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01 Direitos Reais

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Direitos Reais
1. Direitos Reais. Introdução
Direito das Coisas: “é o complexo de normas reguladoras das relações jurídicas referente às coisas suscetíveis de apropriação pelo homem. Tais coisas são, ordinariamente do mundo físico, porque sobre elas é que é possível exercer o poder de domínio”. (Clóvis Beviláqua)
O Direito das coisas regula o poder do homem sobre a natureza física nas suas mais diversas manifestações (Lafayete)
Direitos reais: pessoa e coisa. Exemplo: propriedade
Função Social da Propriedade.
Coisa é gênero (bens corpóreos, tudo que objetivamente existe com exclusão do ser humano. 
Bem é espécie (coisas úteis e raras, suscetíveis de apropriação, sobre as quais é possível estabelecer vínculo jurídico, o domínio. São coisas que contém valor econômico). 
Direitos Reais e Direitos Pessoais – 
a) Direito Real - 
. Sujeito: possui um único sujeito (pessoa e coisa);
 Ex: João e sua casa de praia. 
 Em Direitos reais quem está no polo passivo de direitos reais é a coletividade. Ele compreende a todos nós, pois eu tenho que respeitar a PROPRIEDADE, o uso fruto de toda a coletividade. 
 Este “sujeito passivo” seria toda a sociedade em geral, logo, ele é dito como indeterminado. Ocorre, que quando ocorre a violação este direito passivo se torna determinado. 
 Ex: Tenho um terreno, sou o sujeito ativo (titular do direito), o sujeito passivo são todos os outros. Antônio, tira a cerca e passou a morar no meu terreno, naquele momento, aquele sujeito passivo indeterminado, tornou-se determinado. 
. Ação: é cabível ação real contra aquele que indistintamente detiver a coisa;
 Caberá as ações de direito real, quando o direito real for quebrado. Devo ter a ação própria para aquela violação/ofensa. 
. Objeto: a coisa;
. Abandono: é possível que o direito real seja abandonado;
 Ex: Posso eventualmente renunciar deste meu direito. O abandono não se confunde com o esquecimento. Existiu o desejo de se desfazer daquilo. 
. Direito de Sequela: trata-se da possibilidade de o direito real seguir o seu objeto onde quer que se encontre (jus persequendi);
 Direito que o titular do direito real, passa efetivamente a poder perseguir a coisa onde quer que ela se encontre, e na mão de quem a detenha. Eu posso buscar o bem na mão de quem indevidamente o detém. EU POSSO PERSEGUIR/BUSCAR/REINVINDICAR A COISA. 
. Usucapião: forma de aquisição do direito.
B) Direitos Pessoais – 
 . Sujeito: exige mais de um sujeito (sujeito ativo e passivo ou credor e devedor);
 . Princípio da Autonomia privada – Eu decido se eu vendo, se compro, o valor. Se faz dentro da autonomia privada. 
 . Ilimitados – As relações jurídicas são dinâmicas. 
. Ação: ação pessoal que tem como foco o indivíduo, ator na relação jurídica;
. Objeto: a prestação (dar, fazer ou não fazer);
. Abandono: a obrigação não é passível de ser abandonada;
. Direito de Sequela: não comporta o direito de sequela;
 Eu posso cobrar/exercer a minha pretensão, mas a coisa não adere ao objeto da prestação. No caso de obrigação ela deve ser cumprida, logo não vou buscar a coisa, eu vou COBRAR a prestação. 
. Usucapião: não é compatível como instituto.
OBS: Obrigação Propter Rem – 
 Ela tem uma obrigação que compreende real e pessoal (é uma figura híbrida). Ela surge em virtude de um direito real. 
1.2 Características. 
a) Taxatividade (art. 1.225 do CC): o Código Civil limita o número dos direitos reais, seu rol é taxativo (numerus clausus); 
 Art. 1.225. São direitos reais:
I - a propriedade;
II - a superfície;
III - as servidões;
IV - o usufruto;
V - o uso;
VI - a habitação;
VII - o direito do promitente comprador do imóvel;
VIII - o penhor;
IX - a hipoteca;
X - a anticrese.
XI - a concessão de uso especial para fins de moradia; (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007)
XII - a concessão de direito real de uso; e (Redação dada pela Lei nº 13.465, de 2017)
XIII - a laje. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
b) Absolutismo ou Eficácia Absoluta (arts. 1.226 e 1.227 do CC): os direitos reais são oponíveis erga omnes, isto é, contra todos, que devem abster-se de incomodar o seu titular.;
 Este direito real, eu posso opor este direito de forma efetiva e com eficácia absoluta contra todos. Todos nós sujeitos passivos do direito real, devemos a ele nos submeter. 
c) Direito de sequela (art. 1.228 do CC): o titular do direito real tem o direito de perseguir a coisa em poder de quem que se encontre e onde quer que se encontre;
 A possibilidade de buscas, de com quem de forma indevida se encontra.
d) Aderência ou Especialização: há a aderência do direito ao bem, que resulta por sujeitá-lo ao seu titular;
 Vinculo de sujeição da coisa e seu titular, independente das outras pessoas. 
Meu celular é meu independente da concordância de Rogério. O direito real adere e fica inerente a coisa, esta coisa é sujeita/ submetida ao meu direito imediato. 
e) Publicidade ou Visibilidade: os direitos reais sobre imóveis são adquiridos após a transcrição, no registro de imóveis, do respectivo título – art.1.227 do CC; ao passo que sobre móveis, apenas após a tradição – arts. 1.226 e 1.267 do CC;
 Quando eu constituo um direito real, deve ser dado a ele publicidade. 
Ex: Senhor Antônio vendeu seu imóvel a João, João pagou, todavia não procedeu com a escritura e registro. 
 Senhor Antônio vendeu a Pedro, e este cumpriu todos os requisitos de validade para a aquisição daquele imóvel (registro e escritura), logo ele deu publicidade aquela compra. 
f) Prescrição Aquisitiva (art. 1.238 a 1.244 e 1.260 a 1.262 e 1.379 do CC): o decurso do tempo pode gerar aquisição de direitos;
É o nosso instituto do Usucapião. É uma característica dos direitos reais, tenho usucapião de bens móveis e imóveis. Nasce um direito no percurso do tempo. 
1.3 Princípios dos Direitos Reais
a) Princípio da aderência, especialização ou inerência: o titular do direito real exercerá diretamente o direito real, não necessita de outra parte. 
 Ex.: o dono de um imóvel poderá utilizá-lo sem precisar de autorização;
b) Princípio do absolutismo: oponível erga omnes. O seu titular do direito possui a faculdade de opor o seu direito a quem quer que ameace ou lhe cause danos;
c) Princípio da publicidade ou visibilidade: bem imóvel através do registro no Cartório de Registro de Imóveis (art. 1.227 do CC), bens móveis mediante a tradição (art. 1.226 e 1.267 do CC); 
d) Princípio da taxatividade: direitos reais somente os previstos em lei;
e) Princípio da tipicidade ou tipificação: cada direito real deve se submeter ao seu próprio regime jurídico, como expressamente previsto em lei;
f) Princípio da perpetuidade: o direito real é perpétuo, significa que não se extinguirá pelo não uso. 
Questão: A usucapião significa que o proprietário inicial perde o direito da coisa pelo não uso?
 R: Não, pois não é o “não uso” que faz com que ele perca a coisa.
 O DECURSO DO TEMPO PODE FAZER VOCÊ ADQUIRIR A PROPRIEDADE, NÃO PERDER A MESMA. 
 Eu não perco a propriedade pelo desuso, mas sim que o outro adquira pelo decurso tempo, em relação ao exercício do direito do outro. 
g) Princípio do desmembramento: os direitos reais podem ser transferidos a terceiros;
 João tem uma pizza (propriedade), ela tem fatias de usar/gozar/dispor/perseguir (os poderes inerentes ao proprietário). João vai fazer uma doação a seu filho e instituir o uso fruto, desmembro duas fatias (o usar e o fruir). 
 Eu posso efetivamente desmembrar parcelas deste direito chamado propriedade. (Direitos reais sobre coisa alheia, “uso fruto”) – Posso alugar, morar, todavia a propriedade pertence a outra pessoa. 
g) Princípio da exclusividade: não é possível dois direitos reais, com conteúdo idêntico sobre a mesma coisa. 
1.4 Efeitos 
Oponível erga omnes (Contra Todos). 
 Um alcance que seja de maior proteção e que seja oponível contra todos. 
1.5 Classificação. 
a) Direito Real sobre coisa própria (jus in re propria): nesse caso, a propriedade será direito real que recai sobre coisa própria,seu titular será o dono, terá o domínio da coisa. Pode ser ilimitada ou plena, confere poderes de posse, reivindicação, uso, gozo e disposição ao seu titular.
 Mostra que o titular do direito exercita/tem a coisa como sua, tem o domínio daquela coisa, desta forma, ele tem uma série de poderes. Pode usar, gozar, reivindicar a coisa, vende-la, o direito real é titularizado por ele. 
b) Direito Real sobre coisa alheia (jus in re aliena): Nesse caso, o direito real recairá sobre coisa alheia, por isso será sempre temporária. Compreende:
 Entreguei a propriedade para Mariana, entreguei o usufruto. 
I – Direito Real de garantia: Nessa hipótese quando não cumprida a obrigação principal, o credor (titular do direito real sobre coisa alheia) poderá dispor da coisa. 
 Ex.: hipoteca, penhor e anticrese;
II – Direito Real de aquisição: é o caso do compromisso irrevogável de compra e venda e alienação fiduciária em garantia.  
III - Direitos de gozo ou fruição: superfície, servidão, usufruto, uso, habitação, concessão de uso especial para moradia, concessão de direito real de uso, laje
1.6 Aspectos constitucionais.
Função Social da propriedade: “necessidade de abandonar a concepção romana da propriedade para compatibilizá-la com as finalidades sociais da sociedade contemporânea” (Orlando Gomes)
 Ao mesmo tempo que a constituição resguarda o direito de propriedade, ela limita este direito, ela impõe um recorde/limitação se necessário em benefício da coletividade. 
1.6 Reforma agrária e rural
a) Arts. 184, 185 e 186, CF
b) preocupação constitucional com a função social do direito de propriedade;
c) direito fundamental na Constituição Federal

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