Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1ª Edição | Setembro |2013 Impressão em São Paulo / SP Sérgio Caetano Moliterno Editora GESTÃO DE PESSOAS Coordenação Geral Coordenação De Projetos Professora Responsável Coordenadora Pedagógico de Cursos Ead Revisão Ortográfica Projeto Gráfico e Diagramação Capa Nelson Boni Leandro Lousada Sérgio Caetano Moliterno Rubens da Costa Santos Célia Ferreira Pinto Erick Genaro Wagner Boni Gestão de Pessoas Copyright © EaD KnowHow 2011 Nenhuma parte dessa publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição. Editora Catalogação elaborada por Glaucy dos Santos Silva - CRB8/6353 1ª Edição: Fevereiro de 2013 Impressão em São Paulo/SP M725g Moliterno, Sérgio Caetano. Gestão de pessoas. / Sérgio Caetano Moliterno. – São Paulo : Know How, 2013. 000 p. : 21 cm. Inclui bibliografia ISBN 1. Gestão de pessoas. 2. Liderança. 3. Motivação no trabalho I. Título. CDD 658.3 Figura 1: Funções da Gestão de Pessoas Figura 2: Objetivos fundamentais a serem perseguidos e alcançados Figura 3: Hierarquia de Competências na proposta de Lee & Livada 2001 Figura 4: Competência como fonte de valor para o indivíduo e para a organização Figura 5: Tipos de Recrutamento Lista de Figuras 27 31 41 43 44 Figura 6: Técnicas de seleção Figura 7: Conceitos do modelo de Gestão de Pessoas de Dutra Figura 8: Plano estratégico de carreira Figura 9: Objetivos da avaliação de desempenho Figura 10: Avaliar desempenho LISTA DE TABELAS Tabela 1: Processos – papel ou função da Gestão de Pessoas Tabela 2: Benefícios x Percentual 59 70 83 125 129 25 150 Sumário Introdução 1.Nosso tema é: Gestão de Pessoas: Evolução e Uma Nova Visão 1.1. Planejamento de Pessoas e o Processo de Movimentação 2. Processo de Movimentação: Captação ou Recrutamento e Seleção de Pessoas 2.1. Captação 2.2. Recrutamento 2.2.1. Recrutamento Interno 2.2.2. Recrutamento Externo 2.2.3. E-Recruting 2.2.4. Recrutamento Misto 2.3. Seleção 11 13 20 39 39 46 48 51 53 55 56 3. Concepção de Desenvolvimento Humano e Organizacional: Competência e Aprendizagem Organizacional 4. Processo de Desenvolvimento de Pessoas: Administração de Carreira 5. Ações de Desenvolvimento: Treinamento e Desenvolvimento Universidade Corporativa/e- Learning/ Coaching e Mentoring 5.1. Aplicação – Desenho e Análise dos Cargos e Avaliação Desempenho 5.2. Manutenção – Remuneração e Benefícios 5.3. Desenvolvimento – Treinamento E Desenvolvimento de Pessoas 5.4. Monitoração 5.5. Universidade Corporativa 5.6. E-Learning 5.7. Coaching e Mentoring 5.7.1. Coaching Executivo 5.7.2. Coaching Pessoal ou Coaching de Vida (Life Coaching) 5.7.3. Coaching de Performance 65 81 89 91 98 102 107 108 112 115 120 120 121 6. Gestão de Desempenho 6.1. Eficácia da Implementação da Gestão do Desempenho 7. Processo de Valorização de Pessoas: Cargos, Salários e Benefícios 7.1. Benefícios 7.2. Qualidade de Vida no Trabalho 8. Relações Trabalhistas: Manutenção de Rh Considerações Finais Referências Bibliográficas 123 132 135 149 153 159 171 179 “Você pode sonhar, projetar, criar e construir o lugar mais maravilhoso do mundo, mas é preciso pessoas para tornar o sonho realidade.” Walt Disney 11 Olá. Espero que todos estejam bem e preparados para a compreensão dos con- ceitos do tema de hoje. Começamos com um pensamento de Walt Disney (1960).“Você pode sonhar, proje- tar, criar e construir o lugar mais maravilhoso do mundo, mas é preciso pessoas para tornar o sonho realidade”. Pessoas são capazes de conduzir a em- presa a seus objetivos estratégicos, gerando mu- danças, riqueza e valor. Os seres humanos são a chave do su- cesso ou do fracasso das estratégias inova- doras de uma organização. Se os processos e a tecnologia são necessários para trans- formar uma empresa, é importante também lembrar que são as pessoas que dão vida a esses aspectos. Segundo Baptista (2009) é preciso repensar o papel dos clientes no varejo. É Introdução 12 uma necessidade que se direciona tanto para os funcionários, abordados aqui como clientes in- ternos e para os consumidores, caracterizados como clientes externos. A estratégia fundamen- tal é reconhecer as transformações para poder fazer as mudanças necessárias. Assim como as pessoas, as situações de trabalho diferem de uma empresa para outra, de um país para outro e, por isso, precisamos estar atentos às atuais tendências do mercado e espe- cialmente às pessoas - clientes internos e exter- nos - que as compõem. 13 Hoje, falaremos de Gestão de Pessoas. Qual o objetivo deste tema? Apresentar a vocês como as empresas estão atraindo e retendo seus colaboradores. Tem também, por objetivo apresen- tar a diferença entre Gestão de Pessoas e Re- cursos Humanos. Mas, afinal, o que é Gestão de Pessoas? A todo o momento, ouvimos essas palavras, parece até mesmo que se não sou- bermos o significado delas, não pertence- mos a esse “Planeta”... ou vamos ser chama- dos de alienados. Vários autores, atentos a esse novo Comportamento Organizacional, nos definem e exemplificam essa nova tendência. Primeiramente, temos de ter em mente que Gestão de Pessoas está direta- mente ligada ao setor de Recursos Humanos Nosso Tema é: Gestão de Pessoas: Evolução e uma Nova Visão 1 14 de uma organização, ou Administração de Recur- sos Humanos, conhecida pela sigla (ARH). Nas últimas três décadas, as organizações brasileiras, tanto privadas como públicas, de forma crescente passaram a se conscientizar da importância da revisão dos seus modelos de gestão: no caso das empresas privadas, a motivação era a sua sobrevivên- cia e competitividade no mercado; no caso das em- presas públicas, tal motivação era a sua capacidade de cumprir sua missão, ou seja, atender com qualidade a prestação de serviços de interesse da sociedade. Ao mesmo tempo, focando a realidade em- presarial brasileira, percebemos no comércio que boa parte dos esforços do governo brasileiro nos últimos anos concentra-se na tentativa de aumen- tar a formalidadedas micro e pequenas empresas, principalmente as varejistas, constata-se que as or- ganizações nacionais, tanto públicas como privadas, já desenvolvem esforços no sentido de recuperar o tempo perdido (de pelo menos duas décadas) que levou a um atraso em relação à situação mundial. No entanto, se há poucas empresas brasileiras consideradas de “classe mundial”, já é possível avaliar a partir destas a aplicabilidade das novas práticas ge- renciais que garantirão a sua sobrevivência num mer- cado cada vez mais globalizado e competitivo. O contexto histórico diz respeito ao fato de que as novas práticas de gestão empresarial, surgidas 15 principalmente a partir dos anos 70, são decorrentes ou provocadas por mudanças macroambientais que tornaram obsoletas as práticas até anteriormente uti- lizadas. Ocorre, assim, uma quebra de paradigma que precisa ser avaliada do ponto de vista da evolução dos novos modos de administrar-se uma organização. Para Baptista (2009) uma das transforma- ções é que, atualmente, os clientes levam cada vez mais em conta todas as variáveis envolvidas seja sim- plesmente para fazer um clic num banner na internet e proporcionar lucros tanto para as empresas como aos adeptos do adsense, seja para entrar numa loja num shopping center ou para escolher um produto na prateleira de um supermercado. Corroborando com esses conceitos, Pe- reira (1995) desenvolveu um método de análise da evolução dos modelos de gestão que contem- pla três níveis conceituais: a) o conceito de “Ondas de Transforma- ção” (TOFFLER, 1980, p. 24): trata-se dos grandes momentos históricos de evolução da sociedade hu- mana, cada qual com seus paradigmas próprios re- lacionados aos aspectos político, econômico, social, tecnológico e organizacional; b) o conceito de“Eras Empresariais” (MA- RANALDO, 1989, p. 60): trata-se dos estágios de evolução empresarial, a partir da Revolução Indus- 16 trial (Segunda Onda de Transformação), cada um com seus paradigmas gerenciais próprios; c) o conceito de “Modelos de Gestão”: tra- ta-se do conjunto próprio de concepções filosóficas e ideias administrativas que operacionalizam as prá- ticas gerenciais nas organizações. Diferentes autores analisam seus conceitos de forma variadas sobre a Gestão de Pessoas: Gary Dessler (2001, p. 37) assim conceitua: Administração de Recursos Humanos (ARH) é o conjunto de políticas e práticas necessárias para conduzir os aspectos da posição gerencial re- lacionados com as pessoas ou recursos humanos, incluindo recrutamento, seleção, treinamento, re- compensas e avaliação do desempenho. A Administração de Recursos Humanos é a função administrativa devotada à aquisição, treina- mento, avaliação e remuneração dos empregados. Todos os gerentes são, em um certo sentido, geren- tes de pessoas, porque todos eles estão envolvidos em atividades como recrutamento, entrevistas, sele- ção e treinamento. Já, os autores George T. Milkovich & John W. Boudreau (2003), afirmam que Administração de 17 Recursos Humanos é o conjunto de decisões inte- gradas sobre as relações de emprego que influen- ciam a eficácia dos funcionários e das organizações. Finalmente, David A. de Cenzo & Stephen P. Robbins (2003) definem a Administração de Re- cursos Humanos como uma função na organização que está relacionada com a provisão, treinamento e manutenção dos empregados. A Gestão de Pessoas é uma atividade que man- tém a expectativa de ser executada por todos os gestores de uma dada organização, contando com o apoio do seu setor de recursos humanos, com a finalidade de propor- cionar um desempenho que possa combinar as necessi- dades individuais das pessoas com a organização. Apesar da disseminação em tempos recen- tes dos cursos de gestão de pessoas, tal prática ainda é confundida com uma atividade ou mesmo como parte do setor de Recursos Humanos. De certa for- ma, a Gestão de Pessoas é um modelo de gestão das organizações em substituição aos modelos científi- cos, clássicos e burocráticos, os quais foram úteis à época em que as sociedades mais avançadas ainda estavam escoradas em um sistema econômico politi- camente industrial. A Gestão de Pessoas contempla um processo que inicia na contratação e termina na aposentadoria ou demissão de pessoas. Gestão de Pessoas é um termo moderno que redefine o papel dos Recursos Humanos. 18 Como podemos verificar nos conceitos ci- tados, as organizações estão mudando seus paradig- mas e alterando suas práticas gerenciais. Até pouco tempo, o relacionamento entre pessoas e organizações era considerado antagônico e conflitivo. Utilizava-se a solução ganha-perde em que objetivos das organizações como lucro, produ- tividade, eficácia, maximização da aplicação de re- cursos físicos e financeiros, redução de custos eram incompatíveis com os objetivos individuais das pes- soas como melhores salários e benefícios, conforto no trabalho, lazer, segurança no trabalho e no em- prego, desenvolvimento e progresso social. Sendo assim, a organização ganhava tudo e o funcionário ficava sem nada. Atualmente, as organizações estão mais fo- cadas nas pessoas que compõem o grupo, tendo a consciência de parceria, o que proporciona uma rela- ção ganha-ganha. O capital intelectual é valorizado. As pessoas são vistas como seres humanos e não apenas como meros recursos da organização. O fato de toda a organização estar baseada em pessoas mostra o quanto é importante a área de recursos humanos. São as pessoas que definem me- tas de vendas, planejam e vendem produtos, e a for- ma de administrar essas pessoas influencia de toda maneira no desempenho geral da organização. O grande desafio das empresas de hoje é ad- 19 ministrar bem seus recursos humanos, pois são as pessoas que obtém e mantêm vantagens competiti- vas. É preciso saber como selecionar e desenvolver líderes, como atender melhor os clientes, como re- compensar o bom desempenho, como controlar os custos de mão de obra e ao mesmo tempo manter um tratamento justo aos empregados. Comenta Baptista (2009, p. 2) que outro fa- tor importante é: ...o crescimento de determinados grupos sociais que alavancam segmentos específicos, como por exemplo, de pessoas que residem so- zinhas que consomem apenas produtos natu- rais. Uma pesquisa com o cliente externo pode identificar as peculiaridades comportamentais inter-relacionadas com o segmento e redefinir o conceito de bom atendimento em negócios específicos. O conceito de “bom atendimento” torna-se então dependente do público-alvo. Daí, a necessidade em fazer um levanta- mento sobre a gestão das pessoas na organização. E o que é Gestão? Vocês se lembram? Já falamos anteriormente: é quando gerenciamos, dirigimos uma organização, ou um setor, departamento de uma organização. E como podemos fazer tudo 20 isso? Com um levantamento das condições orga- nizacionais que são enfrentadas; com o planeja- mento dos objetivos na área de gestão de pesso- as juntamente com os objetivos da organização; com a avaliação dos resultados constantemente. A Gestão de pessoas atualmente se torna importante, pois, tanto grandes redes varejistas de móveis e eletroeletrônicos até varejistas de porte me- nor buscam, cada vez mais, no treinamento dos seus gerentes e lideranças uma saída para enfrentar a alta competitividade pela qual passa o setor. Por meio dessas ações de gestão de pessoas, as empresas do segmento pretendem agregar valor às suas ações de marketing, para mostrar ao cliente que a oferta do seu produto vai além do preço mais barato, das baixas ta- xas de juros e das diversas formas de pagamento. 1.1. Planejamento de Pessoas e o Processo de Movimentação Apesar da queda na atividade econômica ao final de 2008, o Brasil vem experimentando um forte avanço no consumo, em decorrência, principalmen- te, da melhora no poder aquisitivo das famílias, da elevação da massa salarial e do nível do crédito. Não obstante, houve um impacto indireto das políticas governamentais que visam à inclusão so- 21 cial principalmente das classes sociais menos favore- cidas. Para gerenciar tal crise, faz-se necessário tornar as empresas mais competitivas começando pelo pla- nejamento de pessoas. Então, a Gestão por Processo pode ser en- tendida como um “Sistema ou Modelo de Gestão Organizacional” orientado para gerir a organizações com foco nos processos. Uma organização, ao adotar um sistema ou modelo desse tipo, precisa, inicialmente, pen- sar em sua melhor forma de fazer negócios, levan- do em consideração os processos críticos do seu negócio e, com base neles, procurar identificar, mapear, analisar, documentar e melhorar continu- amente tais processos. Um modelo de Gestão Organizacional possibilita a visualização, o entendimento e ad- ministração da organização como “um todo”, tal como um sistema completo e integrado. Por con- seguinte, a principal preocupação deve ser com os processos do seu core business e não apenas com alguns dos seus processos. Para que isto seja possível, todos os processos críticos precisam fa- zer parte desse modelo ou sistema. Vamos falar de recursos humanos fazendo uma diferenciação de termos e atitudes, provenientes de uma mudança de cultura em muitas organizações. Estamos acostumados a designar a área que 22 administra a força de trabalho, identificando-a como Recursos Humanos. O que são recursos? São os ativos que movimentam a máquina administrativa. Recursos são manipuláveis e podem ser ajustados conforme a necessidade do administrador. É evidente que os talentos nas empresas são o grande ativo, mas seria incorreto afirmar que são manipuláveis. O colaborador só produz e engaja-se na empresa se ele, assim, desejar. Surge assim, uma área denominada gestão de pessoas, formadapor ações integradas que permitam resultados decorren- tes do trabalho, oferecendo ao empregado uma con- trapartida que valha seu esforço e dedicação. As questões que permeiam gestão de pes- soas fascinam e são extremamente importantes. O fascínio reside no fato de que envolve as pessoas no trabalho e é importante porque os recursos huma- nos são a própria organização. As pessoas tomam decisões, fixam objetivos e planejam, produzem e vendem os produtos. O in- teressante é perceber como a forma de administrar as pessoas faz a diferença, e todas as decisões corre- latas correspondem às perspectivas organizacionais permitindo atingir seus objetivos. Acredita-se que o que distingue a maioria das empresas bem sucedidas é a maneira de como administram seu capital humano. O talento para ob- ter e sustentar vantagens competitivas está nas pes- 23 soas que formam a força de trabalho e por isso é necessário saber como selecionar e desenvolver fu- turos líderes, como redesenhar a empresa para me- lhor atender aos clientes, como recompensar o bom desempenho, como liderar uma mão de obra global- mente diversificada, como controlar os custos dos encargos trabalhistas ao mesmo tempo em que se mantém o tratamento justo aos empregados. Sendo assim, os maiores desafios sempre envolvem a admi- nistração das pessoas nas empresas. Salienta Oliveira (2011) que os lojistas que querem ter mais e melhores resultados nas vendas devem atuar como líderes desenvolvedores de equi- pes, favorecendo um ambiente de trabalho saudável e produtivo, pois somente colaboradores compro- metidos são capazes de dar o melhor atendimento, com a máxima agilidade, de forma a conquistar a fi- delidade dos clientes, atraídos para a loja através de esforços de marketing. O que necessitamos, então, para um bom diagnóstico em gestão de pessoas? 1. Um levantamento das condições organizacio- nais, tanto internas como externas, que são enfrentadas. 2. Planejar e determinar os objetivos na área de gestão de pessoas em consonância com os obje- tivos organizacionais e todo o planejamento estraté- gico corporativo. 24 3. Escolher as ações apropriadas para alcan- çar os objetivos desejados. 4. Avaliar os resultados constantemente. Não há como medir a eficácia das ações, sem que haja uma avaliação de desempenho. Segundo Barbará (2006) os processos or- ganizacionais podem ser classificados de várias ma- neiras. Por exemplo: por família, categoria, classe, hierarquia e outros. No que se refere à gestão de pessoas, algumas contribuições facilitam entender e trabalhar a questão das interfaces humanas sob a forma de processos. A esse respeito Dutra (2004) apresenta a se- guinte classificação: a) movimentação, (da perspectiva da empresa, a movimentação está ligada a decisões como planejamento e atração de pessoas, sociali- zação e aclimatação das pessoas em seu trabalho, alocação ou realocação de pessoas, reposiciona- mento das pessoas no mercado de trabalho etc. Da perspectiva da pessoa, a movimentação diz respeito a decisões como inserção no mercado de trabalho, melhor oportunidade de trabalho, localização geográfica do trabalho, retirada do mercado de trabalho etc); b) desenvolvimento (a organização cria pla- 25 nos de desenvolvimento com vistas à aprendizagem e ao compartilhamento das competências. Pode-se utilizar os recursos disponíveis ou delinear-se uma meta de recursos a ser alcançada, para proporcionar um plano eficaz, eficiente e efetivo de capacitação); e c) valorização (a categoria valorização é composta por: remuneração, premiação e serviços e facilidades. A organização que investe no desen- volvimento das competências de seus colaboradores está se preparando para a sobrevivência em even- tuais turbulências e, em tempos de calmaria, para o crescimento. Assim, não se pode deixar de criar programas de desenvolvimento de pessoas com re- ceio de perder talentos para o mercado. Na verdade, deve-se acreditar que suas atitudes de capacitação podem criar um maior vínculo de confiança e cum- plicidade entre colaboradores e organização). Para Chiavenato (2004), as atividades de gestão de pessoas podem ser geridas por meio dos processos descritos na Tabela 1. Cada processo está associado à sua função. PROCESSOS PAPEL OU FUNÇÃO Agregar pessoas Incluir novas pessoas na empresa. Podem ser denominados processos de provisão ou de suprimento de pessoas. Incluem recruta- mento e seleção de pessoas. 26 Aplicar pessoas Para desenhar as atividades que as pessoas irão realizar na empresa, orientar e acom- panhar seu desempenho. Incluem desenho organizacional e desenho de cargos, análise e descrição de cargos, orientação das pes- soas e avaliação de desempenho. Recompensar pessoas Para incentivar as pessoas e satisfazer suas necessidades individuais mais elevadas. In- cluem recompensas, remuneração, benefí- cios e serviços sociais. Desenvolver pessoas Para capacitar e incrementar o desenvolvi- mento profissional e pessoal. Incluem treina- mento e desenvolvimento das pessoas, pro- gramas de mudanças e desenvolvimento de carreiras e programas de comunicação. Manter pessoas Para criar condições ambientais e psicológi- cas satisfatórias para as atividades das pes- soas. Incluem administração da disciplina, higiene, segurança e qualidade de vida e ma- nutenção de relações sindicais. Monitorar pessoa Para acompanhar e controlar as atividades das pessoas e verificar resultados. Incluem banco de dados e sistemas de informações gerenciais. Tabela 1 – Processos – papel ou função Fonte: CHIAVENATO, Idalberto. Administração para Administradores e Não-Ad- ministradores. São Paulo: Ed. Saraiva, 2008, P. 47. 27 A administração de recursos humanos re- presenta todo o esforço para atrair profissionais do mercado de trabalho, prepará-los, adaptá-los, desen- volvê-los e incorporá-los de forma permanente ao esforço produtivo e utilizar adequadamente o pro- fissional que uma organização necessita. A administração de recursos humanos tem como função planejar, coordenar e controlar a ob- tenção da mão de obra necessária à organização. A seguir uma figura ilustrativa. Figura 1 – Funções da Gestão de Pessoas Fonte: Elaborado pelo autor Agregar pessoas Desenvolver pessoas Manter pessoas Monitorar pessoa Aplicar pessoas Recompensar pessoas 28 A fugura 1 diz respeito à Gestão de Pessoas que está relacionada com as funções do administrador que são planejar, organizar, controlar e dirigir. E os seis pro- cessos básicos da Gestão de Pessoas são: agregar, aplicar, recompensar, manter, desenvolver e monitorar pessoas. Com modelo acima o foco das organizações não está mais centrado nas tarefas, e sim nos proces- sos; não mais nos meios, mas nos fins e resultados; não mais em cargos individuais, separados e confina- dos, mas no trabalho em conjunto, feito por equipes autônomas e multidisciplinares. As pessoas são as responsáveis pelo funcio- namento da empresa, pois são elas que definem metas de vendas, planejam e vendem produtos. É através da forma como estas são administradas que se refletirá sobre o desempenho geral da organização. Para isso, a empresa deve estar atenta aos seus processos de gestão de pessoas, que envolvem: processo de recrutamento, aplicação, desenvolvimento, manutenção e monitora- ção, os quais serão apresentados neste trabalho. A função de agragar pessoas visa a atrair e se- lecionar os profissionais mais adequados para as ativi- dades desempenhadas pela empresa. Cada organização tem necessidades específicas e buscam funcionários que sejam capazes de executar as tarefas de seu cargo e que consigam ainda se adaptar à sua cultura organizacional. Aplicar pessoas diz respeito que quando um profissional é contratado por uma empresa, ele re- 29 ceberá informações sobre como proceder no cargo que irá ocupar. Esse processo de orientar o desem- penho esperado dos funcionários corresponde ao processo de aplicar pessoas. Uma veztrabalhando, os funcionários recebe- rão uma recompensa pelas atividades que estão desen- volvendo na empresa. Enquanto a organização ganha com o trabalho humano, atingindo os seus objetivos, os trabalhadores também devem ser recompensados pelo esforço e tempo gasto no ambiente de trabalho. As pessoas precisam evoluir em suas carreiras. E cabe à função de gestão de pessoas promover meios que proporcionem aos funcionários de uma empresa a oportunidade de desenvolvimento profissional. Todo funcionário tem um objetivo em uma empresa como vimos anteriormente. Contudo, quando o empregado não se sente bem em seu am- biente de trabalho, o comprometimento com a em- presa pode ser afetado. Podemos ter inclusive saídas de pessoal, fazendo com que o quadro de funcioná- rios torne-se muito instável. Para isso, a gestão de pessoas age para man- ter pessoas. A manutenção de pessoas exige cuida- dos especiais, entre os quais temos o estilo gerencial, as relações com os empregados e os programas de higiene e segurança do trabalho que proporcionam a qualidade de vida na empresa. Para concluir o processo o monitoramen- 30 to de pessoas o o objetivo da gestão de pessoas é verificar se o desempenho dos funcionários foi satisfatório ou não. Essa etapa é importante, pois com os relatórios de desempenho é possível verificar as dificuldades que os funcionários estão passando para realizar as tarefas no trabalho. No monitoramento é feito o acompanha- mento e orientação para que as pessoas exerçam suas atividades da forma correta. Com as informa- ções obtidas nessa etapa, é possível corrigir as falhas e melhorar ainda mais as condições de trabalho. Passamos, agora, para a avaliação de desem- penho: a que esse termo nos remete? Lembram-se já ouvimos essa palavrinha mágica antes..Conseguem associar? Quem pensou em feedback acertou. As atividades em gestão de pessoas são: re- crutamento; seleção; planejamento e administração de carreira em conjunto com o empregado; treinamento e desenvolvimento do capital humano; remuneração, en- volvendo salários e benefícios; avaliação de desempenho. Na realidade, inicia-se na contratação, treina- mento e monitoramento. Complicou um pouco não é mesmo? Não é tão fácil assim. E como vocês podem avaliar, é um departamento totalmente voltado à pes- soas. Nós, os seres humanos que sofremos variações de humor e comportamento, temos, às vezes, dificul- dade de adaptação em uma nova função, dificuldades de convívio com os demais colaboradores, e tantos 31 outros problemas, como já vimos anteriormente. Os objetivos fundamentais a serem perseguidos e alcançados devem ser o da eficiência, permitindo que as ferramentas disponíveis em gestão de pessoas sejam utilizadas da maneira correta; eficácia, que se alcance os resultados esperados; efetividade, permitir a excelência nas ações reiteradamente e, equidade, garantindo direitos iguais. A figura a seguir ilustra esses objetivos. Efetividade EficáciaEficiência Equidade Figura 2 - Objetivos fundamentais a serem perseguidos e al- cançados. Fonte: Elaborado pelo autor. 32 Eficiência = fazer certo a “coisa”, pois em se fazendo o contrário – fazer errado a “coisa”, esta- remos provocando perdas de tempo e recursos (re- trabalho, desperdício), contrariando os princípios da eficiência; um segundo clichê muito utilizado para definir eficiência é “fazer mais com menos”, que traz embutido o sentido de economia racional. Aprende-se a existência de – “parâmetros” “padrões”, “indicadores”, “níveis”, “graus”... - de eficiência que balizam as ações nos mais variados processos onde se almeje uma eficiência aceitável, resultante da qualidade da força de trabalho ou ra- cionalização de recursos e medida pela relação entre quantidades produzidas sobre recursos empregados, sendo a contrapartida, a quebra da expectativa no que é esperado da habilidade com foco no desempe- nho e produtividade, que apontam para a conformi- dade do produto ou serviço. O varejo moderno é extremamente compe- titivo, orientado para a inovação, formado por uma variedade cada vez maior de instituições e constan- temente afetado por um ambiente altamente fluído. Sendo assim, de acordo com a APAS (2005), o setor de varejo alimentício do Estado de São Pau- lo vem se despontando com relevância na economia brasileira, pois apresentou um faturamento no ano de 2004 de 30 bilhões de reais e gerou mais de 170 mil empregos diretos contabilizados, apenas, os da- 33 dos das empresas associadas à associação e com no mínimo dois check-outs. Eficácia = «fazer a “coisa” certa», pois em se fazendo o contrário, estaríamos fazendo a “coi- sa” errada», a “coisa” que não deveria ter sido feita, “coisa” fora de lugar e hora, “coisa” a ser empreen- dida de forma diferente, em outras palavras: deverí- amos fazer outra “coisa” que não esta.Se, o gerente dá um tapinha nas costas de seus vendedores após uma grande venda ou gasta cinco minutos para dis- cutir um atendimento, o que ele diz pode ser perce- bido como uma informação proveitosa ou como um simples comentário. Por isso, ele deve considerar a importância de dar um feedback de maneira eficaz. Efetividade = «fazer a “coisa” que tem que ser feita»; sendo dos três, o conceito mais difícil de se entender, pois somente é percebida por pesquisas de opinião sobre ações que causam efeitos, impacto ou transformação de uma realidade que se modifi- cou ou de metas previamente estabelecidas. Como exemplo, temos o Efetividade.net que inclui espaços reservados para que os leitores troquem informa- ções e opiniões, e aproveitem para tirar suas dúvidas, seja pela publicação de artigos, comentários, track- backs ou outras formas. Todos os participantes são informados destes termos de uso, por intermédio do 34 cabeçalho de todas as páginas do site, e sua partici- pação é o reconhecimento da aceitação integral Equidade = Este conceito é frequente- mente interpretado como uma associação positi- va entre o esforço de um empregado no trabalho e o pagamento que ele recebe. Como exemplos, temos a Avon e a Electrolux. São exemplos conhecidos de vendas pessoais. Os produtos da Tupperware e, até pouco tempo, da Natura eram vendidos para um grupo: um vendedor ia à casa de um anfitrião que convidava amigos, de- monstrava os produtos e anotava os pedidos. A Amway foi a pioneira em sistemas de marketing multinível, em que as empresas recrutam empre- sários que atuam como distribuidores. Os distri- buidores recebem uma porcentagem das vendas dos vendedores recrutados, assim como lucros sobre as vendas diretas a clientes. A consideração importante é que cada pes- soa avalia as suas contribuições dadas e os seus re- sultados obtidos comparando-os com essas mesmas contribuições e resultados dos outros. Diz-se que a equidade existe sempre que a relação entre os meus resultados e minhas contribui- ções é igual à mesma relação sob o ponto de vista da outra pessoa. Por exemplo, os empregados que atuam no varejo podem exibir satisfação em um tra- 35 balho que exige um grande esforço e para qual eles recebem muito pouco se, e somente se, os seus cole- gas de trabalho estão em posição semelhante. É preciso entender que um talento perdido pode ser um ganho para a concorrência, ou pode assumir a posição de concorrente, fazendo com que sua organização varejista perca uma fatia de merca- do importante. Competência não tem uma relação direta com o direito de herança. Alocar o perfil ade- quado ao cargo e às funções que serão desempenha- das garante o desempenho do papel que se espera e faz com que a empresa varejista seja vista com credi- bilidade, principalmente por seus empregados. O principal ativo de uma empresa varejista sem dúvida é a sua força de trabalho. É necessária uma boa Gestão de Pessoas para que os colabora- dores disponham-se a trabalhar em prol da empresa para alcançar os objetivos por ela estabelecidos. Em contrapartida, os colaboradores esperam recebersa- lários justos com sua função e benefícios que os fa- çam realizar cada vez melhor as tarefas estabelecidas. Lembram-se do que falei no início deste tema? É a relação ganha-ganha. Ganha a empresa varejista e ganha o funcionário que atua no varejo. Voltemos ao ponto onde apontamos todas as atribuições em Gestão de Pessoas, e analisemos cada um dos itens apontados. São eles: Recrutamento; seleção; planejamento e ad- 36 ministração de carreira em conjunto com o empre- gado; treinamento e desenvolvimento do capital humano; remuneração, envolvendo salários e benefí- cios; avaliação de desempenho. Na realidade, inicia- -se na contratação, treinamento e monitoramento. A primeira etapa de um Processo Seleti- vo envolve o Recrutamento, pelo qual a organiza- ção comunica e divulga oportunidades de emprego e atrai os candidatos em potencial para o processo seletivo. O Recrutamento envolve um conjunto de técnicas que visa a atrair candidatos potencialmente qualificados, dentre os quais ser,os selecionados os futuros participantes da organização, com base na descrição e análise de cargos. O Recrutamento pode ser interno, externo ou envolver ambos. O Recrutamento Interno envolve a pro- moção, transferência ou promoção e transferência. Apresenta como vantagens: o fato de ser uma fonte mais próxima, rápida e menos custosa; a obtenção de informações mais precisas; e a possibilidadede preparação para a promoção e de melhoria do moral e das relações internas. Como desvantagens pode-se citar o fato de que os recursos humanos internos, às vezes, não são suficientes; requer treinamento; pode gerar ressen- timento por parte dos não promovidos; tende a re- duzir a inovação no trabalho, e ainda, a demasiada ênfase na promoção pode despertar o carreirismo. 37 Já, o Recrutamento Externo pode ocor- rer por intermédio de anúncios, agência de recru- tamento, escolas e universidades, cartas casuais de candidatos, banco de dados de candidatos, sindica- tos e associações de classe, tabuletas, propagandas, murais, indicações, intercâmbio entre empresas, transferências, arquivos, rádio e televisão, congres- sos e convenções, associações religiosas e culturais. Esta forma de recrutamento tem como vantagens a pré-seleção, apossibilidade de renovar o ambiente e o investimento em novos talentos. Como desvantagens apresenta o fato de ser um processo demorado e caro. O Recrutamento culmina com a apresenta- ção do currículo ou com o preenchimento da pro- posta de trabalho. O currículo funciona como um catálogo ou portifólio do candidato. A seleção de pessoas é o momento da de- cisão pela escolha do profissional que apresenta as melhores condições de acordo com o perfil para o cargo. Limongi-França (2007, apud Arimatés de Oli- veira, 2008, p. 98) “enfatiza que é preciso não consi- derar somente as expectativas da empresa quanto ao candidato, mas também as do candidato em relação à empresa e ao cargo.” A seleção de pessoas é um processo dinâ- mico em que se procura conciliar os interesses da organização com os interesses do candidato. As em- 38 presas buscam pessoas preparadas e motivadas para desenvolver novos conhecimentos, enquanto os profissionais estão em busca de empresas que valo- rizem seu potencial e deem espaço para desenvolver suas habilidades e competências. Concluindo, afirma-se que o processo de seleção de pessoas, diante da grande diversidade de culturas, ideologias, crenças, grau de instrução, entre outros, assume um papel fundamental na gestão de pessoas, já que permite identificar os candidatos que possuem alguma identidade com a organização. Jani- ni, (2009, p. 46), afirma que “na década de 90, o dife- rencial de uma empresa para outra era a tecnologia. Hoje, ela só serve par a equalizar uma companhia a outra. O diferencial, mesmo, é o capital intelectual.” 39 O recrutamento e seleção é um pro- cesso importante em todas organizações, pois, através deste é que os candidatos irão adentrar a empresa. É importante todo o empenho, nesse momento, para que se as pessoas sejam aloca- das em vagas onde elas tenham competências e aptidão para desempenhar as tarefas daquele cargo. Caso contrário à empresa correrá o risco de colocar pessoas que não têm, apenas, requi- sitos necessários desempenhar suas atividades e em consequência disso, a empresa ter o seu resultado final afetado, a sua moral e ter custo desnecessários em virtude da rotatividade. 2.1. Captação Atualmente, os selecionadores buscam uma coisa que chamamos de “PERFIL”. Antes de dar continuidade a nossa discussão, o que é Processo de Movimentação: Captação ou Recrutamento e Seleção de Pessoas. 2 40 essa palavra que na cabeça dos candidatos fica va- gando para lá e para cá. Segundo o dicionário Aurélio (2010), um dos significados para perfil é: “Descrição ou relato em que se faz a traços rápidos o retrato moral e físico de uma pessoa”. Então, o que realmente seria perfil para o selecionador!? Essa palavra pequena que pode não mostrar nada, não ter significância, entre outros adjetivos é nada mais nada menos que o Norte para o selecionador, é o que faz com que ele possa entender que um candidato é mais apto que outro para o cargo. Para estabelecer uma hierarquia entre com- petências, uma possibilidade é classificar competên- cias em seus tipos (como visto na seção anterior) e, então, criar uma hierarquia para estes tipos. Oliveira (2011) comenta que na prática de gestão de pessoas é preciso estabelecer uma parceria para o trabalho em equipe, conciliando os interesses das organizações e das pessoas. Empresas querem lucro, produtividade, eficácia e a maximização de recursos físicos e financeiros investidos. As pessoas anseiam por justa remuneração, desafios, sentimen- to de pertencimento, benefícios, lazer, segurança no emprego e no ambiente de trabalho. Lee & Livada (2001), classificam tipos de competências pela fase em que uma empresa já as têm identificadas. Assim, competências relacionadas às atividades varejistas que foram apenas inventa- 41 riadas estão na base da pirâmide (Figura 3); aquelas identificadas como críticas ao sucesso ocupam a po- sição intermediária; enquanto que o ápice está reser- vado à competência central da organização. Figura 3 - Hierarquia de Competências na proposta de Lee & Livada 2001. Fonte: LEE, Thomas & LIVADA, Val. Holistic Approach to Innovation Man- agement. Disponivel: http://cqmextra.cqm.org/cqmjournal.nsf/reprints/rp12400 - acesso em 20.dez.2011. Competências Primárias. Inventário de todas as atividades, habilidades e disciplinas. Competências Críticas. Aquelas com maior impacto na vantagem competitiva da empresa. Competências-chave. Agregado de competências centradas em torno de uma competência crítica. Competências Porém, em vez de agrupar competências em tipos, também é possível se hierarquizar compe- tências face às relações que elas podem ter consigo mesmas. As relações mais comuns são: generaliza- ção, agregação e composição. O que envolve então o PERFIL? Já ouviram falar de CHA? 42 A sigla CHA é já bastante usual, na área de Recursos Humanos. Esta sigla designa, ou melhor, é a abreviatura ou acrônimo para Conhecimentos, Habilidades e Atitudes. O conceito do CHA é que toda e qualquer necessidade de uma empresa, em termos de desem- penho ou competências de pessoas, possa ser descri- to por este conjunto de três características. Durand (1998), seguindo as chaves do aprendizado individual de Pestalozzi1, head, hand and heart (cabeça, mão e coração) construiu um conceito de competência, baseado em três dimen- sões - Knowledge, Know-How and Attitudes ou C.H.A.(conhecimento, habilidade e atitude), onde são abordadas além de questões técnicas, atitudes relacio- nadas ao trabalho, comportamentais e cognitivas. O perfil envolve o CHA do cargo. É com isso que buscamos identificar qual o candidato que está mais adequado a assumir o cargo em questão. O conhecimento - refere-se aosaber. Im- plica questionamentos e esforços voltados à infor- mação que possa agregar valor ao trabalho. O co- nhecimento é o que se deve saber para desenvolver 1 Henri Pestalozzi (1746-1827), pedagogo suíço, idealizou a educa- ção como o desenvolvimento natural, espontâneo e harmônico das capacidades humanas que se revelam na tríplice atividade da cabeça, das mãos e do coração (head, hand e heart), isto é, na vida intelectual, técnica e moral do indivíduo. 43 com qualidade aquilo que lhe é atribuído. As habilidades - refere-se ao saber fazer. Centraliza-se no desenvolvimento de práticas e consciência da ação tomada. As habilidades são o que se deve saber para obter um bom desempenho. As atitudes - refere-se ao saber agir. Busca um comportamento mais condizente com a realidade desejada. Neste momento, realiza-se a união entre dis- curso e ação. Deve-se saber agir para poder empregar adequadamente os conhecimentos e habilidades. Figura 4: Competência como fonte de valor para o indivíduo e para a organização. Fonte: Fleury e Fleury (2006:30). 44 Dentre as técnicas usuais, Chiavenato (2002) propõe três modalidades de recrutamento e também aplicáveis ao varejo: interno (envolvendo funcioná- rios da empresa), externo (captação no mercado) e misto (captação de pessoal interno e externo), enfa- tizando a coexistência de vantagens e desvantagens em cada um destes processos. Recrutamento Externo Interno Misto Figura 5 – Tipos de Recrumento. Fonte: Elaborado pelo autor. 45 A despeito disso, Mazon e Trevizan (2000, p. 81-87) citam como vantagens do recrutamento externo: a criação de novas ideias e melhoramentos; aumento do nível de conhecimento e habilidades não disponíveis na organização varejista atual; re- dução de custos de desenvolvimento de pessoal, já que a pessoa contratada do mercado, a priori, esta- rá teoricamente qualificada. Em contrapartida, suas desvantagens: podem ser mais caras; exigirem mais tempo na adequação empregado/organização vare- jista; diminuir engajamento dos empregados antigos por se sentirem desvalorizados. Comenta Geron (2010), diretora de recur- sos humanos da rede que a Magazine Luiza, grande varejista de móveis e eletroeletrônicos, atualmente conta com uma política aberta de treinamento para estimular seus mais de 338 líderes. Fala, ainda, a profssional que a participação de todos os funcio- nários da empresa varejista é um fator incentivador da liderança em suas equipes. A rede varejista possui um programa de bolsa de estudos desde 1992, além de plano de carreira e de participação nos lucros da empresa. Os cursos são para formação de gerentes. O programa de estudos é oferecido aos fun- cionários com mais de um ano de companhia e o be- nefício varia de 30% a 70% do valor total do curso. O treinamento dos colaboradores para Ge- ron (2010, p. 28) é: 46 “um grande incentivador para o grupo de funcionários. Ações como essas fazem com que eles se sintam motivados a participar, a trabalhar ativamente nos negócios da empresa. Isso man- tém também os bons resultados. Tornou-se fun- damental investir no treinamento dos funcioná- rios para um processo de capacitação de sucesso.” 2.2. Recrutamento Recrutamento é o conjunto de técnicas e procedimentos que visa a atrair candidatos qualifica- dos e capazes de ocupar cargos dentro da organiza- ção varejista. Após recrutados, os colaboradores de- vem ser atentamente observados e acompanhados, possibilitando assim a seleção daqueles que possam ascender, funcionalmente, dentro da organização, bem como aqueles que devem ser demitidos ou re- colocados em outras funções dentro da empresa. Uma das técnicas de recrutamento e sele- ção usada no varejo é a avaliação das habilidades e competência do candidato: não só a formação técnica profissional, mas sim o conjunto do avaliado. De acordo com o Morgado (2010), profes- sor de Administração de Empresas ligado ao Centro de Excelência do Varejo da Fundação Getúlio Var- gas de São Paulo (FGV-EAESP), as grandes redes 47 varejistas investem em treinamento e capacitação de colaboradores para manter a competitividade e en- frentar a concorrência acirrada apresentada no setor. Segundo Parente (2000, p.22 e 23) varejo são: “todas as atividades que englobam o proces- so de venda e serviços para atender uma neces- sidade pessoal do consumidor final” [...] quando se fala em varejo, logo surge em mente a imagem de uma loja; porém, as atividades varejistas po- dem ser realizadas também pelo telefone, pelo correio, pela internet.” Desta forma, o varejo envolve a venda de bens e serviços diretamente ao consumidor final, que, muitas vezes, é usuário do produto ou serviço que comprou. Morgado (2010) explica que a política de gestão de pessoas presente nas lojas de varejo tem sido aplicada também nas pequenas e médias em- presas do setor. Aquelas redes que não têm uma es- trutura própria de recursos humanos para realizar treinamentos e cursos para formação de gerentes e vendedores buscam alternativas, como parcerias com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pe- quenas Empresas (Sebrae) e com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). 48 Completa Morgado (2010, p. 9) que: “As lojas de varejo aplicam na gestão de pesso- as conceitos que antes eram utilizados na indústria. Elas valorizam os seus colaboradores para conse- guirem obter retorno imediato dos investimentos.” Na rede Extra Eletro Parada (2010) por sua vez, os cursos de treinamento corporativo para os gerentes são divididos em módulos. O curso completo chega a ter mais de 100 horas ao longo do ano. Mais de 50 gerentes da rede de varejo de móveis e eletrodomésticos do Gru- po Pão de Açúcar participam dos cursos de liderança, mercado, cliente, processos e resultados e gerenciamento de pessoas. No intuito de ter sempre no time pessoas tecnicamente bem preparadas, o Extra Eletro, em par- ceria com os fornecedores de empresas como Sony e General Electric (GE) aplica vários tipos de treinamento aos colaboradores: tecnologia dos produtos; novas linhas lançadas no mercado e novos produtos. Temos várias formas de recrutamento, va- mos conhecê-las? 2.2.1. Recrutamento Interno Segundo Chiavenato (2000), a pesquisa interna refere-se ao levantamento interno das 49 necessidades de recursos humanos da organiza- ção em todas as áreas e níveis da mesma a curto, médio e longo prazo. Para Chiavenato (2000), a pesquisa interna dá lugar, em várias organizações, ao planeamento de recursos humanos. Este consiste na determinação prévia da quantidade e qualidade dos recursos huma- nos necessários e das ações a realizar para angariar os recursos humanos que irão possibilitar o alcance dos objectivos da organização (Rocha, 1997). Este planejamento realiza-se mediante vários métodos e técnicas (Rocha, 1997) que não serão de análise per- tinente para a nossa explanação. Ainda para Fae (2007), esse tipo de recruta- mento envolve promoção ou transferência dos pró- prios funcionários da organização, e apresenta uma série de vantagens, como o fato da pessoa já estar familiarizada com a empresa, informações mais pre- cisas sobre o candidato e uma melhora na moral do funcionário. Mas, pode apresentar também algumas desvantagens como um novo treinamento, a promo- ção pode gerar ressentimentos por parte dos outros funcionários e a redução da inovação no trabalho. É um meio de incentivo à oportunidade de fazer carreira na empresa varejista. Essa situação gera maior interesse por parte dos empregados, os quais aspiram se treinados com maior intensidade objetivando aproveitar as vagas disponíveis. 50 O candidato já foi avaliado e é conhecido, não necessita na maioria das vezes de período expe- rimental, de integração e indução à empresa varejista ou informações cadastrais a seu respeito. Há menos chance de equívocos no recrutamento. Há maior probabilidade de que o funcionário escolhido desempenhe com sucesso seu novo cargo na organizaçãovarejista, quando as avaliações de potencial e planejamento de pessoal são feitas sistematicamente. A admissão do candidato externo com me- lhor aproveitamento não abona que seu desempe- nho seja bom, devido a sua posterior adaptação à empresa varejista. Os principais meios de recrutamento inter- no são: • Quadro de avisos ao pessoal, com as vagas previstas. • Comunicações internas dirigidas aos gerentes de unidades contendo listas de funcionários disponí- veis para transferência. • Banco de recursos humanos interno da empresa. • Encontros com categorias, palestras etc., infor- mando aos funcionários sobre as características das vagas disponíveis. • Divulgação das vagas existentes no jornal in- terno da empresa. • Via intranet ou e-mail para todos os funcionários. 51 Chiavenato (2004) comenta que quando uti- lizada, essa técnica deve seguir alguns critérios para ser implementada, como: o levantamento prévio dos candidatos; a divulgação adequada da vaga; informa- ção sobre os critérios de escolha e a seleção objetiva dos candidatos. O resultado final do processo interno culmi- na com o preenchimento da vaga, que pode ocorrer por meio de promoção, transferência ou remaneja- mento de pessoal. Em todos os esses casos, o ob- jetivo é o mesmo: proporcionar oportunidades de ascensão profissional dentro da própria empresa. 3.2.2. Recrutamento Externo Esse tipo de recrutamento no varejo é iniciado por intermédio de anúncios, agências de emprego, propaganda e outros. Fae (2007) ainda destaca que a pessoa, em toda a sua complexidade, é o principal recurso do processo de seleção. Portanto, a empresa varejista estará admitindo toda a sua his- tória e sua carga emocional, e não apenas um mero funcionário. Dessa forma, a vida pessoal deve ser considerada na hora da seleção. O processo seletivo tem a finalidade de identificar pessoas que tenham características para a futura vaga oferecida pela organização varejista e que possam se tornar colaboradores satisfatórios. 52 Para Chiavenato (2000) diz que se torna ne- cessário dividir o mercado em classes de candidatos, cada uma com determinadas características diferen- ciadoras e diferentes abordagens, sendo que a seg- mentação faz-se tendo em conta os interesses par- ticulares de cada organização. Mas, por outro lado, o recrutamento deve diagnosticar e focalizar-se nas fontes de recursos humanos que têm interesse nesse mercado, concentrando-se assim em “alvos especí- ficos” para direcionar as técnicas de recrutamento. No processo seletivo, depois da eliminação de alguns currículos, o selecionador terá um enorme es- forço para não deixar se influenciar. As informações dos currículos serão verificadas após uma série de tes- tes e entrevistas, principalmente, as informações sobre idiomas. Nessa hora, vale muito a intuição sobre as pes- soas. O entrevistador, assim como o entrevistado, tenta agir da forma que imagina que o outro gostaria. Fae (2007) destaca alguns testes muito uti- lizados hoje pelos recursos humanos das organiza- ções, inclsive as varejistas. Provas ou testes de co- nhecimentos ou de capacidades: avaliar o grau de conhecimento sobre determinado assunto, como a função que poderá exercer. Testes Psicométricos: testam a habilidade da pessoa em determinadas ati- vidades a partir do desenvolvimento de uma aptidão ou treinamento. Testes de Personalidade: analisam traços de caráter e de temperamento. 53 Por fim, Fae (2007) recomenda que a entre- vista seja bem conduzida pelo selecionador. O se- lecionador dever ser um investigador durante todo o processo. Devem ser elaboradas várias hipóteses onde o selecionador deve observar, pensar e imagi- nar e não apenas ser um verificador de dados. 2.2.3. E-Recruting Para a empresa em consultoria Gestao- erh (2007), o e-recruting é a forma das empresas contratarem pela internet. Os candidatos podem cadastrar seu currículo em sites especializadas como o Gbiz, Catho e outros, ou pelos sites das próprias empresas onde o candidato envia seu currículo. Empresas como HP ou General Ele- tric, já contratam mais de 87% dos funcionários pela internet (www.catho.com.br). Mas, esse tipo de recrutamento deve se restringir aos cargos técnicos, de vendas, engenharia, gerência média e estagiários. Os executivos e alta gerência ainda devem passar pelo método tradicional. Sobre as organizações de varejo Kotler (2000, p. 540), comenta que: “Qualquer organização que venda para con- sumidores finais – seja um fabricante, atacadis- ta ou varejista – está fazendo varejo. A maneira 54 como produtos ou serviços são vendidos (pes- soalmente, pelo correio, por telefone, por má- quinas de venda ou pela internet) ou onde eles são vendidos (em uma loja, na rua, na casa do consumidor) não é importante.” Analisa Gontijo (2005) que além destas ha- bituais técnicas, atualmente, existe a terceirização deste serviço (agências de recrutamento e seleção) e o universo virtual, amparado pelo aumento dos sítios de recrutamento via internet (headhunters) e, consequente, proliferação de novas oportunida- des de negócio para inúmeras organizações, entida- des e parceiros das atividades varejistas. Embora as opiniões sejam divergentes e muitas empresas desse setor permaneçam utilizando as técnicas tradicio- nais, há indicativos que apontam para a chegada da supremacia da terceirização e, principalmente, dos recursos on-line, pela agilização do processo e baixo custo às organizações. No que diz respeito aos candidatos, a base de dados dos serviços e e-Recruitment facilitam a procura do emprego desejado; podem publici- tar e distribuir informação sobre o seu percurso profissional e experiências profissionais 24 horas por dia e em todo o mundo; podem pesquisar, consultar e candidatar-se a ofertas de emprego 55 em qualquer hora e em qualquer lugar; e ainda os serviços de e-Recruitment alertam o candida- to sobre as possibilidades de emprego oferecidas no varejo e adequadas ao seu perfil. 2.2.4. Recrutamento Misto O recrutamento misto apresenta-se como alternativa para ultrapassar as desvantagens de optar apenas por recrutamento interno ou externo (CAE- TANO E VALA, 2002). Este tipo de recrutamento poder-se-á fazer mediante várias formas de entre as quais destacam-se as seguintes de acordo com Cae- tano e Vala (2002): a) As vagas existentes são divididas pelos candidatos internos e externos cabendo metade das vagas a cada grupo; b) Procede-se em primeiro lugar ao recru- tamento interno, sendo que o recrutamento externo apenas terá lugar se ainda existirem vagas; c) Os candidatos internos e externos passam a ter as mesmas oportunidades sendo que a avaliação de todos os candidatos é efectuada em gabinetes externos à organização para que a avaliação não sofra influências. Segundo Chiavenato (1995), uma empresa nunca faz um recrutamento interno sem fazer um re- 56 crutamento externo. No varejo, um sempre deve com- plementar o outro, pois quando um funcionário muda de posição, automaticamente um cargo ficará vago. Podemos concluir que o recrutamento misto pode ser adotado pela organização varejis- ta por três caminhos: inicialmente, recrutamento externo seguido de recrutamento interno; inicial- mente, recrutamento interno seguido de recruta- mento externo; e recrutamento externo erecruta- mento interno, concomitantemente. 2.3. Seleção A seleção de pessoas é um processo dinâmi- co em que se procura conciliar os interesses da or- ganização varejista com os interesses do candidato. As empresas desse setor buscam pessoas preparadas e motivadas para desenvolver novos conhecimentos, enquanto os profissionais estão em busca de empresas varejistas que valorizem seu potencial e deem espaço para desenvolver suas habilidades e competências. A seleção de pessoas para Silva (2005, p. 9) é: “a porta de entrada na empresa, é onde tudo começa. Daí o esmero na busca pelo colabora- dor que irá contribuir para o crescimento e de- senvolvimento daorganização.” 57 Desse modo, o mais importante paraob- ter-se ganhos neste processo no varejo é planejar, especificando qual é a vaga, qual o perfil necessário, qual o trabalho a ser feito, que tipo de experiência é necessária, com quem o funcionário vai se relacionar, quem serão seus clientes internos e externos e que tipo de valores o funcionário deve possuir. Para Aquino (1996), na seleção, busca-se investigar, junto aos candidatos aprovados pelo re- crutamento, quais são os profissionais que melhor preenchem os requisitos necessários a cada cargo. Trata-se, portanto, de um processo que necessita de investigações mais profundas. Acertar na contratação, acredita-se que é imprescindível fazer uma análise detalhada do perfil dos candidatos, não se restringindo à utilização de apenas um recurso de validação. Consequentemente, a riqueza deste processo encontra-se na possibilida- de de serem realizadas múltiplas análises, incluindo avaliação de currículos, entrevistas, avaliação psico- lógica, dinâmicas de grupo, dentre outras técnicas. Dessa forma, torna-se essencial que os se- tores de RH e Gestão de Pessoas atuantes no varejo possam subsidiar os setores de apoio, dando-lhes a devida capacitação e orientação, permitindo a avalia- ção dos candidatos em sua profundidade necessária, especialmente no que diz respeito à análise de suas habilidades de relacionamento e interação. 58 Veja-se o que propõe Gontijo (2005, p.01): “... em uma economia cada vez mais glo- balizada, as técnicas de avaliação tornam-se cada vez mais parecidas, os produtos cada vez mais similares e, então, o Fator Humano tor- na-se um item, cada vez mais, decisivo no su- cesso de uma corporação. As diferenças entre uma pessoa e outra, que realmente importam para uma organização, não residem unicamen- te no que as pessoas sabem ou fizeram, e sim em seu potencial de aprendizagem.” Para auxiliar os gestores na escolha dos candidatos, além de ter pleno conhecimento so- bre a descrição e especificações do cargo, bem como das habilidades e conhecimentos necessá- rios para assumi-lo, há algumas técnicas de sele- ção, que são: Análise de Currículo, Entrevista, Prova de Conhecimentos, Testes Psicológicos e Técnicas Vivenciais. Estas técnicas constam da figura 6 apresentada a seguir. 59 Na Análise de Currículo pretende-se obter as primeiras impressões e informações do candidato que se apresenta à organização varejista. De acordo com Gil (2001) devemos identificar nos currículos competências profissionais, observando: • a evolução profissional, bem como os motivos para mudança de emprego; Figura 6 – Técnicas de seleção. Fonte: Elaborado pelo autor. Técnicas de Seleção Prova de Conhecimentos Testes Psicológicos Técnicas Vivenciais Entrevista Análise de Currículo 60 • desejo de permanência no emprego e de fazer carreira, analisado pelo intervalo entre os empregos; • experiência prática, pelo que Gil (2001) cha- ma a atenção para desconfiar das experiências como consultor autônomo; • adequação ao grupo, identificado por meio da descrição das habilidades e conhecimentos relatadas pelo candidato; • vontade de aceitar novos desafios, analisada por meio do confronto entre as responsabilidades descritas com os cargos ocupados; e • orientação para os lucros e melhorias de de- sempenho, em que se analisa a forma como o candi- dato descreve as atividades desenvolvidas. Na técnica da entrevista procura-se co- nhecer mais profundamente o perfil do candidato, procurando identificar se as aptidões e capacidades estão inerentes aos interesses e a estratégia da orga- nização varejista. Limongi-França (2007) destaca alguns aspec- tos que devemos observar numa entrevista e válido também para a ação no varejo. São eles: os motivos que o levaram a sair do emprego anterior; relaciona- mento com colegas e chefia; sua estrutura familiar e situação econômica; interesses pessoais, preferências; relacionamentos sociais; projeto de vida e suas pers- pectivas para o futuro na atuação no varejo. 61 Já, a técnica da prova de conhecimentos busca avaliar os conhecimentos específicos sobre o cargo no varejo que o candidato detém, assim como conhecimentos gerais. Sobre esse aspecto Arimatés de Oliveira (2008) alerta que devem ser evitados “pa- cotes prontos” de testes acadêmicos, pois não garan- tem a escolha do melhor candidato. As provas subjetivas permitem avaliar não somente o conhecimento do candidato sobre os as- suntos relacionados ao cargo, mas a sua capacidade de expressão, objetividade, senso crítico e segurança. A técnica dos testes psicológicos, segun- do Arimatés de Oliveira (2008), é útil para iden- tificar aptidões dos candidatos, sendo que estes analisam a personalidade, o potencial intelectual e habilidades específicas, como raciocínio verbal, abstrato e mecânico. Por último, inúmeras são as ferramentas usa- das num processo de seleção. Dentre elas, Cansian (2002), destaca a aplicação de testes que ajudam o selecionador a traçar um perfil mais preciso do can- didato relativamente às demandas do varejista. Entretanto, assim como entrevistas e dinâ- micas de grupo, os testes são instrumentos impor- tantes e necessários nos processos seletivos. Devem fazer parte de um conjunto de informações acerca dos candidatos. Não foram elaborados para rotular pessoas nem impedir contratações. Foram, e são, 62 inventados para dar aos selecionadores informa- ções que dificilmente poderiam obter de alguma outra forma. Além disso, não são definidos como “certos” e “errados”. O conjunto de informações colhidas mostra se o profissional atinge o perfil necessário à empresa varejista, se possui potencial ou não para desempenhar as atividades propostas. Um outro aspecto apontado pelo autor, e também presentes no varejo brasileiro, é a substituição gradativa dos testes psicológicos por instrumen- tos subjetivos de avaliação, como as dinâmicas de grupo ou as entrevistas, ferramentas com as quais qualquer profissional pode, atualmente, trabalhar em seleção de recursos humanos. Para Limongi-França (2007) as técnicas vivenciais são de três tipos: provas situacionais, também chamada de testes práticos, pois avaliam como o candidato se sai frente às tarefas relacio- nadas ao cargo; dinâmicas de grupo, em que atra- vés de jogos relacionados ou não ao cargo procura avaliar características como liderança, sociabilida- de, criatividade etc.; e psicodrama, buscando-se analisar a personalidade do candidato por meio de representações de diversos papéis sociais. A seleção é uma tarefa de profissionais, porque requer domínio de uma série de técnicas e de conhecimento, que por sua vez aumentam dia a 63 dia. Devido a todos estes fatores, o recrutamento é uma das responsabilidades mais desafiadoras, mas ao mesmo tempo das mais compensadoras e gratifi- cantes que um indivíduo pode ter. No geral, o processo de seleção busca che- gar a uma conclusão de análise de conhecimentos, habilidades, atitudes, personalidade e outros fatores que estão ligados à adaptação na organização como sexo, porte físico, estatura, endereço, posse de um carro, idade etc. Muitas organizações diferem em comple- xidade seus sistemas de seleção. Algumas fazem uma decisão estratégica para selecionar rapida- mente e sem grandes custos e outras tomam uma decisão de escolher a melhor pessoa possível, tendo um elaborado e, algumas vezes, custoso sistema de seleção. Portanto, o processo de sele- ção deve ser um critério personalizado de traba- lho, variando de empresa para empresa. 65 Os modelos de competências geren- ciais são propostas que apresentam um amplo escopo de reflexões acerca das necessidade de planejamento, desenvolvimento e acompanha- mento do perfil e formação gerencial a partir da realidade individual e estratégia competitiva de cada empresa, fato esse que caracteriza uma visão processual (desenvolvimento de com- petência) diferenciando-se de construtos quepriorizam a listagem de atributos que por si só não agregam valor à organização ou às pessoas. Conforme Le Boterf (1997): “o que de fato irá diferenciar a compe- tência de uma empresa ou de uma unidade (divisão, departamento, serviço) não é a competência de seus membros. O diferen- cial não depende tanto de seus elementos, mas da qualidade da combinação ou articu- lação entre seus elementos.” Concepção de Desenvolvimento Humano e Organizacional: Competência e Aprendizagem Organizacional 3 66 A internet faz parte atualmente da aprendi- zagem organiacional, por isso, o chamado de marke- ting direto, o varejo sem loja cresceu numa velocida- de maior a partir da década de 90, em decorrência do desenvolvimento das tecnologias de comunicação, e inserção da Internet como o meio mais fabuloso e veloz do ser humano se comunicar. O Marketing Direto existe há muito tempo como uma estratégia mercadológica, que significa uma forma interativa e direta de contactar o con- sumidor, através de veículos decomunicação como: - Correios - catálogos, mala-direta, revista; - Telefone – telemarketing proativos e reativos; - Televisão - programa de televendas; - Internet – comércio eletrônico. A aprendizagem organizacional segundo Ruas (1999, p. 8) é: “o aprender está associado à capacidade de transformação contínua, baseada no de- senvolvimento individual e organizacional, mas sob a forma de um processo de aprendi- zagem coletivo, através da interação entre as pessoas na empresa.”. 67 As competências podem ser analisadas por diferentes abordagens (tipos), porém de um modo geral é possível dividir a análise sob a óp- tica da organização (aquelas que dizem respeito à organização como um todo ou a uma de suas unidades) e das pessoas (aquelas relacionadas ao indivíduo ou à equipe de trabalho). Competência é uma palavra do senso co- mum, utilizada para designar uma pessoa quali- ficada para realizar alguma coisa. O seu oposto, ou o seu antônimo, não implica apenas a nega- ção desta capacidade, mas guarda um sentimento pejorativo, depreciativo. Chega mesmo a sinali- zar que a pessoa se encontra ou encontrar-se- -á brevemente marginalizada dos circuitos de trabalho e de reconhecimento social. O modelo de Dutra (2002) parte dos con- ceitos de competência, complexidade, agregação de valor e espaço ocupacional. A competência é asso- ciada à noção de «entrega», que se refere àquilo que a pessoa pode e quer entregar à organização. A organização é influenciada na execução de trabalho dentro de um determinado nível de com- plexidade, relacionada ao grau de abstração exigido para que a decisão tomada seja correta, e pode ser medido a partir do intervalo de tempo entre a to- mada de decisão e a possibilidade de avaliação dos resultados dela decorrentes. 68 Desta forma, não é absurda a ideia de re- munerar o profissional segundo o nível de com- plexidade em que atua e, nesta medida, faz sen- tido remunerar por competências, uma vez que competências refletem a complexidade. E por úl- timo como conceito-chave ao modelo de Dutra (2002) é o espaço ocupacional. Por espaço ocu- pacional entende-se o conjunto de atribuições e responsabilidades do profissional que, em geral, é estabelecido a partir das competências indivi- duais e das necessidades da organização. Um profissional pode ampliar seu espaço ocupacional à medida que assume mais responsabi- lidades, sem que para isso tenha que ter seu cargo ou posição alterada na empresa varejista. Com base nestes conceitos, Dutra (2001) desenvolve a ideia de eixos de carreira, trajetória natural de desenvolvi- mento de um profissional. Podem ocorrer mudanças de trajetória, principalmente nos anos iniciais, mas, estas mudanças tendem a fazer com que o cresci- mento do profissional seja mais lento do que se ele mantivesse uma única trajetória. O modelo de Dutra parte dos conceitos de competência, complexidade, agregação de valor e es- paço ocupacional. A competência é associada à noção de «entrega», que se refere àquilo que a pessoa pode e quer entregar à organização. O fato de a pessoa deter um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitu- 69 des não implica que a organização beneficie-se direta- mente deles; daí a necessidade da entrega. A complexidade segundo Jacques (1988), é influenciada na execução de trabalho dentro de um determinado nível de complexidade, relacionada ao grau de abstração exigido para que a decisão tomada seja correta, e pode ser medido a partir do intervalo de tempo entre a tomada de decisão e a possibilidade de avaliação dos resultados dela decorrentes. Sub- jacente às ideias de competência e complexidade, está o pressuposto que profissionais que trabalham em níveis de complexidade mais elevados agregam maior valor à organização. Desta forma, não é absurda a ideia de remu- nerar o profissional segundo o nível de complexida- de em que atua e, nesta medida, faz sentido remu- nerar por competências, uma vez que competências refletem a complexidade. E por último como conceito-chave ao mo- delo de Dutra é o espaço ocupacional. Por espaço ocupacional entende-se o conjunto de atribuições e responsabilidades do profissional que, em geral, é estabelecido a partir das competências individuais e das necessidades da organização. Um profissional pode ampliar seu espaço ocupacional à medida em que assume mais respon- sabilidades, sem que para isso tenha que ter seu car- go ou posição na empresa alterados. 70 Com base nestes conceitos, Dutra (2001) de- senvolve a ideia de eixos de carreira, trajetória natu- ral de desenvolvimento de um profissional. Pessoas com uma formação técnica tendem a desenvolver- -se mais rapidamente quando permanecem dentro de área em que possuem maior conforto, em geral aquela que conhece e atua. Podem ocorrer mudan- ças de trajetória, principalmente nos anos iniciais mas, estas mudanças tendem a fazer com que o cres- cimento do profissional seja mais lento do que se ele mantivesse uma única trajetória. FIGURA 7 – Conceitos do modelo de Gestão de Pessoas de Dutra. Fonte: http://www.sanepar.com.br/sanepar/sanare/v18/Image88.jpg 71 A figura 7, segundo Dutra (2001), remete à qualidade das relações de trabalho e afirma ainda que competência é uma entrega e que essa entrega agrega valor econômico à empresa, ao indivíduo e ao meio em que vive. Esse aspecto do conceito de competências é muito importante para determina- dos contextos e modelos de gestão já organizados de forma a levar em consideração não só os proces- sos, mas principalmente resultados como base para avaliação de desempenhos e competências. Associar o conceito de competências aos resultados permite ao trabalhador maiores condições de autogestão e desenvolvimento de carreiras e competências. Na medida em que a pessoa se desenvolva, pode deslocar-se horizontalmente na faixa a crité- rio de seu gestor. No momento em que supera as atribuições e responsabilidades próprias do nível de complexidade em que se enquadra, a pessoa está apta para promoção. Competência, complexidade, agregação de valor e espaço ocupacional estabelecem a base para o modelo de gestão de pessoas de Dutra. Por este modelo, as práticas de RH passam a ser centradas na noção de competências, não mais cargos, como nos sistemas tradicionais. Mas de onde vem sua inserção estratégica? O fato de integrar práticas de gestão de pessoas não implica que o modelo reforce as competências es- 72 senciais da organização, ou garanta a alavancagem dos resultados estratégicos. A inserção estratégica na tipologia de Fleury e Fleury (2000) para ser utilizada em uma organiza- ção cuja estratégia competitiva seja a inovação em produto, deve incluir em seu modelo competências como “inovação em processos”, “gestão do conhe- cimento” e “orientação para resultados”. O modelo de Dutra pode ser utilizado como um referencial para averiguar-se o nível de competências dentro de uma organização, bem como a forma pela qualelas estão distribuídas. Entretanto, cabe perguntar: as competências es- tão relacionadas ao alcance de objetivos estraté- gicos? Uma organização ou unidade detentora de maior nível de competência consegue convertê-lo em maior entrega de desempenho organizacional? Esta interrogação, justifica a inserção do próximo tópico: o controle estratégico de gestão. O modelo de Dutra parte dos conceitos de competência, complexidade, agregação de valor ees- paço ocupacional. A competência é associada à no- ção de “entrega”, que se refere àquilo que a pessoa pode e quer entregar à organização. A organização é influenciada na execução de trabalho dentro de um determinado nível de com- plexidade, relacionada ao grau de abstração exigido para que a decisão tomada seja correta, e pode ser 73 medido a partir do intervalo de tempo entre a to- mada de decisão e a possibilidade de avaliação dos resultados dela decorrentes. Desta forma, não é absurda a ideia de remu- nerar o profissional segundo o nível de complexidade em que atua e, nesta medida, faz sentido remunerar por competências, uma vez que competências refle- tem a complexidade. E por último como conceito- -chave ao modelo de Dutra é o espaço ocupacional. Por espaço ocupacional entende-se o conjunto de atribuições e responsabilidades do profissional que, em geral, é estabelecido a partir das competências individuais e das necessidadesda organização. Um profissional pode ampliar seu espaço ocupacional à medida que assume mais responsabili- dades, sem que para isso tenha que ter seu cargo ou posição na empresa alterada. Com base nestes conceitos, Dutra (2001) desenvolve a ideia de eixos de carreira, trajetória natural de desenvolvimento de um profissional. Po- dem ocorrer mudanças de trajetória, principalmente nos anos iniciais, mas estas mudanças tendem a fa- zer com que o crescimento do profissional seja mais lento do que se ele mantivesse uma única trajetória. A satisfação do consumidor tem sido um dos temas mais abordados como fator crítico para o su- cesso de uma empresa varejista. Muitos estudos são realizados em lojas varejistas, onde é essencial uma 74 análise do comportamento do consumidor, pois o va- rejo é o elo final entre o produtor e o consumidor, e é o varejista que estimula ou obstrui a venda dos produ- tos (ENGEL et al., 1978, p. 11). Porém, para obter-se sucesso em qualquer negócio sujeito à intensa com- petição, sua gerência deve ter noção de comprometer- -se com a criação de valor a fim de satisfazer as ne- cessidades e expectativas acima do preço e diferentes tipos de custos incorridos pelo consumidor (ETZEL; WALKER; STANTON, 1997, p. 280). Segundo Fleury & Fleury (2006) as compe- tências organizacionais têm suas origens na aborda- gem da organização como um portfólio de recursos. Nessa abordagem toda empresa tem um portfólio físico (infraestrutura), financeiro, intangível (marcas e imagens), organizacional (sistemas administrativos e cultura organizacional), e recursos humanos. Para essa abordagem existe diferença entre recursos e competências. Os recursos são algo ou al- guma que coisa pertencentes à organização varejista mesmo sendo de forma temporária, já as competên- cias são criadas através das habilidades, ou seja, um conjuntos de recursos forma as competências neces- sárias para atuação no varejo. Ansoff (1983) contribuiu significativamente para o conceito de competência organizacional. Para o referido autor, a junção de conhecimentos dos in- divíduos ou de grupos de indivíduos é onde se ori- 75 gina o número de competências da organização (o resultado do todo é melhor que as competências de partes). Essa forma de agir conduz e orienta a orga- nização ao planejamento estratégico. O trabalho não é mais o conjunto de tarefas associadas descritivamente ao cargo, mas torna-se o prolongamento direto da competência que o indiví- duo mobiliza em face de uma situação profissional cada vez mais mutável e complexa. Esta complexi- dade de situações torna o imprevisto cada vez mais cotidiano e rotineiro. O varejo brasileiro apresentou profundas transformações nos últimos anos, tornando-se cada vez mais competitivo. O setor, que já conviveu com altas taxas de inflação, vem aumentando e articulan- do um novo leque de estratégias que não estão volta- das apenas para a redução de preços e custos. As empresas varejistas brasileiras vêm buscan- do aumentar sua abrangência regional, ao disseminar lojas especializadas e aumentar a presença de grupos e cadeias em nível nacional. Para aumentar a competiti- dade as empresas estão investindo nas competências. A competência individual encontra seus limites, mas não sua negação no nível dos saberes alcançados pela sociedade, ou pela profissão do in- divíduo, numa época determinada. As competências são sempre contextualizadas. Os conhecimentos e o know how não adquirem status de competên- 76 cia a não ser que sejam comunicados e utilizados. A rede de conhecimento em que se insere o indivíduo é fundamental para que a comunicação seja eficiente e gere a competência. Aprendizagem inicialmente pode ser com- preendida como um processo psicológico (processo neural complexo) que se inicia no indivíduo e leva à construção da memória. Esse conjunto de informa- ções (memória) constitui a identidade do indivíduo e também se aplica ao varejo. Para cada espécie animal a percepção do aprender é diferente. Nos seres humanos, a percep- ção que prevalece é a verbal e visual. A capacida- de de aprendizagem através da percepção visual é superior à da percepção verbal e essas também são influenciadas por fatores como emoções e o afeto (Fleury & Fleury, 2006). A partir desse pressuposto, o conceito de aprendizagem utilizado para esse trabalho refere-se a um grande processo de crescimento (influencia- do pelas emoções e afetos) e de intercâmbio com o meio onde esse processo gera uma mudança de atitude no indivíduo. Para Fleury e Fleury, (2006 p. 40), os mode- los de aprendizagem estão fundamentados em duas correntes teóricas: a behaviorista e a cognitivista. O Behaviorista têm como objetivo princi- pal o comportamento e este pode ser observável e 77 mensurável. Esse modelo parte do princípio que a análise do comportamento significa o estudo das re- lações entre eventos estimuladores e respostas. Pla- nejar o processo de aprendizagem implica estruturar esse processo passível de observação mensuração e réplica científica. A teoria Cognitivista busca ser mais abran- gente do que o modelo behaviorista tentando expli- car os fenômenos mais complexos. Também procu- ra utilizar dados objetivos e subjetivos, levando em consideração as crenças e as percepções. Tendo conhecimento da formação da apren- dizagem no indivíduo é possível entender como acontece a aquisição na organização varejista. Se- gundo Swieringa e Wierdsma (1995) o processo de aprendizagem organizacional pode ser caracterizado como natural e induzido. O natural (forma mais primitiva de apren- dizagem) ocorre de maneira informal sendo usado como principais técnicas a observação, imitação e repetidas tentativas. Já o induzido, mais conhecido nos dia de hoje como treinamento, necessita de uma estrutura varejista formalizada para induzir as pes- soas a adquirir, acumular e transferir informações e conhecimentos. Além das diferenças na forma de aquisição de aprendizagem nas organizações varejistas, o conceito de aprendizagem é visto também por diferentes ângu- 78 los pelos administradores, economistas e psicólogos. Para os administradores a aprendizagem or- ganizacional (está relacionado com a estratégia ino- vadora e eficiente). É o alicerce para a busca da van- tagem competitiva sustentável. Os economistas tratam a aprendizagem (re- lacionando com a quantificação de resultados) como abstrações que podem proporcionar resultados quantificáveis (positivos). E, para os psicólogos, a aprendizagem (re- laciona com a eficiência organizacional) refere-se
Compartilhar