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D2002 - Asperção de solução de nitrato de prata

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS 
ESCOLA DE ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
 
 
TATIANA RENATA PEREIRA JUCÁ 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DE CLORETOS LIVRES EM CONCRETOS E 
ARGAMASSAS DE CIMENTO PORTLAND PELO MÉTODO DE 
ASPERSÃO DE SOLUÇÃO DE NITRATO DE PRATA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GOIÂNIA 
2002 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS 
ESCOLA DE ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
 
TATIANA RENATA PEREIRA JUCÁ 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DE CLORETOS LIVRES EM CONCRETOS E ARGAMASSAS 
DE CIMENTO PORTLAND PELO MÉTODO DE ASPERSÃO DE SOLUÇÃO 
DE NITRATO DE PRATA 
 
 
 
Dissertação apresentada à Escola de Engenharia 
Civil da Universidade Federal de Goiás para 
obtenção do título de Mestre em Engenharia 
 
Área de Concentração: Durabilidade das Estruturas 
de Concreto 
Orientador: Prof. Dr. Enio José Pazini Figueiredo 
Co-orientadora: Profa. Dra. Silvia Maria Souza 
Selmo 
 
 
 
 
 
Goiânia 
2002 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) 
(GPT/BC/UFG) 
 
 
 Jucá, Tatiana Renata Pereira 
J91a Avaliação de cloretos livres em concretos e ar- 
 gamassas de cimento portland pelo método de as- 
 persão de solução de nitrato de prata / Tatiana 
 Renata Pereira Jucá. – Goiânia, 2002. 
 xiv, 142p. :il. 
 Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal 
 de Goiás, Escola de Engenharia Civil, 2002. 
 Bibliografia: f.135-142 
 
 1. Cimento portland – Cloretos livres 2. Con- 
 cretos – Cloretos livres 3. Argamassas – Cloretos 
 livres 4.Concreto – Corrosão 5. Concreto – Elas- 
 ticidade I. Universidade Federal de Goiás. Esco- 
 la de Engenharia Civil II. Título. 
 CDU: 666.942:661.453 
 
 
 iv 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 À minha família, razão de minha vida. 
 A Renato Freire Jucá, in memorian. 
 
 
 
 
 
 
 v
AGRADECIMENTOS 
 
 
 Em primeiro lugar, a Deus. 
 
 Ao orientador, Dr. Enio José P. Figueiredo, pelas inúmeras horas 
dedicadas a esta pesquisa, confiança e pela pessoa maravilhosa que é; 
 
 À co-orientadora, Silvia Selmo, pela colaboração técnica, empenho e 
credibilidade. 
 
 À Cimento Votoran pela doação das amostras de cimento, sem as 
quais seria difícil a realização desta pesquisa. Especialmente ao Sr. Divaldir. 
Ao Sr. Arnaldo Battagin por sua colaboração na aquisição das amostras junto à 
Cimento Votoran. 
 
 À Cimento Tocantins pela doação de amostras de cimento. 
Especialmente, Roosevelt e Ganderlan. 
 
 Á FURNAS S.A. pelo apoio técnico dispensado a esta pesquisa. 
 
 Aos colegas da turma de mestrado pelas situações incríveis que 
passamos. Em especial aos grandes amigos Fernando Teixeira, Cláudio 
Pereira, Keila Bento e Ricardo Ferreira pelas dificuldades que enfrentamos 
unidos. 
 
 Ao amigo Ronaldo Gomes por todas as horas perdidas em prol de 
cobranças e incentivos relacionados a este trabalho. 
 
 Aos amigos: Helena e Oswaldo Cascudo pelo sorriso dispensado todos 
os dias e pela grande humanidade. 
 
 Aos maiores incentivadores desta pesquisa, Matheus Jucá, David Jucá 
e Vinnícius Ferreira, pelos momentos de descontração e alegria. 
 
 Aos amigos de outrora, Marcio Santos, Marcus Valente e Renata 
Almeida. 
 
 À grande amizade e apoio dispensados pelos amigos: Paula e Kleber 
Jucá, Celina e Raimundo Ferreira, Márcia e Renato Ferreira, e Lícinio Castro. 
 
 Em especial, às pessoas mais importantes de minha vida: Eulalia Jucá, 
Maria Pereira, Renato Jucá e Ricardo Ferreira. Inesgotáveis às vezes que me 
alegraram com suas palavras e não me deixaram desanimar. 
 
 Enfim, a todas as pessoas descritas acima, agradeço de todo coração 
e graças a todos vocês foi possível a realização deste trabalho. 
 vi 
SUMÁRIO 
 
CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO ...........................................................................1 
1.1. Importância do tema ............................................................................1 
1.2. Objetivos do trabalho ..........................................................................5 
1.3. Estrutura do trabalho...........................................................................6 
CAPÍTULO 2 MECANISMO DA CORROSÃO INDUZIDA POR CLORETOS..7 
2.1. Conceitos básicos sobre corrosão...................................................10 
2.1.1. Definição................................................................................................................ 10 
2.1.2. Classificação ......................................................................................................... 11 
2.1.2.1. Teor limite de cloretos............................................................................................... 13 
2.2. Penetração dos cloretos....................................................................14 
2.2.1. Absorção capilar.................................................................................................... 15 
2.2.2. Permeabilidade...................................................................................................... 15 
2.2.3. Migração iônica ..................................................................................................... 16 
2.2.4. Difusão iônica........................................................................................................ 17 
2.3. Fatores que exercem influência na corrosão por cloretos.............18 
2.3.1. Tipo de cimento..................................................................................................... 19 
2.3.1.1. Resistividade elétrica ................................................................................................ 22 
2.3.1.2. Fixação de cloretos ................................................................................................... 24 
2.3.2. Tipo de Aço ........................................................................................................... 25 
2.3.3. Temperatura .......................................................................................................... 26 
2.3.4. Cobrimento ............................................................................................................ 27 
2.3.5. Carbonatação........................................................................................................ 31 
2.4. Ensaios para avaliar a resistência à penetração dos cloretos no 
concreto........................................................................................................33 
2.4.1. Penetração de cloretos ......................................................................................... 33 
2.4.2. Migração de cloretos ............................................................................................. 34 
2.4.3. Ciclos de imersão e secagem ............................................................................... 34 
2.5. Ensaios para avaliar a resistência à carbonatação.........................35 
CAPÍTULO 3 MÉTODOS PARA AVALIAÇÃO DA PRESENÇA DE 
CLORETOS EM CONCRETO E ARGAMASSA......................................36 
3.1. Análise do teor de cloretos no concreto..........................................37 
3.2. Métodos qualitativos..........................................................................38 
3.2.1. Aspersão de solução de nitrato de prata .............................................................. 38 
3.2.1.1. Solução de nitrato de prata ....................................................................................... 40 
3.2.1.2. Trabalhos realizados com a solução de nitrato de prata........................................... 42 
3.2.2. Quantab.................................................................................................................44 
3.2.3. Hach ...................................................................................................................... 45 
3.3. Métodos quantitativos .......................................................................47 
3.3.1. Método Potenciométrico........................................................................................ 47 
3.3.2. Titulação ................................................................................................................ 48 
3.3.3. Teor de cloretos totais através da ASTM C 1152 ................................................. 49 
3.3.4. Extração da solução dos poros do concreto ......................................................... 51 
 vii 
3.3.5. Extração com água ............................................................................................... 52 
3.3.6. Método de Volhard ................................................................................................ 53 
3.3.7. Técnica do eletrodo seletivo.................................................................................. 54 
3.4. Concentração de cloretos e hidroxilas ............................................54 
3.5. Difusão de cloretos ............................................................................56 
CAPÍTULO 4 METODOLOGIA USADA NO PROGRAMA EXPERIMENTAL57 
4.1. Introdução ao método de aspersão de nitrato de prata..................57 
4.2. Descrição da metodologia.................................................................58 
4.2.1. Variáveis dependentes.......................................................................................... 59 
4.2.2. Variáveis independentes ....................................................................................... 59 
4.3. Caracterização dos materiais............................................................60 
4.3.1. Areia ...................................................................................................................... 60 
4.3.2. Brita ....................................................................................................................... 61 
4.3.3. Cimentos ............................................................................................................... 62 
4.3.3.1. Cimento Portland comum com adição (CP I-S-32) ................................................... 63 
4.3.3.2. Cimento Portland composto com fíler (CP II-F-32) ................................................... 64 
4.3.3.3. Cimento Portland de alto-forno (CP III-32)................................................................ 65 
4.3.3.4. Cimento Portland pozolânico (CP IV-32) .................................................................. 66 
4.3.3.5. Cimento Portland de alta resistência inicial (CP V-ARI)............................................ 67 
4.3.4. Armaduras ............................................................................................................. 69 
4.3.5. Água ...................................................................................................................... 69 
4.4. Corpos-de-prova ................................................................................69 
4.4.1. Concreto ................................................................................................................ 69 
4.4.2. Argamassa ............................................................................................................ 71 
4.4.3. Tipos e quantidades de corpos-de-prova.............................................................. 72 
4.5. Ensaios complementares ..................................................................75 
4.5.1. Caracterização físico-química dos cimentos......................................................... 75 
4.5.1.1. Cimento Portland comum com adição (CP I-S-32) ................................................... 75 
4.5.1.2. Cimento Portland composto com fíler (CP II-F-32) ................................................... 76 
4.5.1.3. Cimento Portland de alto-forno (CP III-32)................................................................ 76 
4.5.1.4. Cimento Portland pozolânico (CP IV-32) .................................................................. 77 
4.5.1.5. Cimento Portland de alta resistência inicial (CP V-ARI)............................................ 78 
4.5.2. Resistência à compressão e módulo de elasticidade ........................................... 79 
4.5.3. Carbonatação........................................................................................................ 79 
4.5.4. Difratometria de Raios-X ....................................................................................... 79 
4.5.5. Microscopia eletrônica de varredura ..................................................................... 80 
4.6. Ensaios eletroquímicos .....................................................................81 
4.7. Ensaio de aspersão de solução de nitrato de prata........................83 
CAPÍTULO 5 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS........85 
5.1. Ensaios de caracterização e complementares ao estudo ..............85 
5.1.1. Ensaios mecânicos ............................................................................................... 86 
5.1.2. Profundidade de carbonatação ............................................................................. 87 
5.1.2.1. Amostras de referência ............................................................................................. 88 
5.1.2.2. Amostras contendo 0,2% de cloretos em relação à massa de cimento .................... 88 
5.1.2.3. Amostras contendo 0,4% de cloretos em relação à massa de cimento .................... 89 
5.1.2.4. Amostras contendo 1,0% de cloretos em relação à massa de cimento .................... 90 
5.1.2.5. Amostras contendo 2,0% de cloretos em relação à massa de cimento .................... 91 
5.1.3. Difratometria de Raios-X ....................................................................................... 92 
5.1.4. Microscopia eletrônica de varredura ..................................................................... 93 
5.1.4.1. Amostra de referência............................................................................................... 94 
 viii 
5.1.4.2. Amostra contendo 2,0% de cloreto em relação à massa de cimento........................ 95 
5.2. Medidas eletroquímicas.....................................................................98 
5.2.1. Potencial de corrosão (Ecorr )................................................................................. 98 
5.2.1.1. Concretos de referência............................................................................................ 99 
5.2.1.2. Concretos com 0,2% de cloretos em relação à massa de cimento........................... 99 
5.2.1.3. Concretos com 0,4% de cloretos em relação à massa de cimento......................... 100 
5.2.1.4. Concretos com 1,0% de cloretos em relação à massa de cimento......................... 101 
5.2.1.5. Concretos com 2,0% de cloretos em relação à massa de cimento......................... 102 
5.2.2. Intensidade de corrosão (icorr ) ............................................................................. 103 
5.2.2.1. Amostras de referência ........................................................................................... 103 
5.2.2.2. Concretos com 0,2% de cloretos em relação à massa de cimento......................... 104 
5.2.2.3. Concretos com 0,4% de cloretos em relação à massa de cimento......................... 105 
5.2.2.4. Concretos com 1,0% de cloretos em relação à massa de cimento......................... 106 
5.2.2.5. Concretos com 2,0% de cloretos em relação à massa de cimento......................... 107 
5.2.3. Resistência ôhmica (Rohm ) .................................................................................. 108 
5.2.3.1. Concretos de referência..........................................................................................108 
5.2.3.2. Concretos com 0,2% de cloretos em relação à massa de cimento......................... 109 
5.2.3.3. Concretos com 0,4% de cloretos em relação à massa de cimento......................... 110 
5.2.3.4. Concretos com 1,0% de cloretos em relação à massa de cimento......................... 111 
5.2.3.5. Concretos com 2,0% de cloretos em relação à massa de cimento......................... 112 
5.3. Aspersão de nitrato de prata...........................................................113 
5.3.1. Argamassas de referência .................................................................................. 114 
5.3.2. Argamassas contendo 0,2% de cloretos em relação à massa de cimento ........ 115 
5.3.3. Argamassas contendo 0,4% de cloretos em relação à massa de cimento ........ 116 
5.3.4. Argamassas contendo 1,0% de cloretos em relação à massa de cimento ........ 117 
5.3.5. Argamassas contendo 2,0% de cloretos em relação à massa de cimento ........ 118 
CAPÍTULO 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................120 
6.1. Primeira Etapa ..................................................................................120 
6.1.1. Amostras de referência - 1a etapa....................................................................... 120 
6.1.2. Amostras contendo 0,2% de cloretos incorporados à massa - 1a etapa ........... 121 
6.1.3. Amostras contendo 0,4% de cloretos incorporados à massa - 1a etapa ............ 122 
6.1.4. Amostras contendo 1,0% de cloretos incorporados à massa - 1a etapa ............ 122 
6.1.5. Amostras contendo 2,0% de cloretos incorporados à massa - 1a etapa ............ 123 
6.2. Segunda Etapa .................................................................................123 
6.2.1. Amostras de referência - 2a etapa....................................................................... 123 
6.2.2. Amostras contendo 0,2% de cloretos incorporados à massa - 2a etapa ............ 124 
6.2.3. Amostras contendo 0,4% de cloretos incorporados à massa - 2a etapa ............ 125 
6.2.4. Amostras contendo 1,0% de cloretos incorporados à massa - 2a etapa ............ 125 
6.2.5. Amostras contendo 2,0% de cloretos incorporados à massa - 2a etapa ............ 126 
6.3. Aplicabilidade do método de aspersão de nitrato de prata..........127 
6.4. Sensibilidade das técnicas estudadas ao teor de cloretos ..........128 
6.5. Sugestões para futuras pesquisas .................................................128 
ANEXO A .......................................................................................................130 
ANEXO B .......................................................................................................131 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..............................................................135 
 
 
 ix 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
Figura 2. 1 - Incidência de manifestações patológicas em estruturas de concreto 
armado no Rio Grande do Sul em função da origem ou causa dos 
problemas (DAL MOLIN, 1988).............................................................8 
Figura 2. 2 - Incidência de manifestações patológicas em estruturas de concreto 
no Estado de Pernambuco (ANDRADE, 1997). ...................................8 
Figura 2. 3 - Incidência das manifestações patológicas na Região Amazônica 
(ARANHA, 1994). ..................................................................................9 
Figura 2. 4 - Classificação da corrosão de armaduras de acordo com a morfologia.
.............................................................................................................12 
Figura 2. 5 – Esquema de funcionamento do eletrodo Wenner (ANDRADE ,1992)
.............................................................................................................23 
Figura 2. 6 - Teor de cloretos livres em relação à massa de cimento em relação ao 
teor de C3A, a 20oC e 70oC (HUSSAIN & RASHEEDUZZAFAR, 1993, 
apud NEVILLE, 1997)..........................................................................27 
Figura 3. 1 - Análises de cloretos, adaptada do modelo de KROPP (1996) ..........37 
Figura 3. 2 - Frente de penetração de cloretos (NT BUILD 492, 2000) .................40 
Figura 3. 3 - Relação entre cloretos totais, livres e fator água/cimento de 
concretos, argamassas e pastas de cimento (OTSUKI et al. ,1992)..43 
Figura 3. 4 - Kit teste Quantab (SOILTEST, 1999) .................................................45 
Figura 3. 5 - Kit Hach para aplicação in loco (Hach Company, 2001)....................46 
Figura 4. 1 - Curva granulométrica da areia natural utilizada no programa 
experimental ........................................................................................61 
Figura 4. 2 - Dimensões do corpo-de-prova (a) usado na resistência à 
compressão, (b) usado na avaliação de cloretos livres e (c) usado nas 
medidas eletroquímicas.......................................................................73 
Figura 4. 3 - Descrição do número de corpos-de-prova .........................................74 
Figura 4. 4 - Detalhe da armadura e espaçadores .................................................75 
Figura 4. 5 - GECOR 6, equipamento de tomada dos ensaios eletroquímicos .....82 
Figura 5. 1 – Profundidade de carbonatação nas amostras de referência.............88 
Figura 5. 2 – Profundidade de carbonatação nas amostras contendo 0,2% de 
cloretos em relação à massa de cimento............................................89 
Figura 5. 3 – Profundidade de carbonatação nas amostras contendo 0,4% de 
cloretos em relação à massa de cimento............................................90 
Figura 5. 4 – Profundidade de carbonatação nas amostras contendo 1,0% de 
cloretos em relação à massa de cimento............................................91 
 
 x
Figura 5. 5 – Profundidade de carbonatação nas amostras contendo 2,0% de 
cloretos em relação à massa de cimento............................................92 
Figura 5. 6 – Identificação dos corpos-de-prova para análise no MEV..................93 
Figura 5. 7 – Micrografia de região externa da amostra de referência...................94 
Figura 5. 8 – Espectro da estrutura encontra na região externa da amostra de 
referência.............................................................................................95 
Figura 5. 9 Micrografia da amostra contendo 2,0% de cloretos em relação à massa 
de cimento ...........................................................................................95 
Figura 5. 10 – Espectro geral da amostra externa contendo 2,0% de cloretos em 
relação à massa de cimento ...............................................................96 
Figura 5. 11 – Espectro geral da amostra interna contendo 2,0% de cloretos em 
relação à massa de cimento ...............................................................96 
Figura 5. 12 – Micrografia de região externa atacada por solução de nitrato de 
prata.....................................................................................................97 
Figura 5. 13 – Espectro da região externa atacada por solução de nitrato de prata, 
ilustrada na Figura 5. 12......................................................................97 
Figura 5. 14 - Potencial de corrosão em concretos de referência ..........................99 
Figura 5. 15 - Potencial de corrosão em concretos com 0,2% de cloretos ..........100 
Figura 5. 16 - Potencial de corrosão em concretos com 0,4% de cloretos ..........101 
Figura 5. 17 - Potencial de corrosão em concretos com 1,0% de cloretos ..........102 
Figura 5. 18 - Potencial de corrosão em concretos com 2,0% de cloretos ..........103 
Figura 5. 19 - Intensidade de corrosão em concretos de referência ....................104 
Figura 5. 20 - Intensidade de corrosão em concretos com 0,2% de cloretos ......105 
Figura 5. 21 - Intensidade de corrosão em concretos com 0,4% de cloretos ......106 
Figura 5. 22 - Intensidade de corrosão em concretos com 1,0%de cloretos ......107 
Figura 5. 23 - Intensidade de corrosão em concretos com 2,0% de cloretos ......108 
Figura 5. 24 – Resistividade elétrica em concretos de referência ........................109 
Figura 5. 25 – Resistividade elétrica em concretos com 0,2% de cloretos ..........110 
Figura 5. 26 – Resistividade elétrica em concretos com 0,4% de cloretos ..........111 
Figura 5. 27 – Resistividade elétrica em concretos com 1,0% de cloretos ..........112 
Figura 5. 28 – Resistividade elétrica em concretos com 2,0% de cloretos ..........113 
Figura 5. 29 - Ilustração dos corpos-de-prova de CP II-F-32 aos 7 dias..............114 
Figura 5. 30 – Percentagem de cloretos livres nas amostras de referência ........115 
Figura 5. 31 – Percentagem de cloretos livres nas amostras contendo 0,2% de 
cloretos em relação à massa de cimento..........................................116 
Figura 5. 32 – Percentagem de cloretos livres nas amostras contendo 0,4% de 
cloretos em relação à massa de cimento..........................................117 
 
 xi 
Figura 5. 33 – Percentagem de cloretos livres nas amostras contendo 1,0% de 
cloretos em relação à massa de cimento..........................................118 
Figura 5. 34 – Percentagem de cloretos livres nas amostras contendo 2,0% de 
cloretos em relação à massa de cimento..........................................119 
 
 
 xii 
LISTA DE TABELAS 
 
 
Tabela 2. 1 - Teor limite de cloretos........................................................................14 
Tabela 2. 2 – Critérios para avaliação da resistividade do concreto – CEB 192....23 
Tabela 2. 3 - Classe de agressividade ambiental (NBR 6118/2000 - em revisão).29 
Tabela 2. 4 - Classes de agressividade ambiental em função das condições de 
exposição (NBR 6118/2000 - em revisão) ..........................................29 
Tabela 2. 5 - Determinação do cobrimento nominal em relação à classe de 
agressividade ambiental(NBR 6118/2000 - em revisão) ....................30 
Tabela 4. 1 – Caracterização da areia utilizada no programa experimental. .........60 
Tabela 4. 2 – Caracterização da brita utilizada no programa experimental. ..........62 
Tabela 4. 3- Descrição dos cimentos......................................................................62 
Tabela 4. 4 - Características físicas do CP I-S-32..................................................63 
Tabela 4. 5- Características químicas do CP I-S-32...............................................64 
Tabela 4. 6- Características físicas do CP II-F-32 ..................................................64 
Tabela 4. 7 - Características químicas do CP II-F-32.............................................65 
Tabela 4. 8 - Características físicas do CP III-32....................................................65 
Tabela 4. 9 - Características químicas do CP III-32 ...............................................66 
Tabela 4. 10 - Características físicas do CP IV-32 .................................................66 
Tabela 4. 11 - Características químicas do CP IV-32.............................................67 
Tabela 4. 12 - Características físicas do CP V-ARI ................................................67 
Tabela 4. 13 - Características químicas do CP V-ARI............................................68 
Tabela 4. 14 - Quantidade de material usado em cada traço de concreto.............70 
Tabela 4.15 - Quantidade de material usado em cada traço de argamassa .........72 
Tabela 4. 16 - Designação dos cloretos em relação à coloração dos corpos-de-
prova (adaptado da UNI 7928, 1978)..................................................84 
Tabela 5. 1 - Caracterização mecânica dos concretos estudados.........................86 
Tabela 5. 2 - Critério para avaliação da icorr (ANDRADE, 1992).............................98 
Tabela 5. 3 - Critério para avaliação do Ecorr (ASTM C-876) ..................................98 
 
 
 
 xiii 
RESUMO 
 
 A presente pesquisa tem por objetivo principal avaliar a 
aplicabilidade da aspersão de solução 0,1M de nitrato de prata como indicador 
de cloretos livres em materiais a base de cimento Portland. 
 O estudo da aplicabilidade da aspersão da solução de nitrato de 
prata vem da necessidade de um método que possa ser utilizado in loco ou em 
laboratório e indique a presença de cloretos livres em concretos ou 
argamassas. Apesar do método de aspersão de nitrato de prata ser qualitativo, 
o mesmo pode funcionar como auxiliar a outros métodos onerosos e de difícil 
aplicabilidade, além de dar uma informação rápida para que os profissionais 
possam diagnosticar estruturas com corrosão. 
 Para que os resultados deste estudo tivessem credibilidade quanto à 
presença de cloretos livres nas amostras em estudo, foi realizado 
paralelamente à aspersão de nitrato de prata um acompanhamento das 
amostras através de ensaios eletroquímicos em barras imersas nas mesmas. 
Também importante ao estudo em questão está a carbonatação, uma vez que 
a mesma é considerada capaz de tornar livres os cloretos já combinados dos 
concretos e argamassas. 
 A parte experimental da pesquisa envolveu dois materiais principais: 
as argamassas em corpos-de-prova de 5 cm x 10 cm de argamassa que 
serviram ao estudo da aspersão de nitrato de prata, profundidade de 
carbonatação, difração de Raios-X e microscopia eletrônica de varredura 
(MEV), além de concretos em corpos-de-prova prismáticos de 15 cm x 20 cm x 
30 cm para os ensaios eletroquímicos. Corpos-de-prova cilíndricos de 15 cm x 
30 cm foram ensaiados para a verificação da resistência à compressão e 
módulo de elasticidade dos concretos. Cada um dos materiais, argamassa e 
concreto, foi confeccionado com CP I-S-32, CP II-F-32, CP III-32, CP IV-32 e 
CP V-ARI com os seguintes teores de cloretos incorporados à água de 
amassamento: 0%, 0,2%, 0,4%, 1,0% e 2,0% em relação à massa de cimento. 
 Observou-se através da solução de nitrato de prata que houve um 
período de combinação dos cloretos incorporados à massa das argamassas, 
assim como um período em que a carbonatação exerceu influência no 
processo de liberação dos cloretos combinados. Notou-se também, que o teor 
de Al2O3 dos cimentos é fator preponderante no processo de fixação dos 
cloretos, assim como a velocidade de hidratação do cimento. 
 O programa experimental ilustra que o método de aspersão de 
nitrato de prata pode ser usado in loco, em estruturas sujeitas ao fenômeno da 
carbonatação, com auxílio das medidas de profundidade de carbonatação. Nos 
casos em que os cloretos são incorporados à mistura, como aditivos à base de 
cloretos, agregados ou água contaminados, ou mesmo quando os cloretos 
entram pela porosidade do concreto, o método pode ser empregado com êxito, 
para análise qualitativa da presença desse íon. 
 
Palavras-chave: cloretos livres, nitrato de prata, cimento Portland, argamassa, concreto, 
carbonatação, corrosão de armaduras. 
 
 
JUCÁ, T. R. P. Avaliação de cloretos livres em concretos e argamassas de cimento portland pelo 
método de aspersão de solução de nitrato de prata. 2002. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) 
– Escola de Engenharia Civil, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2002. 
 xiv 
 
ABSTRACT 
 
 The objective of the research is to evaluate the applicability of the 
aspersion of solution 0,1M of silver nitrate as indicator of free chloride in 
materials of cement base. 
 
 The study of the applicability of the aspersion of the solution of 
silver nitrate comes from the need of a method that can be used in loco or in 
laboratory that indicates the presence of free chlorides in concretes or mortars. 
Although the method of aspersion of silver nitrate to be merely qualitative, it can 
be said that the same can work as aiding the other onerous methods of difficult 
applicability. 
 
 So that the results of this study had an acceptable credibility, it 
was accomplished parallel to the aspersion of silver nitrate an attendance of the 
samples through polarization resistance.Also important to the study in subject it 
is the carbonation, because this phenomenon is considered capable to turn free 
the chlorides already combined of the concretes and mortars. 
 
 The experimental part of the research involved two kind of 
samples: samples of 5x10 cm of mortar that were used in the study of the 
aspersion of silver nitrate and prismatic samples of 15x20x30 cm of concrete for 
the tests of polarization resistance. Each one of the samples, mortar and 
concrete, was made with CP I-S-32, CP IIF-32, CP III-32, CP IV-32 and CP V-
ARI with the following amount of incorporate chlorides to the water mixing: 0%, 
0,2%, 0,4%, 1,0% and 2,0% in relation to the cement mass. 
 
 It was observed through the solution of silver nitrate that there was 
a combination period of the incorporate chlorides to the mass of the mortars, as 
well as a period in that the carbonation exercised influence in the process of 
liberation of the combined chlorides. It was also noticed, that the amount of 
Al2O3 of the cements is a preponderant factor in the process of fixation of the 
chlorides. 
 
 The experimental program illustrates that the method of aspersion 
of silver nitrate can be used in loco, in structures subject to the phenomenon of 
the carbonation, with aid of the measures of carbonation's depth. In the cases in 
that the chlorides are incorporate to the mixture, as addictive to the chloride 
base, aggregates or water contaminated, the method has perfect applicability. 
 
 
Key word: colorimeter method, free chlorides, silver nitrate, mortars, concrete carbonation, 
polarization resistance, corrosion reinforcement. 
 
 
JUCÁ, T. R. P. Evaluation of free chloride in concretes and mortars of Portland cement through the 
aspersion method of silver nitrate’s solution. 2002. Dissertation (Master Degree) – Escola de 
Engenharia Civil, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2002. 
 
 
 
1. CAPÍTULO 1 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
1.1. Importância do tema 
 
 A durabilidade das estruturas de concreto armado, nas últimas 
décadas, tem sido limitada por processos de deterioração, principalmente o da 
corrosão de armaduras. Os inúmeros estudos na área de corrosão das 
armaduras são justificados devido à abrangência mundial do problema, à 
complexidade dos mecanismos de iniciação e propagação da corrosão, aos 
elevados recursos aplicados para reparar as estruturas atingidas e aos fatores 
sociais e ambientais envolvidos, uma vez que a infraestrutura dos países, tais 
como portos, rodovias, pontes etc, têm sido severamente atacadas pela 
corrosão. 
 
 De acordo com FIGUEIREDO (1994), somente a partir da década de 
80, o governo, a indústria e os tecnologistas brasileiros começaram uma forte 
corrente para encontrar soluções aos graves problemas causados pela 
corrosão de armaduras, os quais já eram conhecidos desde a utilização de 
barras de aço no concreto. No que se refere à monitoração da corrosão em 
armaduras, somente em 1959 tem-se o primeiro registro do uso de técnicas 
eletroquímicas para medir a corrosão do aço. 
 
 Nos últimos anos, observa-se um significativo aumento do número 
de congressos, comitês técnicos e reuniões especializadas no assunto 
(Congresso Iberoamericano de Patologia, Congresso Brasileiro do Concreto, 
Concrete Durability, Corrosionsource.com), até mesmo na Internet, pois a 
 
 2
corrosão das armaduras tem se tornado uma das mais incidentes, sérias e 
onerosas manifestações patológicas em estruturas de concreto armado. 
 
 A corrosão pode ser classificada em função do tipo de reações 
envolvidas no fenômeno. Neste caso, a corrosão pode ser devida a reações 
eletroquímicas ou reações químicas heterogêneas. As reações químicas 
heterogêneas são todas aquelas que dão ou recebem elétrons, também 
conhecidas como reações de óxi-redução. Esta reação se dá através da 
interação de um gás e um metal, formando uma película de óxidos. Porém, a 
reação que ocorre nas armaduras do concreto é causada por reações 
eletroquímicas. As reações eletroquímicas só ocorrem quando existe um meio 
aquoso (eletrólito), no qual há o fechamento da pilha de corrosão, através do 
eletrólito, dando origem a diferenças de potencial no aço. 
 
 A corrosão de armaduras no concreto de cimento Portland pode 
acontecer, essencialmente, por dois motivos principais. O primeiro é devido ao 
fenômeno da diminuição da alcalinidade do concreto, ocasionado 
principalmente pela carbonatação do concreto e o segundo, devido à presença 
de cloretos livres no concreto. Muitos pesquisadores concordam que a 
corrosão induzida por cloretos é o tipo mais perigoso, pois, neste caso, os 
cloretos despassivam a armadura pontualmente ainda que o pH esteja elevado 
e formam pites, que reduzem a seção transversal da barra, reduzindo sua 
capacidade portante e, conseqüentemente, podem levar a estrutura ao 
colapso. ANDRADE (1992), por exemplo, afirma que a situação mais agressiva 
e a responsável pelo maior número de casos de corrosão de armaduras é a 
presença de cloretos. Porém, sabe-se que o risco de corrosão induzida por 
cloretos depende das concentrações relativas de íons cloreto e hidroxila nos 
poros do eletrólito e da difusividade dos íons cloreto na pasta. 
 
 As fontes de cloretos nos concretos e argamassas podem ser os 
agregados, a água ou o solo contaminados, o aditivo acelerador de pega à 
base desse íon, os sais de degelo, as atmosferas marinhas ou a ação direta da 
água do mar. No entanto, independente da fonte que ocasiona a presença dos 
 
 3
cloretos no concreto, os mesmos vão estar na matriz da argamassa ou 
concreto, nos diferentes estados, a seguir listados (FIGUEIREDO, 1993): 
 
- Quimicamente combinados, na forma de sal de Friedel (C-A-H), 
por reação com o C3A do cimento Portland: C3A.CaCl2.10H2O; 
- Quimicamente adsorvidos ao C-S-H; 
- Livres na solução aquosa dos poros. 
 
 Porém, não é todo cloreto incorporado ao concreto que causa a 
corrosão nas armaduras. O perigo encontra-se nos cloretos que não estão sob 
a forma combinada com o C3A do cimento, ou seja, os cloretos livres que ficam 
na água dos poros do concreto são os que causarão a corrosão. 
 
 Portanto, o tipo de cimento utilizado no concreto exerce grande 
influência no que tange ao tipo de agressão a que serão expostas as 
armaduras da estrutura de concreto. 
 
 Apesar do cimento Portland ser um material mundialmente 
conhecido, ainda existem lacunas no conhecimento do seu comportamento ao 
longo de tempo, principalmente quanto à previsão da durabilidade dos 
concretos. Pouco se sabe sobre o comportamento dos produtos hidratados dos 
diferentes tipos de cimento Portland em interação com o meio ambiente. 
 
 Assim, reúnem-se nesta pesquisa dois pontos estratégicos para a 
realização de trabalhos na área de durabilidade das estruturas de concreto 
armado. Por um lado tem-se o cloreto como agente causador da corrosão no 
aço e, por outro lado, a avaliação, pela técnica de aspersão de nitrato de prata, 
da capacidade dos vários tipos de cimento Portland em combinar cloretos 
livres. 
 
 O método de aspersão do nitrato de prata para verificar a presença e 
a profundidade de penetração dos cloretos no concreto tem sido empregado 
por alguns autores. Porém, cabe salientar que os resultados obtidos podem ser 
 
 4
questionados uma vez que ainda não se conhece a influência da composição 
do cimento e da carbonatação sobre os resultados do método. 
 
 OTSUKI et al. (1992) fizeram uma avaliação do método de aspersão 
para medida de penetração de cloretos em materiais de matrizes cimentíceas. 
 COLLEPARDI (1997), dentre outros pesquisadores, empregou o 
método colorimétrico para determinar o teor mínimo de cloretos livres que pode 
ser detectado pela solução de nitrato de prata, assim como, o tempo 
necessário para que os cloretos livres sejam transformados em cloretos 
combinados. O autor também aborda a difusão dos cloretos nas amostras deconcreto expostas permanentemente à solução aquosa de cloretos e a 
profundidade penetrada pelos íons cloreto nas estruturas de concreto, 
descontinuamente expostas à solução aquosa de cloretos e/ou ao ar com 
dióxido de carbono. 
 
 COUTINHO (2000) utilizou o método de aspersão de nitrato de prata 
para verificar o efeito do uso da cinza de casca de arroz sobre a 
permeabilidade do concreto e a sua eficiência para reduzir o ingresso de 
cloretos nesse material. 
 No que se refere à inspeção de estruturas contaminadas por 
cloretos, reside uma das maiores aplicações práticas e importantes do método 
estudado neste trabalho, como se evidencia a seguir. 
 
 Para se quantificar o teor de cloretos existente em uma estrutura ou 
corpo-de-prova de concreto há inúmeros e complexos métodos analíticos, 
onerosos e demorados. Porém estes métodos estão, atualmente, sendo postos 
à prova uma vez que para amostras confeccionadas com o mesmo traço e teor 
de cloreto incorporado à massa, quando enviados a diferentes laboratórios 
apontam resultados distintos (INTERLABORATORIAL, 1999). Isto tem deixado 
tecnologistas, construtores, consultores técnicos e pesquisadores em estado 
de alerta. Surge, então, a necessidade de um método simples, rápido e que 
permita conhecer o risco ou não de corrosão nas correntes estruturas. O 
método, originalmente normalizado pela UNI, em 1978, sob o título 
 
 5
Calcestruzzo: determinazione della penetrabilità dello ione cloruro, é um 
método colorimétrico, semelhante ao método de aspersão de fenolftaleína e 
timolftaleína sobre a superfície do concreto para determinar qual a 
profundidade de carbonatação, no qual determina-se a profundidade de 
penetração da frente de cloretos livres através do concreto. 
 
 A avaliação do método em questão, aspersão de solução de nitrato 
de prata, vem a ser de grande relevância ao meio técnico por ser um método 
de fácil aplicação, rápido e barato. 
 
 
1.2. Objetivos do trabalho 
 
 Como objetivo geral deste trabalho tem-se a realização de uma 
revisão bibliográfica específica sobre o tema e a divulgação e do método de 
aspersão de nitrato de prata para detecção de cloretos, o qual ainda é pouco 
conhecido e usado pelo meio técnico nacional. 
 
 O objetivo específico é avaliar a eficiência do método de aspersão 
de nitrato de prata sobre matrizes de concreto confeccionadas com diferentes 
cimentos Portland e diferentes teores de cloreto. Em outras palavras, deseja-se 
saber qual teor de cloretos, associado a cada um dos cinco tipos de cimento 
disponíveis no mercado nacional, será responsável pela mudança de coloração 
da solução de AgNO3 na superfície do concreto, indicando a presença de 
cloretos livres. 
 
 Como objetivo complementar da pesquisa, também relevante ao 
estudo de durabilidade das estruturas, pretende-se avaliar o tempo de iniciação 
e a velocidade de propagação da corrosão de armaduras embebidas em 
concretos feitos com diferentes matrizes de cimento Portland e diferentes 
teores de cloretos, através das técnicas de Potencial de corrosão e de 
Resistência de Polarização. 
 
 6
1.3. Estrutura do trabalho 
 
 O Capítulo 1 desta dissertação teve o objetivo de mostrar uma visão 
geral do mecanismo de corrosão induzida por cloretos, assim como trazer ao 
leitor uma idéia do quão prático pode ser o método de aspersão de nitrato de 
prata, se comparado a outros métodos de avaliação da presença de cloretos. 
 O Capítulo 2, trata, principalmente, dos conceitos básicos da 
corrosão induzida por cloretos. Neste capítulo também é apresentada uma 
breve compilação dos principais fatores que influenciam a corrosão por 
cloretos, tais como o tipo de cimento, tipo de aço, temperatura e cobrimento. A 
principal intenção deste capítulo é dar embasamento ao leitor para propiciar 
uma melhor compreensão do programa experimental e seus resultados. 
 
 Métodos de avaliação da presença de cloretos em concreto e 
argamassa é o título do Capítulo 3, no qual apresentam-se algumas das mais 
conhecidas metodologias, em nível mundial, para a avaliação dos cloretos em 
estruturas de concreto. Este capítulo discute as facilidades e dificuldades de 
cada método. 
 
 A metodologia utilizada no programa experimental é apresentada no 
Capítulo 4, incluindo a descrição dos materiais, métodos e dos corpos-de-prova 
utilizados na presente pesquisa. 
 No Capítulo 5 são apresentados os resultados da pesquisa, bem 
como uma discussão dos mesmos. Nesse capítulo faz-se uma comparação 
entre os resultados do método de aspersão da solução de nitrato de prata com 
as medidas eletroquímicas realizadas através do GECOR 6, conhecido por ser 
um instrumento mundialmente empregado em estimativas ou detecção da 
corrosão de armaduras das estruturas de concreto. 
 
 As considerações finais, assim como sugestões para futuras 
pesquisas são apresentadas no Capítulo 6. As referências bibliográficas 
consideradas, pela autora, importantes para o desenvolvimento da pesquisa, 
encontram-se relacionadas ao final do trabalho. 
 
 
 
 
2. CAPÍTULO 2 
 
 
MECANISMO DA CORROSÃO INDUZIDA POR CLORETOS 
 
 Atualmente, muitos pesquisadores têm dedicado boa parte de seus 
estudos à área de Durabilidade das Estruturas de Concreto. Isto se explica 
pelos inúmeros problemas que vêm ocorrendo nessas estruturas. A grande 
relevância destes estudos está, primeiramente, em saber de que maneira os 
danos evoluem. Em seguida, além de divulgar as manifestações patológicas 
mais preponderantes ao meio técnico, deve-se ter o cuidado de compará-las a 
outras manifestações do mesmo tipo, porém, observando sempre as condições 
de contorno. 
 
 Existem vários trabalhos publicados, mundialmente, a respeito da 
ocorrência de manifestações patológicas em estruturas de concreto armado, 
trabalhos estes que servem de embasamento para diagnosticar os danos 
ocorridos, assim como para alertar o meio técnico sobre as manifestações 
patológicas mais incidentes. 
 
 As manifestações patológicas que ocorrem nas obras de engenharia 
civil têm inúmeras causas. Tanto o macroclima (zona urbana, rural, ...), quanto 
o microclima (ambientes internos ou externos e respectivos teores de umidade 
no concreto) influenciam estas manifestações patológicas. A seguir, encontra-
se descrito um breve apanhado sobre a ocorrência de algumas manifestações 
patológicas observadas em algumas localidades brasileiras. 
 
 Em um levantamento sobre as manifestações patológicas mais 
incidentes no Estado do Rio Grande do Sul, DAL MOLIN (1988) observou que 
em função da gravidade do problema, naquela região, a corrosão de 
 
 
 
8
40%
30%
11%
5%
1%
13%
Corrosão de armaduras
Sobrecarga
Recalque de fundação
Retração por secagem
Gradiente térmico
Detalhe construtivo
64%
16%
1%
2%
2%
8%
5%
2%
Corrosão de armaduras
Problemas estruturais
Infiltrações
Desagregação do concreto
Recalque Diferencial
Outros
Detalhes construtivos
Ataque químico
armaduras representava 40% das ocorrências, como pode ser observado na 
Figura 2. 1. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2. 1 - Incidência de manifestações patológicas em estruturas de concreto armado no Rio 
Grande do Sul em função da origem ou causa dos problemas (DAL MOLIN, 1988). 
 
 Em Pernambuco, ANDRADE (1997) realizou uma extensa pesquisa 
em obras de concreto armado convencional. Porém, cabe ressaltar que a 
maioria das edificações estudadas localizava-se sob ação de névoa salina. 
Nesta pesquisa notou-se dados alarmantes de corrosão de armaduras, 
chegando a 64% das manifestações patológicas observadas nas edificações, 
como consta na Figura 2. 2. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2. 2 - Incidência de manifestações patológicas em estruturas de concreto no Estado de 
Pernambuco (ANDRADE, 1997). 
 
 
 
9
 ARANHA (1994), em levantamento estatístico dos danos em 
estruturas de concreto armado na Região Amazônica observou que acorrosão 
de armaduras era a manifestação patológica mais incidente, chegando a 46% 
do total das manifestações patológicas. As distribuições destas manifestações 
podem ser visualizadas na Figura 2. 3. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2. 3 - Incidência das manifestações patológicas na Região Amazônica (ARANHA, 1994). 
 
 De acordo com os dados das Figura 2. 1, Figura 2. 2 e Figura 2. 3, 
observa-se que em todas as regiões brasileiras, assim como em todo o mundo, 
as manifestações patológicas nas estruturas de concreto são muito evidentes. 
Explicam-se, portanto, as inúmeras pesquisas na área de durabilidade das 
estruturas de concreto armado e, mais especificamente, da sub-área corrosão 
das armaduras, uma vez que esta é a manifestação que mais atinge as 
estruturas de concreto armado. 
 
 Em países como o Japão o governo chegou a preparar um manual 
de reparo das estruturas públicas de concreto atacadas pelos íons cloreto, uma 
vez que inúmeras pontes de concreto apresentaram sérios problemas de 
corrosão de armaduras, tais como fissuras e desplacamento do concreto, 
principalmente quando estas estruturas eram localizadas próximas a áreas 
costeiras (FUJIWARA et al.,1990). 
46%
12%
5%
2%
2%
2%
10%
8%
4%
9%
Corrosão de armaduras
Sobrecarga
Infiltrações
Desagregação do concreto
Recalque Diferencial
Retração
Movimento térmico
Segregação do concreto
Eletrodutos
Outros
 10
 A corrosão de armaduras é um fenômeno patológico que tem como 
principal agravante a redução da seção da barra e a perda da sua aderência ao 
concreto, além de fissuração e posterior desplacamento do cobrimento em 
conseqüência da formação dos produtos de corrosão. Este assunto merece 
atenção especial uma vez que a corrosão das armaduras pode ter como 
conseqüência desde pequenas fissuras no concreto, até a redução da 
capacidade portante de peças estruturais, podendo chegar à sua ruptura. O 
caso de ataque por cloretos é ainda mais nocivo, por gerar ataques por pite ao 
aço. 
 
 
2.1. Conceitos básicos sobre corrosão 
 
 Para melhor entendimento do fenômeno da corrosão serão 
abordados a seguir alguns conceitos básicos. 
 
 
2.1.1. Definição 
 
 Inúmeros autores definiram a corrosão de armaduras. As definições 
que julgam-se importantes para este trabalho serão descritas a seguir. 
 A corrosão de armaduras foi definida por GENTIL (1983) como a 
deterioração de um material, geralmente metálico, através de ação química ou 
eletroquímica do meio ambiente aliada ou não a esforços mecânicos. Esta 
deterioração relatada por GENTIL (1983) representa toda e qualquer alteração 
prejudicial e indesejável, sofrida pelo material, tal como desgaste, variações 
químicas ou modificações estruturais. 
 
 ANDRADE (1992) define a corrosão de armaduras como o processo 
inverso ao siderúrgico, no qual o metal volta ao seu estado natural, ocorrendo 
uma redução em sua energia de GIBBS. Em outras palavras, este processo 
 
 11
corresponde ao fenômeno conhecido como oxidação, que é conhecido como 
corrosão e representa a destruição paulatina do metal. 
 PANOSSIAN (1993) define a corrosão como a transformação de um 
metal em um íon metálico através de interações químicas ou eletroquímicas 
com o meio em que está inserido. 
 
 Todos os autores concordam que a corrosão de armaduras no 
concreto armado se dá pela destruição da película passivadora. A película 
passivadora pode ser descrita como uma camada invisível de óxidos (γ-Fe2O3) 
que se forma após o início da hidratação do cimento e que se encontra 
firmemente aderida ao aço. De acordo com FIGUEIREDO (1994), HELENE 
(1993), ANDRADE (1992), esta passividade, gerada pelo filme de óxidos, é 
uma barreira que dificulta a ocorrência da corrosão. 
 
 A passividade metálica, essencialmente, refere-se à baixa 
reatividade química praticada por certos metais, expostos a certas condições 
ambientes. Em outras palavras, certos metais e ligas podem tornar-se inertes, 
como se fossem metais nobres, tais como a platina e o ouro. 
 
 
2.1.2. Classificação 
 
 A corrosão de armaduras é classificada segundo sua natureza em 
química ou corrosão seca e eletroquímica ou aquosa. A corrosão de natureza 
química acontece através da reação gás metal, onde ocorre a formação de 
uma película de óxidos. Este processo é conhecido por ser lento, exceto 
quando o gás que entra em contato com o metal é muito agressivo. Já a 
corrosão de natureza eletroquímica só ocorre em meio aquoso, como formação 
de uma pilha de corrosão, com eletrólito que é formado a partir da umidade de 
equilíbrio ou que ingressa no concreto, onde ocorre diferença de potencial em 
determinados trechos da superfície do aço. É este tipo de corrosão que traz 
problemas às obras de construção civil. 
 
 
 12
 De acordo com a morfologia, a corrosão de armaduras pode ser 
classificada em: corrosão generalizada, corrosão por pite e corrosão sob 
tensão. A Figura 2. 4 apresenta um esquema no qual pode-se visualizar a 
morfologia da corrosão de armaduras. 
CARBONATAÇÃOCLORETOSTENSÃO
LOCALIZADA GENERALIZADA
 
Figura 2. 4 - Classificação da corrosão de armaduras de acordo com a morfologia. 
 
 A corrosão generalizada, como seu próprio nome sugere, ocorre de 
maneira generalizada na superfície do aço, podendo ser uniforme ou não, 
apresentando superfície rugosa e irregular. A corrosão por pite ou corrosão 
puntiforme é uma corrosão localizada pontualmente, onde pode-se observar 
pontos de desgastes na superfície do metal que evoluem aprofundando-se. A 
corrosão sob tensão também é uma corrosão localizada, porém ela ocorre 
simultânea com uma tensão de tração na armadura, podendo ocorrer a 
propagação da fissura no aço. 
 
 Importante lembrar que existem fatores que são causadores de 
corrosão no aço, como por exemplo, a ação de bactérias (corrosão 
microbiológica). Porém, este tipo de corrosão não será tratado nesta pesquisa. 
 
 Existem ambientes agressivos e/ou substâncias que podem causar a 
corrosão das armaduras no concreto. 
 
 13
 Pode-se dizer que são duas as principais causas que podem destruir 
a capa passivante de óxidos do aço e ocasionar a corrosão do mesmo: 
 
- Presença de um teor suficiente de cloretos ou outros íons 
despassivantes em contato com a armadura; 
- A diminuição da alcalinidade da solução dos poros do concreto 
por carbonatação ou reação com ácidos provenientes do meio. 
 
 
2.1.2.1. Teor limite de cloretos 
 
 O teor de cloretos que pode vir a despassivar a película de óxidos da 
armadura ainda é motivo de controvérsia no meio técnico. Sabe-se que este 
teor limite é função do tipo de cimento (C3A e C4AF), teor de cimento, relação 
água/cimento (a/c), porosidade do concreto, umidade e temperatura dentre 
outros aspectos. Por este motivo, cada instituição normalizadora adota um 
valor limite que deve ser condizente com a realidade de cada região. 
 
 Ainda que sejam os cloretos solúveis em água os únicos que podem 
provocar a corrosão, é conveniente determinar os cloretos totais também, pois 
parte dos combinados pode vir a ficar disponível para reações deletérias devido 
a fenômenos tais como a carbonatação ou elevação da temperatura 
(ANDRADE, 1992). 
 
 RODRIGUES (1994) afirma que o risco da corrosão aumenta à 
medida que a quantidade de cloretos cresce, ou seja, quando o teor de 
cloretos, ao nível das armaduras, excede um teor limite há então o 
desencadeamento do processo corrosivo. 
 
 Na Tabela 2. 1 é apresentada uma breve compilação das principais 
normas mundiais em relação ao teor máximo de cloretos permitidos no 
concreto sem que haja prejuízos às armaduras. 
 
 14
 
Tabela 2. 1 - Teor limite de cloretos 
 
NORMA PAÍS ANO TEOR DE CLORETOS RECOMENDADO 
≤ 0,15% em relação ao peso de cimento, em 
ambiente com cloretos 
≤ 0,3% em relação ao peso de cimento, em 
ambiente normal 
≤ 1% em relação ao peso de cimento, em ambiente 
seco 
ACI 318R-21USA 2001 
≤ 0,06% em relação ao peso de cimento (concreto 
protendido) 
CEB Europa 1991 
ENV 206 Portugal 1991 
BS 8110: 1 Inglaterra 1985 
0,40% em relação ao peso de cimento 
JCSE-SP2 Japão 1986 ≤ 0,60 Kg/m3 em relação a 1 m3 de concreto 
NBR 6118 Brasil 1978 500 mg/l em relação à água de amassamento 
NBR 6118 Brasil (em 
revisão) 2002 Não se reporta ao teor de cloretos 
 
 Pode-se verificar na Tabela 2. 1 que o teor limite de cloretos não é 
definido de maneira generalizada para os diversos países, assim como não são 
iguais as condições técnicas e ambientais dos mesmos. Porém, é consenso 
entre os pesquisadores que o principal fator controlador da despassivação das 
armaduras é a relação Cl-/OH-. 
 
 
2.2. Penetração dos cloretos 
 
 Os íons cloreto podem penetrar no concreto devido ao uso de sais 
de degelo, contato com a água do mar, atmosfera industrial e ambiente 
marinho, dentre outras maneiras. 
 
 HELENE (1993) afirma que os cloretos potencialmente agressivos 
são aqueles que se encontram dissolvidos em água, uma vez que como cristal 
sólido não penetra na porosidade do concreto. Porém, como sólidos, os cristais 
de cloretos podem se depositar na superfície do concreto até que uma chuva 
os dissolva e os transporte ao interior do concreto. 
 
 15
 Os mecanismos de ingresso e transporte dos íons cloreto nas 
estruturas de concreto, se dão pelos poros ou fissuras no concreto e são dos 
seguintes tipos: absorção capilar, permeabilidade, migração iônica e difusão 
iônica. A seguir consta uma breve descrição de cada mecanismo. 
 
 
2.2.1. Absorção capilar 
 
 O concreto pode absorver soluções líquidas que contenham íons 
cloreto advindos de sais dissolvidos. O fenômeno da absorção capilar se dá 
através do contato entre o concreto e o líquido que adentra no concreto através 
de tensões capilares. 
 
 A absorção capilar se dá através da rede de poros do concreto, mais 
precisamente dos poros interconectados do concreto, porém ela também 
depende de características do líquido como viscosidade e tensão superficial, 
entre outras palavras pode-se dizer que quanto mais viscoso o líquido em 
contato com o concreto, maior dificuldade ele encontrará de penetrar através 
dos poros e quanto maior a tensão superficial do líquido nos poros maior será a 
profundidade alcançada pelo líquido. 
 
 De acordo com BROOMFIELD (1997), assim como a carbonatação, 
o ingresso de cloretos é um processo, por vezes, aproximado das leis da 
difusão. No entanto, o mecanismo inicial se dá por sucção, especialmente 
quando a superfície do concreto encontra-se seca e é molhada. 
 
 
2.2.2. Permeabilidade 
 
 A permeabilidade do concreto pode ser entendida como a facilidade 
que certa substância o atravessa, sob efeito de pressão. A permeabilidade 
depende diretamente da estrutura de poros da pasta. Quanto menos porosa a 
pasta, baixa relação água/cimento, menos permeável será o concreto. 
 
 16
 
 Os íons cloreto podem adentrar no concreto por permeabilidade de 
algum líquido que o contenha, por pressão hidráulica, porém esta é uma 
maneira muito difícil de acontecer quando comparada, por exemplo, à absorção 
capilar. 
 A permeabilidade à água das pastas de cimento Portland depende 
das características do sistema de poros. O coeficiente de permeabilidade varia 
com a relação a/c e com a idade da pasta de cimento (OLLIVIER, 1998). 
 
 Teoricamente, a introdução de partículas de agregado com baixa 
permeabilidade em uma pasta de cimento deveria diminuir a permeabilidade do 
sistema (especialmente em pastas com alta relação água/cimento nos estágios 
iniciais quando a porosidade capilar é alta) porque as partículas de agregado 
deveriam interceptar os canais de fluxo dentro da matriz da pasta de cimento 
MEHTA & MONTEIRO (1994). No entanto, os referidos autores admitem que 
quando compara-se a permeabilidade de argamassas ou concretos à 
permeabilidade de pasta de cimento, a última é menor, tendo em vista a 
inexistência de microfissuração na zona de transição, que pode ocorrer na 
interface com os agregados. 
 
 
2.2.3. Migração iônica 
 
 A migração iônica ocorre porque campos elétricos promovem a 
migração dos íons cloreto, uma vez que os mesmos possuem carga elétrica 
negativa. No concreto, geralmente, o campo elétrico é gerado pela corrente 
elétrica do processo eletroquímico. Porém o campo pode ser gerado quando se 
utiliza a técnica de proteção catódica. 
 
 GJ∅RV (1996) revela que um concreto durável deve possuir um 
sistema estável com baixa mobilidade iônica e baixa permeabilidade. O autor 
afirma ainda que os testes de migração de cloreto são bases rápidas e 
apropriadas, não só para avaliação de resistência concreta contra penetração 
 
 17
de cloreto, mas também para uma avaliação mais geral de mobilidade de íon e 
permeabilidade do sistema. 
 
 
2.2.4. Difusão iônica 
 
 A difusão iônica se dá entre regiões do concreto onde exista 
diferença de concentração de substâncias não combinadas ou livres, tais como 
umidade ou ambos tipos de íons. Os íons cloreto se movimentam através da 
água contida nos poros do concreto. Porém a difusão dos íons só ocorre 
porque há gradientes de concentração iônica entre o ambiente e o concreto ou 
entre região mais interna e outra mais externa do concreto. Entre outras 
palavras, a diferença de concentração de cloretos promove seu movimento, em 
um processo que visa o equilíbrio da sua concentração. 
 
 OLLIVIER (1998) explica que a absorção capilar e permeabilidade 
podem, em certos casos, ter importância significante. No entanto, estudos 
indicam que o os cloretos são transportados através do concreto, 
principalmente, pela rede de poros e microfissuras através da difusão. 
 
 Existe uma modelagem para a difusão dos cloretos feita através das 
duas leis de Fick. A Primeira Lei de Fick diz respeito à difusão em estado 
estacionário (HELENE, 1993): 
 
Cl
ClS e
CDefQ
δ
δ
⋅−= (1) 
 
onde: 
 QS = fluxo de íons na direção x; 
 DefCl = coeficiente efetivo de difusão, também chamado de difusividade; 
 δC/δeCl = gradiente de concentração; 
 C = concentração de íons na solução; 
 eCl = profundidade considerada. 
 
 18
 O coeficiente efetivo de difusão depende da natureza do material 
através do qual ocorre a difusão e da natureza do líquido que se difunde. 
 A Segunda Lei de Fick diz respeito ao estado não estacionário e é 
escrita em função do tempo de exposição aos cloretos: 
 






⋅⋅=
Cl
Cl
Cl
Cl
Cl
e
Ce
Def
et
Ce
δ
δ
δ
δ
δ
δ (2) 
 
 HASSON & BERKE (1998), apud HELENE (1993) relatam que o 
coeficiente efetivo de difusão pode variar de 2.10-13 a 100.10-13 em concretos e 
argamassas, em outras palavras, ele pode variar até 50 vezes, dependendo do 
aglomerante. 
 
 Na grande maioria dos casos, os mecanismos de transporte dos 
cloretos presentes no concreto ocorrem por absorção capilar e por difusão 
iônica. A absorção se dá na camada mais superficial do concreto, geralmente 
onde ocorre a molhagem e secagem do cobrimento pela ação das intempéries; 
no interior do concreto onde a presença do eletrólito é mais constante, tem-se 
basicamente a difusão. 
 
 A corrosão induzida por cloretos traz sérias implicações para as 
estruturas em uso, principalmente para as estruturas submetidas à flexão, uma 
vez que seus produtos de corrosão modificam as características geométricas 
das nervuras podendo ocorrer o deslizamento da barra em relação ao concreto. 
Estudos científicos como o realizado por ISA & HELENE (1999) comprovam a 
afirmação acima. 
 
 
2.3. Fatores que exercem influência na corrosão por cloretos 
 
 Os fatores principais e que determinam ou influenciam a ação dos 
cloretos sobre a corrosão das armaduras das estruturas de concreto são: o tipo 
de cimento, o tipo de aço, a temperatura, o cobrimento e a carbonatação. 
 
 19
2.3.1. Tipo de cimento 
 
 Os diferentes tipos de cimentoapresentam variação de suas 
composições e finura, contribuindo de forma diferente na capacidade de 
proteção à armadura. A começar, o tipo de cimento empregado na execução 
do concreto pode exercer influência sobre o processo da corrosão, em 
decorrência do seu teor original de C3A e C4AF, que são os compostos 
capazes de fixar os cloretos. 
 
 PAGE et al. (1986) dizem que a quantidade de C3A do cimento tem 
influência na iniciação da corrosão pelos cloretos, visto que este componente 
do cimento é responsável pela formação do cloroaluminato de cálcio hidratado, 
também conhecido como Sal de Friedel, o qual, ao fixar os íons cloreto, 
contribui para a diminuição da concentração de cloretos livres na solução 
contida nos poros do concreto. 
 
 SCHIESSL (1987) afirma que concretos com cimento Portland com 
pouco C3A são, particularmente, desfavoráveis no que tange à difusão dos íons 
cloretos, pois tem uma baixa capacidade de fixação de cloretos se comparado 
a concretos feitos com cimento Portland comum ou cimentos com adições. 
 
 PAGE (1991), afirma que um dos aspectos que impedem o processo 
da despassivação da armadura é a capacidade que certos cimentos, contendo 
escória ou pozolana, têm em restringir a mobilidade dos íons dentro da matriz 
do concreto, e conferir relativa durabilidade às armaduras de concretos 
expostos a ambientes com cloretos. Isto ocorre porque estes cimentos podem 
reduzir substancialmente a permeabilidade do concreto, aumentando, 
conseqüentemente, a resistividade elétrica, especialmente se houver 
possibilidade de redução da relação água/cimento. 
 
 A escória possui um teor de aluminatos superior em relação ao 
clínquer, sendo que, deste modo, o cimento com escória apresenta capacidade 
 
 20
de fixação de cloretos potencialmente superior, em relação ao cimento sem 
adição de escória (BAUER & HELENE, 1996). 
 
 GJØRV et al. (1976) provaram que o uso de 9% de sílica ativa em 
relação à massa de cimento, reduz a difusividade dos cloretos em 1/5. 
 
 LI; ROY; MARUSIN apud NEVILLE (1997), utilizaram concretos 
feitos com cimento Portland misturado com escória de alto-forno, sílica ativa ou 
cinza volante e observaram que a difusão dos íons cloreto é dificultada pelo 
efeito de diminuição do tamanho dos poros. 
 
 BAUER & HELENE (1996) afirmam que a importância da fase C3A 
na capacidade de fixação dos íons cloreto reside no fato da reação pertinente, 
na qual há formação dos cloroaluminatos de cálcio e que fixa quimicamente os 
cloretos. No entanto, TAYLOR (1990) afirma que esta fixação com o C3A pode 
ser reduzida em presença de sulfatos, devido à formação preferencial do 
monosulfato (etringita) ou mesmo pela carbonatação. 
 
 TESSARI & DAL MOLIN (1998) estudaram cinco tipos de cimento 
(CP II-E, CP II-F, CP IV, CP V-ARI, CP V-ARI-RS), com e sem adição, e cinco 
relações água/aglomerante. Os resultados obtidos mostraram que os cimentos 
CP IV-Z, CP V-ARI e CP V-ARI-RS foram os que apresentaram melhores 
resultados quanto ao controle da iniciação da corrosão por cloretos. 
 
 MONTEIRO et al. (1999), em pesquisa sobre a influência do tipo de 
cimento na penetração dos cloretos, na qual utilizaram CP II-F, CP II-Z e CP V, 
constataram que para relações a/c elevadas o tipo de cimento deixa de ser 
preponderante. 
 
 Quanto ao desenvolvimento da corrosão induzida por cloretos, Al-
MOUDI et al. (1992), apud MONTEIRO & NEPOMUCENO (1997), constataram 
que os cimentos com adição de escória e sílica ativa apresentaram melhores 
desempenhos que os demais cimentos normalizados pela ABNT. REGATTIERI 
 
 21
et al. (1999) observaram o efeito das adições na redução da penetração de 
cloretos em concretos feitos com CP I-S-32, CP III-32 e CP IV-32, conclundo 
que destes cimentos o que apresentou melhor desempenho frente à 
penetração de cloretos foi o CP IV-32. 
 
 BAUER (1995), apud MONTEIRO & NEPOMUCENO (1997), 
observou em seu estudo que 24% de adição de escória de alto forno ao 
cimento foi eficiente à fixação de cloretos, em decorrência da relação a/c menor 
que 0,5. GASTALDINI & ISAIA (2000) comprovaram experimentalmente que a 
substituição parcial do cimento por escória de alto-forno e pozolanas chegou a 
reduzir, em seu estudo sobre misturas ternárias, de 1,88 a 12,5 vezes a 
penetração dos cloretos em relação à mistura de referência feita com 100% de 
CP V-ARI. 
 
 Apesar de não serem usuais os estudos com o cimento Portland 
comum, até mesmo pela dificuldade de fabricação do mesmo, muitos dos 
autores citados neste item reportam-se a este tipo de cimento, com maior teor 
de C3A, como o que representa a melhor barreira aos ataque por cloretos. 
 
 Como se pode observar, o uso de adições minerais ao cimento é 
benéfico quando se trata de impedir a entrada da frente de cloretos. Em outras 
palavras, os cimentos compostos apresentam desempenho aceitável quando 
se trata de impedir a difusão dos cloretos na matriz do concreto. Porém, sabe-
se que isto só é verdade quando os corpos-de-prova ou estruturas analisados 
já possuem certa idade. 
 
 OLLIVIER (1998) relata sobre os aspectos da interação dos cloretos 
com a pasta de cimento hidratado. Esta interação pode ser de natureza 
química e física. Em outras palavras, os cloretos reagem com as fases 
aluminato não hidratadas ou ficaram adsorvidos nos silicatos de cálcio 
hidratados. 
 
 
 
 22
2.3.1.1. Resistividade elétrica 
 
 A resistividade elétrica é uma propriedade do concreto que, 
combinada ao acesso de oxigênio às armaduras, controla o processo 
eletroquímico conhecido por gerar o fenômeno da corrosão das armaduras. 
 Para a determinação da resistividade elétrica do concreto, 
geralmente, utiliza-se o método normalizado pela ASTM G 57 conhecido como: 
método dos quatro pontos ou método dos quatro eletrodos ou ainda, método de 
Wenner. 
 
 De acordo com trabalhos experimentais de ABREU (1997), as 
adições minerais proporcionam incrementos de resistência mecânica, além de 
maior resistividade elétrica. No entanto, a autora alia o desempenho satisfatório 
dos concretos ao conjunto de propriedades físico-mecânicas e químicas e, da 
interação destas propriedades com o meio. 
 
 O funcionamento do eletrodo de Wenner (Figura 2. 5) é simples de 
ser entendido: nos eletrodos internos é aplicada uma diferença de potencial 
que gera uma corrente elétrica entre os eletrodos extremos. A resistividade 
elétrica é calculada através da equação (3): 
 
I
Va⋅⋅= πρ 2 (3) 
 
onde: 
 
 p = resistividade elétrica do concreto (ohm.cm); 
 a = espaçamento entre os eletrodos (cm); 
 V = voltagem (V); 
 I = corrente (A). 
 
 
 
 
 23
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2. 5 – Esquema de funcionamento do eletrodo Wenner (ANDRADE ,1992) 
 
 
 A avaliação da resistividade elétrica do concreto, geralmente é 
realizada através dos critérios do Comite Euro-internacional du Beton 
(CEB 192): 
 
 
Tabela 2. 2 – Critérios para avaliação da resistividade do concreto – CEB 192. 
 
Resistividade do concreto 
(kohm.cm) 
Indicação da probabilidade de 
corrosão das barras 
> 20 Desprezível 
10 a 20 Baixa 
5 a 10 Alta 
< 5 Muito alta 
 
 Em trabalho produzido por WOLF (1991), foram avaliados os efeitos 
da adição de sílica ativa no desempenho do concreto, através de ensaios de 
corrosão acelerada e medidas da perda de massa gravimétrica. Neste trabalho 
variou-se o teor de sílica ativa entre 0 e 20%, a relação água/cimento entre 
0,30 e 0,80 e o tempo de exposição com corrente impressa entre 0 a 28 dias. 
Como resultado, este pesquisador afirma que o aumento da resistividade 
elétrica do concreto e a diminuição do coeficiente de difusão do oxigênio 
 
 24
contribuiriam para compensar a diminuição do pH, como conseqüência do uso 
da sílica ativa, limitando a ocorrência da corrosão induzida por cloretos. 
 
 PREECE et al. (1986), apud RODRIGUES (1994), falam do efeito 
benéfico das pozolanasnos concretos, onde a penetração dos cloretos inclui o 
aumento da resistividade elétrica do concreto e a diminuição do tamanho dos 
poros. 
 
 
2.3.1.2. Fixação de cloretos 
 
 O concreto deve proporcionar à armadura proteção física e química 
para que a mesma tenha durabilidade. A barreira física, também conhecida 
como cobrimento, será discutida no item 2.3.4. Todavia, a barreira química é 
dada pela fase da solução existente nos poros do concreto, que deve ser 
alcalina, para proporcionar a formação do chamado filme passivante sobre a 
armadura. Qualquer defeito causado neste filme passivante, por carbonatação 
ou pela presença de quantidade significante de íons cloretos, pode estimular a 
corrosão. 
 
 Os íons cloreto fixam-se principalmente pela reação com o C3A, 
formando os cloroaluminatos de cálcio hidratado (3CaO.Al2O3.CaCl2.10H2O), 
também conhecido como Sal de Friedel. Porém, também ocorre um outro tipo 
de fixação que ocorre por reação com o C4AF e neste caso, formam-se os 
cloroferratos de cálcio hidratado (3CaO.Fe2O3.CaCl2.10H2O). 
 
 OLLIVIER (1998) afirma que a fixação dos cloretos é diretamente 
influenciada por vários parâmetros, como: 
- Concentração de cloretos livres na solução dos poros; 
- Teor de aglomerante; 
- Área específica da pasta de cimento hidratado. 
 
 
 25
 Atualmente, existem algumas técnicas para fixar os cloretos no 
concreto, ou seja, de não deixá-los de maneira livre para causar corrosão. Uma 
destas técnicas é o uso de óxido de alumínio como aditivo ao concreto. 
 
 THANGAVEL et al. (2000) usaram 5%, 10% e 15 % de óxido de 
alumínio (Al2O3) por peso de cimento em concreto feito com a/c de 0,6, 3% de 
cloreto de sódio por peso de cimento em todos os corpos-de-prova. Pode-se 
observar que características como a alcalinidade do concreto, aos 28 dias, não 
foi afetada pela adição do Al2O3, apresentando valores 12,4, 12,3 e 12,3 para 
0%, 15% e 15% (após 28 dias de cura) de Al2O3, respectivamente. Ainda pode-
se observar, aos 21 dias, redução de 11,6% do nível de cloretos livres quando 
se utilizava 15% de Al2O3 por peso de cimento 
 
 Os resultados observados por THANGAVEL et al. (2000) na redução 
dos cloretos livres ocorreram porque o óxido de alumínio combina com o 
hidróxido de cálcio, formando os cloroaluminatos. 
 
 SANDBERG (1999) em estudo sobre a combinação de cloretos em 
concretos expostos em ambiente marinho, construiu lajes de concreto de 100 
cm de comprimento, 70 cm de largura, 10 cm de espessura de cobrimento e 
a/c de 0,45, 0,50 e 0,75. Estas lajes foram curadas por 10 dias e então as 
superfícies inferiores das mesmas foram mergulhadas no mar. Os resultados 
mostraram que há uma relação quase linear entre cloretos livres e totais nas 
amostras de concreto expostas, isto implica que a Segunda Lei de Fick da 
difusão, baseada em fixação linear de cloretos pode ser usada para simples 
prognósticos de ingresso de cloretos no concreto. 
 
 
2.3.2. Tipo de Aço 
 
 O tipo de aço utilizado como armadura no concreto exerce certa 
influência sobre a corrosão. SILVA et al. (1995), afirmam que aços que 
 
 26
possuem maior entropia, classe B, possuem maior vulnerabilidade ao 
desenvolvimento de processos corrosivos. 
 
 Em pesquisa realizada na Universidade de Goiás por SILVA et al. 
(1995), para saber qual a susceptibilidade dos aços CA-25A, CA-50A e CA-
60B, na qual foram utilizados cimentos Portland tipo CP II-F-32 e CP III-32, 
relações água/cimento de 0,40, 0,65 e 1,10, cobrimento de 2,5 cm e 4% de teor 
de aditivo à base de CaCl2, pode-se observar que independente das variáveis 
empregadas no estudo, o aço CA-60B apresentou maiores perdas de massa, o 
que significa que o mesmo teve o pior desempenho em relação à corrosão. O 
aço que teve menores perdas de massa, em todos os casos, foi o aço CA-25A. 
 
 
2.3.3. Temperatura 
 
 A temperatura tem papel muito importante na corrosão induzida por 
cloretos, uma vez que promove uma elevação na mobilidade dos íons cloreto, 
aumentando desta forma a velocidade de corrosão do aço. 
 
 AL-KHAJA (1997) em pesquisa realizada para saber qual a 
influência da temperatura na penetração de cloretos em concreto convencional 
e concreto de alto desempenho utilizou, nos dois tipos de concreto, cimento 
Portland Comum (de acordo com a BS 12:1991 e BS 4027:1991) e cimento 
Portland resistente a sulfato. O concreto convencional tinha resistência de 40,2 
e 42,9 MPa e o concreto de alto desempenho 68,3 e 71,2 MPa. As relações a/c 
para ambos os concretos foram 0,48 e 0,39. Os corpos-de-prova utilizados 
foram cilindros de 150 mm de diâmetro e 300 mm de altura que foram 
capeadas no topo e base com uma pintura epóxi e então expostos à solução 
de 5% de NaCl a 20°C e 45°C. O pesquisador pôde observar que independente 
do tipo de concreto, quanto maior a temperatura maior era o teor de cloretos 
encontrado nos corpos-de-prova. Também concluiu que o efeito da 
temperatura no ingresso de cloretos é maior no concreto convencional que no 
concreto de alto desempenho. 
 
 27
 
 NEVILLE (1997) concorda que quando ocorre aumento da 
temperatura do concreto o teor de cloretos livres na água dos poros também 
aumenta. Isto pode ser mais bem evidenciado nos casos onde são 
empregados altos teores de C3A, como o ilustrado na Figura 2. 6. 
 
 
0
20
40
60
80
0 2 4 6 8 10 12 14 16
Teor de C3A no cimento (%)
T
eo
r 
de
 c
lo
re
to
s l
iv
re
s (
%
)
70ºC
20ºC
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2. 6 - Teor de cloretos livres em relação à massa de cimento em relação ao teor de C3A, 
a 20oC e 70oC (HUSSAIN & RASHEEDUZZAFAR, 1993, apud NEVILLE, 1997). 
 
 
2.3.4. Cobrimento 
 
 O cobrimento do concreto sobre a armadura do concreto constitui 
uma barreira física à entrada de agentes agressivos, umidade e oxigênio. 
Porém, o cobrimento também atua como barreira química gerada pelo 
ambiente alcalino do concreto. Este ambiente alcalino é produzido através das 
reações de hidratação dos silicatos de cálcio que liberam os hidróxidos de 
cálcio na pasta do concreto. 
 
 O cobrimento das armaduras deve ter alta compacidade, teor de 
argamassa adequado e homogêneo, que possa gerar à armadura a proteção 
 
 28
contra os agentes agressivos, atuando desta maneira como barreira física. O 
pH da solução dos poros do concreto deve estar acima de 12 e em auseência 
de íons cloreto, de acordo com MEHTA & MONTEIRO (1994), para que se 
possa dizer que a armadura encontra-se passivada, cumprindo desta forma o 
caráter químico. 
 
 De acordo com NEVILLE (1997), a prevenção da corrosão induzida 
por cloretos pode ser realizada através do controle da entrada destes íons pela 
espessura do cobrimento, isto é, pela diminuição da permeabilidade do 
concreto de cobrimento. 
 
 A atual norma em vigor, NBR 6118 (ABNT, 1978), “Projeto e 
execução de obras em concreto armado” (em revisão), recomenda a espessura 
do cobrimento em função do ambiente em que a edificação está inserida, 
porém, a mesma esquece de relatar sobre a qualidade do concreto. A revisão 
desta norma, até agora sob o título de “Projetos de Estruturas de Concreto”, 
nesta pesquisa chamada NBR 6118 (ABNT, 2000), leva em conta requisitos de 
qualidades que foram considerados em três grupos: 
 
 
- Grupo 1: requisitos relativos à sua capacidade resistente ou de seus 
elementos componentes; 
- Grupo 2: requisitos relativos a um bom desempenho em serviço e; 
- Grupo 3: requisitos relativos à sua durabilidade, sob as influências 
ambientais previstas. Nesta revisão, o meio técnico preocupou-se com 
a qualidade do concreto em relação ao ambiente em que se encontra 
a obra. 
 
 A Tabela 2. 3 trata sobre a classe de agressividade ambiental. 
 
 
 
 
 
 29
 
Tabela 2. 3 - Classe de agressividade ambiental (NBR 6118/2000 - em revisão) 
 
Classe de agressividade ambiental Agressividade Risco de deterioração da estrutura 
I Fraca Insignificante

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