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CNPJ: 63.063.689/0001-13 Av. Santo Amaro, 1239 – Vila Nova Conceição – CEP 04505-002 – São Paulo – SP| Brasil | www.fmu.br APS - Análises Toxicológicas e Ambientais O doping nos esportes é algo que as autoridades procuram combater há vários anos, no entanto os atletas têm sempre conseguido encontrar novas substâncias, estratégias e métodos para conseguir evadir o sistema.O esforço das autoridades tem sido constante, procurando que a detecção analítica seja mais eficaz. Em paralelo, novas estratégias têm sido utilizadas como o passaporte biológico, para conseguir reunir um conjunto de dados mais amplo e assim obter um combate mais efetivo.O objetivo para o futuro é que se possa assistir a uma prática desportiva limpa, apesar do caminho parecer demonstrar que os atletas se encontram sempre um passo a frente.1 O uso de doping traz sérias consequências para a saúde das pessoas, afetando a corrente sanguínea e alguns órgãos do corpo. Nos atletas traz benefícios no momento, pois os deixa mais ativos e dá um estímulo para lutar e vencer os desafios, porém, com o passar do tempo deixa marca, prejudicando seu corpo e impedindo de continuarem participando de seus esportes preferidos e que trazem realização pessoal. O uso dessas substâncias em alta quantidade pode até mesmo levar à morte.2 Com base em seus conhecimentos adquiridos ao longo do curso e através da realização de pesquisas em materiais apropriados analise o caso clínico abaixo: “Homem, 25 anos, sem fatores de risco cardiovascular ou outros antecedentes patológicos relevantes conhecidos. Dos seus hábitos se destacavam a prática de fisiculturismo e o consumo regular, nos seis meses anteriores, de esteroides anabolizantes, hGH (hormônio do crescimento humano) e clembuterol. O último ciclo, iniciado seis semanas antes do episódio aqui descrito era constituído por: oxandrolona 40 mg/dia (todos os dias); clembuterol 0,08 mg/dia (todos os dias); mesterolona 50 mg/dia (todos os dias); hGH 10 UI/dia (todos os dias); nandrolona 600 mg/dia (2x/semana); cipionato de testosterona 400 mg/dia (2x/semana); estanozolol 100 mg/dia (3x/semana); drostanolona 200 mg/dia (3x/semana); trembolona 200 mg/dia (3x/semana); propionato de testosterona 100 mg/dia (3x/semana); boldenona 400 mg/dia (2x/semana); e metenolona 200 mg/dia (2x/semana). Negou hábitos tabágicos ou consumo de outras drogas. Iniciou queixas de dor intensa no peito sem irradiação ou outra sintomatologia acompanhante, que durou cerca de duas horas e que associou a fadiga muscular após um treinamento. Cerca de 24 horas após o episódio inicial, houve recorrência da dor que agravava com a inspiração (diferente da dor inicial), pelo que recorreu ao Serviço de Urgência. Quando da admissão no Serviço de Urgência, encontrava-se assintomático e o exame objetivo revelou estabilidade hemodinâmica e febre (38,4°C), não apresentando outras alterações relevantes. O eletrocardiograma (ECG) mostrava ritmo sinusal, 83 b.p.m., com sinais de infarto das paredes inferior e posterior em fase subaguda. Analiticamente apresentava elevação dos marcadores de necrose do miocárdio: CPK de 1987 UI/L (valor de referência (vr) < 172 UI/L); troponina I de 48,97 ng/mL (vr < 0,05 ng/mL) – valor à admissão e que posteriormente apresentou um padrão decrescente; BNP de 115 pg/mL (vr < 100 pg/mL) e PCR de 33,3 mg/L (vr < 7,5 mg/L), com pico máximo no internamento de 204,4 mg/L. O estudo da coagulação era normal. Iniciou dupla antiagregação plaquetar com ácido acetilsalicílico e clopidogrel e anticoagulação com fondaparinux. Foi admitido na Unidade de Cuidados Intensivos Cardíacos com o diagnóstico de IM (infarto do miocárdio) e cerca de 48 horas após o início dos sintomas realizou angiografia coronariana que mostrou uma imagem sugestiva de trombo intraluminal, que não condicionava estenose (oclusão) significativa. Não revelou alterações sugestivas de doença coronariana epicárdica aterosclerótica. Dado o trombo ser de pequenas dimensões, foi decidido manter a anticoagulação até o final da internação, continuando com a dupla antiagregação em doses de manutenção. Ao longo da internação, o paciente apresentou evolução clínica favorável, tendo-se mantido elétrica e hemodinamicamente estável, sem recorrência da dor e com melhora analítica. Iniciou seguimento em consulta de Cardiologia, verificando–se que um ano após a alta hospitalar se mantinha abstinente relativamente a substâncias anabolizantes e assintomático do ponto de vista cardiovascular. O ECG e o ecocardiograma realizados na última consulta mantinham as alterações descritas previamente. Realizou também uma prova de esforço que não mostrou CNPJ: 63.063.689/0001-13 Av. Santo Amaro, 1239 – Vila Nova Conceição – CEP 04505-002 – São Paulo – SP| Brasil | www.fmu.br alterações sugestivas de isquemia do miocárdio.” Agora com base no caso clínico e em suas pesquisas responda as perguntas a seguir: 1. Apesar da sua raridade, já foram descritos alguns casos de IM em indivíduos jovens, sem fatores de risco cardiovasculares e que utilizavam esteroides anabolizantes. Ainda que não seja totalmente compreendida a relação causa efeito, proponha duas hipóteses para explicar os seus efeitos adversos cardiovasculares. 2. Se caso o indivíduo descrito no caso clínico fosse um atleta profissional quais seriam as medidas de punição dos órgãos responsáveis? Cite as punições nos níveis nacionais e internacionais. 3. Quais são as metodologias analíticas mais recomendadas para a análise das substâncias encontradas no sangue do paciente descrito no relato de caso? Descreva desde a melhor amostra biológica (relacionando com biodisponibilidade da substância e sua estabilidade pelo tempo de uso), a metodologia de extração (para favorecer uma dosagem até mesmo em pequenas quantidades na matriz biológica citada) até a melhor metodologia analítica (relacionando com sensiilidade de análise, rapidez da liberação do resultado e confiabilidade em relação a reações cruzadas – falsos positivos e falsos negativos). 4. Estamos agora em época de Jogos Olímpicos e podemos perceber que por conta das punições a Rússia foi impedida de levar seus atletas para competirem pelo país. Segundo a Corte Arbitral do Esporte (CAS), as autoridades russas adulteraram um banco de dados do laboratório de testes de Moscou antes de entregá-lo aos investigadores da Agência Mundial Antidoping (WADA) em 2019, o qual continha evidências prováveis para processar violações de doping de longa data. Isso foi a gota d´água, depois de todo o escândalo que já tinha ocorrido em 2015. Na ocasião, veio a público o escândalo de doping institucionalizado no país, inclusive com suporte do governo local. Por conta disso os atletas russos que não tiveram ligação comprovada com o escândalo puderam participar das Olimpíadas de Tóquio com a nomenclatura de Atletas Olímpicos Russos (ROC) no português. Tomando por base suas experiências pessoais você julga essa decisão correta ou não? Justifique sua resposta. Objetivos de aprendizagem: - Analisar possíveis danos à saúde relacionado ao abuso de substâncias de doping - Conhecer aspectos éticos do doping - Diferenciar as metodologias analíticas para avaliação de substâncias de doping - Desenvolver a capacidade de pensamento crítico sobre punições à atletas pegos no anti-doping - Desenvolver a capacidade de gerenciar seu tempo Avaliação A avaliação da APS será baseada nos princípios de autonomia pedagógica, feedback significativo e metacognição, culminando na autoavaliação do estudante. A nota da APS será atribuída no valor de 0,0 (zero) até 1,0 (um) ponto e vai compor a nota da A2, com base na rubrica de autoavaliação disponível no Ambiente Virtual de Aprendizagem. Só poderá realizar a autoavaliação o estudante que finalizar a atividade conforme instruções deste documento, postando-a até o dia solicitado pelo professor. Referências 1 https://estudogeral.uc.pt/handle/10316/84492 acessado em 03/08/20212 file:///C:/Users/Lenovo/Downloads/8519-Texto%20do%20artigo-36202-1-10-20171123.pdf acessado em 03/08/2021
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