Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aula 2 - Sistema Digestório Cirurgia Isabelle L. Tumores do esôfago Classificação dos tumores de esôfago Benignos Tumores epiteliais: se originam na mucosa para a luz do órgão Papiloma escamoso Adenoma Tumores não epiteliais: se originam na parede esofágica Leiomioma Lipoma Hemangioma → tumor de vasos Linfangioma → tumor de vasos linfáticos Rabdomioma → tumor muscular Malignos Tumores epiteliais: Carcinoma espinocelular (CEC) → câncer do tabagista/etilista Adenocarcinoma o Carcinoma Adenoescamosso Adenoide cístico o Basaloide o Indiferenciado Tumores não epiteliais: Leiomiossarcoma Carcinossarcoma Pseudossarcoma Melanoma Tumores benignos Leiomioma (Mioma → camada muscular) Mais comum (60%) Intramurais (dentro da parede do esôfago) → mais comuns nos terços médio e inferior (80%) Maior incidência: sexo masculino 20- 50 anos É rara a transformação maligna Tratamento: ressecção indicada para pacientes sintomáticos > 5cm Adenomas (pólipos adenomatosos) Hiperplasia das células epiteliais Podem evoluir para displasias (esôfago de Barret) Aula 2 - Sistema Digestório Cirurgia Isabelle L. Displasia de alto grau = lesão pré- maligna Tumores malignos (câncer de Esôfago) Epidemiologia Mais frequente em homens (3:1), entre 50 e 60 anos de idade. 6ª causa de morte por câncer no brasil e no mundo (286.000 óbitos por ano) No mundo, mais incidente no leste da África, África do sul, Ásia setentrional (Irã e China → relação com bebidas quentes), algumas regiões na Europa ocidental Na américa do sul: Uruguai. No brasil: RS Tumores mais frequentes: carcinoma espinocelular (CEC) = carcinoma escamoso = epidermoide; adenocarcinoma Carcinoma espinocelular (CEC) Epidemiologia o Predomina em negros o Mais comum no brasil Ocorre em qualquer ponto do esôfago (mais predominante do 1/3 médio) Fatores de risco o Etilismo e tabagismo o Consumo de bebidas muito quentes o Dieta rica em defumados e conservas (nitrosaminas), megasofago, acalasia, estenose caustica (ingestão de soda caustica Fisiopatologia: o Megaesôfago → estase esofágica → aumento de nitritos na luz esofágica → lesão tecidual o Estenose esofágica (estenose caustica, por exemplo) → dilatação endoscópica → lesão tecidual Adenocarcinoma O adenocarcinoma é mais frequente em brancos É o menos comum Quase sempre acomete o 1/3 inferior do esôfago (transição esôfago gástrico) Fatores de risco: o Obesidade o DRGE → esôfago de Barret (substituição do epitélio esofágico pelo colunar) Fisiopatologia: ação de nitratos ingeridos nos alimentos estimulando a mutagênese de células. Obs.: o aumento do uso de fertilizantes em nitratos após a segunda guerra mundial relacionado ao aumento do número de casos Classificação anatomopatológica: padrão intestinal e padrão gástrico (células em anel de sinete) Quadro clínico dos tumores de esôfago Principal: disfagia progressiva (sólidos → líquidos) + perda ponderal o Outras disfagias: estenose péptica, anéis, membranas e divertículos esofagianos, esofagite, obstrução extrínseca, acalasia, espasmo esofagiano difuso, esôfago em Aula 2 - Sistema Digestório Cirurgia Isabelle L. quebra nozes, esclerodermia, causas neurológicas e musculares Dor retroesternal, halitose, tosse, rouquidão A perda oculta de sangue, que se manifesta como anemia ferropriva pode acontecer em alguns casos Tosse importante + pneumonia de repetição: pensar em fistula traqueoesofágica ou bronco esofágica Diagnóstico Endoscopia digestiva alta (EDA): biopsia e escovados (citologia) da área afetada, cromoscopia Esofagografia baritada (radiografia com contraste via oral): principais sinais para diferenciar câncer de estenose péptica = sinal do degrau/sinal da maçã mordida; esse exame delimita o tumor Estadiamento Disseminação: o Câncer de esôfago precoce (carcinoma in situ) → invade até a submucosa (T1N0) o A ausência de camada serosa facilita a disseminação para linfonodos regionais e órgãos adjacentes o Metástases a distância mais frequentes: fígado, ossos, pulmões Como estadiar? o Começar com TC de tórax e abdome. Caso a doença seja potencialmente ressecável à TC, o ideal é confirmarmos o estadiamento com ultrassom endoscópico (melhor exame para estadiamento T e N) e PET-CT (para avaliação de linfonodos e metástases) o Broncoscopia (para tumores de terço proximal e médio) Estadiamento: T: local do tumor o T1: até a submucosa o T2: até a muscular própria o T3: atinge adventícia o T4: invade estruturas adjacentes N: comprometimento linfonodal o N1: 1 a 2 linfonodos regionais o N2: 3 a 6 linfonodos o N3: > 7 linfonodos M1: metástase a distancia Grau de diferenciação histológica: o GX: tumor não avaliado → considerar como G1 para definição de estagio o G1: bem diferenciado o G2: moderadamente diferenciado G3: pouco diferenciado ou indiferenciado Tratamento Tratamento padrão: radioterapia + quimioterapia neoadjuvante (pré operatória), seguida pela cirurgia Tumor de esôfago proximal → apenas RT + QT devido à dificuldade de ressecção A quimioterapia adjuvante (pós operatória) com 5FU + leucovorin tem bons resultados (redução das micrometastases = maior chance de cura) nos pacientes que não receberam tratamento neoadjuvante Aula 2 - Sistema Digestório Cirurgia Isabelle L. Pacientes não candidatos a cirurgia (comorbidades, mau estado geral): RT + QT exclusiva Terapia neoadjuvante: radioterapia durante 5 semanas Cirurgia (esofagectomia com esvaziamento linfonodal): pacientes em razoável estado geral e sem comorbidades preocupantes (cardiopatia, pneumopatia), são candidatos à cirurgia Tratamento curativo: o T1 a N0 (restrito a mucosa → carcinoma in situ): mucosectomia o T1bN0 (atinge submucosa): esofagectomia + linfadenectomia regional o T2N0M0 a T4N3M0 (ultrapassa submucosa mas não há doença M1) Quimio + radio neoadjuvantes 4 a 6 semanas após, cirurgia se possível (esofagectomia + linfadenectomia regional) A margem de ressecção livre deve ser de 8 cm Tratamento paliativo o Dilatadores esofagianos ou stens, gastrostomia ou jejunostomia para alimentação, caso necessário o Radioterapia → alivia disfagia, porem contraindicada no caso de fistula traqueo ou broncoesofagica o QT paliativa: prolonga sobrevida
Compartilhar