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Dire ito C ivil Direito da personalidade Privacidade Introdução São direitos da personalidade o direito à vida, à imagem, ao nome e à privacidade. Além disso, esses direitos possuem características que visam proteção à dignidade e integridade. Foram incluídos na Assembleia Geral da ONU de 1948 e na Convenção Européia de 1950, após a segunda guerra, como forma de reação às agressões à dignidade humana. O objeto deste trabalho é o Direito à Privacidade. 1 Intrasmissíveis Irrenunciáveis Indisponíveis Ilimitados (Rol exemplificativo - Código Civil) Concepção - Nascimento Morte - Pós-Morte DIREITOS DA PERSONALIDADE 2 O direito à privacidade Visa resguardar a dignidade humana Pessoa natural --> inviolável Não interferência pelo Estado na vida do indivíduo. Tutela pelo Estado dessa privacidade, protegendo o indivíduo de terceiros. 3 Fatores históricos do direito àFatores históricos do direito àFatores históricos do direito à privacidadeprivacidadeprivacidade A privacidade é fruto de longos fatores históricos, também muito relacionado ao significado de propriedade. A sociedade medieval tinha uma relação de pertencimento ao outro e com o declínio desse sistema produtivo com o teocentrismo pode- se dizer que houve o nascimento da privacidade. Com isso fica evidente que a história é sim um responsável pelo conceito atual mas não necessariamente final de direito à privacidade. 4 Definição O conceito de privacidade na antiguidade estava ligado a ideia de se privar de algo. A privacidade é originada do verbo privar, ligado a domar e/ou domesticar, ou seja, o privado se opõe ao público, caráter reservado. Com a ascensão da burguesia e dos direitos e necessidades materiais criadas com a Revolução Industrial, o homem percebeu que necessitava de um lugar para exercer sua individualidade. Privacidade se tornou um bem garantido inclusive pela constituição. 5 Definição O direito à privacidade está intrínseco na ideia de que seja possível manter um domínio sobre tudo a sua volta, possibilitando escolher quais partes podem ser acessadas por outras pessoas e quais não. 6 O direito à privacidade é elencado na Declaração Universal dos Direitos Humanos, possui garantia constitucional e está previsto também no Código Civil Expressando-se como o direito à preservação dos aspectos particulares contra a indevida intromissão do Estado, sociedade ou por particulares. No entendimento de Carlos Alberto Briar, o direito à privacidade e o direito da personalidade são agregados, sendo reconhecidos à pessoa humana e previsto no ordenamento jurídico com o intuito de defender os valores inerentes do homem, como a vida, a honra e a intimidade. 7 O Código Civil de 2002, em seu artigo 21, aborda a questão ao dispor que a vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma. Código Civil 8 Código Penal No artigo 146 diz que a molestar alguém invadindo-lhe a esfera de privacidade ou perturbar-lhe a tranquilidade, por acinte ou por qualquer outro motivo reprovável: Pena - detenção, de 02 (dois) a 04 (quatro) anos. § 1º Se resulta à vítima grave sofrimento físico ou moral: Pena - detenção, de 04 (quatro) a 08 (oito) anos. 9 A Constituição Federal no art. 5.º tratou de proteger a privacidade de todos, citando que são iguais perante a lei e sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País o direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, assim, no inciso X, assegurando: são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação. 10 PACTO INTERNACIONAL DOS DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS Conforme o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, ninguém poderá ser alvo de intervenções ilegais ou arbitrárias, nem de ofensas à honra e reputação. tanto em sua vida privada, quanto na vida familiar e em seu domicílio. CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS HUMANOS (1969) (PACTO DE SAN JOSÉ DA COSTA RICA) No artigo 11 deste respectivo cita que: 2. Ninguém pode ser objeto de ingerências arbitrárias ou abusivas em sua vida privada, em sua família, em seu domicílio ou em sua correspondência, nem de ofensas ilegais à sua honra ou reputação DIREITOS HUMANOS A Declaração Universal dos Direitos Humanos adotada pela Organização das Nações Unidas em 1948 no artigo XII, assegura como direito a não- interferência da vida privada, à honra e reputação, instituindo que o direito à proteção contra tais interferências ou ataques seja estabelecido para todos em forma de lei.. 11 Privacidade x IntimidadePrivacidade x Intimidade 12 A ideia de privacidade esta ligada aquilo que cada pessoa tem o direito de escolher compartilhar ou não e com quem compartilhar, por mais isolada que seja se caracteriza em viver entre outros. Surge como um direito mais visível, sendo definido como o momento posterior a intimidade, tratando-se de atos exteriores à pessoa Já a intimidade diz respeito ao modo de ser, termos de maior proximidade emocional, aquilo que se reserva para si, sem nenhuma necessidade real de repercussão social, está ligada ao íntimo da pessoa, como o caráter, as qualidades, o que fica no interior da pessoa. 13 O estudo aprofundado das principais normas e princípios do Direito; Atualização dos conceitos e institutos para estar sempre em contato com a dinâmica realidade, que muda a todo tempo. A doutrina jurídica possui como funções no mundo jurídico: Doutrinas 14 A vida pessoal e familiar necessita de uma esfera de segredo para o seu desenvolvimento, sendo, assim, este uma condição de sua liberdade. A doutrina é apoiada no discriminem constitucional e ainda em uma teoria chamada teoria das esferas, que divide o conceito de privacidade em três esferas (privada, intima e secreta) Doutrinas 15 Teoria das esferas Contendo os valores do âmbito da intimidade, com acesso restrito a determinados indivíduos com os quais a pessoa se relaciona de forma mais intensa. Onde se encontram aspectos da vida da pessoa excluídos do conhecimento de terceiros. Aproxima-se, de certa forma, da noção de privacidade. Referindo-se ao sigilo, uma esfera mais interna e sigilosa ESFERA SECRETA ESFERA ÍNTIMAESFERA PRIVADA 16 PESSOAS PÚBLICAS Pessoas públicas são pessoas que devido ao seu ofício ou condição estão sujeitas a uma maior exposição como políticos e artistas. Entretanto as pessoas públicas também possuem plenos direitos à privacidade, mas por seu reconhecimento e devido ao interesse público em relação às suas atuações, são suscetíveis a diversas violações desse direito. PRIVACIDADE X LIBERDADE DE IMPRENSA Ambos são direitos constitucionais e quando se colidem há necessidade de ponderar ambos direitos para verificar qual deles deve sobrepor o outro, além de verificar o real interesse público por trás da informações divulgadas. CRITÉRIOS Vale ressaltar que a ponderação em casos de colisão do direito à privacidade de pessoas públicas e a liberdade de expressão, analisa critérios como a veracidade do fato, a licitude do meio empregado para obter a informação, a localidade e natureza do fato, além da inexistência de sanções que não envolvam a proibição prévia de divulgação. 17 Privacidade no séc xxi Um dos maiores problemas em relação à privacidade no século 21 é o constante avanço da tecnologia. Na era da internet, informações são repassadas ao redor do mundo em questão de segundos, o que dificulta ainda mais a privacidade dos indivíduos. Era essa em que as fronteiras entre mundo real e universo digital são quase nulas. 18 Leis 19 Lei de execução penal No artigo 41, inciso VII, da lei de Execução Penal constitui-se direito do preso de proteçãocontra qualquer forma de sensacionalismo. Sendo esse mais um exemplo de defesa da privacidade do indivíduo, isso pois, o sensacionalismo consiste em uso de assuntos que causam espanto nas pessoas sem a devida preocupação com a veracidade dos fatos. Com a proteção desse direito pode-se inferir que não haverá invasão do privado do indivíduo e de seus familiares e nem abuso para obtenção de informações. 20 A lei representa um grande marco na regulamentação de dados pessoais no Brasil, principalmente em plataforma digitais. Lei aprovada em 2018, que teria previsão de entrar em vigor em 2020, porém teve adiamento até setembro de 2021. Tem o objetivo de proteger indivíduos que tenham seus dados armazenados em instituições privadas e públicas. Por se tratar também de instituições públicas, a LGPD, deve ser seguida pela União, estados, Distrito Federal e municípios. Deste modo, esta lei está diretamente relacionada com a privacidade dos indivíduos, a qual representa um de seus fundamentos. 21 Essa lei regulamenta o uso da Internet no Brasil sendo um grande precursor ao estabelecer princípios, garantias, direitos e deveres para quem usa a rede. Além disso, ela determina diretrizes para a atuação do Estado e responsabilidade dos provedores. O Marco Civil da Internet garante a privacidade e proteção de dados pessoais, sendo indispensável para a segurança dos usuários. Marco civil da internet 22 Lei 12.737/12 – Lei Carolina Dieckmann Um fato criminoso que aconteceu com a atriz Carolina Dieckmann foi um dos motivadores para a promulgação da Lei 12.737/12 – Lei Carolina Dieckmann – que tem como abrangência esfera penal, mas já trouxe avanços à proteção da intimidade e da privacidade. Deu nova redação ao artigo 154-A do Código Penal. O dispositivo criminal se preocupa em punir com penas que vão de reclusão à detenção aos que através de meios cibernéticos invadirem, comercializarem ou disseminarem fatos inerentes à privacidade de terceiros. 23 Conclusão Fica evidente, portanto, que o Direito à Privacidade, um dos Direitos da Personalidade, assim como os outros, possui características inertes visando garantir a todos dignidade. Sua importância é tanta que ele está previsto na Declaração dos Direitos Humanos, Constituição Brasileira, Código civil, além de algumas normas infraconstitucionais que também defendem esse direito da personalidade. 24 https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/campanhas-e-produtos/artigos-discursos-e- entrevistas/artigos/2010/direito-a-intimidade-e-privacidade-andrea-neves-gonzaga-marques https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/71/edicao-1/direito-a-privacidade https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-privacidade-e-a-intimidade-a-luz-da-legislacao-civil-e-da- sociedade-contemporanea/ https://www.aurum.com.br/blog/direitos-da- personalidade/#:~:text=S%C3%A3o%20direitos%20da%20personalidade%20o,privacidade%2C%20intimidade %2C%20entre%20outros. Bibliografia 25 https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/campanhas-e-produtos/artigos-discursos-e-entrevistas/artigos/2010/direito-a-intimidade-e-privacidade-andrea-neves-gonzaga-marques https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/71/edicao-1/direito-a-privacidade https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-privacidade-e-a-intimidade-a-luz-da-legislacao-civil-e-da-sociedade-contemporanea/ https://www.aurum.com.br/blog/direitos-da-personalidade/#:~:text=S%C3%A3o%20direitos%20da%20personalidade%20o,privacidade%2C%20intimidade%2C%20entre%20outros
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