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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA Tema do Trabalho: O PAPEL DECISÓRIO QUE A GEOLOGIA DESEMPENHA NA OCUPAÇÃO E APROVEITAMENTO DOS RECURSOS NATURAIS Docente: Nome e Código do Estudante: Felizardo Casimiro Mulhomone Fasustina Lobo Rocha Segurar 708212820 Curso: Geografia Disciplina: Geologia Geral Ano de Frequência: 1º Milange, Outubro, 2021 ii Folha de Feedback Categorias Indicadores Padrões Classificação Pontuação máxima Nota do tutor Subtotal Estrutura Aspectos organizacionais Capa 0.5 Índice 0.5 Introdução 0.5 Discussão 0.5 Conclusão 0.5 Bibliografia 0.5 Conteúdo Introdução Contextualização (Indicação clara do problema) 1.0 Descrição dos objectivos 1.0 Metodologia adequada ao objecto do trabalho 2.0 Análise e discussão Articulação e domínio do discurso académico (expressão escrita cuidada, coerência / coesão textual) 2.0 Revisão bibliográfica nacional e internacionais relevantes na área de estudo 2. Exploração dos dados 2.0 Conclusão Contributos teóricos práticos 2.0 Aspectos gerais Formatação Paginação, tipo e tamanho de letra, paragrafo, espaçamento entre linhas 1.0 Referências Bibliográficas Normas APA 6ª edição em citações e bibliografia Rigor e coerência das citações/referências bibliográficas 4.0 iii Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ iv Índice 1. Introdução................................................................................................................................. 1 1.1. Objectivos ......................................................................................................................... 2 1.1.1. Geral .......................................................................................................................... 2 1.1.2. Específicos ................................................................................................................. 2 1.2. Metodologia ...................................................................................................................... 2 2. Geologia, Ocupação e Aproveitamento dos Recursos Naturais .............................................. 3 2.1. A Geodiversidade e os Georrecursos ou Recursos Naturais ............................................. 3 2.1.1. Definição e Classificação dos Georrecursos ou Recursos Naturais .......................... 4 2.2. Geologia e Desenvolvimento Sustentável ........................................................................ 5 2.2.1. O Meio Ambiente E A Ciência Da Terra .................................................................. 6 2.2.2. A Geologia Ambiental No Contexto Das Ciências Ambientais ................................ 7 2.2.3. O papel da Geologia .................................................................................................. 9 3. Conclusão .............................................................................................................................. 11 4. Referências Bibliográficas ..................................................................................................... 12 1 1. Introdução A Geologia é o estudo da estrutura e história da Terra. Suporta o fornecimento de recursos para a população e indústria, dispõe de uma variedade de serviços essenciais e ajuda-nos a compreender como podemos viver de forma mais sustentável no nosso planeta, graças à nossa forte base de competências, educação e investigação. O aumento populacional tem implicado em um aumento do consumo de recursos, desmatamento, poluição, alterações climáticas e ocupação abusiva dos espaços cada vez maiores para a produção agrícola, energética e construção de habitações e infraestruturas. Tudo isso acelera processos geológicos destrutivos como deslizamentos de terra, assoreamentos, enchentes, inundações. Nesse contexto, o papel decisório que a geologia desempenha na ocupação e aproveitamento dos recursos naturais é o tema que será abordado nesse trabalho. O presente trabalho têm como objectivo principal compreender o papel da geologia na exploração dos recursos naturais. A Geologia precisa atender às demandas por soluções aos problemas relacionados à Educação Ambiental para compreensão do papel do indivíduo perante as mudanças que estão ocorrendo hoje no planeta e da responsabilidade diante dessas transformações. O trabalho está estruturado de forma a facilitar a fornecer bases sólidas para uma boa percepção do tema em questão. Com o objectivo de elucidar o tema, no desenvolvimento do trabalho começaremos por definir os termos geologia e recursos naturais como o primeiro ponto da estrutura do presente trabalho. De seguida, analisaremos o papel decisório da geologia na exploração dos recursos naturais no contexto geral. 2 1.1.Objectivos 1.1.1. Geral Compreender o papel decisório que a geologia desempenha na ocupação e aproveitamento dos recursos naturais. 1.1.2. Específicos Definir os termos recurso naturais e geologia; Conhecer os recursos naturais; Mencionar a importância da geologia na ocupação e aproveitamento dos recursos naturais. 1.2.Metodologia O presente trabalho realizou-se com base nas regras de publicação de trabalhos científicos da UCM. Para o desenvolvimentodo tema em questão, recorreu-se a leitura de varias obras literárias, artigos e manuais que abordam assuntos relacionados com o tema. Como não basta-se, recorreu-se também ao uso da internet. 3 2. Geologia, Ocupação e Aproveitamento dos Recursos Naturais 2.1.A Geodiversidade e os Georrecursos ou Recursos Naturais A Geosfera, um dos quatro subsistemas terrestres, engloba todas as formas geológicas e os processos inerentes ao planeta Terra. A Terra é um planeta único, na medida em que reúne as condições específicas para que a biosfera, a hidrosfera, a atmosfera e a geosfera se mantenham num equilíbrio estável, permitindo entre si a troca de matéria e energia. A Terra é um planeta geologicamente dinâmico e em constante mutação. A existência de actividade geológica, desde a formação do próprio planeta, até aos dias actuais, permite que a Terra tenha uma grande diversidade, comprovada nas mais distintas paisagens, formas de relevo, rochas, entre outras, ou seja a Geodiversidade. Para Stanley (2000, cit. em Silva, 2014), “a Geodiversidade refere-se à variedade de ambientes geológicos, fenómenos e processos activos que dão origem a paisagens, rochas, minerais, fósseis, solos e outros depósitos superficiais que são o suporte para a vida na Terra” (p. 3). Em analogia à biodiversidade, que representa o conjunto de todas as espécies de seres vivos do planeta Terra, a Geodiversidade será o conjunto de todas as formas e/ou estruturas geológicas da Terra. A Geodiversidade resulta do facto, de existirem fenómenos de dinâmica interna e externa característicos do planeta Terra, a sua interacção permite a exclusividade de paisagens geológicas, quando se compara a Terra com outros planetas (Silva, 2014, p. 3). De acordo com Silva (2014), referre-se que: O conceito de Geodiversidade, no desenvolvimento do presente trabalho, toma uma conotação de elevada importância, uma vez que os Georrecursos resultam, precisamente da existência de inúmeras rochas, afloramentos, depósitos minerais, que caracterizam a superfície terrestre. Desde sempre os seres humanos aprenderam a usar a Geodiversidade (p. 3). O recurso a minerais e rochas foi essencial para o desenvolvimento tecnológico das sociedades e, por conseguinte, para a evolução da Humanidade. O nosso sucesso enquanto espécie está suportado na utilização dos recursos geológicos. Por outro lado, a Geodiversidade não é importante apenas e só como fonte de matéria-prima, é essencial para o conhecimento, e para a compreensão da especificidade do planeta Terra (Brilha e Pereira, 2012, cit. em Silva, 2014, p.4). 4 2.1.1. Definição e Classificação dos Georrecursos ou Recursos Naturais No contexto das Ciências da Terra, o termo recurso geológico ou recursos naturais engloba todas as entidades naturais com valor para o Homem, quer sejam utilizadas directamente, quer sejam extraídas da Terra. Esta definição engloba os minerais, as rochas e os metais; os recursos energéticos, incluindo os combustíveis fósseis convencionais e as fontes energéticas alternativas (Freitas, 2005, cit. em Silva, 2014, p. 4). De acordo com Carvalho (1997, cit. em Silva, 2014): O termo Recurso Geológico aplica-se a toda a substância de natureza geológica (sólida, líquida, gasosa) ou o calor geotérmico donde, em função das suas características e concentração na crusta terrestre é, ou poderá vir a ser, economicamente viável a extracção de um bem útil e comercializável (p. 4). Considerando que os recursos geológicos são formados através de processos, que sendo lentos à escala humana, que é imperceptível a sua capacidade de renovação. Os recursos geológicos, com pequenas excepções, são considerados não-renováveis. Para Brobst & Pratt (1973, cit. em Silva, 2014), os recursos geológicos são classificados em reservas e recursos, onde se distinguem entre recursos renováveis (água) e recursos não-renováveis (recursos energéticos e minerais). Silva (2014) afirma que: A Base de Recursos Geológicos apresenta determinadas concentrações para os diferentes materiais e considera-se fixa para cada região e cada profundidade, sendo o conhecimento da mesma, função da intensidade e da qualidade da investigação sobre ela realizada. A designação de recurso geológico é insuficiente quando se pretende caracterizar os demais recursos que dele fazem parte (p. 5). Assim os recursos geológicos podem ser divididos em vários grupos, dependendo dos critérios que se está a ter em conta. As classificações não são estanques, dependem de inúmeras variáveis e da perspectiva e importância que os diferentes autores conferem às respectivas variáveis. As variáveis implícitas na classificação dos recursos geológicos podem ser de inúmeras ordens, nomeadamente as suas características físicas, as suas propriedades, e a sua génese. Existem inúmeras classificações fundamentadas e defendidas por vários autores (Silva, 2014, p. 5). 5 De com Silva (2014) os recursos naturais não-renováveis são classificados em recursos energéticos e recursos minerais. Como ilustra o diagrama a seguir: 2.2.Geologia e Desenvolvimento Sustentável A Geologia é a ciência que estuda a Terra sob o ponto de vista de sua origem, seus materiais, suas transformações e sua história por meio de registros encontrados nas rochas e minerais que formam a infra-estrutura do planeta. As constantes transformações da Terra produzem materiais e fenómenos naturais que têm influência directa ou indirecta em nossas vidas. De acordo com Freitas (2005), “Geologia é uma disciplina científica que tem como objectivo principal o estudo do planeta Terra, sua estrutura, seus processos internos e externos e sua evolução a partir do momento em que separou da nebulosa solar e tornou-se um planeta” (p.180). Há algum tempo faz-se necessário uma abordagem sobre o papel da Geologia na Educação e no Quotidiano de forma a levar o conhecimento geológico para o dia-a-dia da sociedade auxiliando na prevenção dos processos geológicos destrutivos e na utilização consciente dos recursos naturais. A preocupação com temas como a preservação do meio ambiente, medidas para minimizar os efeitos da poluição e a crescente demanda por recursos naturais faz com que assuntos relacionados a Geociências tornem-se cada vez mais importantes (Freitas, 2005). As consequências do crescimento populacional nas últimas décadas envolvem o consumo em larga escala de recursos naturais e o desequilíbrio nos vários subsistemas terrestres. Este cenário tem implicado em um aumento do consumo de recursos, destinando áreas cada vez maiores para Recursos Geológicos/Naturais não-renováveis Energético s Minerais Combustíveis Fósseis Energias alternativas aos combustíveis fósseis Carvão; Petróleo e Gás Natural Energia nuclear; Energia solar; Energia geotérmica Rochas e Minerais 6 a produção agrícola, energética e construção de habitações e infraestruturas. Os impactos antrópicos revelam-se, principalmente, ao nível de desmatamento, exploração exaustiva dos solos, consumo de recursos energéticos, alterações climáticas e ocupação abusiva dos espaços. Desta forma, o estudo da Geologia adquire um papel cada vez mais importante e contribui de forma significativa para a prevenção e resolução de problemas associados acção antrópica no meio natural (Freitas, 2005). 2.2.1. O Meio Ambiente E A Ciência Da Terra Variadas são as definições do meio ambiente em português, muitas vezes sem correspondência com O Environment anglo-saxónico. Apresentam-se para meio ambiente, definições académicas e legais, algumas de escopo limitado, abrangendo apenas os componentes naturais, outras reflectindo concepção mais recente, que considera o melo ambiente, um sistema no qual interagem factores de ordem física, biológica e sócio-económicas (FEEMA,1990). Pode-se definir Melo Ambiente como uma visão antropocêntrica das entidades reconhecidas nos conceitos de biosfera e ecossistema, e usualmente se refere na actualidade ao processo de interacção entre populações humanas e o resto da biosfera (Gonzalez Bernáldez, 1988). Segundo Stanley (2000), nota-se de imediato, Que tratando-se do entorno dos seres vivos e em particular do homem, particularmente quando esse entorno refere-se ao ambiente natural, e, por extensão, dos processos que actuam no componente não vivo, abiótico, do ecossistema. Considera-se aqui e por definição dos conceitos já relacionados, que os organismos vivos e seu ambiente abiótico estão inseparavelmente interrelacionados e interagem entre si (p. 200). O território, a parte mais estável e permanente do Meio Ambiente, tem grande parte de seus elementos com componentes geológicos, onde interagem processos geodinâmicos internos e externos que por sua vez afectam ou são afectados pelo desenvolvimento da blota, aí também incluindo o homem. Nesse panorama, face a explosão demográfica e o desenvolvimento industrial ocorrido nos últimos séculos, a interferência do homem nos processos naturais é significativa e ele, o homem, passa a ser um agente importante sobre os componentes geológicos da ecosfera (Gonzalez Bernáldez, 1988). 7 De acordo com Stanley (2000), referre-se que: Tal condição, está levando a jovem ciência da terra a transformações relevantes de cunho epistemológico na avaliação dos processos geológicos que podem ser desencadeados, alterados em sua dinâmica, ou mesmo interrompidos por intervenção humana e gerando inclusive, processos geológicos de risco. A Geologia tradicional também é aqui avivada e uma nova abordagem de estudo e reestruturação de conceitos é consequentemente evocada (p. 203) Por outro lado, a dinâmica do meio ambiente, que é reflexo das complexas interacções Atmosfera-Hidrosfera-Litosfera Biosfera-Homem, a conhecemos de forma bastante imperfeita, especialmente no que se refere a nossa capacidade de prever a evolução de distintos sistemas, a partir de modificações introduzidas nos mesmos. Sem o conhecimento prévio da fenomenologia que rege os processos geodinâmicos actuantes, em determinada porção do território que comporta uma biota, ou aglomerados humanos, maior será o complicador no momento avaliá-lo, principalmente, quando problemas ambientais já estiverem presentes (Gonzalez Bernáldez, 1988). Torna-se portanto bastante nítica a requisição cada vez maior da informação geológica, até então pouco valorizada com relação a das outras ciências ambientais, no momento de se estabelecer esquemas racionais de utilização do território, do meio ambiente e dos seus recursos. 2.2.2. A Geologia Ambiental No Contexto Das Ciências Ambientais Ao se deparar com os problemas ambientais, é fundamental uma visão integrada e multidisciplinar para resolve-los, tanto de ordem científica como técnica, já que as soluções podem ser estruturais (Obras, Tecnologias, etc.) ou não-estruturais (Educação Ambiental, Ordenação Territorial, etc.), onde é requisitado o concurso das Tecnologias Ambientais e das Ciências Ambientais respectivamente. Nessa condição, indubitavelmente os profissionais das Ciências da Terra devem colocar seus conhecimentos na busca das soluções, já que grande parte desses problemas tem considerável componente geológica. Entretanto, o termo geologia ambiental apareceu pela primeira vez publicado por Hackett em 1967, num artigo relativo a planificação e uso do meio físico e seus recursos. Também na Europa, a partir dessas datas os geólogos, tradicionalmente voltados para a exploração dos recursos minerais e energéticos e ao estudo da evolução geológica, começaram a voltar sua atenção na 8 compreensão do funcionamento atual dos sistemas terrestres, de prever seu comportamento futuro e de prevenir e corrigir os danos e prejuízos que podem derivar da interacção entre processos terrestres, meio ambiente e actividades humanas (Brilha & Pereira, 2012). Brobst & Pratt (1973) afirma que: A Geologia Ambientai se ocupa de todo o espectro de usos da superfície terrestre por parte do homem, tanto em zonas urbanas como em regiões naturais e primitivas; inclui a localização e exploração dos recursos naturais, da eliminação de resíduos, do efeito de movimentos superficiais de massa e de movimentos tectónicos sobre as estruturas, e os efeitos das pequenas variações na composição dos materiais terrestres sobre a saúde (p. 820). A Geologia Ambiental é um ramo da ecologia que trata das relações entre o homem e seu habitat geológico. Ela se ocupa dos problemas que o homem tem no uso da terra e as reacções desta ante tal uso. É o ramo da ciência geológica que deve estudar e apresentar soluções para os problemas que o homem passa a enfrentar ao fazer uso do solo e para os problemas advindos da reacção do solo ao seu uso, ou seja, procura estabelecer o equilíbrio nas relações homem-habitat geológico (Brobst & Pratt, 1973). Deve-se considerar na Geologia a variabilidade de objectos de estudos e sua variabilidade temporal e espacial já que entre as Ciências Físicas a geologia é peculiar: Cada ambiente geológico é diferente, e o geólogo compara similaridades e dissimilarades entre eles. Ao abordar os problemas ambientais, a Geologia evidencia claramente dois estilos de actuação profissional: o geólogo convencional, compartimentado em uma ou outra especialização, por exemplo: petrólogo, estruturalista, geotécnico, económico, etc., e o geólogo generalista, polivalente, bem mais ajustado ao campo de trabalho da Geologia Ambiental (Brobst & Pratt, 1973). É através do trabalho de síntese desses profissionais que se obtém a visão do todo, tão necessária na abordagem ambiental, cuja requisição dos geocientistas será cada vez maior no caminhar da humanidade. É o presente retornando ao passado para diagnosticar o futuro. Nesse panorama, a Geologia Ambiental enfatiza a articulação de muitos campos distintos para um objectivo comum: Se obter o máximo beneficio do sistema natural com o mínimo distúrbio no ecossistema Terra- Água. Evidentemente que um dos objectivos da Geologia Ambiental, senão o principal, é auxiliar naqueles estudos e decisões a fim de minimizar os impactos humanos sobre o ambiente. 9 2.2.3. O papel da Geologia De acordo com Freitas (2005), o homem vem sendo denominado como o mais novo agente geológico, uma vez que é capaz de transformar a superfície do planeta com uma velocidade muito maior do que alguns processos naturais. O conhecimento geológico sempre foi utilizado pela sociedade desde o surgimento da humanidade, de maneira a prover as necessidades básicas em termos de recursos minerais, exploração de materiais energéticos, na construção de obras civis e na descoberta de novos bens minerais. Mais recentemente, o papel das Geociências visa atender as demandas por soluções aos problemas ambientais, aplicado em áreas de risco, no planeamento urbano, no uso e ocupação do meio físico, nas avaliações de impacto ambiental e recuperação de áreas degradadas, na desertificação e nas mudanças globais. Freitas (2005, cit. em Silva, 2014) afirma que: O conhecimento do meio físico e dos processos naturais que ocorrem em nosso planeta, ou seja, a compreensão geológica da natureza, ainda pouco divulgada e mantida no espaço dos especialistas, vem ganhando espaços de discussão cada vez maiores, uma vez que é fundamental para o desenvolvimento humano e sua sustentabilidade (p. 10). Entretanto, muitas das preocupações ambientais que assolam a sociedade actual apresentam uma natureza geocientífica e podem, no futuro, colocar em risco as condições terrestres de sustentação da vida, atingindo também a espécie humana. Esse conhecimento é fundamental para entendermos as relações existentes entre as esferas terrestres. É na crosta,ou pelo menos em uma parte dela, que vivemos e que a vida se desenvolveu no planeta (Freitas, 2005). De acordo com Silva (2014): Compreender onde pisamos e as relações desse substrato com o nosso quotidiano em sua mais ampla perspectiva é compreender como os processos geológicos ocorreram, é entender como o planeta em que vivemos se formou, e essa visão implica em conscientização sobre nosso papel como mais uma espécie que habita a Terra, a única com capacidade de reflectir sobre sua própria actuação e modificar sua postura (p. 13). 10 De uma forma superficial, as Geociências contribuem para essa visão integrada do ambiente, enxerga os processos em sua totalidade, nas mais diferentes esferas e escalas ao longo do tempo. Esta visão do conjunto de conhecimentos e ideias é essencial para promover uma nova relação do ser humano com a Natureza, mostrando a importância para o quotidiano dos cidadãos, pois abre possibilidades da sociedade tomar decisões e compreender as aplicações dos conhecimentos sobre a dinâmica natural na melhoria da qualidade de vida (Freitas, 2005, cit. em Silva, 2014). A formação de cidadãos críticos e responsáveis com relação à ocupação do planeta e utilização de seus diversos recursos cria meios para diminuir o impacto ambiental das actividades económicas, e também busca soluções para os problemas já existentes de degradação do meio ambiente (Freitas, 2005, cit. em Silva, 2014). Portanto, o reconhecimento das Ciências da Terra como base para o desenvolvimento de uma sociedade sustentável é um grande passo e uma grande responsabilidade para os profissionais da área. Para o geólogo, é o momento de investir na divulgação da Geologia e avançar na compreensão de que seu papel é fundamental para o desenvolvimento da sociedade que exige uma visão integrada para a solução dos problemas ambientais prementes. Mas para o educador em Geociências e Educação Ambiental, faz-se necessário aprimorar as estratégias e metodologias de ensino no ambiente formal e não-formal de maneira que os conhecimentos em Geociências associados aos preceitos e fundamentos da Educação Ambiental sejam expandidos e apreendidos pela sociedade em geral. 11 3. Conclusão Conclui-se que, o termo Geociências vem sendo mais utilizado associado à Geologia, ciência que estuda a origem e formação do planeta Terra, os processos naturais de formação das rochas, minerais e minérios, as transformações das paisagens, os fósseis e a evolução da vida ao longo do tempo geológico. A Terra é um planeta dinâmico, em constante transformação, onde as mudanças globais ocorrem constantemente, em diversas escalas temporais. Entretanto, os recursos geológicos são a base de materiais cuja aplicação é indiscutivelmente elevada. O estudo da Geologia permite, para além dos conhecimentos sobre fenómenos e estruturas geológicas, determinar inúmeras aplicações dos seus objectos e métodos na Sociedade. No entanto, em muitas situações a relação entre o conhecimento da Geologia e a sua utilidade é pouco notória. Portanto, o conhecimento do meio físico e dos processos naturais que ocorrem em nosso planeta, ou seja, a compreensão geológica da natureza, ainda pouco divulgada e mantida no espaço dos especialistas, vem ganhando espaços de discussão cada vez maiores, uma vez que é fundamental para o desenvolvimento humano e sua sustentabilidade. Logo, o reconhecimento das Ciências da Terra como base para o desenvolvimento de uma sociedade sustentável é um grande passo e uma grande responsabilidade para os profissionais da área. Para o geólogo, é o momento de investir na divulgação da Geologia e avançar na compreensão de que seu papel é fundamental para o desenvolvimento da sociedade que exige uma visão integrada para a solução dos problemas ambientais prementes. 12 4. Referências Bibliográficas Brilha, J., Pereira. (2012). Património Geológico. Porto Editora. Porto. 137p. Brobst, D., Pratt, W. (1973). United States Mineral Resources. U.S. Geological Survey Professional Paper 820 p. Carvalho, D. (1997). Aspectos gerais da geopolítica dos recursos minerais. Geonovas nº 12, pp. 1-22. FEEMA - Fundação Estadual de Engenharia do Melo Ambiente (1990). Vocabulário Básico de Meio Ambiente. Serviço de Comunicação Social da Petrobrás. Rio de Janeiro. Freitas, M. (2005). Geologia e Ambiente - Recursos Geológicos. Universidade Aberta. Lisboa. Gonzalez Bernáldez, F. (1988). Concepcion actual dei Medio Ambiente. Em Geologia Ambiental, Série: Ingenierla GeoAmblental, Instituto Tecnologico GeoMinero de Espana. Silva, A. I. V. (2014). A Importância dos Georrecursos para a Divulgação e Ensino das Geociências. Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia Geológica (Georrecursos) Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Nova de Lisboa. Stanley, M. (2000). Geodiversity. Earth Heritage, 14: 14-18.