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PROVA DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS E REDAÇÃO PROVA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS 1º SIMULADO EXTENSIVO ENEM CHROMOS LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES SEGUINTES: 1. Este CADERNO DE QUESTÕES contém 90 questões, numeradas de 01 a 90 e a Proposta de Redação, disposta da seguinte maneira: a) questões de número 01 a 45 relativas à área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; b) proposta de redação; c) questões de número 46 a 90 relativas à área de Ciências Humanas e suas Tecnologias. ATENÇÃO: as questões de 01 a 05 são relativas à língua estrangeira, podendo ser feitas pela opção Inglês ou Espanhol, uma vez que essas possuem o mesmo gabarito. 2. Para cada uma das questões objetivas, são apresentadas 5 opções. Apenas uma responde corretamente à questão. 3. À medida que você for preenchendo o gabarito, as suas respostas serão salvas automaticamente no nosso sistema. Desse modo, caso você saia do sistema antes de concluir a prova, não perderá o que já fez. 4. O prazo para a realização deste simulado é das 13 horas e 30 minutos de domingo (20/03/2022) às 23 horas e 59 minutos da quarta-feira (23/03/2022). 5. O tempo sugerido para esta prova é de cinco horas e trinta minutos. 6. Para anexar a imagem de sua redação, clique em INSERIR REDAÇÃO. 7. Quando terminar a prova, verifique se todo o gabarito foi preenchido e clique no botão ENVIAR RESPOS- TAS. Após clicar nesse botão, o seu gabarito será enviado para o nosso sistema e você não poderá alte- rá-lo mais. 8. O gabarito oficial será publicado em nosso site (www.chromos.com.br) na quinta-feira, 24/03/2022, com o arquivo contendo as questões comentadas para auxiliá-lo em seus estudos. 2022 1° DIA CADERNO 1enem enem en em e ne m e ne m en em ene m enem enem enem enem enem enem enem enem enem enem enem enem enem enem ene m en em Dúvidas ou Sugestões? Entre em contato com: simulado@chromos.com.br LC - 1º dia | Caderno 1 - BRANCO - Página 3 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção inglês) Questão 01 I can’t believe the news today Oh, I can’t close my eyes and make it go away How long, how long must we sing this song? How long? How long? ‘Cause tonight We can be as one Broken bottles under children’s feet Bodies strewn across the dead-end street But I won’t heed the battle call It puts my back up, puts my back up against the wall And it’s true, we are immune When fact is fiction and TV reality And today, the millions cry We eat and drink while tomorrow, they die U2, Sunday, Bloody Sunday. Disponível em: https://www.letras.mus. br/u2/385206/traducao.html (fragmento). U2 é uma famosa banda irlandesa que canta canções conhecidas por seu cunho sociopolítico. Na música "Sunday, Bloody Sunday", a banda usa sua influência para denunciar A. as notícias falsas comumente disseminadas na mídia. B. os maus-tratos infantis. C. a inércia da população diante de injustiças sociais. D. a persistência de um cenário violento gerado pela guerra. E. a desigualdade social. Questão 02 Disponível em: https://www.presstelegram.com/2020/04/08/social- distancing-in-the-unemployment-line-political-cartoons/. Acesso em: 4 mar. 2022. Cartuns comumente satirizam situações cotidianas e, assim, geram reflexão. Nesse cartum, a crítica está relacionada A. às grandes filas formadas devido à falta do uso de máscaras. B. à escassez de interação social após um grande período de isolamento. C. ao desemprego crescente em tempos pandêmicos. D. à dificuldade de se inserir no mercado de trabalho durante a pandemia. E. à necessidade do distanciamento social quando não há o uso de máscaras. LC - 1º dia | Caderno 1 - BRANCO - Página 4 Questão 03 Disponível em: https://www.bhthechange.org/resources/new-tobacco-infographic-shows-impact-disparity-populations/attachment/lgbthealthlink-infographic- english/. Acesso em: 4 mar. 2022. O infográfico mostra algumas informações sobre o uso de tabaco. Com base em seus elementos verbais e não verbais, o leitor aprende que A. o tabaco pode desencadear transtornos mentais. B. afro-americanos são aqueles que mais morrem por doenças causadas pelo fumo. C. moradores de rua utilizam mais drogas lícitas do que o restante da sociedade. D. o uso de tabaco entre a população está associado à vulnerabilidade social de grupos minorizados. E. metade da população LGBT é fumante. Questão 04 It’s not just the action and the magic that flop. Even the film’s more intimate moments fall flat. One early domestic comedy scene involving Peter, MJ, Aunt May (Marisa Tomei, mostly wasted here), and Happy Hogan (Jon Favreau) has the camera whip-panning and roaming the spaces of their apartment in a pastiche of handheld indie filmmaking, but none of the humor feels organic or earned or even all that funny. It doesn’t build or make any emotional sense. Like almost everything else in the movie, it’s just another put-on. Making Peter more of a child does allow you to play up his sincerity and naïveté, which should ideally be a breath of fresh air in a universe filled with cynical, world-weary superheroes. But for all their alleged earnestness, these last three Spider-Man films have never had any kind of identity to call their own. Disponível em: https://www.vulture.com/article/movie-review-marvels-spider-man-no-way-home.html Acesso em: 4 mar. 2022. A crítica desse comentário sobre o filme Homem-Aranha: Sem Volta para Casa se baseia A. na magia presente no filme devido aos momentos mais íntimos expostos nele. B. na inovação que o processo de amadurecimento do personagem Peter Parker traz à obra. C. na falta de identidade, tendo em vista que o longa-metragem tem um potencial não explorado. D. na falta de originalidade, pois os últimos três filmes do personagem são iguais. E. na escassez de cenas de ação causada pela sinceridade e ingenuidade do personagem principal. LC - 1º dia | Caderno 1 - BRANCO - Página 5 Questão 05 Still I rise Out of the huts of history’s shame I rise Up from a past that’s rooted in pain I rise I’m a black ocean, leaping and wide, Welling and swelling I bear in the tide. Leaving behind nights of terror and fear I rise Into a daybreak that’s wondrously clear I rise Bringing the gifts that my ancestors gave, I am the dream and the hope of the slave. I rise I rise I rise. Angelou, M. Still I Rise. And Still I Rise: A Book of Poems, 1978 (fragmento). Maya Angelou foi uma poeta negra americana que viveu no século XX e escreveu "Still I rise" em 1978. O título do poema demonstra, por parte da autora, um sentimento de A. vingança, pelo enfrentamento das dificuldades. B. orgulho, pela aceitação de sua condição. C. tristeza, pela indignação perante a sociedade. D. superação, pela resistência diante de obstáculos. E. superioridade, pela resiliência. Questões de 01 a 05 (opção espanhol) Questão 01 La magia de conversar Como sucede con cualquier otra actividad humana, hay diferentes grados de implicación y dominio en la comunicación oral con los demás. En el lado más ligero de este arte, estaría la charla informal, que según Debra Fine, profesora de Lingüística, está injustamente poco valorada. “La charla tiene el estigma de ser considerada la humilde hijastra de la verdadera conversación, aun cuando cumple una función extremadamente importante. Sin ella es muy difícil entablar un verdadero coloquio. Quienes dominan la charla informal son expertos en lograr que los demás se sientan involucrados, valorados y cómodos, y eso ayuda a reforzar una relación laboral, cerrar un trato, dejar la puerta abierta a una nueva relación amorosa o entablar una amistad”. Disponible en: www.elpais.com. Acceso el: 11 ago. 2015 (adaptado). O texto trata da importância da conversa informal, agradável, que transcorre sem objetivo definido. Quando o autor afirma que essa conversa é considerada uma “hijastra”, enteada, quer dizer que a conversa informalA. é, de fato, mais importante que a conversação. B. é tão importante como a conversação verdadeira. C. é imprescindível entre as pessoas de uma família. D. tem pouco valor em comparação a uma conversação. E. não tem nenhuma importância em uma conversação. LC - 1º dia | Caderno 1 - BRANCO - Página 6 Questão 02 Vuelta de paseo Asesinado por el cielo. Entre las formas que van hacia la sierpe y las formas que buscan el cristal, dejaré crecer mis cabellos. Con el árbol de muñones que no canta y el niño con el blanco rostro de huevo. Con los animalitos de cabeza rota y el agua harapienta de los pies secos. Con todo lo que tiene cansancio sordomudo y mariposa ahogada en el tintero. Tropezando con mi rostro distinto de cada día. ¡Asesinado por el cielo! LORCA, F. G. Poeta en Nueva York. (1929-1930). “Vuelta de paseo” é o poema inaugural do livro Poeta en Nueva York, que reúne poesias escritas por García Lorca enquanto vivia nos EUA. O verso “Asesinado por el cielo”, que abre e fecha o poema, evoca A. o conflito entre homem e natureza. B. a desconfiança; o céu como uma força traiçoeira. C. o sentimento de angústia, que parece se impor sobre o eu lírico. D. o temor frente a fenômenos sobrenaturais, que podem provocar tragédias. E. a frustração do eu lírico em relação à cidade, intensificada pelo clima nova-iorquino. Questão 03 Los hilos ocultos de Atuntaqui No hay nada que, a primera vista, diferencie a Atuntaqui del resto de poblados de la sierra andina. Nada, excepto ser conocida como la capital de la moda en Ecuador. La ciudad cuenta con más de cien comercios textiles y ya se han generalizado dos ferias de moda a las que acuden miles de turistas cada año. Pero detrás de esos escaparates, se esconde un mundo que muy pocos pueden ver; en realidad, solo los gerentes de estas empresas, donde mujeres y niños trabajan en pésimas condiciones, dejándose la piel para que los maniquíes puedan seguir vestidos al día siguiente. REVISTA PUNTO Y COMA. España, n. 34, 2012 (adaptado). De acordo com o texto, pode-se inferir que “los hilos”, no título, estão relacionados A. aos comércios têxteis. B. às roupas vendidas em Atuntaqui. C. aos turistas que frequentam a cidade por causa das feiras de moda. D. às pessoas que trabalham em más condições na confecção de roupas. E. ao status da capital de moda do Equador, ainda não muito conhecido pelo público. Questão 04 México es el segundo país con más personas obesas del mundo, solo por detrás de Estados Unidos. Son 40 millones y otros 20 con sobrepeso. Al 52% de los mexicanos le sobran kilos, según el Instituto Nacional de Salud Pública. México es una de las 10 potencias mundiales en comida basura y el primer productor de Latinoamérica. Los alimentos prefabricados que rebosan grasa, azúcar, sal y componentes químicos han ido desplazando en los últimos años a los cereales, las legumbres o las verduras frescas, base de la dieta tradicional mexicana. Disponível em: www.bbc.com/mundo/noticia. Acesso em: 3 ago. 2015 (adaptado). Segundo o texto, é possível inferir que o México enfrenta um problema A. logístico; a distribuição da produção de comida industrializada é feita com dificuldade. B. econômico; os produtores agrícolas perdem espaço para as indústrias de comida congelada. C. de saúde; a obesidade cresce cada vez mais no país devido ao elevado consumo de comida industrializada. D. de identidade cultural; a dieta típica do país vem sendo substituída por comidas industrializadas devido à globalização. E. econômico; o país passa por safras ruins de legumes e verduras nos últimos anos, aumentando o consumo de comidas rápidas. LC - 1º dia | Caderno 1 - BRANCO - Página 7 Questão 05 Riesgos y acontecimientos futuros Los riesgos producen incertidumbre y la incertidumbre genera ansiedad. Para disminuir ese riesgo, la sociedad ofrece lo que yo llamo una “falsa certidumbre social”: trabajo en relación de dependencia, sueldo del 1 al 5 de cada mes, obra social, vacaciones, aguinaldo. Esto apunta a disminuir la incertidumbre (casi un sinónimo del riesgo) de la persona que está dispuesta a aceptar estas condiciones. A los Millennials la “certidumbre social” parece preocuparlos muy poco, ya que no se sienten cómodos con los horarios de oficina ni con las estructuras jerárquicas y prefieren trabajar desde su casa o en bares especialmente acondicionados. Cuando se “fuerzan” a trabajar en empresas, por lo general duran poco tiempo porque no se sienten motivados y saben que muchas veces, a nivel tecnológico, saben mucho más que sus jefes. Disponível em: www.lanacion.com.ar. Acesso em: 3 ago. 2015 (adaptado). A geração Y, também conhecida por Millennials ou ainda geração da internet, é aquela cujo desenvolvimento ocorreu concomitantemente a um período de grandes avanços tecnológicos. O autor do fragmento acima aponta um contraste de valores entre essa geração e a sua antecessora, e seu texto tem a intenção de A. divulgar dados sobre o mercado de trabalho atual. B. criticar a falta de ousadia das gerações que ante- cedem os Millennials. C. informar, por meio de fatos, uma tendência mundial nos acordos trabalhistas. D. indicar uma tendência que altera a organização e as relações atuais de trabalho. E. fazer uma crítica à postura profissional dos Millennials, que não conseguem se adaptar ao mercado. LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 06 a 45 Questão 06 CABRAL, Gladir da Silva; DAMAZIO, Lucas Pereira. As influências do movimento concretista na linguagem publicitária. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/lumina/ article/view/21170/11513. Acesso em: 3 jun. 2021 (adaptado). Analisando a linguagem verbal e não verbal presente no texto, verifica-se a A. cobiça de vida tranquila. B. crítica ao padrão atlético. C. inveja causada por magreza. D. valorização de amizade ideal. E. vontade de alcançar saúde. LC - 1º dia | Caderno 1 - BRANCO - Página 8 Questão 07 Capítulo IV Uma Teoria Nova [...] Simão Bacamarte refletiu ainda um instante, e disse: – Suponho o espírito humano uma vasta concha, o meu fim, Sr. Soares, é ver se posso extrair a pérola, que é a razão; por outros termos, demarquemos definitivamente os limites da razão e da loucura. A razão é o perfeito equilíbrio de todas as faculdades; fora daí insânia, insânia e só insânia. O Vigário Lopes, a quem ele confiou a nova teoria, declarou lisamente que não chegava a entendê-la, que era uma obra absurda, e, se não era absurda, era de tal modo colossal que não merecia princípio de execução. – Com a definição atual, que é a de todos os tempos, acrescentou, a loucura e a razão estão perfeitamente delimitadas. Sabe-se onde uma acaba e onde a outra começa. Para que transpor a cerca? Sobre o lábio fino e discreto do alienista roçou a vaga sombra de uma intenção de riso, em que o desdém vinha casado à comiseração; mas nenhuma palavra saiu de suas egrégias entranhas. A ciência contentou-se em estender a mão à teologia, – com tal segurança, que a teologia não soube enfim se devia crer em si ou na outra. Itaguaí e o universo à beira de uma revolução. ASSIS, Machado de. O Alienista. Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro. USP. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/ pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=1939. Acesso em: 12 ago. 2019. O vocábulo "comiseração" aproxima-se do sentido da palavra A. brandura. B. entusiasmo. C. indiferença. D. indulgência. E. julgamento. Questão 08 Quem Sabe um Dia Quem sabe um dia Quem sabe um seremos Quem sabe um viveremos Quem sabe um morreremos! Quem é que Quem é macho Quem é fêmea Quem é humano, apenas! Sabe amar Sabe de mim e de si Sabe de nós Sabe ser um! Um dia Um mês Um ano Um(a) vida QUINTANA, Mário. Antologia Poética, 5. ed. Rio de Janeiro: Ed. Alfaguara.Na última estrofe do poema, o poeta usa, como recurso expressivo, o(a) A. metáfora, pelo uso da coletividade. B. assíndeto, pelo não uso de conectivos. C. personificação, pela interlocução com o tempo. D. gradação, pela ideia crescente do tempo. E. hipérbole, pelo exagero no aspecto temporal. LC - 1º dia | Caderno 1 - BRANCO - Página 9 Questão 09 DOEDERLEIN, J. O livro dos ressignificados. São Paulo: Parábola, 2017. Normalmente, em verbetes de dicionário, há a predominância da função metalinguística. No caso do verbete do poeta João Doederlein, identificam-se elementos que mudam essa predominância. O autor incorpora em seu verbete a função A. conativa, como em “(valeu, galera)!”. B. referencial, como em “é festejar o próprio ser.” C. poética, como em “é a felicidade fazendo visita.” D. emotiva, como em “é quando eu esqueço o que não importa.” E. fática, como em “é o dia que recebo o maior nú- mero de ligações no meu celular.” Questão 10 Mais big do que bang A comunidade científica mundial recebeu, na semana passada, a confirmação oficial de uma descoberta sobre a qual se falava com enorme expectativa há alguns meses. Pesquisadores do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian revelaram ter obtido a mais forte evidência até agora de que o universo em que vivemos começou mesmo pelo Big Bang, mas este não foi explosão, e sim uma súbita expansão de matéria e energia infinitas concentradas em um ponto microscópico que, sem muitas opções semânticas, os cientistas chamam de “singularidade”. Essa semente cósmica permanecia em estado latente e, sem que exista ainda uma explicação definitiva, começou a inchar rapidamente [...]. No intervalo de um piscar de olhos, por exemplo, seria possível, portanto, que ocorressem mais de 10 trilhões de Big Bangs. ALLEGRETTI, F. Veja, 26 mar. 2014 (adaptado). No título proposto para esse texto de divulgação científica, ao dissociar os elementos da expressão Big Bang, a autora revela a intenção de A. condensar a conclusão de que a explosão de matéria e energia ocorre em um ponto microscópico. B. destacar a experiência que confirma uma investigação anterior sobre a teoria de matéria e energia. C. evidenciar a descoberta recente que comprova a explosão de matéria e energia ligada ao Big Bang. D. resumir os resultados de uma pesquisa que trouxe evidências concretas para a teoria do Big Bang. E. sintetizar a ideia de que a teoria da expansão de matéria e de energia substitui a teoria da explosão. Questão 11 Os textos literários são obras de discurso, a que falta a imediata referencialidade da linguagem corrente; poéticos, abolem, “destroem” o mundo circundante, cotidiano, graças à função irrealizante da imaginação que os constrói. E prendem-nos na teia de sua linguagem, a que devem o poder de apelo estético que nos enleia; seduz-nos o mundo outro, irreal, neles configurado (...). No entanto, da adesão a esse “mundo de papel”, quando retornamos ao real, nossa experiência, ampliada e renovada pela experiência da obra, à luz do que nos revelou, possibilita redescobri-lo, sentindo-o e pensando-o de maneira diferente e nova. A ilusão, a mentira, o fingimento da ficção, aclara o real ao desligar-se dele, transfigurando-o; e aclara-o já pelo insight que em nós provocou. NUNES, Benedito. Ética e leitura. In: Crivo de Papel. O argumento de Benedito Nunes em torno da natureza artística da literatura leva a considerar que a obra só assume função transformadora se A. estabelece um contraponto entre a fantasia e o mundo. B. utiliza a linguagem para informar sobre o mundo. C. instiga no leitor uma atitude reflexiva diante do mundo. D. oferece ao leitor uma compensação anestesiante do mundo. E. conduz o leitor a ignorar o mundo real. LC - 1º dia | Caderno 1 - BRANCO - Página 10 Questão 12 Para os chineses da dinastia Ming, talvez as favelas cariocas fossem lugares nobres e seguros: acreditava-se por lá, assim como em boa parte do Oriente, que os espíritos malévolos só viajam em linha reta. Em vielas sinuosas, portanto, estaríamos livres de assombrações malditas. Qualidades sobrenaturais não são as únicas razões para considerarmos as favelas um modelo urbano viável, merecedor de investimentos infraestruturais em escala maciça. Lugares com conhecidos e sérios problemas, elas podem ser também solução para uma série de desafios das cidades hoje. Contanto que não sejam encaradas com olhar pitoresco ou preconceituoso. As favelas são, afinal, produto direto do urbanismo moderno e sua história se confunde com a formação do Brasil. CARVALHO, B. A favela e sua hora. Piauí, n. 67, abr. 2012. Nesse texto, a construção semântica em torno das favelas cariocas revela essas localidades A. são tidas como nobres pelos brasileiros. B. são consideradas mal assombradas no Ocidente. C. são tidas como capazes de espantar assombrações pelo povos do Oriente. D. são consideradas como modelos urbanos inviáveis. E. são produtos do arcaico urbanismo brasileiro. Questão 13 A personagem da tirinha cita uma figura de linguagem para A. condenar a prática de exercícios físicos. B. valorizar aspectos da vida moderna. C. desestimular o uso das bicicletas. D. caracterizar o diálogo entre gerações. E. criticar a falta de perspectiva do pai. Questão 14 O Brasil será, em poucas décadas, um dos países com maior número de idosos do mundo, e precisa correr para poder atendê-los no que eles têm de melhor e mais saudável: o desejo de viver com independência e autonomia. [...] O mantra da velhice no século XXI é “envelhecer no lugar”, o que os americanos chamam de aging in place. O conceito que guia novas políticas e negócios voltados para os longevos tem como principal objetivo fazer com que as pessoas consigam permanecer em casa o maior tempo possível, sem que, para isso, precisem de um familiar por perto. Não se trata de apologia da solidão, mas de encarar um dado da realidade contemporânea: as residências não abrigam mais três gerações sob o mesmo teto e boa parte dos idosos de hoje prefere, de fato, morar sozinha, mantendo-se dona do próprio nariz. Disponível em: http://veja.abril.com.br/brasillenvelhecer-no-seculo-xxi/. Acesso em: 10 ago. 2017 (adaptado). A conjunção em destaque na frase “Não se trata de apologia da solidão, mas de encarar um dado da realidade contemporânea: (...)” possui a função semântica de A. acréscimo. B. compensação. C. complementação. D. correção. E. separação. Questão 15 3 de Maio Aprendi com meu filho de dez anos Que a poesia é descoberta Das coisas que eu nunca vi ANDRADE, Oswald de. Poesias reunidas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1971. O curto poema de Oswald de Andrade revela em sua interpretação A. que existe uma radical defesa da oralidade lite- rária, pois o verso “Das coisas que eu nunca vi” é entendido pelo leitor como “Das coisas que eu nunca li”. B. que a referência à infância no primeiro verso e o próprio título do poema afastam qualquer possibilidade de metalinguagem. C. que a crítica elitista contra modos de pensamento inovadores assume em “3 de Maio” uma acentuada expressão. D. que a ausência de complexidade formal do poema impede-o de ser considerado um exemplar típico da primeira fase modernista. E. que a poesia nos propõe uma visão renovada da experiência do mundo, revelando facetas daquilo que não estava evidente em um primeiro olhar. LC - 1º dia | Caderno 1 - BRANCO - Página 11 Questão 16 Pedestre, a medida de todas as coisas Na palestra que fiz mês passado no seminário "A Mobilidade a Pé e o Futuro do Recife", organizado pelo INTG – Instituto da Gestão – e apoiado pelo Cesar, pela Urbana/PE e pela Fiepe, tive oportunidade de falar sobre a importância crucial do pedestre para o urbanismo contemporâneo. Esse seminário regional foi um desdobramento, no Recife, doseminário internacional "Cidades a Pé", realizado em São Paulo, no mês de novembro do ano passado. Disse que, embora graduado em Arquitetura e Urbanismo pela UFPE, só fui entender o que considero vital na questão urbana atual depois que andei milhares de quilômetros no Recife. Depois, portanto, que, na prática, me “pós-graduei” pelos pés. O essencial do que aprendi foi que se o pedestre se sente mal no solo é porque o urbanismo é ruim e o planejamento urbano, se houve, falhou. Já existem, inclusive, um conceito e um conjunto de indicadores que ajudam a materializar essa tendência. Trata-se, o conceito, do Walkability, e o conjunto de indicadores, do Walk Score, que mede o quanto “caminhável” é determinado local, bairro ou cidade. Temos que seguir por aí. Afinal, como repete aquele complemento de comercial de rádio e TV, independentemente do meio de transporte que utilizemos, “na cidade, todos somos pedestres”. CUNHA, Francisco. In: Revista Algomais, ano 11, nº 124, julho de 2016, p. 50 (adaptado). Considerando aspectos semânticos do vocabulário utilizado no texto “Pedestre, a medida de todas as coisas”, assinale a alternativa correta. A. A ideia de “importância crucial do pedestre” (1º parágrafo) equivale semanticamente à ideia de “importância fundamental que tem o pedestre”. B. As afirmações “o planejamento urbano, se houve, falhou” (2º parágrafo) e “o planejamento urbano, se houve, declinou” têm sentidos contrários. C. Com a afirmação de que “na prática, me ‘pós-graduei’ pelos pés” (2º parágrafo), o autor pretendeu afirmar que, na prática, ele tinha estudado profundamente a fisiologia dos pés. D. O termo “caminhável” (3º parágrafo) é um neologismo criado pelo autor para expressar a ideia de “difícil de caminhar”. E. Uma ideia que se opõe a “o que considero vital na questão urbana” (2º parágrafo) é “o que considero negativo na questão urbana”. LC - 1º dia | Caderno 1 - BRANCO - Página 12 Questão 17 Bruxas não existem Quando eu era garoto, acreditava em bruxas, mulheres malvadas que passavam o tempo todo maquinando coisas perversas. Os meus amigos também acreditavam nisso. A prova para nós era uma mulher muito velha, uma solteirona, que morava numa casinha caindo aos pedaços, no fim de nossa rua. Seu nome era Ana Custódio, mas nós só a chamávamos de “bruxa”. Era muito feia, ela; gorda, enorme, os cabelos pareciam palha, o nariz era comprido, ela tinha uma enorme verruga no queixo. E estava sempre falando sozinha. Nunca tínhamos entrado na casa, mas tínhamos a certeza de que, se fizéssemos isso, nós a encontraríamos preparando venenos num grande caldeirão. Nossa diversão predileta era incomodá-la. Volta e meia invadíamos o pequeno pátio para dali roubar frutas e quando, por acaso, a velha saía à rua para fazer compras no pequeno armazém ali perto, corríamos atrás dela gritando “bruxa, bruxa!”. Um dia encontramos, no meio da rua, um bode morto. A quem pertencera esse animal, nós não sabíamos, mas logo descobrimos o que fazer com ele: jogá-lo na casa da bruxa. O que seria fácil. Ao contrário do que sempre acontecia, naquela manhã, e talvez por esquecimento, ela deixara aberta a janela da frente. Sob comando do João Pedro, que era o nosso líder, levantamos o bicho, que era grande e pesava bastante, e com muito esforço nós o levamos até a janela. Tentamos empurrá-lo para dentro, mas aí os chifres ficaram presos na cortina. – Vamos logo – gritava o João Pedro –, antes que a bruxa apareça. E ela apareceu. No momento exato em que, finalmente, conseguíamos introduzir o bode pela janela, a porta se abriu e ali estava ela, a bruxa, empunhando um cabo de vassoura. Rindo, saímos correndo. Eu, gordinho, era o último. SCLIAR, Moacyr. Disponível em: http://novaescola.org.br/ fundamental-1/bruxas-nao-existem-689866.shtml. Acesso em: 11 jul. 2016. Elementos como o título e o vocabulário de um texto frequentemente servem de fio condutor para a sua construção, estabelecendo elos coesivos que mostram, por exemplo, o tema em torno do qual o texto se desenvolve. Com base no título do texto, assinale a alternativa cujo grupo de palavras estabelece uma relação semântica com o seu principal tema. A. bode – bicho – chifres B. bruxas – caldeirão – vassoura C. enfermeira – hospital – ambulância D. garoto – amigos – mãe E. rua – casa – pátio Questão 18 Xote Ecológico Não posso respirar, não posso mais nadar A terra está morrendo, não dá mais pra plantar E se plantar não nasce, se nascer não dá Até pinga da boa é difícil de encontrar Não posso respirar, não posso mais nadar A terra está morrendo, não dá mais pra plantar E se plantar não nasce, se nascer não dá Até pinga da boa é difícil de encontrar Cadê a flor que estava aqui? Poluição comeu E o peixe que é do mar? Poluição comeu E o verde onde é que está? Poluição comeu Nem o Chico Mendes sobreviveu GONZAGA, Luiz. Disponível em: https://www.letras.mus.br/luiz- gonzaga/295406/. Acesso em: 2 mar. 2022. As figuras de linguagem são recursos utilizados para tornar os textos mais ricos, garantindo-lhes maior expressividade. No trecho “Cadê a flor que estava aqui? / Poluição comeu,” temos a mesma figura de linguagem que em: A. Aquele que agride a natureza age como alguém irracional. B. Todos morremos de medo da extinção dos recur- sos naturais. C. Meu pensamento caminha sem destino diante da minha impossibilidade de evitar as agressões ao meio ambiente. D. Já não sentimos o cheiro suave que vinha da mata em dias chuvosos. E. Falar em recursos naturais, no Brasil, é pensar em vida e em morte simultaneamente. LC - 1º dia | Caderno 1 - BRANCO - Página 13 Questão 19 Acrobata da Dor Gargalha, ri, num riso de tormenta, como um palhaço, que desengonçado, nervoso, ri, num riso absurdo, inflado de uma ironia e de uma dor violenta. Da gargalhada atroz, sanguinolenta, agita os guizos, e convulsionado salta, 1gavroche, salta clown, varado pelo 2estertor dessa agonia lenta... Pedem-se bis e um bis não se despreza! Vamos! retesa os músculos, retesa nessas macabras piruetas d’aço... E embora caias sobre o chão, 3fremente, afogado em teu sangue 4estuoso e quente, ri! Coração, tristíssimo palhaço. Cruz e Sousa 1 gavroche: garotos de Paris, figuradamente artista. 2 estertor: respiração anormal própria de moribundos. 3 fremente: vibrante, agitado, violento. 4 estuoso: que ferve, ardente, febril. Assinale a alternativa em que a expressão utilizada possui uma carga semântica que destoa das demais: A. “agonia lenta”. B. “gargalhada atroz, sanguinolenta”. C. “macabras piruetas”. D. “Pedem-se bis”. E. “riso de tormenta”. Questão 20 O gato e a barata A baratinha velha subiu pelo pé do copo que, ainda com um pouco de vinho, tinha sido largado a um canto da cozinha, desceu pela parte de dentro e começou a lambiscar o vinho. Dada a pequena distância que nas baratas vai da boca ao cérebro, o álcool lhe subiu logo a este. Bêbada, a baratinha caiu dentro do copo. Debateu-se, bebeu mais vinho, ficou mais tonta, debateu-se mais, bebeu mais, tonteou mais e já quase morria quando deparou com o carão do gato doméstico que sorria de sua aflição, do alto do copo. – Gatinho, meu gatinho –, pediu ela – me salva, me salva. Me salva que assim que eu sair daqui eu deixo você me engolir inteirinha, como você gosta. Me salva. – Você deixa mesmo eu engolir você? – disse o gato. – Me saaaalva! – implorou a baratinha. – Eu prometo. O gato então virou o copo com uma pata, o líquido escorreu e com ele a baratinha que, assim que se viu no chão, saiu correndo para o buraco mais perto, onde caiu na gargalhada. – Que é isso? – perguntou o gato. – Você não vai sair daí e cumprir sua promessa? Você disse que deixaria eu comer você inteira. – Ah, ah, ah – riu então a barata, sem poder se conter. – E você é tão imbecil a ponto de acreditar na promessa de uma barata velha e bêbada? Moral: Às vezes a autodepreciaçãonos livra do pelotão. FERNANDES, Millôr. Fábulas fabulosas. 8. ed. Rio de Janeiro: Nórdica, 1963. Na fábula de autoria do cronista Millôr Fernandes, a função do texto é, sobretudo, A. fazer uma crítica política. B. transmitir um ensinamento. C. satirizar comportamentos humanos. D. humanizar os animais. E. divertir o leitor. Questão 21 O que é Web Semântica? Web Semântica é um projeto para aplicar conceitos inteligentes na internet atual. Nela, cada informação vem com um significado bem definido e não se encontra mais solta no mar de conteúdo, permitindo uma melhor interação com o usuário. Novos motores de busca, interfaces inovadoras, criação de dicionários de sinônimos e a organização inteligente de conteúdos são alguns exemplos de aprimoramento. Dessa forma, você não vai mais precisar minerar a internet em busca daquilo que você procura, ela vai passar a se comportar como um todo, e não mais como um monte de informação empilhada. A implementação deste paradigma começou recentemente, e ainda vai levar mais alguns anos até que entre completamente em vigor e dê um jeito em toda a enorme bagunça que a internet se tornou. Disponível em: www.tecmundo.com.br. Acesso em: 6 ago. 2013 (adaptado). Ao analisar o texto sobre a Web Semântica, deduz-se que esse novo paradigma auxiliará os usuários a A. armazenar grandes volumes de informações. B. captar informações na internet com mais velocidade. C. localizar informações na internet com mais precisão. D. navegar apenas sobre dados já organizados. E. publicar dados com significados não definidos. LC - 1º dia | Caderno 1 - BRANCO - Página 14 Questão 22 Rios sem discurso Quando um rio corta, corta-se de vez o discurso-rio de água que ele fazia; cortado, a água se quebra em pedaços, em poços de água, em água paralítica. Em situação de poço, a água equivale a uma palavra em situação dicionária: isolada, estanque no poço dela mesma, e porque assim estanque, estancada; e mais: porque assim estancada, muda, e muda porque com nenhuma comunica, porque cortou-se a sintaxe desse rio, o fio de água por que ele discorria. MELO NETO, João Cabral de. A educação pela pedra e outros poemas. Rio de Janeiro: Alfaguara, 2008. Ao comparar o fluxo das águas às palavras, João Cabral de Melo Neto alegoriza o processo poético. Ao fazer isso, fica evidente que A. o sentido de uma palavra é construído em situação discursiva, no ato comunicativo, e resulta da interação entre emissor e receptor. B. para a comunicação, o emissor faz escolhas lexicais que estão ao alcance do receptor da mensagem. C. o sentido de um texto só estará ao alcance do receptor se as palavras utilizadas estiverem em situação dicionária. D. as palavras isoladas não têm significado e não podem ser compreendidas pelo receptor de uma mensagem. E. na produção de um enunciado, o emissor precisa fazer uso do dicionário para dar maior sentido ao seu discurso. Questão 23 A carroça sem cavalo Conta-se que, em noites frias de inverno, descia um forte nevoeiro trazido pelo mar e, nessa noite, ouviam-se muitos barulhos estranhos. Os moradores da cidade de São Francisco, que é a cidade mais antiga de Santa Catarina, eram acordados de madrugada com um barulho perturbador. Ao abrirem a janela de casa, os moradores assustavam-se com a cena: viam uma carroça andando sem cavalo e sem ninguém puxando... Andava sozinha! Na carroça, havia objetos barulhentos, como panelas, bules, inclusive alguns objetos amarrados do lado de fora da carroça. O medo dominou a pequena cidade. Conta-se ainda que um carroceiro foi morto a coices pelo seu cavalo, por maltratar o animal. Nas noites de manifestação da assombração, a carroça saía de um nevoeiro, assustava a população e, depois de um tempo, voltava a desaparecer no nevoeiro. Disponível em: www.gazetaonline.com.br. Acesso em: 12 dez. 2017 (adaptado). Considerando-se que os diversos gêneros que circulam na sociedade cumprem uma função social específica, esse texto tem por função A. abordar histórias reais. B. informar acontecimentos. C. questionar crenças populares. D. narrar histórias do imaginário social. E. situar fatos de interesse da sociedade. Questão 24 Famosos em suas áreas de atuação, René Descartes e Fernando Pessoa expressaram questões humanas profundas com estas frases: “Penso, logo existo”. René Descartes “Duvido, portanto penso”. Fernando Pessoa Comparando-as, é correto chegar à conclusão de que A. as duas frases diferenciam-se apenas pelos sentidos dos conectivos "logo" e "portanto". B. Descartes argumenta que existir é a causa lógica de pensar. C. há uma relação de parte/todo nos sentidos de ambas as frases. D. os autores usam conectivos diferentes com mesma carga semântica. E. Pessoa reproduz o original de Descartes usando outras palavras. LC - 1º dia | Caderno 1 - BRANCO - Página 15 Questão 25 O Egoísmo Gregário como Princípio do Rebanho Pós-Moderno Estamos numa época de promoção do egoísmo, de produção de egos tanto mais cegos ou cegados que não percebem o quanto podem hoje ser recrutados em conjuntos massificados. Em outras palavras, vemos egos, isto é, pessoas que se creem iguais e que, na realidade, passaram a ficar sob o controle do que se deve bem chamar “o rebanho”. Viver em rebanho fingindo ser livre nada mais mostra que uma relação consigo catastroficamente alienada, uma vez que supõe ter erigido como regra de vida uma relação mentirosa consigo mesmo. E, a partir daí, com os outros. Assim, mentimos despudoradamente aos outros, àqueles que vivem fora das democracias liberais, quando lhes dizemos que acabamos – com algumas maquininhas à guisa de presentes ou de armas nas mãos em caso de recusa – de lhes trazer a liberdade individual; na realidade, visamos, antes de tudo, fazer com que entrem no grande rebanho dos consumidores. Mas qual é, perguntarão, a necessidade dessa mentira? Por que precisamos fazer crer que somos livres quando vivemos em rebanho? E por que precisamos fazer outros crerem que são livres quando vamos colocá-los em rebanho? A resposta é simples. É preciso que cada um vá livremente na direção das mercadorias que o bom sistema de produção capitalista fabrica para ele. Digo bem “livremente” pois, forçado, resistiria. Ao passo que livre, pode consentir em querer o que lhe dizem que deve querer enquanto cidadão livre. [...] DUFOUR, Dany-Robert. O divino mercado: a revolução cultural liberal. Rio de Janeiro: Cia de Freud, 2008. p. 23-24 (adaptado). No texto, as palavras “rebanho” e “livremente” são colocadas entre aspas com o objetivo de A. demarcar sua inadequação semântica. B. demonstrar uso intertextual das palavras. C. destacar seus significados equivalentes. D. enfatizar seu uso metafórico e aproximado. E. restringir interpretação ao sentido literal. Questão 26 Você conseguiria ficar 99 dias sem o Facebook? Uma organização não governamental holandesa está propondo um desafio que muitos poderão considerar impossível: ficar 99 dias sem dar nem uma “olhadinha” no Facebook. O objetivo é medir o grau de felicidade dos usuários longe da rede social. [...] Disponível em: http://codigofonte.uol.com.br (adaptado). A utilização dos artigos destacados justifica-se em razão de(a) A. generalização, no primeiro caso, com a introdução de informação conhecida, e da especificação, no segundo, com informação nova. B. informações conhecidas, nas duas ocorrências, sendo possível a troca dos artigos nos enunciados, pois isso não alteraria o sentido do texto. C. informações novas, nas duas ocorrências, motivo pelo qual são introduzidas de forma mais generalizada. D. introdução de uma informação nova, no primeiro caso, e da retomada de uma informação já conhecida, no segundo. E. retomada de informações que podem ser facilmente depreendidas pelo contexto, sendo ambas equivalentes semanticamente.Questão 27 Gilberto Gil é uma multipresença espalhada por diferentes meios. Entre setembro e outubro de 2021, ele voltou aos palcos realizando turnê pela Europa. [...] O doutor em história Maurício Barros de Castro, professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e autor de Gilberto Gil: Refavela, aponta que a música de Gil sempre esteve conectada a questões contemporâneas, refletindo os múltiplos interesses do artista: tecnologia, políticas culturais, ancestralidade africana, herança nordestina e o diálogo constante com as novas formas de pensar o mundo. Disponível em: https://bit.ly/3tMRQyX. Acesso em: 5 mar. 2022. As letras de Gilberto Gil sempre foram ricas em expressividade e simbolismo. Entre os versos do autor transcritos a seguir, podemos identificar uma relação paradoxal em: A. “Sou viramundo virado / pelo mundo do sertão.” B. “Louvo a luta repetida / da vida pra não morrer.” C. “De dia, Diadorim, / de noite, estrela sem fim.” D. “Toda saudade é presença / da ausência de alguém.” E. ”Começou a circular o Expresso 2222/Da Central do Brasil”. LC - 1º dia | Caderno 1 - BRANCO - Página 16 Questão 28 Canção do vento e da minha vida O vento varria as folhas, O vento varria os frutos, O vento varria as flores... E a minha vida ficava Cada vez mais cheia De frutos, de flores, de folhas. [...] O vento varria os sonhos E varria as amizades... O vento varria as mulheres... E a minha vida ficava Cada vez mais cheia De afetos e de mulheres. O vento varria os meses E varria os teus sorrisos... O vento varria tudo! E a minha vida ficava Cada vez mais cheia De tudo. BANDEIRA, M. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1967. No lirismo de Manuel Bandeira, pode-se destacar A. a construção de oposições semânticas. B. a apresentação de ideias de forma objetiva. C. o emprego recorrente de figuras de linguagem, como o eufemismo. D. a repetição de sons e de construções sintáticas semelhantes. E. a inversão da ordem sintática das palavras. Questão 29 Disponível em: http://biaquario/wordpress.com/2010/04/01/hello-word. A partir da análise da linguagem verbal e não verbal, verifica-se que o texto A. alerta a população sobre sanções de prática criminosa. B. estimula ação de denúncia dos desperdiçadores de água. C. incentiva a promoção de campanhas de economia d’água. D. apresenta contradição entre a linguagem verbal e a não verbal. E. sensibiliza público em relação à economia do recurso hídrico. LC - 1º dia | Caderno 1 - BRANCO - Página 17 Questão 30 Chega um momento em que a tensão eu/mundo se exprime mediante uma perspectiva crítica, imanente à escrita, o que torna o romance não mais uma variante literária da rotina social, mas o seu avesso; logo, o oposto do discurso ideológico do homem médio. O romancista “imitaria” a vida, sim, mas qual vida? Aquela cujo sentido dramático escapa a homens e mulheres entorpecidos ou automatizados por seus hábitos cotidianos. A vida como objeto de busca e construção, e não a vida como encadeamento de tempos vazios e inertes. Caso essa pobre vida-morte deva ser tematizada, ela aparecerá como tal, degradada, sem a aura positiva com que as palavras “realismo” e “realidade” são usadas nos discursos que fazem a apologia conformista da “vida como ela é”... A escrita da resistência, a narrativa atravessada pela tensão crítica, mostra, sem retórica nem alarde ideológico, que essa “vida como ela é” é, quase sempre, o ruído de um mecanismo alienante, precisamente o contrário da vida plena e digna de ser vivida. É nesse sentido que se pode dizer que a narrativa descobre a vida verdadeira, e que esta abraça e transcende a vida real. A literatura, com ser ficção, resiste à mentira. É nesse horizonte que o espaço da literatura, considerado em geral como lugar da fantasia, pode ser o lugar da verdade mais exigente. BOSI, Alfredo. Narrativa e resistência (adaptado). No texto de Alfredo Bosi, ele apresenta o conceito de resistência, expresso pela tensão do indivíduo perante o mundo. Esta adquire perspectiva crítica na escrita do romance quando o autor A. rompe a superfície enganosa da realidade. B. forja um realismo rente à vida mesquinha. C. é neutro ao figurar a vacuidade do presente. D. conserva o discurso positivo da ordem. E. consegue sobrepor a fantasia à verdade. Questão 31 QUINO. Potentes, prepotentes e impotentes, 2003. A análise da charge permite caracterizar o personagem como A. hipócrita. B. impulsivo. C. ingênuo. D. intransigente. E. visionário. Questão 32 BECK, Alexandre. Disponível em: http://tirasarmandinho.tumblr.com. Acesso em: 27 out. 2019. As figuras de linguagem constituem procedimentos linguísticos importantes para a compreensão da temática do texto. Na tirinha de Armandinho, A. o termo “papel” é uma metáfora para “planeta”. B. ao dizer “este é o meu planeta”, a criança cria um paradoxo, já que não existiria um mundo só de crianças. C. a tirinha trabalha com antíteses: tanto o tamanho do adulto e da criança quanto seus pontos de vista se chocam. D. a fala da criança “eu vi você deixar cair o papel” é uma hipérbole para “eu vi você jogar lixo no chão”. E. o termo “Coroa” é utilizado como uma personi- ficação, que atribui características humanas a objetos inanimados. LC - 1º dia | Caderno 1 - BRANCO - Página 18 Questão 33 Epitáfio Devia ter amado mais Ter chorado mais Ter visto o sol nascer Devia ter arriscado mais E até errado mais Ter feito o que eu queria fazer Queria ter aceitado As pessoas como elas são Cada um sabe a alegria E a dor que traz no coração O acaso vai me proteger Enquanto eu andar distraído O acaso vai me proteger Enquanto eu andar Devia ter complicado menos Trabalhado menos Ter visto o sol se pôr Devia ter me importado menos Com problemas pequenos Ter morrido de amor TITÃS. Epitáfio. São Paulo: 2002. A melhor banda dos últimos tempos da última semana. Em “Queria ter aceitado/ As pessoas como elas são/ Cada um sabe a alegria/ E a dor que traz no coração” (2ª estrofe), infere-se que o eu lírico A. demonstra um grande arrependimento em ter se importado com questões bobas e não ter vivido de forma plena. B. faz um convite para que o leitor saia completamente da sua rotina e viva a vida com mais sentido. C. reflete sobre como gostaria de ter aproveitado mais os momentos importantes de sua vida com os amigos. D. fala da fragilidade da vida e da importância de se conviver mais com as pessoas que são importantes. E. afirma que não se deve julgar os outros e que se deve compreender as fraquezas e os pontos fortes de cada um. Questão 34 Disponível em: https://ceejamarilia.wordpress.com/2020/07/17/1-o- que-voce-precisa-saber-sobre-estrangeirismos. Acesso em: 25 set. 2020. Na charge acima, o efeito de humor é conseguido por meio de(a) A. alteração do sentido de termos estrangeiros. B. escolha lexical que evidencia a erudição linguística. C. incoerência entre o conteúdo da fala e a escolha lexical. D. postura preconceituosa em relação ao uso de coloquialismos. E. utilização de texto construído na variante padrão do português. Questão 35 QUINO. Cada um no seu lugar, 2005. No cartum de Quino, a construção do humor se baseia no(a) A. antítese. B. eufemismo. C. personificação. D. hipérbole. E. paradoxo. LC - 1º dia | Caderno 1 - BRANCO - Página 19 Questão 36 Sou um homem comum brasileiro, maior, casado, reservista, e não vejo na vida, amigo nenhum sentido, senão lutarmos juntos por um mundo melhor. Poeta fui de rápido destino Mas a poesia é rara e não comove nem move o pau de arara. Quero, por isso, falar com você de homem para homem, apoiar-me em você oferecer-lhe meu braço que o tempo é pouco e o latifúndio está aí matando [...] Homem comum, igual a você, [...] Mas somos muitos milhões de homens comuns e podemos formar uma muralha com nossos corpos de sonhos emargaridas. FERREIRA GULLAR. Dentro da noite veloz. Rio de Janeiro: José Olympio, 2013 (fragmento). Ferreira Gullar, em seu poema, promove uma aproxi- mação entre a realidade social e o fazer poético. Nessa aproximação, o eu lírico atribui à poesia um caráter de A. agregação construtiva e poder de intervenção na ordem instituída. B. força emotiva e capacidade de preservação da memória social. C. denúncia retórica e habilidade para sedimentar sonhos e utopias. D. ampliação do universo cultural e intervenção nos valores humanos. E. identificação com o discurso masculino e questionamento dos temas líricos. Questão 37 Disponível em: https:www.chargeonline.com.br. Acesso em: 9 set. 2020. No que concerne aos recursos de expressividade em diferentes linguagens, a crítica social presente nessa charge decorre da A. adoção de palavras em seu sentido denotativo. B. atribuição de ações humanas a um ser irracional. C. comparação de elementos do mesmo campo se- mântico. D. interpelação de um ser personificado de maneira enfática. E. transposição de significado dada à contiguidade de sentido. Questão 38 Leia os versos a seguir e responda. Catar Feijão Catar feijão se limita com escrever: joga-se os grãos na água do alguidar e as palavras na folha de papel; e depois, joga-se fora o que boiar. Certo, toda palavra boiará no papel, água congelada, por chumbo seu verbo: pois para catar esse feijão, soprar nele, e jogar fora o leve e o oco, palha eco [...] MELO NETO, João Cabral de. A educação pela pedra e outros poemas. Rio de Janeiro: Alfaguara, 2008. Alguidar: recipiente de barro, metal ou material plástico, usado para tarefas domésticas. O poema metalinguístico de João Cabral de Melo Neto revela A. o princípio de que a poesia é fruto de inspiração poética, pois resulta de um trabalho emocional. B. influência da aleatoriedade ao escolher palavras, ao acaso, que nada significam para a construção da poesia. C. preocupação com a construção de uma poesia racional contrária ao sentimentalismo choroso. D. valorização do eu lírico, ao extravasar o estado de alma e o sentimento poético. E. valorização do pormenor mediante jogos de palavras, sobrecarregando a poesia de figura e de linguagem rebuscada. LC - 1º dia | Caderno 1 - BRANCO - Página 20 Questão 39 Disponível em: https://imgsapp.em.com.br/app/noticia. Acesso em: 5 set. 2020. A charge aborda uma situação do cotidiano de muitas famílias brasileiras. Nesse sentido, ela tem o propósito comunicativo de A. alertar sobre a falta de entendimento entre pais e filhos. B. apresentar posturas para melhorar o relaciona- mento familiar. C. criticar excessos de utilização de tecnologia no convívio familiar. D. denunciar os prejuízos da ausência de diálogo entre pais e filhos. E. informar sobre relevância de se limitar uso de aparelhos tecnológicos. Questão 40 HENFIL. Disponível em: https://medium.com. Acesso em: 29 out. 2018 (adaptado). Nessa tirinha, produzida na década de 1970, os recursos verbais e não verbais sinalizam a finalidade de A. criticar as obrigações da maternidade. B. estimular a abdicação da vida social. C. explicitar a autonomia das mulheres. D. ironizar as condições de igualdade. E. reforçar a luta por direitos civis. LC - 1º dia | Caderno 1 - BRANCO - Página 21 Questão 41 Disponível em: http://www.turmadoroma.com.br/assim-e-o-futebol/ tempos-modernos-1. Acesso em: 17 jun. 2019. Na leitura da tirinha acima, ao associarmos o texto verbal com as ilustrações, percebemos que A. a conclusão à qual o personagem chega no terceiro quadrinho caracteriza um exagero no que diz respeito aos cuidados com a camisa e uma ironia quanto ao seu uso. B. a ilustração do cômodo no qual o personagem se encontra caracteriza uma informação irrelevante, visto que as informações verbais quanto aos cuidados com a roupa são suficientes para compreendermos o sentido da tira. C. a interpretação que o personagem dá à informação “não torcer” é equivocada já no segundo quadrinho, sendo dispensável a leitura do terceiro para compreendermos o sentido da tira. D. a expressão do personagem no segundo quadrinho sugere que a informação da etiqueta da camisa o surpreendeu de algum modo e que isso atende às expectativas do leitor quanto ao que será dito no último quadrinho. E. a polissemia de um termo provocou ambiguidade no texto, o que levou o personagem a uma interpretação equivocada sobre o que poderia ser feito com a camisa. Questão 42 Anatomia Qual a matéria do poema? A fúria do tempo com suas unhas e algemas? Qual a semente do poema? A fornalha da alma com os seus divinos dilemas? Qual a paisagem do poema? A selva da língua com suas feras e fonemas? Qual o destino do poema? O poço da página com suas pedras e gemas? Qual o sentido do poema? O sol da semântica com suas sombras pequenas? Qual a pátria do poema? O caos da vida e a vida apenas? CAETANO, A. Disponível em: www.antoniomiranda.com.br. Acesso em: 27 set. 2013 (fragmento). A função poética da linguagem é comum em textos do gênero lírico, porém não é a única no poema de Ana Caetano, em que se destaca a presença de metalinguagem. A função metalinguística se prova A. pelo uso de repetidas perguntas retóricas. B. pelas dúvidas que inquietam o eu lírico. C. pelos usos que se fazem das figuras de linguagem. D. pelo fato de o poema falar de si mesmo como linguagem. E. pela prevalência do sentido poético como in- quietação existencial. LC - 1º dia | Caderno 1 - BRANCO - Página 22 Questão 43 O Menino do Alto Leandro Siqueira dos Santos nunca havia reparado que nascera numa cidade partida. Perdeu a inocência no instante da descoberta. Quando os doutores disseram que nada mais poderiam fazer por ele, o pai arranjou uma porta velha, bichada, e sobre ela deitou o filho. Com a ajuda de parentes, dos vizinhos, do povo de cima, carregou-o até o alto de seu destino. Pela primeira vez o menino decifrou o precipício de sua vida. Pela primeira vez sentiu medo do barranco, das pedras, das cicatrizes escalavradas na terra. O menino percebeu naquele exato momento que havia nascido com todas as pontes dinamitadas. Quando compreendeu, começou a envelhecer. Até a voz mudou. (...) Quando se mergulha no coma, o corpo dorme. Os membros, as articulações desmaiam como se perdessem a vida. Para que não se cristalizem no lugar errado, é preciso que um fisioterapeuta movimente os pés, as mãos, dia após dia. Não fizeram com o menino do alto. Selaram seu destino com a displicência com que a planície trata a cidade de cima. Não foi o acidente que roubou a liberdade do menino. Não foi o traumatismo craniano que retorceu seus pés. Foi crime. BRUM, Eliane. O menino do alto. In: ______. A vida que ninguém vê. Porto Alegre: Arquipélago 2006, p. 72 e 73 (adaptado). A crônica de Eliane Brum oscila entre o literário e o não literário. Isso fica bastante patente no fragmento acima por causa da concomitância A. da linguagem poética (“as articulações desmaiam”) e da reflexão sobre o contexto cotidiano (“Não foi o traumatismo craniano que retorceu seus pés. Foi crime”). B. do discurso indireto livre (“os doutores disseram que nada mais poderiam fazer por ele”) e da atmosfera realística (“carregou-o até o alto de seu destino.”). C. da verossimilhança (“Até a voz mudou”) e da forma de notícia (“Quando se mergulha no coma, o corpo dorme”). D. da repetição (“Não foi o acidente”/“Não foi o traumatismo craniano.”) e da linguagem denotativa (“...havia nascido com todas as pontes dinamitadas”). E. do tom ficcional (“Selaram seu destino com a displicência”) e da presença da função metalinguística da linguagem (“não se cristalizem no lugar errado”). Questão 44 Disponível em: https://tirasarmandinho.tumblr.com. Acesso em: 30 ago. 2019. O sentido global da tirinhaé constituído a partir de uma relação A. antonímica, que se estabelece contextualmente entre as palavras “muros” e “pontes”. B. dialógica, devido à negação enfática da personagem no segundo quadrinho. C. morfológica, que se manifesta pela formação do diminutivo de “tijolinho”. D. sintática, expressa pelo uso da construção adversativa no primeiro quadrinho. E. sociolinguística, baseada numa variante linguística incompatível com a fala de crianças. LC - 1º dia | Caderno 1 - BRANCO - Página 23 Questão 45 Tive um sonho que em tudo não foi sonho!... O sol brilhante se apagava: e os astros, Do eterno espaço na penumbra escura, Sem raios, e sem trilhos, vagueavam. A terra fria balouçava cega E tétrica no espaço ermo de lua. A manhã ia... vinha ... e regressava... Mas não trazia o dia! Os homens pasmos Esqueciam no horror dessas ruínas Suas paixões: E as almas conglobadas Gelavam-se num grito de egoísmo Que demandava ‘luz’. Junto às fogueiras Abrigavam-se... e os tronos e os palácios, Os palácios dos reis, o albergue e a choça Ardiam por fanais. Tinham nas chamas As cidades morrido. Em torno às brasas Dos seus lares os homens se grupavam, P’ra à vez extrema se fitarem juntos. Feliz de quem vivia junto às lavas Dos vulcões sob a tocha alcantilada! As figuras de linguagem estão presentes em textos poéticos e produzem expressividade no discurso, criando efeitos de sentido variados. A figura em destaque nos seguintes versos: “E as almas conglobadas/Gelavam-se num grito de egoísmo” é denomindada A. Aliteração. B. Comparação. C. Metonímia. D. Catacrese. E. Sinestesia. LC - 1º dia | Caderno 1 - BRANCO - Página 24 TEXTOS MOTIVADORES INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO 1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado. 2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas. 3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para a contagem de linhas. 4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que: 4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”; 4.2. fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo; 4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto; 4.4. apresentar nome, assinatura, rubrica ou outras formas de identificação no espaço destinado ao texto. TEXTO I Violência no trânsito: Brasil é o quarto país com mais mortes na América Brasil é o quarto país com mais mortes no trânsito na América Excesso de velocidade. Ultrapassagens em locais indevidos. Ingerir bebida alcoólica e dirigir. A violência no trânsito depende de muitos fatores, como explica o inspetor Diego Brandão, da Polícia Rodoviária Federal. Mais de 1,2 milhão de pessoas perdem a vida devido ao trânsito todos os anos no mundo. 40 milhões ficam feridas. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/radioagencia-nacional/acervo/geral/audio/2018-02/violencia-no-transito-brasil-e-o-quarto-pais-com-mais-mortes/. TEXTO II O país perdeu 479.857 vidas no trânsito entre 2007 e 2018. O custo desses acidentes chegou a R$ 1,584 trilhão, segundo o estudo Impactos Socioeconômicos dos Acidentes de Transporte no Brasil, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A análise, feita em parceria com a Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal), utiliza dados de mortalidade do Datasus, do Ministério da Saúde – que inclui internações e reembolso de gastos – e aplica o Valor Estatístico da Vida (VEV), estimado em R$ 2,26 milhões a valores de dezembro de 2018. A pesquisa contabiliza pedestres, motociclistas, acidentados em automóveis, ciclistas, e ainda meios de transporte aquaviários, ferroviários e aéreos. A avaliação considera uma série de fatores, como quantidade de indenizações pagas por morte e por categoria de veículos. Disponível em: https://www.portaldotransito.com.br/noticias/brasil-gasta-132-bilhoes-por-ano-com-acidentes-de-transporte/. TEXTO III Disponível em: https://estradas.com.br/onde-obter-dados-sobre-a-violencia-no-transito-brasileiro/. TEXTO IV Atualmente, foi sancionada uma lei que altera o Código de Trânsito e alguns pontos causam preocupação, como a ampliação da pontuação para que se tenha a carteira suspensa. As mudanças acendem um alerta porque o número de vítimas de acidentes é bastante alto. Disponível em: https://www.portaldotransito.com.br/noticias/brasil-gasta-132-bilhoes-por-ano-com-acidentes-de-transporte/. PROPOSTA DE REDAÇÃO A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Violência no trânsito como desafio no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. CH - 1º dia | Caderno 1 - BRANCO - Página 25 CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 46 a 90 Questão 46 Produção e Consumo de Energia Produção de energia Consumo de energia AAA, 2000. A representação cartográfica acima é uma A. carta topográfica, indicando que o Japão consome mais energia do que produz. B. anamorfose, indicando que a França produz mais energia do que consome. C. anamorfose, indicando que os Estados Unidos consomem mais energia do que produzem. D. carta topográfica, indicando que a Alemanha produz mais energia do que consome. E. anamorfose, indicando que os países africanos consomem mais energia do que produzem. Questão 47 A mitologia comparada surge no século XVIII. Essa tendência influenciou o escritor José de Alencar, que, inspirado pelo estilo da epopeia homérica na Ilíada, propõe em Iracema uma espécie de mito fundador do povo brasileiro. Assim como a Ilíada vincula a constituição do povo helênico à Guerra de Troia, deflagrada pelo romance proibido de Helena e Páris, Iracema vincula a formação do povo brasileiro aos conflitos entre índios e colonizadores, atravessados pelo amor proibido entre uma índia – Iracema – e o colonizador português Martim Soares Moreno. DETIENNE, M. A invenção da mitologia. Rio de Janeiro: José Olympio, 1998 (adaptado). A comparação estabelecida entre Ilíada e Iracema demonstra que essas obras A. combinam cultura popular e cultura erudita em seus estilos literários. B. articulam resistência e opressão no gênero literá- rio conhecido como Tragédia. C. associam história e mito na construção da identidade de suas sociedades. D. refletem pacifismo e guerra em suas escolhas ideológicas. E. traduzem revolta e conformidade em seus padrões alegóricos. Questão 48 Leia o excerto a seguir. Em Roma, os cristãos foram perseguidos pelo imperador Nero, que os transformou em bodes expiatórios para o grande incêndio que consumiu a cidade em 64. É possível que, depois disso, a perseguição se tenha estendido às províncias pelo exemplo, porque governadores romanos se baseavam no precedente de Nero, que dispensava aos cristãos o tratamento previsto para criminosos. FOX, Robin Lane. Bíblia: verdade e ficção. São Paulo: Companhia das Letras, 1993. p. 320. A principal acusação usada para justificar a perseguição aos cristãos foi A. a organização de cerimônias noturnas à luz de tochas pelos cristãos dentro das catacumbas. B. a instrução sobre caridade e humildade propagada pelos adeptos do cristianismo. C. a transformação de um condenado à morte por cruz em divindade digna de culto. D. a recusa dos adeptos da religião cristã em cultuar os deuses romanos e o imperador. E. o local de origem da religião ter sido a rebelde e distante província da Judeia. Questão 49 Leia o seguinte excerto: Para nós, o ostracismo existe no sentido figurado, mas para os ateniensesera uma medida concreta que marcava a vida do ostracizado. As escavações arqueológicas permitiram que se descobrissem cacos com diversos nomes [de ostracizados]. FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2002. p. 34. Considerando os conhecimentos sobre Grécia Antiga, a principal função pensada para a implantação do ostracismo na sociedade de Atenas entre os sécu- los VI e V a.C. foi a de impedir que A. espartanos tivessem poder político e ameaçassem a aristocracia. B. imigrantes mobilizassem poder político e ameaçassem a oligarquia. C. cidadãos concentrassem poder político e ameaças- sem a democracia. D. troianos arregimentassem o poder político e ameaças- sem a república. E. cretenses conseguissem poder político e ameaças- sem a tirania. CH - 1º dia | Caderno 1 - BRANCO - Página 26 Questão 50 A representação abaixo corresponde a uma porção de uma carta topográfica com equidistância entre as curvas de nível de 20 metros. N Rio 50 0 60 0 O sentido em que o rio corre e a margem de menor declividade são: A. nordeste e margem esquerda. B. sudoeste e margem direita. C. sudoeste e margem esquerda. D. nordeste e margem direita. E. sudeste e margem direita. Questão 51 Leia o texto: A corrupção nos costumes das mulheres é ainda uma coisa prejudicial ao fim que se propõe o governo, e à boa conservação das leis do Estado [...] É o que aconteceu em Esparta [...]. Tais são as observações feitas entre os lacedemônios: no tempo da sua dominação as mulheres resolviam todas as questões. De resto, que diferença existe em que as mulheres governem, ou que os magistrados sejam governados por mulheres? [...] As mulheres dos lacedemônios, mesmo no caso de perigo, fizeram-lhes o maior mal possível”. ARISTÓTELES. A política. Rio de Janeiro: Ediouro, s./d. p. 79-80. Sobre as mulheres na Grécia Antiga é possível depreender que A. conquistaram direitos à educação, acesso às escolas filosóficas e participação política na pólis de Atenas durante o período clássico. B. em Esparta, recebiam educação física na infância, tinham direito à herança e administravam as propriedades na ausência dos maridos. C. adquiriram poderes políticos como cidadãs apenas com o estabelecimento do Império Macedônico, sob a liderança de Alexandre Magno. D. em Atenas, podiam participar de algumas discus- sões na assembleia e possuíam direitos de mani- festação durante o período da democracia. E. tornaram-se legisladoras e integrantes do conselho dos mais velhos em todas as cidades helênicas. Questão 52 Leia o texto com atenção: “Desde que há Estado – da cidade grega às burocracias contemporâneas –, a ideia de verdade sempre se voltou, finalmente, para o lado dos poderes [...]. Por conseguinte, a contribuição específica da filosofia que se coloca a serviço da liberdade, de todas as liberdades, é a de minar, pelas análises que ela opera e pelas ações que desencadeia, as instituições repressivas e simplificadoras: quer se trate da ciência, do ensino, da tradução, da pesquisa, da medicina, da família, da polícia, do fato carcerário, dos sistemas burocráticos, o que importa é fazer aparecer a máscara, deslocá-la, arrancá-la...” CHÂTELET, François. História da filosofia: ideias, doutrinas. Rio de Janeiro: Zahar, s. d. v. 8. p. 309. De acordo com François Châtelet, a Filosofia é um tipo de conhecimento que A. é inútil, pois sua abordagem é superficial, sem uma análise mais crítica sobre os fatos. B. incomoda, pois desestabiliza o status quo ao questionar qualquer forma de instrumento de poder. C. está sempre a serviço das instituições de poder, como forma de manutenção da ordem vigente. D. busca a manutenção da ordem por meio do imobilismo das pessoas diante dos acontecimentos. E. busca a garantia das liberdades individuais por meio das instituições repressivas do Estado. Questão 53 Ao nosso mui querido amigo, o glorioso conde Hatton, saudação eterna do Senhor. Um dos vossos servos, de nome Huno, veio à igreja dos santos mártires Marcelino e Pedro pedir mercê (intercessão) pela falta que cometeu contraindo casamento sem o vosso consentimento [...]. Vimos, pois, solicitar a vossa bondade para que em nosso favor useis de indulgência em relação a este homem, se julgais que a sua falta pode ser perdoada. Desejo-vos boa saúde com a graça do Senhor. Disponível em: https://www.ricardocosta.com/extratos-de-documentos- medievais-sobre-o-campesinato-secs-v-xv. Acesso em: 3 mar. 2022 (adaptado). O pedido contido no texto foi feito entre os anos 830/840 e refere-se à realidade europeia ocidental, na qual a(o) A. religião interferia pouco nas condutas entre os segmentos da sociedade. B. clero católico romano impedia a exploração daqueles que não eram livres. C. realeza proibia a violência contra os setores mais desqualificados do reino. D. nobreza feudal possuía direitos sobre as relações sociais de seus subordinados. E. pena de morte era rotineira na punição aos homens que ofendessem o senhorio. CH - 1º dia | Caderno 1 - BRANCO - Página 27 Questão 54 TEXTO I Nenhum documento permite afirmar que Pedro Álvares Cabral partira de Lisboa com o propósito de descobrir novas terras. A intencionalidade da descoberta não encontra fundamento em nenhuma das testemunhas, seja Pero Vaz de Caminha, Mestre João ou o piloto anônimo. A armada partiu com destino à Índia, e foi só isso. MAGALHÃES, Joaquim Romero de. Quem descobriu o Brasil?. In: FIGUEIREDO, Luciano. História do Brasil para ocupados, 2013. TEXTO II Quando Pedro Álvares Cabral e seus homens chegaram à costa da atual Bahia em 1500, não havia, obviamente, nem Brasil nem brasileiros. Pode ser, como querem muitos historiadores, que outros tenham andado por ali antes, mas disso não ficou registro consistente, e foram Pero Vaz de Caminha e Mestre João os autores das primeiras narrativas sobre a nova terra e seu céu. MELLO E SOUZA, Laura de. O nome Brasil. In: FIGUEIREDO, Luciano. História do Brasil para ocupados, 2013. Sobre a afirmação do texto II, de que “Quando Pedro Álvares Cabral e seus homens chegaram à costa da atual Bahia em 1500, não havia, obviamente, nem Brasil nem brasileiros”, é possível depreender que A. os lusitanos tratavam os nativos como servos ou escravos e não reconheciam seu direito à cidadania brasileira. B. os desbravadores portugueses pensavam ter alcançado as Índias e não admitiam ter chegado a terras até então desconhecidas. C. a nacionalidade brasileira se estabeleceu apenas após a miscigenação entre nativos, africanos escravizados e europeus. D. os portugueses pretendiam impor a nacionalidade portuguesa aos nativos e não permitiam, por parte deles, reivindicações identitárias. E. a ideia de nacionalidade se concretizou apenas após a conquista da autonomia política e a superação da condição colonial. Questão 55 Uma empresa anunciou que a partir de 2018 celulares deverão ter um GNSS (Sistema Global de Navegação por Satélite) com precisão de até 30 centímetros. Essa situação vai ser benéfica principalmente para quando estamos sendo guiados em ruas que ficam lado a lado, caso de grandes avenidas em que existe uma pista local, uma expressa e uma central. Os GNSS atuais raramente acertam em qual das três você está. Disponível em: https://tecnologia.uol.com.br. Acesso em: 8 out. 2017 (adaptado). O funcionamento dos GNSS é possível devido ao emprego de A. sensores de aerofotogrametria. B. satélites naturais de precisão. C. radares de sensoriamento remoto. D. satélites globais de localização. E. sensores de energia eletromagnética. Questão 56 Todo mapa estabelece uma determinada proporção entre os elementos que representa e seus correspondentes na realidade: é o que se entende por escala. O mapa do Brasil em diferentes escalas COELHO, M. de A. Geografia geral. O espaço natural e socio-econômico.3. ed. São Paulo: Moderna, 1996. p. 302. Considerando a sequência das imagens acima, de A a C, pode-se dizer que A. os três mapas apresentam a mesma riqueza de detalhes. B. os mapas A e B apresentam maior riqueza de detalhes que o mapa C. C. o mapa B é proporcionalmente cinco vezes maior que o mapa C. D. o mapa C apresenta maior riqueza de detalhes que o mapa A. E. os três mapas possuem o mesmo tamanho. CH - 1º dia | Caderno 1 - BRANCO - Página 28 Questão 57 Na América Portuguesa do século XVI, a política europeia para os indígenas pressupunha também a existência de uma política indígena frente aos europeus, já que os Tamoios e os Tupiniquins tinham seus próprios motivos para se aliarem aos franceses ou aos portugueses. CUNHA, Manuela Carneiro da. Introdução a uma história indígena. São Paulo: Companhia das Letras/Fapesp, 1992. p. 18 (adaptado). Com base no texto e nos seus conhecimentos sobre os primeiros contatos entre europeus e indígenas no Brasil, é possível depreender que A. a população ameríndia era heterogênea e os conflitos entre diferentes grupos étnicos ajudaram a definir, de acordo com suas próprias lógicas e interesses, a dinâmica dos seus contatos com os europeus. B. o fato de Astecas e Tupiniquins serem grupos aliados contribuiu para neutralizar as disputas entre franceses e portugueses pelo controle do Brasil, pelo papel mediador que os nativos exerciam. C. os indígenas, agentes de sua história, desde cedo souberam explorar as rivalidades entre os europeus e mantê-los afastados dos seus conflitos interétnicos, anulando o impacto da presença portuguesa. D. as etnias ameríndias viviam em harmonia umas com as outras e em equilíbrio com a natureza. Esse quadro foi alterado com a chegada dos europeus, que passaram a incentivar os conflitos interétnicos para estabelecer o domínio colonial. E. as diversas etnias da América do Sul possuíam características comuns como o sedentarismo e o domínio da escrita. Questão 58 A concepção mitológica compreende um conjunto de histórias/narrativas que envolve elementos sobrenaturais, transmitidos por uma tradição oral cuja finalidade era promover, na pólis, uma sensação de tranquilidade e justificativa em relação aos fenômenos sociais e naturais. Acerca desse conceito, é correto afirmar: A. Os mitos figuram, na contemporaneidade, como construções simbólicas representativas de dada parcela da sociedade. B. A representação mitológica, no âmago da sociedade contemporânea, é vista e concebida como verdades apodíticas. C. As concepções mitológicas contemporâneas expli- cam, de forma válida e comprovada, os fenômenos sociais e naturais. D. Na Antiguidade Grega (Cosmogonia), os mitos figuram como uma forma indubitável de aquisição de verdades absolutas. E. Os mitos compreendem construções reais e verdadeiras, nas quais e pelas quais as verdades eram validadas cientificamente. Questão 59 A figura representa o palco da guerra entre a coalizão anglo-americana e o Iraque. VEJA, 2 abr. 2003. Usando as referências contidas na figura e considerando que a distância entre o centro de Bagdá e o limite do último círculo é de 5 cm, a escala do mapa representado é: A. 1: 160.000.000 B. 1: 53.000.000 C. 1: 20.000.000 D. 1: 15.000.000 E. 1: 3.200.000 CH - 1º dia | Caderno 1 - BRANCO - Página 29 Questão 60 Mil anos antes da “descoberta” do Brasil pelos europeus, um grande movimento de migração parece ter se iniciado no sul da floresta amazônica. Os povos que se moviam falavam línguas aparentadas, de uma grande família de línguas que denominamos tupi- -guarani. Praticavam a coivara e eram bons caçadores e pescadores. GUARINELLO, Norberto Luiz. Os primeiros habitantes do Brasil, 2009 (adaptado). Tendo como base o texto e os seus conhecimentos, pode-se afirmar que os referidos povos A. dedicavam-se ao extrativismo e alimentavam-se principalmente de moluscos, daí serem também chamados de povos dos sambaquis. B. eram ordeiros e estabeleceram relações amistosas com outros grupos nativos e, posteriormente, com os colonizadores portugueses. C. eram oriundos da Ilha de Marajó e dominavam a cerâmica, o que permitia a conservação de mantimentos e a produção de urnas funerárias. D. foram exterminados por grupos indígenas procedentes do litoral pacífico do continente, daí sua cultura ter sido extinta antes da conquista portuguesa. E. praticavam a agricultura e tinham bom domínio da navegação, o que contribuiu para sua expansão pelas terras posteriormente chamadas de Brasil. Questão 61 Todos os mapas e globos representam as características da Terra em um tamanho muito menor do que ela possui na realidade. Os globos foram criados, em princípio, para serem modelos perfeitos da Terra, diferenciando-se dela pelo tamanho. A escala é utilizada como uma fração simples, que se obtém representando a distância do globo e da Terra na mesma unidade. Considerando que um centímetro no globo corresponde a 650 km na Terra, a escala numérica correspondente é: A. 1: 65.000 B. 1: 650.000 C. 1: 65.000.000 D. 1: 165.000.000 E. 1: 1.650 Questão 62 Disponível em: https://educacaopoliticasite.wordpress.com. Acesso: 8 mar. 2022. O mapa indica uma característica importante das Treze Colônias inglesas da América do Norte. As relações observadas indicam que os colonos norte- americanos estavam A. subordinados ao regime mercantilista de porto único. B. envolvidos na produção agrícola na África Ocidental. C. alijados das trocas por artigos industriais europeus. D. inseridos em uma atividade econômica autônoma. E. impedidos de comercializarem com a metrópole. Questão 63 “A ação social (incluindo tolerância ou omissão) orienta-se pela ação de outros, que podem ser passadas, presentes ou esperadas como futuras (vingança por ataques anteriores, réplica a ataques presentes, medidas de defesa diante de ataques futuros). Os ´outros` podem ser individualizados e conhecidos ou uma pluralidade de indivíduos indeterminados e completamente desconhecidos”. WEBER, Max. Ação social e relação social. In: FORACCHI, M.M., MARTINS, J.S. Sociologia e Sociedade. Rio de Janeiro: LTC, 1977. p. 139. A partir do ponto de vista apresentado no texto, no processo de conquista da América, os “responsáveis pela ação social” e “os outros” foram, respectivamente, A. espanhóis e ameríndios. B. colonizadores e jesuítas. C. povos originários e militares. D. europeus e clero. E. Inquisição e Igreja Romana. CH - 1º dia | Caderno 1 - BRANCO - Página 30 Questão 64 “Podemos dar conta boa e certa que em quarenta anos, pela tirania e ações diabólicas dos espanhóis, morreram injustamente mais de doze milhões de pessoas…” Frei Bartolomé de Las Casas, 1474-1566. A informação contida no texto demonstra características do Antigo Sistema Colonial, no qual A. muitos nativos desapareceram por não possuírem armamentos ou exércitos numerosos próprios. B. os ameríndios, apesar de terem superioridade bélica, sucumbiram às doenças trazidas pelos europeus. C. as tropas espanholas, apesar de não possuírem melhores armamentos, usaram a religião para exterminar os nativos. D. as ações efetuadas pela catequese foram as principais razões para a fragilização dos nativos e seu consequente desaparecimento. E. mesmo associada ao Estado na colonização, a Igreja possuía membros que denunciavam as atrocidades cometidas contra os índios. Questão 65 Santo aparelho, o GPS pouco a pouco substituiu os outros instrumentos. Ele era usado para inúmeras outras funções, além da determinação da posição: controle das baterias, cálculos de médias, tempo, distâncias, velocidades, desvio magnético, tudo. Os instrumentos padrão de bordo, com exceção do indicador de vento, foram todos desligados para diminuir o número de luzes no painel. KLINK, Amyr. Mar sem Fim. São Paulo:
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