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FARMACOTÉCNICA DE 
SEMISSÓLIDOS E 
LÍQUIDOS: 
FORMULAÇÕES PARA 
USO INTERNO E 
EXTERNO 
Patricia da Silva Melo 
Preparo e indicação de 
sistemas farmacêuticos 
transdérmicos 
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Definir sistemas transdérmicos e seus principais componentes.
 � Identificar a aplicabilidade dos sistemas transdérmicos.
 � Reconhecer métodos de preparação de sistemas transdérmicos.
Introdução
Usualmente, as vias de administração dos fármacos são oral, nasal, retal, 
ocular ou parenteral, sendo a oral a mais utilizada. Cada via tem suas 
vantagens e desvantagens. Entre as desvantagens da via oral, por exemplo, 
podemos citar os intervalos de administração, os quais podem ser incon-
venientes para o paciente, reduzindo a adesão ao tratamento. Além disso, 
alguns fármacos podem ser parcialmente inativados ou neutralizados no 
trato gastrointestinal antes de chegarem à corrente sanguínea, diminuindo 
a biodisponibilidade do fármaco e aumentando a necessidade de doses 
mais elevadas, o que induz a um incremento nos riscos de ocorrência 
de efeitos adversos. 
A via transdérmica é considerada uma via segura, cômoda e eficiente 
na administração de fármacos, sendo uma alternativa viável às outras 
citadas, incluindo a oral e a injetável. Ela oferece diversas vantagens, como 
o fato de não ser invasiva e de ter menor frequência de administração, 
levando a um aumento na adesão do paciente ao tratamento. Apesar das 
vantagens desse sistema, seu desenvovimento requer o conhecimento 
de diversos fatores ligados a essa via, destacando-se as propriedades da 
barreira epidémica, a absorção cutânea, a estabilidade e a dosagem dos 
princípios ativos. 
Neste capítulo você será apresentado aos principais tipos de sistemas 
transdérmicos. Também estudará as técnicas para aumentar a perme-
ação transdérmica e verá os principais fármacos utilizados na indústria 
farmacêutica. 
Sistemas transdérmicos: características gerais e 
principais componentes
Os sistemas de liberação de fármacos transdérmicos permitem a passagem 
facilitada de fármacos através da pele em quantidades consideradas terapêu-
ticas, com o objetivo de alcançar a circulação sanguínea e apresentar efeitos 
sistêmicos. O primeiro sistema transdérmico aprovado pela FDA (Food and 
Drug Administration) foi denominado como Transderm-Scop (Baxter) e tinha 
como objetivo a utilização em pessoas que realizavam viagens marítimas, pois 
prevenia a ocorrência de náuseas e vômitos. 
Os sistemas transdérmicos são conhecidos como patches (adesivos) e 
necessitam de alguns cuidados para que sejam terapeuticamente eficazes. 
Esses sistemas devem ser aplicados sobre a pele saudável e, como forma de 
reduzir a possibilidade de irritação cutânea, um novo adesivo não deve ser 
aplicado antes da retirada do adesivo anterior. A eficácia terapêutica pode ser 
mensurada por análise comparativa entre os níveis plasmáticos do fármaco 
em conjunto com a resposta do paciente ao tratamento. 
O desenvolvimento dos sistemas transdérmicos envolve equipes multidisci-
plinares, visto que necessita da escolha de um fármaco, do desenvolvimento e 
da adequação do sistema, observando as características físico-químicas desse 
fármaco, assim como investigações sobre a permeação tanto in vitro quanto 
in vivo, estudos relativos à estabilidade e ao aspecto final do adesivo. Nesses 
testes, há a necessidade da execução de ensaios microbiológicos, assim como a 
realização de ensaios de fases I, II e III, e vigilância no mercado pós-aprovação. 
O ideal, neste tipo de administração de fármacos, é que o princípio ativo 
migre através das camadas cutâneas, alcançando a corrente sanguínea sem 
permanência na pele. A pele constitui uma barreira natural à penetração de 
substâncias externas e apresenta as seguintes camadas: estrato córneo, que é 
a camada mais externa; epiderme; e derme. 
Para que o fármaco seja absorvido pela pele, há necessidade da penetração 
direta através do estrato córneo, o qual contém diversas camadas de células 
Preparo e indicação de sistemas farmacêuticos transdérmicos2
achatadas e mortas de 10 a 15 µm de espessura, constituindo uma barreira 
para proteger os tecidos subjacentes contra lesões e infecções. As bicamadas 
fosfolipídicas são os constituintes desta barreira do estrato córneo e são com-
postas de ceramidas, ácidos graxos e colesterol, além de 40 % de proteínas 
(em sua maioria queratina) e 40% de água. Devido a essa constituição química, 
a presença de substâncias lipídicas na formulação dos sistemas transdérmicos 
é determinante na primeira etapa de absorção do fármaco no estrato córneo. 
Após ultrapassado o estrato córneo, a molécula permeia a camada dérmica, 
que é vascularizada, sendo absorvida na circulação sistêmica. Acompanhe 
esse processo na Figura 1.
Figura 1. Fases da liberação transdérmica de fármacos.
Fonte: Dias (2013, p. 9). 
3Preparo e indicação de sistemas farmacêuticos transdérmicos
Vantagens e desvantagens dos sistemas transdérmicos 
Vale a pena ressaltar as vantagens e desvantagens dos sistemas transdérmi-
cos, tendo em vista o exposto até o momento. O Quadro 1 sumariza essas 
características. 
Fonte: Adaptado de Serafim et al. (2013).
Vantagens Desvantagens
 � Rota controlada e não invasiva de 
administração de medicamentos, 
propiciando concentração 
plasmática mais constante.
 � Pode ser aplicada pelo próprio 
paciente, sem dores durante 
a aplicação, evitando traumas 
associados à terapia parental.
 � Para adesivos e microagulhas, há 
a possibilidade de interromper a 
liberação do medicamento em 
casos de superdosagem.
 � Aumenta a tolerabilidade e a 
eficácia de alguns medicamentos 
que, ao serem administrados 
por via oral, sofrem excessiva 
degradação na primeira passagem 
no metabolismo.
 � Pode aumentar a adesão do 
paciente em função da reduzida 
frequência de administração.
 � Nem todas as substâncias são 
passivas de administração pela via 
transdérmica.
 � A aplicação a médio e longo prazo 
pode causar irritação cutânea.
 � Em alguns casos, a metabolização 
pelas enzimas da pele evita que 
o medicamento alcance a região 
vascularizada.
 � As doses de medicamentos 
liberadas são quantitativamente 
menores quando comparadas com 
os injetáveis.
Quadro 1. Vantagens e desvantagens do uso de medicamentos transdérmicos
Preparo e indicação de sistemas farmacêuticos transdérmicos4
Allen Jr., Popovich e Ansel (2013) e Dias (2013) destacam e acrescentam 
as seguintes desvantagens: 
 � possibilidade de irritação no local de aplicação do adesivo, devido ao 
desenvolvimento de dermatite de contato em alguns pacientes; 
 � elevados custos de produção desses sistemas; 
 � nem todos os fármacos podem ser utilizados, devido à impermeabilidade 
da pele, assim como há limitações relativas a doses terapêuticas. 
Características ideais dos fármacos para sistemas 
transdérmicos
Nem todas as moléculas apresentam propriedades adequadas à liberação 
transdérmica — por exemplo, é necessário que a substância seja solúvel tanto 
em óleo quanto em água para que a absorção transdérmica seja efetiva. Allen 
Jr., Popovich e Ansel (2013) ressalta que, entre os fatores que interferem na 
absorção cutânea de uma substância, estão as propriedades físico-químicas, 
destacando-se a massa molecular do fármaco, a solubilidade, o coeficiente de 
dissociação e o coeficiente de partição (logP) entre 1.0 e 4.0. Além disso, o tipo 
de veículo utilizado na formulação e as condições individuais da pele também 
interferem na absorção transdérmica (a hidratação da pele tende a favorecer 
a absorção cutânea). Nesse sentido, o fármaco deve apresentar solubilidade 
adequada tanto em lipídeos quanto em água, permitindo a permeação cutânea, 
além de propriedades farmacocinéticas e farmacodinâmicas que induzam 
a uma liberação constante do fármaco por um período de tempo adequado 
(DIAS, 2013). 
Sendo assim, a via transdérmica apresenta restrições relativas às pro-priedades físico-químicas dos fármacos. No desenvolvimento de sistemas 
transdérmicos, o tamanho da molécula é inversamente proporcional à sua 
difusão cutânea, ou seja, moléculas menores tendem a ter melhor difusão, por 
isso o peso molecular não deve exceder os 400 Da (ALLEN JR.; POPOVICH; 
ANSEL, 2013). 
O coeficiente de partição é um dos parâmetros mais importantes no 
desenvolvimento desses sistemas, visto que o fármaco tem que apresentar 
características lipofílicas e hidrofílicas, permitindo a partição entre o estrato 
córneo e as outras camadas cutâneas. Nesse sentido, fármacos muito hidrofí-
licos, quando incorporados em formulações transdérmicas, terão dificuldades 
em permear o estrato córneo; em contraste, fármacos muito lipofílicos apre-
sentarão tendência a ficar retidos na bicamada lipídica. 
5Preparo e indicação de sistemas farmacêuticos transdérmicos
Outro parâmetro importante é a velocidade de permeação, que estima a 
velocidade com que o fármaco consegue permear a pele. Esse parâmetro é 
influenciado pela formulação e pela área de superfície cutânea. Dessa forma, 
quanto maior a área de aplicação, maior será a quantidade absorvida, e, de 
maneira geral, quanto mais tempo o fármaco permanece aplicado sobre a pele, 
maior será a quantidade absorvida.
A solubilidade da molécula no estrato córneo é influenciada pelo ponto de fusão, 
desta forma um ponto de fusão mais baixo induz um aumento no fluxo percutâneo 
de fármacos (o ideal é que o fármaco em sistemas transdérmicos apresente ponto de 
fusão inferior a 200°C). 
Aplicabilidade dos sistemas transdérmicos
Fármacos
A escopolamina transdérmica foi o primeiro sistema transdérmico aprovado 
pela FDA, usada para prevenir o enjoo induzido por movimentos associados 
a viagens. Ele foi denominado como sistema Transderm-Scop. O adesivo deve 
ser aplicado em regiões sem pelos, usualmente atrás da orelha; como tem um 
tamanho reduzido, o adesivo tem boa aceitabilidade por parte dos pacientes. 
Deve ser aplicado quatro horas antes para que o efeito antiemético seja efetivo, 
podendo permanecer no local durante três dias. 
Outros fármacos foram desenvolvidos posteriormente, tendo uma gama de 
aplicações terapêuticas, como descrito em Allen Jr., Popovich e Ansel (2013): 
 � Nitroglicerina transdérmica: diversos sistemas transdérmicos utili-
zando nitroglicerina foram desenvolvidos Minitran (3M Pharmaceu-
ticals), Nitro-dur (Key), Nitrodise (Roberts). Todas essas formulações 
mantêm a liberação sustentada da nitroglicerina por 24h após a aplica-
ção. A nitroglicerina é usada como tratamento profilático da angina e 
apresenta efeitos secundários quando administrada por via sublingual. 
Nesta via, a nitroglicerina apresenta metabolismo de primeira passagem, 
situação não observada pela administração em sistemas transdérmicos. 
Preparo e indicação de sistemas farmacêuticos transdérmicos6
As diversas formulações transdérmicas contendo nitroglicerina são 
produzidas por meio de uma membrana e/ou a partir da matriz ou 
do reservatório. Quando o sistema transdérmico é aplicado sobre a 
pele, a nitroglicerina é absorvida, atingindo os órgãos-alvo (coração 
e membros) antes de ser inativada pelo metabolismo hepático. O tipo 
de sistema influencia na velocidade da liberação do fármaco, dessa 
forma, sistemas com diferentes áreas de superfície e conteúdo de nitro-
glicerina se ajustam a diferentes necessidades dos pacientes. Existem 
sistemas que liberam 0,02 mg de nitroglicerina por hora e centíme-
tro quadrado, enquanto outros liberam cerca de 0,013 mg por hora. 
Alguns cuidados devem ser observados pelos pacientes, como aplicar 
o adesivo em local livre de pelos, evitando áreas com lesões, as quais 
interferem na velocidade de absorção da nitroglicerina. Além disso, 
o paciente deve se atentar a práticas de exercícios físicos e uso de 
saunas, pois essas situações levam a um incremento na absorção da 
nitroglicerina. 
 � Clonidina transdérmica: a clonidina é um bom fármaco para ser 
utilizado em sistemas de liberação transdérmicos devido à sua lipos-
solubilidade e eficácia terapêutica em concentrações plasmáticas consi-
deradas baixas comparativamente a outros fármacos. Este sistema tem 
uma formulação baseada em uma estrutura contendo quatro camadas, e 
a liberação controlada de clonidina ocorre por sete dias. A quantidade 
de fármaco liberada é proporcional à área do adesivo, por isso esse 
sistema apresenta diferentes tamanhos, com o intuito de se adequar às 
necessidades dos pacientes. O sistema utilizado é do tipo reservatório, 
dessa forma, logo após a aplicação, o fármaco contido no adesivo satura 
a região da pele em contato com o sistema. Em seguida, o conteúdo 
começa a fluir através da membrana, permeando a pele e alcançando 
a circulação sistêmica. A concentração plasmática terapêutica ocorre 
cerca de 2 ou 3 dias após a aplicação inicial. 
 � Nicotina transdérmica: os sistemas de liberação transdérmica contendo 
nicotina são usados como adjuvantes em situações que preconizam o 
tabagismo. Formulações contendo nicotina em sistemas transdérmicos 
são Nicoderm CQ (GlaxoSmithKline) e Nicotrol (McNeil Consumer Pro-
ducts). Esses sistemas propiciam a redução dos sintomas de abstinência, 
auxiliando os pacientes na remissão do vício de fumar. Comercialmente, 
os adesivos contêm entre 7 a 21 mg de nicotina e devem ser aplicados 
diariamente, sendo recomendado o tratamento entre 6 a 12 semanas e 
a redução gradual da dose de nicotina durante o tratamento. 
7Preparo e indicação de sistemas farmacêuticos transdérmicos
 � Estradiol transdérmico: o hormônio estrogênico estradiol pode ser 
absorvido na forma de sistema transdérmico. O Estraderm (Novartis) 
libera continuamente o estradiol através da membrana, quando aplicado 
na pele. É recomendado para o tratamento de sintomas associados à 
menopausa, incluindo os vasomotores, no hipogonadismo feminino, 
entre outras condições que levam à redução desse hormônio. Quando 
o estradiol é administrado por via oral, ele é metabolizado no fígado, 
produzindo estrona e seus conjugados, reduzindo a quantidade de es-
tradiol circulante. A administração transdérmica de estradiol produz 
níveis plasmáticos terapêuticos de estradiol em doses menores do que 
a terapia oral. A terapia é usualmente realizada em esquemas cíclicos, 
três semanas de terapia intercalados com intervalos de uma semana, 
sendo aplicados em regiões limpas e secas do tronco, da região abdo-
minal ou das nádegas. 
 � Sistemas transdérmicos liberando hormônios: o Ortho Evra é um 
sistema adesivo transdérmico contraceptivo contendo norelgestromina e 
etinilestradiol, sendo do tipo matricial. A testosterona transdérmica está 
disponível em diferentes velocidades de liberação, que são utilizadas 
em terapia de reposição hormonal masculina nos casos de ausência ou 
depleção de testosterona (Testoderm, da Alza, e Androderm, da Watson). 
Esses sistemas têm modos de aplicação diferenciados: 
 ■ Testoderm: é aplicado sobre a pele do escroto, pressionando-se 
o adesivo por cerca de 10 segundos pela manhã, com o intuito de 
simular a liberação do hormônio de forma endógena.
 ■ Androderm: sistema com cinco camadas, deve ser aplicado à noite 
em uma área das costas que esteja limpa e sem ferimentos. Os níveis 
séricos ótimos da testosterona são detectados cerca de duas a quatro 
horas após a administração transdérmica. 
O Quadro 2 apresenta os principais transdérmicos existentes atualmente 
no mercado. Há pesquisas sobre outros fármacos que poderão ser veiculados 
em sistemas terapêuticos transdérmicos, podendo ser citadas substâncias 
cardiovasculares (diltiazem, dinitrato de isosorbida, propranolol, nifedipina, 
mepindolol e verapamil), assim como associação de hormônios contraceptivos 
(levonorgestrol e estradiol), fármacos usados no tratamento de Alzheimer, 
ansiolíticos e para o tratamento da dependência química, entre outros. 
Preparo e indicação de sistemas farmacêuticos transdérmicos8
Fonte: Adaptado de Chorilli etal. (2007).
Fármaco Especialidade Fabricante
Duração 
(Dias)
Escopolamina Transderm-Scop® Alza Corp./Novartis 3
Nitroglicerina Nitro-Disc®
Minitran®
Nitrodur®
Deponid®
Transderm-Nitro®
Searle
3M Pharm
Key
Schawarz Pharm
Summit
1
1
1
1
1
Clonidina Catapress TTS® Alza Corp./Boehringer 
Ingelhein
7
Estradiol Estraderm®
Alora®
Fematrix®
Nuvelli Tsâ®
Fem7â®
Fem Patchâ®
Alza Corp./Novartis
Alza/Procter&Gamble
Ethical Pharm/Solvay
Ethical/Schering H. 
Merk
Cygnus
3
3
3
3
7
7
Estradiol/
progesterona
Estraderm® Alza Corp./Novartis 3
Testosterona Testoderm®
Androderm®
Alza Corp.
SmithKline Beecham
1
Fentanil Duragesic® Janssen Pharm 3
Flurbiprofeno Targus Lat® Knol
Nicotina Nicoderm®
Nicotrol®
Marion Merrel Dow
Parke-Davis
1
Quadro 2. Principais sistemas transdérmicos presentes no mercado
O guia da Anvisa (BRASIL, 2019), que você pode acessar pelo link a seguir, dá orientações 
e recomendações ao setor farmacêutico sobre os requisitos de qualidade para o registro 
de medicamentos tópicos e transdérmicos novos, genéricos e similares.
https://qrgo.page.link/Qz5j7
9Preparo e indicação de sistemas farmacêuticos transdérmicos
Sistemas transdérmicos de uso dermatológico
Vejamos alguns sistemas transdérmicos de uso dermatológico:
 � Anestesia: existe um sistema transdérmico para ser utilizado durante 
procedimentos superficiais usando anestesia cutânea tópica. A for-
mulação contém lidocaína e epinefrina em um sistema transdérmico 
iontoforético, cujo efeito anestésico se inicia em cerca de dez minutos. 
Estudos clínicos conduzidos em mais de uma centena de adultos e 
crianças avaliaram a segurança e eficácia dessa formulação. Este sis-
tema transdérmico anestésico está aprovado para pacientes a partir dos 
cinco anos de idade. Além disso, existe o Ultrapeel® Transderm® Ionto 
System, um sistema que aplica a tecnologia de dermoeletroporação 
para a administração de soluções iônicas. Nesse método, a formulação 
contém o anestésico lidocaína (2%) e epinefrina (1:100.000).
 � Acne: tem sido desenvolvido um sistema transdérmico com microagu-
lhas para o tratamento da acne, contendo um gel composto por ácido 
ascórbico, peróxido de benzoila e carboximetilcelulose. Em estudos 
prévios, este sistema transdérmico, quando utilizado, resultou em uma 
redução significativa da severidade da acne, sendo bem toleradas as 
sensações induzidas pelas microagulhas e sem efeitos adversos. Também 
foram desenvolvidos adesivos de hidrogel com triclosan incluído em 
uma matriz polimérica, com atividade antibacteriana contra a Propio-
nibacterium acnes. Outras substâncias incluídas em adesivos antiacne 
são o ácido salicílico, a glicerina e a alantoína.
 � Cosmética: foi utilizada a dermoeletroporação para a terapia foto-
dinâmica com ALA a 20% e dermoestética com ácido hialurônico e 
derivados do colágeno. Estão em desenvolvimento, em fases de pesquisa, 
adesivos cosméticos microeletrônicos, ultrafinos, flexíveis para resti-
tuir a elasticidade e hidratação da pele. Esses sistemas podem incluir 
umectantes, branqueadores, terapias antienvelhecimento, redutores de 
celulite. A tecnologia transdérmica também pode ser empregada em 
peelings. Existem adesivos com ácidos lático e glicólico, assim como 
outros contendo ácido mandélico combinado com umectantes para o 
tratamento de unhas quebradiças. Os adesivos despigmentantes contêm 
ácido glicólico, ácido kójico e hidroquinona, mel e extratos botânicos; 
entre os que se destacam estão o pepino e a calêndula. Existem sistemas 
Preparo e indicação de sistemas farmacêuticos transdérmicos10
transdérmicos com efeito lifting para olhos cansados e antirrugas, revi-
talizantes e rejuvenescedores, contendo uma diversidade de substâncias, 
como vitaminas E C, isoflavonas, hidratantes, colágeno, entre outras. 
No link a seguir você encontra um estudo muito interessante sobre métodos de 
avaliação da liberação e da permeação in vitro de produtos transdérmicos. 
https://qrgo.page.link/gtF7P
Métodos de preparação de sistemas 
transdérmicos 
O Quadro 3 esquematiza as características gerais relacionadas à organização 
estrutural dos sistemas transdérmicos, destacando as propriedades relativas 
à camada de revestimento, adesivo sensível à pressão (utilizado em sistemas 
transdérmicos que liberam testosterona), matriz ou membrana polimérica, 
características inerentes ao fármaco e a camada de suporte dos sistemas 
adesivos (DIAS, 2013). 
Camada de 
revestimento
 � Protege o sistema durante seu armazenamento, sendo 
removida e descartada antes da aplicação do adesivo.
 � Tipos de materiais: polímeros de silicone, teflon, lâminas 
metalizadas ou de poliéster.
Adesivo 
sensível à 
pressão
 � Mantém o contato entre o sistema e a superfície da pele.
 � Requisitos: o material deve ser capaz de se deformar 
quando aplicada pressão e, quando removido, não deve 
deixar resíduo sobre a pele.
 � Tipos de materiais: poliacrilatos, poliisobutileno, silicone, 
borracha.
Quadro 3. Organização estrutural dos sistemas transdérmicos: características gerais
(Continua)
11Preparo e indicação de sistemas farmacêuticos transdérmicos
Fonte: Adaptado de Dias (2013).
Quadro 3. Organização estrutural dos sistemas transdérmicos: características gerais
Matriz ou 
membrana 
polimérica
 � Polímeros utilizados para controlar a liberação do fármaco.
 � Biocompatíveis e com compatibilidade física e química 
com o fármaco e excipientes.
 � Polímeros para formar a matriz: polietilenoglicol, 
ácidos acrílicos, etilcelulose, polivinilpirrolidona, 
hidroxipropilmetilcelulose.
 � Polímeros utilizados para a membrana: etileno vinil de 
acetato (EVA), silicone, poliuretano.
Fármacos � Fármacos que sofrem um extenso efeito de primeira 
passagem hepático, com uma estreita margem 
terapêutica e curto tempo de meia-vida.
Camada de 
suporte
 � Quimicamente inerte (adere à matriz/reservatório do 
fármaco).
 � Confere flexibilidade e oclusividade adequadas.
 � Tipos de materiais: poliéster, poliestileno.
(Continuação)
Tipos de sistemas transdérmicos
Um sistema transdérmico é constituído de três partes fundamentais: adesivo, 
princípio ativo e potenciadores. A Figura 2 apresenta as camadas que compõem 
um sistema transdérmico. 
Figura 2. Esquema das camadas de um adesivo transdérmico.
Fonte: Serafim et al. (2013, p. 155).
Papel protetor
Matriz com medicamento
Filme oclosivo
Dorso adesivo hipoalergênico
Preparo e indicação de sistemas farmacêuticos transdérmicos12
Com o objetivo de controlar a velocidade de liberação e a permeação 
transdérmica de fármacos, foram desenvolvidos sistemas com diferentes 
perfis de liberação (DIAS, 2013):
 � Sistemas de reservatório ou sistema controlado de permeação com 
membrana: no sistema de reservatório, o fármaco está contido em 
um reservatório e é liberado através de uma membrana polimérica 
porosa de permeabilidade seletiva, que cria um sistema de liberação 
controlada. Um dos excipientes normalmente utilizado é um promotor 
da permeação, que tem por objetivo aumentar a permeabilidade da pele 
ao fármaco. Neste tipo de sistema pode ocorrer o que é denominado 
“efeito burst”, que ocorre devido à ruptura da membrana polimérica 
responsável por controlar a liberação do fármaco, levando à liberação 
“explosiva” de uma grande quantidade do princípio ativo, causando 
um aumento da toxicidade. 
 � Sistemas matriciais (controlados por matriz): estes sistemas são 
constituídos por um disco polimérico hidrofílico ou hidrofóbico, no 
qual o fármaco se encontra dissolvido ou disperso de forma homogênea 
em uma matriz polimérica inerte. A constituição polimérica controla 
a liberação de acordo com os excipientes utilizados na formulação. 
Ao contrário do sistema de reservatório, a velocidade de libertação 
é assegurada pelos componentes da matriz. Devido à inexistência de 
membrana controladora, a velocidade de liberação diminui com o tempo 
por causa do aumento progressivo da via de difusão. Atualmente, este 
tipo de sistema é o mais comercializado, porseu reduzido custo de pro-
dução quando comparado ao sistema reservatório, assim como por suas 
menores dimensões, o que acarreta maior aceitação entre os usuários. 
 � Sistema de difusão controlada mediante microrreservatórios: o 
fármaco está suspenso em uma solução aquosa, a qual está homogenei-
zada em um polímero lipofílico, formando microesferas. A liberação 
dos princípios ativos é controlada pelos compartimentos do fluido e 
do polímero. 
Em relação aos excipientes utilizados com o objetivo de melhorar a per-
meação cutânea, quando presentes em uma formulação transdérmica, os 
promotores de permeação são constituintes farmacologicamente inativos 
que devem permear o estrato córneo ou realizar interações químicas com 
moléculas presentes no estrato córneo, com o intuito de reduzir a resistência 
da pele à difusão do princípio ativo. Além da utilização dessas substâncias 
13Preparo e indicação de sistemas farmacêuticos transdérmicos
como excipientes, podem ser utilizados sistemas mais modernos, que levam 
a um incremento na permeação de fármacos por via transdérmica, como as 
nanopartículas, as micro e as nanoemulsões e os lipossomas. Além disso, podem 
ser utilizados os métodos físicos, como microagulhas, microdermoabrasão 
e a iontoforese, que modificam diretamente a pele, induzindo a permeação 
dos fármacos. 
Allen Jr., Popovich e Ansel (2013) descreve que os sistemas de adesivos 
transdérmicos devem ser planejados quanto ao seu desenvolvimento, tendo 
por base as seguintes situações:
 � Liberar o fármaco em níveis terapêuticos em um fluxo regular.
 � Propiciar a oclusão da pele de forma a garantir um fluxo unidirecional 
do fármaco ao estrato córneo.
 � Não produzir dermatite de contato.
 � Aderir adequadamente à pele, além de apresentar aspectos como ta-
manho, cor e local indicado para aplicação do adesivo que favoreçam 
a adesão do paciente. 
Alencar et al. (2018) descrevem que os polímeros são materiais versáteis e podem 
ser utilizados como excipientes farmacêuticos para a formulação de cosméticos e 
medicamentos, incluindo os de liberação modificada. Se quiser saber mais, acesse 
o link a seguir.
https://qrgo.page.link/jLJvn
ALENCAR, G. de O. et al. Liberação prolongada de fármacos e suas aplicações farma-
cológicas: revisão sistemática. Revista e-ciência, v. 6, n. 1, p. 5 –10, 2018. Disponível em: 
http://www.revistafjn.com.br/revista/index.php/eciencia/article/download/09/PDF%20
-%20317. Acesso em: 7 dez. 2019.
Preparo e indicação de sistemas farmacêuticos transdérmicos14
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15Preparo e indicação de sistemas farmacêuticos transdérmicos
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