Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Os AINES possuem a capacidade de serem anti-inflamatórios, antipiréticos e analgésicos por reduzirem as sínteses de prostaglandinas (mediadores pró-inflamatórios), assim, são agrupados por suas características químicas. A classe dos anti-inflamatórios são divididos em não-esteroidais e esteroidais. Os anti-inflamatórios não-esteroidais agem interagindo com enzimas, já os esteroidais agem semelhantes aos hormônios endógenos conhecidos como “esteroides”, estando relacionados, portanto, com receptores intracelulares. Fisiopatologia da inflamaçao A inflamação é uma resposta a algum dano tecidual, ocasionando uma sucessão de mudanças, desde que a lesão não seja de tal grau, capaz de destruir sua estrutura e vitalidade. Esse dano pode ser causado por: traumas, infecção, alteração na temperatura, tumores, toxinas, etc. Geralmente, o próprio corpo consegue cessar essa inflamação, mas quando não há o balanço entre mediadores anti- inflamatórios (TGF-beta, IL-30 e IL-13) e pró- inflamatórios (IL- 1beta, TNF e PG2), faz-se necessário o uso de AINEs. Sinais cardinais: calor, rubor, edema e dor perda da função tecidual. A dor relaciona-se ao principal sinal de alerta, e o que mais reduz a qualidadede vida. Os AINEs são fármacos capazes de inibir a ação da enzima COX, promovendo uma redução dos efeitos inflamatórios causados pelos mediadores. AINEts = inibem tanto COX-1, quanto COX-2 AINEs seletivos para COX-2 s E N I A REVISAO 1. Lesão tecidual libera histamina, aumento do fluxo sanguíneo e aumento da permeabilidade dos capilares. 2. A histamina provoca extravasamento dos capilares, liberando fagócitos e mediadores inflamatórios no meio (favorecer a diapedese). 3. Fagócitos englobam bactérias, células mortas e resíduos celulares. 4. Plaquetas se movem para fora dos capilares a fim de iniciar o processo de controle e reparo da lesão. A injúria provoca um processo inflamatório local mediado por citocinas e sinalizadores químicos que irão estimular a liberação de fosfolipídeos de membrana (fosfatidilconina e fosfatidilatanolamina), que serão convertidos pela fosfolipase A2 em ácido araquidônico, que a partir da ação enzimática da COX/lipoxigenase (enzimas intracelulares), irá produzir mediadores inflamatórios, como as prostaciclinas, prostaglandinas e tromboxanos. As prostaciclinas e as prostaglandinas (geradas na cascata da fosfolipase A2) são mediadores pró-inflamatórios responsáveis por desencadear a fase 1 (vasodilatação e aumento da permeabilidade celular) os tromboxanos e leucotrienos são substâncias responsáveis pela fase 2 (efeito quimiotáxico para eosinófilos, neutrófilos e macrófagos). O processo é dividido ainda em três fases distintas: fase aguda, fase subaguda e fase proliferativa crônica. A administração de anti-inflamatórios não deve ser realizada em qualquer fase da inflamação, pois, para realizar um efeito benéfico, o anti-inflamatório não deve agir nas fases de ativação e de ação das células de defesa; o processo inflamatório, entretanto, se não for dosado e atenuado, desencadeia sua terceira fase, caracterizada por lesão tecidual e perda de função, sendo ideal a interferência de AINES. Obetivos do Tratamento Aliviar os sintomas e preservar a função do órgão/membro, retardar ou deter a lesão tecidual, além de possuírem propriedades anti-inflamatórias, antipiréticas e analgésicas combinadas, isso se dá a partir do bloqueio da enzima COX, inibindo a cascata do ácido araquidônico e consequentemente a produção de mediadores inflamatórios. Inflamação: Os AINEs têm sua principal aplicação clínica como agentes anti-inflamatórios no tratamento de distúrbios músculos esqueléticos, como artrite reumatoide e osteoartrose. Em geral, os AINEs fornecem principalmente alívio sintomático da dor e inflamação associada à doença e não são considerados FARMD. Dor: Quando empregados como analgésicos, esses fármacos costumam ser eficazes apenas contra dores de baixa a moderada intensidade, como a dor de dentes. Embora sua eficácia máxima seja geralmente muito menor do que a dos opioides, os AINEs não têm os efeitos adversos indesejáveis dos opiáceos sobre o SNC, incluindo depressão respiratória e potencial de desenvolvimento de dependência física. A coadministração de AINEs pode reduzir a dose de opioide necessária para controle suficiente da dor e reduzir a probabilidade de efeitos opioides adversos. Os AINEs não alteram a percepção de outras modalidades sensoriais que não a dor. Eles são particularmente eficazes quando a inflamação causa sensibilização periférica e/ou central de percepção da dor. Assim, a dor pós-operatória crônica ou a que surge da inflamação, como a dor artrítica, é bem controlada pelos AINEs, ao passo que a que surge de uma víscera oca em geral não é aliviada. Uma exceção a isso é a dor menstrual. A liberação de prostaglandinas pelo endométrio durante a menstruação pode causar cólicas graves e outros sintomas de dismenorreia primária; o uso dos AINEs para o tratamento dessa condição obteve considerável sucesso. Os AINEs são comumente utilizados como terapia de primeira linha para tratar ataques de enxaqueca e podem ser combinados com fármacos de segunda linha, como os triptanos (p. ex., uma combinação de dose fixa de naproxeno e sumatriptano ), ou com antieméticos para auxiliar no alívio das náuseas associadas. Febre: O tratamento antipirético é reservado aos pacientes nos quais a febre em si pode ser prejudicial e para aqueles que apresentam alívio considerável quando a febre é reduzida. Pouco se sabe sobre a relação entre a febre e a aceleração de processos inflamatórios ou imunes; pode às vezes ser um mecanismo fisiológico protetor. O curso da doença do paciente pode ser obscurecido pelo alívio dos sintomas e a redução da febre pelo uso de fármacos antipiréticos. Os AINEs reduzem a febre na maioria das situações, mas não a variação circadiana da temperatura ou o aumento da resposta ao exercício ou aumento da temperatura ambiente. Enzimas COX A primeira enzima na via sintética das PG é a COX (ciclooxigenase), também conhecida como PGG/H sintase (prostaglandina H sintase). Essa enzima converte o AA nos intermediários instáveis PGG2 e PGH2, além de promover a produção de prostanoides, TxA2 e de uma variedade de PG. Existem duas formas de COX, a COX-1 e COX-2. Antigamente, acreditava-se que somente a COX-1 fosse constitutiva, isto é, independe do processo inflamatório/alterações do meio para ser ativada (por ex. quando as plaquetas precisam se agregar, produzem COX-1 para a produção de TxA2 e quando o endotélio precisa vasodilatar ou quando a mucosa gástrica precisa produzir mais mudo para produzir PG12, etc) e que a COX-2 fosse induzida por estímulo inflamatório (enzima indutiva), no entanto, posteriormente, descobriu-se que a COX-2 também é constitutiva e que possui uma expressão aumentada na presença de tal estímulo. Pelo fato de sua expressão ser regulada por citocinas e mitógenos, acreditava-se que a COX-2 era a fonte dominante de formação de PG em inflamação e câncer. Assim, os inibidores seletivos de COX-2 foram desenvolvidos com base na hipótese de que eles iriam promover eficácia semelhante aos AINEts com melhor tolerabilidade GI. A maioria dos coxibes foi gravemente restringida em seu uso ou retirada do mercado, tendo em vista seu perfil de efeitos adversos, principalmente cardiovasculares. MECANISMO DE AÇÃO: Os AINES são antagonistas competitivos da COX (na maioria das vezes reversíveis) no sítio de ação dessa enzima ligação reversível com a COX (exceção do ácido acetilssalicílico, que forma uma ligação covalente com o resíduo de aa serina 530 e os seletivos COX-2). O canal de acesso ao sítio ativo da COX-1 é mais estreito do que a COX- 2. Um fármaco pequeno vai conseguir acessar tanto o canal estreitoquanto o canal largo (AINE não seletivo). Aumento da interação, além do tamanho, = seletivo para COX 2. Rins: PGs são importantes para a manutenção do fluxo sanguíneo dos rins (em condições de falência cardíaca congestiva, cirrose ou insuficiência renal servem como tentativa de reparo). Plaquetas: nas plaquetas, apenas a isoforma COX-1 é detectada. O AAS é utilizado para tratamento de doenças tromboembólicas, por conta da sua ligação irreversível que reduz a quantidade de COX-1 livre em uma plaqueta, reduzindo assim, sua capacidade de se agregar. No geral, os AINEs aumentam o tempo de sangramento, no entando em dose baixa (AAS infantil 50 a 100mL,) não tem efeitos anti-inflamatórios nem analgésicos em adulto, mas sim pode ser utilizado seguramente para prevenção de eventos tromboembólicos. O efeito do AAS só passa quando as plaquetas são naturalmente substituídas, o que ocorre após 7 ou 10 dias. Gestação e parto: importantes para a indução das contrações uterinas durante o parto, manutenção de uma gravidez saudável e é importante para a implantação do óvulo. Obs: Cytotec/misoprostol (mimetiza PGE) – inicialmente produzida como protetor gástrico, por estimular a produção de muco e fatores protetores, hoje é utilizado para interrupção de gestação até o primeiro trimestre (estimula a contração uterina). A ativação de COX-2 ocorre em concentrações cerca de 10 vezes menores de substrato (ácido araq) que o necessário para ativar a reação de ciclooxigenação na COX-1. Ela é mais expressa em estímulos inflamatórios. Porque existe uma seletividade de alguns fármacos para a COX-2? Metabolismo hepático TOLBUTAMIDA Deslocamento da ligação cm proteínas plasmáticas VARFARINA FENITOÍNA OUTROS AINES Drogas com eliminação renal METROTEXATO LÍTIO Redução da secreção tubular PROBENICIDA Rim: expressa constitutivamente na mácula densa, participa da produção de renina e do equilíbrio no SRAA. O aumento da renina renal que ocorre depois da restrição de sódio na dieta necessita da indução de COX-2 Sistema gastrointestinal: os inibidores seletivos de COX-2 possuem efeitos colaterais reduzidos sobre o TGI, porém não isenta a ocorrência dos mesmos, o que mostra um estudo em que o uso de seletivos COX-2 em animais com mucosa colônica inflamada resultou em bloqueio da síntese de PGs e aumento importante na severidade do dano da mucosa. O tratamento contínuo resultou em perfuração da mucosa e morte de 100% dos animais papel protetor da COX-2. Animais KO (mutado para produção de um gene) para COX-2 têm uma resolução de úlcera gástrica diminuída. Útero e ovário: inibição previne a ovulação. Animais fêmeas KO não ovulam e têm múltiplas deficiências no sistema reprodutor. A COX-2 é altamente expressa no parto, por isso para tratamento de parto prematuro com inibidores selestivos para COX-2 (diminuir contrações). Vasos sanguíneos: a produção de PGI2 (vasodilatadora e antitrombótica) endotelial em humanos saudáveis parece depender da COX-2 coxibes (COX-2 seletivos) favorecem trombose venosa, AVE, embolia pulmonar, IAM. ------ Aines nao seletivos çontra COX-2 ------- Exemplos: Salicilatos (aspirina), classe do ácido propiônico (Ibuprofeno), classe do ácido acético (indometacina), classe do aminofenol (paracetamol acetaminofeno), classe do ácido acético (diclofenaco), classe do oxicam (piroxicam), classe do fenamato (mefenamato), classe das cetonas (nabumetona). Salicilatos Ácido acetilsalicílico é um acetilado do ácido salicílico. = menos agressivo ao TGI Uso terapêutico Efeito analgésico (dor leve a moderada – não é eficaz em dores viscerais), antipirético e antiinflamatório. No TGI tem efeito de dispepsia, erosão, anemia (sangramento GI) e ulceração. Também tem efeito de anti-agregação plaquetária, contribuindo para aumento do tempo de sangramento. Efeito renal: alteram a homeostasia, diminuindo a excreção de sódio (aumentando a absorção) que resulta em ganho de peso, edema periférico e aumento da PA. Diminui a secreção de potássio podendo causar hipercalemia e também altera a hemodinâmica renal podendo causar insuficiência renal aguda (não possui relação direta com a dose e com o tempo de tratamento). Farmacocinética e metabolismo Absorção: VO pkA x pH AAS é rapidamente absorvido por VO, um pouco no estômago e a maior parte nas porções iniciais do intestino delgado. É lipossolúvel Se liga bastante a proteínas plasmáticas Metabolismo via hepática (biotransformação) Excreção urinária que depende do pH (aumentando o pH facilita sua excreção) . É uma provável isoforma constitutiva da COX-1 encontrada no SNC (devido a ação do paracetamol/acetaminofeno). Maior ação modulando a dor e a febre no SNC, e menor ação anti-inflamatória. Obs1: O uso de AAS como anti agregante plaquetário é utilizado em pacientes com alto risco cardiovascular, como diabéticos, ou com episódio de doença cardiovascular prévia (ex.: IAM), pois a sua ligação à enzima COX é realizada de maneira irreversível a partir de uma ligação covalente à enzima. Obs2: Por esse motivo de anti agregante plaquetário que o AAS é contraindicado em casos de suspeita de dengue, pois a própria patogênese do vírus da dengue favoreve sangramentos/hemorragias por inativação plaquetária generalizada. Obs3: pacientes que fazem uso crônico desse medicamento como antiagragante plaquetário deve suspender seu uso em casos de cirurgias, por aumento de risco de hemorragias durante os procedimentos, essa suspensão deve ser um período em média da vida útil de uma plaqueta (7 a 10 dias). Derivados dos Para-Aminofenóis Efeitos terapêuticos: Antipirético, analgésico (dor leve a moderada) e baixa atividade anti-inflamatória. Foi visto que a IC50 (concentração necessária para inibir 50% da atividade da enzima) do acetaminofeno é muito alta- comparado à aspirina, diclofenaco e ibuprofeno - para COX-1 e COX-2 e menor para COX-3. potência = inversamente proporcional a IC50. Ou seja, atua na modulação de dor e febre apenas. Prováveis características particulares em seu mecanismo de ação: Influência da glutationa peroxidase (enzima) na potência do acetaminofeno contra a atividade da COX-1 e COX-2: Na presença da enzima peroxidase (degrada peróxido) a potência do acetaminofeno para inibir COX-1 e COX-2 é aumentada, ou seja, seu efeito inibitório é potencializado em ambiente com reduzida concentração de peróxidos. E se na inflamação há grande quantidade de peróxidos/ROS e consumo de peroxidase, esse ambiente não favorece a ligação acetaminofeno-COX. Um dos produtos do ciclo da peroxidase participa da ativação da PG2, induzindo a ativação da COX para a conversão do seu precursor (AA). O produto necessário, se chama composto I, que é uma forma ativa essencial, formada na presença de peróxidos ou radicais livres. O composto I irá fornecer elétrons para a substância intermediária II, que irá fornecer para a COX produzir PG2. Após a transferência, o composto I é convertido em composto II, sua forma inativa e reduzida. O acetaminofeno tem papel importante no processo de conversão do composto I em composto II. Assim, se houver pouca peroxidase no meio, esse papel será baixo. o papel do acetaminofeno DEPENDE da redução do composto I, portanto, de uma grande quantidade de peroxidase para que o composto I seja reduzido e não utilizado no ciclo da COX. Obs1: Em meios inflamados a ligação do paracetamol à enzima COX é quase impossível, pois, haverá uma maior ligação dos peróxidos ao paracetamol, impedindo sua ação na COX, diminuindo a sua potência. Obs2: Altas doses de acetaminofeno (> 4 a 6 g/dia) estão relacionadas com hepatotoxicidade, podendo causar degeneração de hepatócitos e insuficiência hepática grave. Obs3: Em casos de suspeitade dengue, o principal AINE a ser prescrito quando se quer debelar a febre é o paracetamol. Para efeitos analgésicos, mesmo em caso de suspeita de dengue, pode-se considerar a prescrição de dipirona, mesmo que ele apresente certa atividade anti-plaquetária – pois esta droga se liga e inibe a COX-1 das plaquetas de maneira reversível (diferente do AAS). Obs4: O paracetamol e o dipirona possuem propiedades bastante semelhantes: analgésica e antipirética, por inibirem a COX-3, não possuindo ação anti-inflamatória ou antiplaquetária. Como ambos possuem baixa ação sob as demais COX eles não possuem uma classificação tão coerente como AINE. Diclofenaco Efeito terapêutico: analgésica (muito utilizado para dor osteoarticular), antipirética e anti-inflamatória. É um fármaco relativamente não-seletivo como inibidor da COX-2. Por que o paracetamol tem baixa atividade anti-inflamatória? Propriedades Farmacocinéticas Absorção por VO: absorção quase completa no intestino, sendo um fármaco gastrorresistente. Obs: Se ingerido logo após a alimentação, a absorção do diclofenaco será retardada, por demorar mais no estômago, porém, a concentração final disponível será semelhante (característica bastante comum em fármacos absorvíveis no intestino); Alta ligação a proteínas plasmáticas (99,7%). Biotransformação hepática. Excreção urinária: 60% da dose administrada é excretada conjugado ao ácido glicurônico da molécula intacta e como metabólitos (a maioria dos quais são também convertidos a conjugados glicurônicos). Principais efeitos adversos: distúrbios no TGI e ulcerações pépticas. Coxibes Podemos citar o celocoxib e o rofecoxib como exemplos de fármacos dessa classe, que são potentes inibidores seletivos da COX-2, sendo eficazes no tratamento da artrite reumatoide, osteoartrite e atuam como analgésicos e antipiréticos. Uma propriedade importante é que esses fármacos possuem pouco efeito sobre as prostaglandinas da mucosa gástrica ou sobre a agregação plaquetária. Um dos principais modos utilizados para obter seletividade pela enzima COX-2 se deu pelo tamanho da molécula (pois, o canal de acesso para o sítio ativo da COX-1 é estreito e o da COX-2 é mais largo), e também mudanças estruturais para maior interação de cadeias do coxibes com aa da enzima COX-2. Obs1: Um dos principais efeitos adversos observados em estudos com os coxibes é o potencial de aumento de risco para eventos cardiovasculares, como IAM e AVE. Propriedades Farmacocinéticas Absorção VO: semelhante ao que ocorre com o diclofenaco, administrar o medicamento após a ingestão de alimentos (principalmente rico em gorduras), retarda a absorção desses fármacos, resultando em um “atraso” na absorção de 4 horas, todavia, haverá aumento da biodisponibilidade em cerce de 20% (CUIDADO!!!). Isso decorre do aumento da lipossolubilidade do fármaco por interação com os lipídeos do alimento ingerido. Biotransformação hepática; Excreção hepática (menos de 1% é excretado pela urina) Efeitos Adversos dos AINES Um dos principais efeitos adversos associados ao uso dos AINES são os efeitos gastrointestinais causados pela maioria dos AINES não-seletivos. Em que após a inibição da COX-1 haverá uma redução da síntese de PGE2 e consequentemente uma queda na secreção de muco, bicarbonato e diminuição de fluxo sanguíneo no local – por vasoconstrição (diminuindo a [O2] = necrose/formação de úlceras). Dentro dos efeitos adversos renais, citamos efeitos compensatórios fisiológicos frente à acometimentos renais, cardiovasculares, dentre outros, que afetam a função renal. Como resposta à patologia, teremos o aumento de liberação de substâncias vasoconstritoras (Angiotensina II, catecolaminas e vasopressina), que atuarão reduzindo o lúmen das arteriolas renais, e contralateralmente, como resposta compensatória, haverá ação de moléculas vasodilatadoras, como a PGE2, a fim de preservar a TFG. Caso esses pacientes acometidos por essas patologias façam uso de AINES, haverá um desbalanço desse mecanismo e uma anulação da resposta vasodilatadora, prevalecendo os vasoconstritores, agravando o quadro (processos isquêmicos, necrose, nefrite e insuficiência renal). Uso de inibidores seletivos de COX-2 e risco cardiovascular: fisiologicamente de forma constitutia a enzima COX-1 encotra-se nas plaquetas – com função de agregação plaquetária – e a COX-2 encontra-se no endotélio – com função de produzir prostaciclina com função antitrombótica e vasodilatadora. Pacientes em uso de fármacos seletivos para COX-2 irá gerar um desbalanceamento na atividade coagulativa, em que haverá uma inibição da produção de prostaciclinas (antitrombótica e vasodilatadora) e a permanência da estimulação de tromboxanos (pró-trombótica), favorecendo a formação de trombos, aumentando o risco de eventos cardiovasculares. COX-1 COX-2 (SELETIVOS) - Úlceras pépticas; - Sangramentos no TGI; - Problemas renais; - Síndrome de Reye; - Hipertensão; - Problemas Cardiovasculares (ex.: IAM); - Problemas renais; Escolha do AINE Adequado Parâmetros para escolha do AINE: Eficácia; Custo-eficiência; Segurança; Associação medicamentosa; Adesão ao tratamento; Obs1: um AINE deve ser sempre prescrito levando em consideração que o mais indicado é a prescrição na dose mais baixa e por um tempo mais baixo possível; Inicialmente o mais utilizado é um AINE não-seletivo, pois, não existem potências comparáveis em relação à selitividade. Obs2: Uma forma indicada de uso dos AINES é antes ou após as refeições (fisiopatologia descrito mais a cima), com intuito de preservar a mucosa gástrica; aqueles pacientes portadores de úlceras pépticas ou duodenais o mais indicado é a ingestão do fármaco concomitante a fármacos gastroprotetores, como os IBPs (omeprazol, pantoprazol). Obs3: levar sempre em consideração os fatores de risco, como risco cardiovascular prévio, presença de alguma outra doença de base que possa ser risco, problemas pépticos prévios, sexo (mulher já possui risco aumentado para formação de trombos), idade (mulher + idade superior a 45 anos já possui risco aumentado para eventos trombóticos), apresentação clínica atual do paciente (cuidado com dengue e doenças com risco hemorrágico), uso de medicamentos diariamente (ex.: anticoncepcional que aumenta o risco de eventos trombóticos e risco de interação medicamentosa). Obs4: em casos de intoxicação por paracetamol, deve ser administrada a molécula antídoto para neutralização e excreção dos metabólitos tóxicos, que no caso é a glutationa, ou seus precursores, como a N-acetilcisteína.
Compartilhar