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Neoplasias do Esôfago

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1 ESPECIALIDADES CLÍNICAS E CIRÚRGICAS 
NEOPLASIAS DO ESÔFAGO | MARIA RITA KAPRITCHKOFF-T3 
Câncer do Esôfago 
Epidemiologia 
▪ 8º câncer mais frequente no mundo 
• 604.1000 casos 
▪ 6º câncer mais letal 
• 544.076 mortes 
➔No Brasil 
▪ 10.363 casos (2020) 
▪ 9.786 óbitos pela doença 
 
▪ Em regiões de alto risco 
• 90% carcinoma de células escamosas 
▪ Regiões de baixo risco (OCIDENTE) 
• 60% adenocarcinomas 
 
Fatores de Risco 
▪ Tabagismo 
▪ Consumo de álcool 
• Risco cumulativo 
▪ Dieta 
• Conservas 
• Líquidos quentes 
▪ Síndromes hereditárias 
• Cowden: PTEN 
• Peutz-Jeghers 
• Tilose – RHBDF2 
▪ DRGE 
• Esôfago de Barret 
▪ Obesidade 
▪ Acalasia 
Patologia 
 
• Carcinoma de células escamosas: 
nichos de células tumorais com 
diferenciação escamosa abaixo da 
lâmina própria. Mitoses atípicas. 
• Lesão mais plana e ulcerada 
 
• Adenocarcinoma esofágico: epitélio 
escamoso estratificado. Mesma 
conformação do Barret com displasia, 
a diferença é a invasão da lâmina 
própria. Necrose associada e mitoses 
atípicas. 
• Lesão de aspecto polipóide → TGE 
 
 
2 ESPECIALIDADES CLÍNICAS E CIRÚRGICAS 
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Quadro Clínico 
▪ DISFAGIA 
• Normalmente progressiva 
▪ Perda de peso 
▪ Odinofagia 
• Deglutição dolorosa 
▪ Rouquidão 
• Compressão do laríngeo recorrente 
▪ Dor torácica 
▪ 90% dos pacientes são sintomáticos ao 
diagnóstico 
• Disfagia 
• Perda de peso 
• Odinofagia (20% dos casos) 
Diagnóstico 
▪ História clínica 
▪ EDA 
• Adenocarcinoma: lesão distal 
• Carcinoma de células escamosas: 
placa endurecida/esbranquiçada 
Estadiamento 
 
▪ Tis: carcinoma intraepitelial 
▪ Carcinoma in situ = respeita a lâmina 
própria 
• Invasor: invade lâmina própria 
▪ Invasão de estruturas não ressecáveis: 
principal → aorta, corpo vertebral e traqueia 
• No esôfago cervical → carótida 
 
 
 
Exames Para Estadiamento 
▪ TC de tórax e TC de abdome total 
(superior): quase 100% de acurácia no 
diagnóstico de doença metastática 
• Não consegue estadiar 
adequadamente tanto o T quando N 
 
 
 
3 ESPECIALIDADES CLÍNICAS E CIRÚRGICAS 
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▪ Ultrassom endoscópico 
• 85% de acurácia para T 
• 75% de acurácia para N 
• Possível fazer biópsia 
▪ PET-CT 
• Upstaging em até 15% dos pacientes 
▪ Todo paciente portador de câncer de 
esôfago deve ser submetido a pelo menos 
um TC abdome total superior 
• Paciente não metastático pode ser 
candidato a tratamento cirúrgico → 
fazer ULTRA ENDOSCÓPICO E PET 
 
• Seta 1: linfonodo discretamente 
hiperecogênico 
• Seta 2: linfonodo maior, 
hipoecogênico e aspecto mais 
arredondado (linfonodo globoso) = 
CÂNCER (DISSEMINAÇÃO) 
→ PET 
 
▪ Tomografia com contraste radioativo 
(glicose -FDG), células tumorais sinérgicas à 
glicose → contraste se concentra na célula 
• Áreas de alto metabolismo são 
positivas no PET 
▪ PET tem limite de detecção, lesões abaixo 
de 1cm podem não ser detectadas 
➔ Indicações para laparoscopia diagnóstica 
▪ Lesões T3 e T4 potencialmente ressecáveis 
▪ Tumores de TEG (Siewert II e III) 
▪ Suspeita de disseminação peritoneal 
• Já no exame de imagem 
Anatomia 
 
▪ O esôfago cervical estende-se do esfíncter 
esofágico superior até a abertura torácica 
superior. 
▪ O esôfago torácico superior estende-se da 
abertura torácica superior até a veia ázigos. 
▪ O esôfago mediotorácico estende-se da 
margem inferior da veia ázigos até a veia 
pulmonar inferior. 
 
 
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▪ O esôfago torácico inferior estende-se da 
margem inferior da veia pulmonar inferior até 
a junção gastroesofágica. 
➔ Tumores da transição esôfago-gástrica 
(TEG) tem classificação própria 
• Classificação de Siewert 
 
▪ Tipo I: 5cm -1 cm acima da linha Z (junção 
escamo-colunar, estrutura endoscópica) 
▪ Tipo II: da junção específico, 1 cm à cima 
até 2 abaixo da linha Z 
▪ Tipo III: tumores do cardia, 2-5 cm abaixo 
da linha Z 
Tratamento 
▪ Depende do estadiamento e da 
localização da lesão ➔ QUEM NÃO SABE 
ESTADIAR NÃO SABE TRATAR 
Tumores do Esôfago Cervical 
▪ Tratamento semelhante a tumores de 
cabeça e pescoço 
▪ Quimioterapia (toda semana) 
concomitante à radioterapia (todo dia) 
• Cisplatina + 5-FU: sensibilização da 
lesão à radioterapia 
• 50,4 Gy (28X 1,8Gy) → dose da 
radioterapia 
 
Tumores do Esôfago Torácico e Abdominal 
▪ Lesões T1a 
• Ressecção endoscópica 
o Sobrevida em 5 anos de 98% (Ell 
et al, 2007) 
▪ Pacientes de baixo risco: 
sem invasão vascular 
linfática e com lesões 
abaixo de 2 cm 
• Esofagectomia 
▪ Lesões T2 N (qualquer) M0 
• Esofagectomia 
o Trans-hiatal 
o Transtorácica 
HOJE: TRATAMENTO NEOADJUVANTE E 
POSTERIORMENTE CIRÚRGIA 
▪ Lesões irressecáveis ou metastáticas 
• Quimioterapia + radioterapia 
definitivos 
• Radioterapia paliativa 
• Próteses esofágicas 
Tratamento Adjuvante 
▪ Indicado para pacientes com doença 
residual após tratamento neoadjuvante na 
peça da esofagectomia 
• Nivolumab (anti-PDL1) a cada 2 
semanas por 16 semanas 
GIST do Esôfago 
▪ Tumores estromais gastro-intestinais 
• Originários das células de Cajal 
o Marcapasso intestinal 
▪ Mais frequente no estômago e no intestino 
delgado 
▪ Células de Cajal: retransmitir estímulos 
nervosos do plexo mioenrético para as 
células da musculatura lisa 
 
 
 
5 ESPECIALIDADES CLÍNICAS E CIRÚRGICAS 
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Células monótonas, de morfologia fusiforme, 
grau de atípia variável 
 
Coloração por imuno-histoquímica: 
anticorpo específico para o CD117 → na 
presença de receptor = escurece 
Diagnóstico 
▪ Ultrassom endoscópico com biópsia por 
agulha fina 
Tratamento 
▪ Observação: 
• GIST <2cm 
• Assintomático 
▪ Ressecção endoscópica → 
preferencialmente, lesões de até 5cm 
▪ Esofagectomia 
Neoplasias Benignas do Esôfago 
Tumor de Células Granulares 
▪ Origem nas células de Schwann 
• Proliferação benigna associada à 
fibroblastos 
▪ 1% das lesões esofágicas 
▪ 11% múltiplos 
Diagnóstico 
▪ Endoscopia digestiva alta 
▪ Ultrassonografia endoscópica: lesões tem 
normalmente margens regulares e surgem na 
primeira e segunda camadas ecográficas. 
 
Tratamento 
▪ Depende da sintomatologia 
▪ Paciente sintomático ou suspeita de 
possível malignidade ➔ ressecção 
endoscópica 
 
Leiomiomas 
▪ Lesão benigna mais comum do esôfago 
• Esôfago médio e distal 
• Musculatura lisa 
▪ 2 homens: 1 mulher 
▪ Origem na camada muscular própria 
• Geralmente encontrados no esôfago 
médio a distal 
Diagnóstico 
▪ EUS 
• Lesão hipoecóica originada na 4ª 
camada 
 
 
6 ESPECIALIDADES CLÍNICAS E CIRÚRGICAS 
NEOPLASIAS DO ESÔFAGO | MARIA RITA KAPRITCHKOFF-T3 
▪ Aparência endoscópica é uma protrusão 
redonda para o lúmen do esôfago, com 
mucosa regular e normal 
Tratamento 
▪ Enucleação 
• Endoscópica (POEM) 
• VATS

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