2.10.COC.Recursos tecnologicos I

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ELETROTERAPIA ESTÉTICA 
Arainy Suely Antunes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2 RECURSOS TECNOLÓGICOS BÁSICOS 
2.1 Agentes eletromagnéticos 
A teoria eletromagnética é essencial para o funcionamento de 
eletrodomésticos como computadores, receptores de televisão, aparelhos 
de rádio e lâmpadas. Além disso, é responsável por fenômenos 
naturais como o relâmpago, as auroras polares e o arco-íris. 
Cosmologicamente, a força eletromagnética permite a coesão de átomos e 
moléculas que compõem a matéria do Universo, permitindo, por 
consequência, a complexidade advinda da química e, no planeta Terra, da 
biologia (HALLIDAY 2012, p. 1). 
2.1.1 Eletromagnetismo 
O eletromagnetismo estuda a relação entre os fenômenos elétricos e magnéticos. Um 
fenômeno conhecido do eletromagnetismo é a imantação de um ímã. 
2.1.2 Ondas eletromagnéticas 
Dentro dos principais agentes eletromagnéticos são citadas as ondas 
eletromagnéticas. 
As ondas eletromagnéticas podem propagar-se no vácuo e em dois campos variáveis: 
um elétrico e outro magnético. 
2.13 Espectro eletromagnético 
O espectro eletromagnético representa as faixas de frequências ou comprimentos de 
ondas que caracterizam os diversos tipos de ondas eletromagnéticas, como a luz 
visível, as micro-ondas, as ondas de rádio, radiação infravermelha, radiação 
ultravioleta, raios x e raios gama. 
2.1.4 Radiação Eletromagnética 
A Radiação Eletromagnética é produzida sempre que cargas são aceleradas e 
desaceleradas. Ondas de rádio são produzidas por correntes alternadas de alta 
frequência (acelerando elétrons) em um fio. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Eletrodom%C3%A9stico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Computador
 
 
 
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2.1.5 Radiação Infravermelha 
A Radiação infravermelha não tem cor; o comprimento de onda é mais longo que da 
cor visível vermelha e é detectado somente via sensação de calor. É subdividida em 
três regiões ou bandas (A, B e C) e são distinguidas aproximadamente por suas 
características de absorção. 
2.1.6 Radiação Ultravioleta 
A Radiação Ultravioleta é definida como toda radiação com comprimento de onda 
menor que 400 nm, sendo muito prejudicial aos seres vivos. A nossa atmosfera filtra a 
maior parte da radiação que o Sol emite, permitindo a vida na Terra. 
2.2 Alta frequência 
Este é um aparelho que emite faíscas eletromagnéticas, através de eletrodos que são 
compostos por vidros e base metálica. A corrente é do tipo alternada e de alta 
frequência. Os parâmetros de frequência, tensão e intensidade variam conforme o 
fabricante. A estimulação apresenta uma ação bactericida, pela presença de ozônio, 
que se forma na superfície da pele. Devido o ozônio (O3) ser uma molécula instável, 
ele tende a se decompor em oxigênio molecular (O2) e oxigênio atômico (O) 
rapidamente. É através desse procedimento de decomposição que a bactéria não 
resiste. Assim, pode-se dizer que o ozônio formado apresenta ação oxidante, atuando 
como bactericida, germicida e antisséptico em geral. 
2.2.1 Efeitos fisiológicos 
Há três efeitos que podemos citar: 
• Efeito térmico: 
A corrente de alta frequência tende a produzir calor, que, por consequência, promove 
vasodilatação periférica no tecido, melhorando a oxigenação e o metabolismo celular. 
O efeito térmico está inversamente relacionado à área do eletrodo utilizada, ou seja, 
 
 
 
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quanto menor a área do eletrodo, maior a concentração da corrente e maior o efeito 
térmico, podendo ocorrer lesões como queimaduras no local. 
• Vasodilatação e hiperemia: 
Ocorrerá um aumento da circulação sanguínea na periferia do tecido, promovendo a 
hiperemia. Normalmente, esse efeito ocorre com a aplicação do aparelho em maior 
intensidade e tempo. 
• Aumento da oxigenação celular: 
Considerado, também, pela consequência do aumento do fluxo sanguíneo no tecido, 
melhorando assim o aporte de oxigênio para as células. 
2.2.2 Efeitos terapêuticos 
 O seu principal efeito é bactericida e fungicida, em razão da formação de ozônio na 
superfície da pele. Em decorrência do poder bactericida da alta frequência, esse 
aparelho pode ser utilizado para melhorar o trofismo dérmico, pois se sabe que a 
regeneração tecidual pode ser prejudicada pela presença de bactérias. Em virtude da 
ação bactericida e do aumento da vascularização periférica do tecido, o aparelho pode 
apresentar um efeito anti-inflamatório em regiões superficiais. 
2.2.3 Indicações 
Em peles acneicas; dermatites no couro cabeludo, pós-depilação, para amenizar o 
quadro de foliculites, nas limpezas de pele, hidratação facial e revitalização cutânea. 
2.2.4 Técnica de aplicação 
O equipamento contempla um porta-eletrodo e um kit com diversos modelos de 
eletrodos de vidro. Esses eletrodos apresentam em seu interior um ar rarefeito com 
um gás, como o neon, que se tornam fluorescentes quando suas moléculas sofrem 
impacto energético pela passagem da corrente. 
 
 
 
 
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O tempo de aplicação na face está em média, de 3 a 5 minutos, podendo se estender a 
10 minutos de procedimento vai depender do caso. Quanto à dose de intensidade 
aplicada, busca-se o máximo de afixamento do eletrodo, desde que associado com o 
conforto do cliente. Durante a aplicação, sugere-se que o eletrodo fique em contato 
direto na pele ou aplicado sobre a gaze aberta na região da face, melhorando seu 
deslizamento. 
Kamizato (2014) descreve as três diferentes técnicas de aplicação, dependendo do 
eletrodo utilizado, conhecidas como: 
• Aplicação direta ou efluviação: está é a técnica em que o eletrodo está em 
contato direto com a área a ser tratada. Para esta aplicação, sugere-se utilizar 
eletrodos de áreas maiores, como o standard grande (também conhecido como 
esférico maior, ou “cebolão”), ou o standard pequeno (esférico menor ou 
“cebolinha”); 
• Aplicação da alta frequência por efluviação. Aplicação a distância ou com 
faíscas: como a própria técnica menciona, a aplicação deve ser feita a distância 
(milímetros) da pele, para promover a formação de um afixamento na região. 
Para este efeito, deve ser utilizado um eletrodo que possibilite a concentração 
de corrente, a ponto de saltar as faíscas para a superfície da pele. Assim, 
 
 
 
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recomenda-se o uso do eletrodo chamado equivocadamente de “cauterizador” 
ou fulgurado (chuva de faíscas); 
• Aplicação indireta ou saturação: a corrente, neste caso, será aplicada por meio 
de um eletrodo chamado saturador, identificado por apresentar uma barra 
metálica em espiral em seu interior. A aplicação certa de modo indireto, pois 
quem estará segurando o eletrodo e a bobina (porta-eletrodo) é o cliente. O 
profissional trabalhará com as mãos sobre a face do cliente, fazendo com que a 
corrente chegue até a região que está em contato com a sua mão, dando uma 
sensação semelhante ao procedimento de aplicação direta do eletrodo. 
2.2.5 Contraindicações 
Marca-passo cardíaco, gestantes, distúrbios de sensibilidade, em peles com cosméticos 
inflamáveis, micoses. 
2.3 Ultrassom (US) 
É uma das modalidades terapêuticas mais empregadas na prática clínica 
da estética corporal e facial, sendo utilizados para tratamentos estéticos. É um recurso 
terapêutico que utiliza ondas ultrassônicas que em contato com o tecido promove 
efeitos biofísicos. 
A vibração sonora é acima de 20.000 hz não audível para ouvido humano. Os sons 
abaixo de 20 hz são chamados de infrassom. Nós seres humanos ouvimos frequência 
sonoras entre 30 a 4.000 hz. 
Ele consiste em um gerador de corrente elétrica de alta frequência que está conectado 
a uma cerâmica de piezoelétrico de material alto sintético que chamamos de PZT. Esta 
cerâmica é que irá converter a energia elétrica em ondas mecânicas e essas produzirão 
efeito quando aplicado no tecido. O cristal pzt se localiza abaixo da face metálica do 
transdutor (cabeçote). Este transdutor pode possuir diversos tamanhos, isso vai 
depender na marca e modelo do aparelho,o que chamamos de ERA (área efetiva de 
irradiação), quanto maior ela for maior será a região abrangente do feixe ultrassônico. 
 
 
 
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O ultrassom (US) varia de 0,5 a 5MHZ, quando comparado as frequências, podemos 
dizer que há dois tipos mais utilizadas, na estética a frequência mais utilizada é a de 
3MHZ que atinge a derme e tecidos mais superficiais. A outra frequência que o 
aparelho transmite é a de 1MHZ utilizado mais na fisioterapia convencional e a 
reabilitação, atingindo tecidos mais profundos da pele. 
2.3.1 Modo de propagação de onda 
Há 2 tipos de propagação de onda no ultrassom, que chamamos de modo contínuo e 
modo pulsado. No modo contínuo a propagação da onda é menor e de forma 
contínua, sem intervalos de repouso, gerando o efeito térmico. Já no modo pulsado, a 
propagação da onda oscila entre períodos “ligados”, geração da onda, e, períodos 
“desligados”, tempo de repouso (dissipação do calor, efeito atérmico). 
2.3.2 Mecanismo de ação 
No mecanismo de ação são considerados 4 fatores: O primeiro é efeito térmico, onde 
se relaciona com calor gerado nos tecidos mais profundos, estimulando fibroblastos a 
sintetizar colágeno e elastina. O segundo é o efeito mecânico, está relacionado com as 
vibrações de alta velocidade que atuam sobre o tecido através de vibração celular 
(micromassagem), provocando o aumento da permeabilidade da membrana. O 
terceiro efeito é chamado de cavitação, ocorrendo a formação de microbolhas de 
oxigênio durante o processo de vibração e por último o efeito biológico, onde 
acontece a vasodilatação dos vasos, melhora da circulação sanguínea e 
microcirculação, melhora do fluxo linfático, promovendo relaxamento muscular, 
redução da inflamação e alivio de dor. Além de facilitar a penetração de ativos 
farmacológicos (fonoforese). 
2.3.3 Indicações na estética 
FEG, fibroses em pós-operatórios e gordura localizada. 
 
 
 
 
 
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2.3.4 Contraindicação 
Insuficiência vascular, útero gravídico, tumores, epífises férteis, tromboflebites, 
implantes metálicos, gânglios, olhos, ouvido. 
2.4 Microcorrentes (MENS) 
O termo MENS é uma abreviação de “Microcurrent Electrical Neuromuscular 
Stimulation”. Trata-se de um tipo de eletroestimulação que utiliza corrente de baixa 
frequência, polarizada (geralmente com inversão automática da polaridade) com 
intensidade na faixa dos microampères. Não ativa fibras nervosas sensoriais 
subcutâneas e o paciente não tem percepção da sensação do estímulo, sendo 
considerada uma corrente “subsensorial”. A MENS é tratada como uma corrente que 
imita os sinais bioendógenos/ bioelétricos teciduais, de modo a favorecer a 
homeostasia (equilíbrio) do tecido e normalizar suas funções. Portanto, os efeitos 
fisiológicos da corrente incluem: reestabelecimento da bioeletricidade tecidual, 
aumento da síntese de ATP, transporte ativo de aminoácidos, síntese de proteínas e 
ação no sistema linfático. Um tecido traumatizado/lesionado apresenta uma maior 
resistência à passagem da corrente endógena. A aplicação da MENS nessas condições 
faz com que a resistência capacitiva local seja diminuída; com isso, a bioeletricidade 
tecidual é recuperada (a corrente bioendógena volta a passar no tecido), sendo, então, 
reestabelecida a homeostasia. 
A MENS também possui a capacidade de aumentar a produção de ATP em até 500%. O 
ATP (Adenosina Trifosfato) é a moeda energética das células e, por isso, responsável 
pela produção também de proteínas e fibras. Com esse aumento produzido pela 
aplicação da MENS, temos como resultado ativação de todo processo energético 
celular e uma ativação de suas funções, contribuindo, por exemplo, por um aumento 
do transporte ativo de aminoácidos para o interior da célula e maior formação de 
proteínas (em torno de 40%). 
Todos esses fatores associados contribuem em todo processo de reparo e regeneração 
celular. Também são observados efeitos relacionados à ativação linfática, com redução 
de edema local, analgesia, entre outros. Portanto, podemos resumir os efeitos 
 
 
 
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terapêuticos em: promoção da analgesia (melhora da dor), aceleração do processo de 
reparação tecidual, controle inflamatório, efeito bactericida (por isso muito utilizada 
em lesões infectadas), redução de edema e relaxamento muscular. 
2.4.1 Indicações 
Nos tratamentos estéticos, utilizamos em revitalização cutânea (devido à ativação do 
metabolismo celular, com resposta fibroblástica – aumento de colágeno e elastina); 
tratamento da acne (devido ao efeito bactericida, controle inflamatório, descongestão 
tecidual); em pré e pós-operatório de cirurgias plásticas (por meio da ativação 
circulatória e contribuição no processo de reparo e regeneração tecidual); recuperação 
pós peeling (efeito cicatrizante e reparador) e cansaço muscular facial (relaxamento 
muscular). 
2.4.2 Técnicas de aplicação 
Existem algumas formas de aplicação das MENS que se baseiam na área de aplicação 
(facial ou corporal), podendo ser dinâmica ou estática (fixa). Como se trata de uma 
corrente subsensorial, o método é indolor e não invasivo. 
2.4.3 Aplicação estética 
Utilizamos eletrodos convencionais, como de silicone-carbono e autoadesivos. Esses 
promovem maior concentração de energia local, por manutenção da corrente em um 
ponto fixo e, então, com a possibilidade de uma maior eficácia terapêutica. 
Essa técnica é muito utilizada em tratamentos de cicatrização, principalmente de 
lesões corporais; também utilizada em tratamentos faciais quando há concentração da 
alteração em uma área específica e delimitada (exemplo: tratamento de acne). 
Mantemos a região acometida no centro dos eletrodos. Podemos, também, realizar a 
técnica cruzada (nesse caso, cruzamos dois canais de saída) para atender uma área 
maior de tratamento. 
 
 
 
 
 
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2.4.4 Aplicação dinâmica 
Essa é uma das técnicas mais realizadas na aplicação das MENS, pois associa os 
benefícios da corrente aos movimentos mecânicos com canetas específicas. Cada 
movimento corresponde a uma ação que se deseja no tecido. Utilizamos eletrodos tipo 
bastões (para tratamentos corporais) e canetas com ponteiras tipo “martelinho” nos 
tratamentos faciais ou em áreas mais delimitadas. 
Como se trata de uma técnica dinâmica em que não há um tempo grande de 
permanência de um eletrodo na área de tratamento e nem constância, há uma menor 
concentração da corrente. Porém, na prática clínica a associação dos movimentos + 
correntes elétricas é a mais realizada com bons resultados clínicos. Em relação aos 
movimentos realizados, possuem algumas particularidades: movimentos ascendentes, 
no sentido das fibras musculares; movimentos em “S”, como “cobrinhas”; também se 
realiza o “encurtamento” ou “aproximação” das extremidades, mantendo uma caneta 
na origem muscular e outro na inserção e, fazer com que o eletrodo da inserção se 
aproxime da origem e vice-versa; movimentos em forma de pinçamento também 
costumam ser realizados, buscando-se estímulos circulatórios locais. Com os eletrodos 
tipo bastão, aplicamos a técnica dinâmica em áreas maiores, como regiões corporais 
(abdomen, coxas, glúteos), pescoço e colo. Nesse caso, o movimento associado é de 
deslizamento. 
2.4.5 Parâmetros 
É necessário o ajuste de alguns parâmetros no equipamento de acordo com o objetivo 
terapêutico. 
• Frequência: varia de 0,1 a 1.000 Hz. Está relacionada à profundidade de ação da 
terapia: quanto menor, maior a penetração; 
 
 
 
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• Intensidade: como se trata de uma corrente subsensorial, o terapeuta deve 
ajustar a intensidade de acordo com o objetivo terapêutico, sendo: 
 
 
Conclusão 
Nesta aula, os objetivos foram: 
• Aprender e conhecer os agentes eletromagnéticos; 
• Conhecer e entender os efeitos fisiológicos no tecido que os aparelhos de alta 
frequência, ultrassom e microcorrentes proporcionarão no corpo humano; e 
• Compreender a utilização e indicação de cada um deles.REFERÊNCIAS 
HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de Física, volume 3: 
Eletromagnetismo. Rio de Janeiro: LTC, 2012. 
KAMIZATO, Karina Kiyoko; BRITO, Silvia Gonçalves. Técnicas estéticas faciais. 1. ed. 
São Paulo: Érica, 2014. 
KAMIZATO, Karina Kiyoko. Imagem pessoal e visagismo. 1. ed. São Paulo: Érica, 2014.