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Serosa que envolve o pulmão e é constituída por dois folhetos parietal e o visceral, que são contínuos na região do hilo do pulmão; Entre os folhetos: cavidade pleural com líquido pleural; Líquido pleural, juntamente com uma pressão negativa da cavidade pleural, mantém as pleuras parietal e visceral estabilizadas e aderentes, evitando um colapso pulmonar; Pleura visceral e pleura parietal; Líquido pleural é produzido e absorvido pelas 2 pleuras (o tempo todo, para que ele não se acumule) – lubrificar pleuras, facilitando deslizamento de uma sobre a outra; Espaço pleural = pressão negativa: 2 forças empurrando parede torácica (parênquima e incursões respiratórias); Pressão intrapleural nos ápices é maior que nas bases; Predomina saída de líquido pelo sistema linfático da pleura parietal. Acúmulo de líquido: derrame pleural -> alteração do equilíbrio entre produção e absorção de líquido pleural; Acúmulo de ar: pneumotórax -> adquirido ou espontâneo. Acúmulo de líquido no espaço pleural; Desequilíbrio entre a produção e absorção de líquido: é produzido pela pleura parietal e absorvido pela pleura visceral; No Brasil, comum nas pneumonias com derrame pleural parapneumônico (derrame exsudativo) -> paralelo a uma pneumonia (inflamação que irrita a pleura -> aumento da produção de líquido -> derrame pleural + inflamação da pneumonia); Mecanismos: Se a pleura está inflamada (pleurite, TB pleural), ela tende a produzir mais líquido do que a capacidade de drenar é capaz de limpar; Aumento da pressão hidrostática dentro dos vasos pulmonares (insuficiência cardíaca, renal, cor pulmonale, IVD) – líquido tende a sair dos vasos, invadindo o parênquima pulmonar (congestão pulmonar) e o espaço pleural; Diminuição da pressão oncótica (albumina – fígado) – faz com que líquido não fique dentro do vaso -> hepatopatia crônica; Síndrome nefrótica / glomerular, jogando proteínas fora – diminui proteínas do sangue -> diminui pressão oncótica -> extravasamento; Invasão / compressão dos vasos linfáticos ou linfonodos (drenagem linfática – limpeza do interstício) -> dificulta drenagem do líquido -> acúmulo como líquido pleural causando derrame cheio de gorduras; Passagem de líquido ascítico (muito volumosa) através dos poros diafragmáticos, ocupando espaço pleural, devido aumento da pressão intra-abdominal (hipertensão porta). Fisiopatologia: Rx (PA em pé): presença da parábola de Damoiseau (hipotransparência homogênea, densa, na base, sem broncograma aéreo) – fenômeno físico -> pressão na coluna de vidro (espaço entre pleuras saudáveis) é menor do que na bacia, logo, líquido tende a subir. Quadro clínico / exame físico: Anamnese: Dispneia; Tosse seca; Dor pleurítica ventilatório- dependente; Quadro clínico da doença de base (Ex: insuficiência cardíaca – B3, edema de MI / hepatopatia crônica – ginecomastia, aranha vascular, eritema palmar, atrofia testicular). Exame físico: Abaulamento no lado acometido (líquido acumulado -> atelectasia compressiva -> empurra parede torácica); Redução da expansibilidade torácica ; Redução do FTV (derrame ocupando espaço do parênquima -> ar não entra e não sai); Macicez à percussão (depende do tamanho do derrame); Murmúrio vesicular reduzido ou abolido no hemitórax acometido; Ausculta da voz: egofonia. O diagnóstico, muitas vezes é pela anamnese; Exame físico e complementares são só para fechar diagnóstico sindrômico (complementares fecham o etiológico); Não surge de uma hora para outra, é um processo lento. Começa com dor pleurítica e, à medida que ele vai aumentando, pleuras vão se afastando e a dor vai melhorando só que dispneia vai aumentando (pulmão colaba, comprime); Existem receptores de tosse em vários lugares, inclusive na pleura – tosse seca porque não tem inflamação brônquica. Exames complementares: Rx de tórax – PA e perfil (em pé aparece parábola de Damoiseau); Rx em incidência de Laurell (paciente deitado, de lado do mesmo do derrame pleural, se ele for livre, ele se espalha na parede torácica toda – opacidade (branca) pela parede torácica toda (medir altura da opacidade -> +1cm = derrame volumoso e possível punção, toracocentese, 200- 500ml); USG de tórax (muito comum na beira do leito); Tomografia computadorizada de tórax; Ressonância Nuclear Magnética; Exames de sangue: hemograma, bioquímica, coagulograma e outros direcionados para a doença de base. Tipos de derrame pleural: Transudatos: Insuficiência cardíaca; Cirrose hepática; Síndrome nefrótica; Diálise peritoneal; Hipoalbuminemia; Urinotórax; Atelectasia. Exsudatos: Pneumonia; Neoplasia; Tuberculose; Infecções fúngicas e virais; Embolia pulmonar; Pancreatite; D. do colágeno; Sarcoidose; Síndrome da veia cava superior; Pericardite construtiva; Pós-revascularização miocárdica; Hipotireoidismo; Amiloidose; Induzido por drogas; Menos frequentemente podem ser causas de transudatos. A diferença é detectada pelo exame físico ou radiografia de tórax; toracocentese e análise do líquido pleural costumam ser necessárias para determinar a causa -> fazer exame no líquido pleural para diferenciar exsudato de transudato (colher uma amostra de líquido pleural e uma de sangue (mesmo dia, mesma hora) – fazer correlação) -> Critérios de Light. Transudatos x Exsudatos: Transudatos: originam-se do aumento da pressão hidrostática ou redução da pressão oncótica. Enquanto não tratar causa base, o derrame não vai sumir; Exsudatos: formam-se devido ao vazamento de líquido e proteínas ao longo de uma membrana capilar alterada com aumento da permeabilidade. Líquido pleural: Algumas particularidades na coleta e nos achados da análise do líquido pleural: Aspirar heparna na seringa de coleta (0.5ml/seringa de 20ml); Coletar pelo menos 50ml, enviar imediatemente ao laboratório ou conservar em geladeira (4-8°C); Para dosagem de proteína e LDH, coletar sangue e pleura em tempos próximos; O transudato raramente é hemorrágico. Lembrar que bastam 1-2ml de sangue / litro de liquído pleural ou 5-10.000 eritrócitos/mm3 para dar coloração sero-hemática; Para as determinações imunológicas como proteína C-reativa, látex, fator antinúcleo ou complemento, as amostras devem ser colhidas de maneira estéril, em tubos secos, sem anticoagulante, com ou sem gel; A contagem de eritrócitos >100.000/mm3 sugerem neoplasias, embolia, pós- trauma; Ht<1% não está associado a sangramento importante; Ht>50% compátivel com hemotórax. Manejo do derrame pleural: Dependerá da sintomatologia e do volume de líquido; Clínico e conservador: abordagem e tratamento da doença de base (Ex: cirrose, ICC, uremia); Invasivo: punção pleural diagnóstica e terapêutica, sempre realizar esvaziamento parcial de líquido para evitar hipotensão e choque. Pode ser necessário mais de uma punção pleural; Drenagem de tórax em selo d’água: nos casos de empiema, hemotórax ou derrames recidivantes entre outras causas -> 6° EIC – furinho dentro do espaço pleural -> frasco simples, com nível de água (dreno mergulhado) -> saída de ar (quantificar). Biópsia de pleura: Punção na região subescapular na borda superior da costela inferior; Biópsia pleural é realizada com agulha de Cope para retirada de fragmentos; Deve-se avaliar o estado de coagulação do paciente; Pode ser realizada semprecom o método for contribuir para o diagnóstico (sarcoidose, tuberculose, neoplasias). Diagnóstico: Clínica; Exame objetivo; Imagem (Rx, TC, ECO); Toracocentese diagnóstica. Características do derrame pleural: Imagem densa e homogênea com densidade de partes moles, obliterando o seio costofrênico direito (SCFC); Parábola de Damoiseau (sinal do menisco); Desvio do mediastino para o lado oposto da lesão; Nos derrames infrapulmonares pode não haver velamento do seio costofrênico; Visualizando em PA quando maior que 200-300ml; Em decúbito lateral com raias horizontais, Hjelm Laurell, volume <300ml. Imagens de derrame pleural: Derrame pleural septado: será melhor abordado com exame de ultrassonografia para guiar o local da punção pleural; Sabe-se que a lesão é pleural quando uma grande aérea da lesão está colada na parede torácica (pleural); Difícil puncionar já que não está líquido; Derrame pleural maciço: pensar no diagnóstico diferencial de hemitórax opaco, neste caso, todo o mediastino está desviado para o lado contralateral la lesão característica do derrame pleural; A tomografia de tórax deve ser solicitada nos casos onde a etiologia do derrame possa ser identificada: neoplasia, embolia pulmonar, derrame parapneumônico, DPOC. Presença de ar livre na cavidade pleural; Fisiopatologia: Pneumotórax espontâneo primário: Ocorre em pacientes sem doença pulmonar evidente; São encontradas bolhas ou lesões subpleurais, particularmente nos ápices, em 76-100% dos pacientes submetidos a cirurgia; Pneumotórax espontâneo secundário: ocorre como complicação da doença pulmonar conhecida, como enfisema bolhoso, asma ou rolha de secreção em pacientes com DPOC; Na TC de tórax, pode observar bolhas ipsilaterais na maioria dos pacientes com pneumotórax espontâneo primário. A rotura dessas bolhas subpleurais é o fator responsável por esse tipo de pneumotórax. Há ainda uma tendência familiar genética por transmissão autossômica dominante; O tabagismo aumento muito os riscos de aparecimento de pneumotórax espontâneo primário. Parece evidente que a incidência de pneumotórax espontâneo primário é proporcional ao grau de consumo de cigarro. Tipos e causas de pneumotórax: Diagnóstico clínico e radiológico: Espontâneo ou primário: blebls; Secundário: trauma, iatrogenia, processo infeccio (TP), DPOC; Quantificar: pequeno (deve- se observar) ou grande (deve- se interferir); Associar com história e exame físico; Se necessário, fazer Rx e apneia expiratória para dimensionar o pneumotórax em casos duvidosos; A pressão que era negativa, passa a ser positiva (empurrando o pulmão), fazendo com que pressão colabe / murche (atelectasia compressiva); O que predomina é exame físico de pneumotórax não de atelectasia (pulmão vai estar hiperteimpânico). Achados na radiografia de tórax: Hipertransparência localizada; Ausência de trama vascular; A pleura visceral delimita o pneumotórax; Mediastino pode estar desviado para o lado oposto; A tendência é a seta amarela caminhar para o centro já que o pulmão tende a murchar cada vez mais; Em muitos casos, é bem discreto, logo, é preciso avaliar bem (colocar contra a luz para ver a linha pleural); Vermelha: diagnóstico diferencial de pneumoperitônio; Amarela: seio constofrênico esquerdo. Quantificação do pneumotórax: Espaço entre hemitórax e pulmão diminuído; Acima de 3cm – grande magnitude -> drenar o quanto antes; Menor que 3cm – avaliar risco / benefício (Ex: paciente idoso com DPOC grave, função pulmonar limítrofe que desenvolve pneumotórax; se eu colocar dreno, nem sempre pode ser benéfico para paciente; se ele for pequeno, é melhor deixar quieto). Fatores a serem considerados na abordagem terapêutica do pneumotórax: Tamanho do pneumotórax; Intensidade dos sintomas e repercussão clínica; Primeiro episódio ou recorrência; Pneumotórax simples ou complicado (Ex: hemotórax ou infecção); Doenças pulmonares associadas; Outras doenças ou traumas associados; Ventilação mecânica; Ocupação do paciente. Conduta no pneumotórax: Etiologia, magnitude, condições clínicas do paciente. Edema de reexpansão pulmonar: Grandes colapsos pulmonares com mais de 72h de evolução; Edema de reexpansão é uma complicação e sendo um grande edema pode evoluir com grande gravidade > insuficiência respiratória que leva a instabilidade hemodinâmica, e até óbito; Monitorar cuidadosamente os pacientes com pneumotórax e história clínica de duração maior que 48h, pelo risco potencial de edema pulmonar de reexpansão pós- drenagem. Na suspeita de edema de reexpansão, a assistência numa unidade de terapia intensiva é fundamental; Se eu tiro grande quantidade, de forma rápida, eu crio / aumento pressão negativa de forma muito rápida.
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