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FÁRMACOS COM AÇÃO ANTI-INFLAMATÓRIA

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DEFINIÇÃO
Apresentação dos princípios básicos da resposta inflamatória, dos mediadores químicos da
inflamação e das características farmacodinâmicas das drogas anti-inflamatórias não
esteroidais (AINEs) e esteroidais (glicocorticoides), incluindo-se a análise de seus mecanismos
moleculares, de suas aplicações clínicas e dos riscos associados.
PROPÓSITO
Compreender os mecanismos moleculares envolvidos no efeito terapêutico das drogas anti-
inflamatórias não esteroidais (AINEs) e esteroidais (glicocorticoides). Discutir suas aplicações
clínicas, seus efeitos adversos e suas contraindicações.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Identificar os princípios básicos da resposta inflamatória e seus principais mediadores químicos
MÓDULO 2
Identificar a farmacologia das drogas anti-inflamatórias não esteroidais (AINEs) e seus
principais representantes
MÓDULO 3
Identificar a farmacologia das drogas anti-inflamatórias esteroidais (glicocorticoides) e seus
principais representantes.
INTRODUÇÃO
A resposta inflamatória é, em geral, uma resposta localizada, estereotipada e protetora do
organismo decorrente de agressões de natureza distintas, como trauma mecânico, radiações
ionizantes, invasão microbiana e agentes químicos citotóxicos. Apesar de não ter a finalidade
de defesa do organismo, em boa parte das situações essa resposta destrói, dilui ou isola o
agente agressor, contribuindo para a regeneração do dano causado. A resposta inflamatória
pode ser facilmente identificada, clinicamente, pelos seus sinais clássicos. Veja a seguir:
 
autor/shutterstock
CALOR
 
autor/shutterstock
RUBOR
 
autor/shutterstock
DOR
 
autor/shutterstock
EDEMA
 
autor/shutterstock
PERDA DE FUNÇÃO
Do ponto de vista microscópico, a resposta inflamatória envolve uma série complexa de
eventos, como a dilatação das arteríolas, capilares e vênulas, o aumento do fluxo sanguíneo
local e da permeabilidade vascular, a formação de exsudado proteico e a migração e o
acúmulo de leucócitos no tecido. A inflamação é dividida nos padrões agudo e crônico, em
função da duração ou do tempo de evolução do processo.
INFLAMAÇÃO AGUDA
É de curta duração (alguns minutos até um ou dois dias) e suas principais características são a
exsudação de fluidos e proteínas do plasma e a migração e o acúmulo predominante de
neutrófilos.
INFLAMAÇÃO CRÔNICA
É menos uniforme. Sua duração é mais longa e está associada histologicamente com a
presença de linfócitos e macrófagos e com a proliferação de vasos sanguíneos
(neoangiogênese) e do tecido conjuntivo (fibrose).
Muitas doenças essencialmente de caráter inflamatório são causas importantes de morbidade
e mortalidade em humanos e outros animais. A inflamação excessiva provocada por
reconhecimento errado de tecidos do hospedeiro como estranhos (non-self) ou a falha na
eliminação ou no isolamento do agente agressor, prolongando a duração da resposta
inflamatória, é, em geral, responsável por inflamações crônicas que são bases para patologias,
como aterosclerose, febre reumática, artrite reumatoide, Lúpus, injúria por isquemia-
reperfusão, doenças inflamatórias intestinais, entre outras.
São nessas situações patológicas, ou mesmo em situações de inflamações agudas com
potencial de autorresolução, que as drogas anti-inflamatórias são utilizadas para ajudar na
resolução da resposta e diminuir o dano tecidual e a sintomatologia clínica. O entendimento
dos mecanismos farmacodinâmicos dessas drogas é fundamental para seu uso racional e para
prever os riscos de sua utilização, como veremos nos módulos a seguir.
 
Fonte:Shutterstock
MÓDULO 1
 Identificar os princípios básicos da resposta inflamatória e seus principais mediadores
OS PRINCÍPIOS BÁSICOS DA RESPOSTA
INFLAMATÓRIA
Em geral, o organismo animal reage em resposta a um estímulo lesivo com a liberação,
ativação ou síntese de substâncias conhecidas como mediadores químicos da inflamação.
Esses mediadores determinam várias alterações locais, as quais se manifestam inicialmente
por dilatação de vasos da microcirculação, aumento do fluxo sanguíneo e da permeabilidade
vascular, formação de edema, migração de células do sangue para o meio extravascular,
fagocitose e, posteriormente, aumento da viscosidade do sangue e diminuição do fluxo
sanguíneo, podendo evoluir para estase. Esse processo inicial, agudo, manifesta-se localmente
e de forma estereotipada, qualquer que seja a natureza do estímulo lesivo.
 
Fonte:Shutterstock
 ATENÇÃO
A natureza do estímulo que originou a inflamação determinará o curso de sua evolução, como
agudo ou crônico, e também outros aspectos mais específicos, como o tipo de exsudato
(purulento, hemorrágico, fibrinoso, seroso, entre outros) e o tipo de infiltrado celular
(polimorfonuclear, linfocítico, monocítico, entre outros).
Também é importante chamar a atenção para o fato de que, embora a reação inflamatória se
manifeste localmente, ela pode envolver a participação dos sistemas nervoso e endócrino na
regulação do processo e levar ao aparecimento de manifestações sistêmicas, dentre as quais
febre, leucocitose, taquicardia, coagulação, trombose e fibrinólise. Para uma melhor
compreensão, abordaremos a inflamação de maneira compartimentada. Assim, os aspectos
vasculares e celulares e os mediadores serão apresentados separadamente.
ALTERAÇÕES NOS VASOS SANGUÍNEOS
Os três tipos principais de alterações que ocorrem nos vasos sanguíneos da microcirculação
nas primeiras horas após uma injúria são:

Modificação no calibre dos vasos e, consequentemente, no fluxo sanguíneo.
Aumento da permeabilidade vascular.


Exsudação de plasma para o meio extravascular.
Muitas respostas vasculares são mediadas por fatores químicos derivados da ação do estímulo
inflamatório sobre células e plasma. Uma série desses mediadores, agindo em conjunto ou
sequencialmente, influencia a evolução da resposta inflamatória. Mas é importante lembrar que
determinados estímulos, como toxinas, bactérias e isquemia, causam diretamente necrose
celular, podendo desencadear a secreção de mediadores da inflamação.
Imediatamente após a injúria, as alterações vasculares são desencadeadas na seguinte ordem:
1. VASOCONSTRIÇÃO ARTERIOLAR DE CURTA
DURAÇÃO
Inicialmente, há uma vasoconstrição arteriolar de curta duração, desaparecendo de três a cinco
segundos. Esse fenômeno parece estar associado à liberação de substâncias, como a
adrenalina, as quais atuam sobre a musculatura lisa vascular. Em injúrias mais graves, a
vasoconstrição pode durar muitos minutos e parece estar associada a um trauma direto sobre
a parede vascular.
2. VASODILATAÇÃO
A vasodilatação é a mais importante dessa série de eventos. Ela envolve primeiro as arteríolas
e, em seguida, a abertura de novos leitos microvasculares na área acometida, resultando em
aumento do fluxo sanguíneo local. A vasodilatação é responsável direta pelo rubor e calor, dois
dos sinais cardeais da inflamação. Nesse estágio, o aumento do fluxo sanguíneo nos vasos
dilatados resulta em elevação da pressão hidrostática local, podendo causar transudação de
fluído pobre em proteínas para o espaço extravascular. A dilatação venular ocorre pela ação de
mediadores químicos liberados localmente, principalmente a histamina e as prostaglandinas.
3. DIMINUIÇÃO DA VELOCIDADE DO SANGUE
A diminuição da velocidade do sangue ocorre devido ao aumento da permeabilidade vascular,
com a saída de fluído rico em proteína para os tecidos extravasculares. Esse evento,
juntamente com a vasodilatação, contribui para a formação do edema, outro sinal cardeal da
inflamação. Essas alterações resultam na concentração de hemácias em vasos de pequeno
calibre e no aumento da viscosidade do sangue, podendo levar à estase.
ESTASE
A estase é caracterizada pela interrupção do fluxo normal de sangue ou de outro líquido
orgânico.
O ENVOLVIMENTO DE LEUCÓCITOS
javascript:void(0)
Enquanto a estase se desenvolve, acontece a marginação dos leucócitos, principalmente
neutrófilos, aolongo do endotélio vascular, processo denominado de rolamento leucocitário.
Esse rolamento é mediado por proteínas de adesão (selectinas) expressas nas superfícies de
leucócitos e células endoteliais.
Logo, os leucócitos se aderem à parede endotelial, primeiro de forma transiente, depois
firmemente, num evento adesivo mediado pela expressão de integrinas na superfície
leucocitária e de proteínas, da família das imunoglobulinas, na superfície das células
endoteliais para, em seguida, migrarem ativamente através da parede do vaso, por entre
junções interendoteliais, em direção ao espaço extravascular. Essa é a etapa de migração
leucocitária.
 
Fonte:Shutterstock
Uma vez no espaço extravascular, os leucócitos passam a exercer funções de secreção de
mediadores e enzimas, fagocitose e, em caso de persistência do agente lesivo, organização de
granulomas. Essas ações possuem como consequência a eliminação ou o isolamento do
agente lesivo. Sabe-se que, após a eliminação dos estímulos iniciais com a consequente
cessação do processo inflamatório, os leucócitos morrem ou retornam para o interior dos vasos
linfáticos. No entanto, há casos persistentes que caracterizam a inflamação crônica, onde
granulomas ricos em células da linhagem macrocítica podem ser formados e permanecerem
por tempo indeterminado.
OS PRINCIPAIS MEDIADORES QUÍMICOS
Em 1927, Sir Thomas Lewis (1881-1945) foi o primeiro a sugerir a ação de mediadores
químicos na inflamação, relacionando a histamina como um dos principais agentes.
Atualmente, são conhecidos uma série de mediadores químicos com atuação sobre a
vasculatura e os leucócitos. Podemos destacar:

AS AMINAS VASOATIVAS
A histamina e a serotonina, derivadas do metabolismo de aminoácidos, estão relacionadas com
a primeira fase do aumento de permeabilidade. Estão, normalmente, estocadas em grânulos
citoplasmáticos de mastócitos, basófilos e plaquetas. Essas aminas causam também
vasodilatação.
O SISTEMA COMPLEMENTO
As anafilatoxinas C3a e C5a, originadas a partir de zimogênios plasmáticos, aumentam a
permeabilidade vascular indiretamente por meio da liberação da histamina de mastócitos e
plaquetas. O C5a também ativa a via lipoxigenase em neutrófilos, levando à formação de
leucotrienos que aumentam a permeabilidade vascular.


AS CININAS PLASMÁTICAS
Formadas pela ativação do fator XII da coagulação, levam à formação da bradicinina, potente
agente vasodilatador, que aumenta a permeabilidade vascular, descoberta, em 1949, pelo
médico brasileiro Maurício Rocha e Silva (1910-1983).
OS METABÓLITOS DO ÁCIDO ARAQUIDÔNICO
Pela via ciclo-oxigenase: as prostaglandinas, prostaciclina (PGI2), que promove
vasodilatação e inibe a agregação plaquetária; tromboxano A2 (TXA2), que produz
vasoconstrição e agregação plaquetária; PGE2, um dos principais responsáveis pela
vasodilatação e sensibilização das fibras nociceptoras (que transmitem a sensação
dolorosa) no processo inflamatório;
Pela via lipoxigenase: endoperóxidos, ácido hidroxiperoxieicosatetraenoico (HPETE), que
promove vasoconstrição e aumento da permeabilidade vascular; leucotrienos C4, D4, E4,
responsáveis por vasoconstrição e aumento da permeabilidade vascular; e leucotrienos
B4 e ácido 12-hidroxiheptadecatrienoico (HHt), que produzem o aumento da
permeabilidade vascular e induzem a migração de leucócitos neutrófilos primariamente.


OS CONSTITUINTES LISOSSÔMICOS
As proteínas catiônicas dos grânulos azurófilos dos neutrófilos aumentam a permeabilidade
vascular, diretamente ou via mastócitos. Contribuem também para o efeito microbicida dessas
células.
OS RADICAIS LIVRES DE OXIGÊNIO
Aumentam a permeabilidade vascular por lesão celular com a ativação do C5a e contribuem
também para o efeito microbicida.


O FATOR DE ATIVAÇÃO PLAQUETÁRIA (PAF)
É um derivado de fosfolipídeo que causa, em concentrações muito baixas, aumento da
permeabilidade e vasodilatação, além de estimular a síntese de prostaglandinas e leucotrienos
e a migração de leucócitos.
AS CITOCINAS
São pequenas proteínas de sinalização intercelular com diversas funções no organismo. Entre
os muitos representantes dessa classe, a interleucina 1 (IL-1) e o TNF estimulam a síntese de
prostaglandinas e a ativação de células endoteliais e leucócitos polimorfonucleares, além de
ativarem linfócitos B, macrófagos e fibroblastos, contribuindo, assim, para fibrose tecidual; a
interleucina 6 (IL-6) conecta fatores da inflamação com a via de coagulação; e a Interleucina 10
(IL-10) possui um papel modulador negativo da resposta inflamatória.

Para saber mais sobre as fases da resposta inflamatória, assista ao vídeo a seguir.
Agora que você viu os princípios básicos da resposta inflamatória e seus principais
mediadores, é hora de testar seus conhecimentos com as atividades a seguir.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1) AVALIE A AFIRMAÇÃO “A RESPOSTA INFLAMATÓRIA TEM POR
FINALIDADE DEFENDER O ORGANISMO DE AGRESSÕES EXTERNAS” E,
EM SEGUIDA, MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA.
A) A afirmativa é correta. A inflamação tem como finalidade principal a defesa do organismo.
B) A afirmativa é incompleta porque, apesar de a inflamação ter a finalidade de defender o
organismo contra agressores internos, ela também serve para defender o organismo de
agressões internas.
C) A afirmativa é incompleta porque, apesar de a inflamação ter a finalidade de defender o
organismo contra agressores internos, ela também serve para defender o organismo de
agressões internas e de radiações ionizantes.
D) A afirmativa é errada. A inflamação não tem como finalidade principal a defesa do
organismo.
2) A VASODILATAÇÃO É UM DOS PRINCIPAIS EVENTOS VASCULARES
DO PROCESSO INFLAMATÓRIO E ESTÁ DIRETAMENTE RELACIONADA
AOS SINAIS CARDEAIS DE RUBOR, CALOR E EDEMA. QUAL DAS
OPÇÕES APRESENTA OS PRINCIPAIS MEDIADORES QUÍMICOS
ENVOLVIDOS NO EVENTO DE VASODILATAÇÃO?
A) Leucotrienos B4, C4, D4 e E4.
B) Proteínas catiônicas de grânulos leucocitários e radicais livres.
C) Histamina, PGE2 e PGI2.
D) C3a e C5a.
GABARITO
1) Avalie a afirmação “a resposta inflamatória tem por finalidade defender o organismo
de agressões externas” e, em seguida, marque a alternativa correta.
A alternativa "D " está correta.
 
A inflamação não tem a finalidade principal de defesa do organismo. Isso é uma consequência
de situações em que o agente agressor pode ser eliminado ou isolado durante o processo.
Muitas das vezes, o próprio processo é mais danoso ao organismo, daí a utilização de drogas
anti-inflamatórias.
2) A vasodilatação é um dos principais eventos vasculares do processo inflamatório e
está diretamente relacionada aos sinais cardeais de rubor, calor e edema. Qual das
opções apresenta os principais mediadores químicos envolvidos no evento de
vasodilatação?
A alternativa "C " está correta.
 
As aminas vasoativas, principalmente a histamina, e as prostaglandinas, em especial a PGE2 e
PGI2, são liberadas na fase inicial da resposta inflamatória e estão entre os mais potentes
vasodilatadores produzidos durante a inflamação. Dessa maneira, são alvos preferenciais para
o controle dos sinais inflamatórios, como rubor, calor e edema.
MÓDULO 2
 Identificar a farmacologia das drogas anti-inflamatórias não esteroidais (AINEs) e seus
principais representantes
ANTI-INFLAMATÓRIOS
Em situações em que a resposta inflamatória não evolui com a eliminação do agente causal e
resolução do processo e, ao contrário, incorre em dano significativo aos tecidos do hospedeiro;
ou em situações em que é necessário o alívio dos sintomas inflamatórios para conforto do
paciente, podemos lançar mão de medicamentos que, em função do seu mecanismo de ação,
são capazes de inibir ou modular negativamente a resposta inflamatória.
Existem dois grandes grupos desses medicamentos:
 
autor/shutterstock
OS ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS (AINES)
 
autor/shutterstock
OS ANTI-INFLAMATÓRIOS ESTEROIDAIS
(GLICOCORTICOIDES)
Neste módulo, abordaremos os AINEs,dissecando seus mecanismos moleculares, suas
aplicações, seus efeitos adversos e suas contraindicações.
CONCEITOS BÁSICOS SOBRE OS ANTI-
INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS
As drogas anti-inflamatórias não esteroidais formam um grupo bastante heterogêneo de
compostos que, apesar disso, compartilham efeitos terapêuticos e reações adversas bastante
semelhantes pelo fato de compartilharem também o mecanismo molecular principal de ação.
Além do efeito anti-inflamatório descritor dessa classe, essas drogas possuem também efeitos
antipiréticos e analgésicos e são, muitas vezes, utilizadas em função disso. Ou seja,
caracteristicamente, essas drogas são analgésicas, antipiréticas e anti-inflamatórias, com
algumas exceções que serão abordadas posteriormente.
O ácido acetilsalicílico (também conhecido por aspirina ou AAS) é considerado o protótipo
desse grupo de drogas, muitas vezes denominadas “drogas similares à aspirina”.
Historicamente, o ácido acetilsalicílico deriva da salicilina, um glicosídeo presente no extrato da
casca do salgueiro, uma planta da família Salicaceae (daí o nome salicilina).
 
Fonte:Shutterstock
 SAIBA MAIS
Relatos da utilização da casca do salgueiro para tratamento de febres e inflamações remontam
a vários séculos e estimularam os estudos com essa planta levando ao isolamento da salicilina
como princípio ativo.
 
Fonte:Shutterstock
A molécula de salicilina sofreu modificações estruturais em laboratório, dando origem ao
salicilato de sódio e, posteriormente, ao derivado mais potente, o ácido acetilsalicílico.
Após a demonstração de seus efeitos anti-inflamatórios, o ácido acetilsalicílico foi introduzido
no mercado em 1899 com o nome de Aspirina®, vindo de Spiraea, nome de uma das espécies
de plantas utilizadas como fonte de salicilina.
MECANISMO DE AÇÃO
Embora vários efeitos diferentes sejam descritos para os AINEs em experimentos in vitro,
acredita-se que seus efeitos terapêuticos sejam, principalmente, devido à capacidade dessas
drogas de inibir a síntese de prostaglandinas, por meio da inibição da enzima ciclo-oxigenase
(COX). Tal ação foi demonstrada pela primeira vez por Ferreira, Moncada e Vane (1971) e
honrada com o Prêmio Nobel de Medicina, em 1982, conferido a John Robert Vane (1927-
2004) e a outros pesquisadores da área.
Como as prostaglandinas são sintetizadas?
1
As prostaglandinas são sintetizadas a partir da liberação do ácido eicosatetraenoico (também
conhecido por ácido araquidônico ou AA) de fosfolipídeos por ação da enzima fosfolipase A2.
Em seguida, o AA é convertido a intermediários instáveis, chamados de prostaglandina G2 e
H2 (PGG2 e PGH2), por ação da ciclo-oxigenase (COX).
2
O destino de PGG2 e PGH2 difere de tecido para tecido em função do repertório de enzimas
metabolizadoras presentes. Por exemplo, a partir de PGG2 e PGH2, as plaquetas são
produtoras de TXA2, as células endoteliais são produtoras de PGI2, enquanto monócitos,
macrófagos e fibroblastos produzem grandes quantidades de PGE2 conforme a ilustra a Figura
1.
 
Fonte:Shutterstock
 Figura 1 – Cascata do ácido araquidônico mostrando a síntese de leucotrienos e
prostaglandinas pelas vias de lipoxigenase e ciclo-oxigenase, respectivamente. A inibição da
via das ciclo-oxigenases é o principal mecanismo de ação dos AINEs.
O AA pode ser também metabolizado pela via das lipoxigenases (LOX) para gerar ácidos
monohidroperoxidoeicosatetraenoicos (HPETEs), ácidos hidroxieicosatetraenoicos (HETEs) e
leucotrienos (LTs). Atualmente, sabemos que existem duas ciclo-oxigenases:
A COX-1
É uma enzima constitutiva, presente na maioria dos tecidos, e primariamente responsável pela
síntese de quantidades fisiológicas de prostaglandinas, as quais são importantes para o
controle de tônus vascular, a proteção da mucosa gástrica, o fluxo sanguíneo renal, a
menstruação, entre outros.
A COX-2
É uma enzima induzida nos tecidos inflamados pela ação de algumas citocinas e outros
mediadores inflamatórios e parece ser responsável pela produção de grandes quantidades de
prostaglandinas envolvidas na resposta inflamatória.
Acredita-se, portanto, que grande parte do efeito terapêutico dos AINEs dependa da inibição da
COX-2, ao passo que vários dos efeitos adversos estariam associados à inibição da COX-1.
A maioria dos AINEs clássicos (existem mais de 50 exemplos diferentes no mercado global)
são inibidores competitivos e inespecíficos de COX-1 e COX-2. Como exceção, a aspirina liga-
se covalentemente à COX-1 e à COX-2, resultando em uma inibição irreversível dessas
enzimas.
Em meados dos anos 1990, foram desenvolvidos diversos inibidores seletivos da COX-2, os
quais passaram a ser conhecidos como COXIBEs. Mas como a inibição da síntese de
prostaglandinas poderia explicar os principais efeitos terapêuticos dos AINEs? Abordaremos
essa questão separando os principais efeitos terapêuticos e detalhando o mecanismo
envolvido.
EFEITO ANTI-INFLAMATÓRIO
A diminuição de PGE2 e PGI2 pela inibição da COX (principalmente a COX-2) reduz a
vasodilatação, diminuindo, assim, o rubor, o calor e o edema inflamatório. É importante
mencionar que os AINEs apresentam pouca ou nenhuma atividade na doença de base
propriamente dita. O acúmulo de leucócitos, a liberação de citocinas e de radicais livre de
oxigênio não sofrem diminuição relevante.
EFEITO ANTIPIRÉTICO
O centro termorregulador hipotalâmico controla o equilíbrio entre a perda e a produção de calor
no organismo, mantendo a nossa temperatura constante a despeito de pequenas variações no
ambiente e funcionando de maneira análoga a um termostato.
A febre se origina quando ocorre desregulação desse “termostato” induzida pela síntese de
prostaglandinas no hipotálamo. Tal síntese é, em geral, induzida por ação de IL-1 e IL-6
produzidas na periferia em resposta à infecção, aos tumores, às doenças autoimunes, entre
outras. A COX-2 parece estar envolvida nesse processo, uma vez que a IL-1 induz a expressão
dessa enzima no endotélio no hipotálamo. Ao inibirem a COX, os AINEs reajustam o
“termostato hipotalâmico” e os mecanismos reguladores da temperatura (vasodilatação
periférica e sudorese) reduzem a temperatura para níveis normais.
 
Fonte:Shutterstock
EFEITO ANALGÉSICO
Os AINEs são adequadamente prescritos para dores leves ou moderadas, principalmente
aquelas relacionadas a processos inflamatórios. Seus efeitos estão relacionados à inibição da
síntese de prostaglandinas, majoritariamente a PGE2, que sensibilizam as fibras nociceptoras,
diminuindo o limiar de estímulo para ativação delas. Os AINEs ainda podem ser combinados
com analgésicos opioides em baixas doses para controle de dores moderadas ou mesmo
intensas.
O efeito dos AINEs no alívio da cefaleia pode estar também relacionado à redução do efeito de
vasodilatação causado pelas prostaglandinas.
 
Fonte:Shutterstock
PRINCIPAIS REPRESENTANTES DOS AINES
Como dito anteriormente, os AINEs formam uma classe heterogênea de compostos com
diferentes famílias químicas. De maneira geral, todos compartilham do mesmo mecanismo de
ação, indicações terapêuticas semelhantes e efeitos adversos principais. Em seguida,
citaremos as principais famílias e seus representantes, fazendo comentários pertinentes quanto
a características específicas deste ou daquele grupo.
INIBIDORES NÃO SELETIVOS DE COX
Veja a seguir os principais representantes:
SALICILATOS
São representantes desta família a aspirina, o salicilato de sódio, o diflunisal e a sulfasalazina.
Os salicilatos, principalmente a aspirina, são causas relativamente comuns de intoxicações
agudas por superdosagem, chamada de salicilismo, por ingestão acidental em crianças ou
tentativas de suicídio. Podem também aumentar o risco de síndrome de Reye, uma
encefalopatia hepática rara que ocorre em crianças após doença viral aguda, levando à
contraindicação desses fármacos para uso pediátrico.
A aspirina, por inibir irreversivelmente a COX, possui também um excelente efeito
antiplaquetário, umavez que as plaquetas não conseguem sintetizar uma nova enzima por não
possuírem núcleo. Assim, a síntese de TXA2, um potente agente pró-agregante sintetizado
pelas plaquetas, fica irremediavelmente comprometida. Tal ação é a base para o uso da
aspirina como antitrombótico na prevenção de infartos e outras doenças cardiovasculares. Em
contrapartida, o mesmo efeito responde também pelo maior risco de sangramentos
indesejáveis vistos com essa droga.
INDÓIS
Nesta família encontramos a indometacina e o sulindaco. Essas drogas apresentam uma
incidência bem elevada de efeitos adversos se comparadas a outros AINEs, principalmente os
gastrointestinais. Por outro lado, são potentes anti-inflamatórios e antipiréticos, sendo a
indometacina útil para o controle da febre refratária a outros agentes.
 
Fonte:Shutterstock
ÁCIDOS ACÉTICOS
Neste grupo, podemos citar o tolmetina, o diclofenaco e o cetorolaco. O diclofenaco (Voltaren)
é um anti-inflamátorio potente muito utilizado. Por outro lado, o cetorolaco é melhor analgésico
do que anti-inflamatório.
Fonte:Shutterstock
ÁCIDOS ARILPROPIÔNICOS
Esta família inclui nomes como o ibuprofeno, naproxeno, flurbiprofeno, cetoprofeno e
fenoprofeno. São bons anti-inflamatórios, muito utilizados para o alívio dos sintomas de artrite
reumatoide e osteoartrite. Têm como vantagem serem bem tolerados, demostrando uma
incidência comparavelmente baixa de efeitos gástricos indesejáveis.
 
Fonte:Shutterstock
FENAMATOS
Nesta família, podemos citar o ácido mefenâmico (Ponstan) e ácido meclofenâmico. São bons
analgésicos e anti-inflamatórios, muito utilizados para o alívio da dor em condições reumáticas
e dismenorreia, porém, o uso continuado está associado a problemas gástricos.
ÁCIDOS ENÓLICOS
Nesta família, os mais conhecidos são o piroxicam e o meloxicam. São bons anti-inflamatórios
utilizados em osteoartrites e artrite reumatoide. O piroxicam tem a vantagem de possuir uma
meia-vida longa, podendo ser administrado apenas uma vez ao dia.
 
Fonte:Shutterstock
ALCANONAS
A nabumetona é a principal representante desta família. A nabumetona é um potente anti-
inflamatório, utilizado em osteoartrites e artrite reumatoide. Também é eficaz para o
traumatismo de tecidos moles. Possui pouca incidência de efeitos gástricos indesejáveis.
INIBIDORES SELETIVOS DE COX-2
Neste grupo, podemos citar o celecoxibe e etoricoxibe (altamente seletivos para COX-2), além
do etodolaco e a nimesulida. São excelentes anti-inflamatórios e muito bem tolerados do ponto
de vista do sistema gástrico, apresentando um menor risco de desenvolvimento de lesões
gástricas que os AINEs não seletivos.
 
Fonte:Shutterstock
 ATENÇÃO
Alguns medicamentos desse grupo foram retirados do mercado por apresentarem, em
observações de farmacovigilância, um risco aumentado de eventos cardiovasculares, como o
infarto agudo. Assim, as drogas que permaneceram no mercado devem ser utilizadas somente
após análise do risco cardiovascular do paciente.
DROGAS SEM EFEITOS ANTI-
INFLAMATÓRIOS
PARA-AMINO-FENÓIS
Neste grupo, temos o paracetamol ou acetaminofeno (Tylenol). Essa droga é muito utilizada
como analgésico e antipirético, mas não possui efeito anti-inflamatório apreciável. É uma droga
muito segura e não compartilha dos efeitos gástricos indesejáveis dos AINEs não seletivos.
Entretanto, doses elevadas podem provocar hepatotoxicidade fatal pelo acúmulo de um
metabólito tóxico: a N-acetil-p-benzoquinona imina.
 
Fonte:Shutterstock
A razão para a ausência do efeito anti-inflamatório ainda é debatida. Uma possibilidade é que
essa droga tenha afinidade maior por um produto de splicing alternativo do gene da COX-1 (às
vezes denominado COX-3), expresso em células nervosas. Uma outra possibilidade é que o
ambiente com alto potencial de oxirredução na inflamação interfira na habilidade do fármaco
em se ligar à COX-1 e à COX-2 no sítio inflamatório.
PIRAZOLONAS
Neste grupo, encontramos a fenilbutazona, feprazona e a dipirona (Novalgina). A dipirona,
assim como o paracetamol, é um excelente analgésico e antipirético, mas não possui efeito
anti-inflamatório apreciável. É uma droga bastante vantajosa por não apresentar efeitos
gástricos indesejáveis. Entretanto, doses elevadas estão associadas à aplasia de medula com
trombocitopenia, agranulocitose e anemia.
 
Fonte:Shutterstock
A razão para a ausência do efeito anti-inflamatório, enquanto os efeitos analgésico e
antipirético são mantidos, ainda é debatida e as explicações dadas são as mesmas
mencionadas anteriormente para o paracetamol.
APLICAÇÕES CLÍNICAS DOS AINES
Os principais usos terapêuticos de AINEs se relacionam ao controle dos sinais e sintomas
inflamatórios e, por isso, seu uso em osteoartrites, artrite reumatoide, espondilite anquilosante
e desordens musculoesqueléticas, em geral, como distensões, torções, fraturas e tendinites.
Nesses casos, a utilização pode ser dar por períodos longos e o risco de efeitos adversos,
principalmente gástricos (para os inibidores não seletivos), é maior.
Os AINEs são também rotineiramente utilizados para o controle da dor. Essas drogas são
analgésicas, com efeito moderado, e, portanto, indicadas para situações de dores de
intensidade baixa ou moderada. Nessa aplicação, drogas como o paracetamol e a dipirona,
que não possuem efeitos anti-inflamatórios significativos, são bem empregadas. Em casos cuja
intensidade da dor é moderada ou alta, a combinação de AINEs com baixas doses de opioides
pode oferecer uma opção segura e eficaz. Os AINEs não modificam a percepção de outras
modalidades sensoriais que não a dor.
A terceira grande aplicação dos AINEs é no controle da febre. Febres de origem infecciosa ou
não costumam responder igualmente bem a esses medicamentos. O controle da febre pode
ser feito tanto com os AINEs não seletivos, quanto com os AINEs seletivos para COX-2,
sugerindo que a COX-2 tenha um papel relevante no centro de controle da temperatura no
hipotálamo. Assim como no controle da dor, substâncias como o paracetamol e a dipirona, que
não possuem efeitos anti-inflamatórios significativos, são altamente eficazes e muito utilizadas.
Alguns AINEs, como a indometacina e seus correlatos, são também empregados para acelerar
o fechamento do ducto arterioso em neonatos que nascem com o mesmo aberto, uma vez que
a abertura mantida do ducto parece ser dependente da presença de prostaglandinas.
Uma outra aplicação clínica dos AINEs, envolvendo principalmente a aspirina, é na prevenção
de eventos tromboembólicos. Tal uso está relacionado ao potente efeito antiplaquetário da
aspirina em função da inibição irreversível da COX-1 nas plaquetas que não conseguem
sintetizar uma nova enzima. Logo, reduz-se de maneira importante a síntese do TXA2 e,
consequentemente, a agregação plaquetária.
 SAIBA MAIS
Um uso mais raro é na síndrome de Bartter, caracterizada por hipocalemia, hiperreninemia,
hiperaldosteronismo, hiperplasia justaglomerular, resistência ao efeito pressor de angiotensina
II e normotensão. A produção excessiva de prostaglandinas nos rins parece estar relacionada
às anormalidades metabólicas desta síndrome e os AINEs são utilizados com bons resultados.
EFEITOS ADVERSOS E
CONTRAINDICAÇÕES
Geralmente, os AINEs são drogas seguras e bem toleradas. A maior parte dos efeitos
indesejáveis ocorre com o uso prolongado ou em grandes doses. Veja a seguir quais são eles.
O principal e mais comum efeito adverso dos AINEs é o efeito gastrointestinal. Acredita-se que
ele seja decorrente da inibição da COX-1 no estômago e a consequente diminuição da síntese
do muco que reveste a parede gástrica, deixando-a susceptível aos efeitos lesivos do HCl
presente no suco gástrico. Os sintomas típicos são dispepsia, constipação, náusea, vômitos e
eventualmente podem ocorrer hemorragias e ulcerações gástricas. Estima-se que entre 35% e
45% dos usuários de AINEs desenvolvam algum tipo de dano gástrico. A prescrição de um
análogo estável de PGE1, o misoprostol,é eficaz para diminuir o desenvolvimento de úlceras
provocadas pelos AINEs. Os inibidores seletivos de COX-2 são bem menos propensos a
causar dano gástrico, que também praticamente não é observado com o uso de paracetamol e
dipirona.
Um outro efeito adverso importante dos AINEs é a insuficiência renal aguda, reversível na
maioria dos casos. Em geral, doses terapêuticas em indivíduos saudáveis não são arriscadas,
mas as chances desse efeito adverso aumentam em recém-nascidos, idosos e indivíduos com
doenças cardíacas, hepáticas ou renais e com redução do volume sanguíneo circulante. O
mecanismo envolvido é a inibição da síntese de PGE2 e PGI2 que regulam o fluxo sanguíneo
renal fazendo vasodilatação compensatória. A inibição dessas prostaglandinas levaria a uma
diminuição da filtração glomerular.
Os AINEs também podem causar efeitos indesejáveis no sistema cardiovascular. Apesar do
conhecido efeito antiplaquetário benéfico da aspirina, utilizada em pacientes com risco de
infarto e outros acidentes isquêmicos, é preciso lembrar que essa ação está associada a um
maior risco de sangramento, o qual, em determinadas circunstâncias, pode ser problemático.
Outros AINEs são reconhecidamente capazes de diminuir os efeitos de alguns fármacos anti-
hipertensivos em pacientes em tratamento para controle da hipertensão arterial. Os inibidores
seletivos da COX-2, em especial, estão associados a um maior risco de eventos
cardiovasculares, como o infarto e o AVC. Esse efeito pode estar relacionado à inibição da
síntese de PGI2, via COX-2, no endotélio inflamado na placa ateromatosa.
Em torno de 5% dos pacientes asmáticos ou atópicos tratados com AINEs podem apresentar
quadro de broncoconstrição, muitas vezes denominado de “asma induzida por aspirina”, por
ser mais frequentemente observada com esse fármaco, pode ser vista também com outros
membros dessa classe. O mecanismo envolvido é desconhecido, entretanto, um desvio na via
metabólica do ácido araquidônico, favorecendo a síntese de leucotrienos devido à inibição da
COX, parece ser um dos componentes dessa reação adversa.
 ATENÇÃO
É importante lembrar que, no caso específico do paracetamol, a hepatotoxicidade é um efeito
tóxico associado ao uso prolongado e às altas doses. Assim como no caso da dipirona, a
aplasia de medula também pode ser observada nessas situações.
Em termos de contraindicações para essa classe de medicamentos, podemos citar o uso em
pacientes com doença ulcerosa gástrica e em pacientes com doença renal prévia ou em
tratamento com agentes anti-hipertensivos. É preciso também cuidado na utilização em
crianças com quadros virais e em pacientes asmáticos. No cenário epidemiológico do Brasil, é
importante lembrar que essas drogas estão contraindicadas em casos de dengue e outras
arboviroses que cursem com trombocitopenia importante.
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FARMACOLÓGICO DE DROGAS ANTI-INFLAMATÓRIAS NÃO
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CETOPROFENO CELECOXIBE
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1) ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA NO QUE DIZ RESPEITO ÀS
AÇÕES DA ASPIRINA:
A) A aspirina é um inibidor seletivo da COX-2 e, portanto, uma droga com excelente efeito anti-
inflamatório e antipirético.
B) O efeito antiplaquetário da aspirina deve-se à inibição transitória da COX-2 plaquetária e à
diminuição da síntese de TXA2.
C) A aspirina é um inibidor não seletivo e irreversível das COXs utilizada em baixas doses em
pacientes com risco de infarto em função do seu efeito antiplaquetário.
D) A aspirina é o antipirético de escolha para controle de febre em crianças com quadro viral.
2) PACIENTE DO SEXO FEMININO, 59 ANOS DE IDADE, INICIOU
EPISÓDIO DE MELENA HÁ 72 HORAS, ACOMPANHADA, HÁ DUAS
HORAS, DE HEMATÊMESE. A PACIENTE É HIPERTENSA E DIABÉTICA,
APRESENTANDO INSUFICIÊNCIA ARTERIAL PERIFÉRICA. FOI
SUBMETIDA, HÁ UM ANO, À AMPUTAÇÃO DO ANTEPÉ ESQUERDO. FAZ
USO, HÁ DOIS MESES, DE QUATRO COMPRIMIDOS DE DICLOFENACO
DE SÓDIO POR DIA PARA ALÍVIO DE DOR NO COTO DO PÉ AMPUTADO.
REALIZOU ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA COM BIÓPSIA REVELANDO
PRESENÇA DE EXTENSA ÚLCERA, LOCALIZADA EM PEQUENA
CURVATURA GÁSTRICA. QUAL DAS OPÇÕES ABAIXO MELHOR EXPLICA
A CAUSA DO SANGRAMENTO GASTROINTESTINAL DA PACIENTE?
A) O diabetes.
B) A hipertensão.
C) A insuficiência arterial periférica.
D) O uso de diclofenaco.
GABARITO
1) Assinale a alternativa correta no que diz respeito às ações da aspirina:
A alternativa "C " está correta.
 
A aspirina é um inibidor não reversível (liga-se covalentemente) tanto de COX-1 como de COX-
2 (não seletivo) que possui efeito antiplaquetário em baixas doses em função da incapacidade
das plaquetas em sintetizar uma nova enzima (no caso da plaqueta, a COX-1). Não deve ser
indicada em crianças com quadro viral devido ao risco de desenvolvimento de síndrome de
Reye..
2) Paciente do sexo feminino, 59 anos de idade, iniciou episódio de melena há 72 horas,
acompanhada, há duas horas, de hematêmese. A paciente é hipertensa e diabética,
apresentando insuficiência arterial periférica. Foi submetida, há um ano, à amputação do
antepé esquerdo. Faz uso, há dois meses, de quatro comprimidos de diclofenaco de
sódio por dia para alívio de dor no coto do pé amputado. Realizou endoscopia digestiva
alta com biópsia revelando presença de extensa úlcera, localizada em pequena curvatura
gástrica. Qual das opções abaixo melhor explica a causa do sangramento
gastrointestinal da paciente?
A alternativa "D " está correta.
 
Enquanto um representante dos AINEs não seletivos, o uso prolongado de diclofenaco está
associado a dano gástrico, podendo levar à formação de úlceras pépticas.
MÓDULO 3
 Identificar a farmacologia das drogas anti-inflamatórias esteroidais (glicocorticoides) e seus
principais representantes
CONCEITOS BÁSICOS SOBRE OS ANTI-
INFLAMATÓRIOS ESTEROIDAIS
Além dos AINEs, uma outra família importante de fármacos que apresenta potentes efeitos
anti-inflamatórios é a do glicocorticoides. Na verdade, em termos de potência anti-
inflamatória, os glicocorticoides são mais potentes que os AINEs e, portanto, amplamente
utilizados em diversas patologias de caráter inflamatório.
Os fármacos glicocorticoides são derivados direto dos hormônios glicocorticoides, secretados
de forma pulsátil e de acordo com um ciclo circadiano pela zona fasciculada da glândula
suprarrenal sob a ação do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH).
Nos humanos, o principal glicocorticoide secretado na suprarrenal é o cortisol (também
chamado de hidrocortisona), um derivado do colesterol que é convertido inicialmente à
pregnenolona na etapa inicial da via sintética.
 
Fonte:Shutterstock
Os glicocorticoides podem ser utilizados como terapia de reposição em algumas doenças
endócrinas, como a doença de Addison, mas são mais comumente utilizados em função de
seus efeitos anti-inflamatórios e imunossupressores. Foi o reumatologista Philip Hench (1896-
1965) que, em 1948, administrou cortisona pela primeira vez em um paciente com artrite
reumatoide e confirmou seu uso terapêutico como anti-inflamatório.
MECANISMO DE AÇÃO
Os glicocorticoides (GC) tem a sua denominação em função do seu efeito característico sobre
o metabolismo de carboidratos (aumento da glicemia por antagonizar a insulina e
gliconeogênese). Essas drogas atuam sobre praticamente todos os órgãos e tecidos do
organismo. O mecanismo de ação dos corticoides envolve, fundamentalmente, o controle da
expressão gênica da célula, conforme ilustra a figura 2.
 
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 Figura 2 – Mecanismo geral de ação dos glicocorticoides (GC). CBG – proteína ligadora de
GC; hsp90 – heat shock protein 90; R – receptor de GC; ERG – elemento responsivo a GC.
Nessa ação, os corticoides promovem eventos de transativação ou transrepressão gênica.
Tudo se inicia com a droga (todos exemplares são bastante lipofílicos – derivados do
colesterol) cruzando a membrana citoplasmática da célula-alvo por difusão passiva. No
citoplasma, os GC ligam-sea receptores proteicos específicos – os receptores de GC (RGC) –
que são proteínas citoplasmáticas com estrutura contendo domínios comuns a outros membros
da superfamília de receptores nucleares, como, por exemplo, estruturas em dedos de zinco.
O RGC encontra-se inativo no citoplasma, estabilizado por um complexo proteico denominado
proteínas do choque térmico, do inglês heat shock proteins (hsp). As hsp permitem que o
receptor adquira uma conformação tridimensional adequada para a sua ligação com droga e
evitam que esse receptor se difunda para o núcleo da célula. Os receptores de GC atuam
como fatores de transcrição, alterando a expressão dos genes-alvo em resposta a um sinal
específico promovido pela ligação do agonista glicocorticoide.
Uma vez ocorrendo a ligação do GC com o receptor, o complexo glicocorticoide-receptor se
dissocia das hsp, sofre transformação estrutural e forma dímeros com outros complexos droga-
receptor livres, passando a ser capaz de penetrar no núcleo celular, no qual se liga a regiões
promotoras de certos genes, denominadas elementos responsivos aos GC, induzindo a síntese
de algumas proteínas anti-inflamatórias, como a lipocortina-1 e IkB, as quais inibem a síntese
de prostaglandinas e leucotrienos. Esse processo é chamado de transativação.
Os GC também atuam por meio do mecanismo genômico chamado de transrepressão, em
que monômeros de complexo corticoide-receptor interagem com fatores de transcrição, como a
proteína ativadora 1 (AP-1) e o fator nuclear kB (NF-kB), por interação direta proteína-proteína
e promovem efeito inibitório de suas funções, causando inibição da síntese de várias proteínas
pró-inflamatórias, como, por exemplo, as citocinas TNF, IL-1, IL-2, IL-6, IL-8, IL-12 e interferon.
Aparentemente, a maior parte do efeito anti-inflamatório e imunossupressor dos GC deve-se a
esse último mecanismo. Quando administramos um GC exógeno com intuito de obter ação
anti-inflamatória e/ou imunossupressora, estamos, na verdade, amplificando seus mecanismos
de ação fisiológicos.
Devido à grande diversidade de genes afetados pelo GC, seus efeitos são consequentemente
numerosos e variados, afetando diferentes tecidos e sistemas. O quadro 1 traz alguns dos
principais efeitos dos GC tanto do ponto de vista fisiológico como farmacológico.
Efeitos dos glicocorticoides
Aumenta a resistência à insulina
Aumenta a glicemia
Reduz a síntese de proteína e aumenta o catabolismo muscular
Diminui a função tireoidiana
Diminui a síntese de hormônios sexuais
Diminui a absorção de cálcio no intestino
Suprime a liberação de corticotrofina, gonadotrofina, ACTH, TSH e GH
Suprime a liberação de cortisol, andrógenos e estrógenos
Promove atrofia das fibras musculares
Inibe a apresentação de antígenos por macrófagos
Promove atrofia das fibras musculares
Inibe a apresentação de antígenos por macrófagos
Aumenta a apoptose de linfócitos T
Diminui a migração de neutrófilos, eosinófilos e monócitos
Inibe a síntese de mediadores inflamatórios
Inibe a inflamação aguda
Inibe a resposta imune do tipo I e do tipo II
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
 Quadro 1 : Principais efeitos fisiológicos e farmacológicos dos GC
Entre os principais representantes dos GC, em usos clínicos, podemos citar aqueles mostrados
na tabela 1. Essas drogas podem ser diferenciadas em relação à sua potência como agente
anti-inflamatório/imunossupressor e em relação à duração de seus efeitos conforme mostrado.
Nessa comparação, o cortisol (hormônio endógeno) é utilizado como balizador da comparação.
Glicocorticoide
Dose
equivalente
(mg)
Potência anti-
inflamatória
Duração do
efeito (horas)
Cortisol 20 1 8-12
Cortisona 25 0,8 8-12
Hidrocortisona 20 1 8-12
Prednisona 5 4 12-36
Prednisolona 5 4 12-36
Metilprednisolona 4 5 12-36
Betametasona 0,6 30 36-72
Dexametasona 0,75 30 36-72
Triancinolona 4 5 12-36
Fludrocortisona -
Não utilizado como
anti-inflamatório
12-36
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
 Tabela 1: Principais GC em uso clínico
Como fica claro na tabela, alguns representantes são bem mais potentes que outros e
possuem uma maior duração de efeito. Esses são, em geral, indicados em situações onde o
efeito anti-inflamatório potente ou imunossupressor se faz necessário. Por outro lado, as
drogas com menor potência são comumente prescritas em situações onde se busca um efeito
mais fisiológico ou de reposição.
INDICAÇÕES CLÍNICAS, PRINCIPAIS
EFEITOS ADVERSOS E
CONTRAINDICAÇÕES
Novamente, em função de agirem em praticamente todos os tecidos e órgãos do organismo e
de influenciarem a expressão de vários genes diferentes, os corticoides podem ser indicados
em várias condições clínicas. Nessas indicações, buscam-se efeitos hormonais, anti-
inflamatórios, antialérgicos, imunossupressores, antiedematogênicos e até citotóxicos. A seguir
citaremos algumas das aplicações clínicas mais comuns sem, no entanto, esgotar o assunto.
Enquanto terapia de reposição, os GC podem ser utilizados em pacientes com insuficiência
adrenal primária (doença de Addsion) ou secundária. Nesses casos, a deficiência de produção
endógena de cortisol é o fator desencadeante e a reposição com GC exógeno em doses
fisiológicas é eficaz no controle das manifestações clínicas.
Talvez o uso mais comum dos GC seja como drogas anti-inflamatórias, antialérgicas e/ou
imunossupressoras. Vários exemplos podem ser dados aqui. O uso na asma, por exemplo,
seja por terapia sistêmica ou inalatória, visa diminuir a inflamação das vias aéreas e também a
hiperreatividade brônquica. Os GC também podem ser utilizados por via tópica buscando efeito
anti-inflamatório em locais como pele, olhos, orelha ou nariz (por exemplo, no tratamento de
eczemas). Seu uso em doenças alérgicas pode ser feito de maneira tópica ou sistêmica e
podemos citar como exemplos a conjuntivite ou a rinite alérgica, as urticárias, as reações de
hipersensibilidade a fármacos e, até mesmo, o choque anafilático.
Ainda dentro do uso como anti-inflamatório e/ou imunossupressor, podemos citar o caso das
doenças com componente autoimune e inflamatório como, por exemplo, as doenças do tecido
conjuntivo (dermatomiosite, Lúpus, esclerose sistêmica, entre outras), doenças inflamatórias
intestinais, púrpura trombocitopênica idiopática e algumas formas de anemias hemolíticas. Não
podemos deixar de mencionar a utilização de GC na prevenção da doença do enxerto versus
hospedeiro após o transplante de órgãos ou tecidos.
Não menos importante, os GC também têm um papel fundamental no tratamento de algumas
doenças neoplásicas, podendo ser utilizados em combinação com agentes citotóxicos para o
tratamento de linfomas de Hodgkin e leucemia linfocítica aguda, para citar algumas. Nesse
caso, o efeito benéfico parece ser relacionado à capacidade dessas drogas em induzir
apoptose em células de linhagem linfocítica. Os GC também são utilizados com frequência
para redução do edema cerebral em pacientes com tumores metastáticos ou primários no
cérebro, ou mesmo em pacientes com traumatismo craniano com o mesmo objetivo.
Por fim, os GC podem também ser utilizados como parte da terapia em algumas doenças
infecciosas. Apesar dessa indicação parecer um contrassenso – uma vez que os GC suprimem
a resposta inflamatória e causam imunossupressão e, por esses motivos, facilitam a ocorrência
e a progressão de infecções – está bem estabelecido que, em algumas situações infecciosas, o
dano tecidual causado por uma hiperinflamação é mais importante que a própria infeção e
medidas tomadas para limitar esse dano são benéficas se associadas à terapia específica
contra o agente infeccioso. O exemplo mais claro dessa ocorrência é no tratamento de
meningite pneumocócica. Os GC são também muitas vezes utilizados no tratamento do choque
séptico, mas o seu papel nesse cenário é ainda controverso.
Infelizmente, apesar de extremamente úteis em diversas patologias,os corticoides estão
também associados a uma grande quantidade de efeitos adversos. Esses efeitos são mais
presentes quanto maior a dose, a potência do agente utilizado e a duração do tratamento,
sendo o uso continuado por longos períodos associado a importantes efeitos indesejáveis.
Entre os principais efeitos adversos dos GC, podemos citar:
IMUNOSSUPRESSÃO
Com o aparecimento de infecções oportunistas, entre elas as causadas por fungos. Por
exemplo, o aparecimento de candidíase oral (sapinho) é comum em pacientes que usam GC
inalatórios por longos períodos.
ESTIGMAS CUSHINGÓIDES
Manifestações semelhantes às vistas em pacientes com síndrome de Cushing. Podemos citar
a face em “lua cheia”, adelgaçamento da pele, gibosidade (corcova de búfalo), estrias
violáceas, hirsutismo, atrofia muscular em braços e pernas, hipertensão intracraniana e
aumento da gordura abdominal.
OSTEOPOROSE
Devido aos efeitos sobre o metabolismo de cálcio e a função de osteoblastos, os GC podem
levar à diminuição da densidade óssea e ao aparecimento de fraturas patológicas.
HIPERGLICEMIA
Podendo, em alguns casos, levar ao diabetes.
PERDAS MUSCULARES
Leva à atrofia da musculatura, bastante evidente em membros superiores e inferiores.
NANISMO
Em crianças pode causar parada do crescimento por inibir a secreção do GH.
GLAUCOMA
Em pessoas com predisposição genética.
CATARATAS
Usuários crônicos de glicocorticóides em comprimidos ou em formulações de colírios podem
levar ao desenvolvimento de cataratas.
CICATRIZAÇÃO DEFICIENTE DE FERIDAS
Por diminuir a capacidade de colágeno e proliferação de fibroblastos.
HIPERTENSÃO
Causando retenção de sódio e de água e aumentando a sensibilidade dos vasos sanguíneos
às catecolaminas.
SISTEMA NERVOSO
Os principais efeitos no sistema nervoso é a depressão e psicose.
ÚLCERAS PÉPTICAS
Facilitação do aparecimento de úlceras pépticas.
É muito importante frisar que a retirada dos GC após terapia prolongada pode resultar em um
quadro de insuficiência suprarrenal aguda, uma vez que o GC exógeno causa a supressão do
eixo hipotálamo-hipófise-suprarrenal, interrompendo, assim, a síntese do cortisol endógeno.
A retirada do medicamento após terapia prolongada deve ser feita gradativamente. A
recuperação total do funcionamento da suprarrenal pode demorar de 8 semanas até 18 meses
ou mais, na dependência da duração do tratamento e da dose utilizada.
QUE TAL AGORA FAZER UM ESTUDO DE CASO SOBRE O USO
DE GLICOCORTICOIDES NO TRATAMENTO DE ASMA
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SIM NÃO
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1) EM QUAL DAS OPÇÕES O USO DE GC PODERIA AGRAVAR AS
MANIFESTAÇÕES DA DOENÇA?
A) Rinite alérgica.
B) Lúpus.
C) Hipertensão arterial.
D) Choque anafilático.
2) QUAL DOS GC ABAIXO SERIA A MELHOR ESCOLHA PARA OBTER-SE
UM EFEITO ANTI-INFLAMATÓRIO POTENTE OU IMUNOSSUPRESSÃO?
A) Cortisol.
B) Cortisona.
C) Triancinolona.
D) Dexametasona.
GABARITO
1) Em qual das opções o uso de GC poderia agravar as manifestações da doença?
A alternativa "C " está correta.
 
Os GC causam retenção de sódio e água e aumentam a sensibilidade dos vasos sanguíneos
às catecolaminas, podendo, por si só, causar o aumento da pressão arterial.
2) Qual dos GC abaixo seria a melhor escolha para obter-se um efeito anti-inflamatório
potente ou imunossupressão?
A alternativa "D " está correta.
 
Nessa situação, seria necessário um GC de grande potência e efeito prolongado, que são
características da dexametasona. A potência dos GC foi abordada no item mecanismo de
ação. Na tabela 2, você pode verificar que a dexametasona possui potência superior aos
demais GC relacionados.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
IAs drogas anti-inflamatórias são bastante úteis e frequentemente utilizadas numa diversidade
de doenças. Enquanto os AINEs são melhor empregados em quadros inflamatórios leves, no
tratamento da febre e no tratamento da dor, os GC são agentes mais potentes e possuem
efeitos hormonais, imunossupressores e antialérgicos. Ambos, AINEs e GC, possuem efeitos
adversos importantes, com destaque para os GC, e devem ser utilizados apenas sob
orientação profissional qualificada.
Agora, o professor Hugo Caire encerra o tema falando sobre fármacos com ação anti-
inflamatória.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
SILVA, P. Farmacologia. 7. ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
RANG, H. P. et al. Rang & Dale Farmacologia. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.
Hardman J. G. et al. Goodman and Gilman’s Pharmacological basis of therapeutics. 10.
ed. USA: McGraw-Hill, 2001.
EXPLORE+
Para se aprofundar mais nos assuntos abordados neste tema, pesquise em seu
navegador sobre os mecanismos básicos da inflamação.
CONTEUDISTA
Hugo Caire de Castro Faria Neto
 CURRÍCULO LATTES
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