Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Taynah Pinheiro | TVC | Medicina Hipoglicemiante� RELEMBRANDO: - O aumento da glicemia induz a secreção de insulina. A glicose VO induz a secreção de dos hormônios incretinas pelo intestino, o que promove a secreção de insulina. - O glucagon se opõe aos efeitos da insulina, aumentando a glicemia e estimulando a degradação de proteínas no músculo. - A somatostatina inibe a secreção de insulina e de glucagon. ● LIBERAÇÃO DE INSULINA 1. Nas células beta pancreáticas (que são as responsáveis pela produção e liberação da insulina), há canais de potássio sensíveis ao ATP. Taynah Pinheiro | TVC | Medicina 2. Quando a glicose presente na corrente sanguínea chega à célula beta e se liga ao GLUT-2 (transportador de superfície de membrana), ela será transportada para o interior celular e sofrerá o metabolismo, resultando em ATP. 3. O aumento de ATP nas células beta inibe os os canais de potássio sensíveis ao ATP, o que causará acúmulo de potássio intracelular. 4. O acúmulo de potássio intracelular irá causar a despolarização da membrana celular. 5. Com a despolarização celular, os canais de cálcio que são voltagem dependentes ficarão abertos, permitindo o influxo de cálcio para o meio intracelular. 6. Com o aumento de cálcio intracelular, ocorre estimulação da secreção de insulina (mobilização das vesículas contendo insulina). ● Diabetes Mellitus tipo 1 - Previamente conhecido como diabetes melito insulinodependente (DMID) ou diabetes de início juvenil, em que há uma insuficiência absoluta de insulina. - Insulinoterapia + medidas não farmacológicas ● Diabetes Mellitus tipo 2 - Previamente conhecido como diabetes melito insulinodependente (DMID) ou diabetes de início juvenil, em que há uma insuficiência absoluta de insulina - Dieta e exercícios; - Antidiabéticos em monoterapia; - Antidiabéticos associados; - Antidiabéticos + insulina Taynah Pinheiro | TVC | Medicina FÁRMACOS HIPOGLICEMIANTES 1. Secretagogos de Insulina (hipoglicemiantes) a. Sulfonilureia (ex.: glibenclamida, glicazida) b. Metiglinidas (ex.: repaglinida) c. Incretinomiméticos (ex.: vildagliptina) d. Inibidores da DPP IV (ex.: vildagliptina) 2. Sensibilizadores de insulina (anti-hiperglicemiantes) a. Biguanidas (ex.: metformina) b. Tiazolidinedionas (ex.: pioglitazona) 3. Moduladores da absorção de nutrientes no TGI a. Inibidores da alfa-glicosidase intestinal (ex.: acarbose) 4. Inibidores da SGLT2(promovem glicosúria) a. Dapagliflozina b. Empagliflozina c. Canagliflozina Taynah Pinheiro | TVC | Medicina 1. SECRETAGOGOS DE INSULINA (HIPOGLICEMIANTES) SULFONILUREIAS ➔ Mecanismo de ação: causam inibição dos canais de potássio sensíveis ao ATP presentes nas células beta do pâncreas. O bloqueio da ativação dos canais KATP pelas sulfonilureias causa despolarização das células beta, entrada de Ca2+ e secreção de insulina ➔ Fármacos: - Primeira Geração: clorpropamida (diabinese) e tolbutamida. Esses fármacos possuem longo período de ação, o que causa hipoglicemia nos pacientes. (pode causar hipoglicemia especialmente em pacientes idosos, pois nesses pacientes, a função renal normalmente é declinada). - Exerce ação semelhante à do hormônio antidiurético sobre o néfron distal, produzindo hiponatremia (baixa concentração de sódio no sangue) e intoxicação hídrica. - Segunda Geração: glibenclamida e glipizida. Possuem menor tempo de ação do que as sulfonilureias de primeira geração. OBS: glibenclamida tem rápido efeito de ação e por isso, alto risco de causar hipoglicemia (disfunção renal), porém pouco atravessa a placenta, sendo uma escolha alternativa à insulina em gestantes. Taynah Pinheiro | TVC | Medicina ➔ Uso Clínico: em pacientes com DM2 nas fases iniciais (presença de células beta) com 50 a 80% de resposta em pacientes selecionados. - Controle da glicemia em jejum e de 24 h. - Alto potencial de redução de hemoglobina glicada. ➔ Contraindicação - DM1 - Gravidez e lactação: atravessa a placenta e está presente no leite materno. - Primeira geração: não usar em pacientes com insuficiência renal e insuficiência hepática. - Não devem ser utilizadas, ou utilizadas com muita cautela, em pacientes com perda significativa de função renal. ➔ Farmacocinética Taynah Pinheiro | TVC | Medicina - Esses fármacos possuem boa absorção V.O. - Alimentos interferem na absorção. - É eliminada na urina, de modo que sua ação está aumentada e prolongada nos idosos e nos pacientes portadores de doença renal. ➔ Efeitos Adversos - Hipoglicemia: principalmente com os fármacos de longa duração como a clorpropamida e a glibenclamida, e as menores incidência ocorrem com a tolbutamida. Cuidado com idosos e pessoas incapacitantes, já que esses pacientes é mais difícil identificar se eles estão tendo hipoglicemia - podem fazer uso de outros medicamentos que irão mascarar os sintomas da hipoglicemia, como o aumento dos batimentos cardíacos (mascarado pelo uso de beta-bloqueadores). - Aumentam o apetite e a massa corporal (cuidado com pacientes obesos). - 3% com sintomas do TGI (náuseas e vômitos). - Icterícia colestática, erupções cutâneas. - Raramente, lesão medula óssea (agranulocitose, anemia aplástica), anemia hemolítica. - Aumento da mortalidade cardiovascular? ➔ Interações Medicamentosas Taynah Pinheiro | TVC | Medicina METIGLINIDAS ➔ Mecanismo de Ação: semelhante ao das sulfoniluréias (bloqueio dos canais de potássio dependentes de ATP). Porém, as metiglinidas tem rápido início de ação e duração curta, possuindo baixo risco de causar hipoglicemia. Por isso, são considerados menos potentes que as sulfoniluréias. Diferentemente da glibenclamida, esses fármacos são relativamente seletivos para os canais KATP presentes nas células beta em detrimento dos KATP no M. liso vascular. OBS: não devem ser associados às sulfoniluréias. ➔ Fármacos: repaglinida (+potente) e nateglinida. - Menor tempo de ação que as sulfoniluréias, cobrindo principalmente o período pós-prandial. - Redução de 1% da HbA1c com a nateglinida e de 1,5 a 2% com a repaglinida. ➔ Farmacocinética: bem absorvidos V.O, adm. antes das refeições; metabolizado pela CYP3A4 (90%) E RENAL (10%). Excreção pela bile. ➔ Efeitos Colaterais: - HIPOGLICEMIA (baixo risco devido ação rápida e de curta duração); - Aumento de massa corporal ➔ Interações Medicamentosas: - Fármacos que inibem CYP3A4: itraconazol, fluconazol, eritromicina e claritromicina. ↑ efeito hipoglicemiante da repaglinida - Fármacos que induzem CYP3A4: barbitúricos, carbamazepina e rifampicina ↓efeito hipoglicemiante da repaglinida INCRETINOMIMÉTICOS ● GLP-1 / Incretina - Peptídeo semelhante ao Glucagon - Secretado no intestino (íleo, cólon e porções proximais) após as refeições; - ↑secreção de insulina antes da glicose ser absorvida e atinja as células da ilhota pelo sangue que circula no sistema porta; - Inibe secreção de glucagon; - ↓esvaziamento gástrico e retarda absorção do alimento; - Altera o apetite aumentando a saciedade; - Efeito inibido pela enzima DPP-4 (dipeptidil peptidase-4): degrada GLP-1. Taynah Pinheiro | TVC | Medicina ➔ Mecanismo de Ação: são miméticos das incretinas. Análogos do hormônio incretina GLP-1 e atuam como agonistas do receptor GLP-1. Os agonistas do GLP-1 diminuem a glicose no sangue após uma refeição pois aumentam a secreção de insulina, suprimem a secreção de glucagon e atrasam o esvaziamento gástrico. Além disso, reduzem a ingestão de alimentos pelo efeito de saciedade. ➔ Fármacos: Exenatida (Byetta®) 1. Mimetiza o efeito da GLP-1; 2. Injeção SC 2x/dia, antes das refeições; 3. Liberação lenta: 1x/semana; 4. Utilizada em associação com metformina, sulfoniluréia ou até insulina basal; 5. Clearance renal; 6. [plasmática] mensurável por aprox. 10 h após injeção. Liraglutida (Victosa®) 1. Agonista GLP-1 2. Injeção SC 1x/dia. 3. Mais eficiente que exenatida; 4. [plasmática] máx. 8-10 h após injeção. ➔ Uso Clínico - Diabetes Mellitus tipo 2; - Diminuem glicose pós prandialpor aumentar insulina, diminuir glucagon, atraso no esvaziamento gástrico, aumenta a saciedade (efeito no SNC); - Modesta diminuição do peso (2,5-4Kg); - Reduzem acúmulo de gordura hepática. ➔ Contra Indicação - Diabetes Mellitus tipo 1; - Pode dar hipoglicemia (principalmente se associada a sulfoniluréia); - TGI (náusea, vômitos); - Pancreatite é menos comum, mas grave. Taynah Pinheiro | TVC | Medicina INIBIDORES DA DPP IV ➔ Fármacos (Gliptinas): sitagliptina, vildagliptina, saxagliptina, linagliptina. ➔ Mecanismo de Ação: são fármacos sintéticos que inibem competitivamente a DPP-4. Desse modo, diminuem a glicose no sangue ao potencializar as incretinas endógenas (GLP-1 e GIP), que estimulam a secreção de insulina. ➔ Farmacocinética: são absorvidas pelo intestino e administradas 1 vez/dia por via oral. São eliminadas parcialmente por excreção renal e também são metabolizadas pelas enzimas hepáticas CYP. ➔ Efeitos Adversos: efeitos gastrintestinais leves, doença hepática, insuficiência cardíaca. Preocupação de que possam atuar como potenciadores tumorais. ➔ Uso Clínico: diabetes tipo 2. 2. SENSIBILIZADORES DE INSULINA (ANTI-HIPERGLICEMIANTES) BIGUANIDAS ➔ Mecanismo de Ação: ativação da proteína quinase ativada por AMP (AMPK), que no duodeno desencadeia a liberação de GLP-1. - Inibição da gliconeogênese (hepática), síntese de ácidos graxos e colesterol; - Melhora captação de glicose pelo músculo periférico; - Aumenta atividade do receptor insulina; - Reduz níveis séricos de lipídeos; - Diminuição do peso corporal; - Redução da absorção de carboidratos pelo intestino; ➔ Fármaco: metformina. ➔ Aspectos Farmacocinéticos: a metformina tem meia-vida de cerca de 3 horas e é eliminada inalterada na urina. ➔ Efeitos Adversos: distúrbios gastrintestinais; acidose láctica; não deve ser administrada em pacientes com insuficiência renal ou hepática (pois estão mais suscetíveis a desenvolverem a acidose láctica). ➔ Uso Clínico: Tratamento de pacientes portadores de diabetes tipo 2, síndromes que acompanham a resistência à insulina (síndrome dos ovários policísticos, diabetes gestacional). Taynah Pinheiro | TVC | Medicina TIAZOLIDINADIONAS (GLITAZONAS) ➔ Mecanismo de Ação: ligam-se a um receptor nuclear denominado receptor-γ ativado por proliferadores de peroxissomo (PPAR, do inglês peroxisome proliferator-activated receptor-γ ), o qual forma um complexo com o receptor de retinoide X, e estimula a transcrição do gene do GLUT-4 e HDL. ➔ Fármaco: pioglitazona (único fármaco dessa classe que continua sendo utilizado). ➔ Farmacocinética: início lento e ação máxima alcançada ocorre apenas com 1 a 2 meses após o início do tratamento. ➔ Efeitos Adversos: risco aumentado de insuficiência cardíaca, fraturas ósseas, edema e ganho de peso. ➔ Uso Clínico: efeito aditivo com outros antidiabéticos orais em termos de efeito de glicemia. 3. MODULADORES DA ABSORÇÃO DE NUTRIENTES NO TGI INIBIDORES DA α- GLICOSIDASE ➔ Mecanismo de Ação: inibição da α-glicosidase intestinal, causando assim, o retardo da absorção de carboidratos, reduzindo a elevação da glicemia pós-prandial. ➔ Fármaco: acarbose, miglitol, voglibose. ➔ Uso Clínico: utilizada em pacientes com DM tipo 2 cuja doença é controlada de maneira inadequada com a dieta ou sem outros agentes. ➔ Efeitos Adversos: flatulência, fezes amolecidas ou diarreia, dor abdominal e sensação de plenitude. 4. INIBIDORES DO TRANSPORTADOR DA GLICOSE (SGLT2) - PROMOVEM GLICOSÚRIA ➔ Mecanismo de Ação:s inibidores SGLT2 atuam promovendo a excreção de glicose para a urina, reduzindo a concentração de glicose circulante. A glicosúria resultante está associada a diurese osmótica e excreção de sal. Taynah Pinheiro | TVC | Medicina ➔ Fármacos: canagliflozina, dapagliflozina e empagliflozina. OBS: esses agentes têm um efeito limitado ou não têm efeito em pacientes com doença renal crônica. ➔ Efeitos: melhoras nas concentrações de glicose em jejum e pós prandial, além de uma redução significativa na hemoglobina glicada. O efeito diurético osmótico e a perda calórica conduzem também a uma redução na PAS e no peso corporal. ➔ Farmacocinética: são absorvidos rapidamente, com um pico para concentrações plasmáticas menor que 2h. Tem forte ligação às proteínas plasmáticas. ➔ Efeitos Adversos: aumento de de infecções urinárias e fúngicas. Hipotensão, desidratação. ➔ Uso Clínico: uso no tratamento de DM 2, em combinação com a insulina ou não. Por ser de baixo risco para hipoglicemia, são indicados para pacientes com risco da mesma.
Compartilhar