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Gabi Guimarães - T8A Terapêutica I 1 Aula 2 Absorção e Distribuição. - A farmacocinética estuda o que o organismo faz com o fármaco, ao passo que a farmacodinâmica descreve o que o fármaco faz no organismo. - Quatro propriedades farmacocinéticas determinam o início, a intensidade e a duração da ação do fármaco: 1) Absorção: A absorção desde o local de administração permite a entrada do fármaco (direta ou indiretamente) no plasma. 2) Distribuição: O fármaco pode, então, reversivelmente, sair da circulação sanguínea e distribuir-se nos líquidos intersticiais e intracelular. 3) Biotransformação: O fármaco pode ser biotransformado no fígado ou em outros tecidos. 4) Excreção/eliminação: O fármaco e seus metabólitos são eliminados do organismo na urina, bile ou fezes. Absorção - É a transferência de um fármaco do seu local de administração para a corrente sanguínea. - Na via IV não sofre absorção porque já é administrado na corrente sanguínea. - Medicamentos tópicos não sofrem quase nada de absorção pois o efeito precisa ser local. - A porcentagem e velocidade de absorção depende de cada fármaco e cada via: o Via de administração. o Características químicas do fármaco. - A via de administração influencia na biodisponibilidade do fármaco. Mecanismo de absorção de fármacos - Transporte passivo: sem gasto de energia. o Transporte paracelular: entre as células; o Difusão: fármaco consegue se difundir entre as membranas; o Difusão facilitada: molécula que facilita a entrada do fármaco. - Transporte ativo: com gasto de energia. o Transportador ABC: pega o fármaco e transporta para dentro da célula. ** Há situações em que esses transportadores podem funcionar de maneira contrária, ou seja, pega o fármaco e transporta para fora da célula. Mecanismo muito comum que ocorre em neoplasias, onde a célula neoplásica que possuem vários desses transportadores, tira o fármaco anti-neoplásico e coloca para fora da célula -> isso explica o motivo do fármaco parar de fazer efeito no decorrer do tratamento. Fatores que influenciam adsorção ↪ Fluxo sanguíneo no local - Quanto maior o fluxo sanguíneo, maior a absorção. - Por isso que a via pulmonar é uma excelente via. ↪ Área disponível para absorção - Quanto maior a área disponível, maior o potencial de absorção. ↪ Tempo de contato - Quanto mais tempo o fármaco fica naquela área, maior a chance do percentual de absorção. Ex: adesivo transdérmico. ⇝ Fumar maconha e segurar a fumaça antes de expirar aumenta o tempo de contato da droga. ⇝ Pessoas com motilidade do TGI muito aumentado pode diminuir absorção porque o fármaco não fica muito tempo e não será bem absorvido. - Qualquer retardo no transporte do fármaco do estômago para o intestino reduz a sua velocidade de absorção. A presença de alimento no estômago dilui o fármaco e retarda o esvaziamento gástrico. Portanto um fármaco quando ingerido com alimento será absorvido mais lentamente. ↪ Tamanho da molécula - Moléculas menores tendem a serem absorvidas de maneira mais eficiente. ↪ Formulação e forma farmacêutica - Ajuda na solubilidade da droga no sítio de absorção. Farmacocinética Gabi Guimarães - T8A Terapêutica I 2 o Comprimidos: precisa se desintegrar, formar grânulos que precisam formar pequenas partículas para solubilizar e só depois disso vai ser absorvido – tempo de ação mais demorado. o Cápsula em gel: só exige que o fármaco seja solubilizado – mais rápido. o Solução: só passa pela solubilização. ↪ Coeficiente de partição (Cp óleo/água) - Mede o quão lipofílico é a molécula. Moléculas mais lipofílicas (CP alto) tendem a serem absorvidas melhor. ↪ Grau de ionização - Influência do pH local e do pKa do fármaco. - O pH do meio que influencia diretamente a absorção do fármaco em um dado compartimento. O pKa determina a capacidade do ácido ou da base de doar ou receber prótons, respectivamente. - pKa: constante de ionização de substâncias ácidas e básicas, ou seja, é o quanto essa substância consegue ionizar. o Quanto menor o pKa de um fármaco, mais ácido/forte ele será. o Quanto maior o pKa de um fármaco, mais básico/forte ele será. - Os fármacos podem ser de forma ionizada ou não ionizada. o Ionizados: § Base: BH+ § Ácido: A- o Não ionizados: § Base: B § Ácido: HA - Fármacos ácidos (HA): podem doar prótons H+ no meio, e consequentemente ganha uma carga e ficam ionizadas/A- HA ⇄ H+ + A– - Fármacos básicos (BH): pegam prótons H+ do meio e fica com carga + e ficam ionizado BH+ BH+⇄ B + H+ - Só as formas não ionizadas (sem carga) que ultrapassam a barreira celular e podem ser absorvidos, porque quando está ionizada (com carga +), a membrana celular também possui carga +, então se repelem. - No TGI há alterações do pH do meio. Ex: tomou medicamento via oral e caiu no estômago que tem pH ácido (pH 2) e vai para o duodeno com pH 6. - Os fármacos via oral podem ser absorvidos pelo estômago e duodeno: - Fármacos ácidos: em meio ácido tendem a ter maior concentração da forma não ionizada/HA. (um ácido que doa próton e está em meio ácido (que tem bastante próton) não vai doar o próton, e então fica na forma não ionizada). Será melhor absorvido em meio ácido -> estômago. ⇝ Aspirina (ácido acetíl salicílico) tem maior potencial de absorção no estômago. - Fármacos básicos: em pH mais alcalino tendem a ficar com concentração maior na forma não ionizada/B. Melhor absorvido no meio básico -> Duodeno. Biodisponibilidade - Dá para mensurar, de certo modo, quanto da fração do fármaco administrado atingiu a circulação sistêmica. - A biodisponibilidade pode ser mensurada em percentagem. Gabi Guimarães - T8A Terapêutica I 3 - A biodisponibilidade da via IV sempre será 100%: toda fração do fármaco administrado já está na circulação sistêmica. - A biodisponibilidade das outras vias vai ser variável. Ex: fármacos pela via oral – antes de atingir a via sistêmica ele passa pelo fígado e poderá ser degradado/metabolizado. Não terá biodisponibilidade de 100%. ---Também poderá ter perda por conta da acidez gástrica Ex: nitroglicerina por via oral de 150m Fármacos por via oral já tem dose pré-determinadas sabendo desses eventos de perdas. - Fármaco com biodisponibilidade de 0% e administrado por via oral tem efeito? Depende! Se quiser que o fármaco atue só no estômago e que não seja absorvido é viável. (antiácidos) Bioequivalência - Relacionado com a biodisponibilidade – determinação da biodisponibilidade de um mesmo fármaco quando administrado por vias diferentes. - Mesmo fármaco por via IV, dose única, a concentração no tempo 0 após aplicação vai ser grande, e vai diminuindo ao longo do tempo. (a biodisponibilidade sempre será 100%). - Faz comparação com o mesmo fármaco, só que pela via oral, no tempo 0 a concentração vai ser 0, e depois vai aumentando porque absorveu tudo e depois será eliminado. ** ASC: área sob a curva – reflete a extensão da absorção do fármaco. - Medicamentos genéricos: precisam ter a mesma forma farmacêutica, mesma dose, mesmo princípio ativo e tem que ser bioequivalente. Ou seja, o perfil de biodisponibilidade deles tem que ser comparáveis e tempos similares para alcançar o pico de concentração plasmática. Distribuição - Para onde o fármaco de move/distribui no nosso organismo. Ex: paciente está com inflamação no joelho e toma anti- inflamatório -> não significa que esse anti-inflamatório se distribui exclusivamente para o joelho, ele também vai para outros sítios além do joelho. Quando vai para outros locais ele pode causar efeitos indesejados. - Após passar pelo processo de absorção ou injetar diretamente da circulação sistêmica o fármaco tem algumas possibilidadesde distribuição: o Fase inicial: já está na circulação sistêmica – Tecidos que ele vai chegar com mais facilidade são os altamente vascularizados: rins, pulmão, coração, fígado e cérebro – pode ser os primeiros sítios que o fármaco vai atingir por ter alto índice de vascularização. Ocorre em minutos. o Fase tardia: Depois de passar pelos tecidos de fase inicial, o fármaco pode ir para gordura, músculo, pele e vísceras. Ocorre em minutos a horas. - Fármacos lipofílicos: ultrapassam a barreira hematoencefálica - EM situações patológicas (meningite e tumor) a barreira fica menos seletiva e mesmo assim os fármacos não conseguem passar. Distribuição de fármacos - Tecidos ↪ Barreira hematoencefálica - BHE - Altamente seletiva, poucos fármacos conseguem ultrapassar. - Fármacos com caráter lipofílico tendem a passar a BHE com mais facilidade. - Em situações patológicas (meningite e tumor) a barreira fica menos seletiva e mesmo assim os fármacos não conseguem passar – faz aplicação pela via intra-tecal. ↪ Ossos e Dentes - Alguns antibióticos tendem a ficar mais nesses locais pois tem afinidade em quelar Ca+, e deixam manchas nos dentes. ↪ Tecido adiposo - Algumas substâncias têm tropismo maior pelo tecido adiposo. Ex: mercúrio que fica depositado no tecido adiposo e pode ter um quadro de intoxicação quando emagrecer porque libera o mercúrio para a circulação. ↪ Placenta - É seletiva (não absoluta) e possui muito transportador ABC (faz mecanismo contrário ao invés de fazer absorção) como forma de proteção. - Se atingir o feto, vai ter efeito teratogênico e causar distúrbios no desenvolvimento fetal. - Os 3 primeiros meses são os mais críticos na gestação, fase em que a mulher as vezes nem sabe que está grávida Gabi Guimarães - T8A Terapêutica I 4 e faz uso de substâncias que podem passar a barreira e causar o efeito teratogênico. Ex: Talidomida -> fármaco desenvolvido para enjoo -> grávidas começaram a tomar e consequentemente os bebês nasciam com problema de dismorfologia. - Como saber se o fármaco pode ser usado por gestantes? Na bula dos medicamentos têm classificações de risco -> A,B,C,D ou categoria X o Categoria A e B: fármacos pouco mais seguros que podem ser usados nas gestantes; o Categoria C: Não indicado o Categoria D: Pior que a categoria C o Categoria X: Muito proibido – efeito teratogênico (roacutan e talidomida). Fatores que influenciam da distribuição ↪ Grau de ionização - Mesmo princípio da absorção: o Formas não ionizadas conseguem passar nos tecidos. o Formas ionizadas não passam nos tecidos. ↪ Lipossolubilidade - Coeficiente de partição óleo/água (O/A). - Substâncias mais lipofílicas tendem a entrar mais nos tecidos. ↪ Ligação a proteínas plasmáticas - Há várias proteínas no sangue e o fármaco pode se ligar nessas proteínas. - São ligações reversíveis. - Albumina se liga (geralmente) a fármacos ácidos. - Alfa-1-glicoproteína ácida se liga a fármacos básicos. - A albumina é a principal proteína ligadora e pode atuar como uma reserva de fármaco (à medida que a concentração do fármaco livre diminui, devido à eliminação, o fármaco ligado se dissocia da proteína). Isso mantém a concentração de fármaco livre como uma fração constante do fármaco total no plasma. - A percentagem de fármaco livre e fármaco ligado a proteína varia de cada fármaco: Fármaco % de ligação Diazepam (dormonite) 90% forma ligada 10% forma livre Penicilina 60% forma ligada 40% forma livre Paracetamol 10% forma ligada 90% forma livre - Forma livre: só o fármaco livre consegue chegar no sítio ativo e ter seu efeito. - Fármaco ligado: fica muito grande quando está ligado a proteína e não consegue passar. - 1 fármaco: - Fármaco está ligado a proteínas (90%) e fármacos livres (10%) – estão em equilíbrio. O fármaco livre consegue ultrapassar e realizar seu efeito. - Fármaco ligado a proteína fica muito grande e não consegue passar glomérulo. - 2 fármacos – polifarmácia: interação medicamentosa - Dois fármacos, e ambos têm maior afinidade por proteínas plasmáticas. - Nesse caso, um fármaco teve mais frações ligadas a proteínas plasmáticas, enquanto o outro teve mais frações na forma livre. - O fármaco que teve mais frações livre vai ter um efeito muito maior que o outro que está ligado. Ex: se o fármaco que está livre fosse um medicamento anti- hipertensivo ele iria deixar o paciente hipotenso pois vai ter mais fármacos livres causando efeito exacerbado. - Algumas doenças são capazes de alterar a concentrações de proteínas plasmáticas: o Baixa proteína: Hipoalbuminemia (desnutrição, Proteinúria, hepatopatia) -> mais fração livre de fármaco, efeito exacerbado. o Muita proteína: Aumento da alfa-1-glicoproteina (Câncer, artrite, IAM, doença de Crohn) -> menos fração livre de fármaco, menos efeito terapêutico. Volume de distribuição -Vd - Fator muito utilizado na clínica; - Para que o fármaco seja bem distribuído pelo citoplasma celular ele precisa ser lipofílico. - Cada fármaco tem um valor de volume de distribuição (em litros). - Volume de distribuição aparente (Vd): volume de líquido necessário para conter todo o fármaco do organismo. -Ex adulto de 70kg que possui 42L de água. - Quanto maior o Vd, significa que além do plasma, o fármaco começa a pegar o volume intracelular. Gabi Guimarães - T8A Terapêutica I 5 - Fármacos com alto Vd conseguem se distribuir mais amplamente (até dentro da célula). - Fármacos com Vd alto precisam de muita “água” para serem contidos, geralmente sua ½ vida também é alta. Digoxina possui um alto Vd -> 511L -> significa que esse fármaco em especial, precisa de 511 litros de líquido para se distribuir (um adulto não possui 511L, por isso se diz “volume de distribuição aparente”). A digoxina vai atingir os volumes mais profundos de todas as células para poder suprir esse Vd alto. A ½ vida da digoxina é de 30 a 40 horas, também é muito alta porque esse fármaco fica tão profundo em todos os tecidos que demora muito tempo para metade da sua concentração ser eliminada. ↪ Determinação do Vd: Aula 3 Biotransformação e Excreção - Antes de ser excretado, os fármacos passam por processos para garantir sua excreção. - 70% da excreção dos fármacos é realizada pelos rins, e para isso, o fármaco precisa ser solúvel. - Fármacos são lipofílicos para serem bem distribuídos, então eles passam por um processo de biotransformação (metabolização) para ficarem solúveis e serem excretados. Biotransformação - Biotransformação = Metabolização. - Existem vários locais no organismo responsáveis pela metabolização, o fígado é o principal. - Para que tenha a metabolização e biotransformação precisa de enzimas. - Após passar pelos tecidos, o fármaco pode ser excretado diretamente, sem passar pelo processo de biotranformação, apenas se ele tiver as características químicas para isso. - Boa parte dos fármacos têm a microcirculação: Administração -> TGI -> sistema portal -> fígado -> metaboliza através das enzimas (fármaco já está solúvel) -> urina. - Fármaco livre: o pode ir para tecidos, o Locais indesejáveis; o Local de ação terapêutica (ligado a receptores) o Excreção e depuração o Pode ir para biotransformação e formar metabolitos para ser excretado. o Fármacos podem sofrer a biotransformação para poderem ser ativados e ter sua ação. o Alguns fármacos após serem biotransformados precisam ser eliminados rapidamente para não serem tóxicos ao organismo - Fármaco ligado às proteínas: menos ação - É importante saber o tempo de excreção e depuração do fármaco – saber e conhecer a taxa de excreção de cada fármaco para entender o quanto da dose será necessário para ter efeito terapêutico e não ser tóxico. ↪ Tempo de ½ vida - É o tempo necessário para diminuir a concentraçãoinicial em 50%. - Ex: 100mg/dL de fármaco -> após 2h vai ter 50mg/dL. Então o tempo de ½ desse fármaco é de 2 horas. - O tempo de depuração/clearance: mede a capacidade do organismo em respeitar o tempo de ½ vida e eliminar o fármaco – é uma medida de transformação. - Fármacos com tempo de ½ vida muito elevado vai ter um baixo clearance. - Fármacos com tempo de ½ vida baixo vai ter um alto clearance. - Pacientes com hepatopatia ou nefropatia vai ter tempo de ½ vida alterado. ↪ Biotransformação - Biotransformação: Processo de alteração química do fármaco através de um conjunto de reações químicas (P450) que ocorre no fígado. - Reações que modificam o fármaco para possibilitar a excreção: existe um processo que envolve enzimas que transformam fármacos com características lipofílicas em fármacos hidrofílicos – Se o fármaco já é hidrofílico tem que verificar a relação dose x excreção, ou seja, ter um olhar mais focado nos rins pois o fármaco não vai ser metabolizado e pode sobrecarregar os rins. - Após sofrer a biotransformação vai ter término dos efeitos? Em alguns casos sim, mas em outros casos, alguns fármacos podem ficar mais ativos após esse processo e causar toxicidade. - Deixam as drogas mais hidrofílicas (polares) e menos lipofílicas para garantir a excreção. - Citocromo: Conjunto de enzimas que carregam íons (cobre ou ferro) em sua estrutura - Citocromo P450 (enzimas microssomais): Carrega ferro em sua estrutura e está localizado no retículo endoplasmático liso do fígado, e realiza o processo de metabolização. Também é chamado de CYP na fase I. - No fígado têm 54 tipos de enzimas da classe citocromo P450. - Alguns medicamentos podem se ligar na mesma CYP. Ex: Anticoagulante varfarina e omeprazol juntos = Tem uma CYP que quebra e permite que a varfarina seja eliminada, o omeprazol se liga nessa CYP e inibe -> Interação medicamentosa Gabi Guimarães - T8A Terapêutica I 6 - Outros locais de metabolização dos fármacos: o Pulmões: algumas enzimas específicas. o Rim. o Paredes intestinais (MAO): enzimas monoamino oxidase que degradam catelcolaminas o Plasma: colinesterase plasmática o SNC: enzimas metabolizadoras dos nurotransmissores - Principal local no organismo: Fígado -> efeito de primeira passagem. - Enzimas que fazem biotransformação: o Microssomais (sistema P450) o Desidrogenases, o Amidases. o Transferases o Entre outras presentes no retículo endoplasmático liso e citosol. - Alguns fármacos passam pela veia porta antes de serem distribuídos e passam pela metabolização. - Nem todos os indivíduos terão as mesmas situações de metabolização – as variações individuais são mantidas baseada na atividade das enzimas ou fluxo sanguíneo hepático ou intestinal. - É necessária uma dose muito maior do fármaco quando administrado oralmente do que por via parenteral. - Existe duas fases na biotransformação: o Fase I: muitas vezes o fármaco que passa por essa fase ainda está ativo, ou podem ficar mais ativo ainda do que já estava. o Fase II: quando o fármaco chega nessa fase, a grande maioria será excretado. Biotransformação: Fase I - Ocorre reações catabólicas/quebra. - Fase que ocorre a biotransformação de fato, o fármaco deixa de ser muito lipofílico e fica mais hidrofílico. - As reações de fase I convertem fármacos lipofílicos em moléculas mais polares, introduzindo ou desmascarando um grupo funcional polar, como –OH ou –NH2. - As reações de fase I em geral envolvem redução, oxidação ou hidrólise. - A biotransformação de fase I pode aumentar ou diminuir a atividade farmacológica, ou ainda não ter efeito sobre ela. - As CYPs (P450) que são responsáveis por esses processos de oxidação etc. o Ação das CYPs -> metabólito -> excretado ou ativo - Passado pela fase I, as enzimas da fase II podem reconhecer esse substrato transformados. Ou as fases podem trabalhar de forma segregada (fármaco pode sair direto das fases e ir para excreção). ↪ Enzima fase I -> Sistema Mono-Oxigenase P450 (CYP). - A P450 possui um ciclo porque ela trabalha com Ferro na fase oxidada e na fase reduzida. - P450 é o conjunto de enzimas microssomais que são responsáveis pela metabolização da maior parte dos fármacos. - A maioria está no fígado -> REL das células hepáticas. - São heme-proteínas que abrangem a superfamília das enzimas relacionadas a CYP. - Variações de seus subtipos ocorrem entre as espécies e indivíduos de diferentes etnias (polimorfismo genético) – A CYP pode se comportar de formar diferentes em casa pessoa. O paracetamol age em vários tipos de CYP ao mesmo tempo, por isso que ele é hepatotóxico. - CYP3A4/5: é a CYP mais presente/ativa para o metabolismo. Presente na maioria dos fármacos -> causadora da maioria das interações medicamentosas. - Pode ocorrer a Fase II independentemente da Fase I. - As reações de fase I envolvidas com maior frequência na biotransformação de fármacos são catalisadas pelo sistema Citocromo P450 Gabi Guimarães - T8A Terapêutica I 7 Biotransformação: Fase II - Ocorre anabolismo. - Alguns fármacos não precisam passar pela fase I para ir para a fase II. - Esta fase consiste em reações de conjugação (juntar) -Se o metabólito resultante da fase I é suficientemente polar, ele pode ser excretado pelos rins. Contudo, vários metabólitos de fase I continuam muito lipofílicos para serem excretados. - Uma reação subsequente de conjugação com um substrato endógeno – liga um desses compostos ao fármaco: ácido glicurônico (enzima semelhante a glicose ligado a um ácido), ácido sulfúrico, ácido acético ou aminoácido, e produz um composto polar em geral mais hidrossolúvel e terapeuticamente inativo. - A glicuronidação é a reação de conjugação mais comum e mais importante. - O fármaco conjugado altamente polar é então excretado pelos rins ou pela bile. ↪ Enzimas fase II: - Enzima UGT: responsável por conjugar o fármaco com o ácido glicurônico. - Glutationa: enzimas que fazem a conjugação. ↪ Reações da fase II: - Ocorrem principalmente no fígado, mas também no pulmão e rins. - Reações: o Conjugação: com ácido glicurônico, sulfatos e glicil. o Acetilação e metilação. - Produtos quase sempre inativos. - Deixam os produtos mais hidrofílicos, na maioria das vezes são facilmente excretáveis - Excreção pela bile ou urina (se tudo der certo). - Se a conjugação se desfaz o fármaco volta a ser lipofílico e fica na forma ativa (absorve) novamente. ↪ Ácido acetilsalicílico - AAS - Na fase I sofreu hidroxilação -> Ácido Salicílico. Ainda tem atividade farmacológica. Ficou mais solúvel e mais polar - Na fase II vai ser conjugada, ganhando o ácido glicurônico que se liga na parte do salicílico virando um conjugado e sem atividade farmacológica. É mais hidrossolúvel e pode ser excretado pelos rins. ↪ Morfina - Precisa da fase I para a codeína se transformar em um ativo (morfina). - Na fase II através das UGT a morfina ganha um ácido glucurônico na posição 3 e passa a ser chamada de M3G (Morfina-3-glucoronídeo). - o O-glucoronídeo precisa ser eliminado porque ele é tóxico, inclusive pode inibir muitas enzimas do CYP. - Algumas UGT podem colocar o ácido glucurônico no carbono 6, e fica M6G. - M6G é mais ativo que a morfina, se ficar no organismo ele vai ficar bem mais ativo e potente que a própria morfina, causando efeito adverso e dependencias. - Estereoisômeros: muitos metabólitos e conjugados formam moléculas parecidas. Ex: Morfina consegue fazer o estereoisomero M3G e M6G. ↪ Resumindo... Pró-fármacos – Metabólitos ativos - Passam pela biotransformação para ficarem ativos. - O metabólito pode ser tanto ou mais ativo que o fármaco inicial. Podendo até ser tóxico. Gabi Guimarães - T8ATerapêutica I 8 - Morfina quando sofre biotransformação fica mais ativa. - Paracetamol já é um fármaco ativo, quando sofre a metabolização fica muito mais ativo e pode ser tóxico. Enalapril (controle de P.A) é um pró-fármaco, que sabidamente vai passar por biotransformação para ficar ativo, então tem que ser via oral. Se quiser controlar a P.A e o medicamento tiver que ser I.V não pode ser o enalapril, tem que dar o fármaco já em sua forma ativa, que no caso do enalapril é o enalaprilate. - Medicamentos pela I.V será biotransformado bem depois porque quando está na circulação ele já está ativado. - Carbamazepina: envolve a CYP e a mEH (coloca hidroxila) que trabalham em conjunto para garantir a atividade. - Sinvastatina, propranolol, clopidrogrel etc. ↪ Hepatotoxicidade por drogas – Paracetamol: - Acetaminofen = paracetamol. - Se tomar 750mg a 1g 2x por dia não vai acontecer nada, ele vai sofrer todo o processo de metabolização, ou pode passar por CYP450 2E1 e CYP450 1A2. - Quando passa pela CYP 1A2, o paracetamol se dividide e pode ir para fase I ou fase II, e cerca de 90% vai para fase II -> em dosagens normais. - No caso de uma superdosagem de paracetamol (4g por dia) já é toxico, acima de 15g é letal. - O metabólito tóxico forma o composto N-acetil-p- benzoquinona-imina (metabólito tóxico do composto do paracetamol. A glutationa faz com que a benzoquinona se conjugue e seja excretado. Só que ao aumentar a benzoquinona (4g) a glutationa não vai resolver porque ela vai ser eliminada junto e o fígado não tem tempo de sintetizar nova glutationa para conjugar a benzoquinona, e vai acumular. - Quando acumula benzoquinona vai ter necrose hepática. Jejum e álcool resultam em deficiência de glutationa, ao ter uma hiperdosagem de paracetamol vai ter muita benzoquinona -> necrose. - Jejum, alcool e outras moléculas estimulam mais CYP, e se quebrar o paracetamol por essa mesma via vai resultar em mais necrose hepática. - Se o paciente ingerir alcool e tomar paracetamol para curar a ressaca vai ter toxicidade mesmo em menor doses que 4g. - Pacientes hepatopatas podem ter toxicidade mesmo em doses convencionais. - Na toxicidade por paracetamol, usar N-acetilcisteina para formar conjugados cisteinicos. Fatores que alteram a metabolização - Idade: Ex neonatos não tem sistema P450 maduro. UGT é mais eficiente em crianças de 10a - Sexo - Genética: variabilidade enzimática - Doenças - Indutores ou inibitores enzimáticos: interação medicamentosa – alcool inibe CYP. Modificação da atividade de enzimas metabolizadoras - Inibição enzimática: diminuição da atividade ocorre por ligação competitiva ou não competitiva. o Competitiva: Ligação de drogas que não são substratos o Não competititas: complexo estável – liga em outra região da enzima e não consegue metabolizar. - Indução enzimática: aumento da sua atividade ocorre principalmente por aumento da expressão gênica – São moléculas que se ligam na enzima e aumentam sua atividade, como álcool que vai no gene da CYP e aumenta sua atividade. - A inibição ou indução podem ser provocados pelo próprio fármaco, por outros fármacos ou componentes da dieta: o Inibidores: suco de toranja, cetoconazol (CYP3A4) o Indutores: Couve de bruxelas, fumaça de cigarro, erva de São João. Interação medicamentosas - Biotransformação - Medicamentos que podem atuar como inibidor ou indutor das enzimas -> CYPs. Gabi Guimarães - T8A Terapêutica I 9 ↪ Indutores: - As consequências do aumento da biotransformação de fármacos incluem 1) menor concentração do fármaco no plasma; 2) menor atividade do fármaco, se o metabólito é inativo; 3) aumento da atividade, se o metabólito é ativo; 4) redução do efeito terapêutico do fármaco. Certos fármacos (p. ex., fenobarbital, rifampicina e carbamazepina) são capazes de aumentar a síntese de uma ou mais isoenzimas CYP. Isso resulta no aumento da biotransformação de fármacos e pode levar a reduções significativas nas concentrações plasmáticas dos fármacos biotransformados por essas isoenzimas CYP, com concomitante redução do efeito farmacológico. ↪ Inibidores: - A CYP é uma fonte importante de interações de fármacos que leva a efeitos adversos graves. - O omeprazol é um inibidor importante de três isoenzimas CYP responsáveis pela biotransformação da varfarina. Inibidores CYP mais importantes são eritromicina, cetoconazol e ritonavir, pois inibem várias isoenzimas CYP. Carbamazepina é induzida por carbamazepina: em dosagem altas de carbamazepina ela vai no gene e faz ele aumentar a produção de CYP3A4 para ser metabolizada mais rápido. Farmacogenética - Variações genéticas nas enzimas P450: o Presença ou não da enzima o Velocidade que ela trabalha. - Essas variações podem levar a resposta terapeutica diferentes. - Nortriptilina (antidepressivo): Alguns pacientes precisam de 25 mg e outros de 250mg para terem a mesma resposta farmacológica. - Para conhecer melhor essa variabilidade é possivel fazer exames de farmacogenética: o Exames laboratoriais o Avaliação do polimorfismo o Ajuste posológico o Avaliação de indicação terapêutica - A partir disso é possivel entender se o medicamento vai ser indicado ou não para o paciente ou se vai precisar de ajuste posológico. ↪ Bissulfato de Clopidogrel: - Anti agregante plaquetário (diminui agregação de plaquetas, diminui trombo e evita infarto) usado após paciente ter IAM. - É um pró-farmaco ->precisa ser metabolizado para estar na sua forma ativa. Sua administração é pela via oral. - Há uma variação muito grande entre a população, algumas pessoas metabolizam o clopidogrel muito rápido e outras não. o Metabolização lenta: demora para ter ativação do fármaco -> chance de ter um novo IAM. o Metabolização regular: Ok. o Metabolização rápida: ativação rápida do fármaco resultando em uma ação anti agregante plaquetária muito intensa -> quadros de hemorrágia. Excreção - A eliminação de fármacos pelos rins na urina envolve os processos de filtração glomerular, secreção tubular ativa e reabsorção tubular passiva. - A secreção (pelo túbulo próximal) é responsável pela maior parte da excreção do fármaco porque fármacos ligados a proteinas (não está na forma livre) não passa pelo filtrado. - Fármacos lipofílicos passam pelo filtrado, mas depois será reabsorvido na alça de Henly, tubulo distal -> processo de reabsorção. - Na secreção o fármaco pode estar ligado à proteína e pode ser secretado assim. - Do que é secretado, parte é reabsorvida e parte será eliminado. - O rim é o principal local de excreção da maioria dos fármacos. - Outros locais de escreção: o Biliar -> fezes o Pulmonar -> ar expirado. o Leite, saliva, suor e lágrima - O fármaco passa pela circulação “filtração glomerular- >secreção tubular->reabsorção tubular várias vezes até metade dele ser completamente eliminado, ou seja, até atingir a 1/2 vida. Clearance - É a depuração: volume de fluido corpóreo eliminado por unidade de tempo. - É importante conhecer a depuração para saber a eficiência do processo de excreção do organismo, ou seja, a eficiência do nosso organismo em conseguir eliminar o fármaco. - Também pode-se dizer que a depuração é o quanto de fármaco que tem no plasma sanguíneo. ** Clearance total: Soma de todas as formas de eliminação do fármaco. - Como a excreção renal é a mais comum, utiliza-se a seguinte fórmula: Gabi Guimarães - T8A Terapêutica I 10 - Concentração do fármaco na urina vezes volume da urina em determinado tempo dividido pela concentração de fármaco no plasma. - Cl renal - Cl alto comparado a Cl baixo - Cl baixo: fármaco ficou no plasma - Quando o denominador é alto é porque o fármaco ficou no plasma, então p Cl vai ser baixo. - Formas para excretar pelo rim: ↪ Glomérulo(filtração): - Arteríolas aferentes por onde chega o sangue para o glomérulo e será filtrado. Se o fármaco for lipofílico e estiver livre (sem ligação com proteína) ele passa, mas poderá ser reabsorvido pelo túbulo distal e volta a circular pelo organismo (não significa que parte desse fármaco não possa ser excretado.). - Não é o melhor local para excreção do fármaco. - A lipossolubilidade e o pH não influenciam a passagem dos fármacos para o filtrado glomerular - A filtração glomerular pode estar prejudicada na doença renal. - Característica que o fármaco precisa ter para ser filtrado: o Massa molar menor de 20.000. o A lipossolibilidade e pH não interferem na passagem de fármacos para o filtrado glomerular. - Cerca de 20% dos fármacos serão filtrados. - O melhor é na rede capilar peritubular (contorna os túbulos distal e proximal). ↪ Túbulo proximal e alça de Henle (secreção) - Mecanismo mais importante para a eliminação de fármacos. - Fármacos que não foram transferidos para o filtrado glomerular saem dos glomérulos através das arteríolas eferentes. - No túbulo proximal e alça de Henle vai ocorrer a secreção desse fármaco. - Promove também a depuração de parte do fármaco ligado. Ex: penicilina precisa estar ligada a outro fármaco para que evite a sua secreção (secretada muito rápida se estiver sozinha), para que ela fique mais tempo no organismo – é possível segurar o fármaco no organismo. - É uma secreção um pouco mais ativa em dois aspectos: o Ali que ocorre a eliminação o Tem presença de transportadores. - A secreção ocorre por duas maneiras: o Mecanismos de transporte ativo: § Transportador de ânion: fármacos podem estar carregados negativamente – forma desprotonada de ácidos fracos. § Transportador de cátions: fármacos podem estar carregados positivamente – formas protonadas de bases fracas. - Se houver necessidade o fármaco vai ser reabsorvido pelo túbulo distal. ↪ Túbulo distal (reabsorção) - Enquanto o fármaco se desloca em direção ao túbulo contorcido distal, sua concentração aumenta e excede à do espaço perivascular. - O fármaco, se for neutro, pode difundir-se para fora do lúmen, retornando à circulação sistêmica. - Difusão passiva que ocorre no processo de reabsorção: O que está no néfron pode ser reabsorvida de forma passiva, sem gasto de energia, entretanto algumas situações devem ser consideradas: o Reabsorção do que é lipofílico e o que é hidrofílico não é reabsorvido (não consegue se difundir pelas membranas lipídicas) - A manipulação do pH da urina, para aumentar a fração ionizada do fármaco no lúmen, pode ser feita para minimizar a retrodifusão e, assim, aumentar a depuração de um fármaco indesejável. - Como regra geral: o Ácidos fracos: podem ser eliminados alcalinizando a urina. o Bases fracas: pode ser aumentada por acidificação da urina. - Urina alcalina/básica: pouco prótons. - Um fármaco que seja um ácido fraco e está no pH alcalino vai doar prótons e vai ficar ionizada. Urina alcalina → ↑ ácidos fracos ionizados → ↑ excreção Urina ácida → ↓ ácidos fracos ionizados → ↓ excreção - Esse processo é denominado prisão iônica. Um paciente apresentando dose excessiva de fenobarbital (um ácido fraco) pode receber bicarbonato, que alcaliniza a urina e mantém o fármaco ionizado, diminuindo, assim, a sua reabsorção. Anfetamina é uma base fraca, em urina ácida ela vai pegar um próton ficando ionizada e vai ter eliminação maior. ↪ Fatores que interferem na eliminação renal: - Ligação com proteínas. - Tamanho do fármaco. - pH do néfron: pH mexe com cargas das moléculas, e o que tem cargas vai sofrer resistência da membrana e não passa facilmente, pode ter bloqueio de passagem pela membrana -> impede a reabsorção e o fármaco será todo excretado. Sempre que a molécula estiver ionizada (positiva ou negativa) não será absorvida, não distribui e não sofrerá reabsorção. - Química da molécula: Hidrossolúveis são eliminadas mais facilmente. - Fármacos polares que não são inativados pelo metabolismo, e a velocidade de eliminação renal é o principal fator determinante de duração da ação, ou seja, não precisa contar com a biotransformação dele no fígado porque ele já é polar/hidrofílico. Por isso que a cautela em prescrever esses tipos de fármaco precisa ser redobrada em pacientes com problema renal porque pode aumentar a duração do efeito do fármaco. Gabi Guimarães - T8A Terapêutica I 11 - Ex: furosemida, gentamicina, digoxina são eliminadas quase intacto na urina, sem sofrer metabolização – 100- 75% - A metformina é eliminada de forma inalterada. Não sofre metabolização. Excreção Biliar - Fígado e intestino. - Fármaco passa pelo TGI e vai ser recuperado pela veia porta e volta para o fígado para ser metabolizado, parte do fármaco vai ser eliminado e a outra parte fica mais hidrofílico e se acumula na vesícula biliar e pode ser secretado novamente no intestino. - Se tiver intestino, por ser hidrofílico pode ser eliminado nas fezes (bem pouco). Não é totalmente eliminado nas fezes porque o ácido glucurônico que ficou ligado ao fármaco irá sofrer desconjugação quando chegar em uma determinada parte do intestino, ficando lipofílico novamente e será reabsorvido pelo ciclo enterro-hepático (esse ciclo vai manter o tempo de ½ vida do fármaco). - Ex: contraceptivos e morfina. - A Rifampicina tem uma característica que é ser desacetilada (não é reabsorvida) lentamente. Na versão não acetilada ela vai ser reabsorvida e fica mantendo o ciclo, ou seja, vai perdendo o grupo acetil aos poucos. - Ciclo entero-hepático: participa na duração do fármaco no organismo. Excreção – Outras vias - Suor, lagrima e saliva: quantidade desprezível; - Pele e cabelo: medicina forense; - Leite materno: compostos mais básicos e não ionizados (ex etanol) - Pulmonar: anestésicos voláteis. Parâmetros de fármacocinética - A maioria dos fármacos apresenta diminuição exponencial na concentração em função do tempo, durante a fase de eliminação. - Necessário a determinação dos parâmetros farmacocinéticos para conhecer a dose e a frequência que o fármaco será usado. - Parâmetros farmacocinéticos: o Cmax: concentração máxima - é o nível máximo obtido com o uso de determinada dose(s) do fármaco. o Tmax: tempo máximo (onde vai atingir a concentração máxima) - é o tempo em ocorre o nível de concentração máxima (ex.: 2 horas após a ingestão do fármaco) o T ½: quando a concentração máxima cai pela metade/ em qual tempo ocorre – avalia a ½ vida. o ASC: área sob curva – relação do fármaco IV com o fármaco oral. - Os parâmetros farmacocinéticos podem estar relacionados com as ações, desde absorção, distribuição, metabolização e eliminação do fármaco. - Biodisponibilidade e Cmax no Tmax: relacionado na capacidade de absorção do organismo para com o fármaco. - Volume de distribuição: relacionado com distribuição. - Tempo de ½ vida e depuração: relacionado com metabolização e eliminação, respectivamente. - Depuração: último estágio, analisa ADME Quando maior a constante de eliminação, menor o tempo de ½ vida. Ao contrário é verdade. - Cálculo de ½ vida: T ½ ÷ 2 - Ex: Fármaco XPLUS – Dose única IV em bolus com tempo de ½ 4 horas: Depois de 20 horas não tem mais atividade na concentração de 3,125. Então é sabido que tem que tomar a medicado de x em x tempo para ter efeito. ↪ Resumindo...
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