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fatores intrinsecos e extrinsecos a medicacao

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Farmacologia 
Fatores Intr. e Extr. 
Introdução 
Existem vários fatores que interferem no efeito dos 
medicamentos no organismo, sendo que essa interferência 
pode ser quantitativa (altera a intensidade do efeito 
farmacológico) ou qualitativa (altera a natureza da resposta). 
A variação quantitativa é dependente da quantidade de 
fármaco que chega no sítio de ação, com isso, todos os 
fatores que afetam essa disponibilidade vão afetar, 
consequentemente, quantitativamente os efeitos dos 
fármacos. 
Os dois tipos básicos de fatores que interferem no efeito de 
medicamentos são os intrínsecos e os extrínsecos. Fatores 
intrínsecos são fatores que alteram os efeitos dos 
medicamentos e que são relacionados ao sistema biológico 
individual de cada pessoa, enquanto os fatores extrínsecos 
são aqueles dependentes do fármaco. 
Fatores Intrínsecos 
Dentre os fatores intrínsecos, existem dois grupos. Os 
fatores intrínsecos constitucionais são representados pela 
variabilidade individual, fatores genéticos, espécie, idade, peso, 
composição corpórea e sexo. Os fatores intrínsecos 
condicionais são estados patológicos, estados fisiológicos 
especiais e estado psicológico. 
Variabilidade individual, fatores genéticos e espécie 
A variabilidade individual compreende as diferentes respostas 
a um fármaco em pessoas de uma mesma espécie, o que 
é determinado pelos fatores genéticos. Considerando uma 
população homogênea, existirá uma variação do efeito 
principalmente com relação a intensidade. 
Os fatores genéticos alteram a quantidade de enzimas 
produzidas por cada indivíduo, o que afeta o processo de 
biotransformação e altera a sensibilidade de cada indivíduo 
para cada fármaco. 
Quando os fatores genéticos alteram, não a intensidade do 
efeito, mas sim a natureza dele produzindo um efeito 
anormal, se diz que aconteceu idiossincrasia, a qual pode ser 
causada por deficiências bioquímicas, imperfeições genéticas, 
etc. 
Por fim, quanto a espécie, graças a fatores genéticos, existe 
uma diferença na capacidade de biotransformação de um 
medicamento em cada espécie. Além disso há diferenças na 
velocidade de degradação e absorção dos fármacos, o que 
vai afetar diretamente no efeito deles. As variações serão 
tanto quantitativas quanto qualitativas. 
Idade 
A idade interfere nos efeitos de medicamentos pois recém-
nascidos e idosos têm uma capacidade de excreção renal e 
biotransformação hepática menor do que as outras faixas 
etárias. Dessa forma, os medicamentos exercem um efeito 
maior em RN e idosos pela maior suscetibilidade deles. Outros 
dois fatores importantes em RN são a barreira 
hematoencefálica pouco desenvolvida e a menor ligação das 
proteínas do plasma aos fármacos. 
Peso e composição corpórea 
Graças as proporções de água e gordura serem diferentes 
em cada indivíduo, e estas se relacionarem ao peso do 
paciente, pode-se dizer que ambos os fatores vão interferir 
no efeito dos fármacos. 
Sexo 
Graças as diferenças hormonais entre os sexos e os 
períodos de gravidez e lactação estarem presentes somente 
no sexo feminino, pode-se dizer que o sexo pode influenciar 
no efeito dos fármacos, porém, nos humanos essa influência 
é bem pequena. 
Estados patológicos, fisiológicos especiais e psicológicos 
Condições que afetam os rins e fígado afetam órgãos 
essenciais na farmacodinâmica, dessa forma, a 
biotransformação dos fármacos é alterada assim como sua 
excreção, o que vai interferir no efeito deles no organismo. 
Estados patológicos importantes são a diarreia (reduz 
drasticamente a absorção do medicamento oral pois o 
trânsito intestinal está mais rápido) e as variações no pH dos 
fluídos corporais, o que vai afetar a distribuição e a excreção 
das drogas. 
Por fim, os efeitos psicológicos são importantes por conta da 
forte influência do sistema límbico no organismo como um 
todo. As alterações emocionais provocam liberações de 
hormônios que podem interferir nos efeitos dos fármacos. 
.
Fatores Extrínsecos 
Dentre os fatores extrínsecos, os principais são a via de 
administração, a dose, a fórmula farmacêutica, as condições 
de uso e as interações medicamentosas. 
Propriedades da droga e forma farmacêutica 
Quanto as propriedades da droga, elas vão interferir em toda 
a farmacocinética, por isso afetam os efeitos do 
medicamento. Como exemplos se pode citar o peso 
molecular, o pH e a solubilidade. Além disso, a forma 
farmacêutica também vai ser considerada um fator 
extrínseco por interferir na farmacocinética também. 
Vias de administração 
Pela diferença na velocidade de absorção que as vias 
oferecem, elas vão interferir no efeito farmacológico. 
Dose 
A dose vai influenciar de duas maneiras no efeito dos 
medicamentos. Quando o sistema no qual o medicamento 
vai agir é capaz de aumentar gradativamente sua resposta 
de acordo com o aumento da quantidade de fármaco 
administrada, se diz que há uma relação quantitativa de dose 
e efeito. Nessas condições, uma dose muito baixa de 
medicamento pode nem gerar efeitos ou gerar efeitos de 
intensidade muito baixa, assim como uma dose muito alta 
pode gerar efeitos de grande intensidade. É importante 
mencionar que existe uma resposta máxima que não é 
superada mesmo com o aumento da dose. 
A outra situação em que a dose interfere no efeito do 
medicamento é quando se tem um fármaco cujo efeito é 
do tipo “tudo ou nada”, é a chamada relação quantal entre 
dose e efeito. Nessa situação, caso a dose seja abaixo da 
recomendada o paciente não terá efeitos, caso seja acima 
da dose também não se terá um efeito mais intenso (talvez 
poderá apresentar efeitos adversos, mais o aumento da 
intensidade do efeito esperado não acontece). 
*Numa relação quantal, quanto maior a dose (até uma dose 
máxima) maior é o número de indivíduos que apresentam os 
efeitos esperados 
Condições de uso 
Usar um medicamento de forma contínua assim como a 
frequência de administração desse medicamento pode 
alterar os efeitos dele. 
Quando a velocidade de administração é maior do que a 
velocidade de excreção, o fármaco passa a se acumular nos 
tecidos e isso pode ser tóxico, gerando efeitos cumulativos. 
Quando o paciente usa continuamente um fármaco ele pode 
precisar de doses cada vez maiores para apresentar algum 
efeito terapêutico. Esse processo é chamado de tolerância. 
Pode existir a condição chamada de tolerância cruzada 
também, que é quando um medicamento de uso contínuo 
gera tolerância a outros medicamentos de atividade 
semelhante. Quando se adquire uma tolerância de forma 
rápida é um processo chamado de taquifilaxia. 
Muitas drogas que induzem a tolerância podem induzir 
também a dependência, que pode ser física ou psicológica. 
A dependência física é comum quando se faz o uso 
continuado de um medicamento e se interrompe esse uso 
abruptamente, o que vai gerar sintomas físicos no organismo 
que são chamados de síndrome de abstinência. A 
dependência psicológica acontece quando o indivíduo sente 
desejo de usar uma droga por considerar necessários seus 
efeitos. 
Por fim, o último fator que se associa a dose dos 
medicamentos é a alergia, que é um processo causado por 
reações de antígeno-anticorpo que provocam sintomas 
específicos dependendo da droga usada. 
Interações Medicamentosas 
A administração anterior ou simultânea de determinados 
medicamentos pode alterar os efeitos deles, aumentando ou 
diminuindo eles. É importante conhecer essas interações 
para usar elas a favor do paciente, como em casos de 
superdosagem em que é necessária uma neutralização de 
determinado fármaco. As interações podem ser físico-
químicas, farmacocinéticas ou farmacodinâmicas. 
●Quanto as interações físico-químicas, elas são importantes 
pois podem produzir derivados não-absorvíveis pelo trato 
digestivo e prejudicar a terapêutica dessa forma. 
●Quanto as interações farmacocinéticas, elas são aquelas 
que afetam as fases da farmacocinética, a absorção, 
distribuição, metabolização ou excreção. 
As alterações na absorção são causadas por alterações no 
pH gástrico e alteraçãona motilidade intestinal por exemplo. 
As alterações de distribuição são causadas por modificações 
no fluxo sanguíneo em determinados tecidos, pela possível 
combinação das substâncias com proteínas do sangue e a 
competição que pode existir entre dois medicamentos para 
se ligar a essas proteínas. 
As alterações de biotransformação/ metabolização 
acontecem por modificações de enzimas que metabolizam 
os fármacos. Por fim, as alterações de excreção são 
causadas por substâncias que interfiram no processo de 
excreção renal principalmente, pelo aumento da intensidade 
de excreção renal por exemplo. 
.
●Quanto as interações farmacodinâmicas, elas acontecem 
quando um fármaco altera a eficiência de outro ao interagir 
com seu sítio de ação. Essas alterações podem ser de dois 
tipos, do tipo sinergismo (quando se tem fármacos de efeitos 
semelhantes) ou antagonismo (quando são fármacos de 
efeitos opostos). 
Quando se usa dois fármacos de mesmo efeito ou 
mecanismo de ação, acontece um sinergismo. O sinergismo 
pode ser de adição, quando o efeito combinado dos 
medicamentos é o mesmo de quando se utiliza eles isolados, 
ou de potencialização, que é quando o uso combinado 
potencializa o efeito farmacológico dos fármacos. 
Quando se usa dois fármacos de efeitos opostos acontece 
uma interação que leva a diminuição (ou a anulação) dos 
efeitos desses fármacos, interação essa que recebe o nome 
de antagonismo. O antagonismo se apresenta de diversas 
formas, como o competitivo, o parcial, o irreversível e o 
fisiológico. 
O antagonismo competitivo acontece quando o antagonista 
compete com o agonista por um receptor, o que vai formar 
um complexo inativo. Quando se aumenta a quantidade do 
agonista, o bloqueio é desfeito. 
O antagonismo irreversível, ou não competitivo, acontece 
quando não é possível desfazer o bloqueio gerado mesmo 
aumentando a concentração de agonista. Os antagonistas 
aqui geralmente se ligam em sítios diferentes dos quais os 
agonistas se ligam no receptor, porém vão alterar o receptor 
e interferir, consequentemente, na ligação do agonista. 
O antagonismo parcial acontece quando duas substâncias são 
agonistas e, por possuírem atividades ligeiramente diferentes 
vai acontecer a formação de um complexo menos eficaz a 
partir da ligação com o receptor e esse complexo pode 
atuar como substância antagonista parcial. 
Por fim, o antagonismo fisiológico, ou funcional, acontece 
quando dois agonistas interagem com diferentes receptores 
e acabam produzindo efeitos opostos. 
Farmacodinâmica: Receptores 
Introdução 
A farmacodinâmica é o campo da farmacologia que estuda 
as interações dos fármacos no organismo e seus 
mecanismos de ação. Os fármacos se comunicam com o 
organismo através de sinais químicos. A estrutura química 
dos fármacos é reconhecida por partes das células dos 
tecidos-alvo e, através de um mecanismo de transdução, o 
organismo produz uma resposta (imediata ou não) ao 
fármaco. 
Receptores 
Os fármacos se ligam em estruturas chamadas de 
receptores nas células dos tecidos-alvo. Os receptores são 
geralmente macromoléculas proteicas com uma porção 
extracelular que interage com a estrutura química do 
fármaco, e uma porção intracelular. A partir da ligação do 
fármaco no receptor acontece a transdução do estímulo e 
a produção de uma resposta no meio intracelular. 
Existem vários tipos de receptores, sendo que eles podem 
se encontrar no meio extracelular, na membrana celular, no 
citoplasma ou na membrana nuclear. O fármaco se liga ao 
receptor (graças a uma afinidade química entre os dois), essa 
ligação forma um complexo fármaco-receptor e isso vai 
produzir um efeito biológico, o que é chamado de 
mecanismo de transdução, então será produzido um efeito 
farmacológico. 
*Vale mencionar a existência de alvos farmacológicos, que são 
estruturas (diferentes de receptores) sob as quais os fármacos 
vão agir, por exemplo algumas enzimas. 
Interação Droga-Receptor 
Essa interação é essencial para que o efeito farmacológico 
aconteça, por isso existem parâmetros importantes que 
determinam essa interação, são eles a afinidade, seletividade, 
ativação de receptores e quantidade de receptores. 
O primeiro parâmetro é a afinidade entre a estrutura química 
da droga e a do receptor dela. Para que seja possível a 
formação do complexo fármaco-receptor e todas as outras 
etapas até a produção do efeito farmacológico aconteçam, 
primeiramente deve-se existir a afinidade da droga com o 
receptor. 
Depois pode-se mencionar a seletividade/ especificidade, isto 
é, a droga deve ter a estrutura química o mais específica 
possível para se ligar primordialmente aos receptores alvo, 
cuja interação vai promover a ação esperada. Quanto maior 
a seletividade, melhores são os efeitos farmacológicos e 
menores os efeitos adversos. 
Quanto a ativação dos receptores, também chamada de 
afinidade intrínseca, é importante ter em mente que apenas 
a afinidade química da droga com o receptor não é suficiente 
para se ter um efeito farmacológico, é necessário que essa 
interação ative o receptor para que todo o resto aconteça. 
A ativação geralmente provoca uma cascata de eventos 
intracelulares. 
Por fim, a quantidade de receptores é importante pois, 
quanto mais receptores existirem para se conectar (e 
estiverem conectados) aos fármacos, maior será a resposta 
biológica da célula. É importante ter em mente que, quanto 
maior a dose do fármaco, maior a quantidade de receptores 
ocupados por ele. 
.
Teoria de Ação dos Fármacos 
Também chamada de teoria dos receptores farmacológicos, 
oferece uma classificação dos fármacos que é essencial na 
prática clínica. Essa classificação leva em conta dois 
parâmetros, a afinidade da droga pelo receptor e a atividade 
intrínseca do complexo droga-receptor. 
Drogas agonistas 
As drogas, em geral, podem ser agonistas ou antagonistas. 
As drogas agonistas são drogas com afinidade pelo seu 
receptor e que apresentam atividade intrínseca, ou seja, ao 
se ligarem aos receptores elas promovem um efeito 
intracelular. As agonistas podem ser de dois principais tipos: 
●Droga agonista total: é aquela que ao se ligar ao receptor 
e promover a atividade intrínseca, promove uma resposta 
de 100% da capacidade da célula ou tecido. Quando um 
agonista total se liga a uma célula muscular por exemplo, ele 
vai desencadear uma contração máxima dessa célula. 
●Droga agonista parcial: é aquela que, independente da dose, 
ao se ligar ao receptor e promover a atividade intrínseca, 
promove uma resposta de cerca de 50 % da capacidade da 
célula ou tecido. 
*Existem também as drogas agonistas inversas, porém não serão 
abordadas agora. 
Drogas antagonistas 
Uma droga antagonista é aquela com afinidade pelo seu 
receptor e que NÃO apresenta atividade intrínseca, ou seja, 
ao se ligar ao receptor ela NÃO promove um efeito 
intracelular, apenas ocupa o receptor. Existem dois principais 
tipos de antagonismo: 
●Droga antagonista competitiva: é aquela que compete com 
qualquer substância agonista pela ligação com determinado 
receptor. Essa competição é dose dependente, com isso, a 
droga que estiver em maior concentração no tecido será 
aquela que vai se ligar mais aos receptores. 
●Droga antagonista não-competitiva: é aquela que se liga a 
receptores de uma forma muito mais estável e duradoura, 
com isso, aumentar a dose de agonista não influencia na 
ligação dela. 
*Existe também o antagonismo irreversível, porém não será 
abordado agora. 
Até agora foram descritos apenas antagonistas de 
receptores, porém existe o antagonismo que não depende 
de receptores para acontecer. Esse antagonismo se refere 
ao efeito das substâncias que será antagônico, e o 
antagonismo desse tipo pode ser químico ou fisiológico. 
Regulação de Receptores 
Quando se utiliza uma droga por um determinado tempo, 
serão desencadeados alguns efeitos nos receptores, sendo 
que os dois principais são a dessensibilização e a 
superssensibilização. Esses efeitos reguladores são 
importantes pois alteram diretamentea intensidade das 
respostas farmacológicas, que podem ser aumentadas ou 
diminuídas. As regulações são reversíveis. A medida que o 
paciente diminui o uso da droga, o tecido retorna às 
condições normais. 
●A dessensibilização, também chamada de taquifilaxia ou 
downregulation, acontece APENAS com drogas agonistas. 
Essa regulação é uma resposta fisiológica de adaptação onde 
se terá perda de receptores (eles podem internalizar e ao 
invés de ficarem na membrana vão para o citoplasma da 
célula), alteração daqueles que permanecerem (para eles 
deixarem de se ligar aos agonistas) e ainda um aumento da 
degradação metabólica do agonista. 
●A superssensibilização, também chamada de up regulation, 
acontece APENAS com drogas antagonistas pois quando elas 
se encontram em excesso o tecido identifica a perda da 
função que o agonista gerava nele, com isso vai buscar 
alternativas para que essa ação volte a acontecer, e ele faz 
isso por meio do aumento do número de receptores 
Curvas Dose-Resposta 
Essas curvas permitem avaliar o efeito máximo, que é a 
resposta máxima de cada tecido para cada quantidade de 
droga, a concentração para se produzir 50% do efeito 
máximo, avaliar a potência e a eficácia da droga, e ainda 
permite calcular o índice terapêutico. 
●Potência é a quantidade de efeito de acordo com a 
dosagem, por exemplo, as drogas A e B promovem um 
mesmo nível de redução da pressão arterial, sendo que a A 
promove essa redução com apenas 1 mg enquanto a B com 
100 mg. Com isso, se diz que a droga A é mais potente que 
a B. 
●Eficácia se refere apenas ao efeito máximo da droga. 
Considerando as drogas C e D, ambas usadas para redução 
da pressão arterial, se diz que a droga C é mais eficaz que 
a D quando independente da dose, a droga D apresenta um 
efeito máximo que corresponde a 50% do efeito máximo 
da droga C, com isso, se diz que a droga C é mais eficaz 
que a D. 
●Índice Terapêutico é o parâmetro que analisa a segurança 
de uma droga baseando-se na razão entre o valor de dose 
efetiva e da dose letal. Quanto mais baixo o IT, maior o 
potencial tóxico da droga, quanto maior o IT, maior a 
segurança da droga. 
.
Farmacocinética Clínica 
Introdução 
A Farmacocinética Clínica (PK) é o estudo da concentração 
de uma droga em diferentes espaços no corpo como 
plasma, urina, fluido cerebral e outros tecidos com o tempo. 
A PK ainda estuda a relação entre a concentração e o 
tempo de ação de uma droga como início, intensidade e 
duração da ação. 
O objetivo geral da PK é aumentar a eficácia da terapêutica 
e reduzir a toxicidade dos fármacos no paciente durante as 
terapias medicamentosas. A relação entre a farmacocinética 
e a farmacodinâmica existe, pois, a medida das 
concentrações plasmáticas de um fármaco traz a relação 
com a quantidade deste no tecido alvo. 
Parâmetros da Farmacocinética 
Tomando como exemplo um paciente que vai realizar um 
tratamento com a droga A, deve-se observar a seguinte 
tabela sabendo que posologia significa a dose que deve ser 
tomada em determinado intervalo de tempo. As setas 
amarelas indicam momentos em que se realizou coleta de 
sangue para avaliar a concentração plasmática da droga. 
Antes de detalhar as duas posologias, deve-se ter em mente 
o significado de alguns conceitos. Cmin é a concentração 
mínima de um fármaco que consegue produzir o efeito 
farmacológico desejado. Quando se administra uma dose 
abaixo do Cmin se tem a ineficácia terapêutica, que é a 
incapacidade daquela posologia produzir o efeito 
farmacológico esperado. 
Cmax é a concentração máxima na qual o fármaco vai 
apresentar o efeito farmacológico desejado sem causar 
toxicidade. Quando se administra uma dose acima do Cmax 
se tem a toxicidade, que é a produção de efeitos tóxicos a 
partir da droga, o que compromete a segurança dela. Janela 
terapêutica é o intervalo entre Cmin e Cmax onde se tem 
um efeito terapêutico sem alcançar a toxicidade que a droga 
pode oferecer quando em excesso. 
Tendo conhecimento dos termos explicados, agora deve-se 
observar as curvas das duas posologias. Observando a 
posologia A, percebe-se que conforme a administração foi 
feita, a concentração plasmática da droga chegou na janela 
terapêutica e se estabilizou ali, o que é o esperado para que 
se tenha uma eficácia terapêutica 
Observando a posologia B, por outro lado, percebe-se que 
pela dose ser muito elevada a concentração plasmática já 
atinge um nível tóxico, dessa forma não há eficácia 
terapêutica e efeitos adversos vão acontecer. 
Parâmetros de Exposição 
Além dos parâmetros descritos, existem ainda outros que 
são importantes na farmacocinética. Dentre os parâmetros 
de exposição de um fármaco pode-se mencionar o Cmax 
e a área sob a curva (ASC ou AUC), que quantifica a 
exposição relativa do indivíduo ao fármaco (quantifica a 
concentração de fármaco plasmático após um certo tempo) 
e não tem significado se for usada isoladamente. A ASC 
permite a determinação de outros parâmetros, como o de 
biodisponibilidade. 
*ACS baixa corresponde a pouco fármaco plasmático, o que 
indica elevada metabolização ou excreção por exemplo. 
Parâmetros de Distribuição 
Dentre os parâmetros de distribuição, o principal é o Volume 
de Distribuição (Vd) que expressa a relação entre a 
quantidade do fármaco (dose) no corpo e a concentração 
dele no sangue. Expressa o quanto a droga se distribui no 
organismo, o quanto é retida no meio vascular, o quanto se 
faz presente em cada tecido, etc. Na 
fórmula, D é dose, K é uma constante e 
AUC é a área sob a curva. 
Fármacos com Vd alto são aqueles que se concentram 
muito no tecido extravascular, enquanto fármacos com Vd 
baixo são retidos no compartimento vascular. Na prática, é 
importante conhecer o Vd porque se ele for muito baixo só 
é útil se o fármaco for um anticoagulante por exemplo, pois 
o local de ação dele é dentro dos vasos. 
.
Existem 4 principais padrões de distribuição de fármacos. 
Uma droga padrão 1 apresenta elevado grau de ligação 
proteica plasmática, e geralmente é muito ionizada no 
sangue. Uma droga padrão 2 geralmente tem baixo peso 
molecular. Exemplos de drogas padrão 3 são o iodo e a 
tetraciclina, ambas se distribuem pelo corpo mas apresentam 
preferência por algum tecido. Por 
fim, uma droga padrão 4 é 
representada por moléculas que 
atravessam facilmente as 
membranas. 
Observações importantes sobre o Vd: o Vd é constante para 
cada droga, doenças podem alterar o Vd assim como 
mudanças no peso corporal também podem. 
Parâmetros de Eliminação 
●O primeiro parâmetro de eliminação a ser descrito é a 
depuração (também chamada de clearance ou CL), que 
corresponde a medida de eliminação da droga que não 
considera um mecanismo ou processo específico. O CL 
corresponde a divisão entre a velocidade de eliminação do 
fármaco e a concentração dele. 
Quando se tem uma droga que é eliminada 
preferencialmente por um sistema, calcula-se o CL apenas 
daquele sistema, porém, se a droga for eliminada por vários 
sistemas deve-se calcular o CL de cada sistema e somar 
depois para se obter um CL sistêmico. 
O CL permite saber de quanto em quanto tempo o 
organismo se livra completamente do fármaco para que se 
calcule a posologia adequada para cada fármaco. 
●Outro parâmetro de eliminação muito importante é o 
tempo de meia vida, que expressa o tempo necessário para 
que a concentração plasmática do fármaco se reduza à 
metade durante uma eliminação ou infusão constante. Esse 
parâmetro permite interpretar os efeitos terapêuticos e 
tóxicos de uma droga, a duração do efeito farmacológico, o 
regime posológico adequado e a dose 
necessária para manter uma 
concentração plasmática do fármaco 
dentro da faixa terapêutica. 
●Estado de equilíbrio, também chamado de steady-state (SS) 
é o platô atingido, após algumas doses, quando o paciente 
passa a apresentar uma concentração plasmática constante. 
Para que se atinja o SS, a velocidade de administração da 
droga deve ser a mesma da velocidade de eliminação dela, 
considerando o intervalo de doses.Fármacos com meia vida curta atingem o SS rapidamente, 
enquanto fármacos com meia vida longa demoram de dias 
a semanas para atingirem o SS. 
Se baseando no SS, existem duas etapas para alcançar ele. 
A primeira é com a dose de ataque, que corresponde a dose 
que eleva imediatamente a concentração plasmática do 
fármaco até a concentração alvo. Em seguida, se administra 
a dose de manutenção, que é a dose necessária para que 
se estabeleça o SS, sendo a v. de administração igual à v. de 
eliminação. 
Biodisponibilidade e Bioequivalência 
A biodisponibilidade corresponde a fração do fármaco 
inalterado que alcança o sítio de ação ou um fluído biológico 
(como a corrente 
sanguínea) com acesso a 
esse sítio de ação. Por via 
endovenosa, a 
biodisponibilidade é sempre 
igual a um (100%), já pela via 
oral por exemplo a 
biodisponibilidade é sempre 
menor que um graças a 
absorção incompleta e ao 
efeito de primeira 
passagem. 
A necessidade de se estudar a biodisponibilidade existe, pois, 
sem conhecer ela pode-se provocar tanto intoxicações 
quanto não atingir a janela terapêutica. 
Fatores que afetam a biodisponibilidade 
Existem vários fatores que afetam a biodisponibilidade de um 
fármaco, dentre eles se pode citar fatores relacionados ao 
medicamento (como forma e fórmula farmacêutica, 
características do fármaco e o processo de fabricação) e 
fatores relacionadas ao paciente (como idade, sexo e estado 
de saúde). 
Bioequivalência 
Os medicamentos referência são aqueles feitos por 
determinados laboratórios que detém a patente desses 
medicamentos, assim como todos os estudos 
farmacocinéticos e farmacodinâmicos desse fármaco. 
Quando um laboratório deseja produzir um medicamento 
genérico de um de referência ele deve, segundo a lei, passar 
por estudos de bioequivalência para ser considerado 
bioequivalente ao medicamento de referência. Com isso, é 
mostrado que o medicamento genérico apresenta uma 
biodisponibilidade, farmacocinética e farmacodinâmica muito 
semelhantes às do medicamento referência. 
O intervalo de confiança do comportamento do 
medicamento teste em comparação com o medicamento 
referência deve ser de 90%, porém, é aceitável uma 
variação entre 80 e 125%. 
.
Famílias de Receptores 
Introdução 
Ao estudar as famílias de receptores é importante conhecer 
seus mecanismos de transdução (cadeia de eventos gerados 
na célula para produzir uma resposta à droga) e os eventos 
bioquímicos desencadeados na célula. Quando uma droga 
agonista se liga a um receptor, ela muda a conformação dele 
e transmite um sinal para o interior da célula, a partir do qual 
se geram eventos que desencadeiam as respostas 
esperadas. 
Existem 4 grandes famílias de receptores, sendo que 3 são 
de receptores de membrana e uma que compreende 
receptores intracelulares (podem ser citoplasmáticos ou 
nucleares). Os receptores de membrana também são 
chamados de receptores transmembrana pois geralmente 
são formados por estruturas que atravessam a membrana 
celular. Serão abordadas apenas duas famílias, os receptores 
do tipo canal iônico e os receptores acoplados à proteína G. 
Receptores Ligados a Canais Iônicos 
Também chamados de receptores tipo canal iônico, ou 
receptores ionotrópicos, são receptores formados por um 
conjunto de proteínas oligoméricas dispostas ao redor de 
um canal iônico. Quando um agonista se acopla a esse tipo 
de receptor, ele vai provocar a entrada ou saída de íons da 
célula. 
Esses receptores geralmente participam das 
neurotransmissões, determinam as respostas mais rápidas 
dentro da farmacologia, sendo que o tempo entre a ligação 
da droga e a abertura do canal é de milissegundos. Os 
principais exemplos desses receptores são o nAch e o 
GABAa. É importante saber que os exemplos que serão 
explicados não são os únicos com o funcionamento que será 
descrito, mas são os principais. 
Receptor nicotínico colinérgico (nAch) 
Também chamado de receptor nicotínico da acetilcolina, é 
um importante exemplo de receptor tipo canal iônico. O 
agonista desse receptor vai ser a acetilcolina endógena, 
porém existem drogas exógenas que podem se ligar a esse 
receptor também. 
O receptor nAch é um receptor tipo canal de sódio e é 
formado por 5 subunidades, sendo duas delas subunidades 
alfa, nas quais o agonista se acopla. Quando o agonista se liga 
nessas subunidades, é promovido um influxo de sódio para 
o interior da célula e isso vai desencadear uma 
despolarização celular. A resposta gerada pela acetilcolina 
nesses receptores é uma resposta excitatória então. 
Na prática, se identifica esses receptores na musculatura 
estriada esquelética. Quando a acetilcolina se combina com 
esses receptores, os canais de sódio se abrem, o sódio entra 
na célula e despolariza ela. Como a resposta obtida é 
excitatória, será provocada uma contração da musculatura. 
GABAa 
O receptor GABAa é um receptor do tipo canal de cloro, 
dessa forma, quando o agonista que é o neurotransmissor 
GABA (é o principal neurotransmissor inibitório do SNC) se 
liga a esse receptor, será promovido um influxo de cloro 
para o interior da célula e, consequentemente, será 
provocada uma hiperpolarização celular. Pode-se dizer então, 
que o agonista aqui provoca uma resposta inibitória. 
Receptores Ligados à Proteína G 
Também chamados de receptores acoplados à proteína G, 
ou receptores metabotrópicos pois na maior parte dos 
casos, quando o agonista se acopla a eles, a resposta gerada 
será a alteração em uma etapa bioquímica do metabolismo 
celular. Eles representam a maior família de receptores e a 
de maior ocorrência no organismo (mais da metade dos 
receptores são dessa família). Os exemplos de receptores 
acoplados à proteína G são o mAch e os adrenorreceptores. 
A proteína G é uma proteína de membrana que é formada 
por três subunidades (alfa, beta e gama), sendo que a 
subunidade alfa possui atividade GTPase. Existem vários tipos 
de proteína G (os principais são a proteína Gi, proteína Gs 
e proteína Gq), sendo que elas interagem com vários tipos 
de receptores e controlarão diferentes efetores. 
*Os tipos de proteína G variam de acordo com o tipo de 
subunidade alfa presente nela. Uma proteína Gs, tem uma 
subunidade alfa s em sua composição por exemplo. 
Quando o agonista se acopla ao receptor, ele muda sua 
conformação e isso vai ativar a proteína G. A subunidade alfa 
se dissocia das outras e uma cascata de eventos é 
desencadeada na célula, o que vai formar mensageiros que 
são importantes pois eles que determinam quais proteínas 
serão ativadas ou inibidas para se obter a resposta desejada. 
.
*É importante ter em mente que as drogas exógenas que 
atuam nos receptores imitam os agonistas endógenos 
Efetores controlados pela proteína G 
Como já foi dito, após a ligação do agonista no receptor, a 
subunidade alfa se desacopla das outras e vai ativar um 
sistema enzimático efetor na célula. Existem dois principais 
sistemas efetores controlados por proteína G, ambos 
podendo ser ativados ou inibidos por ligantes farmacológicos, 
e que vão provocar a formação de mensageiros ou reduzir 
a quantidade deles. Os dois sistemas mencionados são a via 
da adenilato ciclase e a via da fosfolipase. 
●Via da adenilato ciclase: A adenilato ciclase (AC) quando 
ativada, converte o ATP intracelular em AMP cíclico (cAMP 
ou AMPc) que é o mensageiro intracelular responsável por 
ativar várias proteínas do tipo quinase, além de fosforilar 
várias enzimas, transportadores e outras proteínas. A 
intensidade de resposta será determinada pela quantidade de 
AMPc formado. Quando o agonista provoca uma inibição da 
via da AC, há uma diminuição da concentração de AMPc e 
isso vai provocar efeitos específicos dependendo do 
agonista. 
Um exemplo dessa via está na musculatura lisa bronquiolar. 
Há um receptor beta 2 adrenérgico que, quando ligado a um 
agonista (como a adrenalina ou um broncodilatador como o 
salbutamol), muda sua conformação, isso ativa a proteína Gs 
que vai ter sua subunidade alfa s se desligando das outras. Asubunidade alfa vai ativar o sistema efetor do tipo adenilato 
ciclase que vai formar o AMPc. O aumento da concentração 
de AMPc vai provocar o relaxamento da musculatura lisa e 
provocar uma broncodilatação. 
Outro exemplo dessa via está na musculatura cardíaca. Há 
um receptor beta 1 adrenérgico que, quando ligado a um 
agonista (como a adrenalina), muda sua conformação, isso 
ativa a proteína Gs que vai ter sua subunidade alfa s se 
desligando das outras. A subunidade alfa vai ativar o sistema 
efetor do tipo adenilato ciclase que vai formar o AMPc. O 
aumento da concentração de AMPc acaba por desencadear 
a abertura de canais de cálcio na membrana celular, isso vai 
provocar aumento da força de contração do coração e 
aumento da frequência cardíaca. 
Na musculatura cardíaca existe um receptor muscarínico 2 
colinérgico que, quando ligado a um agonista (como a 
acetilcolina), muda sua conformação, isso ativa a proteína Gi 
(ou G0) que vai ter sua subunidade alfa i se desligando das 
outras. A subunidade alfa vai inibir o sistema efetor do tipo 
adenilato ciclase, o que vai reduzir a concentração de AMPc 
e, com isso, provoca a abertura de canais de potássio (sai da 
célula) e o fechamento de canais de cálcio, com isso, há uma 
hiperpolarização das células. 
Outro exemplo de inibição acontece na pré-sinapse dos 
neurônios onde existe um receptor alfa 2 adrenérgico que, 
quando ligado a um agonista muda sua conformação, isso 
ativa a proteína Gi (ou G0) que vai ter sua subunidade alfa i 
se desligando das outras. A subunidade alfa vai inibir o sistema 
efetor do tipo adenilato ciclase, o que vai reduzir a 
concentração de AMPc e, com isso, provoca a abertura de 
canais de potássio (sai da célula) e o fechamento de canais 
de cálcio, isso provoca diminuição da síntese e liberação do 
neurotransmissor do neurônio pré-sináptico. 
●Via da fosfolipase C: a fosfolipase C quando ativada, catalisa 
a formação de dois mensageiros, o trifosfato de inositol (I P3) 
e o diacilglicerol (DAG). O I P3 é um mensageiro que aumenta 
a concentração intracelular de cálcio, com o aumento da 
concentração de cálcio intracelular são desencadeados 
vários eventos, como a contração, secreção, ativação 
enzimática e despolarização de membrana. O DAG, por 
outro lado, ativa proteínas quinases C responsáveis por 
controlar diversas funções celulares. 
Um exemplo dessa via acontece no músculo liso dos vasos 
sanguíneos, onde existe um receptor alfa 1 adrenérgico. 
Quando o agonista (como a adrenalina) se liga a esse 
receptor, ele muda sua conformação e isso ativa a proteína 
Gq, que vai ter sua subunidade alfa q se desligando das outras. 
A subunidade alfa vai ativar o sistema efetor do tipo 
fosfolipase C, que vai formar I P3 e DAG. O I P3 age no 
retículo endoplasmático promovendo liberação do cálcio 
(atua como um mensageiro nessa via) armazenado nessa 
organela para o citoplasma, isso vai desencadear aumento da 
concentração de cálcio intracelular 
Resumo 
●Um receptor acoplado a proteína Gs ativa o sistema 
enzimático efetor da adenilato ciclase, o que leva ao aumento 
da concentração de AMPc intracelular. Se o tecido com o 
receptor for músculo liso se terá um relaxamento, se for 
músculo cardíaco se terá contração, se for em glândulas se 
tem um aumento da secreção, se for em neurônios há um 
aumento da liberação de neurotransmissores. 
●Um receptor acoplado a proteína Gi inibe o sistema 
enzimático efetor da adenilato ciclase, o que leva a uma 
diminuição da concentração de AMPc intracelular. Os efeitos 
nos tecidos serão exatamente o contrário dos descritos 
acima, com excessão da musculatura lisa que não tem esse 
tipo de receptor. 
●Um receptor acoplado a proteína Gq ativa o sistema 
enzimático efetor da fosfolipase C, o que leva a um aumento 
da concentração de I P3 e DAG intracelular. Se o tecido com 
o receptor for músculo liso se terá contração, se for 
músculo cardíaco se terá contração, se for em glândulas se 
tem um aumento da secreção, se for em neurônios há um 
aumento da liberação de neurotransmissores. 
.
Noções de Antiparkinsonianos 
Introdução 
A dopamina tem grande participação na via nigroestriatal, 
vias mesolímbicas, vias mesocorticais e no sistema túbero-
hipofisário. A via nigroestriatal é a mais relevante na doença 
de Parkinson, ela envolve cerca de 75% da dopamina no 
cérebro e consiste em corpos celulares presentes na 
substância negra. As vias mesolímbicas se dirigem para a 
área tegmental ventral, então a dopamina aqui tem grande 
participação nos sentimentos de prazer e recompensa. As 
vias mesocorticais se projetam até o córtex frontal, por isso 
a dopamina tem participação importante no foco e atenção. 
Por fim, no sistema túbero-hipofisário a dopamina exerce 
ação moduladora na liberação de alguns hormônios. 
Doença de Parkinson 
Na doença de Parkinson, há uma diminuição dos neurônios 
dopaminérgicos na substância negra que compõe a via 
nigroestriatal. Esse é um dos principais fatores que levam ao 
desenvolvimento dessa doença, e ele pode ser 
desencadeado por mecanismos de estresse oxidativo, 
aumento de produtos tóxicos nos neurônios dopaminérgicos 
e por influência genética (tanto por genes dominantes e 
recessivos como por hereditariedade). É importante lembrar 
que os sintomas da doença só aparecem após a perda de 
70% dos neurônios dopaminérgicos da substância negra. 
Neurotransmissão Dopaminérgica 
O grande papel dos neurônios dopaminérgicos da 
substância negra está no papel inibitório da dopamina sobre 
o tálamo e globo pálido. Na doença a inibição é reduzida e 
as neurotransmissões excitatórias colinérgica e 
glutamatérgica são aumentadas. 
Um neurônio dopaminérgico sintetiza a dopamina a partir do 
aminoácido tirosina, que é captado por transportadores e, 
dentro do neurônio, passa pelo processo enzimático para se 
tornar dopamina. A primeira enzima desse processo é a 
tirosina-hidroxilase, que limita a síntese de dopamina e todas 
as outras catecolaminas, com isso qualquer droga que iniba 
essa enzima impede a produção da dopamina. Após a ação 
da primeira enzima a tirosina se torna L-DOPA que, sofre 
ação da enzima dopamina-descarboxilase e se torna 
dopamina. 
A dopamina é armazenada em vesículas e, após um 
estímulo, a vesícula é encaminhada para a membrana celular 
onde ela se funde e libera a dopamina por exocitose. Na 
fenda sináptica, a dopamina pode se ligar a receptores pós-
sinápticos, sendo que na via nigroestriatal os principais são o 
D1 e o D2. Outro caminho que a dopamina pode seguir é se 
ligar a receptores pré-sinápticos, pode ser recaptada (pelos 
transportadores DAT) ou inativada (degradação realizada 
pelas enzimas MAO e COMT). 
Tratamento para o Parkinson 
No Parkinson, há uma diminuição da quantidade de neurônios 
produtores de dopamina, com isso os níveis de dopamina 
diminuem e a primeira alternativa para o tratamento é a 
administração de dopamina. Essa alternativa não foi eficaz 
pois quando a dopamina é administrada como medicamento 
ela deve atravessar a barreira hematoencefálica para chegar 
ao SNC e atuar nos seus receptores, e a dopamina é uma 
substância que não atravessa a barreira hematoencefálica. 
A outra alternativa encontrada foi o uso da levodopa (que é 
até hoje o esquema terapêutico básico do Parkinson) que 
corresponde à L-DOPA. A L-DOPA é capaz de atravessar a 
barreira HE, e no SNC ela é convertida (pela dopamina 
descarboxilase) em dopamina, que vai realizar toda a sua 
função já descrita. A falha desse tratamento está na 
presença da dopamina descarboxilase fora do SNC, com isso 
a L-DOPA se torna dopamina fora do SNC e isso provoca 
todos os efeitos colaterais do tratamento anterior. 
A levodopa é administrada via oral, sofre interferência de 
alimentos (principalmente proteínas) e o grande problema 
dela é a ação da dopamina descarboxilase periférica, o que 
faz com que apenas 1% da levodopa atravesse a barreira HE. 
Os efeitos adversos produzidos são náuseas, hipotensão, 
psicoses e complicações motoras (flutuações e discinesias).A solução encontrada para esse tratamento promissor é o 
uso da carbidopa associada a levodopa. A carbidopa é a 
substância que inibe a dopamina descarboxilase periférica 
permitindo que a levodopa penetre a barreira HE e realize a 
terapêutica esperada. A carbidopa não atravessa a barreira 
HE, com isso não vai inibir a dopamina descarboxilase central. 
A carbidopa aumenta a biodisponibilidade da L-DOPA. 
A levodopa + carbidopa pode ser encontrada em 
preparações de liberação rápida (tem limitações pois há um 
pico de levodopa seguido de uma queda muito rápida) ou 
preparações de liberação prolongada, são melhores por 
diminuírem as flutuações na concentração plasmática de 
levodopa, diminuírem os efeitos adversos periféricos 
(principalmente as náuseas) e os efeitos de melhora e piora 
(wearing off) 
Para melhorar ainda mais o tratamento, se associou às duas 
substâncias já descritas o entacapone, que vai inibir a COMT 
(enzima periférica e central que degrada dopamina) 
principalmente periférica, com isso prolonga a 
biodisponibilidade de L-DOPA e dopamina para o SNC. Para 
inibir a COMT central se usa tolcapona, pois o entacapone 
quase não age no SNC.

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