permanente da lei nº 6.404/76. O Ativo é representado pelas aplicações de recursos, que podem ser originados de capital de terceiros ou capital próprio. Diferenças entre Bens e Direitos Não, não é tudo a mesma coisa! Clique na figura para assistir ao vídeo License-507506-42582-0-4 CONTABILIDADE GERAL Os Bens são tudo aquilo que pertence a entidade, podendo ser para uso, troca ou
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