Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
EDUCAÇÃO FÍSICA ESPECIAL E ADAPTADA CURSOS DE GRADUAÇÃO– EAD Educação Física Especial e Adaptada – Prof.ª Dra. Mey de Abreu Van Munster Olá! Meu nome é Mey de Abreu Van Munster. Possuo formação em Educação Física (licenciatura e bacharelado) pela Faculdade de Educação Física (FEF) da Unicamp. Meu envolvimento profissional com pessoas que apresentam deficiências teve início na Graduação, o que me levou a buscar Especialização em Educação Física Adaptada, bem como Mestrado e Doutorado nessa área, também na FEF. Atuo em cursos de formação profissional (Ensino Superior e Pós-graduação) há 18 anos e atualmente sou professora de uma Instituição de Ensino Superior Pública, onde leciono disciplinas na Graduação e na Pós-graduação, coordeno projetos de extensão universitária e grupos de estudos (Núcleo de Estudos em Atividade Física Adaptada). Espero que a leitura deste material possa sensibilizá-lo e estimulá-lo a conhecer um pouco mais sobre o universo da cultura corporal de movimento aplicado a pessoas com deficiências. e-mail: mey@ufscar.br Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação EDUCAÇÃO FÍSICA ESPECIAL E ADAPTADA Caderno de Referência de Conteúdo Mey de Abreu Van Munster Batatais Claretiano 2013 Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação © Ação Educacional Claretiana, 2011 – Batatais (SP) Versão: dez./2013 796.0456 M928e Munster, Mey de Abreu Van Educação física especial e adaptada / Mey de Abreu Van Munster – Batatais, SP : Claretiano, 2013. 186 p. ISBN: 978-85-67425-28-3 1. Histórico da Educação Especial. 2. A Educação Física Especial e Adaptada. 3. Movimento pela inclusão. Deficiência Mental. Síndrome de Down. 4. Distúrbios de Aprendizagem. 5. Distúrbios de Comportamento. 6. Deficiência auditiva. 7. Inclusão de pessoas surdas. Deficiência Visual. 8. Inclusão de pessoas cegas. 9. O esporte Adaptado. 10. Deficiências Físicas: paralisia cerebral, AVC, Lesados medulares, amputados, distrofias musculares progressivas. 11. Deficiências múltiplas. I. Educação física especial e adaptada. CDD 796.0456 Corpo Técnico Editorial do Material Didático Mediacional Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves Preparação Aline de Fátima Guedes Camila Maria Nardi Matos Carolina de Andrade Baviera Cátia Aparecida Ribeiro Dandara Louise Vieira Matavelli Elaine Aparecida de Lima Moraes Josiane Marchiori Martins Lidiane Maria Magalini Luciana A. Mani Adami Luciana dos Santos Sançana de Melo Luis Henrique de Souza Patrícia Alves Veronez Montera Rita Cristina Bartolomeu Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli Simone Rodrigues de Oliveira Bibliotecária Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11 Revisão Cecília Beatriz Alves Teixeira Felipe Aleixo Filipi Andrade de Deus Silveira Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz Rodrigo Ferreira Daverni Sônia Galindo Melo Talita Cristina Bartolomeu Vanessa Vergani Machado Projeto gráfico, diagramação e capa Eduardo de Oliveira Azevedo Joice Cristina Micai Lúcia Maria de Sousa Ferrão Luis Antônio Guimarães Toloi Raphael Fantacini de Oliveira Tamires Botta Murakami de Souza Wagner Segato dos Santos Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação Educacional Claretiana. Claretiano - Centro Universitário Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000 cead@claretiano.edu.br Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006 www.claretianobt.com.br SUMÁRIO CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 7 2 ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO .......................................................................... 11 3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 23 UNIDADE 1 – EDUCAÇÃO FÍSICA NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA 1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 25 2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 25 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 26 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 27 5 PERSPECTIVA HISTÓRICA DA DEFICIÊNCIA .................................................... 27 6 PARADIGMAS SOCIAIS E EDUCACIONAIS ....................................................... 31 7 EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA ............................................................................... 35 8 TEXTO COMPLEMENTAR ................................................................................. 40 9 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 41 10 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 42 11 E-REFERÊNCIA .................................................................................................. 42 12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 42 UNIDADE 2 – ESTUDO DAS DEFICIÊNCIAS 1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 45 2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 45 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 46 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 48 5 DEFICIÊNCIA VISUAL ........................................................................................ 56 6 DEFICIÊNCIA AUDITIVA .................................................................................... 69 7 DEFICIÊNCIA INTELECTUAL ............................................................................. 86 8 DEFICIÊNCIA MOTORA ..................................................................................... 101 9 CLASSIFICAÇÃO TOPOGRÁFICA ...................................................................... 125 10 CLASSIFICAÇÃO NEUROANATÔMICA ............................................................. 125 11 CLASSIFICAÇÃO NEUROMOTORA ................................................................... 125 12 CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL DE ATLETAS COM PC (CP-ISRA, 1997-2000) ... 126 13 DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE (DMD) .............................................. 128 14 DISTROFIA MUSCULAR DE BECKER (DMB) ..................................................... 129 15 DISTROFIA MUSCULAR DO TIPO CINTURAS (DMC)....................................... 129 16 DISTROFIA MUSCULAR DE STEINERT (DMS) ................................................. 130 17 DISTROFIA MUSCULAR FACIO-ESCAPULO-UMERAL (FSH) ............................ 130 18 TEXTO COMPLEMENTAR .................................................................................. 131 Claretiano - Centro Universitário 19 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 133 20 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 133 21 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................134 22 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 135 UNIDADE 3 – PROCEDIMENTOS PEDAGÓGICOS E CONTEÚDOS ADAPTADOS 1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 137 2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 137 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 138 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 139 5 ESTRATÉGIAS PARA A INCLUSÃO .................................................................... 140 6 ADAPTAÇÕES CURRICULARES E PEDAGÓGICAS ............................................ 147 7 INSTRUÇÕES ..................................................................................................... 159 8 EQUIPAMENTOS/MATERIAIS ........................................................................... 159 9 ESPAÇO FÍSICO .................................................................................................. 160 10 REGRAS ............................................................................................................. 160 11 CONTEÚDOS ADAPTADOS ............................................................................... 161 12 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 181 13 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 182 14 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 183 15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 183 CRC Caderno de Referência de Conteúdo 1. INTRODUÇÃO Em que consiste a Educação Física Adaptada? Qual o papel desta disciplina frente ao desafio da inclusão de pessoas com de- ficiências na Educação Física Escolar? Quais são as necessidades educacionais especiais desse público? Os conteúdos curriculares da Educação Física devem ser modificados para atender essas ne- cessidades? De que forma? Esses são alguns dos questionamentos que nortearão nosso estudo. Até pouco tempo atrás, a educação de pessoas com defici- ências (ou, pelo menos, de uma minoria que possuía o privilégio de acesso aos escassos programas de educação) era realizada em instituições ou escolas de ensino especializadas, o que configu- rava um sistema paralelo de ensino, conhecido como Educação Especial. Nessa perspectiva, o ensino da Educação Física era de Ementa ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Histórico da Educação Especial. A Educação Física Especial e Adaptada. Mo- vimento pela inclusão. Deficiência Mental. Síndrome de Down. Distúrbios de Aprendizagem. Distúrbios de Comportamento. Deficiência Auditiva. Inclusão de pessoas surdas. Deficiência Visual. Inclusão de pessoas cegas. O esporte Adap- tado. Deficiências Físicas: paralisia cerebral, AVC, Lesados (medulares, amputa- dos, distrofias musculares progressivas). Deficiências Múltiplas. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– © Educação Física Especial e Adaptada8 responsabilidade de professores com a respectiva formação, que se especializavam no atendimento das necessidades educacionais especiais apresentadas por esses indivíduos, constituindo uma forma segregada de ensino. Com as mudanças políticas e sociais, as pessoas com neces- sidades especiais, entre as quais se inserem aquelas que apresen- tam deficiências, conquistam o direito constitucional à educação, devendo ter a garantia de acesso e permanência nos ambientes regulares de ensino. Em contrapartida, desde que a Educação Física se configu- rou como um componente curricular da Educação Básica, sabe- -se que ela tem colecionado críticas por privilegiar os alunos mais habilidosos, em detrimento daqueles que apresentam dificulda- des de assimilação de determinados conteúdos inerentes à sua prática, independentemente ou não da condição de deficiência. Contraditoriamente, são justamente esses os indivíduos que mais necessitam de oportunidades de experiências e vivências motoras diversificadas. Surge, então, o grande desafio: como assegurar a participa- ção e o envolvimento de alunos com deficiências em diferentes condições nas aulas de Educação Física? Para ilustrar o papel da Educação Física Adaptada frente a esse desafio, Nabeiro (in MENDES; ALMEIDA, 2010) estabelece uma analogia com o plantio, onde: o elemento terra represen- ta a Educação Física Regular, enquanto o solo a ser preparado, a semente, simboliza o atual processo de inclusão, ainda em fase embrionária no contexto educacional; por fim, a Educação Física Adaptada seria representada pelo adubo, cujas substâncias e com- postos podem consistir em uma espécie de fertilizante para o plan- tio. Observe o exemplo na Figura 1: 9 Claretiano - Centro Universitário © Caderno de Referência de Conteúdo Curso: Licenciatura em Educação Física Coordenador do curso: Prof. Ms. Engels Câmara Disciplina: Educação Física Especial e Adaptada Autora: Profa. Dra. Mey de Abreu Van Munster Editoração: Simone Rodrigues De Oliveira Formatação: Dandara Louise Vieira Matavelli Preparação: Paulo Sposati Ortiz CRC Revisão: Talita Cristina Bartolomeu Fonte: Nabeiro (in MENDES; ALMEIDA, 2010, n. p.) Figura 1 Analogia entre Educação Física Adaptada e o plantio. A analogia aqui apresentada abre um espaço interessante para reflexões: Será que a inclusão, enquanto semente, pod ser plantada em qualquer tipo de solo? De que forma o professor de Educação Física poderá “preparar o terreno” para receber seu aluno com deficiência nas aulas de Educação Física? Quais as condições necessárias para o sucesso desse “plantio”? Para um melhor entendimento sobre os temas tratados neste Caderno de Referência de Conteúdo (CRC) leitura do texto a seguir, no qual as autoras abordam id centrais relacionadas à Educação Física Adaptada. A analogia aqui apresentada abre um espaço interessante para reflexões: Será que a inclusão, enquanto semente, poderá ser plantada em qualquer tipo de solo? De que forma o professor de Educação Física poderá “preparar o terreno” para receber seu aluno com deficiência nas aulas de Educação Física? Quais as condições necessárias para o sucesso desse “plantio”? sobre os temas tratados (CRC), sugerimos a do texto a seguir, no qual as autoras abordam ideias Educação Física Adaptada. Fonte: Nabeiro (in MENDES; ALMEIDA, 2010, n. p.) Figura 1 Analogia entre Educação Física Adaptada e o plantio. A analogia aqui apresentada abre um espaço interessante para reflexões: Será que a inclusão, enquanto semente, poderá ser plantada em qualquer tipo de solo? De que forma o professor de Educação Física poderá “preparar o terreno” para receber seu alu- no com deficiência nas aulas de Educação Física? Quais as condi- ções necessárias para o sucesso desse “plantio”? Para um melhor entendimento sobre os temas tratados nes- te Caderno de Referência de Conteúdo (CRC), sugerimos a leitura do texto a seguir, no qual as autoras abordam ideias centrais rela- cionadas à Educação Física Adaptada. Reflexões sobre Educação Física Adaptada –––––––––––––– Ao longo do tempo, fomos acostumados a associar a prática de Educação Física e do Esporte aos conceitos de desempenho, rendimento, recordes. Fomos trei- nados para buscar resultados: ‘o mais forte’, ‘o mais rápido’,‘o mais habilidoso’, ‘o melhor’! Embora este seja um modo para o entendimento da Educação Física e do Es- porte, ele não é o único. Podemos pensar a prática de atividade física pelo seu aspecto estético, simbólico, desafiador, social. Podemos refletir sobre o signi- ficado pessoal, individual da prática da atividade física para aqueles que são © Educação Física Especial e Adaptada10 ‘deficientes’ (será que são? Ou que, segundo Amaral (2001), são tão e somente significativamente diferentes). Não é nada fácil tratar de conceitos e definições, mas podemos considerar que a Educação Física Adaptada é uma parte da Educação Física, cujos objetivos são o estudo e a intervenção profissional no universo das pessoas que apre- sentam diferentes e peculiares condições para a prática das atividades físicas. Seu foco é a cultura corporal de movimento. Atividades como ginástica, dança, jogos e esporte, conteúdos de qualquer programa de atividade física, devem ser considerados tendo em vista o potencial de desenvolvimento pessoal (e não a deficiência em si). Olhar para as pessoas que apresentam diferentes e peculiares condições e per- ceber, não a limitação, nem a desvantagem, mas suas capacidades, possibilida- des, potencialidades, ou seja, sua essência, contribui para um processo efetivo a fim de assegurar os direitos humanos e os sociais e melhorar a qualidade de vida. Atualmente, os direitos sociais asseguram o direito de igual oportunidade, in- dependentemente da condição diferente e peculiar que uma pessoa possa apresentar. Apesar dessa premissa legal, muitas ações refletem a influência de modelos precursores, como o de destruição (quando pessoas com deficiências eram sacrificadas), de segregação (quando a segregação em instituições es- pecializadas era a única opção), ou de cura ou prevenção (quando as pessoas eram focadas sob a ótica da limitação, da doença, da invalidez). Tais modelos ainda têm forte influência e determinam atitudes que colocam as pessoas que apresentam diferentes e peculiares condições para a prática das atividades físi- cas em desvantagem. Parece que ainda é necessário reafirmar o que Amaral (1995) preconiza. É pre- ciso ressignificar a diferença, e para tanto há que se desadjetivar o substantivo diferença: ser diferente não é ser melhor ou pior; a diferença simplesmente é. Para assumir uma atitude favorável em relação à Educação Física Adaptada, ga- rantindo igual oportunidade de participação de pessoas que apresentam diferen- tes e peculiares condições nos mais variados contextos, o projeto da Comissão Australiana de Esportes (AUSTRALIAN SPORTS COMISSION, 2001) sugere questionarmos se é necessário considerar que tais pessoas levam desvantagem na prática de atividades físicas. Em caso afirmativo, é importante refletir sobre o que pode ser feito para minimizar essa desvantagem. Em relação à Educação Física Adaptada, deve ser mantida a integridade das atividades e promovida a maximização do potencial individual. Quanto às ativi- dades, uma vez conhecidas as metas do programa, convém modificá-las apenas quando necessário, sempre respeitando as metas previamente determinadas, assegurando que as atividades sejam um desafio a todos os participantes e, sobretudo, que seja valorizada a diferença. Lidar com as diferenças constitui grande desafio nas relações interpessoais. Sobre maximização do potencial individual, é importante focalizar o desenvolvi- mento das habilidades, selecionando atividades apropriadas, providenciando um ambiente favorável à aprendizagem encorajando a auto-superação. (PEDRINELLI; VERENGUER in GORGATTI; COSTA, 2008, p. 1,4,11-12). –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 11 Claretiano - Centro Universitário © Caderno de Referência de Conteúdo Após essa introdução aos principais conceitos, apresentare- mos, a seguir, no Tópico Orientações para o estudo, algumas orien- tações de caráter motivacional, dicas e estratégias de aprendiza- gem que poderão facilitar o seu estudo. 2. ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO Abordagem Geral Aqui você entrará em contato com os assuntos principais deste conteúdo de forma breve e geral e terá a oportunidade de aprofundar essas questões no estudo de cada unidade. Esta Abordagem Geral visa fornecer-lhe o conhecimento bá- sico necessário, a partir do qual você possa construir um referen- cial teórico com base sólida – científica e cultural –, para que, no futuro exercício de sua profissão, você a exerça com competência cognitiva, ética e responsabilidade social. O conteúdo deste Caderno de Referência de Conteúdo será subdividido em três partes. Na Unidade 1, partiremos de uma perspectiva histórica, na tentativa de compreender alguns paradigmas sociais relaciona- dos às pessoas com deficiências e como elas têm sido tratadas ao longo das diferentes épocas e em diferentes culturas. Esperamos que isso nos leve não apenas a compreender a origem de alguns estigmas, preconceitos e tabus frequentemente associados a es- ses indivíduos, como também a superá-los. Também analisaremos alguns documentos legais, com o intuito de entender o processo pelo qual a Educação se tornou um direito a esses indivíduos e o papel da Educação Física Adaptada diante do contexto da inclusão. Em um segundo momento (Unidade 2), passaremos a co- nhecer, detalhadamente, os tipos mais comuns de deficiências, e, para efeitos didáticos, elas serão apresentadas em quatro grupos: © Educação Física Especial e Adaptada12 deficiência visual, deficiência auditiva, deficiência intelectual e de- ficiência motora. Além de compreender as principais etiologias (causas das deficiências) e os cuidados relacionados a cada uma delas, pro- curaremos identificar algumas características que poderão ser comuns a elas; tentaremos, sobretudo, orientá-lo sobre como direcionar um programa de ensino às necessidades educacionais desses indivíduos, para que eles descubram e desenvolvam seu máximo potencial no âmbito da Educação Física Escolar. Na sequência, a Unidade 3 apresentará algumas metodolo- gias e estratégias voltadas ao processo de ensino e aprendizagem de pessoas com deficiências, e você entrará em contato com algu- mas dessas deficiências para saber mais sobre o processo de in- clusão dessas pessoas (tutoria, ensino colaborativo e consultoria). Na Unidade 3, discutiremos a importância de se empregar algumas adaptações curriculares e pedagógicas nos programas de ensino. São exemplos de adaptações: modificações quanto a instru- ções, materiais e equipamentos, espaço físico e regras. Essa unidade tratará, ainda, dos vários tipos de conteúdos e manifestações da cultura corporal do movimento e de que forma eles poderão ser vivenciados por pessoas com deficiências. Além de adequar os conteúdos “convencionais” da Educação Física às necessidades educacionais de pessoas com deficiências, serão apresentados alguns conteúdos “adaptados” às suas necessidades educacionais específicas, tais como dança em cadeira de rodas, jo- gos e esportes adaptados, entre outros exemplos. No Quadro 1 a seguir, apresentamos os objetivos e conteú- dos correspondentes a cada uma das unidades que você encontra- rá neste Caderno de Referência de Conteúdo. 13 Claretiano - Centro Universitário © Caderno de Referência de Conteúdo Quadro 1 Objetivos e conteúdos correspondentes a cada uma das Unidades UNIDADES OBJETIVOS CONTEÚDOS UNIDADE 1 Educação Física na perspectiva da Edu- cação Inclusiva Essa unidade visa introduzir alguns conceitos básicos para compreensão da Educação Especial e da Educação Física Adaptada a pessoas com defi- ciências. 1) Conhecer as diferentes for- mas de tratamento dispen- sado às pessoas com defi- ciência ao longo da história da humanidade; 2) Compreender e identificar os principais paradigmas sociais e educacionais rela- cionados à Educação Inclu- siva; 3) Diferenciar os termos e as- similar os principais con- ceitos ligados à Educação Especial e à Educação Física Adaptada. 1) A deficiênciano decor- rer do tempo: perspectiva histórica, conceitos e termi- nologias; 2) Principais paradigmas soci- ais e educacionais: do mod- elo médico ao modelo edu- cacional; do princípio da igualdade à diversidade; da exclusão social ao processo de inclusão. 3) Educação Física na perspec- tiva da Educação Inclusiva: interfaces entre Educação Especial e Educação Física Adaptada; aspectos históri- cos; documentos legais; conceitos básicos. © Educação Física Especial e Adaptada14 UNIDADES OBJETIVOS CONTEÚDOS UNIDADE 2 Estudo das deficiências Essa unidade visa levá-lo a co- nhecer um pouco mais sobre a condição de seu aluno com deficiência. 1) Identificar os principais ti- pos de deficiência e com- preender as características relacionadas à condição de cada uma delas; 2) Reconhecer as possibili- dades e o potencial de pes- soas com deficiências no âmbito da Educação Física; 3) Identificar as necessidades educacionais especiais de pessoas com deficiências nas aulas de Educação Físi- ca. Estudo das deficiências: inci- dência, terminologia, concei- tos básicos e diagnóstico. 1) Deficiência visual: conceito; classificação e avaliação; aspectos funcionais do órgão da visão; principais etiologias; características da pessoa com deficiência visual; cuidados especiais e implicações pedagógicas; noções de orientação e mo- bilidade. 2) Deficiência auditiva: con- ceito; classificação e aval- iação; aspectos funcionais do órgão da audição; princi- pais etiologias; característi- cas da pessoa com deficiên- cia auditiva; sintomas da deficiência auditiva; cuida- dos especiais e implicações pedagógicas; noções de comunicação com a pessoa surda. 3) Deficiência intelectual: conceito (comportamento adaptativo); classificação e avaliação; principais etiolo- gias; características da pes- soa com deficiência intelec- tual; cuidados especiais e implicações pedagógicas; Síndrome de Down. 4) Deficiência motora: con- ceito; tipos de deficiências motoras; alterações funcio- nais; principais etiologias; classificação e avaliação; características da pessoa com deficiência motora; cuidados especiais e impli- cações pedagógicas. 15 Claretiano - Centro Universitário © Caderno de Referência de Conteúdo UNIDADES OBJETIVOS CONTEÚDOS UNIDADE 3 Procedimentos pedagógicos e conteúdos adaptados Essa unidade visa familiarizá- -lo com métodos e estraté- gias relacionados ao processo de ensino-aprendizagem de pessoas com deficiência no contexto da Educação Física, assim como apresentá-lo aos conteúdos próprios da Edu- cação Física voltados a esse público. 1) Conhecer e aplicar os pro- cedimentos pedagógicos adequados às necessidades educacionais de pessoas com deficiências; 2) Criar adaptações e meios para desenvolver os con- teúdos convencionais da Educação Física às necessi- dades educacionais de pes- soas com deficiências; 3) Conhecer e desenvolver conteúdos físicos, esporti- vos e recreativos adaptados às pessoas com deficiên- cias; 4) Incentivar a participação de pessoas com deficiências em atividades físicas, es- portivas e recreativas diver- sificadas. Procedimentos pedagógicos e conteúdos adaptados às ne- cessidades especiais de pes- soas com deficiências. 1) Estratégias de inclusão: tu- toria, ensino colaborativo, consultoria; 2) Adaptações curriculares e pedagógicas: modificações quanto à orientação e in- strução; quanto aos equipa- mentos e materiais; quanto ao espaço físico; quanto às regras; 3) Conteúdos e manifestações da cultura corporal do mov- imento aplicados às necess- idades especiais de pessoas com deficiências. Os temas apresentados no quadro anterior serão abordados neste CRC sob as três dimensões de conteúdo: conceitual, procedi- mental e atitudinal. Dessa forma, esperamos que você seja capaz de refletir sobre “o sentir”, “o pensar” e “o agir” sobre os tópicos apresentados, estabelecendo uma relação de interdependência entre eles. Glossário de Conceitos O Glossário de Conceitos permite a você uma consulta rá- pida e precisa das definições conceituais, possibilitando-lhe um bom domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de © Educação Física Especial e Adaptada16 conhecimento dos temas tratados neste Caderno de Referência de Conteúdo. Veja, a seguir, a definição dos principais conceitos: 1) Educação Especial: tradicionalmente se configurou como um sistema paralelo e segregado de ensino, vol- tado para o atendimento especializado de indivíduos com deficiências, distúrbios graves de aprendizagem e/ ou de comportamento e altas habilidades. Contudo, a partir das últimas décadas, em função de novas deman- das e expectativas sociais, a Educação Especial está em processo de ressignificação de seu papel, para abranger, além do atendimento especializado direto, o apoio às escolas regulares, constituindo-se em um sistema de su- porte permanente e efetivo à escola, para que ela possa promover a aprendizagem dos alunos com deficiências ou outras características peculiares de desenvolvimen- to. Em outras palavras, a Educação Especial não deve ser mais concebida como um sistema educacional especia- lizado à parte, mas, sim, como um conjunto de metodo- logias, recursos e conhecimentos (materiais, pedagógi- cos e humanos) que a escola comum deverá dispor para atender à diversidade de seu alunado (GLAT; PLETSH; FONTES, 2007). 2) Educação Física Adaptada: área do conhecimento que compreende intervenções e investigações relacionadas ao campo da Educação Física em seus diversos conteú- dos e manifestações culturais. É voltada a pessoas com necessidades educacionais especiais em diferentes fases de seu desenvolvimento e em contextos sociais distintos. Seu papel é oferecer oportunidades para que indivíduos nas mais diferentes condições possam se envolver e par- ticipar de atividades físicas, esportivas e de lazer, seja com finalidades terapêuticas, recreativas, educacionais ou competitivas. Em outros países pode ser designada como “Atividade Física Adaptada” ou “Atividade Motora Adaptada” e aparecer como um tipo de serviço/suporte conhecido como “Atendimento Educacional Especiali- zado”, ou estar configurada como uma subdisciplina ou componente curricular da Educação Física como área de formação profissional. 17 Claretiano - Centro Universitário © Caderno de Referência de Conteúdo 3) Educação Inclusiva: o termo surgiu no início da década de 1990. Segundo a Unesco (1994), o princípio básico da Educação Inclusiva é que todos os alunos, independen- temente de suas condições socioeconômicas, raciais, culturais ou de desenvolvimento, sejam acolhidos nas escolas regulares, as quais devem se adaptar para aten- der às suas necessidades, pois constituem-se no meio mais capaz para combater as atitudes discriminatórias. “Educação inclusiva” significa pensar uma escola em que é possível o acesso e a permanência de todos os alunos e onde os mecanismos de seleção e discriminação até então utilizados são substituídos por procedimentos de identificação e remoção das barreiras para a aprendiza- gem. Cabe enfatizar que a educação inclusiva não con- siste apenas em matricular o aluno com deficiência em uma escola ou turma regular como um espaço de con- vivência para desenvolver sua “socialização”. A inclusão escolar só é significativa se proporcionar o ingresso e a permanência do aluno na escola com aproveitamento acadêmico, e isso só ocorrerá a partir da atenção às suas peculiaridades de aprendizagem e desenvolvimento (GLAT; PLETSH; FONTES, 2007). 4) Empowerment: embora alguns autores traduzam o ter- mo como “empoderamento”, preferimos manter a gra- fia original. O significado dessa expressão representa o processo pelo qual uma pessoa ou um grupo de pesso- as emprega seu poder pessoal inerente à sua condição para fazer escolhas e tomar decisões, assumindo, assim, o controle de sua vida (SASSAKI, 1999). 5) Modelo médico de deficiência: a Educação Especial constituiu-se, originalmente,a partir de um modelo mé- dico ou clínico. Embora essa abordagem seja, atualmen- te, bastante criticada, é preciso resgatar e reconhecer que os médicos foram os primeiros a despertar para a necessidade de escolarização de indivíduos com defici- ência que estavam internados em sanatórios e hospitais psiquiátricos, sem distinção de patologia ou de idade, principalmente no caso da deficiência intelectual. Sob esse enfoque, o olhar médico tinha precedência: a defi- © Educação Física Especial e Adaptada18 ciência era entendida como uma doença crônica, e todo o atendimento prestado a esse público, mesmo quando envolvia a área educacional, era considerado pelo viés terapêutico. A avaliação e identificação eram pautadas em exames médicos e psicológicos, com ênfase nos testes projetivos e de inteligência, e rígida classificação etiológica (GLAT; FERNANDES, 2005). 6) Pessoas com deficiências: dentre várias terminologias empregadas para se referir à pessoa com deficiência, atualmente, esse é o termo considerado “politicamen- te correto”. A terminologia “pessoas com deficiências” refere-se a indivíduos que apresentam alterações de- correntes da perda ou anormalidade de estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica, em caráter permanente. As incapacidades ou desvantagens decor- rentes dessas alterações podem gerar demandas ou ne- cessidades especiais para o desempenho de determina- das tarefas. 7) Pessoas com necessidades especiais: de acordo com a Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008), as necessidades edu- cacionais especiais compreendem indivíduos que apre- sentam deficiências, transtornos globais do desenvolvi- mento e altas habilidades/superdotação. Glat, Pletsh e Fontes (2007) ressaltam que o conceito de “necessidade educacional especial”, por sua vez, está intimamente re- lacionado à interação do aluno com os conteúdos e a proposta educativa com a qual ele se depara no cotidia- no escolar. Assim, dois alunos com o mesmo tipo e grau de deficiência podem requisitar diferentes adaptações de recursos didáticos e metodológicos; da mesma for- ma, um aluno que não tenha qualquer deficiência, pode, sob determinadas circunstâncias, apresentar dificulda- des para aprendizagem escolar formal que demandem apoio especializado. Portanto, o termo “necessidade educacional especial” não pode ser entendido como si- nônimo de deficiência. 19 Claretiano - Centro Universitário © Caderno de Referência de Conteúdo Esquema dos Conceitos-chave Para que você tenha uma visão geral dos conceitos mais im- portantes deste estudo, apresentamos, a seguir (Figura 2), um Es- quema dos Conceitos-chave do Caderno de Referência de Conteú- do. O mais aconselhável é que você mesmo faça o seu esquema de conceitos-chave ou até mesmo o seu mapa mental. Esse exercício é uma forma de você construir o seu conhecimento, ressignifican- do as informações a partir de suas próprias percepções. É importante ressaltar que o propósito desse Esquema dos Conceitos-chave é representar, de maneira gráfica, as relações en- tre os conceitos por meio de palavras-chave, partindo dos mais complexos para os mais simples. Esse recurso pode auxiliar você na ordenação e na sequenciação hierarquizada dos conteúdos de ensino. Com base na teoria de aprendizagem significativa, entende- -se que, por meio da organização das ideias e dos princípios em esquemas e mapas mentais, o indivíduo pode construir o seu co- nhecimento de maneira mais produtiva e obter, assim, ganhos pe- dagógicos significativos no seu processo de ensino e aprendiza- gem. Aplicado a diversas áreas do ensino e da aprendizagem es- colar (tais como planejamentos de currículo, sistemas e pesquisas em Educação), o Esquema dos Conceitos-chave baseia-se, ainda, na ideia fundamental da Psicologia Cognitiva de Ausubel, que es- tabelece que a aprendizagem ocorre pela assimilação de novos conceitos e de proposições na estrutura cognitiva do aluno. Assim, novas ideias e informações são aprendidas, uma vez que existem pontos de ancoragem. Tem-se de destacar que “aprendizagem” não significa, ape- nas, realizar acréscimos na estrutura cognitiva do aluno; é preci- so, sobretudo, estabelecer modificações para que ela se configure como uma aprendizagem significativa. Para isso, é importante con- siderar as entradas de conhecimento e organizar bem os materiais © Educação Física Especial e Adaptada20 de aprendizagem. Além disso, as novas ideias e os novos concei- tos devem ser potencialmente significativos para o aluno, uma vez que, ao fixar esses conceitos nas suas já existentes estruturas cog- nitivas, outros serão também relembrados. Nessa perspectiva, partindo-se do pressuposto de que é você o principal agente da construção do próprio conhecimento, por meio de sua predisposição afetiva e de suas motivações internas e externas, o Esquema dos Conceitos-chave tem por objetivo tor- nar significativa a sua aprendizagem, transformando o seu conhe- cimento sistematizado em conteúdo curricular, ou seja, estabele- cendo uma relação entre aquilo que você acabou de conhecer com o que já faz parte do seu conhecimento de mundo (adaptado do site disponível em: <http://penta2.ufrgs.br/edutools/mapascon- ceituais/utilizamapasconceituais.html>. Acesso em: 10 out. 2011). Curso: Licenciatura em Educação Física Coordenador do curso: Prof. Ms. Engels Câmara Disciplina: Educação Física Especial e Adaptada Autora: Profa. Dra. Mey de Abreu Van Munster Editoração: Simone Rodrigues De Oliveira Formatação: Dandara Louise Vieira Matavelli Preparação: Paulo Sposati Ortiz CRC Revisão: Talita Cristina Bartolomeu Figura 2 Esquema dos Conceitos-chave da disciplina Educação Física Especial e Adaptada Como pode observar, esse Esquema oferece dissemos anteriormente, uma visão geral dos conceitos mais importantes deste estudo. Ao segui-lo, será possível entre os principais conceitos desta disciplina e descobrir o caminho para construir o seu processo de ensino Por exemplo, o conceito de “educação inclusiva” conhecer o tratamento dispensado à pessoa com deficiência (paradigmas sociais) ao longo dos diferentes momentos históricos; da mesma forma, é importante reconhecer as necessidades educacionais especiais desse público identificar as adaptações necessárias a cada uma delas relação a cada um dos conteúdos curriculares da Logo, sem o domínio conceitual desse processo explicitado pelo chave da disciplina Educação Física Especial e Adaptada. oferece a você, como uma visão geral dos conceitos mais será possível transitar a disciplina e descobrir o ensino-aprendizagem. educação inclusiva” implica pessoa com deficiência ao longo dos diferentes momentos históricos; da mesma forma, é importante reconhecer as público, para poder necessárias a cada uma delas, em Educação Física. em o domínio conceitual desse processo explicitado pelo Figura 2 Esquema dos Conceitos-chave do Caderno de Referência de Conteúdo Educação Física Especial e Adaptada. Como pode observar, esse Esquema oferece a você, como dissemos anteriormente, uma visão geral dos conceitos mais im- portantes deste estudo. Ao segui-lo, será possível transitar entre 21 Claretiano - Centro Universitário © Caderno de Referência de Conteúdo os principais conceitos e descobrir o caminho para construir o seu processo de ensino-aprendizagem. Por exemplo, o conceito de “educação inclusiva” implica conhecer o tratamento dispensado à pessoa com deficiência (paradigmas sociais) ao longo dos dife- rentes momentos históricos; da mesma forma, é importante reco- nhecer as necessidades educacionais especiais desse público, para poder identificar as adaptações necessárias a cada uma delas, em relação a cada um dos conteúdos curriculares da Educação Física. Logo, sem o domínio conceitual desse processo explicitado pelo Esquema, pode-se ter uma visão confusa do tratamento da temáti- ca do ensino de Educação FísicaEspecial e Adaptada proposto pela autora deste CRC. O Esquema dos Conceitos-chave é mais um dos recursos de aprendizagem que vem se somar àqueles disponíveis no ambien- te virtual, por meio de suas ferramentas interativas, bem como àqueles relacionados às atividades didático-pedagógicas realiza- das presencialmente no polo. Lembre-se de que você, aluno EaD, deve valer-se da sua autonomia na construção de seu próprio co- nhecimento. Questões Autoavaliativas No final de cada unidade, você encontrará algumas questões autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem ser de múltipla escolha, abertas objetivas ou abertas dissertati- vas. Responder, discutir e comentar essas questões, bem como relacioná-las com a prática do ensino de Educação Física Especial e Adaptada pode ser uma forma de você avaliar o seu conheci- mento. Assim, mediante a resolução de questões pertinentes ao assunto tratado, você estará se preparando para a avaliação final, que será dissertativa. Além disso, essa é uma maneira privilegiada de você testar seus conhecimentos e adquirir uma formação sólida para a sua prática profissional. © Educação Física Especial e Adaptada22 Bibliografia Básica É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus estudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as biblio- grafias complementares. Figuras (ilustrações, quadros...) Neste material instrucional, as ilustrações fazem parte inte- grante dos conteúdos, ou seja, elas não são meramente ilustra- tivas, pois esquematizam e resumem conteúdos explicitados no texto. Não deixe de observar a relação dessas figuras com os con- teúdos, pois relacionar aquilo que está no campo visual com o con- ceitual faz parte de uma boa formação intelectual. Dicas (motivacionais) Este estudo convida você a olhar, de forma mais apurada, a Educação como processo de emancipação do ser humano. É importante que você se atente às explicações teóricas, práticas e científicas que estão presentes nos meios de comunicação, bem como partilhe suas descobertas com seus colegas, pois, ao com- partilhar com outras pessoas aquilo que você observa, permite-se descobrir algo que ainda não se conhece, aprendendo a ver e a notar o que não havia sido percebido antes. Observar é, portanto, uma capacidade que nos impele à maturidade. Você, como aluno do Cursos de Graduação na modalidade EaD, necessita de uma formação conceitual sólida e consistente. Para isso, você contará com a ajuda do tutor a distância, do tutor presencial e, sobretudo, da interação com seus colegas. Sugeri- mos, pois, que organize bem o seu tempo e realize as atividades nas datas estipuladas. É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em seu caderno ou no Bloco de Anotações, pois, no futuro, elas pode- rão ser utilizadas na elaboração de sua monografia ou de produ- ções científicas. 23 Claretiano - Centro Universitário © Caderno de Referência de Conteúdo Leia os livros da bibliografia indicada, para que você amplie seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material didático, discu- ta a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às videoau- las. No final de cada unidade, você encontrará algumas questões autoavaliativas, que são importantes para a sua análise sobre os conteúdos desenvolvidos e para saber se estes foram significativos para sua formação. Indague, reflita, conteste e construa resenhas, pois esses procedimentos serão importantes para o seu amadure- cimento intelectual. Lembre-se de que o segredo do sucesso em um curso na modalidade a distância é participar, ou seja, interagir, procurando sempre cooperar e colaborar com seus colegas e tutores. Caso precise de auxílio sobre algum assunto relacionado a este Caderno de Referência de Conteúdo, entre em contato com seu tutor. Ele estará pronto para ajudar você. 3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, M. A. (Org.). Das margens ao centro: perspectivas para as políticas e práticas educacionais no contexto da educação especial inclusiva. Araraquara: Junqueira & Marin, 2010. p. 401-406. BRASIL. Ministério da Educação. Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: MEC/SEESP, 2008. GLAT, R.; FERNANDES, E. M. Da Educação segregada à Educação Inclusiva: uma breve reflexão sobre os paradigmas educacionais no contexto da educação especial brasileira. Revista Inclusão, Brasília, v. 1, n. 1, p. 35-39, 2005. GLAT, R.; PLETSCH, M. D.; FONTES, R. S. Educação Inclusiva e educação especial: propostas que se complementam no contexto da escola aberta à diversidade. Revista Educação, v. 32, n. 2, p. 343-356, 2007. NABEIRO, M. O colega tutor nas aulas de educação física inclusiva. In: MENDES, E. G.; PEDRINELLI, V. J.; VERENGUER, R. C. G. Educação física adaptada: introdução ao universo das possibilidades. In: GORGATTI, M. G.; COSTA, R. F. (Org.). Atividade física adaptada: qualidade de vida para pessoas com necessidades especiais. 2. ed. Barueri: Manole, 2008. p. 1-27. © Educação Física Especial e Adaptada24 SASSAKI, R. K. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. 3. ed. Rio de Janeiro: WVA, 1999. UNESCO. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas especiais. Brasília: CORDE, 1994. 1 EA D Educação Física na Perspectiva da Educação Inclusiva 1. OBJETIVOS • Conhecer as diferentes formas de tratamento dispensado às pessoas com deficiência ao longo da história da huma- nidade. • Compreender e identificar os principais paradigmas so- ciais e educacionais relacionados à Educação Inclusiva. • Diferenciar os termos e assimilar os principais conceitos ligados à Educação Especial e à Educação Física Adaptada. 2. CONTEÚDOS • A deficiência no decorrer do tempo: perspectiva histórica, conceitos e terminologias. • Principais paradigmas sociais e educacionais: do modelo médico ao modelo educacional; do princípio da igualdade à diversidade; da exclusão social ao processo de inclusão. © Educação Física Especial e Adaptada26 • Educação Física na perspectiva da Educação Inclusiva: in- terfaces entre Educação Especial e Educação Física Adap- tada; aspectos históricos; documentos legais; conceitos básicos. 3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que você leia as orientações a seguir: 1) Tenha sempre à mão o significado dos conceitos expli- citados no Glossário de Conceitos e suas ligações pelo Esquema dos Conceitos-chave para o estudo de todas as unidades deste Caderno de Referência de Conteúdo (CRC). Isso poderá facilitar sua aprendizagem e seu de- sempenho. 2) Procure encontrar reportagens na internet referentes a situações envolvendo a inclusão de pessoas com defici- ências no Ensino Regular. Procure relacionar esses casos às leituras que serão realizadas nesta primeira unidade. Caso encontre algo interessante, compartilhe tal infor- mação com seus colegas de curso, uma vez que você é protagonista do processo educativo. 3) Leia os livros indicados na bibliografia para que você am- plie seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material didático e discuta a unidade com seus colegas e tutor. 4) A seguir, apresentamos uma sugestão de vídeo acerca do nosso tema de estudo. • 300. EUA, 2007. Direção: Zack Snyder. Baseado nos quadrinhos de Frank Miller, o filme narra a Batalha das Termópilas (Grécia, século 5), na qual os guerrei- ros espartanos, liderados pelo Rei Leônidas (Gerard Butler), enfrentam o Rei Xerxes (Rodrigo Santoro), lí- der do império Persa. 27 Claretiano - Centro Universitário © U1 - Educação Física na Perspectiva da Educação Inclusiva 4. INTRODUÇÃO À UNIDADE Ao longo do tempo, em todas as culturas, é possível obser- var mudanças no tratamento destinado às pessoas com deficiên- cia, o que caracteriza diferentes fases no que se refere às práticas sociais. Gradativamente, pessoas que apresentavam condições atí- picas e eram submetidas à exclusão social passaram a ser enca- minhadas a instituiçõesonde, mediante a segregação, poderiam receber atendimento especializado. A prática da integração social desenvolveu-se paulatinamente, e recentemente vem se instalan- do um processo de inclusão social cuja filosofia se volta à modifi- cação dos sistemas sociais gerais. Nesta unidade, voltaremos nossos olhares para a Educação Inclusiva, buscando compreender os principais conceitos e esta- belecendo relações com o campo de estudo da Educação Física Adaptada, dedicada a pessoas com deficiências. 5. PERSPECTIVA HISTÓRICA DA DEFICIÊNCIA Ainda hoje não é raro que nos deparemos com a desinfor- mação e nos surpreendamos com situações de preconceito e dis- criminação que assolam as pessoas com deficiências. Para tentar compreender o desprezo e o assistencialismo que rodeiam e mar- ginalizam esses indivíduos, é necessário analisar a origem de todo o processo, cujos desdobramentos continuam até o tempo pre- sente. O tratamento destinado às pessoas com deficiência varia conforme as diferentes culturas e transforma-se de uma época para outra. Todavia, segundo Silva (1987), pode-se observar, basi- camente, dois tipos de atitudes em relação às pessoas com defici- ências ao longo do tempo: uma postura de aceitação, tolerância, apoio e assimilação, contrapondo-se a uma atitude de eliminação, menosprezo ou destruição. © Educação Física Especial e Adaptada28 Nas culturas antigas , quando predominava o estilo de vida nômade, as pessoas com deficiência, consideradas incapazes de assegurar a própria sobrevivência por meio da caça e da pesca, poderiam colocar em risco a segurança de toda a tribo, face aos perigos da época. Essas pessoas eram geralmente abandonadas à própria sorte, condenadas à morte por inanição ou submetidas ao ataque de animais ferozes . Em Esparta, os ideais atléticos e clássicos que serviam de base à organização sociocultural da época legitimavam a elimina- ção e o abandono de crianças com deficiências físicas ou mentais, consideradas “criaturas subumanas” (PESSOTTI, 1984). No início do filme 300, você pode assistir à cena de um bebê sen- do sacrificado (ao ser lançado em um abismo). Esse é um retrato fiel do destino de qualquer criança que nascesse prematura com baixo peso, ou que apresentasse alguma imperfeição física. Se- gundo a cultura espartana, a eliminação de corpos supostamente frágeis seria uma forma de aprimorar seu povo e constituir homens fortes, saudáveis e aptos à guerra. Por influência do cristianismo, a partir do século 6, a ênfase nos ensinamentos religiosos fez que os indivíduos com deficiências passassem a ser considerados “filhos de Deus”, sendo a responsa- bilidade por sua deficiência atribuída à divindade; essa “aparente” aceitação passa a ser marcada, então, pela tolerância e caridade. Da Antiguidade a diferentes períodos históricos, estendeu-se a concepção supersticiosa de que a deficiência ou qualquer tipo de deformação corporal estivesse associada a “um sinal de desarmo- nia” ou “obra dos maus espíritos”, frequentemente simbolizando “impureza” ou “pecado” (CARMO, 1991, p. 22). Em determinadas civilizações, ainda ocorre a prática da amputação de segmentos corporais como mecanismo de punição e estigmatização. Ainda na Idade Média, os indivíduos que apresentavam des- vios de conduta, problemas psiquiátricos ou deficiência mental ti- nham pouca chance de sobrevivência, pois seu comportamento 29 Claretiano - Centro Universitário © U1 - Educação Física na Perspectiva da Educação Inclusiva era associado à presença de espíritos malignos, possessões demo- níacas e bruxaria. Durante o período renascentista (final do século 14 até final do século 16), começam a surgir os primeiros avanços no campo da Ciência e da Educação, os quais paulatinamente conduziram a uma mudança nos valores associados à questão da deficiência. A carac- terística humanista fundamental desse período, o qual buscava o reconhecimento do valor do homem e da humanidade, associada ao naturalismo, com o renovado interesse pela pesquisa direta na natureza, trouxe grandes avanços no campo da Reabilitação Física, e, a partir daí, estudos e experiências nessa área foram realizados com relativo êxito (CARMO, 1991). Ainda de acordo com Carmo (1991), outro fator a ser consi- derado um indicador da mudança de mentalidade em relação às pessoas com deficiência se baseia no fato de grandes personali- dades, destacadas em diferentes épocas e locais, apresentarem algum tipo de deficiência. Precursores da Educação Especial –––––––––––––––––––––– No início do século 19, o médico Jean Marc Itard (1774-1838) desenvolveu as primeiras tentativas de educar uma criança de doze anos de idade, chamado Vitor, mais conhecido como o “Selvagem de Aveyron”, que havia recebido o diag- nóstico de idiotia. Na ocasião, “idiotia”, “cretinismo” e “imbecilidade” eram termos empregados pelos médicos para descrever o comportamento de pessoas que apresentavam deficiências ou distúrbios mentais. Acreditando que a inteligência de seu aluno era educável, Itard foi reconhecido como o primeiro estudioso a usar métodos sistematizados para o ensino de pessoas com deficiências. Outro importante representante dessa época foi o também médico Edward Se- guin (1812-1880), que deu continuidade às idéias de Itard. Além de se preocupar com os estudos teóricos sobre o conceito de idiotia e o desenvolvimento de um método educacional, Seguin também se dedicou ao desenvolvimento de servi- ços. Em 1837 fundou uma escola para idiotas, tendo sido o primeiro presidente da organização, que é conhecida na atualidade como Associação Americana so- bre Retardamento Mental (AAMR). Maria Montessori (1870-1956) foi uma importante educadora que contribuiu so- bremaneira para o avanço da educação especial. Também influenciada por Itard, desenvolveu um programa de treinamento para crianças com deficiência inte- lectual, baseado no uso sistemático e manipulação de objetos concretos. Suas técnicas foram difundidas em vários países da Europa e da Ásia. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– © Educação Física Especial e Adaptada30 As metodologias desenvolvidas por esses três estudiosos, durante quase todo o século 19, foram empregadas para ensinar às pessoas com deficiências que estavam em instituições. Todas as tentativas descritas se pautavam no modelo médico de deficiência (veja Glossário de Conceitos), que era entendida como um déficit a ser superado. No século 18, surgem as primeiras instituições que passaram a abrigar pessoas com deficiências. Ao mesmo tempo em que tais abrigos garantiam moradia e alimentação, escondiam e isolavam o “incômodo” e o “inútil”, condenando a pessoa com deficiência à marginalização e segregação (PESSOTTI, 1984). No Brasil, as primeiras instituições que acolhiam pesso- as com deficiência surgiram durante o governo do Imperador D. Pedro II, e, em 1854, foi criado o Imperial Instituto dos Meninos Cegos (atualmente conhecido como Instituto Benjamin Constant) e, em 1957, o Imperial Instituto de Surdos Mudos (hoje Instituto Nacional de Educação para Surdos), ambos no Rio de Janeiro. Já as pessoas com deficiências intelectuais, até então confundidas com pessoas com distúrbios mentais, permaneciam internadas em sa- natórios e hospitais psiquiátricos; apenas em 1945 foi fundada a Sociedade Pestalozzi do Brasil, e, em 1954, teve origem a Associa- ção de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), voltada ao atendi- mento de pessoas com essas características. No panorama mundial, a década de 1950 foi marcada por discussões sobre os objetivos e a qualidade dos serviços educa- cionais especiais. Enquanto isso, no Brasil, acontecia uma rápida expansão das classes e escolas especiais nas escolas públicas, bem como a de escolas especiais comunitárias privadas sem fins lucra- tivos. O número de estabelecimentos de Ensino Especial aumen- tou entre 1950 e 1959, sendo a maioria deles público e em escolas regulares. Nessa época, podemos dizer que houve uma expansão31 Claretiano - Centro Universitário © U1 - Educação Física na Perspectiva da Educação Inclusiva de instituições privadas de caráter filantrópico sem fins lucrativos, isentando, assim, o governo da obrigatoriedade de oferecer aten- dimento aos deficientes na rede pública de ensino. Foi a partir dos anos 1950, mais especificamente em 1957, que o atendimento educacional aos indivíduos que apresentavam deficiência foi assumido explicitamente pelo governo federal em âmbito nacional, com a criação de campanhas voltadas especifica- mente para esse fim (MIRANDA, 2004). Também a atividade física e o esporte adaptado começam a despontar em meados do século 20, após as grandes guerras. Por ocasião do retorno de oficiais militares feridos e mutilados em decorrência dessas guerras, surgem, nos hospitais, as primeiras iniciativas voltadas à prática esportiva, como parte do tratamento de reabilitação. Apenas muitas décadas depois, a atividade física e o esporte adaptado afirmam-se, também, como elementos-chave no processo de inclusão social e educacional de pessoas com de- ficiências. Ao final desse mesmo século, começam a surgir iniciativas políticas demonstrando preocupação com os direitos e deveres das pessoas com deficiência, conforme será apresentado no próxi- mo tópico desta unidade. 6. PARADIGMAS SOCIAIS E EDUCACIONAIS Você já deve ter ouvido falar em integração e inclusão so- cial, não é mesmo? Mas será que você saberia apontar algumas di- ferenças entre essas práticas sociais? Embora, muitas vezes, esses termos sejam empregados como sinônimos, você perceberá, du- rante o estudo desta unidade, que existem diferenças importantes entre tais paradigmas sociais. Conforme o tópico anterior desta unidade, pudemos iden- tificar, numa perspectiva histórica, os diferentes olhares, por dife- rentes culturas, em relação às pessoas com deficiências, caracteri- zando diferentes fases no que se refere às práticas sociais. © Educação Física Especial e Adaptada32 Inicialmente, as pessoas que apresentavam condições atí- picas eram simplesmente abandonadas, afastadas do convívio da sociedade ou mesmo exterminadas, típico de uma situação de ex- clusão social. Posteriormente, elas passaram a ser encaminhadas a instituições onde, mediante segregação, poderiam receber aten- dimento especializado. Paulatinamente, desenvolveu-se a prática da integração social e, recentemente, instalou-se um processo de inclusão social cuja filosofia se volta à modificação dos sistemas sociais gerais. Conforme aponta Sassaki (1999), essas fases não ocorreram ao mesmo tempo para todos os segmentos populacionais. Atu- almente, enquanto grupos sociais mais vulneráveis ainda sofrem exclusão e segregação, é possível identificar indícios nos quais a in- tegração começa a ceder espaço à inclusão. Infelizmente, exclusão e segregação não são atos do passado; ao contrário, ainda hoje es- tão presentes em muitas situações que envolvem as pessoas com deficiências. Durante as últimas décadas, predominaram práticas sociais pré-inclusivistas orientadas por um modelo médico de deficiência, visando à integração social de pessoas em tal condição. Segundo esse modelo, a deficiência é encarada como um “problema” do indivíduo, cabendo exclusivamente a ele a responsabilidade por seu tratamento e reabilitação, no sentido de potencializar suas capacidades e habilidades, a fim de adaptar-se às exigências da sociedade. Na perspectiva da integração, a inserção da pessoa nos siste- mas sociais é baseada no princípio da normalização, o qual pressu- põe que o indivíduo possui o direito de experienciar um estilo de vida que seria comum à sua própria cultura (MENDES, 1994). Em vez de normalizar os serviços e ambientes visando ao atendimento das necessidades das pessoas com deficiência, passou-se a impor um padrão de vida voltado à igualdade de condições, no qual o foco recai sobre a deficiência, entendida como um “déficit” a ser superado. 33 Claretiano - Centro Universitário © U1 - Educação Física na Perspectiva da Educação Inclusiva No modelo integrativo, a sociedade, praticamente de “bra- ços cruzados”, aceita receber pessoas com deficiência desde que sejam capazes de: 1) moldar-se aos requisitos dos serviços especiais; 2) acompanhar os procedimentos tradicionais; 3) contornar os obstáculos existentes no meio físico; 4) lidar com atitudes discriminatórias resultantes de este- reótipos, preconceitos e estigmas; 5) desempenhar papéis sociais individualmente e com au- tonomia, mas não necessariamente com independência (SASSAKI, 1999). Recentemente, as práticas sociais inclusivas têm se baseado em um modelo social da deficiência no qual se preconiza um mo- vimento bilateral entre sociedade e pessoas nessa condição, visan- do a um desafio comum: a inclusão social. Pautado em princípios como autonomia, independência e empowerment (veja Glossário de Conceitos), o paradigma da inclusão enfatiza a equiparação de oportunidades. A inclusão social pode ser compreendida, então, como um: Processo bilateral no qual as pessoas excluídas e a sociedade bus- cam, em parceria, efetivar a equiparação de oportunidades para todos, construindo uma sociedade democrática na qual todos conquistam a sua cidadania, prevalecendo o respeito à diversida- de, aceitação e reconhecimento político das diferenças (MENDES, 2006, n. p.). A responsabilidade pela inclusão deixa de ser exclusivamen- te da pessoa com deficiência e passa a ser compartilhada com a sociedade, promovendo uma mudança de mentalidade em todos os níveis e sistemas. A inclusão repousa em princípios como: acei- tação das diferenças individuais, valorização de cada pessoa, con- vivência dentro da diversidade humana e aprendizagem por meio da cooperação. Outra diferença significativa entre essas duas práticas sociais é que, enquanto a integração preconizava o ideário de uma supos- © Educação Física Especial e Adaptada34 ta igualdade, partindo de uma pretensa homogeneidade, a inclu- são reconhece a diversidade e propõe-se a aceitar as diferenças entre as pessoas, independentemente de suas condições. Surgem, então, várias manifestações em defesa da diferença, pois, só a partir do reconhecimento e da valorização da diversida- de, é possível caminhar em direção a uma sociedade mais humana e inclusiva. Veja algumas citações de autores que corroboram com essas ideias: “É preciso re-significar a diferença, e para tanto há que se desad- jetivar o substantivo diferença: ser diferente não é ser melhor ou pior; a diferença simplesmente é” (AMARAL, 1995, n. p.). “Aceitar a idéia de caleidoscópio, é aceitar a idéia de que todos são importantes e significativos, e quanto maior a diversidade, mais complexa e rica será a situação” (CARVALHO, 1999, n. p.). “É na diferença e na desigualdade que devem repousar as bases de nossas ações, e, seguramente, a primeira delas é não querer igualar o desigual” (CARMO, 2002, p. 12). No esquema da Figura 1, você encontrará uma síntese das principais ideias que diferenciam “integração” e “inclusão”. Curso: Licenciatura em Educação Física Coordenador do curso: Prof. Ms. Engels Câmara Disciplina: Educação Física Especial e Adaptada Autora: Profa. Dra. Mey de Abreu Van Munster Formatação: Simone Rodrigues Preparação: Paulo Sposati Ortiz Revisão: Talita Cristina Bartolomeu UNIDADE 1 “Aceitar a idéia de caleidoscópio, é aceitar a idéia são importantes e significativos, e quanto maior a diversidade, mais complexa e rica será a situação” (CARVALHO, 1999, n. p.). “É na diferença e na desigualdade que devem repousar as bases de nossas ações, e, seguramente, a primeira delas é não querer igualar o desigual” (CARMO, 2002, p. 12). No esquema da Figura 1, você encontrará uma síntese das principais ideias que diferenciam “integração” e Figura 1 Diferença entre Integração e Inclusão Em meados da década de 1990, no Brasil, começaram as discussões em torno do novo modelo de atendimento escolar denominado inclusãoescolar. Esse novo paradigma surge como uma reação contrária ao processo de integração, e sua Prof. Ms. Engels Câmara Disciplina: Educação Física Especial e Adaptada . Mey de Abreu Van Munster é aceitar a idéia de que todos importantes e significativos, e quanto maior a diversidade, mais complexa e rica será a situação” (CARVALHO, 1999, n. p.). “É na diferença e na desigualdade que devem repousar as bases de nossas ações, e, seguramente, a primeira delas é não querer No esquema da Figura 1, você encontrará uma síntese das e “inclusão”. 90, no Brasil, começaram as o novo modelo de atendimento escolar . Esse novo paradigma surge como uma reação contrária ao processo de integração, e sua Figura 1 Diferença entre Integração e Inclusão Em meados da década de 1990, no Brasil, começaram as discussões em torno do novo modelo de atendimento escolar denominado inclusão escolar. Esse novo paradigma surge como 35 Claretiano - Centro Universitário © U1 - Educação Física na Perspectiva da Educação Inclusiva uma reação contrária ao processo de integração, e sua efetivação prática tem gerado muitas controvérsias e discussões (MIRANDA, 2004). Embora, atualmente, as políticas educacionais sejam orien- tadas pela ótica da inclusão, é importante reconhecer que muitas pessoas com deficiências ainda permanecem em modelos de en- sino segregacionistas e integracionistas; além disso, existem casos mais extremos, como aqueles em que a pessoa com deficiência ainda não possui acesso à educação. No próximo tópico, analisaremos alguns documentos legais que têm sido a base para o direito à educação de pessoas com deficiências no Brasil e discutiremos como a Educação Física Adap- tada tem se organizado diante dessa demanda. 7. EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA Conforme pudemos perceber no tópico anterior, a inclusão não é algo recente; todavia, embora esse processo tenha origem na década de 1990, ele ainda é novidade no cotidiano escolar. Vejamos, agora, como os documentos legais têm respaldado o acesso à educação, mais especificamente às práticas de Educa- ção Física Escolar, e a permanência de pessoas com deficiências na escola. A Constituição Federal, em seu Artigo 208 (BRASIL, 1988), estabelece a integração escolar como preceito constitucional, pre- conizando o atendimento a indivíduos que apresentam deficiência preferencialmente na rede regular de ensino. No intuito de reforçar a obrigação do país em prover a edu- cação, é publicada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB (9.394/1996). Essa lei representa alguns avanços significati- vos na Educação; dentre eles, podemos citar a extensão da oferta © Educação Física Especial e Adaptada36 da Educação Especial na faixa etária de zero a seis anos, a ideia de melhoria da qualidade dos serviços educacionais para os alu- nos e a necessidade de o professor estar preparado, com recursos adequados, de forma a compreender e atender à diversidade de alunos. O Capítulo V dessa lei trata, especificamente, da Educação Especial (Artigo 58 e seguintes), recomendando que a educação de pessoas com deficiências deve ser oferecida, preferencialmente, na rede regular de ensino, devendo ser respaldadas por “serviços de apoio” e “atendimento especializado”. Esses serviços são oferecidos aos alunos com deficiência no horário oposto ao das aulas, visando complementar a formação educacional, reduzindo e eliminando barreiras impostas pela de- ficiência às exigências do processo de escolarização, por meio de conteúdos específicos a cada tipo de deficiência. Por atendimento educacional especializado entende-se um conjunto de recursos educacionais e estratégias de apoio coloca- dos à disposição dos alunos com deficiência, proporcionando-lhes diferentes alternativas de atendimento, de acordo com as necessi- dades de cada um. Esse atendimento é uma forma de garantir que sejam reconhecidas e atendidas as particularidades de cada aluno com deficiência (BRASIL, 2004). Entre outras, são consideradas matérias do atendimento educacional especializado: 1) Língua Brasileira de Sinais (Libras); 2) interpretação de Libras; 3) ensino de Língua Portuguesa para surdos; 4) sistema Braille; 5) orientação e mobilidade; 6) utilização do soroban (ábaco) 7) as ajudas técnicas, incluindo informática adaptada; 8) mobilidade e comunicação alternativa/aumentativa; 37 Claretiano - Centro Universitário © U1 - Educação Física na Perspectiva da Educação Inclusiva 9) tecnologias assistivas; 10) informática educativa; 11) Educação Física Adaptada; 12) enriquecimento e aprofundamento do repertório de co- nhecimentos; 13) atividades da vida autônoma e social. Além das aplicações apresentadas na introdução desta uni- dade, perceba que a Educação Física Adaptada é considerada, também, um tipo de atendimento educacional especializado. No entanto, é interessante considerar que os serviços especializados e o atendimento das necessidades específicas dos alunos garantidos pela lei, na prática, ainda deixam a desejar. Além da carência de recursos pedagógicos e da fragilidade da formação dos professores para lidar com esse público, a litera- tura evidencia que, no cotidiano da escola, os alunos com necessi- dades educacionais especiais inseridos nas salas de aula regulares vivem uma experiência escolar precária, ficando, quase sempre, à margem dos acontecimentos e das atividades em classe, porque pouca atenção é dedicada às suas necessidades especiais (MIRAN- DA, 2004). As pessoas com deficiências podem enfrentar, ainda, outras dificuldades para ter acesso à educação regular. No caso de pesso- as com comprometimento motor ou que possuem dificuldade de locomoção (usuários de muletas, andadores ou cadeiras de rodas), nem sempre as instalações físicas da escola são acessíveis, tendo em vista que a presença de escadas, corredores, portas estreitas e a ausência de rampas, elevadores ou adaptações especificadas por lei constituem obstáculos para o acesso e circulação, denominados barreiras arquitetônicas. Tais obstáculos impedem e/ou dificultam o acesso e a permanência de pessoas com deficiências nos dife- rentes espaços e ambientes da escola. Outra situação a ser enfrentada é a de que, na visão do sen- so comum, a manifestação de um determinado tipo de deficiên- © Educação Física Especial e Adaptada38 cia continua sendo vista como um “fardo” ou como “a pior coisa que poderia acontecer” a alguém. Essa exacerbação da deficiência como déficit, incapacidade ou desvantagem tem acentuado aquilo que se pode denominar de barreiras sociais ou atitudinais. Dis- cretas e quase sempre invisíveis, essas barreiras se aproveitam da desinformação e do desconhecimento, fortalecem-se com o pre- conceito e relegam a pessoa com deficiência a uma condição de marginalidade e segregação do convívio social (VAN MUNSTER in SCHWARTZ, 2004). Tais barreiras se evidenciam em atitudes projetadas a partir da sociedade em direção à pessoa com deficiência, ou partem da própria pessoa com deficiência em relação a si mesma e/ou à so- ciedade. São exemplos de barreiras atitudinais: 1) não conceder uma chance; 2) sentir receio de se aproximar; 3) sentir vergonha de estar por perto; 4) desistir antes de tentar; 5) negar ou não aproveitar as oportunidades; 6) ridicularizar ou zombar do desempenho do outro; 7) sentir pena ou autopiedade. Conhecendo a perspectiva histórica da deficiência, torna-se fácil compreender a origem de tantos tabus e preconceitos que permeiam a realidade da pessoa com deficiência, inclusive no am- biente escolar. O desafio é superar essas dificuldades e fazer que as conquistas legais sejam cumpridas. Precisamos encontrar um meio de garantir que essas con- quistas, expressas nas leis, realmente possam ser efetivadas na prática do cotidiano escolar, no sentido de garantir a democratiza- ção do ensino, permitindo o acesso, a permanência e o sucesso de todos os alunos do Ensino Especial naescola. 39 Claretiano - Centro Universitário © U1 - Educação Física na Perspectiva da Educação Inclusiva Segundo Miranda (2004), trabalhar com classes heterogêne- as que acolhem todas as diferenças trazem inúmeros benefícios ao desenvolvimento das crianças que apresentam ou não defici- ências, na medida em que elas têm a oportunidade de vivenciar a importância do valor da troca e da cooperação nas interações hu- manas. Portanto, para que as diferenças sejam respeitadas e para que se aprenda a conviver com a diversidade, é necessária uma nova concepção de escola, de aluno, de ensinar e de aprender. O Quadro 1 apresenta algumas vantagens em participar de um processo de Educação Inclusiva, destacando de que forma os estudantes que apresentam ou não deficiências se beneficiam nessa relação. Quadro 1 Vantagens em participar de um processo de Educação Inclusiva. ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIA ESTUDANTES SEM DEFICIÊNCIA Aprendem a apreciar a diversidade humana. Aprendem a apreciar a diversidade humana. Adquirem experiência direta com a variedade das capacidades humanas. Reconhecem que o medo e o preconceito emperram a cooperação e a tolerância social. Demonstram crescente interesse e responsabilidade no trabalho cooperativo. Dominam o conteúdo acadêmico em contextos mais realistas. Adquirem senso de responsabilidade social e assumem atitudes politicamente corretas em diversos níveis, não apenas em relação à deficiência. Tornam-se mais independentes, entendem e advogam que são diferentes, mas não inferiores. Tornam-se mais maduros e conscientes. Desenvolvem atitudes e princípios morais coerentes. Tornam-se ativistas e sabem reivindicar seus direitos; reconhecem os direitos humanos de outras minorias. Assumem papéis sociais inspirados nos direitos humanos; reconhecem conspirações preconceituosas do dia a dia. Fonte: adaptado de MAUERBERG-DECASTRO (2005). A efetivação de uma prática educacional inclusiva não será garantida por meio de leis, decretos ou portarias que obriguem as escolas regulares a aceitarem os alunos com necessidades espe- ciais; em outras palavras, apenas a presença física do aluno com © Educação Física Especial e Adaptada40 deficiência na classe regular não é garantia de inclusão. O proces- so educacional só será considerado verdadeiramente inclusivo à medida que todos os envolvidos nele estiverem dispostos a pen- sar, sentir e agir sobre as diferenças. Conforme afirma Pedrinelli (2002): Participar de um processo inclusivo é estar predisposto, sobretudo, a considerar e respeitar as diferenças individuais, criando a possibi- lidade de aprender sobre si mesmo e sobre cada um dos outros em uma situação de diversidade de idéias, sentimentos e ações. Na condição de futuro professor de Educação Física, você também deve estar comprometido com o processo de Educação Inclusiva. Assim, para tornar suas aulas motivantes e acessíveis às pessoas com deficiências, é imprescindível que você conheça as características e necessidades especiais dessa população. Esse será o assunto da nossa próxima unidade. 8. TEXTO COMPLEMENTAR Para complementar o conteúdo desta unidade, recomen- damos a leitura do artigo de Miranda (2004), intitulado História, deficiência e Educação Especial. Para sua comodidade e melhor compreensão, o resumo do artigo foi transcrito a seguir. Se possí- vel, faça a leitura do artigo na íntegra, disponível no site indicado nas E-referências. História, deficiência e Educação Especial –––––––––––––––– Neste artigo, é apresentado um rastreamento histórico da Educação Especial, procurando resgatar os diferentes momentos vivenciados e objetivando compre- ender os fatos que influenciaram, na prática do cotidiano escolar, as conquistas alcançadas pelas pessoas que apresentam necessidades educacionais espe- ciais. Desde a Antiguidade, com a eliminação física ou o abandono, passando pela prática caritativa da Idade Média, o que era uma forma de exclusão, ou na Idade Moderna, em que o humanismo, ao exaltar o valor do homem, tinha uma visão patológica da pessoa que apresentava deficiência, o que trazia como conse- quência sua separação e menosprezo da sociedade, podemos constatar que a maneira pela qual as diversas formações sociais lidaram com a pessoa que apre- sentava deficiência reflete a estrutura econômica, social e política do momento. Durante grande parte da história da humanidade, o deficiente foi vítima de se- 41 Claretiano - Centro Universitário © U1 - Educação Física na Perspectiva da Educação Inclusiva gregação, pois a ênfase era na sua incapacidade, na anormalidade. Na década de 1970 surgiu o movimento da integração, com o conceito de “normalização” expressando que ao deficiente devem ser dadas condições muito semelhantes às oferecidas na sociedade em que ele vive. Em meados da década de 1990, no Brasil, começaram as discussões em torno do novo modelo de atendimento escolar, denominado inclusão escolar. Esse novo paradigma surge como uma reação contrária ao princípio de integração, e sua efetivação prática tem gerado muitas controvérsias e discussões (MIRANDA, 2004). –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 9. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS Sugerimos que você procure responder, discutir e comentar as questões a seguir, que tratam da temática desenvolvida nesta unidade. Procure realizar uma síntese das principais ideias e esta- belecer as relações necessárias para a compreensão dos concei- tos básicos relacionados à Educação Especial e à Educação Física Adaptada a pessoas com deficiências. A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para você testar o seu desempenho. Se você encontrar dificuldades em responder a essas questões, procure revisar os conteúdos estuda- dos e sanar as suas dúvidas. Esse é o momento ideal para que você faça uma revisão desta unidade. Lembre-se de que, na Educação a Distância, a construção do conhecimento ocorre de forma coope- rativa e colaborativa; compartilhe, portanto, as suas descobertas com os seus colegas. Confira, a seguir, as questões propostas para verificar o seu desempenho no estudo desta unidade: 1) Com suas palavras, comente de que forma foi tratada a deficiência em al- guns momentos históricos e como ela é abordada na atualidade. 2) Quais são as principais dificuldades (ou barreiras) enfrentadas por pessoas com deficiências na atualidade? 3) O que é Educação Inclusiva? 4) O que é e quais são os atendimentos educacionais especializados assegura- dos pela Lei de Diretrizes e Bases (LDB)? © Educação Física Especial e Adaptada42 5) O que é Educação Física Adaptada? De que forma ela pode colaborar para a inclusão de pessoas com deficiências na escola? 10. CONSIDERAÇÕES Nesta unidade, você conheceu como a deficiência era trata- da em alguns momentos históricos e como é abordada hoje e de que maneira o processo de educação de pessoas com necessida- des especiais vem sendo influenciado pelos diferentes paradigmas sociais e educacionais. Você pôde compreender, ainda, o que é Educação Física Adaptada e qual o papel dessa área do conhecimento frente ao processo de inclusão de pessoas com deficiências no contexto es- colar. Na próxima unidade, você terá oportunidade de estudar os principais tipos de deficiências, as características e os cuidados re- lacionados às necessidades especiais de cada uma delas. 11. E-REFERÊNCIA Site pesquisado MIRANDA, A. A. B. História, deficiência e educação especial. Revista HISTEDBR On-line, p. 1-7, 2004. Disponível em: <http://www.histedbr.fae.unicamp.br/revista/revis/revis15/ art1_15.pdf>. Acesso em 11 jan. 2012. 12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMARAL, L. A. Conhecendo a deficiência: em companhia de Hércules. São Paulo: Robe, 1995. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Diário Oficial da União, Brasília, n. 248, 23 dez. 1996. Seção I, p. 27833. ______. Constituição da República Federativa do
Compartilhar