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Matéria AV1 Estacio Direito Proc. Civil I - TGE

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Aula 1
Jurisdição 
Segundo Daniel Neves: “A Jurisdição pode ser entendida como a atuação estatal visando a aplicação do direito objetivo ao caso concreto, resolvendo-se com definitividade uma situação de crise jurídica e gerando com tal solução a pacificação social”.​​
A tríade basilar é essencial a processualística, pois tudo em direito processual mantém íntima relação com um dos três elementos que a compõem. Assim, vale esclarecer que Jurisdição é o poder-dever do Estado de declarar e realizar o direito. Ação, por seu turno, é o direito público subjetivo autônomo de se pedir ao Estado uma tutela jurisdicional e o processo, por fim, é o instrumento através do qual o estado concede a prestação jurisdicional.
Ação 
Ação é a faculdade ou o meio próprio que tem toda pessoa capaz, com interesse e legitimidade de exercitar, em juízo, um direito subjetivo de que é titular, ou seja, é o meio legal de reivindicar ou defender em juízo, um direito pretendido, ameaçado ou violado, ou um simples interesse.
Processo 
Processo é uma palavra com origem no latim proceder, que significa método, sistema, maneira de agir ou conjunto de medidas tomadas para atingir algum objetivo. ​É ele quem move a máquina judiciária, e por meio dele que se obtém a tutela jurisdicional. Não pode ser confundido com procedimentos, visto que, ele é um ajuntamento dos procedimentos com a relação das partes. O procedimento pode ser encarado como a manifestação do processo extrinsecamente.
Estrutura do Código de Processo Civil
O CPC contém uma “Parte Geral”, em contraposição a uma “Parte Especial”. Ele traz também um “Livro Complementar”.​​
- Parte Geral é dividida em seis livros, denominados, respectivamente, “Das normas processuais civis”; “Da função jurisdicional”; “Dos sujeitos do processo”; “Dos atos processuais”; “Da tutela provisória” e “Da formação, da suspensão e da extinção do processo”. ​​
Nela são disciplinados, dentre outros, os princípios e as garantias fundamentais do processo civil (arts. 1º a 11); é estabelecida ordem cronológica de conclusão para proferir sentenças ou acórdãos (art. 12); a aplicação das normas processuais (arts. 13 a 15); os contornos da “jurisdição e da ação”, cabendo destacar que a “impossibilidade jurídica do pedido” deixou de ser uma das condições da ação e que, embora interesse e legitimidade lá estejam, não figuram no CPC como condições (art. 17); os limites da jurisdição nacional e, inovando, uma interessante disciplina a respeito da cooperação internacional, inclusive por “auxílio direto” (arts. 21 a 41); a competência (arts. 42 a 66); a cooperação nacional (arts. 67 a 69); os sujeitos do processo, incluindo uma bem modificada e mais completa disciplina sobre os honorários advocatícios, cabíveis inclusive em grau recursal (arts. 70 a 97); gratuidade da justiça (arts. 98 a 102); as funções essenciais à administração da Justiça, distinguindo, com nitidez, o juiz (e seus auxiliares), do Ministério Público, da advocacia pública e da defensoria pública (arts. 139 a 187); atos processuais (arts. 188 a 293), com a importante novidade de que os prazos processuais só correrão em dias úteis (art. 219, caput); e as normas relativas à formação, à suspensão e à extinção do processo (arts. 312 a 317). 
- Na Parte Geral que se encontra também a disciplina do litisconsórcio e das modalidades de intervenção de terceiros, tanto quanto uma das principais modificações do CPC, que é a disciplina da “tutela provisória”, que vem para substituir as regras relativas à “tutela antecipada” e ao “processo cautelar” do CPC de 1973. ​​
- A Parte Especial, que é dividida em três Livros, pela ordem: “Do processo de conhecimento e do cumprimento de sentença” (arts. 318 a 770), “Do processo de execução” (arts. 771 a 925) e “Dos processos nos Tribunais e dos meios de impugnação das decisões judiciais” (arts. 926 a 1.044). ​​
O Livro I, por sua vez, é dividido em três Títulos: “Do procedimento comum” (arts. 318 a 512); “Do cumprimento de sentença” (arts. 513 a 538) e “Dos procedimentos especiais” (arts. 539 a 770). ​
​
No Título I do Livro I da Parte Especial é disciplinado o “processo de conhecimento e cumprimento de sentença”, denominação que reflete adequadamente o que muitos setores da academia brasileira vinham (corretamente) chamando de “processo sincrético” ou “processo por fases ou etapas”: uma fase (ou etapa) processual de conhecimento, predestinada ao reconhecimento do direito aplicável ao caso, isto é, a definir quem e em que medida faz jus à tutela jurisdicional, com a formação do título executivo judicial, e uma fase (ou etapa) processual de execução – o CPC vale-se da palavra “cumprimento” –, vocacionada à satisfação daquele mesmo direito.​​
A dualidade de procedimentos comuns (distinguindo, com nitidez, o ordinário do sumário), que era prevista no art. 272, caput, do CPC de 1973, foi extinta. No seu lugar há o procedimento denominado comum, sem variantes, em si mesmo considerado; nada, portanto, de um comumordinário, isto é, comum mais comum e um comum menos comum porque sumário. A iniciativa acaba por fortalecer, por vias reflexas, os Juizados Especiais em suas diversas esferas de competência.
O Título II do Livro I da Parte Especial traz a disciplina do cumprimento de sentença. Trata-se, para os fins que por ora interessam, das mesmas regras que ocupavam os arts. 475-A a 475-R, 461 e 461-A do CPC de 1973, com as mesmas variantes das modalidades obrigacionais, isto é, regras próprias para as obrigações de pagar (arts. 523 a 527), fazer e não fazer (arts. 536 e 537) e entregar coisa (art. 538), respectivamente. Também há regras novas que disciplinam de maneira expressa o cumprimento de sentença para pagamento de dinheiro em se tratando de dívida alimentar (arts. 528 a 533) e quando a Fazenda Pública é devedora (arts. 534 e 535). ​​
O Título III do Livro I disciplina os procedimentos especiais. Dentre eles estão disciplinados aqueles que podem ser chamados de “procedimentos especiais contenciosos”, ao lado dos “procedimentos especiais de jurisdição voluntária”, mantida, no particular, a nomenclatura tradicional e não a que propuseram o Projeto do Senado e o Anteprojeto, “procedimentos especiais de jurisdição não contenciosa”. Trata-se, não obstante as alterações, supressões e inclusões propostas, fundamentalmente da disciplina que ocupava o Livro IV do CPC de 1973, colocada lado a lado com o que, no CPC, é chamado de “procedimento comum”. A iniciativa parece ser mais pertinente do que a do CPC de 1973, que disciplinava os procedimentos especiais de forma apartada dos procedimentos comuns, em Livros diversos. Aqui, também, a escolha mais recente traz à memória o CPC de 193913 e tem a concordância e adesão deste Curso que, desde suas edições anteriores, ainda sob o manto do CPC de 1973, assumia o mesmo ponto de vista para apresentar a matéria, sistematizando-a. ​
​
O Livro II da Parte Especial do Código de Processo Civil trata do “processo de execução”. Nele, estão disciplinadas as técnicas disponíveis para a concretização da “tutela jurisdicional executiva”, isto é, aquela em que a realização do direito reconhecido no título executivo impõe a adoção de técnicas jurisdicionais de transformação da realidade, com vistas à satisfação do direito nele, no título, atestado. 
Assim como ocorria na vigência do CPC de 1973, a disciplina que reside nesta Parte toma como base a execução fundada em título executivo extrajudicial, isto é, formado fora do ambiente jurisdicional e independentemente da intervenção do Estado-juiz. Não obstante, suas normas complementam a disciplina sobre o “cumprimento de sentença”, isto é, as técnicas a serem adotadas para a realização do direito reconhecido existente em títulos executivos judiciais (porque surgidos no ambiente jurisdicional, ainda que não civil), e que estão no Título II do Livro I da mesma Parte Geral. Claríssima nesse sentido é a interpretação decorrente dos arts. 513 e 771. ​
​
O Livro III encerra a Parte Especial do CPC, tratando dos “processos nos Tribunais e dos meios de impugnaçãodas decisões judiciais”, e é dividida em dois Títulos. Seu Título I é dedicado a disciplinar as regras genéricas de funcionamento dos Tribunais (com temas como distribuição, deveres-poderes do relator, extinção da figura do revisor, julgamento e sustentação oral). Além disso, o Título trata, em seus Capítulos, das hipóteses em que os Tribunais atuam originariamente. ​
​
Estão disciplinados: o “incidente da assunção de competência”, que, apesar do nome pomposo, nada mais é do que o aperfeiçoamento de prática comuníssima nos Tribunais Superiores e que era prevista no art. 555, § 1º, do CPC de 1973; o “incidente de arguição de inconstitucionalidade”, controle difuso ou incidental de constitucionalidade, inerente ao exercício jurisdicional de qualquer grau de jurisdição no Brasil, mas com regras próprias quando exercitado no âmbito dos Tribunais; o “conflito de competência” (que, no CPC de 1973, estava localizado entre as regras de competência); a “homologação de decisão estrangeira e da concessão do exequatur à carta rogatória”; a “ação rescisória”; o novel – e tão interessante quanto polêmico – “incidente de resolução de demandas repetitivas” e a “reclamação”. 
No Título II do Livro III estão a disciplina genérica dos recursos e as regras dos recursos em espécie, que, de acordo com o art. 994 do CPC, são os seguintes: “apelação”, “agravo de instrumento”, “agravo interno”, “embargos de declaração”, “recurso ordinário”, “recurso especial”, “recurso extraordinário”, “agravo em recurso especial ou extraordinário” e “embargos de divergência”. ​
​
É nesse local do CPC que a Lei n. 13.256/2016 trouxe o maior número de alterações, modificando bastante a disciplina dos recursos extraordinários e especiais, sobretudo quando submetidos ao regime de repetitivos, e, por completo, a finalidade do agravo em recurso especial ou extraordinário, tal qual concebido pelo texto original do CPC. ​
​
Por fim, em termos estruturais, o Livro Complementar do CPC ocupa-se das “disposições finais e transitórias”. Nele, importa destacar a mais cuidadosa (embora insuficiente) disciplina de direito intertemporal, querendo minimizar, com a iniciativa, os inevitáveis problemas decorrentes do atingimento dos processos em curso pela nova codificação.
As Subdivisões do Direito 
No entendimento de Cassio Scarpinella Bueno, podemos subdividir o Direito Processual Civil nos seguintes ramos:​​
a. Direito Processual Coletivo;​
b. Direito Processual Público;​
c. Direito Processual Tributário;​
d. Direito Processual Constitucional;​
e. Direito Processual do Consumidor;​
f. Direito Processual Societário;​
g. Direito Processual Transnacional.
Aula 2
1. Princípios
 
Acesso à Justiça:​ O primeiro dos princípios constitucionais do direito processual civil a ser exposto é o usualmente chamado de “acesso à justiça” e que tem como sinônimos diversas outras expressões, tais como: “acesso à ordem jurídica justa”, “inafastabilidade da jurisdição”, “inafastabilidade do controle jurisdicional” ou “ubiquidade da jurisdição”.​​
Ele quer significar o grau de abertura imposto pela Constituição Federal para a resolução de conflitos perante o Poder Judiciário. É o que se vê no art. 5º, XXXV, da Constituição Federal: “A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. ​​
A compreensão de que nenhuma lei excluirá ameaça ou lesão a direito da apreciação do Poder Judiciário deve ser entendida no sentido de que qualquer forma de “pretensão”, isto é, “afirmação de direito” pode ser levada ao Poder Judiciário para solução. ​​
Uma vez provocado, o Estado-juiz tem o dever de fornecer àquele que bateu às suas portas uma resposta, ainda que negativa, no sentido de que não há direito nenhum a ser tutelado ou, bem menos do que isso, que não há condições mínimas de saber se há, ou não, direito a ser tutelado, isto é, que não há condições mínimas de exercício da própria função jurisdicional (“devido processo constitucional”).​
Devido processo legal (ou seria constitucional?): ​Segundo o professor Cassio Scarpinella Bueno: ​“Se o princípio do “acesso à justiça” representa, fundamentalmente, a noção de que o Judiciário está aberto, desde o plano constitucional, a quaisquer situações de “ameaças ou lesões a direito”, o princípio do “devido processo constitucional” volta-se, basicamente, a indicar as condições mínimas em que o desenvolvimento do processo, isto é, o método de atuação do Estado-juiz para lidar com a afirmação de uma situação de ameaça ou lesão a direito, deve se dar”.​​
Ele é expresso no inciso LIV do art. 5º da Constituição Federal, segundo o qual: “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”.​
​
Contraditório: ​O princípio do contraditório vem expresso no inciso LV do art. 5º da Constituição Federal: “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”.​​
O núcleo essencial do princípio do contraditório compõe-se, de acordo com a doutrina tradicional, de um binômio: “ciência e resistência” ou “informação e reação”. O primeiro desses elementos (ciência ou informação) é sempre indispensável; o segundo (resistência ou reação), eventual ou possível.
Ampla Defesa:​ O mesmo inciso LV do art. 5º da Constituição Federal, que faz expressa referência ao “princípio do contraditório”, indica também como princípio constitucional o da ampla defesa, com os recursos a ela inerentes.​
​
· Precisamos discernir o princípio do contraditório do da ampla defesa:
​Importa entender a ampla defesa como a garantia extensa de todo e qualquer acusado (que é nomenclatura mais empregada para o direito processual penal) e qualquer réu (nomenclatura mais utilizada para o direito processual civil) ter condições efetivas, isto é, concretas, de responder às imputações que lhe são dirigidas antes que seus efeitos decorrentes possam ser sentidos. ​​
Alguém que seja acusado de violar ou de ameaçar violar normas jurídicas tem o direito de se defender amplamente.​
​
O Juiz Natural: ​O “princípio do juiz natural” – por vezes também chamado de “princípio da vedação de tribunais de exceção” – encontra fundamento expresso em dois dispositivos da Constituição Federal, nos incisos XXXVII e LIII, ambos do art. 5º: “XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de exceção” e “LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente”. ​​
O sentido tradicional do princípio, que ainda é aquele que a Constituição Federal quer revelar, significa que o órgão jurisdicional (e não o magistrado, pessoalmente considerado) que julgará determinado caso deverá preexistir ao fato a ser julgado. É vedada a criação ad hoc de tribunais. É vedado criar, a partir de um fato, um órgão jurisdicional que tenha competência para julgá-lo. A diretriz que se quer proteger com essa proibição é a de se garantir, da melhor forma possível, a imparcialidade do órgão judiciário. 
Imparcialidade:​ O “princípio da imparcialidade” não tem previsão expressa na Constituição Federal. A doutrina, contudo, não deixa de entendê-lo como decorrência do “princípio do juiz natural” ou, mais corretamente, como fator que o complementa, dando destaque ao magistrado que atuará em cada caso, considerando-o individualmente, como sujeito. ​​
O que há na Constituição Federal de mais próximo do “princípio da imparcialidade” são as prerrogativas que seu art. 95 reconhece ao magistrado, forma garantística de viabilizar a ele o exercício pleno de suas funções processuais, ao lado das vedações arroladas no parágrafo único do dispositivo. ​
​
Duplo Grau de Jurisdição: ​De todos os princípios constitucionais do direito processual civil, o mais difícil de ser identificado é o do “duplo grau de jurisdição”. ​​
Isso basicamente porque não há consenso na doutrina sobre sua extensão e significado, o que é agravado porque a Constituição não se refere a ele expressamente. Realmente não há, em nenhum dispositivo da Constituição Federal, a menção a um “duplo grau de jurisdição”.​​
Ocorre, porém, que é possível (e desejável) extrair do inciso LV do art. 5º da Constituição Federal a garantia de “recursos” inerentes à ampla defesa. ​
Além disso, há diversas referências feitas pela Constituição Federal ao papel dos Tribunais em geral como órgãos revisores de segunda instância. ​​
No âmbito do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça, previsão expressa nesse sentido consta do inciso II do art. 102 e do inciso II do art. 105 da Constituição Federal, quando preveem a competência recursal ordinária daqueles Tribunais. Para os Tribunais Regionais Federais e para os Tribunais de Justiça, a previsão é tanto mais ampla porque, pela competência que lhes é reservada pela Constituição Federal, sua função revisora das decisões proferidas pelos juízos da primeira instância a eles vinculados é inequívoca (arts. 108, II, e 125, caput, da CF, respectivamente).
Colegialidade dos Tribunais:​ Todas as referências que a Constituição Federal faz aos Tribunais brasileiros – mesmo para quem não quiser ver neles e na sua competência fonte (ainda que implícita) do duplo grau de jurisdição – são no sentido de que aqueles órgãos funcionam e decidem colegiadamente, é dizer, as decisões dos Tribunais devem ser tomadas de maneira plural e não por seus membros isoladamente ou, como é muito frequente se referir, monocraticamente. ​​
É como se afirmasse que, no âmbito dos Tribunais, o “juiz natural” é um órgão colegiado e não seus membros considerados isoladamente. ​
​
Isonomia: ​O princípio da isonomia ou da igualdade é basilar na organização do Estado brasileiro. São expressos sobre ele o caput e o inciso I do art. 5º da Constituição Federal, assim como, tendo em conta o Estado-administração, o art. 37, caput, e, com os olhos voltados para a função tributária do Estado, o art. 150, II, da Constituição Federal. ​​
Mesmo o Código de Processo Civil é expresso sobre ele em diversas passagens, cabendo o destaque do inciso I do art. 139, dispositivo que trata dos deveres-poderes do magistrado.​
​ Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:​ I - assegurar às partes igualdade de tratamento;
Publicidade e Motivação:​ O princípio da publicidade vem expresso no inciso LX do art. 5º da Constituição Federal: “a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem”. Ele também consta dos incisos IX e X do art. 93 da Constituição Federal, ambos com a redação que lhes deu a Emenda Constitucional n. 45/2004: “IX – todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação”; “X – as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros”.​
​
O princípio da motivação, também chamado de princípio da fundamentação, tem previsão expressa nos mesmos incisos IX e X do art. 93 da Constituição Federal, que expressam também o princípio da publicidade. Isso, contudo, não é o suficiente para tratar os dois princípios como se eles fossem uma coisa só, embora, é certo, haja inegável correção entre ambos. A previsão conjunta dos dois princípios é feita também, cabe a menção, pelo precitado art. 11 do Código de Processo Civil, embora sua disciplina codificada encontre maior rendimento em dispositivos diversos, o já referido art. 189 para a publicidade e o art. 489 para a motivação. ​
​
Vedação de Provas Ilícitas ou Obtidas Por Meios Ilícitos:​ O “princípio da vedação das provas ilícitas” é expresso no inciso LVI do art. 5º da Constituição Federal. De acordo com o dispositivo: “são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos”. O que o princípio quer proteger, acima de tudo, é a intimidade das pessoas, nos termos amplos do art. 5º, X, da Constituição Federal.  
O art. 5º, LVI, da Constituição Federal permite a distinção entre provas ilícitas e entre provas obtidas por meios ilícitos. Prova ilícita é aquela que, em si mesma considerada, fere o ordenamento jurídico. Assim, por exemplo, a tortura, expressamente proibida pelo art. 5º, III, da Constituição Federal. Prova obtida por meios ilícitos é aquela que, em si mesma considerada, é admitida ou tolerada pelo sistema, mas cuja forma de obtenção fere o ordenamento jurídico. Bem ilustra a situação o desrespeito ao sigilo de correspondência, de dados ou a oitiva de conversas telefônicas não autorizada nos termos da lei, violando, destarte, o inciso XII do art. 5º da Constituição Federal.​
​
Eficiência Processual: ​O princípio da eficiência processual também é um princípio constitucional do direito processual civil e encontra respaldo expresso no inciso LXXVIII no seu art. 5º da Constituição Federal incluído pela Emenda Constitucional n. 45/2004, a chamada “Reforma do Judiciário”: “a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação”. ​​
A significação desse princípio é que a atividade jurisdicional deve ser prestada sempre com vistas a produzir o máximo de resultados com o mínimo de esforços e, por isso, a ênfase deve recair não na ideia de economia ou de celeridade processuais, diferentemente do que se constata em algumas formulações ou na própria textualidade de sua previsão constitucional.
Aula 3
 Sujeitos do processo
Conceito:​​
“Sujeitos do processo” é expressão ampla que quer compreender todo aquele que participa do processo, independentemente da razão pela qual isso se dê.​​
Tanto o são os sujeitos parciais (as partes e os terceiros intervenientes) como os imparciais (o juiz e os seus auxiliares), como os demais exercentes das funções essenciais à administração da Justiça; advogados privados e públicos, membros do Ministério Público e da Defensoria Pública são sujeitos do processo nessa perspectiva ampla.​​
O conceito de partes é de suma importância para determinar quem pode ser beneficiado pela sentença judicial e contra quem o pronunciamento surte os seus efeitos. ​
​
Partes e procuradores:​​
As partes do processo são o Autor, que ocupa o polo ativo, e o Réu, que toma assento no polo passivo.​​
Segundo Humberto Theodoro Jr, “Aquele que invoca a tutela jurídica do Estado e toma a posição ativa de instaurar a relação processual recebe a denominação de autor. Aquele que fica na posição passiva e se sujeita à relação processual instaurada pelo autor, chama-se réu ou demandado.”
Observe-se, ainda, que as partes possuem deveres, bem como seus procuradores.​
​
Art. 77. Além de outros previstos neste Código, são deveres das partes, de seus procuradores e de todos aqueles que de qualquer forma participem do processo:​
I - expor os fatos em juízo conforme a verdade;​
II - não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cientes de que são destituídas de fundamento;​
III - não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração ou à defesa do direito;​
IV - cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou final, e não criar embaraços à sua efetivação;​
V - declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o endereço residencial ou profissional onde receberão intimações, atualizando essa informação sempre que ocorrer qualquer modificação temporária ou definitiva;​
VI - não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso.​
VII - informar e manter atualizados seus dados cadastrais perante os órgãos do Poder Judiciário e, no caso do § 6º do art. 246 deste Código, da Administração Tributária, para recebimento de citações e intimações.
Da substituição processual:​​
Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado peloordenamento jurídico.​
Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente litisconsorcial.​
​
Temos, aqui, a chamada legitimação ordinária.​​
A legitimidade extraordinária é também denominada substituição, já que ocorre em casos excepcionais, que decorrem de lei expressa ou do sistema jurídico, em que admite-se que alguém vá a juízo, em nome próprio, para defender interesses alheios. ​​
Assim, substituto processual é aquele que atua como parte, postulando e defendendo direito de outrem. ​
Como exemplo, podemos citar o condomínio. ​​
De acordo com o artigo 1.314, do Código Civil, "cada condômino pode usar da coisa conforme sua destinação, sobre ela exercer todos os direitos compatíveis com a indivisão, reivindicá-la de terceiro, defender a sua posse e alhear a respectiva parte ideal, ou gravá-la".
Sucessão processual:​
​
Segundo o art.108 NCPC só é permitida, no curso do processo, a sucessão voluntária das partes nos casos expressos em lei. ​​
No caso de morte de qualquer dos litigantes, a substituição por seus sucessores é necessária. (art.110 NCPC).​​
A alienação de coisa ou do direito litigioso, via de regra, não altera a legitimidade das partes. (art.109 CPC) ​​
Note-se que sucessão de parte e substituição processual não se confundem: Na sucessão processual ocorre uma alteração nos polos subjetivos do processo. Uma outra pessoa passa a ocupar o lugar do primitivo sujeito da relação processual. ​​
Ex: o herdeiro passa a ser novo autor ou novo réu, na ação em que ocorreu o falecimento do litigante originário. ​
​
Na substituição processual: não se registra alteração nos sujeitos do processo, apenas um deles age, por autorização especial da lei, na defesa do direito material de quem não é parte na relação processual. ​​
Ex. parte que aliena, durante o processo, o bem litigioso, e continua a defende-lo em juízo, no interesse do novo proprietário. 
Pressupostos processuais subjetivos das partes:​​
a) Que tenham capacidade de ser parte: Nos termos do art. 70 do NCPC, toda pessoa que se acha no exercício dos seus direitos tem capacidade de estar em juízo.​
b) Que tenham capacidade processual ou capacidade para estar em juízo: refere-se à capacidade de praticar validamente os atos processuais.​​
c) Que tenham capacidade de postular em juízo: é aquela inerente a que tem direito de postular em juízo, ou seja, direito de agir e de falar em nome das partes no processo. No direito brasileiro o ius postulandi é privilégio do advogado regularmente inscrito na OAB.
Magistrado 
Entre os sujeitos do processo, há aqueles que devem ser imparciais. São os magistrados que atuarão ao longo do processo nas diversas instâncias e graus de jurisdição, e também seus auxiliares da justiça. Não é por outra razão, aliás, que o Código de Processo Civil se ocupa da sua respectiva disciplina logo após os dispositivos dedicados à dos magistrados.​​
A imparcialidade imposta desde a Constituição Federal é garantida pelo disposto nos arts. 144 e 145, que indicam diversas situações em que, em função de impedimento ou de suspeição, resta inviabilizada a participação do magistrado e/ou do auxiliar da justiça, além das demais pessoas referidas no art. 148.​​
Para além dos deveres-poderes do magistrado do art. 139, o caput do art. 140 proíbe expressamente o chamado non liquet, isto é, veda ao magistrado deixar de decidir alegando lacuna ou obscuridade no ordenamento jurídico. ​​
Cabe ao magistrado superar eventual lacuna e superar eventual obscuridade, encontrando (ou, mais propriamente, criando) a regra jurídica aplicável ao caso concreto, de acordo com as suas peculiaridades fáticas.​
​Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do ordenamento jurídico.​
Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei.
Os chamados poderes-deveres do magistrado:​​
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:​
I - assegurar às partes igualdade de tratamento;​
II - velar pela duração razoável do processo;​
III - prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça e indeferir postulações meramente protelatórias;​
IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária;​
V - promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente com auxílio de conciliadores e mediadores judiciais;​
VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito;​
VII - exercer o poder de polícia, requisitando, quando necessário, força policial, além da segurança interna dos fóruns e tribunais;​
VIII - determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes, para inquiri-las sobre os fatos da causa, hipótese em que não incidirá a pena de confesso;​
IX - determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de outros vícios processuais;​
X - quando se deparar com diversas demandas individuais repetitivas, oficiar o Ministério Público, a Defensoria Pública e, na medida do possível, outros legitimados a que se referem o art. 5º da Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985 , e o art. 82 da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 , para, se for o caso, promover a propositura da ação coletiva respectiva.​
Parágrafo único. A dilação de prazos prevista no inciso VI somente pode ser determinada antes de encerrado o prazo regular.​
Ministério Público
O Ministério Público ou Parquet é uma das funções essenciais à administração da justiça e, como tal, compõe o modelo constitucional do direito processual civil.​​
A disciplina do Ministério Público está expressa na Constituição Federal, que estabelece suas diretrizes e princípios institucionais (art. 127); sua organização (art. 128) e suas funções institucionais (art. 129). ​​
No plano infraconstitucional federal, é a Lei Complementar n. 75/93, que dispõe sobre a organização, as atribuições e o estatuto do Ministério Público da União, aí incluindo o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios. A Lei n. 8.625/93, por sua vez, institui a Lei Orgânica Nacional do Ministério Público e dispõe sobre normas gerais para a organização do Ministério Público dos Estados. ​​
Este diploma legislativo deve ser entendido, portanto, como verdadeira “norma geral” de observância compulsória para cada Estado-membro regular o seu próprio Ministério Público sem prejuízo das prescrições impostas pela Constituição Federal e pelas Constituições dos respectivos Estados e correlata legislação estadual.
Auxiliares da Justiça
Art. 149. São auxiliares da Justiça, além de outros cujas atribuições sejam determinadas pelas normas de organização judiciária, o escrivão, o chefe de secretaria, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador, o intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador judicial, o partidor, o distribuidor, o contabilista e o regulador de avarias.​​
Art. 150. Em cada juízo haverá um ou mais ofícios de justiça, cujas atribuições serão determinadas pelas normas de organização judiciária.​​
É correto entender, diante do art. 150, que o escrivão ou o chefe de secretaria e o oficial de justiça são a célula mínima dos ofícios de justiça, que nada mais são dos que os cartórios ou as secretarias que auxiliam, na perspectiva administrativa e burocrática, a atuação dos magistrados.​​
As funções a serem desempenhadas pelo escrivão ou chefe de secretária estão indicadas no art. 152: (i) redação de ofícios, mandados, cartas precatórias; (ii) concretizar as ordens judiciais, realizar citações e intimações; (iii) comparecer a audiências; (iv) preservar os autos (físicos) em seu poder, não permitindo sua saída do cartório (secretaria), senão excepcionalmente; (v) expedir certidões do que lhe for solicitado, resguardando o segredo de justiça; e (vi) praticar atos meramenteordinatórios.
Defensoria Pública
A Defensoria Pública, de acordo com o art. 185, “[...] exercerá a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados, em todos os graus, de forma integral e gratuita”.​​
Com base nessa missão institucional, é correto aplaudir e desenvolver o entendimento de que a Defensoria Pública deve atuar, em processos jurisdicionais individuais e coletivos, na qualidade de custos vulnerabilis para promover a tutela jurisdicional adequada dos interesses que lhe são confiados, desde o modelo constitucional, similarmente ao que se dá com o Ministério Público quanto ao exercício de sua função de custos legis, ou, como pertinentemente prefere o Código de Processo Civil, fiscal da ordem jurídica (custos iuris).
Aula 4
 Fontes do Direito Processual Civil
As fontes do Direito Processual Civil são os lugares de onde provém esse ramo do Direito, sendo classificadas em fontes em formais e materiais.​​
Fontes formais são aquelas que possuem força vinculante, sendo, portanto, obrigatórias para todos. São as responsáveis pela criação do direito positivo. ​​
Já as fontes materiais não têm força vinculante, servindo apenas para esclarecer o verdadeiro sentido das fontes formais.​
​
Fonte formal do Direito Processual Civil é a lei. 
Fala-se aqui, porém, em lei lato sensu, a significar norma jurídica. Diversas são as formas de expressão da norma jurídica que podem originar preceitos de Direito Processual: a Constituição Federal, a lei federal ordinária, a lei estadual, os tratados internacionais e os regimentos internos dos Tribunais.​
​
Já as fontes materiais de Direito Processual
As quais – não custa lembrarmos - não têm força vinculante, não sendo assim obrigatórias, e têm por finalidade revelar o verdadeiro sentido do Direito Processual. ​
Podem ser considerados fontes materiais do Direito Processual Civil os princípios gerais do Direito, o costume, a doutrina e a jurisprudência.
Norma Processual no Tempo e Espaço​
O art. 13, que abre o Capítulo II do Título Único do Livro I da Parte Geral do Código de Processo Civil, dispõe que a jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas as disposições específicas previstas em tratados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil seja parte.​​
O art. 14 estabelece a irretroatividade da norma processual e a sua aplicabilidade imediata aos processos em curso. ​
​
Importa, pois, discernir a incidência imediata (permitida) da incidência retroativa (vedada) da lei processual civil nova. ​​
Para tanto, a doutrina acabou por cunhar o chamado princípio do isolamento dos atos processuais, segundo o qual cada ato processual deve ser regido pela lei vigente no instante em que o ato, em si mesmo considerado, pode ser praticado. 
Interpretação da norma processual ​
O CPC de 2015 também deve ser interpretado e aplicado de acordo com as normas fundamentais do processo civil contidas nos seus 12 (doze) primeiros artigos e que concretizam as garantias processuais ao prescreverem os princípios da primazia do julgamento do mérito (art. 4o), da boa-fé objetiva (art. 5o), da colaboração (art. 6o), da dignidade da pessoa humana (art. 8o), da fundamentação das decisões judiciais (art. 11), da publicidade (art. 11), do contraditório (art. 9o) e as regras da vedação de decisão surpresa (art. 10) e da ordem cronológica de julgamentos (art. 12), observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência (art. 8o).​​
Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa.​​
Art. 5º Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé.​​
Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.​​
Art. 8º Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência.​​
Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.​​
Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.​​
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.​​
Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão. 
Aula 5
Atos Processuais
Os atos processuais são os atos jurídicos praticados dentro do processo e que geram portando efeitos dentro do processo. Esses atos existem para criar, para modificar, para conservar ou para extinguir o processo. ​​
Os atos processuais podem ser expressos de forma oral ou escrita. Contudo, se feito na forma oral, deve ser sempre reduzido a termo.​​
Os atos processuais podem ser praticados pelas partes do processo, pelo juiz e auxiliares da justiça.​​
Nesse sentido, os atos das partes são as declarações unilaterais de vontade que produzem efeitos imediatos e as declarações bilaterais, que são aqueles que irão depender de homologação do juiz para que possam surtir efeitos a terceiros.​​
Importante ressaltar que a desistência da ação é ato unilateral quando ocorrer antes da contestação e ato bilateral quando ocorrer depois da contestação, uma vez que depende do consentimento do réu para isso.​​
Os atos processuais praticados pelo juiz dizem respeito apenas ao seu pronunciamento. Entretanto, existem outros atos que o juiz pratica no decorrer do processo, quais sejam, interrogar as partes, fazer inspeção judicial e tomar depoimento de testemunhas.​
Formas e lugar dos atos processuais
O novo Código de Processo Civil prestigia o princípio da instrumentalidade das formas, previsto no art. 188 e 277:​​
Art. 188. Os atos e os termos processuais independem de forma determinada, salvo quando a lei expressamente a exigir, considerando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial.​​
Art. 277. Quando a lei prescrever determinada forma, o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade.​
​
Portanto, sempre haverá que se observar alguma forma na prática dos atos e termos processuais, preferencialmente a forma preconizada em lei, porém se darão por válidos e úteis os atos e termos processuais que, ainda que praticados de forma distinta daquela prevista, atinjam sua finalidade essencial.​​
O direito processual é direito formal, pois visa garantir o regular desenvolvimento do processo e dos direitos das partes. Caso o ato não seja praticado conforme a forma estabelecida e não atinja o seu fim o mesmo será declarado nulo.​​
Em relação ao lugar, os atos são realizados, em regra, na sede do juízo onde tramita o processo, conforme art. 217:​​
Art. 217. Os atos processuais realizar-se-ão ordinariamente na sede do juízo, ou, excepcionalmente, em outro lugar em razão de deferência, de interesse da justiça, da natureza do ato ou de obstáculo arguido pelo interessado e acolhido pelo juiz.
Comunicação dos atos processuais: 
Um dos atos mais importantes do processo é a comunicação, em especial a primeira delas citação, ato pelo qual o juiz afirma sua jurisdição e chama a juízo a parte para se defender.​​
A Citação, inclusive foi mais tecnicamente tratada no novo CPC, pois sem ela não se pode ter a validade da atividade jurisdicional e violaria substancialmente o devido processo legal. ​​
A ausência de citação determina a nulidade de todo o processo.​​
A citação poderá ser feita através do correio, por carta; pessoalmente por oficial de justiça; pelo escrivão ou chefe de secretaria, caso a parte compareça ao cartório; por edital ou por meio eletrônico.​​
Art.238. Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o interessado para integrar a relação processual.​
​
Art. 242. A citação será pessoal, podendo, no entanto, ser feita na pessoa do representante legal ou do procurador do réu, do executado ou do interessado.​​
 Prazos:
Os prazos processuais podem ser classificados em prazo legal e prazo judicial. ​
Diz-se que o prazo é legal quando ele está previsto em lei, já o prazo judicial haverá quando não houver uma previsão em lei e, portanto o juiz fixará um prazo especifico para o cumprimento daquele ato processual. ​​
Além desses, o prazo pode ser convencional, pois podem as partes, em casos específicos, fixar um calendário diferente daquele previsto na lei.​
​Outra classificação são os prazos dilatórios e os peremptórios. Os prazos dilatórios são aqueles que comportam dilação, ou seja, os que comportam modificações. Já os prazos peremptórios são aqueles que não comportam modificação, pois a lei assim determina.​​
Por fim tem-se a classificação dos prazos como próprios e os impróprios. São próprios aqueles prazos das partes, onde caso elas não o cumpram perderá o direito de praticá-los, ou seja, ocorrerá a preclusão temporal. Já os prazos impróprios são os prazos do juiz, prazos esses que se não cumpridos não haverá uma consequência processual para o juiz, ele ainda poderá praticá-los mesmos que fora do prazo, o que pode acontecer é uma consequência administrativa.​
​A regra geral é que os prazos serão de 15 dias (embargos são em 05 dias) e somente serão contados os dias úteis. Uma vez perdido o prazo, normalmente ocorrerá a Revelia e/ou a Preclusão.
Aula 6
Petição inicial
Trata-se da primeira peça de um processo. É por meio dela que se instaura o processo jurídico, levando a conhecimento do juiz os fatos que constituem o pedido, os fundamentos, a causa de pedir e o pedido propriamente dito.​​
A petição inicial precisa ser escrita de forma clara, objetiva e bem fundamentada para que haja mais chances de sucessos na solicitação. Nela, além da narrativa dos acontecimentos, é importante juntar documentos e montar a estratégia que será adotada no decorrer da ação.​​
Em linhas gerais, a petição inicial tem o objetivo de narrar os fatos que levaram o autor da ação a entrar na Justiça. O seu objetivo é demonstrar para o Estado/juiz por que aquela demanda está sendo proposta, o seu embasamento legal e aonde o autor da ação pretende chegar.​​
O Código de Processo Civil traz as regras e os requisitos para que uma petição inicial seja válida. Além disso, é fundamental que o documento seja escrito de forma clara e objetiva, na norma culta da língua portuguesa e com dados suficientes para o que juiz julgue a ação. ​​
Art. 319. A petição inicial indicará:​
I - o juízo a que é dirigida;​
II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu;​
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;​
IV - o pedido com as suas especificações;​
V - o valor da causa;​
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;​
VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação.
Gratuidade de justiça:
A gratuidade da justiça é uma importante prerrogativa prevista no ordenamento jurídico brasileiro. E visa, então, a diminuição da desigualdade de condições decorrentes do contexto social e garantir o acesso à justiça mesmo àqueles que não teriam condições financeiras para isso. ​​
Isto porque, mesmo sendo um serviço para todos, o judiciário não é sem custos. É preciso compreender que a atuação judiciária também demanda um custo e não pode ser demandado levianamente.​ Apesar dessa perspectiva econômica, não se pode ignorar, também, que há pessoas que não dispõem dos recursos necessários. E se não houvesse medida asseguradora, provavelmente não conseguiriam levar suas demandas em juízo. ​​
Por essa razão, a previsão da justiça gratuita – que não pode ser confundida com a assistência judiciária. ​​
A Assistência Judiciária Gratuita está prevista no artigo 5o, inciso LXXIV da Constituição Federal, que atribui ao Estado a obrigação de garantir que a pessoa com poucos recursos financeiros tenha acesso a um advogado, sem ter que arcar com o custo de sua contratação. Na maioria das vezes, é exercida pela Defensoria Pública, mas caso não exista, pode ser por advogado dativo, ou seja, nomeado pelo juiz, que será remunerado pelo Estado.​​
A Gratuidade de Justiça está regulamentada nos artigos 98 a 102 do Código de Processo Civil, que revogou algumas disposições da Lei 1.060/50. Conforme artigo 98, a parte que comprovar que não tem condições de arcar com as taxas e custas exigidas para a tramitação de um processo judicial, seja pessoa física ou jurídica, pode ter o benefício concedido por meio da decisão de magistrado, mesmo que tenha advogado particular. O benefício pode solicitado em qualquer fase do processo.​​
A isenção deste benefício alcança as taxas ou custas processuais; honorários de advogado (sucumbência), perito, contador ou tradutor; eventuais indenizações a testemunhas; custas como exames de DNA e outros necessários ao processo; depósitos para interposição de recursos ou outros atos processuais; despesas com envio de documentos e publicações; entre outros.
Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.​
§ 1º A gratuidade da justiça compreende:​
I - as taxas ou as custas judiciais;​
II - os selos postais;​
III - as despesas com publicação na imprensa oficial, dispensando-se a publicação em outros meios;​
IV - a indenização devida à testemunha que, quando empregada, receberá do empregador salário integral, como se em serviço estivesse;​
V - as despesas com a realização de exame de código genético - DNA e de outros exames considerados essenciais;​
VI - os honorários do advogado e do perito e a remuneração do intérprete ou do tradutor nomeado para apresentação de versão em português de documento redigido em língua estrangeira;​
VII - o custo com a elaboração de memória de cálculo, quando exigida para instauração da execução;​
VIII - os depósitos previstos em lei para interposição de recurso, para propositura de ação e para a prática de outros atos processuais inerentes ao exercício da ampla defesa e do contraditório;​
IX - os emolumentos devidos a notários ou registradores em decorrência da prática de registro, averbação ou qualquer outro ato notarial necessário à efetivação de decisão judicial ou à continuidade de processo judicial no qual o benefício tenha sido concedido.​
​
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:​
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;
Tutela Provisória 
A tutela provisória é uma tutela jurisdicional sumária e não definitiva. É sumária porque fundada em cognição sumária, ou seja, no exame menos aprofundado da causa. Na tutela provisória exige-se apenas um juízo de probabilidade e não um juízo de certeza.​ Não é definitiva porque pode ser revogada ou modificada em qualquer tempo. A tutela provisória normalmente não dura para sempre e pode ser substituída por outra tutela.​​
A tutela provisória pode ser de urgência ou de evidência.​ Tutela de urgência: exige-se periculum in mora. A tutela de urgência será concedida quando forem demonstrados elementos que indiquem a probabilidade do direito, bem como o perigo na demora da prestação da tutela jurisdicional (art. 300).​​
Tutela de evidência: não se exige periculum in mora. A tutelada evidência, por sua vez, dispensa a demonstração de periculum in mora quando: (i) ficar caracterizado abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte; (ii) as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas mediante prova documental e houver tese firmada em demandas repetitivas ou em súmula vinculante; (iii) se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito; ou (iv) a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável (art. 311).​​
A tutela de urgência, antecedente ou incidental, pode ser cautelar (quando for conservativa) ou antecipada (quando for satisfativa).​​
A tutela de evidência, por sua vez, pode ser pedida sem a apresentação de urgência, possibilidade de dano ou risco para a parte. É necessário apenas que a parte mostre que o seu direito é evidente e facilmente comprovável por meio de documentos, como aponta o artigo 311 do Novo CPC.
Aula 7
Emenda X Aditamento da petição inicial:
A petição inicial ao ser distribuída, em que pese adotadas todas as cautelas necessárias para que sejam expostos todos os fatos, fundamentos, pedidos e seja devidamente instruída com documentos, podem ser posteriormente constatadas algumas irregularidades pelo Juiz ou pelo próprio Advogado. ​​
"Se o Juiz verificar pequenas imperfeições, lacunas ou omissões que não comprometam o deferimento da inicial, mas que demandem correção, determinará a emenda da inicial no prazo de quinze dias, nos termos do art. 321 do CPC/2015. Constitui regra que prestigia o princípio do aproveitamento dos atos processuais (CPC/2015, arts. 139, IX, 276 e 282) decorrente da instrumentalidade das formas. ​Evidente que esse prazo de quinze dias poderá ser prorrogado a critério do juiz, especialmente quando verificar que a emenda pode demorar mais que o prazo legal.​​ É necessário que o magistrado indique com precisão o que deve ser corrigido ou complementado em atenção (sempre) ao pedido da cooperação (art. 6°, CPC/2015). Caso a parte não cumpra o preceito, acarretará a extinção do processo sem resolução do mérito, conforme o art. 330, IV, do CPC/2015.​​ Se o juiz, contudo, verificar que a petição inicial padece de vício que impeça o seu prosseguimento e sendo impossível a sua correção dentro do mesmo processo, o juiz indeferirá a petição inicial e extinguirá o processo sem resolução de mérito nos termos do art. 485, I, c/c art. 330 do CPC/2015."​
(SÁ, Renato Montans de. Manual de Direito Processual Civil. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2016. p. 359-360). (grifos no original)
Recebida a petição inicial pelo Juiz o primeiro ato a ser realizado será o juízo de admissibilidade e esse será o momento em que constatando alguma irregularidade, qual seja a necessidade de complemento ou de esclarecimento de alguma informação apresentada na petição inicial, o Juiz intimará o autor para realize os devidos ajustes. De acordo com o artigo 321 do Código de Processo Civil, diante destas circunstâncias será determinada a emenda à petição inicial.​​
Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado.​
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.​​
Não se pode, porém, confundir a emenda à petição com o aditamento à petição inicial.​​
Este se configura como um ato voluntário da parte autora, pelo qual também será possível esclarecer ou detalhar alguma informação contida na inicial, bem como poderá ainda ser realizada a fim de alterar ou adicionar algo a causa de pedir ou ao pedido.​​
Art. 329, CPC. O autor poderá:​
I - até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independentemente de consentimento do réu;​
II - até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com consentimento do réu, assegurado o contraditório mediante a possibilidade de manifestação deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, facultado o requerimento de prova suplementar.​
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo à reconvenção e à respectiva causa de pedir.
Improcedência liminar:
Na forma do art. 332, o juiz deverá julgar liminarmente improcedente o pedido, sempre que a causa dispensar a fase instrutória e:​​
Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar:​
I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça;​
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;​
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;​
IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.​
§ 1º O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição.​
§ 2º Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença, nos termos do art. 241 .​
§ 3º Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias.​
§ 4º Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a citação do réu, e, se não houver retratação, determinará a citação do réu para apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias.​​
A decisão deve ser proferida liminarmente, ou seja, independentemente do cumprimento do previsto no art. 9º do CPC. O pedido será julgado improcedente sem que o autor seja, previamente, comunicado. 
Citação e intimação:
Prevista no artigo 238 do CPC, a citação é definida como “o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o interessado para integrar a relação processual”. A citação do réu ou executado é pressuposto de validade do processo, podendo resultar em nulidade do processo, caso não seja executada.​​
Já a intimação, prevista no artigo 269, adquire duplo objetivo: dar ciência de atos ou termos do processo e convocar a parte a fazer ou abster-se de fazer alguma coisa. A novidade é que o novo Código prevê que as intimações sejam feitas, sempre que possível, por meio eletrônico. Não sendo possível, por publicação em órgão oficial, pessoalmente, por carta registrada, com aviso de recebimento, ou por oficial de justiça.​​
Art. 238. Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o interessado para integrar a relação processual.​
Parágrafo único. A citação será efetivada em até 45 (quarenta e cinco) dias a partir da propositura da ação.​​
Art. 269. Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e dos termos do processo.​
§ 1º É facultado aos advogados promover a intimação do advogado da outra parte por meio do correio, juntando aos autos, a seguir, cópia do ofício de intimação e do aviso de recebimento.​
§ 2º O ofício de intimação deverá ser instruído com cópia do despacho, da decisão ou da sentença.​
§ 3º A intimação da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de suas respectivas autarquias e fundações de direito público será realizada perante o órgão de Advocacia Pública responsável por sua representação judicial.​​
A decisão deve ser proferida liminarmente, ou seja, independentemente do cumprimento do previsto no art. 9º do CPC. O pedido será julgado improcedente sem que o autor seja, previamente, comunicado. ​
Audiência de conciliação e mediação:
O Código de Processo Civil tem como premissa o incentivo à solução consensual dos conflitos e, para tanto, prestigiou o emprego da mediação e da conciliação (artigo 3º, § 2º e §3º), prevendo que devem ser estimuladas, sempre que possível, por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público​​
Art. 3º Não se excluiráda apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.​
§ 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos.​
§ 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial.​​
Na mediação, visa-se recuperar o diálogo entre as partes. Por isso mesmo, são elas que decidem. As técnicas de abordagem do mediador tentam primeiramente restaurar o diálogo para que posteriormente o conflito em si possa ser tratado. Só depois pode se chegar à solução. Na mediação não é necessário interferência, ambas partes chegam a um acordo sozinhas, se mantém autoras de suas próprias soluções.​​
Conflitos familiares e de vizinhança, por exemplo, muitas vezes são resolvidos apenas com o estabelecimento da comunicação respeitosa entre os envolvidos.​​
A conciliação pode ser mais indicada quando há uma identificação evidente do problema, quando este problema é verdadeiramente a razão do conflito - não é a falta de comunicação que impede o resultado positivo. Diferentemente do mediador, o conciliador tem a prerrogativa de sugerir uma solução.​​
Essa polarização pede uma intervenção do conciliador no sentido de um acordo justo para ambas as partes e no estabelecimento de como esse acordo será cumprido. Causas trabalhistas costumam ser um objeto onde a conciliação atua com eficiência.

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