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Questões Questão 1: CEBRASPE (CESPE) - AJP (PGE PE)/PGE PE/2019 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto CB2A1-I Raras vezes na história humana, o trabalho, a riqueza, o poder e o saber mudaram simultaneamente. Quando isso ocorre, sobrevêm verdadeiras descontinuidades que marcam época, pedras miliares no caminho da humanidade. A invenção das técnicas para controlar o fogo, o início da agricultura e do pastoreio na Mesopotâmia, a organização da democracia na Grécia, as grandes descobertas científicas e geográficas entre os séculos XII e XVI, o advento da sociedade industrial no século XIX, tudo isso representa saltos de época, que desorientaram gerações inteiras. Se observarmos bem, essas ondas longas da história, como as chamava Braudel, tornaram-se cada vez mais curtas. Acabamos de nos recuperar da ultrapassagem da agricultura pela indústria, ocorrida no século XX, e, em menos de um século, um novo salto de época nos tomou de surpresa, lançando-nos na confusão. Dessa vez o salto coincidiu com a rápida passagem de uma sociedade de tipo industrial dominada pelos proprietários das fábricas manufatureiras para uma sociedade de tipo pós- industrial dominada pelos proprietários dos meios de informação. O fórceps com o qual a recém-nascida sociedade pós-industrial foi extraída do ventre da sociedade industrial anterior é representado pelo progresso científico e tecnológico, pela globalização, pelas guerras mundiais, pelas revoluções proletárias, pelo ensino universal e pelos meios de comunicação de massa. Agindo simultaneamente, esses fenômenos produziram uma avalanche ciclópica — talvez a mais irresistível de toda a história humana — na qual nós, contemporâneos, temos o privilégio e a desventura de estar envolvidos em primeira pessoa. Ninguém poderia ficar impassível diante de uma mudança dessa envergadura. Por isso a sensação mais difundida é a desorientação. A nossa desorientação afeta as esferas econômica, familiar, política, sexual, cultural... É um sintoma de crescimento, mas é também um indício de um perigo, porque quem está desorientado sente-se em crise, e quem se sente em crise deixa de projetar o próprio futuro. Se deixarmos de projetar nosso futuro, alguém o projetará para nós, não em função de nossos interesses, mas do seu próprio proveito. Domenico de Masi. Alfabeto da sociedade desorientada: para entender o nosso tempo. Trad. Silvana Cobucci e Federico Carotti. São Paulo: Objetiva, 2017, p. 93-4 (com adaptações). Considerando os mecanismos de coesão e os sentidos do texto CB2A1-I, julgue o item seguinte. O vocábulo “que” retoma o termo “saltos de época”. Certo Errado Questão 2: CEBRASPE (CESPE) - AJP (PGE PE)/PGE PE/2019 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto CB2A1-I Raras vezes na história humana, o trabalho, a riqueza, o poder e o saber mudaram simultaneamente. Quando isso ocorre, sobrevêm verdadeiras descontinuidades que marcam época, pedras miliares no caminho da humanidade. A invenção das técnicas para controlar o fogo, o início da agricultura e do pastoreio na Mesopotâmia, a organização da democracia na Grécia, as grandes descobertas científicas e geográficas entre os séculos XII e XVI, o advento da sociedade industrial no século XIX, tudo isso representa saltos de época, que desorientaram gerações inteiras. Se observarmos bem, essas ondas longas da história, como as chamava Braudel, tornaram-se cada vez mais curtas. Acabamos de nos recuperar da ultrapassagem da agricultura pela indústria, ocorrida no século XX, e, em menos de um século, um novo salto de época nos tomou de surpresa, lançando-nos na confusão. Dessa vez o salto coincidiu com a rápida passagem de uma sociedade de tipo industrial dominada pelos proprietários das fábricas manufatureiras para uma sociedade de tipo pós- industrial dominada pelos proprietários dos meios de informação. O fórceps com o qual a recém-nascida sociedade pós-industrial foi extraída do ventre da sociedade industrial anterior é representado pelo progresso científico e tecnológico, pela globalização, pelas guerras mundiais, pelas revoluções proletárias, pelo ensino universal e pelos meios de comunicação de massa. Agindo simultaneamente, esses fenômenos produziram uma avalanche ciclópica — talvez a mais irresistível de toda a história humana — na qual nós, contemporâneos, temos o privilégio e a desventura de estar envolvidos em primeira pessoa. Ninguém poderia ficar impassível diante de uma mudança dessa envergadura. Por isso a sensação mais difundida é a desorientação. A nossa desorientação afeta as esferas econômica, familiar, política, sexual, cultural... É um sintoma de crescimento, mas é também um indício de um perigo, porque quem está desorientado sente-se em crise, e quem se sente em crise deixa de projetar o próprio futuro. Se deixarmos de projetar nosso futuro, alguém o projetará para nós, não em função de nossos interesses, mas do seu próprio proveito. Domenico de Masi. Alfabeto da sociedade desorientada: para entender o nosso tempo. Trad. Silvana Cobucci e Federico Carotti. São Paulo: Objetiva, 2017, p. 93-4 (com adaptações). Considerando os mecanismos de coesão e os sentidos do texto CB2A1-I, julgue o item seguinte. A expressão “na qual” refere-se ao termo antecedente “história humana”. Certo Errado Questão 3: CEBRASPE (CESPE) - AssJ (TJ AM)/TJ AM/"Sem Área"/2019 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto CB3A1-I O maior desafio do Poder Judiciário no Brasil é tornar-se cada vez mais acessível às pessoas, até mesmo a quem não pode arcar com o custo financeiro de um processo. De um modo amplo, o acesso à justiça significa a garantia de amparo aos direitos do cidadão por meio de uma ordem jurídica justa e, caso tais direitos sejam violados, a possibilidade de ele buscar a devida reparação. Para tornar efetivo esse direito fundamental e popularizá-lo, foram feitas várias mudanças na lei ao longo dos anos. Esse movimento de inclusão é conhecido como ondas renovatórias. Atualmente, já se fala no surgimento da quarta onda, que está relacionada aos avanços da tecnologia. Na primeira onda renovatória, buscou-se superar as barreiras econômicas do acesso à justiça. No Brasil, as medidas para garantir a assistência judiciária a quem não pode arcar com as custas de um processo ou ser assistido por um advogado particular foram efetivadas principalmente pela Lei n.º 1.060, de 1950, e pela criação da Defensoria Pública da União, em 1994, que atende muitos segurados do INSS que têm de recorrer ao Poder Judiciário para conseguir um benefício. A segunda onda renovatória enfrentou os desafios de tornar o processo judicial acessível a interesses coletivos, de grupos indeterminados, e não apenas limitado a ser um instrumento de demandas individuais. Para assegurar a tutela dos direitos difusos, que dizem respeito à sociedade em geral, foram criados instrumentos para estimular a democracia participativa. Os principais avanços ocorreram com a entrada em vigor da Lei da Ação Civil Pública, em 1985, e do Código de Defesa do Consumidor, em 1990, que, conjuntamente, formaram o microssistema processual para assegurar os interesses da população. A terceira onda encorajou uma ampla variedade de reformas na estrutura e na organização dos tribunais, o que possibilitou a simplificação de procedimentos e, consequentemente, do processo. Entendeu-se que cada tipo de conflito tem uma forma adequada de solução: a decisão final para uma controvérsia pode ser tomada por um juiz, árbitro ou pelas próprias partes, com ou sem o auxílio de terceiros neutros, como mediadores e conciliadores. Hoje, na quarta onda renovatória, a chamada revolução digital e suas mudanças rápidas aceleraram a engrenagem judicial. Esse processode transição do analógico para o digital não se resume apenas à virtualização dos tribunais com a chegada do processo eletrônico. As tecnologias da informação e comunicação oferecem infinitas possibilidades para redesenhar o que se entende por justiça. As plataformas digitais de solução de conflitos popularizaram serviços antes tidos como caros e pouco acessíveis. Hoje existe até a oferta de experiências de cortes online, nas quais as pessoas têm acesso aos tribunais com um clique, sem sair de casa. Mariana Faria. O que tecnologia tem a ver com acesso à justiça? 13/6/2018. Internet: <www.dacordo.com.br> (com adaptações). Com relação aos aspectos linguísticos e aos sentidos do texto CB3A1-I, julgue o item a seguir. A expressão “esse direito fundamental” refere-se a “o acesso à justiça”. Certo Errado Questão 4: CEBRASPE (CESPE) - AJP (PGE PE)/PGE PE/2019 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto CB2A1-I Raras vezes na história humana, o trabalho, a riqueza, o poder e o saber mudaram simultaneamente. Quando isso ocorre, sobrevêm verdadeiras descontinuidades que marcam época, pedras miliares no caminho da humanidade. A invenção das técnicas para controlar o fogo, o início da agricultura e do pastoreio na Mesopotâmia, a organização da democracia na Grécia, as grandes descobertas científicas e geográficas entre os séculos XII e XVI, o advento da sociedade industrial no século XIX, tudo isso representa saltos de época, que desorientaram gerações inteiras. Se observarmos bem, essas ondas longas da história, como as chamava Braudel, tornaram-se cada vez mais curtas. Acabamos de nos recuperar da ultrapassagem da agricultura pela indústria, ocorrida no século XX, e, em menos de um século, um novo salto de época nos tomou de surpresa, lançando-nos na confusão. Dessa vez o salto coincidiu com a rápida passagem de uma sociedade de tipo industrial dominada pelos proprietários das fábricas manufatureiras para uma sociedade de tipo pós- industrial dominada pelos proprietários dos meios de informação. O fórceps com o qual a recém-nascida sociedade pós-industrial foi extraída do ventre da sociedade industrial anterior é representado pelo progresso científico e tecnológico, pela globalização, pelas guerras mundiais, pelas revoluções proletárias, pelo ensino universal e pelos meios de comunicação de massa. Agindo simultaneamente, esses fenômenos produziram uma avalanche ciclópica — talvez a mais irresistível de toda a história humana — na qual nós, contemporâneos, temos o privilégio e a desventura de estar envolvidos em primeira pessoa. Ninguém poderia ficar impassível diante de uma mudança dessa envergadura. Por isso a sensação mais difundida é a desorientação. A nossa desorientação afeta as esferas econômica, familiar, política, sexual, cultural... É um sintoma de crescimento, mas é também um indício de um perigo, porque quem está desorientado sente-se em crise, e quem se sente em crise deixa de projetar o próprio futuro. Se deixarmos de projetar nosso futuro, alguém o projetará para nós, não em função de nossos interesses, mas do seu próprio proveito. Domenico de Masi. Alfabeto da sociedade desorientada: para entender o nosso tempo. Trad. Silvana Cobucci e Federico Carotti. São Paulo: Objetiva, 2017, p. 93-4 (com adaptações). Considerando os mecanismos de coesão e os sentidos do texto CB2A1-I, julgue o item seguinte. A expressão “tudo isso” retoma, por coesão, todos os termos que a precedem no período. Certo Errado Questão 5: CEBRASPE (CESPE) - AJ (TJ AM)/TJ AM/Analista de Sistemas/2019 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto CB1A1-I Em 1996, no artigo Contratos inteligentes, o criptógrafo Nick Szabo predizia que a Internet mudaria para sempre a natureza dos sistemas legais. A justiça do futuro, dizia, estaria baseada em uma tecnologia chamada contratos inteligentes. Os contratos legais com que habitualmente trabalham os advogados estão escritos em linguagem frequentemente ambígua e sujeita a interpretações diversas. Um contrato inteligente é um acordo escrito em código de software, que, como linguagem de programação, é claro e objetivo. O contrato se executa de maneira automática quando se cumprem as condições acordadas. Ambas as partes podem ter certeza quase total de que o acordo se cumprirá tal como foi combinado. E tudo ocorre em uma rede descentralizada de computadores. Não há nada que as partes possam fazer para evitar o cumprimento do contrato. Imaginemos que Alice compre um automóvel com um crédito bancário, mas deixe de pagar suas prestações. Uma manhã, introduz sua chave digital no veículo, e a porta não abre. Foi bloqueada por falta de cumprimento do contrato. Minutos depois, chega o funcionário do banco com outra chave digital. Abre a porta, liga o motor e parte com o veículo. O contrato inteligente bloqueou, de maneira automática, o uso do dispositivo digital por Alice, porque ela não cumpriu o contrato. O banco recupera o veículo, sem perder tempo com advogados. Szabo propôs os contratos inteligentes nos anos 90 do século passado. Mas, durante muito tempo, a proposta ficou só na ideia. Até que, em 2014, um jovem russo- canadense de 19 anos de idade, Vitalik Buterin, lançou a Ethereum, uma legaltech que mantém registro compartilhado com a rede bitcoin, mas tem linguagem de programação mais sofisticada que permite a gravação de contratos inteligentes. Os contratos inteligentes prometem automatizar muitas das ações que historicamente se fizeram por meio de sistemas legais, com redução de seus custos e aumento de sua velocidade e segurança. Ainda que o segmento esteja em fase inicial, aos poucos vão surgindo mais legaltechs para aplicar contratos inteligentes em diferentes setores da economia. Um dos principais desafios está no ambiente regulatório — em particular, no reconhecimento legal desses contratos. “Hoje contamos com projetos de implementação de contratos inteligentes com validade legal, como OpenLaw, da ConsenSys (Estados Unidos da América – EUA), Accord Project (EUA e Reino Unido), Agrello (Estônia) e dezenas de pequenos empreendimentos pelo mundo”, afirma o advogado especializado em novas tecnologias Albi Rodriguez Jaramillo, cofundador da comunidade LegalBlock. Um segundo desafio é desenvolver a infraestrutura necessária para que os contratos inteligentes possam ser executados. Isso inclui a criação de fechaduras inteligentes que respondam às ordens desses contratos. Elas farão a hipotética devedora Alice não conseguir abrir o carro por ter deixado de pagar as prestações. A empresa Slock.it desenvolve uma rede universal de compartilhamento (universal sharing network) na qual, espera-se, vão interagir carros, casas e outros ativos da economia compartilhada. Será uma peça fundamental para o desenvolvimento dos contratos inteligentes na nova economia. Federico Ast. Como faremos justiça? – A chegada dos contratos inteligentes. In: ÉPOCA negócios. 9/12/2018. Internet: <https://epocanegocios.globo.com> (com adaptações). A respeito das propriedades linguísticas e dos sentidos do texto CB1A1-I, julgue o item seguinte. Infere-se das informações do terceiro parágrafo do texto que o segmento “Foi bloqueada” refere-se a “chave digital”. Certo Errado Questão 6: CEBRASPE (CESPE) - AssP (PGE PE)/PGE PE/2019 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) A modernidade é um contrato. Todos nós aderimos a ele no dia em que nascemos, e ele regula nossa vida até o dia em que morremos. Pouquíssimos entre nós são capazes de rescindi-lo ou transcendê-lo. Esse contrato configura nossa comida, nossos empregos e nossos sonhos; ele decide onde moramos, quem amamos e como morremos. À primeira vista, a modernidade parece ser um contrato extremamente complicado,por isso poucos tentam compreender no que exatamente se inscreveram. É como se você tivesse baixado algum software e ele te solicitasse assinar um contrato com dezenas de páginas em “juridiquês”; você dá uma olhada nele, passa imediatamente para a última página, tica em “concordo” e esquece o assunto. Mas a modernidade, de fato, é um contrato surpreendentemente simples. O contrato interno pode ser resumido em uma única frase: humanos concordam em abrir mão de significado em troca de poder. Yuval Noah Harari. Homo Deus: uma breve história do amanhã. São Paulo: Companhia das Letras, 2016 (com adaptações). Considerando as ideias, os sentidos e os aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item a seguir. As formas pronominais em “rescindi-lo” e “transcendê-lo”, referem-se, respectivamente, a “contrato” (R.1) e a “dia” (R.2). Certo Errado Questão 7: CEBRASPE (CESPE) - Proc Mun (Boa Vista)/Pref Boa Vista/2019 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto CB1A1-I O preconceito é um fenômeno que se verifica quando um sujeito discrimina ou exclui outro, a partir de concepções equivocadas, oriundas de hábitos, costumes, sentimentos ou impressões. O preconceito decorre de incompatibilidades entre a pessoa e o ato que ela executa. Isso quer dizer que, se houver uma ideia favorável de uma pessoa, tudo o que ela fizer ou disser pode ser aceito, mesmo que o que disser ou fizer seja errado, falso ou impreciso. Inversamente, se houver uma ideia desfavorável sobre alguém, tudo o que essa pessoa disser ou fizer pode ser rejeitado, mesmo que diga verdades ou se comporte corretamente. A ideia favorável ou desfavorável sobre a pessoa vem de fatos exteriores, e isso afeta, positiva ou negativamente, no caso do comportamento preconceituoso, o julgamento sobre a pessoa ou seus atos. O preconceito, portanto, pode ser positivo ou negativo. Preconceito positivo acontece quando características consideradas positivas da pessoa se estendem para seus atos, ou vice-versa, mesmo quando não são corretos. Em geral, o preconceito positivo não é percebido pela sociedade (ou pelo menos não provoca reações). O que incomoda é o preconceito negativo, acompanhado de reação discriminatória. Marli Quadros Leite. Preconceito e intolerância na linguagem. São Paulo: Contexto, 2012, p. 27-9 (com adaptações). Julgue o item, relativo a aspectos linguísticos do texto CB1A1-I. O pronome “Isso” remete a toda a ideia expressa no período anterior. Certo Errado Questão 8: CEBRASPE (CESPE) - Proc Mun (Boa Vista)/Pref Boa Vista/2019 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) O preconceito é um fenômeno que se verifica quando um sujeito discrimina ou exclui outro, a partir de concepções equivocadas, oriundas de hábitos, costumes, sentimentos ou impressões. O preconceito decorre de incompatibilidades entre a pessoa e o ato que ela executa. Isso quer dizer que, se houver uma ideia favorável de uma pessoa, tudo o que ela fizer ou disser pode ser aceito, mesmo que o que disser ou fizer seja errado, falso ou impreciso. Inversamente, se houver uma ideia desfavorável sobre alguém, tudo o que essa pessoa disser ou fizer pode ser rejeitado, mesmo que diga verdades ou se comporte corretamente. A ideia favorável ou desfavorável sobre a pessoa vem de fatos exteriores, e isso afeta, positiva ou negativamente, no caso do comportamento preconceituoso, o julgamento sobre a pessoa ou seus atos. O preconceito, portanto, pode ser positivo ou negativo. Preconceito positivo acontece quando características consideradas positivas da pessoa se estendem para seus atos, ou vice-versa, mesmo quando não são corretos. Em geral, o preconceito positivo não é percebido pela sociedade (ou pelo menos não provoca reações). O que incomoda é o preconceito negativo, acompanhado de reação discriminatória. Marli Quadros Leite. Preconceito e intolerância na linguagem. São Paulo: Contexto, 2012, p. 27-9 (com adaptações). Julgue o item, relativo a aspectos linguísticos do texto CB1A1-I. No trecho “o ato que ela executa", o pronome “que” é empregado tanto como conectivo, já que liga duas orações, quanto como elemento referencial, ao retomar o antecedente “o ato”. Certo Errado Questão 9: CEBRASPE (CESPE) - PRF/PRF/2019 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) As atividades pertinentes ao trabalho relacionam-se intrinsecamente com a satisfação das necessidades dos seres humanos — alimentar-se, proteger-se do frio e do calor, ter o que calçar etc. Estas colocam os homens em uma relação de dependência com a natureza, pois no mundo natural estão os elementos que serão utilizados para atendê-las. Se prestarmos atenção à nossa volta, perceberemos que quase tudo que vemos existe em razão de atividades do trabalho humano. Os processos de produção dos objetos que nos cercam movimentam relações diversas entre os indivíduos, assim como a organização do trabalho alterou-se bastante entre diferentes sociedades e momentos da história. De acordo com o cientista social norte-americano Marshall Sahlins, nas sociedades tribais, o trabalho geralmente não tem a mesma concepção que vigora nas sociedades industrializadas. Naquelas, o trabalho está integrado a outras dimensões da sociabilidade — festas, ritos, artes, mitos etc. —, não representando, assim, um mundo à parte. Nas sociedades tribais, o trabalho está em tudo, e praticamente todos trabalham. Sahlins propôs que tais sociedades fossem conhecidas como “sociedades de abundância” ou “sociedades do lazer”, pelo fato de que nelas a satisfação das necessidades básicas sociais e materiais se dá plenamente. Thiago de Mello. Trabalho. Internet: <educacao.globo.com> (com adaptações). Julgue o seguinte item, a respeito das ideias e das construções linguísticas do texto apresentado. As formas pronominais “Estas” e “las” referem-se a “necessidades dos seres humanos” Certo Errado Questão 10: CEBRASPE (CESPE) - AJP (PGE PE)/PGE PE/2019 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto CB2A1-I Raras vezes na história humana, o trabalho, a riqueza, o poder e o saber mudaram simultaneamente. Quando isso ocorre, sobrevêm verdadeiras descontinuidades que marcam época, pedras miliares no caminho da humanidade. A invenção das técnicas para controlar o fogo, o início da agricultura e do pastoreio na Mesopotâmia, a organização da democracia na Grécia, as grandes descobertas científicas e geográficas entre os séculos XII e XVI, o advento da sociedade industrial no século XIX, tudo isso representa saltos de época, que desorientaram gerações inteiras. Se observarmos bem, essas ondas longas da história, como as chamava Braudel, tornaram-se cada vez mais curtas. Acabamos de nos recuperar da ultrapassagem da agricultura pela indústria, ocorrida no século XX, e, em menos de um século, um novo salto de época nos tomou de surpresa, lançando-nos na confusão. Dessa vez o salto coincidiu com a rápida passagem de uma sociedade de tipo industrial dominada pelos proprietários das fábricas manufatureiras para uma sociedade de tipo pós- industrial dominada pelos proprietários dos meios de informação. O fórceps com o qual a recém-nascida sociedade pós-industrial foi extraída do ventre da sociedade industrial anterior é representado pelo progresso científico e tecnológico, pela globalização, pelas guerras mundiais, pelas revoluções proletárias, pelo ensino universal e pelos meios de comunicação de massa. Agindo simultaneamente, esses fenômenos produziram uma avalanche ciclópica — talvez a mais irresistível de toda a história humana — na qual nós, contemporâneos, temos o privilégio e a desventura de estar envolvidos em primeira pessoa. Ninguém poderia ficar impassível diantede uma mudança dessa envergadura. Por isso a sensação mais difundida é a desorientação. A nossa desorientação afeta as esferas econômica, familiar, política, sexual, cultural... É um sintoma de crescimento, mas é também um indício de um perigo, porque quem está desorientado sente-se em crise, e quem se sente em crise deixa de projetar o próprio futuro. Se deixarmos de projetar nosso futuro, alguém o projetará para nós, não em função de nossos interesses, mas do seu próprio proveito. Domenico de Masi. Alfabeto da sociedade desorientada: para entender o nosso tempo. Trad. Silvana Cobucci e Federico Carotti. São Paulo: Objetiva, 2017, p. 93-4 (com adaptações). A respeito dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto CB2A1-I, julgue o item que se segue. O sentido original e a correção gramatical do texto seriam mantidos se a palavra “como” fosse substituída por conforme. Certo Errado Questão 11: CEBRASPE (CESPE) - AJ (STM)/STM/Apoio Especializado/Revisão de Texto/2018 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto 6A2AAA Entramos na liça ao nascer; dela saímos ao morrer. De que vale aprender a conduzir melhor seu carro quando se está no fim do percurso? Só resta pensar então em como abandoná-lo. O estudo de um Velho, se ainda lhe resta a fazer, é unicamente o de aprender a morrer e é precisamente o que menos se faz na minha idade, pensa- se em tudo, menos nisso. Todos os velhos dão mais apreço à vida do que as crianças e a deixam com maior má vontade do que os jovens. É que, como todos os seus trabalhos tiveram essa mesma vida por objetivo,veem, no final, que perderam seus esforços. Todos os seus cuidados, todos os seus bens, todos os frutos de suas laboriosas vigílias, tudo deixam quando se vão. Não pensaram em adquirir alguma coisa, durante a vida, que possam levar com a morte. Disse tudo isso a mim mesmo quando era tempo de mo dizer, e, se não soube tirar melhor partido de minhas reflexões, não foi por não as ter feito a tempo e por não as ter bem amadurecido. Lançado, desde a infância, no torvelinho da sociedade, aprendi cedo, por experiência, que não era feito para viver nela, onde nunca conseguiria chegar ao estado de que meu coração precisava. Cessando, portanto, de procurar entre os homens a felicidade que sentia não poder encontrar, minha ardente imaginação já saltava por cima da recém-iniciada época de minha vida, como sobre um terreno desconhecido, para descansar em uma situação tranquila em que me pudesse fixar. Jean Jacques Rousseau. Terceira caminhada. In: Jean Jacques Rousseau. Os devaneios do caminhante solitário. Organização e tradução de Fúlvia MariaLuíza Moretto. Brasília: Editor a da UnB, 1991, p. 16 (com adaptações). Com relação às ideias e às estruturas linguísticas do texto 6A2AAA, julgue o item a seguir. Se a forma pronominal “alguma”, em vez de anteposta, estivesse posposta a “coisa”, a correção gramatical do texto seria mantida. Certo Errado Questão 12: CEBRASPE (CESPE) - EPF/PF/2018 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Como se pode imaginar, não foi o latim clássico, dos grandes escritores romanos e latinos e falado pelas classes romanas mais abastadas, que penetrou na Península Ibérica e nos demais espaços conquistados pelo Império Romano. Foi o latim popular, falado pelas tropas invasoras, que fez esse papel. Essa variante vulgar sobrepôs-se às línguas dos povos dominados e com elas caldeou-se, dando origem aos dialetos que viriam a se chamar genericamente de romanços ou romances (do latim romanice, isto é, à moda dos romanos). No século V d.C., o Império Romano ruiu e os romanços passaram a diferenciar-se cada vez mais, dando origem às chamadas línguas neolatinas ou românicas: francês, provençal, espanhol, português, catalão, romeno, rético, sardo etc. Séculos mais tarde, Portugal fundou-se como nação, ao mesmo tempo em que o português ganhou seu estatuto de língua, da seguinte forma: enquanto Portugal estabelecia as suas fronteiras no século XIII, o galego-português patenteava-se em forma literária. Cerca de três séculos depois, Portugal lançou-se em uma expansão de conquistas que, à imagem do que Roma fizera, levou a língua portuguesa a remotas regiões: Guiné-Bissau, Angola, Moçambique, Cingapura, Índia e Brasil, para citar uns poucos exemplos em três continentes. Muito mais tarde, essas colônias tornaram-se independentes — o Brasil no século XIX, as demais no século XX —, mas a língua de comunicação foi mantida e é hoje oficial em oito nações independentes: Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. Instituto Antônio Houaiss. José Carlos de Azevedo (Coord.). Escrevendo pela nova ortografia: como usar as regras do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. São Paulo: Publifolha, 2008, p. 16-7 (com adaptações). Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item seguinte. A expressão “esse papel” refere-se à penetração do latim “na Península Ibérica e nos demais espaços conquistados pelo Império Romano” . Certo Errado Questão 13: CEBRASPE (CESPE) - AJ STJ/STJ/Administrativa/2018 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto CB1A1CCC As audiências de segunda a sexta-feira muitas vezes revelaram o lado mais sórdido da natureza humana. Eram relatos de sofrimento, dor, angústia que se transportavam da cadeira das vítimas, testemunhas e réus para minha cadeira de juíza. A toga não me blindou daqueles relatos sofridos, aflitos. As angústias dos que se sentavam à minha frente, por diversas vezes, me escoltaram até minha casa e passaram a ser companheiras de noites de insônia. Não havia outra solução a não ser escrever. Era preciso colocar no papel e compartilhar a dor daquelas pessoas que, mesmo ao fim do processo e com a sentença prolatada, não me deixavam esquecê-las. Foram horas, dias, meses, anos de oitivas de mães, filhas, esposas, namoradas, companheiras, todas tendo em comum a violência no corpo e na alma sofrida dentro de casa. O lar, que deveria ser o lugar mais seguro para essas mulheres, havia se transformado no pior dos mundos. Quando finalmente chegavam ao Judiciário e se sentavam à minha frente, os relatos se transformavam em desabafos de uma vida inteira. Era preciso explicar, justificar e muitas vezes se culpar por terem sido agredidas. A culpa por ter sido vítima, a culpa por ter permitido, a culpa por não ter sido boa o suficiente, a culpa por não ter conseguido manter a família. Sempre a culpa. Aquelas mulheres chegavam à Justiça buscando uma força externa como se somente nós, juízes, promotores e advogados, pudéssemos não apenas cessar aquele ciclo de violência, mas também lhes dar voz para reagir àquela violência invisível. Rejane Jungbluth Suxberger. Invisíveis Marias: histórias além das quatro paredes. Brasília: Trampolim, 2018 (com adaptações). Com base no texto CB1A1CCC, escrito por uma juíza acerca de casos de violência doméstica, julgue o item a seguir. A alteração da forma verbal “deixavam” para o singular — deixava — não comprometeria a correção gramatical do período em que tal forma aparece, mas modificaria seu sentido original. Certo Errado Questão 14: CEBRASPE (CESPE) - PPF/PF/2018 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto 14A15AAA A natureza jamais vai deixar de nos surpreender. As teorias científicas de hoje, das quais somos justamente orgulhosos, serão consideradas brincadeira de criança por futuras gerações de cientistas. Nossos modelos de hoje certamente serão pobres aproximações para os modelos do futuro. No entanto, o trabalho dos cientistas do futuro seria impossível sem o nosso, assim como o nosso teriasido impossível sem o trabalho de Kepler, Galileu ou Newton. Teorias científicas jamais serão a verdade final: elas irão sempre evoluir e mudar, tornando-se progressivamente mais corretas e eficientes, sem chegar nunca a um estado final de perfeição. Novos fenômenos estranhos, inesperados e imprevisíveis irão sempre desafiar nossa imaginação. Assim como nossos antepassados, estaremos sempre buscando compreender o novo. E, a cada passo dessa busca sem fim, compreenderemos um pouco mais sobre nós mesmos e sobre o mundo a nossa volta. Em graus diferentes, todos fazemos parte dessa aventura, todos podemos compartilhar o êxtase que surge a cada nova descoberta; se não por intermédio de nossas próprias atividades de pesquisa, ao menos ao estudarmos as ideias daqueles que expandiram e expandem as fronteiras do conhecimento com sua criatividade e coragem intelectual. Nesse sentido, você, eu, Heráclito, Copérnico e Einstein somos todos parceiros da mesma dança, todos dançamos com o Universo. É a persistência do mistério que nos inspira a criar. Marcelo Gleiser. A dança do universo: dos mitos de criação ao Big-Bang. São Paulo: Companhia das Letras, 2006, p. 384-5 (com adaptações). No que se refere aos aspectos linguísticos do texto 14A15AAA, julgue o item que se segue. As expressões “dessa busca sem fim” e “dessa aventura” retomam, por coesão, o mesmo referente: “compreender o novo” (R.15). Certo Errado Questão 15: CEBRASPE (CESPE) - Adm (FUB)/FUB/2018 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Esta é uma declaração de amor: amo a língua portuguesa. Ela não é fácil. Não é maleável. E, como não foi profundamente trabalhada pelo pensamento, a sua tendência é a de não ter sutilezas e de reagir às vezes com um verdadeiro pontapé contra os que temerariamente ousam transformá-la numa linguagem de sentimento e de “alerteza”. E de amor. A língua portuguesa é um verdadeiro desafio para quem escreve. Sobretudo para quem escreve tirando das coisas e das pessoas a primeira capa de superficialismo. Às vezes ela reage diante de um pensamento mais complicado. Às vezes se assusta com o imprevisível de uma frase. Eu gosto de manejá-la — como gostava de estar montada num cavalo e guiá-lo pelas rédeas, às vezes lentamente, às vezes a galope. Eu queria que a língua portuguesa chegasse ao máximo nas minhas mãos. E esse desejo todos os que escrevem têm. Um Camões e outros iguais não bastaram para nos dar para sempre uma herança de língua já feita. Todos nós que escrevemos estamos fazendo do túmulo do pensamento alguma coisa que lhe dê vida. Essas dificuldades nós as temos. Mas não falei do encantamento de lidar com uma língua que não foi aprofundada. O que recebi de herança não me chega. Clarice Lispector. Declaração de amor. In: Crônicas para jovens: de escrita e vida. Rio de Janeiro: Rocco Digital, p. 11 (com adaptações). Julgue o item a seguir, relativo às ideias e aos aspectos linguísticos do texto precedente. Sem alteração dos sentidos e da coesão do texto, o primeiro período do primeiro parágrafo poderia ser reescrito da seguinte maneira: Esta é minha declaração de amor à língua portuguesa. Certo Errado Questão 16: CEBRASPE (CESPE) - PPF/PF/2018 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) O item a seguir apresenta, de forma consecutiva, os períodos que compõem um parágrafo adaptado do texto Como se identificam as vítimas de um desastre de massa, de Teresa Firmino (Internet: <www.publico.pt>). Julgue-os quanto à correção gramatical e à coerência e à coesão textual. É preciso que haja registros dentários, logo, se a pessoa nunca foi ao dentista, não há como identificar com a técnica da medicina dentária forense. Certo Errado Questão 17: CEBRASPE (CESPE) - Ana MPU/MPU/Apoio Jurídico/Direito/2018 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto A impossibilidade de manter silêncio sobre um assunto é uma observação que pode ser feita a respeito de muitos casos de patente injustiça que nos enfurecem de um modo até difícil de ser capturado por nossa linguagem. Ainda assim, qualquer estudo sobre a injustiça também demanda uma enunciação clara e uma análise arrazoada. A necessidade de uma teoria da justiça está relacionada com a disciplina de argumentar racionalmente sobre um assunto. Afirma-se, às vezes, que a justiça não diz respeito à argumentação racional. É fácil ficar tentado a pensar nessa linha. Quando nos defrontamos, por exemplo, com uma alastrada fome coletiva, parece natural protestar em vez de raciocinar de forma elaborada sobre a justiça e a injustiça. Contudo, uma calamidade seria um caso de injustiça apenas se pudesse ter sido evitada, em especial se aqueles que poderiam ter agido para tentar evitá-la tivessem deixado de fazê-lo. Entre os requisitos de uma teoria da justiça inclui-se o de permitir que a razão influencie o diagnóstico da justiça e da injustiça. Amartya Sen. A ideia de justiça. Denise Bottmann e Ricardo D. Mendes (Trad.). São Paulo: Companhia das Letras, 2011 (com adaptações). Julgue o próximo item, relativo aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto. Na expressão “fazê-lo”, a forma pronominal “lo” retoma a ideia de agir para tentar evitar uma calamidade. Certo Errado Questão 18: CEBRASPE (CESPE) - Ana Port I (EMAP)/EMAP/Administrativa/2018 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto O Juca era da categoria das chamadas pessoas sensíveis, dessas a que tudo lhes toca e tange. Se a gente lhe perguntasse: “Como vais, Juca?”, ao que qualquer pessoa normal responderia “Bem, obrigado!” — com o Juca a coisa não era assim tão simples. Primeiro fazia uma cara de indecisão, depois um sorriso triste contrabalançado por um olhar heroicamente exultante, até que esse exame de consciência era cortado pela voz do interlocutor, que começava a falar chãmente em outras coisas, que, aliás, o Juca não estava ouvindo... Porque as pessoas sensíveis são as criaturas mais egoístas, mais coriáceas, mais impenetráveis do reino animal. Pois, meus amigos, da última vez que vi o Juca, o impasse continuava... E que impasse! Estavam-lhe ministrando a extrema-unção. E, quando o sacerdote lhe fez a tremenda pergunta, chamando-o pelo nome: “Juca, queres arrepender-te dos teus pecados?”, vi que, na sua face devastada pela erosão da morte, a Dúvida começava a redesenhar, reanimando-a, aqueles seus trejeitos e caretas, numa espécie de ridícula ressurreição. E a resposta não foi “sim” nem “não”; seria acaso um “talvez”, se o padre não fosse tão compreensivo. Ou apressado. Despachou-o num átimo e absolvido. Que fosse amolar os anjos lá no Céu! E eu imagino o Juca a indagar, até hoje: — Mas o senhor acha mesmo, sargento Gabriel, que ele poderia ter-me absolvido? Mário Quintana Prosa & Verso Porto Alegre: Globo, 1978, p 65 (com adaptações) A respeito das estruturas linguísticas do texto, julgue o próximo item. No trecho “Pois, meus amigos, da última vez que vi o Juca, o impasse continuava...”, o elemento “Pois” introduz uma concessão. Certo Errado Questão 19: CEBRASPE (CESPE) - AJ (STM)/STM/Apoio Especializado/Revisão de Texto/2018 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto 6A1AAA Está demonstrado, portanto, que o revisor errou, que se não errou confundiu, que se não confundiu imaginou, mas venha atirar-lhe a primeira pedra aquele que não tenha errado,confundido ou imaginado nunca. Errar, disse-o quem sabia, é próprio do homem, o que significa, se não é erro tomar as palavras à letra, que não seria verdadeiro homem aquele que não errasse. Porém, esta suprema máxima não pode ser utilizada como desculpa universal que a todos nosabsolveria de juízos coxos e opiniões mancas. Quem não sabe deve perguntar, ter essa humildade, e uma precaução tão elementar deveria tê-la sempre presente o revisor, tanto mais que nem sequer precisaria sair de sua casa, do escritório onde agora está trabalhando, pois não faltam aqui os livros que o elucidariam se tivesse tido a sageza e prudência de não acreditar cegamente naquilo que supõe saber, que daí é que vêm os enganos piores, não da ignorância. Nestas ajoujadas estantes, milhares e milhares de páginas esperam a cintilação duma curiosidade inicial ou a firme luz que é sempre a dúvida que busca o seu próprio esclarecimento. Lancemos, enfim, a crédito do revisor ter reunido, ao longo duma vida, tantas e tão diversas fontes de informação, embora um simples olhar nos revele que estão faltando no seu tombo as tecnologias da informática, mas o dinheiro, desgraçadamente, não chega a tudo, e este ofício, é altura de dizê-lo, inclui-se entre os mais mal pagos do orbe. Um dia, mas Alá é maior, qualquer corrector de livros terá ao seu dispor um terminal de computador que o manterá ligado, noite e dia, umbilicalmente, ao banco central de dados, não tendo ele, e nós, mais que desejar que entre esses dados do saber total não se tenha insinuado, como o diabo no convento, o erro tentador. Seja como for, enquanto não chega esse dia, os livros estão aqui, como uma galáxia pulsante, e as palavras, dentro deles, são outra poeira cósmica flutuando, à espera do olhar que as irá fixar num sentido ou nelas procurará o sentido novo, porque assim como vão variando as explicações do universo, também a sentença que antes parecera imutável para todo o sempre oferece subitamente outra interpretação, a possibilidade duma contradição latente, a evidência do seu erro próprio .Aqui, neste escritório onde a verdade não pode ser mais do que uma cara sobreposta às infinitas máscaras variantes, estão os costumados dicionários da língua e vocabulários, os Morais e Aurélios, os Morenos e Torrinhas, algumas gramáticas, o Manual do Perfeito Revisor, vademeco de ofício [...]. José Saramago. História do cerco de Lisboa. São Paulo: Companhia das Letras, 1989, p. 25-6. Com relação à variação linguística bem como aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto 6A1AAA, julgue o item. O vocábulo aí, na contração “daí”, retoma a ideia expressa no trecho “não acreditar cegamente naquilo que supõe saber”. Certo Errado Questão 20: CEBRASPE (CESPE) - Ana I (IPHAN)/IPHAN/Área 1/2018 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto CB1A1AAA Siron Franco, artista plástico contemporâneo, realiza uma montagem em Brasília, em 1990, no Dia da Criança. A obra é uma bandeira brasileira feita de caixões coloridos de crianças, exposta em frente ao Congresso Nacional. Desconstrói, no coração do poder político brasileiro, o emblema da pátria e a imagem do Brasil como país do futuro. A criança sempre foi vista como símbolo do futuro, como parte de um discurso ancorado tanto na retórica ufanista do texto político quanto no discurso cristão, responsável pela defesa de uma imagem de inocência infantil. Pautado pelo princípio teleológico do tempo, o presente irá atuar nesses discursos como instrumento de mediação para que se conserve a lição do passado como intocável e permanente. Da mesma forma, postula-se a projeção desses valores em direção a uma realização futura. O presente apenas se justifica como intermediário da passagem da tradição para os anseios da posteridade. A obra de Siron Franco revela-se, contudo, alheia a essa concepção moderna de tempo, ao capturar o retrato do presente, a mortalidade infantil, destituído de qualquer registro de fantasia. Na sua intenção de expor um problema, de forma horizontal e opaca, o objeto artístico inverte o projeto moderno que regeu a construção da capital do país, um “oásis” plantado no planalto central, como manifestação utópica do novo e do voo rumo ao progresso. Eneida Maria de Souza. Brasília é uma estrela espatifada. In: Crítica cult. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002, p. 142-3 (com adaptações). No que diz respeito aos aspectos linguísticos do texto CB1A1AAA, julgue o item a seguir. A expressão “o emblema da pátria” remete a “Congresso Nacional” Certo Errado Questão 21: CEBRASPE (CESPE) - Del Pol (PC SE)/PC SE/2018 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) (...) Às vezes eu falo com a vida Às vezes é ela quem diz Qual a paz que eu não quero Conservar para tentar ser feliz As grades do condomínio São para trazer proteção Mas também trazem a dúvida Se é você que está nessa prisão Me abrace e me dê um beijo Faça um filho comigo Mas não me deixe sentar Na poltrona no dia de domingo. (...) O Rappa. Minha Alma (A Paz Que Eu Não Quero). In: Álbum Lado B Lado A. Warner Music Group, 1999 (com adaptações). Com relação aos sentidos e aos aspectos linguísticos do trecho da letra de música anteriormente apresentado, julgue o item que se segue. No verso “Às vezes é ela quem diz”, a supressão de “é” e “quem” prejudicaria a coerência do trecho. Certo Errado Questão 22: CEBRASPE (CESPE) - AI (ABIN)/ABIN/2018 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto Na legislação interna dos países, a espionagem costuma ser juridicamente entendida como a obtenção sub-reptícia e indevida de informação sigilosa do Estado. Esse tipo de conduta é criminalizado pela legislação de cada país. O mesmo se pode dizer do vazamento, que guarda estreita relação com a espionagem e que consiste na divulgação indevida de informações por quem tem o dever legal do sigilo. A espionagem é um dos poucos crimes na legislação brasileira que podem, em tempo de guerra, levar à pena de morte, seja o condenado nacional ou estrangeiro, civil ou militar, além de, em tempo de paz, sujeitar o militar que a pratique à indignidade para o oficialato. Se praticada por autoridade superior, a espionagem pode configurar, além de infração penal, crime de responsabilidade, que, a despeito do nome, não tem natureza de crime em sentido técnico, mas, sim, de infração política sujeita a cassação de mandato e suspensão de direitos políticos. Fábio de Macedo Soares Pires Condeixa. Espionagem e direito. In: Revista Brasileira de Inteligência, n.º 10, 2015, p. 25-6 (com adaptações). A propósito das ideias e dos aspectos linguísticos do texto, julgue o item subsequente. Na construção das cadeias referenciais do texto, os termos “Esse tipo de conduta” e “a” constituem diferentes formas de evocar o mesmo conteúdo semântico: o do referente “a espionagem”. Certo Errado Questão 23: CEBRASPE (CESPE) - Diplomata/IRBr/2018 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto X A facilidade de comunicações acabou com esses tanques em que floresciam as diferentes culturas. Quando antes se olhava o mapa-múndi e via-se cada país de um colorido diferente, podia-se tomar isso ao pé da letra. É verdade que o mundo continuou a ser uma colcha de retalhos; mas são todos da mesma cor. Bombaim, Roma, Tóquio, que se escondiam, cada um com seu peculiar mistério, nos compartimentos estanques da sua própria civilização, agora, a julgar pelos filmes, estão perfeitamente padronizados, universalizados. E, no mundo de hoje, para desconsolo dos descendentes de Sindbad e de Marco Polo, a única cor local das cidades famosas são os turistas. Mário Quintana. Mapa-múndi. In: Prosa&Verso. Porto Alegre: Globo, 1978, p. 60. Com relação aos aspectos linguísticos do texto X, julgue (C ou E) o item a seguir. Nas referências a “Sindbad” e “Marco Polo”, ativa-se o mecanismo da intertextualidade para a construção da coerência do texto. Certo Errado Questão24: CEBRASPE (CESPE) - AJ (STM)/STM/Apoio Especializado/Análise de Sistemas/2018 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto CB1A1AAA Não sou de choro fácil a não ser quando descubro qualquer coisa muito interessante sobre ácido desoxirribonucleico. Ou quando acho uma carta que fale sobre a descoberta de um novo modelo para a estrutura do ácido desoxirribonucleico, uma carta que termine com “Muito amor, papai”. Francis Crick descobriu o desenho do DNA e escreveu a seu filho só para dizer que “nossa estrutura é muito bonita”. Estrutura, foi o que ele falou. Antes de despedir-se ainda disse: “Quando chegar em casa, vou te mostrar o modelo”. Não esqueça os dois pacotes de leite, passe para comprar pão, guarde o resto do dinheiro para seus caramelos e, quando chegar, eu mostro a você o mecanismo copiador básico a partir do qual a vida vem da vida. Não sou de choro fácil, mas um composto orgânico cujas moléculas contêm as instruções genéticas que coordenam o desenvolvimento e o funcionamento de todos os seres vivos me comove. Cromossomas me animam, ribossomas me espantam. A divisão celular não me deixa dormir, e olha que eu moro bem no meio das montanhas. De vez em quando vejo passarem os aviões, mas isso nunca acontece de madrugada — a noite se guarda toda para o infinito silêncio. Acho que uma palavra é muito mais bonita do que uma carabina, mas não sei se vem ao caso. Nenhuma palavra quer ferir outras palavras: nem desoxirribonucleico, nem montanha, nem canção. Todos esses conceitos têm os seus sinônimos, veja só, ácido desoxirribonucleico e DNA são exatamente a mesma coisa, e os do resto das palavras você acha. É tudo uma questão de amor e prisma, por favor não abra os canhões. Que coisa mais linda esse ácido despenteado, caramba. Olhei com mais atenção o desenho da estrutura e descobri: a raça humana é toda brilho. Matilde Campilho. Notícias escrevinhadas na beira da estrada. In: Jóquei. São Paulo: Editora 34, 2015, p. 26-7 (com adaptações). Julgue o item, a seguir, com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto CB1A1AAA, no qual a autora Matilde Campilho aborda a descoberta, em 1953, da estrutura da molécula do DNA, correalizada pelos cientistas James Watson e Francis Crick. O vocábulo “os” remete a “sinônimos”. Certo Errado Questão 25: CEBRASPE (CESPE) - AJ (STM)/STM/Apoio Especializado/Revisão de Texto/2018 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto 6A1BBB A humanidade não aceitará uma língua não natural para a comunicação natural. Isso é contra a tendência dos seus instintos. Nenhum homem, “que seja homem”, achará natural conversar, aceitando ou recusando uma bebida, em Volapuque, ou Esperanto, ou Ido ou em qualquer outra fantochada do gênero. Preferirá falar, gaguejando, uma língua estranha, mas natural, do que falar, com relutante perfeição, uma língua artificialmente construída. O homem é um animal apesar de muitos o esquecerem, ele ainda é um animal irracional, como todos o são. Fernando Pessoa. A Língua Portuguesa. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. Com relação à variação linguística, aos fatores de textualidade e aos aspectos linguísticos do texto 6A1BBB, julgue o item a seguir. A coerência e a coesão do texto seriam mantidas caso seu último período passasse a figurar como seu quarto período. Certo Errado Questão 26: CEBRASPE (CESPE) - Adm (FUB)/FUB/2018 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Esta é uma declaração de amor: amo a língua portuguesa. Ela não é fácil. Não é maleável. E, como não foi profundamente trabalhada pelo pensamento, a sua tendência é a de não ter sutilezas e de reagir às vezes com um verdadeiro pontapé contra os que temerariamente ousam transformá-la numa linguagem de sentimento e de “alerteza”. E de amor. A língua portuguesa é um verdadeiro desafio para quem escreve. Sobretudo para quem escreve tirando das coisas e das pessoas a primeira capa de superficialismo. Às vezes ela reage diante de um pensamento mais complicado. Às vezes se assusta com o imprevisível de uma frase. Eu gosto de manejá-la — como gostava de estar montada num cavalo e guiá-lo pelas rédeas, às vezes lentamente, às vezes a galope. Eu queria que a língua portuguesa chegasse ao máximo nas minhas mãos. E esse desejo todos os que escrevem têm. Um Camões e outros iguais não bastaram para nos dar para sempre uma herança de língua já feita. Todos nós que escrevemos estamos fazendo do túmulo do pensamento alguma coisa que lhe dê vida. Essas dificuldades nós as temos. Mas não falei do encantamento de lidar com uma língua que não foi aprofundada. O que recebi de herança não me chega. Clarice Lispector. Declaração de amor. In: Crônicas para jovens: de escrita e vida. Rio de Janeiro: Rocco Digital, p. 11 (com adaptações). Julgue o item a seguir, relativo às ideias e aos aspectos linguísticos do texto precedente. O vocábulo “ela” retoma o trecho “a primeira capa de superficialismo”. Certo Errado Questão 27: CEBRASPE (CESPE) - Adv (EBSERH)/EBSERH/2018 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto Já houve quem dissesse por aí que o Rio de Janeiro é a cidade das explosões. Na verdade, não há semana em que os jornais não registrem uma aqui e ali, na parte rural. A ideia que se faz do Rio é a de que é ele um vasto paiol, e que vivemos sempre ameaçados de ir pelos ares, como se estivéssemos a bordo de um navio de guerra, ou habitando uma fortaleza cheia de explosivos terríveis. Certamente que essa pólvora terá toda ela emprego útil; mas, se ela é indispensável para certos fins industriais, convinha que se averiguassem bem as causas das explosões, se são acidentais ou propositais, a fim de que fossem removidas na medida do possível. Isso, porém, é que não se tem dado e creio que até hoje não têm as autoridades chegado a resultados positivos. Entretanto, é sabido que certas pólvoras, submetidas a dadas condições, explodem espontaneamente, e tem sido essa a explicação para uma série de acidentes bastante dolorosos, a começar pelo do Maine, na baía de Havana, sem esquecer também o do Aquidabã. Noticiam os jornais que o governo vende, quando avariada, grande quantidade dessas pólvoras. Tudo indica que o primeiro cuidado do governo devia ser não entregar a particulares tão perigosas pólvoras, que explodem assim sem mais nem menos, pondo pacíficas vidas em constante perigo. Creio que o governo não é assim um negociante ganancioso que vende gêneros que possam trazer a destruição de vidas preciosas; e creio que não é, porquanto anda sempre zangado com os farmacêuticos que vendem cocaína aos suicidas. Há sempre no Estado curiosas contradições. Lima Barreto Pólvora e cocaína In: Vida urbana, 5/1/1915 Internet: <www dominiopublico gov br> (com adaptações) No que se refere às estruturas linguísticas do texto, julgue o item seguinte. O sujeito elíptico da forma verbal “anda” retoma a expressão “um negociante ganancioso”. Certo Errado Questão 28: CEBRASPE (CESPE) - EPF/PF/2018 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto 13A1AAA No fim do século XVIII e começo do XIX, a despeito de algumas grandes fogueiras, a melancólica festa de punição de condenados foi-se extinguindo. Em algumas dezenas de anos, desapareceu o corpo como alvo principal da repressão penal: o corpo supliciado, esquartejado, amputado, marcado simbolicamente no rosto ou no ombro, exposto vivo ou morto, dado como espetáculo. Ficou a suspeita de que tal rito que dava um “fecho” ao crime mantinha com ele afinidades espúrias: igualando-o, ou mesmo ultrapassando-o em selvageria, acostumando os espectadores a uma ferocidade de quetodos queriam vê-los afastados, mostrando-lhes a frequência dos crimes, fazendo o carrasco se parecer com criminoso, os juízes com assassinos, invertendo no último momento os papéis, fazendo do supliciado um objeto de piedade e de admiração. A punição vai-se tornando a parte mais velada do processo penal, provocando várias consequências: deixa o campo da percepção quase diária e entra no da consciência abstrata; sua eficácia é atribuída à sua fatalidade, não à sua intensidade visível; a certeza de ser punido é que deve desviar o homem do crime, e não mais o abominável teatro. Sob o nome de crimes e delitos, são sempre julgados corretamente os objetos jurídicos definidos pelo Código. Porém julgam-se também as paixões, os instintos, as anomalias, as enfermidades, as inadaptações, os efeitos de meio ambiente ou de hereditariedade. Punem-se as agressões, mas, por meio delas, as agressividades, as violações e, ao mesmo tempo, as perversões, os assassinatos que são, também, impulsos e desejos. Dir-se-ia que não são eles que são julgados; se são invocados, é para explicar os fatos a serem julgados e determinar até que ponto a vontade do réu estava envolvida no crime. As sombras que se escondem por trás dos elementos da causa é que são, na realidade, julgadas e punidas. O juiz de nossos dias — magistrado ou jurado — faz outra coisa, bem diferente de “julgar”. E ele não julga mais sozinho. Ao longo do processo penal, e da execução da pena, prolifera toda uma série de instâncias anexas. Pequenas justiças e juízes paralelos se multiplicaram em torno do julgamento principal: peritos psiquiátricos ou psicológicos, magistrados da aplicação das penas, educadores, funcionários da administração penitenciária fracionam o poder legal de punir. Dir- se-á, no entanto, que nenhum deles partilha realmente do direito de julgar; os peritos não intervêm antes da sentença para fazer um julgamento, mas para esclarecer a decisão dos juízes. Todo o aparelho que se desenvolveu há anos, em torno da aplicação das penas e de seu ajustamento aos indivíduos, multiplica as instâncias da decisão judiciária, prolongando-a muito além da sentença. Michel Foucault. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Trad. Raquel Ramalhete. Petrópolis, Vozes, 1987, p. 8-26 (com adaptações). A respeito das ideias e dos aspectos linguísticos do texto 13A1AAA, julgue o item. Subentende-se a forma verbal “intervêm” logo após o vocábulo “mas” em “mas para esclarecer a decisão dos juízes” Certo Errado Questão 29: CEBRASPE (CESPE) - Ana Port I (EMAP)/EMAP/Administrativa/2018 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto O Juca era da categoria das chamadas pessoas sensíveis, dessas a que tudo lhes toca e tange. Se a gente lhe perguntasse: “Como vais, Juca?”, ao que qualquer pessoa normal responderia “Bem, obrigado!” — com o Juca a coisa não era assim tão simples. Primeiro fazia uma cara de indecisão, depois um sorriso triste contrabalançado por um olhar heroicamente exultante, até que esse exame de consciência era cortado pela voz do interlocutor, que começava a falar chãmente em outras coisas, que, aliás, o Juca não estava ouvindo... Porque as pessoas sensíveis são as criaturas mais egoístas, mais coriáceas, mais impenetráveis do reino animal. Pois, meus amigos, da última vez que vi o Juca, o impasse continuava... E que impasse! Estavam-lhe ministrando a extrema-unção. E, quando o sacerdote lhe fez a tremenda pergunta, chamando-o pelo nome: “Juca, queres arrepender-te dos teus pecados?”, vi que, na sua face devastada pela erosão da morte, a Dúvida começava a redesenhar, reanimando-a, aqueles seus trejeitos e caretas, numa espécie de ridícula ressurreição. E a resposta não foi “sim” nem “não”; seria acaso um “talvez”, se o padre não fosse tão compreensivo. Ou apressado. Despachou-o num átimo e absolvido. Que fosse amolar os anjos lá no Céu! E eu imagino o Juca a indagar, até hoje: — Mas o senhor acha mesmo, sargento Gabriel, que ele poderia ter-me absolvido? Mário Quintana Prosa & Verso Porto Alegre: Globo, 1978, p 65 (com adaptações) Com relação às estruturas linguísticas e aos sentidos do texto, julgue o item a seguir. É correto estabelecer a referência do pronome “que” tanto com “voz do interlocutor” quanto com “outras coisas”. Certo Errado Questão 30: CEBRASPE (CESPE) - Tec I (IPHAN)/IPHAN/Área 2/2018 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto CB3A1-II A construção da ideia de patrimônio cultural se deu no bojo de dois processos históricos muito importantes para o Ocidente: a constituição dos Estados-nações europeus e a instituição da história como um campo específico de conhecimento. Não é difícil entender essa relação íntima entre eles. Para unificar populações, culturas, territórios, foi preciso elaborar a própria ideia de nação, que se fundamenta em alguns elementos estruturantes: um conjunto de pessoas que partilha uma cultura, uma língua, uma origem comum, uma única identidade. Nesse contexto, a história foi um poderoso elemento de legitimação dessa ideia de nação, pois era preciso buscar suas origens no passado, evidenciando a continuidade, o caráter e a força do povo que a constituía. A concepção do passado como “herança da nação” está dada como fundamento mesmo da possibilidade de futuro — e, nesse sentido, é necessário preservá-lo, garantir a existência de seus vestígios e sinais, para usufruto das gerações que virão. O Estado, como poder legítimo instituído, que zela pelo bem da coletividade, torna-se o principal agente nesse processo de guarda da memória. Com isso, voltamos à ideia de patrimônio: tudo aquilo que “restou” do passado, que constitui vestígio das experiências vividas e do potencial de criação de um povo, pode vir a se tornar patrimônio da nação. Mônia Silvestrin. Tratando de conceitos. In: Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Patrimônio imaterial: fortalecendo o Sistema Nacional. Brasília: IPHAN, 2014, p. 21-2 (com adaptações). Julgue o seguinte item, a respeito de aspectos linguísticos do texto CB3A1-II. O termo “de seus vestígios e sinais” qualifica o substantivo “existência”. Certo Errado Questão 31: CEBRASPE (CESPE) - AJ (STM)/STM/Administrativa/2018 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto CB1A1BBB Esse rapaz que, em Deodoro, quis matar a ex-noiva e suicidou-se em seguida é um sintoma da revivescência de um sentimento que parecia ter morrido no coração dos homens: o domínio sobre a mulher. Há outros casos. (...) Todos esses senhores parece que não sabem o que é a vontade dos outros. Eles se julgam com o direito de impor o seu amor ou o seu desejo a quem não os quer. Não sei se se julgam muito diferentes dos ladrões à mão armada; mas o certo é que estes não nos arrebatam senão o dinheiro, enquanto esses tais noivos assassinos querem tudo que há de mais sagrado em outro ente, de pistola na mão. O ladrão ainda nos deixa com vida, se lhe passamos o dinheiro; os tais passionais, porém, nem estabelecem a alternativa: a bolsa ou a vida. Eles, não; matam logo. Nós já tínhamos os maridos que matavam as esposas adúlteras; agora temos os noivos que matam as ex-noivas. De resto, semelhantes cidadãos são idiotas. É de se supor que quem quer casar deseje que a sua futura mulher venha para o tálamo conjugal com a máxima liberdade, com a melhor boa- vontade, sem coação de espécie alguma, com ardor até, com ânsia e grandes desejos; como é então que se castigam as moças que confessam não sentir mais pelos namorados amor ou coisa equivalente? Todas as considerações que se possam fazer tendentes a convencer os homens de que eles não têm sobre as mulheres domínio outro que não aquele que venha da afeição não devem ser desprezadas. Esse obsoleto domínioà valentona, do homem sobre a mulher, é coisa tão horrorosa que enche de indignação. Todos os experimentadores e observadores dos fatos morais têm mostrado a insanidade de generalizar a eternidade do amor. Pode existir, existe, mas excepcionalmente; e exigi-la nas leis ou a cano de revólver é um absurdo tão grande como querer impedir que o Sol varie a hora do seu nascimento. Deixem as mulheres amar à vontade. Não as matem, pelo amor de Deus. Lima Barreto. Não as matem. In: Vida urbana. São Paulo: Brasiliense, 1963, p. 83-5 (com adaptações). Com relação aos sentidos e aos aspectos gramaticais do texto CB1A1BBB, julgue o item que se segue. O vocábulo “valentona” foi empregado em referência a “mulher”. Certo Errado Questão 32: CEBRASPE (CESPE) - Diplomata/IRBr/2018 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto XI Até meados do século XIX, a classe que trafica adquire bens para convertê-los em lucro e benefício. Daí em diante, ela será outra. Um traço para distinguir as duas fases já foi lembrado: o despertar do entorpecimento que lhe causava a predominância social da classe proprietária, por sua vez, na cúpula, recoberta pelo estamento dos que mandam, governam e dirigem a política. Mas que não haja equívoco: o arrastar na sombra denunciava-lhe prestígio negativo, oriundo da composição de estrangeiros entre seus membros e do tipo de negócios a que se dedicava, sobretudo no comércio negreiro. Não que vivesse alheia à importância econômica ou à eficiência no trato do sistema. Era ela a categoria dinâmica da economia, a que lhe dava impulso à energia, financiando produção, com o fornecimento de crédito e escravos. Sobretudo, armava o elo que ligava o café ao comércio mundial, polo diretor, em última instância, da economia nacional, dependente de flutuação de centros de decisões fora do país. De outro lado, comunicava às cidades e ao campo a modernização, de nível europeu, de mercadorias, e, por via delas, de costumes, modas e hábitos de consumo. Estava na sombra, mas não lhe faltava atividade, vibração nervosa e energia. Por via desse subterrâneo pulsar, ligava-se ao estrato dirigente, o estamento, com repulsa e, não raro, em oposição de estilos de vida, mas em íntima compreensão, além da zona dos salões e dos palácios, aos interesses materiais. Assim é que, antes de 1850, a arquitetura política, caracterizada no centralismo, servia mais ao grupo dos negociantes, comissários, traficantes de escravos, importadores e exportadores, do que aos isolados produtores e fazendeiros. Servia-a, também, a estabilidade monetária, quebrada de maneira grave com a agitação de fazendeiros e especuladores industriais no fim do império. Houve um momento em que ela — a classe lucrativa — se emancipou, passou a viver de seu próprio impulso, sem se disfarçar ou mascarar-se em traços secundários de outra classe, detentora de maior expressão social, ou do estrato monopolizador do prestígio político. Sobe uma classe e dentro dela elevam-se muitos aspirantes a essa camada. Individualmente, é o momento da crise — o homem escolhe o seu caminho, desdenhando o curso batido e frequentado. Socialmente, toda uma camada quer os bens da vida, materiais e ideais, sem arrimos ou auxílios, agora vistos como ilegítimos. O empresário faz-se na cidade, conquista títulos de nobreza e cadeiras no parlamento. Foi neste momento que a surpreendeu Machado de Assis, mal inclinado a ela por força de seu preconceito, nutrido de tradição. No seu sarcasmo, ferindo-a de zombarias e riso, ele vê um mundo que cresce a sua frente, transformando a sociedade — ele tudo vê, com escândalo, repugnância e indignação. O dinheiro, avassalando os negócios, invade as consciências, infundindo torpeza em toda parte, na queda de escrúpulos, virtudes e valores. Raymundo Faoro. Lucro e negócios — classe lucrativa. In: Machado de Assis — a pirâmide e o trapézio. São Paulo: Companhia Edi tora Nacional, 1974. p. 226 (com adaptações). Considerando as ideias e os aspectos linguísticos do texto XI, julgue (C ou E) o item a seguir. Os termos “categoria dinâmica”, “classe lucrativa” e “O empresário” são expressões usadas para construir referências relativas a um mesmo campo semântico. Certo Errado Questão 33: CEBRASPE (CESPE) - Ana I (IPHAN)/IPHAN/Área 1/2018 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Uma das grandes cousas que se veem hoje no mundo, e nós pelo costume de cada dia não admiramos, é a transmigração imensa de gentes e nações etíopes, que da África continuamente estão passando a esta América. Entra uma nau de Angola, e desova no mesmo dia quinhentos, seiscentos e talvez mil escravos. Os israelitas atravessaram o Mar Vermelho, e passaram da África à Ásia, fugindo do cativeiro; estes atravessam o mar oceano na sua maior largura, e passam da mesma África à América e para viver e morrer cativos. Os outros nascem para viver, estes para servir. Nas outras terras do que aram os homens, e do que fiam e tecem as mulheres, se fazem os comércios: naquela o que geram os pais e o que criam a seus peitos as mães, é o que se vende, e se compra. Oh trato desumano, em que a mercancia são homens! Oh mercancia diabólica, em que os interesses se tiram das almas alheias, e os riscos das próprias! Já se depois de chegados olharmos para estes miseráveis, e para os que se chamam seus senhores: o que se viu nos dous estados de Jó, é o que aqui representa a fortuna, pondo juntas a felicidade e a miséria no mesmo teatro. Os senhores poucos, e os escravos muitos; os senhores rompendo galas, os escravos despidos e nus; os senhores banqueteando, os escravos perecendo à fome; os senhores nadando em ouro e prata, os escravos carregados de ferros; os senhores tratando- os como brutos, os escravos adorando-os e temendo-os como deuses; os senhores em pé apontando para o açoute, como estátuas da soberba e da tirania, os escravos prostrados com as mãos atadas atrás como imagens vilíssimas da servidão, e espetáculos da extrema miséria. Antônio Vieira. Sermão vigésimo sétimo do rosário. In: Essencial padre Antônio Vieira. Organização e introdução de Alfredo Bosi. São Paulo: Penguin Classics, Companhia das Letras, 2011, p. 532-3 (com adaptações). Com relação aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item que se segue. Depreende-se dos sentidos do texto que o vocábulo “naquela" refere-se a “América”. Certo Errado Questão 34: CEBRASPE (CESPE) - APF/PF/2018 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto 12A1AAA — A polícia parisiense — disse ele — é extremamente hábil à sua maneira. Seus agentes são perseverantes, engenhosos, astutos e perfeitamente versados nos conhecimentos que seus deveres parecem exigir de modo especial. Assim, quando o delegado G... nos contou, pormenorizadamente, a maneira pela qual realizou suas pesquisas no Hotel D..., não tive dúvida de que efetuara uma investigação satisfatória (...) até o ponto a que chegou o seu trabalho. — Até o ponto a que chegou o seu trabalho? — perguntei. — Sim — respondeu Dupin. — As medidas adotadas não foram apenas as melhores que poderiam ser tomadas, mas realizadas com absoluta perfeição. Se a carta estivesse depositada dentro do raio de suas investigações, esses rapazes, sem dúvida, a teriam encontrado. Ri, simplesmente — mas ele parecia haver dito tudo aquilo com a máxima seriedade. — As medidas, pois — prosseguiu —, eram boas em seu gênero, e foram bem executadas: seu defeito residia em serem inaplicáveis ao caso e ao homem em questão. Um certo conjunto de recursos altamente engenhosos é, para o delegado, uma espécie de leito de Procusto, ao qual procura adaptar à força todos os seus planos. Mas, no caso em apreço, cometeu uma série de erros, por ser demasiado profundo ou demasiadosuperficial. (...) E, se o delegado e toda a sua corte têm cometido tantos enganos, isso se deve (...) a uma apreciação inexata, ou melhor, a uma não apreciação da inteligência daqueles com quem se metem. Consideram engenhosas apenas as suas próprias ideias e, ao procurar alguma coisa que se ache escondida, não pensam senão nos meios que eles próprios teriam empregado para escondê-la. Estão certos apenas num ponto: naquele em que sua engenhosidade representa fielmente a da massa; mas, quando a astúcia do malfeitor é diferente da deles, o malfeitor, naturalmente, os engana. Isso sempre acontece quando a astúcia deste último está acima da deles e, muito frequentemente, quando está abaixo. Não variam seu sistema de investigação; na melhor das hipóteses, quando são instigados por algum caso insólito, ou por alguma recompensa extraordinária, ampliam ou exageram os seus modos de agir habituais, sem que se afastem, no entanto, de seus princípios. (...) Você compreenderá, agora, o que eu queria dizer ao afirmar que, se a carta roubada tivesse sido escondida dentro do raio de investigação do nosso delegado — ou, em outras palavras, se o princípio inspirador estivesse compreendido nos princípios do delegado —, sua descoberta seria uma questão inteiramente fora de dúvida. Este funcionário, porém, se enganou por completo, e a fonte remota de seu fracasso reside na suposição de que o ministro é um idiota, pois adquiriu renome de poeta. Segundo o delegado, todos os poetas são idiotas — e, neste caso, ele é apenas culpado de uma non distributio medii, ao inferir que todos os poetas são idiotas. — Mas ele é realmente poeta? — perguntei. — Sei que são dois irmãos, e que ambos adquiriram renome nas letras. O ministro, creio eu, escreveu eruditamente sobre o cálculo diferencial. É um matemático, e não um poeta. — Você está enganado. Conheço-o bem. E ambas as coisas. Como poeta e matemático, raciocinaria bem; como mero matemático, não raciocinaria de modo algum, e ficaria, assim, à mercê do delegado. — Você me surpreende — respondi — com essas opiniões, que têm sido desmentidas pela voz do mundo. Naturalmente, não quererá destruir, de um golpe, ideias amadurecidas durante tantos séculos. A razão matemática é há muito considerada como a razão par excellence. Edgar Allan Poe. A carta roubada. In: Histórias extraordinárias. Victor Civita, 1981. Tradução de Brenno Silveira e outros. Julgue o seguinte item, relativo aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto 12A1AAA. O pronome “ele”, no trecho “ele é apenas culpado de uma non distributio medii”, refere-se a “o ministro” Certo Errado Questão 35: CEBRASPE (CESPE) - AJ (STM)/STM/Apoio Especializado/Revisão de Texto/2018 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto 6A4BBB Os revisores, quando necessitam revisar um texto, têm duas opções: podem reescrevê-lo ou revisá-lo. A opção pela reescrita pode tornar-se mais simples porque não vai obrigar a um diagnóstico do(s) problema(s) que exista(m) no texto com a intenção de resolvê-lo(s). Na reescrita, o revisor afasta-se da superfície do texto. Ele vai ao cerne do texto, reescreve-o, fornecendo, assim, uma versão diferente da versão primitiva. Tanto a reescrita como a revisão são duas possibilidades de revisão. São como pontos de um continuum que remetem para o grau de preservação da superfície original do texto. Nessa ótica, a reescrita respeitará menos o original, imporá menos esforço de diagnóstico e de busca de solução dos problemas detectados, motivo pelo qual pode ser a opção que toma o revisor menos experiente. A revisão, por sua vez, implica a correção dos problemas detectados, preservando-se o máximo possível do texto original. Maria da Graça Lisboa Castro Pinto. Da revisão na escrita: uma gestão exigente requerida pela relação entre leitor, autor e texto escrito. In: Revista Observatório, v. 3, n.º 4, 2017, p. 503 (com adaptações). Acerca dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto 6A4BBB, julgue o item subsequente. A palavra “que” atua, no nível textual, como elemento que opera simultaneamente a coesão sequencial e a coesão referencial. Certo Errado Questão 36: CEBRASPE (CESPE) - Tec I (IPHAN)/IPHAN/Área 2/2018 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto CB3A1-II A construção da ideia de patrimônio cultural se deu no bojo de dois processos históricos muito importantes para o Ocidente: a constituição dos Estados-nações europeus e a instituição da história como um campo específico de conhecimento. Não é difícil entender essa relação íntima entre eles. Para unificar populações, culturas, territórios, foi preciso elaborar a própria ideia de nação, que se fundamenta em alguns elementos estruturantes: um conjunto de pessoas que partilha uma cultura, uma língua, uma origem comum, uma única identidade. Nesse contexto, a história foi um poderoso elemento de legitimação dessa ideia de nação, pois era preciso buscar suas origens no passado, evidenciando a continuidade, o caráter e a força do povo que a constituía. A concepção do passado como “herança da nação” está dada como fundamento mesmo da possibilidade de futuro — e, nesse sentido, é necessário preservá-lo, garantir a existência de seus vestígios e sinais, para usufruto das gerações que virão. O Estado, como poder legítimo instituído, que zela pelo bem da coletividade, torna-se o principal agente nesse processo de guarda da memória. Com isso, voltamos à ideia de patrimônio: tudo aquilo que “restou” do passado, que constitui vestígio das experiências vividas e do potencial de criação de um povo, pode vir a se tornar patrimônio da nação. Mônia Silvestrin. Tratando de conceitos. In: Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Patrimônio imaterial: fortalecendo o Sistema Nacional. Brasília: IPHAN, 2014, p. 21-2 (com adaptações). Julgue o seguinte item, a respeito de aspectos linguísticos do texto CB3A1-II. As formas pronominais “suas”, em “suas origens”, e “a”, em “que a constituía”, remetem ao mesmo referente: “ideia de nação” . Certo Errado Questão 37: CEBRASPE (CESPE) - Sold (PM AL)/PM AL/Combatente/2018 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto 1A12-I Preguiça e covardia são as causas que explicam por que uma grande parte dos seres humanos, mesmo muito após a natureza tê-los declarado livres da orientação alheia, ainda permanecem, com gosto e por toda a vida, na condição de menoridade. As mesmas causas explicam por que parece tão fácil outros afirmarem-se como seus tutores. É tão confortável ser menor! Tenho à disposição um livro que entende por mim, um pastor que tem consciência por mim, um médico que me prescreve uma dieta etc.: então não preciso me esforçar. Não me é necessário pensar, quando posso pagar; outros assumirão a tarefa espinhosa por mim. A maioria da humanidade vê como muito perigoso, além de bastante difícil, o passo a ser dado rumo à maioridade, uma vez que tutores já tomaram para si de bom grado a sua supervisão. Após terem previamente embrutecido e cuidadosamente protegido seu gado, para que essas pacatas criaturas não ousem dar qualquer passo fora dos trilhos nos quais devem andar, os tutores lhes mostram o perigo que as ameaça caso queiram andar por conta própria. Tal perigo, porém, não é assim tão grande, pois, após algumas quedas, aprenderiam finalmente a andar; basta, entretanto, o exemplo de um tombo para intimidá-las e aterrorizá-las por completo para que não façam novas tentativas. Kant. Resposta à pergunta: Que é esclarecimento? Tradução de Pedro Caldas. In: Danilo Marcondes. Textos básicos de ética: de Platão a Foucault. Zahar, 4.ª edição, 2008 (com adaptações). A respeito das propriedades linguísticas do texto 1A12-I, julgue o item a seguir. Ostermos “essas pacatas criaturas”, “lhes” e “as” fazem referência a termos mencionados anteriormente e, por isso, constituem recursos de coesão textual que permitem evitar repetições no texto. Certo Errado Questão 38: CEBRASPE (CESPE) - Del Pol (PC SE)/PC SE/2018 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) A existência da polícia se justifica pela imprescindibilidade dessa agência de segurança para a viabilidade do poder de coerção estatal. Em outras palavras, como atestam clássicos do pensamento político, a sua ausência culminaria na impossibilidade de manutenção de relações pacificadas. Devido a seu protagonismo e sua importância na organização e garantia da reprodução das normas legais, o Estado democrático não pode abdicar dessa instituição. Para que a atuação policial ocorra dentro dos parâmetros democráticos, é essencial que haja a implementação de um modelo de policiamento que corresponda aos preceitos constitucionais, promovendo-se o equilíbrio entre os pressupostos de liberdade e segurança. No que tange às organizações policiais, falar em participação na segurança pública envolve, necessariamente, a discussão sobre o desenvolvimento do policiamento comunitário, o único modelo de policiamento que define a participação social como um de seus componentes centrais. Para analisar essa participação, é preciso verificar se a ação promovida pelo modelo de policiamento comunitário é efetiva como ferramenta de controle social legítimo da atividade policial e se ela produz uma participação equânime. Almir de Oliveira Junior (Org.) Instituições participativas no âmbito da segurança pública: programas impulsionados por instituições policiais. Rio de Janeiro: IPEA, 2016, p. 13 (com adaptações). Acerca dos sentidos e de aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item a seguir. A expressão “a polícia” presente em “da polícia” é retomada, ao longo do primeiro parágrafo do texto, por meio das expressões “dessa agência de segurança”, “sua” (na 1ª ocorrência), “seu”, “sua” (na 2ª ocorrência) e “dessa instituição”. Certo Errado Questão 39: CEBRASPE (CESPE) - Ana Min (MPE PI)/MPE PI/Engenharia/Engenharia Civil/2018 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto Escrita, secreta e submetida, para construir as suas provas, a regras rigorosas, a investigação penal é uma máquina que pode produzir a verdade na ausência do réu. E, por isso mesmo, esse procedimento tende necessariamente para a confissão, embora em direito estrito não a exija. Por duas razões: em primeiro lugar, porque constitui uma prova tão forte que não há necessidade de acrescentar outras, nem de entrar na difícil e duvidosa combinatória dos indícios; a confissão, desde que seja devidamente feita, quase exime o acusador de fornecer outras provas (em todo o caso, as mais difíceis); em segundo, a única maneira para que esse procedimento perca toda a sua autoridade unívoca e para que se torne uma vitória efetivamente obtida sobre o acusado, a única maneira para que a verdade exerça todo o seu poder, é que o criminoso assuma o seu próprio crime e assine aquilo que foi sábia e obscuramente construído pela investigação. No interior do crime reconstituído por escrito, o criminoso confesso desempenha o papel de verdade viva. Ato do sujeito criminoso, responsável e falante, a confissão é a peça complementar de uma investigação escrita e secreta. Daí a importância que todo processo de tipo inquisitorial atribui à confissão. Por um lado, tenta-se fazê-la entrar no cálculo geral das provas, como se fosse apenas mais uma: não é a evidentia rei; tal como a mais forte das provas, não pode por si só implicar a condenação e tem de ser acompanhada por indícios anexos e presunções, pois já houve acusados que se declararam culpados de crimes que não cometeram; se não tiver em sua posse mais do que a confissão regular do culpado, o juiz deverá então fazer investigações complementares. Mas, por outro lado, a confissão triunfa sobre quaisquer outras provas. Até certo ponto, transcende-as; elemento no cálculo da verdade, a confissão é também o ato pelo qual o réu aceita a acusação e reconhece os seus bons fundamentos; transforma uma investigação feita sem a sua participação em uma afirmação voluntária. Michel Foucault. Vigiar e punir – nascimento da prisão. Trad. Pedro Elói Duarte. Ed. 70: 2013 (com adaptações). A respeito de aspectos linguísticos e semânticos do texto, julgue o item a seguir. A palavra “Daí” faz referência ao trecho “No interior do crime reconstituído por escrito”. Certo Errado Questão 40: CEBRASPE (CESPE) - Ass Adm (EBSERH)/EBSERH/2018 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto Um estudo de pesquisadores da Universidade da Califórnia acrescentou mais itens ao vasto repertório de problemas trazidos pelo consumo de açúcar: além de aumentar os riscos de doenças como o diabetes do tipo 2, ele também pode atrapalhar o aprendizado e a memória. O potencial danoso do açúcar pode ter origem no fato de que ele é um ingrediente recente na dieta humana. Ao longo da história, o homem obteve quantidades limitadas desse alimento, por meio de frutas ou mel. O consumo anual, no final do século XIX, por exemplo, era de apenas dois quilos por pessoa. Atualmente, é de 37 quilos, segundo Michel Raymond, pesquisador do Instituto de Ciências Evolutivas da Universidade de Montpellier, na França. Essa mudança drástica não deixou o organismo humano ileso. Estudos mostram que o açúcar, por alterar alguns tecidos humanos durante a fase de crescimento, pode ser o responsável por problemas que vão de miopia e acne até o câncer. Segundo a Associação Americana do Coração, o açúcar pode causar, ainda, problemas metabólicos, como diabetes, hipertensão e aumento do colesterol ruim. Internet: <https://veja abril com br> (com adaptações) Com referência às ideias e aos aspectos linguísticos do texto, julgue o item que se segue. No segundo parágrafo do texto, o nome “açúcar” é retomado por meio do pronome “ele” e da expressão “desse alimento”. Certo Errado Questão 41: CEBRASPE (CESPE) - Ana I (IPHAN)/IPHAN/Área 1/2018 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Uma pessoa azulada veio a mim e disse que não estava bem. Eu mentiria se falasse que me senti incomodado por se tratar de um completo desconhecido. Pois foi justamente daí que tirei o ânimo para sustentar o encontro. Poderia escolher, tranquilo, entre o sim e o não. Se virasse a cara e apressasse o passo, não me sentiria em desconforto por fugir de um inoportuno em desamparo. Folgadamente livre para decidir, como se essa condição fosse o meu conteúdo suficiente para aquele dia. Então fiquei e perguntei a razão de sua cor azulada, seu olhar mortificado, sua púrpura imaginação engalfinhando-se com céleres fantasmas. Tudo assim, duvidosamente antigo. A pessoa então tocou-me no braço. Era fria, de uma mudez marmórea. Então postei-me como uma estátua. E assim fiquei. João Gilberto Noll. Mínimos, múltiplos, comuns. São Paulo: Francis, 2003, p. 67. Com relação às ideias e às estruturas linguísticas do texto apresentado, julgue o item a seguir. A substituição do vocábulo “daí” por donde manteria a coesão e a correção gramatical do texto. Certo Errado Questão 42: CEBRASPE (CESPE) - Aux Inst (IPHAN)/IPHAN/Área 1/2018 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto CB2A1BBB Uma das principais características da sociedade contemporânea é a velocidade de suas transformações. Esse novo cenário traz um desafio para as cidades: a necessidade de conciliar os novos hábitos de sua população, em constante mutação, com a ocupação territorial, ouseja, com as soluções de habitação, de localização de equipamentos públicos, de mobilidade. Essas mudanças são um reflexo da inserção das cidades na economia global, o que aumentou o número de atores (empresas, instituições públicas, associações) envolvidos na condução das políticas públicas. Com a multiplicação das demandas sociais, no lugar de soluções únicas para a cidade, passou-se a considerar a segmentação ainda maior de interesses. É cada vez mais difícil imaginar que uma ação pública vá atingir a aspiração de todos em um único objetivo comum. Há de se pensar em sistemas mais ágeis de governança urbana, em que os cidadãos sejam chamados a participar das decisões para ações de pequena ou grande escala. Além de todos os desafios impostos pela inconstância e pela fragmentação das demandas sociais, vivemos um divórcio entre política e poder. Para fazer frente a essas transformações, é necessário um novo tipo de planejamento urbano. Conceitos rígidos dão lugar à flexibilidade, à análise de cenários alternativos e à inclusão da sociedade na formulação das políticas. Nesse contexto novo, o patrimônio histórico tem de ser integrado ao planejamento da cidade, sob pena de ficar à deriva em um mar de interesses puramente econômicos. Vanessa Fernandes Correa e Mauro Sérgio Procópio Calliari. As transformações da cidade contemporânea. In: Preservando o patrimônio histórico – um manual para gestores municipais. São Paulo (com adaptações). Com relação aos aspectos linguísticos do texto CB2A1BBB, julgue o item. Sem prejuízo da correção gramatical do texto, o termo “em que” poderia ser substituído por na qual. Certo Errado Questão 43: CEBRASPE (CESPE) - Ana Port I (EMAP)/EMAP/Administrativa/2018 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto O Juca era da categoria das chamadas pessoas sensíveis, dessas a que tudo lhes toca e tange. Se a gente lhe perguntasse: “Como vais, Juca?”, ao que qualquer pessoa normal responderia “Bem, obrigado!” — com o Juca a coisa não era assim tão simples. Primeiro fazia uma cara de indecisão, depois um sorriso triste contrabalançado por um olhar heroicamente exultante, até que esse exame de consciência era cortado pela voz do interlocutor, que começava a falar chãmente em outras coisas, que, aliás, o Juca não estava ouvindo... Porque as pessoas sensíveis são as criaturas mais egoístas, mais coriáceas, mais impenetráveis do reino animal. Pois, meus amigos, da última vez que vi o Juca, o impasse continuava... E que impasse! Estavam-lhe ministrando a extrema-unção. E, quando o sacerdote lhe fez a tremenda pergunta, chamando-o pelo nome: “Juca, queres arrepender-te dos teus pecados?”, vi que, na sua face devastada pela erosão da morte, a Dúvida começava a redesenhar, reanimando-a, aqueles seus trejeitos e caretas, numa espécie de ridícula ressurreição. E a resposta não foi “sim” nem “não”; seria acaso um “talvez”, se o padre não fosse tão compreensivo. Ou apressado. Despachou-o num átimo e absolvido. Que fosse amolar os anjos lá no Céu! E eu imagino o Juca a indagar, até hoje: — Mas o senhor acha mesmo, sargento Gabriel, que ele poderia ter-me absolvido? Mário Quintana Prosa & Verso Porto Alegre: Globo, 1978, p 65 (com adaptações) A respeito das estruturas linguísticas do texto, julgue o próximo item. Em “reanimando-a”, o pronome “a” refere-se a “Dúvida”. Certo Errado Questão 44: CEBRASPE (CESPE) - TJ STJ/STJ/Administrativa/2018 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto CB4A1AAA As discussões em torno de questões como “o que é justiça?” ou “quais são os mecanismos disponíveis para produzir situações cada vez mais justas ao conjunto da sociedade?” não são novidade. Autores do século XIX já procuravam construir análises para identificar qual o sentido exato do termo justiça e quais formas de promovê-la eram possíveis e desejáveis ao conjunto da sociedade à época. O debate se enquadra em torno de três principais ideias: bem-estar; liberdade e desenvolvimento; e promoção de formas democráticas de participação. Autores importantes do campo da ciência política e da filosofia política e moral se debruçaram intensamente em torno dessa questão ao longo do século XX, e chegaram a conclusões diversas uns dos outros. Embora a perspectiva analítica de cada um desses autores divirja entre si, eles estão preocupados em desenvolver formas de promoção de situações de justiça social e têm hipóteses concretas para se chegar a esse estado de coisas. Para Amartya Sen, por exemplo, a injustiça é percebida e mensurada por meio da distribuição e do alcance social das liberdades. Para Rawls, ela se manifesta principalmente nas estruturas básicas da sociedade e sua solução depende de uma nova forma de contrato social e de uma definição de princípios básicos que criem condições de promoção de justiça. Já para Habermas, a questão gira em torno da manifestação no campo da ação comunicativa, na qual a fragilidade de uma ação coletiva que tenha pouco debate ou pouca representação pode enfraquecer a qualidade da democracia e, portanto, interferir no seu pleno funcionamento, tendo, por consequência, desdobramentos sociais injustos. Em síntese, os autores argumentam a favor de instrumentos variados para a solução da injustiça, os quais dependem da interpretação de cada um deles acerca do conceito de justiça. Augusto Leal Rinaldi. Justiça, liberdade e democracia. In: Pensamento Plural. Pelotas [12]: 57-74, jan.-jun./2013 (com adaptações). A respeito dos aspectos linguísticos do texto CB4A1AAA, julgue o item. O sujeito da forma verbal “têm” está elíptico e retoma “cada um desses autores” Certo Errado Questão 45: CEBRASPE (CESPE) - Adm (FUB)/FUB/2018 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Na farmácia, presencio uma cena curiosa, mas não rara: balconista e cliente tentam, inutilmente, decifrar o nome de um medicamento na receita médica. Depois de várias hipóteses, acabam desistindo. O resignado senhor que porta a receita diz que vai telefonar ao seu médico e voltar mais tarde. “Letra de doutor”, suspira o balconista, com compreensível resignação. Letra de médico já se tornou sinônimo de hieróglifo. Exercício de caligrafia saiu de moda, mas todos os alunos sabem que devem escrever de modo legível para conquistar a boa vontade dos professores. A letra dos médicos, portanto, é produto de uma evolução, de uma transformação. Mas que fatores estariam em jogo atrás delas? Que eu saiba, o assunto ainda não foi objeto de uma tese de doutorado, mas podemos tentar algumas explicações. A primeira, mais óbvia (e mais ressentida), atribui os garranchos médicos a um mecanismo de poder. Doutor não precisa se fazer entender: são os outros, os seres humanos comuns, que têm de se familiarizar com a caligrafia médica. Pode ser isso, mas acho que não é só isso. Há outros componentes: a urgência, por exemplo. Um doutor que atende dezenas de pacientes num movimentado ambulatório de hospital não pode mesmo caprichar na letra. Receita é uma coisa que ele deve fornecer — nenhum paciente se considerará acolhido se não levar uma receita. A receita satisfaz a voracidade de nossa cultura pelo remédio, e está envolta numa aura mística: é como se o doutor, por meio dela, acompanhasse o paciente. Mágica ou não, a receita é, muitas vezes, fornecida às pressas; daí a ilegibilidade. Há um terceiro aspecto, mais obscuro e delicado. É a relação ambivalente do médico com aquilo que ele receita — a sua dúvida quanto à eficácia dos medicamentos. Os velhos doutores sabem que a luta contra uma doença não se apoia em certezas, mas sim em tentativas: na medic ina, “sempre” e “nunca” são palavras proibidas. Daí a dúvida, daí a ansiedade da dúvida, da qual o doutor se livra pelaescrita rápida. E pouco legível. Moacyr Scliar. Letra de médico. In: A face oculta. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 2001, p. 23-5 (com adaptações). Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto anteriormente apresentado, julgue o item subsequente. O vocábulo “daí” remete a “dúvida”. Certo Errado Questão 46: CEBRASPE (CESPE) - TJ (STM)/STM/Apoio Especializado/Programação de Sistemas/2018 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto CB4A1AAA Narração é diferente de narrativa, uma vez que mantém algo da ideia de acompanhar os fatos à medida que eles acontecem. A narrativa é uma totalidade de acontecimentos encadeados, uma espécie de soma final, e está presente em tudo: na sequência de entrada, prato principal e sobremesa de um jantar; em mitos, romances, contos, novelas, peças, poemas; no Curriculum vitae; na história dos nossos corpos; nas notícias; em relatórios médicos; em conversas, desenhos, sonhos, filmes, fábulas, fotografias. Está nas óperas, nos videoclipes, videogames e jogos de tabuleiro. A narração, por sua vez, é basicamente aquilo que um narrador enuncia. Uma contagem de palavras na base de dados do Google mostra uma mudança nos usos de narrativa. A palavra vem sendo cada vez mais empregada nas últimas décadas, mas seu sentido vem mudando. A expressão disputa de narrativas, que teve um boom dos anos 80 do século XX para cá, não costuma dizer respeito à acepção mais literária do termo, como narrativa de um romance. Fala antes sobre trazer a público diferentes formas de narrar o mundo, para que narrativas plurais possam ser elaboradas e disputadas. É um uso do termo que talvez aproxime narrativa de narração, porque sugere que toda narrativa histórica e cultural carrega em si um processo e um movimento e que dentro dela há sempre sinais deixados pelas escolhas de um narrador. Sofia Nestrovski. Narrativa. Internet: <www.nexojornal.com.br> (com adaptações). Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto CB4A1AAA, julgue o item a seguir. A autora utiliza o termo “tudo” para se referir a uma ampla quantidade de experiências, objetos e produtos que constituem e(ou) comportam uma sequência articulada de eventos. Certo Errado Questão 47: CEBRASPE (CESPE) - Diplomata/IRBr/2018 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto XI Até meados do século XIX, a classe que trafica adquire bens para convertê-los em lucro e benefício. Daí em diante, ela será outra. Um traço para distinguir as duas fases já foi lembrado: o despertar do entorpecimento que lhe causava a predominância social da classe proprietária, por sua vez, na cúpula, recoberta pelo estamento dos que mandam, governam e dirigem a política. Mas que não haja equívoco: o arrastar na sombra denunciava-lhe prestígio negativo, oriundo da composição de estrangeiros entre seus membros e do tipo de negócios a que se dedicava, sobretudo no comércio negreiro. Não que vivesse alheia à importância econômica ou à eficiência no trato do sistema. Era ela a categoria dinâmica da economia, a que lhe dava impulso à energia, financiando produção, com o fornecimento de crédito e escravos. Sobretudo, armava o elo que ligava o café ao comércio mundial, polo diretor, em última instância, da economia nacional, dependente de flutuação de centros de decisões fora do país. De outro lado, comunicava às cidades e ao campo a modernização, de nível europeu, de mercadorias, e, por via delas, de costumes, modas e hábitos de consumo. Estava na sombra, mas não lhe faltava atividade, vibração nervosa e energia. Por via desse subterrâneo pulsar, ligava-se ao estrato dirigente, o estamento, com repulsa e, não raro, em oposição de estilos de vida, mas em íntima compreensão, além da zona dos salões e dos palácios, aos interesses materiais. Assim é que, antes de 1850, a arquitetura política, caracterizada no centralismo, servia mais ao grupo dos negociantes, comissários, traficantes de escravos, importadores e exportadores, do que aos isolados produtores e fazendeiros. Servia-a, também, a estabilidade monetária, quebrada de maneira grave com a agitação de fazendeiros e especuladores industriais no fim do império. Houve um momento em que ela — a classe lucrativa — se emancipou, passou a viver de seu próprio impulso, sem se disfarçar ou mascarar-se em traços secundários de outra classe, detentora de maior expressão social, ou do estrato monopolizador do prestígio político. Sobe uma classe e dentro dela elevam-se muitos aspirantes a essa camada. Individualmente, é o momento da crise — o homem escolhe o seu caminho, desdenhando o curso batido e frequentado. Socialmente, toda uma camada quer os bens da vida, materiais e ideais, sem arrimos ou auxílios, agora vistos como ilegítimos. O empresário faz-se na cidade, conquista títulos de nobreza e cadeiras no parlamento. Foi neste momento que a surpreendeu Machado de Assis, mal inclinado a ela por força de seu preconceito, nutrido de tradição. No seu sarcasmo, ferindo-a de zombarias e riso, ele vê um mundo que cresce a sua frente, transformando a sociedade — ele tudo vê, com escândalo, repugnância e indignação. O dinheiro, avassalando os negócios, invade as consciências, infundindo torpeza em toda parte, na queda de escrúpulos, virtudes e valores. Raymundo Faoro. Lucro e negócios — classe lucrativa. In: Machado de Assis — a pirâmide e o trapézio. São Paulo: Companhia Edi tora Nacional, 1974. p. 226 (com adaptações). Ainda considerando os sentidos e os aspectos linguísticos do texto XI, julgue (C ou E) o item que se segue. Nas expressões “seu preconceito” e “seu sarcasmo”, o pronome possessivo remete a referentes distintos. Certo Errado Questão 48: CEBRASPE (CESPE) - Adv (EBSERH)/EBSERH/2018 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto São José do Rio Preto, centro urbano de tamanho médio, com cerca de 408 mil habitantes em 2010, localizada na região noroeste do estado de São Paulo, em área de clima tropical, é uma cidade reconhecida pelo seu calor intenso. Em 1985, a Superintendência de Controle de Endemias do Estado de São Paulo detectou a presença de focos do Aedes aegypti em doze cidades paulistas, entre elas, São José do Rio Preto, e confirmou sua reintrodução no estado. Os focos foram encontrados em locais com concentração de recipientes, denominados pontos estratégicos (PEs). Foi então estruturado o Programa de Controle de Aedes aegypti em São Paulo, que previa a visitação sistemática e periódica aos PEs dos municípios e a realização de delimitações de foco, quando do encontro de sítios positivos. Considerava-se que o vetor estava presente em um município quando continuava presente nos imóveis após a realização das medidas de controle que vinham associadas à delimitação de foco. Logo após a detecção de focos positivos do mosquito em São José do Rio Preto, realizaram-se as delimitações e a aplicação de controle, as quais não foram suficientes para eliminar o vetor. Diante da situação, em 1985, o município foi definido como área de infestação domiciliar e risco de dengue. Os primeiros casos autóctones da dengue no município foram registrados em 1991, atribuídos ao sorotipo DENV1. A primeira grande epidemia ocorreu em 1995, com 1.462 casos autóctones. Posteriormente, com a introdução dos demais sorotipos, as incidências (casos/100 mil habitantes/ano) apresentaram comportamento cíclico: em 1999, 1.351,1; em 2006, 2.935,7; em 2010, ano da maior incidência, 6.173,8; e, em 2015, até outubro, a segunda maior incidência, 5.070,8. Apesar de não se descartar a hipótese de que o aumento progressivo das incidências da dengue no município já seria um efeito do aumento das temperaturas, parece que esse fenômeno estaria mais relacionado com a circulação dos múltiplos sorotiposdo vírus da dengue. De modo geral, a persistência e a intensidade da dengue em São José do Rio Preto são esperadas por se tratar de cidade de clima tropical e com condições ideais para o desenvolvimento do vetor e de sua relação com o patógeno. Internet: <www revistas usp br> (com adaptações) A respeito de aspectos linguísticos do texto, julgue o item a seguir. Os vocábulos “mosquito” e “patógeno” têm o mesmo referente no texto: “Aedes aegypti”. Certo Errado Questão 49: CEBRASPE (CESPE) - AJ (STM)/STM/Apoio Especializado/Revisão de Texto/2018 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto 6A1BBB A humanidade não aceitará uma língua não natural para a comunicação natural. Isso é contra a tendência dos seus instintos. Nenhum homem, “que seja homem”, achará natural conversar, aceitando ou recusando uma bebida, em Volapuque, ou Esperanto, ou Ido ou em qualquer outra fantochada do gênero. Preferirá falar, gaguejando, uma língua estranha, mas natural, do que falar, com relutante perfeição, uma língua artificialmente construída. O homem é um animal apesar de muitos o esquecerem, ele ainda é um animal irracional, como todos o são. Fernando Pessoa. A Língua Portuguesa. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. Com relação à variação linguística, aos fatores de textualidade e aos aspectos linguísticos do texto 6A1BBB, julgue o item a seguir. Em “apesar de muitos o esquecerem”, a partícula “o”refere-se a “O homem”. Certo Errado Questão 50: CEBRASPE (CESPE) - Ass Port (EMAP)/EMAP/Administrativa/2018 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) É curioso notar que a ideia de porto está presente nas sociedades humanas desde o aparecimento das cidades. Isso porque uma das características das primeiras estruturas urbanas existentes na região do Oriente Próximo foi a presença do porto. As primeiras cidades, no sentido moderno, surgiram no período compreendido entre 3.100 e 2.900 a.C., na Mesopotâmia, civilização situada às margens dos rios Tigre e Eufrates. A estrutura desses primeiros agrupamentos urbanos era tripartite: a cidade propriamente dita, cercada por muralhas, onde ficavam os principais locais de culto e as células dos futuros palácios reais; uma espécie de subúrbio, extramuros, local que agrupava residências e instalações para criação de animais e plantio; e o porto fluvial, espaço destinado à prática do comércio e que era utilizado como local de instalação dos estrangeiros, cuja admissão, em regra, era vedada nos muros da cidade. Não se trata, portanto, de uma criação aleatória apenas vinculada à atividade comercial. O porto aparece como mais um elemento de uma forte mudança civilizacional que marcou o contexto do surgimento das cidades e da escrita. O comportamento fundamental dessa mudança localiza-se no aumento das possibilidades do agir humano, na diversificação dos papéis sociais e na abertura para o futuro. Houve, em resumo, uma ampliação no grau de complexidade da sociedade. Cristiano Paixão e Ronaldo C Fleury Trabalho portuário — a modernização dos portos e as relações de trabalho no Brasil São Paulo: Método, 2008, p 17-8 (com adaptações) Com relação aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o próximo item. O pronome “Isso” retoma toda a ideia expressa no primeiro período do texto. Certo Errado Questão 51: CEBRASPE (CESPE) - TJ STJ/STJ/Administrativa/2018 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto CB4A1AAA As discussões em torno de questões como “o que é justiça?” ou “quais são os mecanismos disponíveis para produzir situações cada vez mais justas ao conjunto da sociedade?” não são novidade. Autores do século XIX já procuravam construir análises para identificar qual o sentido exato do termo justiça e quais formas de promovê-la eram possíveis e desejáveis ao conjunto da sociedade à época. O debate se enquadra em torno de três principais ideias: bem-estar; liberdade e desenvolvimento; e promoção de formas democráticas de participação. Autores importantes do campo da ciência política e da filosofia política e moral se debruçaram intensamente em torno dessa questão ao longo do século XX, e chegaram a conclusões diversas uns dos outros. Embora a perspectiva analítica de cada um desses autores divirja entre si, eles estão preocupados em desenvolver formas de promoção de situações de justiça social e têm hipóteses concretas para se chegar a esse estado de coisas. Para Amartya Sen, por exemplo, a injustiça é percebida e mensurada por meio da distribuição e do alcance social das liberdades. Para Rawls, ela se manifesta principalmente nas estruturas básicas da sociedade e sua solução depende de uma nova forma de contrato social e de uma definição de princípios básicos que criem condições de promoção de justiça. Já para Habermas, a questão gira em torno da manifestação no campo da ação comunicativa, na qual a fragilidade de uma ação coletiva que tenha pouco debate ou pouca representação pode enfraquecer a qualidade da democracia e, portanto, interferir no seu pleno funcionamento, tendo, por consequência, desdobramentos sociais injustos. Em síntese, os autores argumentam a favor de instrumentos variados para a solução da injustiça, os quais dependem da interpretação de cada um deles acerca do conceito de justiça. Augusto Leal Rinaldi. Justiça, liberdade e democracia. In: Pensamento Plural. Pelotas [12]: 57-74, jan.-jun./2013 (com adaptações). Julgue o seguinte item, relativo aos sentidos e às ideias do texto CB4A1AAA. A expressão “estado de coisas” refere-se a “situações de justiça social” . Certo Errado Questão 52: CEBRASPE (CESPE) - PPF/PF/2018 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) O item a seguir apresenta, de forma consecutiva, os períodos que compõem um parágrafo adaptado do texto Como se identificam as vítimas de um desastre de massa, de Teresa Firmino (Internet: <www.publico.pt>). Julgue-os quanto à correção gramatical e à coerência e à coesão textual. Nessas situações, procura-se então utilizar a medicina dentária forense como técnica primária de identificação dos corpos. Certo Errado Questão 53: CEBRASPE (CESPE) - AUCE (TCE-PE)/TCE-PE/Auditoria de Obras públicas/2017 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Comecemos pelo conceito. A democracia veio dos gregos. Democracia não é só a eleição do governo pelo povo, mas, sim, a atribuição, pelo povo, do poder — que inclui mais que o mero governo; inclui o direito de fazer leis. Na democracia antiga, direta, isso cabia ao povo reunido na praça pública. Um grande êxito dos atenienses, se comparados aos modernos, era o amor à política. Moses Finley, um dos maiores conhecedores do tema, conta que, em Atenas, a assembleia popular se reunia cerca de quarenta vezes ao ano. Pelo menos mil pessoas costumavam comparecer, às vezes dez mil, de um total de quarenta mil possíveis (a presença não era obrigatória.) Comparo esse empenho ao nosso. Quantos não resmungam para votar uma só vez a cada dois anos? Nesse período, o ateniense teria passado oitenta tardes na praça, ouvindo, votando. Mas a “falha” dos atenienses era a inexistência de direitos humanos. Não havia proteção contra as decisões da assembleia soberana. Ela podia decretar o banimento de quem quisesse, sem se justificar: assim Temístocles foi sentenciado ao ostracismo pelo mesmo povo que ele salvara dos persas. Desde a era moderna, os direitos do homem, protegendo-o do Estado, se tornam cruciais. Estes são os grandes legados das três revoluções modernas — a inglesa, a americana e a francesa: somos protegidos não só dos desmandos do monarca absoluto, contra os quaiso melhor antídoto seria a soberania popular, mas também da tirania do próprio povo e de seus eleitos. Renato Janine Ribeiro. Os direitos humanos e a democracia. In: Valor Econômico. 7/1/2013. Internet: <www.valor.com.br> (com adaptações). As formas pronominais em “ele salvara” e “protegendo-o” remetem ao mesmo referente: “Temístocles”. Certo Errado Questão 54: CEBRASPE (CESPE) - AJ TRF1/TRF 1/Judiciária/Oficial de Justiça Avaliador Federal/2017 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto CB1A1AAA Além de ter incorporado, no desempenho de seus cargos, conceitos como os da transparência e da impessoalidade, décadas antes de eles serem consolidados na Constituição Federal de 1988, o renomado escritor Graciliano Ramos foi um gestor em busca da eficiência e que agia com extremo zelo com os recursos públicos. Não se trata apenas do seu combate ao patrimonialismo e ao nepotismo, mas também do que se designa, hoje, de foco no resultado com responsabilidade fiscal. Um exemplo disso é o fato de que, como prefeito de Palmeira dos Índios, município do agreste alagoano, de 1928 a 1930, ele construiu estradas gastando menos da metade do que se costumava gastar por quilômetro construído pela administração do estado. O autor foi, também, um gestor público visionário que investia em planejamento urbano, fiscalizava obras pessoalmente e priorizava medidas preventivas para evitar desastres naturais, como enchentes. Internet: <www.agendaa.com.br> (com adaptações). A respeito das ideias e dos aspectos linguísticos do texto CB1A1AAA, julgue o item a seguir. A locução “Além de” estabelece uma relação de adição no período em que ocorre. Certo Errado Questão 55: CEBRASPE (CESPE) - TGE (SEDF)/SEDF/Secretário Escolar/2017 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Não têm conta entre nós os pedagogos da prosperidade que, apegando-se a certas soluções onde, na melhor hipótese, se abrigam verdades parciais, transformam-nas em requisito obrigatório e único de todo progresso. É bem característico, para citar um exemplo, o que ocorre com a miragem da alfabetização. Quanta inútil retórica se tem desperdiçado para provar que todos os nossos males ficariam resolvidos de um momento para o outro se estivessem amplamente difundidas as escolas primárias e o conhecimento do abc. A muitos desses pregoeiros do progresso seria difícil convencer de que a alfabetização em massa não é condição obrigatória nem sequer para o tipo de cultura técnica e capitalista que admiram. Desacompanhada de outros elementos fundamentais da educação, que a completem, é comparável, em certos casos, a uma arma de fogo posta nas mãos de um cego. Sérgio Buarque de Holanda. Raízes do Brasil. 27.ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2015 (com adaptações). Julgue o item a seguir, que trata de aspectos gramaticais do texto. A forma pronominal “nas”, em “transformam-nas”, refere-se a “verdades parciais”. Certo Errado Questão 56: CEBRASPE (CESPE) - PEB (SEDF)/SEDF/Atividades/2017 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) As duas questões mais profundas sobre a mente são: “O que possibilita a inteligência?” e “O que possibilita a consciência?”. Com o advento da ciência cognitiva, a inteligência tornou-se inteligível. Talvez não seja tão chocante afirmar que, em um nível de análise muito abstrato, o problema foi resolvido. Entretanto, a consciência ou a sensibilidade, a sensação nua e crua da dor de dente, do rubor, do salgado, continua sendo um enigma embrulhado em um mistério dentro do impenetrável. Quando nos perguntamos o que é a consciência, não temos melhor resposta que a de Louis Armstrong quando uma repórter perguntou-lhe o que era o jazz : “Moça, se você precisa perguntar, nunca saberá”. Steven Pinker. Como a mente funciona. 2.ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2002 (com adaptações). A respeito dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto anteriormente apresentado, julgue o próximo item. Há termos da oração elípticos nos seguintes trechos, que compõem o último período do texto: “não temos melhor resposta que a de Louis Armstrong” e ‘se você precisa perguntar, nunca saberá’. A referência desses termos pode ser recuperada nesse próprio período. Certo Errado Questão 57: CEBRASPE (CESPE) - Sold (PM AL)/PM AL/Combatente/2017 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) A palavra violência frequentemente nos remete a crimes como assassinato, estupro, roubo e lesão corporal, ou mesmo a guerras e terrorismo. Pensamos que violência e crime violento são a mesma coisa e não levamos em conta que nem toda violência é considerada crime. A sociedade, para reafirmar seus valores e se manter, pune as transgressões, com a intenção de que a punição aplicada ao transgressor seja útil para que os demais indivíduos não sigam o mau exemplo, tendo em vista as consequências. Nesse caso, considera-se crime a transgressão de regras socialmente preestabelecidas, que variam de acordo com a sociedade e o contexto histórico. Lançadas(1) com o intuito de encontrar respostas para as possíveis causas da violência(2), hipóteses clássicas na sociologia do crime acabaram por defender a tese de associação entre o aumento nos índices de criminalidade e a pobreza. Essa associação sustenta a premissa de que o crime seja combatido e punido com maior rigor e frequência nas classes economicamente mais desfavorecidas, em contraposição à tolerância e à impunidade de crimes cometidos tipicamente ou ocasionalmente por indivíduos detentores de poder. O mito da criminalidade associada à pobreza cria estereótipos, marginaliza e criminaliza a pobreza — que, em si, é uma violência. Rotula os que são tidos como pobres e faz uma proporção extremamente grande da população ser prejulgada por atos ilícitos praticados por uma minoria. A violência nas cidades deve ser vista sob duas vias. Um tipo de violência é a dos crimes praticados nas ruas, principalmente nas grandes cidades, que pode atingir qualquer pessoa. O segundo tipo é a violência praticada pela própria cidade, que massacra os pobres, marginalizando e criminalizando esses cidadãos. Enquanto se diz que os pobres da cidade são violentos, a atenção da violência que eles sofrem é invertida. A violência contra quem mora próximo de condomínios de luxo e mansões fortificadas, sem ter acesso a bens básicos para garantir razoáveis condições de vida, é esquecida. Geélison Ferreira da Silva. Considerações sobre criminalidade: marginalização, medo e mitos no Brasil. In: Revista Brasileira de Segurança Pública. ano 5, 8.ª ed. São Paulo, fev. – mar./2011, p. 91-102 (com adaptações) No que se refere aos sentidos e às propriedades linguísticas do texto, julgue o item a seguir. O adjetivo “Lançadas” (1) refere-se a “possíveis causas da violência” (2). Certo Errado Questão 58: CEBRASPE (CESPE) - TJ TRF1/TRF 1/Administrativa/Segurança e Transporte/2017 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto CB2A1AAA A pergunta a respeito da exigibilidade ou não de procedimento licitatório prévio para a contratação de serviços profissionais de advocacia não comporta uma resposta genérica, seja em sentido positivo, seja em sentido negativo. Na verdade, o campo de atuação profissional do advogado é bastante amplo e compreende tanto trabalhos usuais, corriqueiros, de pequena complexidade técnica, quanto situações de extrema dificuldade, verdadeiramente polêmicas e de enorme repercussão prática, de ordem tanto econômica quanto propriamente jurídica. O estudo desse problema exige muita ponderação, repudiando-se, de uma vez, soluções simplistas e extremadas. Nem se pode dizer que todacontratação direta de advogado pelo poder público é lícita, dado o caráter fundamentalmente intelectual e pessoal do trabalho advocatício, nem se pode afirmar que toda e qualquer contratação de advogado deve ser precedida de licitação, em face do princípio da isonomia. Existem, no entanto, assuntos de grande repercussão política correspondentes a programas ou prioridades determinadas exatamente pela estrutura política eleita democraticamente pelo corpo social, e o tratamento de temas dessa natureza requer a seleção de assistentes jurídicos nomeados para cargos de provimento em comissão ou a contratação temporária de profissionais alheios ao corpo permanente de servidores. Adilson Abreu Dallari. Contratação de serviços de advocacia pela administração pública. Brasília. a. 35 n. 140 out./dez. 1998. Internet: <www2.senado.leg.br> (com adaptações). Com relação aos sentidos do texto CB2A1AAA, julgue o item a seguir. No início do segundo parágrafo, o termo “problema” faz referência à “exigibilidade ou não de procedimento licitatório prévio para a contratação de serviços profissionais de advocacia”. Certo Errado Questão 59: CEBRASPE (CESPE) - AJ TRF1/TRF 1/Apoio Especializado/Taquigrafia/2017 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) A prática empreendedora vem crescendo no Brasil, sobretudo entre a população negra. Atualmente a maioria dos empreendedores negros são mulheres que abriram seus negócios por oportunidade, contrariando a crença geral de que as pessoas das camadas com menor poder aquisitivo procuram abrir seus negócios mais por necessidade ou devido ao desemprego. Praticamente metade desses empreendedores tem menos de 40 anos e, em relação aos jovens, 75% deles estão empreendendo pela primeira vez, tendo a maioria concluído ou iniciado o ensino superior. Há uma sinalização de que a juventude negra está seguindo uma mudança cultural que ocorre de forma gradativa. Ela está percebendo que o empreendedorismo pode ser uma forma de protagonizar uma transformação de alto impacto social e econômico. Djamila Ribeiro. O perfil do empreendedor negro no Brasil. Internet: <www.cartacapital.com.br> (com adaptações). A respeito das ideias e dos aspectos linguísticos do texto 4A1CCC, julgue o item a seguir. A palavra “oportunidade” retoma a expressão “prática empreendedora” . Certo Errado Questão 60: CEBRASPE (CESPE) - Diplomata/IRBr/2017 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto A classe dedicada ao comércio, marcada pela compra e venda de mercadorias ou na colocação de dinheiro, não representava, no Império, o padrão social dominante. Os comerciantes eram, em grande parte, estrangeiros; o ramo mais saliente do comércio, o ligado ao escravo, sujava as mãos dos que com ele enriqueciam. Um título de comendador ou de barão dourava o busto do empresário, mas não o nobilitava, visto que o nobre pertencia a uma camada diversa, composta, sob o ponto de vista profissional ou econômico, de letrados ou senhores de rendas. O homem que traficava — membro da classe lucrativa ou aquisitiva —, para se qualificar socialmente, embriagou-se, perdidamente, na imitação do estilo ou nos traços secundários da classe proprietária e do estamento. Elevava-se, se enriquecido — elevava-se é o termo certo — a uma categoria superior no desfrute ostentatório de rendas, transformando a natureza de seu patrimônio, ou ingressava na política e no governo, preocupado em amortecer a cintilação equívoca da origem. Era quase uma situação colonial, com a ascensão, nem sempre possível no espaço de uma geração, do albardeiro ao círculo dos fidalgos. Em meados do século XIX o velho equilíbrio se rompe, fio a fio, imperceptivelmente, na quebra de secular estrutura econômica e social. Consequência da nova dinâmica, que agita e move a sociedade, será a emancipação de uma classe inteira, até aí pejada, impedida e entorpecida em seus passos. Dentro da consciência do homem que enriqueceu no trato de mercadorias e de valores, haverá agora uma crise. O Dr. Félix (Ressurreição) ou Rubião (Quincas Borba ), aquinhoados pela inesperada herança, trataram de aplicar os bens para que eles lhes proporcionassem renda segura e estável. Outra é a conduta de Mauá, como será a de Palha (Quincas Borba ), Cotrim (Memórias Póstumas) ou de Santos (Esaú e Jacó). Homens do comércio, não convertem o patrimônio em prestações de renda, mas continuam presos aos seus negócios, perseguindo o infinito, imantados por outros desígnios, alimentados por uma nova sociedade. Mas há a crise. Rubião a vive, já, no último quartel do século, em sentido contrário, atraído pelos lucros do comércio e não pelo comércio. Mauá a sentirá, no sentido autêntico: dos doze aos trinta e dois anos, vergado no balcão e sócio de comerciante, torna-se dono de respeitável fortuna. Fiel à ordem dominante, não a calcula em bons e vistosos contos de réis, mas por sua renda, que seria superior a 50 contos anuais. A renda e não o capital dava a nota de grandeza, de opulência, para encher os olhos e provocar a admiração. “Já se vê que, — confessava, aludindo ao ano de 1846 — ao engolfar-me em outra esfera de atividade, possuía eu uma fortuna satisfatória, que me convidava a desfrutá-la. Travou-se em meu espírito, nesse momento, uma luta vivaz entre o egoísmo, que em maior ou menor dose habita o coração humano, e as ideias generosas que em grau elevado me arrastavam a outros destinos...”. O egoísmo seria a fruição do capital, sem suor e angústias; o impulso contrário, a expansão da economia, que se identificaria, para a classe lucrativa, com o progresso do país. Certo de seu papel dinâmico na sociedade, criando atividades novas e aprimorando as existentes; esse estrato ganha relevo e autonomia, sem que se esconda atrás do biombo, dourado de tradição e respeitabilidade, da classe proprietária. É hostil, como conjunto, ao ócio dos homens de renda e ao prestígio do estamento político, que maneja o poder do alto e de cima, sem consultar-lhe as preferências nem lhe pedir orientação e conselho. Atente-se: a classe lucrativa tem conduta adversa ao estilo de vida da camada dirigente, não obstante a explore, e viva, em grande parte, de seus favores, numa espécie de capitalismo político, dependente e subordinado ao Estado. Raymundo Faoro. Machado de Assis: a pirâmide e o trapézio. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1974, p. 225-7 (com adaptações). Com referência ao texto, julgue o próximo item. O emprego da vírgula logo após a expressão “da nova dinâmica” bem como o emprego do artigo definido em “da” indicam que a oração “que agita e move a sociedade” não participa da construção da referência dessa expressão. Certo Errado Questão 61: CEBRASPE (CESPE) - ACE (TCE-PE)/TCE-PE/Auditoria de Contas Públicas/2017 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto CB2A1AAA A auditoria, uma das instâncias que garantem a credibilidade das instituições, consiste na análise, à luz da legislação em vigor e das boas práticas administrativas, do contrato entre as partes, governos e entidades prestadoras de serviços, e dos procedimentos efetivados, de modo a aferir a sua execução e a conferir os valores cobrados para garantir que o pagamento seja justo e correto. Consiste, também, no acompanhamento dos eventos para verificar a qualidade dos serviços prestados por esses agentes. No âmbito da auditoria, o fundamento da credibilidade consiste na preservação da idoneidade ética. Os pressupostos éticos da auditoria são três: o princípio da dignidade, o da equidade e o da transparência. Formulado pelo filósofo alemão Immanuel Kant, no final do século XVIII, o princípio da dignidade afirma que toda pessoa deve ser tratada, sempre, como fim e nunca como meio. O princípio da equidade, umaampliação do princípio da dignidade feita pela Organização das Nações Unidas, em sua Carta de 1946, diz que todo ser humano possui a mesma dignidade e deve ser tratado com igual consideração e respeito. O princípio da transparência tem duas versões no próprio Kant: uma diz que se deve sempre agir de tal forma que os motivos de atuação possam ser divulgados publicamente; a outra afirma que se deve agir de tal modo que a norma de atuação possa se tornar lei universal. Assim, os negócios escusos, a corrupção, a gatunagem, os procedimentos ilícitos fogem da luz da divulgação como os vampiros da luz do Sol. Certamente, o princípio da transparência é o que dá credibilidade à gestão pública e à gestão em geral. Nas pesquisas de opinião, vê-se como a sociedade coloca-se frente às instituições, exigindo transparência. Nos momentos de amadurecimento democrático, constata-se que a auditoria ganha espaço nas organizações. A auditoria seria o primeiro capítulo da transparência na gestão. Quando a sociedade quer tudo em pratos limpos, a auditoria ascende a um primeiro lugar no seio das organizações, porque é o elemento que permite à sociedade ter consciência de como está sendo efetivada a gestão. Se não há auditoria, ou se essa não é praticada de forma constante e transparente, as instituições perdem credibilidade. Quando uma auditoria séria é praticada, as instituições são mais bem aceitas. Ricardo Vélez Rodríguez. Auditoria, fundamentos éticos. In: Auditoria, uma abordagem interdisciplinar: aspectos relevantes para o setor público. Anais da V Jornada Brasileira de Controle Interno. Rio de Janeiro, dez./2003, p. 32. Internet: <www.rio.rj.gov.br> (com adaptações). No que concerne aos aspectos linguísticos e aos sentidos do texto CB2A1AAA, julgue o item seguinte. A correção gramatical e as relações de coesão do texto seriam mantidas caso o pronome “essa” fosse substituído por ela. Certo Errado Questão 62: CEBRASPE (CESPE) - AJ TRF1/TRF 1/Judiciária/Oficial de Justiça Avaliador Federal/2017 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto CB1A1AAA Além de ter incorporado, no desempenho de seus cargos, conceitos como os da transparência e da impessoalidade, décadas antes de eles serem consolidados na Constituição Federal de 1988, o renomado escritor Graciliano Ramos foi um gestor em busca da eficiência e que agia com extremo zelo com os recursos públicos. Não se trata apenas do seu combate ao patrimonialismo e ao nepotismo, mas também do que se designa, hoje, de foco no resultado com responsabilidade fiscal. Um exemplo disso é o fato de que, como prefeito de Palmeira dos Índios, município do agreste alagoano, de 1928 a 1930, ele construiu estradas gastando menos da metade do que se costumava gastar por quilômetro construído pela administração do estado. O autor foi, também, um gestor público visionário que investia em planejamento urbano, fiscalizava obras pessoalmente e priorizava medidas preventivas para evitar desastres naturais, como enchentes. Internet: <www.agendaa.com.br> (com adaptações). A respeito das ideias e dos aspectos linguísticos do texto CB1A1AAA, julgue o item a seguir. O referente da forma pronominal “eles” é o termo “cargos” . Certo Errado Questão 63: CEBRASPE (CESPE) - AGE (SEDF)/SEDF/Tecnologia da Informação/2017 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto CB1A1BBB Pedir ao educador que situe o centro de gravidade na própria criança é pedir-lhe nada menos que fazer uma revolução, se é verdade que até agora o centro de gravidade foi situado fora dela. É essa revolução — exigência fundamental do movimento da educação nova — que Claparède compara à que Copérnico realizou na astronomia, e que ele define, com tanta felicidade, nas seguintes linhas: “são os métodos e os programas que gravitam em torno da criança e não mais a criança que gira em torno de um programa decidido fora dela. Essa é a revolução copernicana à qual a psicologia convida o educador”. M. A. Bloch. Filosofia da educação nova. Paris: PUF, 1973, p. 33 (com adaptações). Com relação às ideias do texto CB1A1BBB e aos seus aspectos linguísticos, julgue o item a seguir. O pronome “ele” tem como referente o nome “Copérnico”. Certo Errado Questão 64: CEBRASPE (CESPE) - Of (CBM AL)/CBM AL/Combatente/2017 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto O século XX assistiu a duas sangrentas conflagrações, cujos efeitos se fizeram sentir sobre a maior parte da humanidade e, por isso, foram justamente chamadas Guerras Mundiais. O primeiro conflito, entre 1914 e 1918, gerou a constituição da Liga das Nações, que não conseguiu sobreviver às tensões entre as principais potências da época. O segundo, entre 1939 e 1945, teve por consequência a criação da Organização das Nações Unidas, encarregada principalmente da manutenção da paz e segurança internacionais. Os conflitos do século XX possuem uma diferença marcante em relação às guerras ocorridas em épocas anteriores. Até o século XIX, as guerras provocavam morte e destruição principalmente nas zonas de combate e em suas proximidades, e a maior parte das baixas era causada entre os combatentes. As populações civis sofriam efeitos indiretos dessas guerras, mas em geral não estavam expostas ao alcance imediato do armamento com o qual os exércitos se defrontavam. Durante o século XX e agora no limiar do segundo milênio, porém, o poder destruidor do armamento de que dispõem as principais potências e outros países economicamente mais adiantados ameaça igualmente a sobrevivência de combatentes e não combatentes. Cidades inteiras são reféns de armas de destruição em massa que podem ser acionadas a distância e que são capazes de viajar em poucos minutos até seus alvos urbanos, a bordo de centenas de vetores disparados de silos subterrâneos ou de submarinos e aviões que permanecem sob os oceanos ou nos ares durante 24 horas, todos os dias, sob o pretexto de dissuadir potenciais agressores. A doutrina da “destruição mútua assegurada”, em voga durante os anos mais intensos da Guerra Fria, não deixava dúvida quanto a seus resultados: a completa eliminação recíproca tanto de agressores quanto de agredidos, e com eles boa parte do restante da comunidade internacional, em meio a nuvens radioativas em forma de cogumelo. Quem quer que tenha tido ocasião de visitar os museus de Hiroshima e Nagasaki não pode deixar de refletir com apreensão sobre o destino da humanidade e da civilização, tal como as conhecemos, caso ocorra uma confrontação entre potências possuidoras de armamento atômico. Por esse motivo, têm recrudescido nos anos recentes os clamores da sociedade civil por medidas urgentes e concretas de desarmamento nuclear. Sergio de Queiroz Duarte. Esforços internacionais em prol do desarmamento. In: Desarmamento e temas correlatos. Brasília: FUNAG, 2014, p. 23-5 (com adaptações). Acerca dos aspectos linguísticos e dos sentidos do texto, julgue o próximo item. A forma pronominal “as” retoma “Hiroshima e Nagasaki”. Certo Errado Questão 65: CEBRASPE (CESPE) - Sold (CBM AL)/CBM AL/Combatente/2017 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto O açúcar arrasou o Nordeste. A faixa úmida do litoral, bem regada por chuvas, tinha um solo de grande fertilidade, muito rico em húmus e sais minerais, coberto por matas tropicais da Bahia até o Ceará. Essa região de matas tropicais converteu-se em região de savanas. Naturalmente nascida para produzir alimentos, passou a ser uma região de fome. O latifúndio açucareiro, destrutivo e avassalador, deixou rochas estéreis, solos lavados, terras erodidas. Fizeram-se, a princípio, plantações de laranjas e mangas, que foram abandonadas e se reduziram a pequenashortas que rodeavam a casa do dono do engenho, exclusivamente reservadas para a família do plantador branco. Os incêndios que abriam terras aos canaviais devastaram a floresta e com ela a fauna; desapareceram os cervos, os javalis, as toupeiras, os coelhos, as pacas e os tatus. A flora e a fauna foram sacrificadas, nos altares da monocultura, à cana-de- açúcar. A produção extensiva esgotou rapidamente os solos. A abundância e a prosperidade eram, como de costume, simétricas à miséria da maioria da população, que vivia em estado crônico de subnutrição. Daqueles tempos coloniais nasceu o costume, ainda vigente, de comer terra. Antigamente, castigava-se esse “vício africano” colocando-se mordaças nas bocas das crianças ou pendurando-as dentro de cestas a grande distância do solo. A falta de ferro provoca anemia; o instinto leva as crianças a compensar com terra os sais minerais que não encontram em sua comida habitual. O Nordeste brasileiro padece hoje a herança da monocultura do açúcar. Eduardo Galeano. As veias abertas da América Latina. Galeano de Freitas (Trad.). Rio de Janeiro, Paz e Terra (com adaptações). Com relação aos aspectos linguísticos e aos sentidos do texto, julgue o item a seguir. Em “pendurando-as”, a forma pronominal “as” remete a “mordaças”. Certo Errado Questão 66: CEBRASPE (CESPE) - AJ TRF1/TRF 1/Apoio Especializado/Taquigrafia/2017 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto 4A1AAA Quinze de novembro de 1889 oficializou um movimento histórico que não se consolidara: a construção de uma república brasileira. Imaginada por nossas elites políticas, econômicas e intelectuais que — a despeito das divergências — tinham em comum o sonho de criar uma civilização nos trópicos, a República era menos conquista do que projeto a impor. Daí não ser mero acaso que tenha sido proclamada por militares, homens que escolheram a divisa positivista que figuraria em nossa bandeira: amor, ordem e progresso. Claro que — como viris representantes da ordem — começaram por suprimir o amor do mote de Auguste Comte. Supressão até hoje desconhecida da maioria dos brasileiros, mas reveladora do intuito de apagar qualquer traço do desejo no novo regime político. O desejo era temido como incontrolável e ameaçador para o almejado progresso. Mas, afinal, o que seria o progresso até hoje impresso em nossa bandeira? De acordo com as fontes da época, seria o caminho trilhado por medidas que dirigiriam o Brasil para o modelo da civilização que nossas elites projetavam na Europa e nos Estados Unidos. Era um ideal baseado em uma fantasia das classes superiores, as quais não apenas se imaginavam brancas como consideravam a branquitude um atributo de superioridade moral que as colocava em claro contraste com o povo, no qual projetavam o atraso e a negritude. Viam o povo como uma massa heterogênea sob ameaça degenerativa a esperar pelo branqueamento para poder se tornar digna de ser reconhecida como nação. Rogerio Miskolci. Uma outra história da República. In: Revista Cult, n.º 6, ano 19, jan./2016, p. 35 (com adaptações). Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto 4A1AAA, julgue o item a seguir. A palavra “época” refere-se ao final do século XIX. Certo Errado Questão 67: CEBRASPE (CESPE) - Diplomata/IRBr/2017 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto Escrita em prosa e verso, a Carta Marítima é formalmente um poema sui generis, que supera as divisões convencionais do discurso. Quanto à mensagem, tem elementos de uma alegre sátira ideologicamente avançada para o acanhado meio português do tempo, na qual Sousa Caldas censura os privilégios e a vida materializada, presa a uma educação artificial e obsoleta, sugerindo a regeneração da sociedade por meio de uma transformação como a que lhe parecia estar em curso na França revolucionária. No plano cultural, satiriza a tirania da herança greco-latina e aspira a algo diferente, que não formula, sendo porém significativo que enquanto menciona Homero como exemplo de poeta desligado do real, fechado num mundo factício, louve um moderno, Cervantes, que assim privilegia como autor de obra-prima mais adequada ao tempo, e que de mais a mais reforça o seu propósito na Carta, por ser ela própria uma sátira contra costumes e convenções cediças. Portanto, já em 1790 Caldas insinuava a necessidade de mudar os padrões, e o fazia com mais força e originalidade do que faria seis anos depois o francês Joseph Berchoux, na citadíssima e medíocre Elegia sobre os Gregos e os Romanos, onde os acusa de lhe infelicitarem a vida. (...) A mudança sugerida na Carta levaria o tempo de uma geração para acontecer. Mas mesmo sem propor novos rumos Sousa Caldas contribuiria a seu modo, ao descartar no resto da obra a imitação da Antiguidade e voltar-se para os temas religiosos, que o Romantismo consideraria mais tarde como um dos seus timbres diferenciadores. Pelo fato de ter remontado na tradução dos Salmos à poesia bíblica, embora nada tenha de pré-romântico ele foi considerado mais ou menos precursor a partir do decênio de 1830; mas é inexplicável que os românticos nunca tenham mencionado a Carta, que poderia, na perspectiva deles, ser lida como verdadeiro manifesto modernizador. Curioso a este respeito é o caso de Gonçalves de Magalhães, que publicou em 1832 o pífio volume Poesias, encharcado da rotina mais banal daquele momento de exaustão literária, inclusive com recurso constante à mitologia clássica. Mas no ano seguinte escreveu que não queria mais saber dela, por clara influência da Carta Marítima, imitada quase ritualmente numa Carta ao Meu Amigo Dr. Cândido Borges Monteiro (datada do Havre, 1833), onde narra a sua própria viagem à França. Vistas as coisas de hoje, isto parece uma inflexão por influência de Sousa Caldas, antes da conversão estética ocorrida em Paris e manifestada na revista Niterói. Por que então nos escritos renovadores Magalhães não mencionou esta sua precoce mudança de rota, nem mesmo quando se referia a Sousa Caldas? Difícil imaginar os motivos, sobretudo quando pensamos que os primeiros românticos queriam a todo custo encontrar precursores, evocando Durão, Basílio, São Carlos e Sousa Caldas entre os principais. Talvez porque para quem tinha andado de braço com as musas clássicas, como o Magalhães de Poesias, a carga mitológica da Carta Marítima parecesse, na hora de renovar, incompatível com a nova moda. Por isso, não apenas deixou a sua própria Carta fora dos Suspiros Poéticos, mas só se animou a publicá-la em 1864, no volume Poesias Avulsas das suas obras completas, onde recolheu pecados da mocidade. No entanto, se a tivesse divulgado na altura da sua pregação renovadora ela teria sido (apesar da péssima qualidade ) um argumento de certo peso no rastreamento de sinais precursores e da sua própria antecipação. (...) No rasto de Magalhães, os primeiros românticos também puseram de lado a Carta de Sousa Caldas, que talvez tenham mesmo treslido, sem perceberem a força renovadora que está implícita na sua brincadeira profilática e faz dela indício precursor de certos aspectos que o nosso Romantismo assumiria, sem deixar com isso de ser um documento, plantado no solo setecentista da Ilustração. Antonio Candido. Carta Marítima. In: O discurso e a cidade. São Paulo: Duas Cidades, 1998, p. 220-2 (com adaptações). Com relação a aspectos gramaticais do texto, julgue o próximo item. Dados os sentidos do texto, é correto afirmar que os sujeitos elípticos das formas verbais “privilegia” e “reforça” têm referentes distintos. Certo Errado Questão 68: CEBRASPE (CESPE) - PEB (SEDF)/SEDF/Língua Portuguesa/2017 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) A experimentação é característica dos processos de aquisição deconhecimentos. Ao adquirir a escrita, a criança testa hipóteses já construídas acerca desse sistema. Pode-se pensar então que, mesmo antes de entrar para a escola, o aprendiz, graças às práticas de letramento às quais está exposto cotidianamente, já construiu suas hipóteses no que diz respeito à segmentação da escrita. No entanto, ao testá-las, o que se lhe apresenta é a dúvida sobre o lugar em que espaços devem ser inseridos na escrita. Para a resolução desse problema, é necessário que o aprendiz cumpra a complexa tarefa de compreender o que é uma palavra. Começam a surgir, exatamente nesse período, as segmentações não convencionais. Da falta de espaço entre fronteiras vocabulares — hipossegmentação — surgem estruturas do tipo “derepente”, “muitolonge”, “chicobento”; da inserção de um espaço indevido no interior da palavra — hipersegmentação —, estruturas como “em controu”, “amanhe seu”, “chapeu sinhô”. Ana Paula Nobre da Cunha e Ana Ruth Moresco Miranda. A hipo e a hipersegmentação nos dados de aquisição de escrita: a influência da prosódia. In: Alfa. 53 (1), 2009, p. 127-148. Internet: <http://piwik.seer.fclar.unesp.br> (com adaptações). Julgue o item subsecutivo, referente às ideias e aos aspectos linguísticos do texto anterior. A expressão “desse problema” remete, por coesão, tanto à “dúvida sobre o lugar em que espaços devem ser inseridos na escrita” como à “complexa tarefa de compreender o que é uma palavra” . Certo Errado Questão 69: CEBRASPE (CESPE) - Of (CBM AL)/CBM AL/Combatente/2017 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto O século XX assistiu a duas sangrentas conflagrações, cujos efeitos se fizeram sentir sobre a maior parte da humanidade e, por isso, foram justamente chamadas Guerras Mundiais. O primeiro conflito, entre 1914 e 1918, gerou a constituição da Liga das Nações, que não conseguiu sobreviver às tensões entre as principais potências da época. O segundo, entre 1939 e 1945, teve por consequência a criação da Organização das Nações Unidas, encarregada principalmente da manutenção da paz e segurança internacionais. Os conflitos do século XX possuem uma diferença marcante em relação às guerras ocorridas em épocas anteriores. Até o século XIX, as guerras provocavam morte e destruição principalmente nas zonas de combate e em suas proximidades, e a maior parte das baixas era causada entre os combatentes. As populações civis sofriam efeitos indiretos dessas guerras, mas em geral não estavam expostas ao alcance imediato do armamento com o qual os exércitos se defrontavam. Durante o século XX e agora no limiar do segundo milênio, porém, o poder destruidor do armamento de que dispõem as principais potências e outros países economicamente mais adiantados ameaça igualmente a sobrevivência de combatentes e não combatentes. Cidades inteiras são reféns de armas de destruição em massa que podem ser acionadas a distância e que são capazes de viajar em poucos minutos até seus alvos urbanos, a bordo de centenas de vetores disparados de silos subterrâneos ou de submarinos e aviões que permanecem sob os oceanos ou nos ares durante 24 horas, todos os dias, sob o pretexto de dissuadir potenciais agressores. A doutrina da “destruição mútua assegurada”, em voga durante os anos mais intensos da Guerra Fria, não deixava dúvida quanto a seus resultados: a completa eliminação recíproca tanto de agressores quanto de agredidos, e com eles boa parte do restante da comunidade internacional, em meio a nuvens radioativas em forma de cogumelo. Quem quer que tenha tido ocasião de visitar os museus de Hiroshima e Nagasaki não pode deixar de refletir com apreensão sobre o destino da humanidade e da civilização, tal como as conhecemos, caso ocorra uma confrontação entre potências possuidoras de armamento atômico. Por esse motivo, têm recrudescido nos anos recentes os clamores da sociedade civil por medidas urgentes e concretas de desarmamento nuclear. Sergio de Queiroz Duarte. Esforços internacionais em prol do desarmamento. In: Desarmamento e temas correlatos. Brasília: FUNAG, 2014, p. 23-5 (com adaptações). Com relação às ideias do texto, julgue o item a seguir. As “duas sangrentas conflagrações” mencionadas no primeiro parágrafo do texto referem-se à Primeira e à Segunda Guerras Mundiais. Certo Errado Questão 70: CEBRASPE (CESPE) - AJ TRF1/TRF 1/Judiciária/Oficial de Justiça Avaliador Federal/2017 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto CB1A1AAA Além de ter incorporado, no desempenho de seus cargos, conceitos como os da transparência e da impessoalidade, décadas antes de eles serem consolidados na Constituição Federal de 1988, o renomado escritor Graciliano Ramos foi um gestor em busca da eficiência e que agia com extremo zelo com os recursos públicos. Não se trata apenas do seu combate ao patrimonialismo e ao nepotismo, mas também do que se designa, hoje, de foco no resultado com responsabilidade fiscal. Um exemplo disso é o fato de que, como prefeito de Palmeira dos Índios, município do agreste alagoano, de 1928 a 1930, ele construiu estradas gastando menos da metade do que se costumava gastar por quilômetro construído pela administração do estado. O autor foi, também, um gestor público visionário que investia em planejamento urbano, fiscalizava obras pessoalmente e priorizava medidas preventivas para evitar desastres naturais, como enchentes. Internet: <www.agendaa.com.br> (com adaptações). No que se refere aos aspectos linguísticos e aos mecanismos de construção da argumentação do texto CB1A1AAA, julgue o item. O elemento “ele” refere-se a “prefeito” . Certo Errado Questão 71: CEBRASPE (CESPE) - Diplomata/IRBr/2017 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto Escrita em prosa e verso, a Carta Marítima é formalmente um poema sui generis, que supera as divisões convencionais do discurso. Quanto à mensagem, tem elementos de uma alegre sátira ideologicamente avançada para o acanhado meio português do tempo, na qual Sousa Caldas censura os privilégios e a vida materializada, presa a uma educação artificial e obsoleta, sugerindo a regeneração da sociedade por meio de uma transformação como a que lhe parecia estar em curso na França revolucionária. No plano cultural, satiriza a tirania da herança greco-latina e aspira a algo diferente, que não formula, sendo porém significativo que enquanto menciona Homero como exemplo de poeta desligado do real, fechado num mundo factício, louve um moderno, Cervantes, que assim privilegia como autor de obra-prima mais adequada ao tempo, e que de mais a mais reforça o seu propósito na Carta, por ser ela própria uma sátira contra costumes e convenções cediças. Portanto, já em 1790 Caldas insinuava a necessidade de mudar os padrões, e o fazia com mais força e originalidade do que faria seis anos depois o francês Joseph Berchoux, na citadíssima e medíocre Elegia sobre os Gregos e os Romanos, onde os acusa de lhe infelicitarem a vida. (...) A mudança sugerida na Carta levaria o tempo de uma geração para acontecer. Mas mesmo sem propor novos rumos Sousa Caldas contribuiria a seu modo, ao descartar no resto da obra a imitação da Antiguidade e voltar-se para os temas religiosos, que o Romantismo consideraria mais tarde como um dos seus timbres diferenciadores. Pelo fato de ter remontado na tradução dos Salmos à poesia bíblica, embora nada tenha de pré-romântico ele foi considerado mais ou menos precursor a partir do decênio de 1830; mas é inexplicável que os românticos nunca tenham mencionado a Carta, que poderia, na perspectiva deles, ser lida como verdadeiro manifesto modernizador. Curioso a este respeito é o caso de Gonçalves de Magalhães, que publicou em 1832 o pífio volume Poesias, encharcado da rotina mais banaldaquele momento de exaustão literária, inclusive com recurso constante à mitologia clássica. Mas no ano seguinte escreveu que não queria mais saber dela, por clara influência da Carta Marítima, imitada quase ritualmente numa Carta ao Meu Amigo Dr. Cândido Borges Monteiro (datada do Havre, 1833), onde narra a sua própria viagem à França. Vistas as coisas de hoje, isto parece uma inflexão por influência de Sousa Caldas, antes da conversão estética ocorrida em Paris e manifestada na revista Niterói. Por que então nos escritos renovadores Magalhães não mencionou esta sua precoce mudança de rota, nem mesmo quando se referia a Sousa Caldas? Difícil imaginar os motivos, sobretudo quando pensamos que os primeiros românticos queriam a todo custo encontrar precursores, evocando Durão, Basílio, São Carlos e Sousa Caldas entre os principais. Talvez porque para quem tinha andado de braço com as musas clássicas, como o Magalhães de Poesias, a carga mitológica da Carta Marítima parecesse, na hora de renovar, incompatível com a nova moda. Por isso, não apenas deixou a sua própria Carta fora dos Suspiros Poéticos, mas só se animou a publicá-la em 1864, no volume Poesias Avulsas das suas obras completas, onde recolheu pecados da mocidade. No entanto, se a tivesse divulgado na altura da sua pregação renovadora ela teria sido (apesar da péssima qualidade ) um argumento de certo peso no rastreamento de sinais precursores e da sua própria antecipação. (...) No rasto de Magalhães, os primeiros românticos também puseram de lado a Carta de Sousa Caldas, que talvez tenham mesmo treslido, sem perceberem a força renovadora que está implícita na sua brincadeira profilática e faz dela indício precursor de certos aspectos que o nosso Romantismo assumiria, sem deixar com isso de ser um documento, plantado no solo setecentista da Ilustração. Antonio Candido. Carta Marítima. In: O discurso e a cidade. São Paulo: Duas Cidades, 1998, p. 220-2 (com adaptações). Com relação a aspectos linguísticos e textuais do texto, julgue o seguinte item. A expressão “a este respeito” retoma a ideia defendida no parágrafo anterior: Sousa Caldas contribuiu a seu modo para as mudanças na poesia do Romantismo, embora não tenha proposto caminhos novos. Certo Errado Questão 72: CEBRASPE (CESPE) - AJ TRF1/TRF 1/Judiciária/Oficial de Justiça Avaliador Federal/2017 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto CB1A1AAA Além de ter incorporado, no desempenho de seus cargos, conceitos como os da transparência e da impessoalidade, décadas antes de eles serem consolidados na Constituição Federal de 1988, o renomado escritor Graciliano Ramos foi um gestor em busca da eficiência e que agia com extremo zelo com os recursos públicos. Não se trata apenas do seu combate ao patrimonialismo e ao nepotismo, mas também do que se designa, hoje, de foco no resultado com responsabilidade fiscal. Um exemplo disso é o fato de que, como prefeito de Palmeira dos Índios, município do agreste alagoano, de 1928 a 1930, ele construiu estradas gastando menos da metade do que se costumava gastar por quilômetro construído pela administração do estado. O autor foi, também, um gestor público visionário que investia em planejamento urbano, fiscalizava obras pessoalmente e priorizava medidas preventivas para evitar desastres naturais, como enchentes. Internet: <www.agendaa.com.br> (com adaptações). No que se refere aos aspectos linguísticos e aos mecanismos de construção da argumentação do texto CB1A1AAA, julgue o item. O elemento “disso” retoma “foco no resultado com responsabilidade fiscal". Certo Errado Questão 73: CEBRASPE (CESPE) - Aux Tec CE (TCE-PA)/TCE-PA/Informática/2016 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) A democracia participativa pressupõe várias formas de atuação do cidadão na condução política e administrativa do Estado. No Brasil, destacam-se as audiências públicas previstas constitucionalmente e em diversas normas infraconstitucionais. As audiências públicas constituem um importante instrumento de abertura participativa que proporciona legitimidade e transparência às decisões tomadas pelas diferentes esferas de poder. Tal instituto possui raízes no direito anglo-saxão e fundamenta-se no princípio da justiça natural. Esse princípio atualmente se traduz no dever de escutar-se o público antes da edição de normas administrativas ou legislativas de caráter geral, ou de decisões de grande impacto para a comunidade. As audiências públicas integram o perfil dos Estados democráticos de direito, modelados pelo constitucionalismo europeu do pós-guerra, segundo o qual o poder político não apenas emana do povo, sendo em nome dele exercido, mas comporta a participação direta do povo. É por meio dessas audiências que o responsável pela decisão tem acesso às diversas opiniões sobre a matéria debatida e abre a oportunidade para as pessoas que irão sofrer os reflexos da deliberação se manifestarem antes de seu desfecho. Janaína de Carvalho Pena Souza. A realização de audiências públicas como fator de legitimação da jurisdição constitucional. In: De Jure – Revista Jurídica do Ministério Público do Estado de Minas Gerais, v.10, n.º 17, jul.-dez./2011, p. 392 (com adaptações). No que se refere à tipologia e aos sentidos do texto CB8A1AAA, julgue o item que se segue. As expressões “Tal instituto” e “Esse princípio” retomam, pelo sentido, a expressão “As audiências públicas”. Certo Errado Questão 74: CEBRASPE (CESPE) - Aux Tec CE (TCE-PA)/TCE-PA/Informática/2016 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto CB8A1AAA A democracia participativa pressupõe várias formas de atuação do cidadão na condução política e administrativa do Estado. No Brasil, destacam-se as audiências públicas previstas constitucionalmente e em diversas normas infraconstitucionais. As audiências públicas constituem um importante instrumento de abertura participativa que proporciona legitimidade e transparência às decisões tomadas pelas diferentes esferas de poder. Tal instituto possui raízes no direito anglo-saxão e fundamenta-se no princípio da justiça natural. Esse princípio atualmente se traduz no dever de escutar-se o público antes da edição de normas administrativas ou legislativas de caráter geral, ou de decisões de grande impacto para a comunidade. As audiências públicas integram o perfil dos Estados democráticos de direito, modelados pelo constitucionalismo europeu do pós-guerra, segundo o qual o poder político não apenas emana do povo, sendo em nome dele exercido, mas comporta a participação direta do povo. É por meio dessas audiências que o responsável pela decisão tem acesso às diversas opiniões sobre a matéria debatida e abre a oportunidade para as pessoas que irão sofrer os reflexos da deliberação se manifestarem antes de seu desfecho. Janaína de Carvalho Pena Souza. A realização de audiências públicas como fator de legitimação da jurisdição constitucional. In: De Jure – Revista Jurídica do Ministério Público do Estado de Minas Gerais, v.10, n.º 17, jul.-dez./2011, p. 392 (com adaptações). No que se refere à tipologia e aos sentidos do texto CB8A1AAA, julgue o item que se segue. A oração “que irão sofrer os reflexos da deliberação” é indispensável ao sentido do período, pois delimita a referência de “pessoas”. Certo Errado Questão 75: CEBRASPE (CESPE) - Aux Tec CE (TCE-PA)/TCE-PA/Informática/2016 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto CB8A1AAA A democracia participativa pressupõe várias formas de atuação do cidadão na condução política e administrativa do Estado. No Brasil, destacam-se as audiências públicas previstas constitucionalmente e em diversasnormas infraconstitucionais. As audiências públicas constituem um importante instrumento de abertura participativa que proporciona legitimidade e transparência às decisões tomadas pelas diferentes esferas de poder. Tal instituto possui raízes no direito anglo-saxão e fundamenta-se no princípio da justiça natural. Esse princípio atualmente se traduz no dever de escutar-se o público antes da edição de normas administrativas ou legislativas de caráter geral, ou de decisões de grande impacto para a comunidade. As audiências públicas integram o perfil dos Estados democráticos de direito, modelados pelo constitucionalismo europeu do pós-guerra, segundo o qual o poder político não apenas emana do povo, sendo em nome dele exercido, mas comporta a participação direta do povo. É por meio dessas audiências que o responsável pela decisão tem acesso às diversas opiniões sobre a matéria debatida e abre a oportunidade para as pessoas que irão sofrer os reflexos da deliberação se manifestarem antes de seu desfecho. Janaína de Carvalho Pena Souza. A realização de audiências públicas como fator de legitimação da jurisdição constitucional. In: De Jure – Revista Jurídica do Ministério Público do Estado de Minas Gerais, v.10, n.º 17, jul.-dez./2011, p. 392 (com adaptações). Em relação aos elementos linguísticos do texto CB8A1AAA, julgue o item a seguir. O pronome ele, em “dele”, refere-se a “o poder político”. Certo Errado Questão 76: CEBRASPE (CESPE) - Aud CE (TCE-PA)/TCE-PA/Fiscalização/Estatística/2016 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto CB1A1BBB Estranhamente, governos estaduais cujas despesas com o funcionalismo já alcançaram nível preocupante ou que estouraram o limite de gastos com pessoal fixado pela Lei Complementar n.º 101/2000, denominada Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), estão elaborando sua própria legislação destinada a assegurar, como alegam, maior rigor na gestão de suas finanças. Querem uma nova lei de responsabilidade fiscal para, segundo argumentam, fortalecer a estrutura legal que protege o dinheiro público do mau uso por gestores irresponsáveis. Examinando-se a situação financeira dos estados que preparam sua versão da lei de responsabilidade fiscal, fica difícil aceitar a argumentação. Desde maio de 2000, quando entrou em vigor a LRF, esses estados, como os demais, estão sujeitos a regras precisas para a gestão do dinheiro público, para a criação de despesas e, em particular, para os gastos com pessoal. Por que, tendo descumprido algumas dessas regras, estariam interessados em torná-las ainda mais rigorosas? Não foi a lei que não funcionou, mas os responsáveis pelo dinheiro público que, por alguma razão, não a cumpriram. De que adiantaria, então, tornar a lei mais rigorosa, se nem nas condições atuais esses responsáveis estão sendo capazes de cumpri-la? O problema não está na lei. Mudá-la pode ser o pretexto não para torná-la mais rigorosa, mas para atribuir-lhe alguma flexibilidade que a desfigure. O verdadeiro problema é a dificuldade do setor público de adaptar suas despesas às receitas em queda por causa da crise. Internet: <http://opiniao.estadao.com.br> (com adaptações). Com relação aos aspectos linguísticos do texto CB1A1BBB, julgue o seguinte item. O pronome “que” refere-se a “despesas”. Certo Errado Questão 77: CEBRASPE (CESPE) - Diplomata/IRBr/2016 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto Pergunto: e agora? Como é que meu Padrinho foi degolado num quarto de pesadas paredes sem janelas, cuja porta fora trancada, por dentro, por ele mesmo? Como foi que os assassinos ali penetraram, sem ter por onde? Como foi que saíram, deixando o quarto trancado por dentro? Quem foram esses assassinos? Como foi que raptaram Sinésio, aquele rapaz alumioso, que concentrava em si as esperanças dos Sertanejos por um Reino de glória, de justiça, de beleza e de grandeza para todos? Bem, não posso avançar nada, porque aí é que está o nó! Este é o “centro de enigma e sangue” da minha história. Lembro que o genial poeta Nicolau Fagundes Varela adverte todos nós, Brasileiros, de que “os irônicos estrangeiros” vivem sempre vigilantes, sempre à espreita do menor deslize nosso para, então, “ridicularizar o pátrio pensamento”: Ora, um dos argumentos que os “irônicos estrangeiros” mais invocam para isso é dizer que nós, Brasileiros, somos incapazes de forjar uma verdadeira trança, uma intrincada teia, um insolúvel enredo de “romance de crime e sangue”. Dizem eles que não é necessário nem um adulto dotado de argúcia especial: qualquer adolescente estrangeiro é capaz de decifrar os enigmas brasileiros, os quais, tecidos por um Povo superficial, à luz de um Sol por demais luminoso, são pouco sombrios, pouco maldosos e subterrâneos, transparentes ao primeiro exame, facílimos de desenredar. Ah, e se fossem somente os estrangeiros, ainda ia: mas até o excelso Gênio brasileiro Tobias Barreto, aí é demais! Diz Tobias Barreto que, no Brasil, é impossível aparecer um “romance de gênio”, porque “a nossa vida pública e particular não é bastante fértil de peripécias e lances romanescos”. Lamenta que seja raro, entre nós, “um amor sincero, delirante, terrível e sanguinário”, ou que, quando apareça, seja num velho como o Desembargador Pontes Visgueiro, o célebre assassino alagoano do Segundo Império. E comenta, ácido: “Um ou outro crime, mesmo, que porventura erga a cabeça acima do nível da vulgaridade, são coisas que não desmancham a impressão geral da monotonia contínua. Até na estatística criminal o nosso país revela-se mesquinho. O delito mais comum é justamente o mais frívolo e estúpido: o furto de cavalos”. A gente lê uma coisa dessas e fica até desanimado, julgando ser impossível a um Brasileiro ultrapassar Homero e outros conceituados gênios estrangeiros! A sorte é que, na mesma hora, o Doutor Samuel nos lembra que a conquista da América Latina “foi uma Epopeia”. Vemos que somos muito maiores do que a Grécia — aquela porqueirinha de terra! — e aí descansamos o pobre coração, amargurado pelas injustiças, mas também incendiado de esperanças! Sim, nobres Senhores e belas Damas: porque eu, Dom Pedro Quaderna (Quaderna, O Astrólogo, Quaderna, O Decifrador, como tantas vezes fui chamado); eu, Poeta-guerreiro e soberano de um Reino cujos súditos são, quase todos, cavalarianos, trocadores e ladrões de cavalo, desafio qualquer irônico, estrangeiro ou Brasileiro, primeiro a narrar uma história de amor mais sangrenta, terrível, cruel e delirante do que a minha; e, depois, a decifrar, antes que eu o faça, o centro enigmático de crime e sangue da minha história, isto é, a degola do meu Padrinho e a “desaparição profética” de seu filho Sinésio, O Alumioso, esperança e bandeira do Reino Sertanejo. Ariano Suassuna. A pedra do reino. Rio de Janeiro: José Olympio, 1972, 3.ª ed., p. 27-30 (com adaptações). Julgue o item subsequente, relativos às ideias desenvolvidas no texto. Em “E comenta, ácido”, a palavra “ácido” foi empregada, com ironia, para ridicularizar o Desembargador Pontes Visgueiro, criminoso de Alagoas. Certo Errado Questão 78: CEBRASPE (CESPE) - Med (FUB)/FUB/Clínica/2016 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto Em 1 meados da década de 90 do século passado, o economista norte-americano Jeremy Rifkin causou polêmica com seu livro O Fim do Emprego, no qual previa que a era do emprego estava com os dias contados. Segundo Rifkin, o aumento da produtividade resultante da adoção de novas tecnologias — como a informática, a robótica e as telecomunicações — iria provocar efeitos devastadores no nível de emprego mundial. Milhões de pessoas perderiam seu ganha-pão no campo, na indústria e no setor de serviços. Somente uma pequena elite de trabalhadores especializadosconseguiria prosperar em uma economia global dominada pela tecnologia. Mas nem todos concordam com os prognósticos pessimistas de Rifkin. “Embora a tecnologia possa tanto criar trabalhos como extingui-los, o efeito líquido é geralmente o aumento do emprego”, diz um relatório do Future of Work, um programa do governo neozelandês que discute as grandes tendências no mercado de trabalho. “Ao aumentar a produtividade, a tecnologia aumenta a renda e, portanto, a demanda na economia como um todo”, afirma o estudo, que, no entanto, reconhece que o problema não é tão simples: “Motivo de maior preocupação é que trabalhadores que perderam seus empregos devido a mudanças na tecnologia podem não ter as habilidades ou os meios para adquirir as habilidades que serão exigidas no mercado de trabalho do futuro”. Se a tecnologia pode decretar o fim do emprego para alguns, ela pode, paradoxalmente, representar um aumento do trabalho para muitos. Nos últimos anos, inovações como a Internet e o telefone celular reduziram as dificuldades relacionadas às limitações de tempo e espaço. Qualquer pessoa pode hoje ser encontrada a qualquer momento, em qualquer lugar, o que amplia seu ambiente virtual de trabalho. “Se não houver uma mudança no perfil cultural da sociedade como um todo, as tecnologias só trarão mais e mais trabalho para a vida das pessoas”, diz o consultor Simon Franco. Juliana de Moraes. Emprego que não acaba mais. In: Revista Superinteressante, n.º 209, maio/2015 (com adaptações). Internet: <http://super.abril.com.br>. Com relação às ideias do texto, às construções linguísticas nele empregadas e à sua tipologia, julgue o item a seguir. Em ‘extingui-los’, a forma pronominal ‘los’ refere-se ao termo “prognósticos”. Certo Errado Questão 79: CEBRASPE (CESPE) - Aux (FUB)/FUB/Administração/2016 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto CB4A1BBB Hoje, constituída por 26 institutos e faculdades e 21 centros de pesquisa especializados, a UnB possui 2.695 professores, 2.620 servidores técnico-administrativos, 36.370 alunos de graduação e 7.510 de pós-graduação. Ela oferece 109 cursos de graduação, sendo 31 noturnos e 10 a distância, além de 147 cursos de pós-graduação stricto sensu e 22 especializações lato sensu. Os cursos estão divididos em quatro campi espalhados pelo Distrito Federal: Darcy Ribeiro (Plano Piloto), Planaltina, Ceilândia e Gama. Os órgãos de apoio incluem o Hospital Universitário, a Biblioteca Central, o Hospital Veterinário e a Fazenda Água Limpa. Sua missão é ser uma instituição inovadora, comprometida com a excelência acadêmica, científica e tecnológica, e formar cidadãos conscientes do seu papeltransformador na sociedade, respeitadas a ética e a valorização de identidades e culturas com responsabilidade social. Estar entre as melhores universidades do Brasil, inserida internacionalmente, com excelência em gestão de processos que fortaleça o ensino, a pesquisa e a extensão, é a visão de futuro da UnB. Internet: <www.unb.br> (com adaptações). Julgue o item seguinte, relativos aos sentidos e a aspectos linguísticos do texto CB4A1BBB. Os termos “Ela” e “Sua” referem-se à UnB. Certo Errado Questão 80: CEBRASPE (CESPE) - Aux (FUB)/FUB/Administração/2016 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto CB4A1AAA Brasília tinha apenas dois anos quando ganhou sua universidade federal. A Universidade de Brasília (UnB) foi fundada com a promessa de reinventar a educação superior, entrelaçar as diversas formas de saber e formar profissionais engajados na transformação do país. A construção do campus brotou do cruzamento de mentes geniais. O inquieto antropólogo Darcy Ribeiro definiu as bases da instituição. O educador Anísio Teixeira planejou o modelo pedagógico. O arquiteto Oscar Niemeyer transformou as ideias em prédios. Darcy e Anísio convidaram cientistas, artistas e professores das mais tradicionais faculdades brasileiras para assumir o comando das salas de aula da jovem UnB. “Eram mais de duzentos sábios e aprendizes, selecionados por seu talento para plantar aqui a sabedoria humana”, escreveu Darcy Ribeiro, em A Invenção da Universidade de Brasília. A estrutura administrativa e financeira era amparada por um conceito novo nos anos 60 e até hoje menina dos olhos dos gestores universitários: a autonomia. Internet: <www.unb.br> (com adaptações). No que se refere aos sentidos do texto CB4A1AAA, julgue o item a seguir. A expressão “mentes geniais” refere-se a Darcy Ribeiro, Anísio Teixeira e Oscar Niemeyer.. Certo Errado Questão 81: CEBRASPE (CESPE) - Aud CE (TCE-PA)/TCE-PA/Comunicação/Publicidade/2016 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto 19A2AAA A maioria dos historiadores, pesquisadores e estudiosos considera que o imposto de renda surgiu em 1799, na Inglaterra, quando o governo inglês necessitava de recursos extras para custear a guerra contra a França, governada por Napoleão Bonaparte. No Brasil, as primeiras tentativas de implementação do tributo ocorreram em 1843, no reinado de D. Pedro II, por meio da edição da Lei n.º 317, de 21 de outubro. No início da República, esforços foram realizados para instituir o imposto de renda no Brasil. Rui Barbosa, primeiro ministro da Fazenda da República, foi um árduo defensor desse tributo. A Assembleia Constituinte de 1891 discutiu a introdução do imposto de renda, mas a proposta não logrou êxito. Por meio da Lei n.º 4.625, de 31 de dezembro de 1922, o governo instituiu o imposto geral sobre a renda, que passou a ser devido, anualmente, por toda pessoa física ou jurídica residente/sediada no território do país, incidindo, em cada caso, sobre o conjunto líquido dos rendimentos de qualquer origem. Em 1923, o governo iniciou o estudo para elaborar o regulamento e organizar o sistema arrecadador do imposto de renda, que, finalmente, seria implementado em 1924. Exposição histórica do imposto de renda. Internet: <http://idg.receita.fazenda.gov.br> (com adaptações). Acerca das ideias e das estruturas linguísticas do texto 19A2AAA, julgue o item que se segue. No primeiro parágrafo, estabelece-se uma relação anafórica entre as expressões “recursos extras”e “imposto de renda”. Certo Errado Questão 82: CEBRASPE (CESPE) - AFCE (TCE-SC)/TCE-SC/Controle Externo/Informática/2016 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto CB2A2BBB O fenômeno da corrupção, em virtude de sua complexidade e de seu potencial danoso à sociedade, exige, além de uma atuação repressiva, também uma ação preventiva do Estado. Portanto, é preciso estimular a integridade no serviço público, para que seus agentes sempre atuem, de fato, em prol do interesse público. Entende-se que a integridade pública representa o estado ou condição de um órgão ou entidade pública que está “completa, inteira, perfeita, sã”, no sentido de uma atuação que seja imaculada ou sem desvios, conforme as normas e valores públicos. De acordo com a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a integridade é mais do que a ausência de corrupção, pois envolve aspectos positivos que, em última análise, influenciam os resultados da administração, e não apenas seus processos. Além disso, a OCDE compreende um sistema de integridade como um conjunto de arranjos institucionais, de gerenciamento, de controle e de regulamentações que visem à promoção da integridade e da transparência e à redução do risco de atitudes que violem os princípios éticos. Nesse sentido, a gestão de integridade refere-se às atividades empreendidas para estimular e reforçar a integridade e também para prevenir a corrupção e outros desvios dentro de determinada organização. Internet:<www.cgu.gov.br> (com adaptações). Julgue o item, relativo a aspectos linguísticos e às ideias do texto CB2A2BBB. A coerência e a coesão do texto seriam mantidas caso o seguinte trecho fosse incluso como continuação do segundo parágrafo: Assim sendo, a integridade pública pode ser compreendida como uma virtude ou qualidade dos agentes que atuam, em uma determinada organização, de maneira proba, em favor do interesse público e em conformidade com os princípios, normas ou valores que norteiam a administração pública. Certo Errado Questão 83: CEBRASPE (CESPE) - Tec (INSS)/INSS/2016 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Bibliotecas sempre deram muito o que falar. Grandes monarquias jamais deixaram de possuir as suas, e cuidavam delas estrategicamente. Afinal, dotes de princesas foram negociados tendo livros como objetos de barganha; tratados diplomáticos versaram sobre essas coleções. Os monarcas portugueses, após o terremoto que dizimou Lisboa, se orgulhavam de, a despeito dos destroços, terem erguido uma grande biblioteca: a Real Livraria. D. José chamava-a de joia maior do tesouro real. D. João VI, mesmo na correria da partida para o Brasil, não se esqueceu dos livros. Em três diferentes levas, a Real Biblioteca aportou nos trópicos, e foi até mesmo tema de disputa. Internet: <http://observatoriodaimprensa.com.br> (com adaptações). Acerca de aspectos linguísticos e dos sentidos do texto acima, julgue o item que se segue. A expressão “essas coleções” retoma, por coesão, o termo “Bibliotecas”. Certo Errado Questão 84: CEBRASPE (CESPE) - Aux Tec CE (TCE-PA)/TCE-PA/Informática/2016 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto CB8A1AAA A democracia participativa pressupõe várias formas de atuação do cidadão na condução política e administrativa do Estado. No Brasil, destacam-se as audiências públicas previstas constitucionalmente e em diversas normas infraconstitucionais. As audiências públicas constituem um importante instrumento de abertura participativa que proporciona legitimidade e transparência às decisões tomadas pelas diferentes esferas de poder. Tal instituto possui raízes no direito anglo-saxão e fundamenta-se no princípio da justiça natural. Esse princípio atualmente se traduz no dever de escutar-se o público antes da edição de normas administrativas ou legislativas de caráter geral, ou de decisões de grande impacto para a comunidade. As audiências públicas integram o perfil dos Estados democráticos de direito, modelados pelo constitucionalismo europeu do pós-guerra, segundo o qual o poder político não apenas emana do povo, sendo em nome dele exercido, mas comporta a participação direta do povo. É por meio dessas audiências que o responsável pela decisão tem acesso às diversas opiniões sobre a matéria debatida e abre a oportunidade para as pessoas que irão sofrer os reflexos da deliberação se manifestarem antes de seu desfecho. Janaína de Carvalho Pena Souza. A realização de audiências públicas como fator de legitimação da jurisdição constitucional. In: De Jure – Revista Jurídica do Ministério Público do Estado de Minas Gerais, v.10, n.º 17, jul.-dez./2011, p. 392 (com adaptações). Em relação aos elementos linguísticos do texto CB8A1AAA, julgue o item a seguir. No trecho “segundo o qual o poder político não apenas emana do povo (...) mas comporta a participação direta do povo” , a locução “não apenas (...) mas” introduz no período ideia de adição. Certo Errado Certo Errado Questão 85: CEBRASPE (CESPE) - Tec CS (DPU)/DPU/Jornalismo/2016 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto para o item. No Brasil, pode-se considerar marco da história da assistência jurídica, ou justiça gratuita, a própria colonização do país, ainda no século XVI. O surgimento de lides provenientes das inúmeras formas de relação jurídica então existentes — e o chamamento da jurisdição para resolver essas contendas — já dava início a situações em que constantemente as partes se viam impossibilitadas de arcar com os possíveis custos judiciais das demandas. A partir de então, a chamada assistência judiciária praticamente evoluiu junto com o direito pátrio. Sua importância atravessou os séculos, e ela passou a ser garantida nas cartas constitucionais. No século XX, o texto constitucional de 1934, no capítulo II, “Dos direitos e das garantias individuais”, em seu art. 113, fez menção a essa proteção, ao prever que “A União e os estados concederão aos necessitados assistência judiciária, criando para esse efeito órgãos especiais e assegurando a isenção de emolumentos, custas, taxas e selos”. Por sua vez, a Constituição de 1946 previu, no mesmo capítulo que a de 1934, em seu art. 141, § 35, que “O poder público, na forma que a lei estabelecer, concederá assistência judiciária aos necessitados”. A lei extravagante veio em 1950, materializada na Lei n.º 1.060, que especifica normas para a concessão de assistência judiciária aos necessitados. No art. 4.º dessa lei, havia menção ao “rendimento ou vencimento que percebe e os encargos próprios e os da família” e constava a exigência de atestado de pobreza, expedido pela autoridade policial ou pelo prefeito municipal. Foi o art. 1.º, § 2.º, da Lei n.º 5.478/1968 que criou a simples afirmação (da pobreza), ratificado pela Lei n.º 7.510/1986, que deu nova redação a dispositivos da Lei n.º 1.060/1950. Em 1988, a Carta Cidadã ampliou o escopo da assistência judiciária ao empregar o termo assistência jurídica integral e gratuita, que é mais abrangente e que abarca o termo usado anteriormente, restrito apenas à assistência de demanda judicial já proposta ou a ser interposta. O termo atual também engloba atos jurídicos extrajudiciais, aconselhamento jurídico, patrocínio da causa, além de ações coletivas e mediação. Hoje, portanto, alguém que se vê incapaz de arcar com os custos que uma lide judicial impõe, mas necessita da imediata prestação jurisdicional, pode, mediante simples afirmativa, postular as benesses dessa prerrogativa, garantida pela Constituição Federal vigente. Uma história para a gratuidade jurídica no Brasil. Internet: <http://jus.com.br> (com adaptações) Ainda a respeito das ideias e dos aspectos linguísticos do texto, julgue o item subsecutivo. A substituição de “ratificado” por confirmada manteria a coerência do texto, embora seu sentido fosse alterado. Certo Errado Questão 86: CEBRASPE (CESPE) - AFCE (TCE-SC)/TCE-SC/Controle Externo/Informática/2016 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) É inegável que o Estado representa um ônus para a sociedade, já que, para assegurar o seu funcionamento, consome riquezas da sociedade. Representa, porém, um mal necessário, pois até agora não se conseguiu arquitetar mecanismo distinto para catalisar a vida em comunidade. Então, se do Estado ainda não pode prescindir a civilização, cabe-lhe aprimorá-lo, buscando otimizar o seu funcionamento, de modo a torná-lo menos oneroso, mais eficiente e eficaz. O bom funcionamento do Estado, que inclui também o bom funcionamento de suas estruturas encarregadas do controle público (Ministério Público, Poder Legislativo e tribunais de contas, entre outros), vem sendo alçado à condição de direito fundamental dos indivíduos. Pressupõe, notadamente sob as luzes do princípio constitucional da eficiência, os deveres de cuidado e de cooperação. O dever de cuidado é consequência direta do postulado da indisponibilidade do interesse público. Em decorrência desse postulado, todo agente público tem o dever de, no cumprimento fiel de suas atribuições, perseguir o interesse público manifesto na Constituição Federal e nas leis. Conduz, portanto, à ideia de vedação da omissão, já quedeixar de cumprir tais atribuições evidenciaria conduta ilícita. O dever de cuidado conduz, ainda, a uma ampla interação entre as estruturas públicas de controle, ou seja, é um dever de cooperação, não como faculdade, mas como obrigação que, em regra, dispensa formas especiais, como previsões normativas específicas, convênios e acordos. Sob essa perspectiva, o controle público do Estado deve incorporar à sua cultura institucional o compromisso com o direito fundamental ao bom funcionamento do Estado. Nesse contexto, os deveres de cuidado e de cooperação se impõem a todas as estruturas do Estado destinadas a promover o controle da máquina estatal. A observância do dever de cuidado e do de cooperação — traduzida, portanto, na atuação comprometida e concertada das estruturas orientadas para a função de controle da gestão pública — deve promover, entre os agentes e órgãos de controle, comportamentos de responsabilidade e responsividade. Por responsabilidade entenda-se o genuíno compromisso com a integralidade do ordenamento jurídico, o que pressupõe, acima de tudo, o reconhecimento de um regime de vedação da omissão. Responsividade, por sua vez, traduz o comportamento orientado a oferecer respostas rápidas e proativas, impregnadas de verdadeiro compromisso com a ideia- chave de promover o bom funcionamento do Estado. Diogo Roberto Ringenberg. Direito fundamental ao bom funcionamento do controle público. In: Controle Público, n.º 10, abr./2011, p. 55 (com adaptações). Com relação às estruturas linguísticas do texto CB2A2AAA, julgue o item a seguir. No terceiro período do texto, as formas pronominais “lo”, em suas duas ocorrências — “aprimorá-lo” e “torná-lo” —, e “seu” referem-se a “Estado”. Certo Errado Questão 87: CEBRASPE (CESPE) - Tec CS (DPU)/DPU/Jornalismo/2016 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto para o item. No Brasil, pode-se considerar marco da história da assistência jurídica, ou justiça gratuita, a própria colonização do país, ainda no século XVI. O surgimento de lides provenientes das inúmeras formas de relação jurídica então existentes — e o chamamento da jurisdição para resolver essas contendas — já dava início a situações em que constantemente as partes se viam impossibilitadas de arcar com os possíveis custos judiciais das demandas. A partir de então, a chamada assistência judiciária praticamente evoluiu junto com o direito pátrio. Sua importância atravessou os séculos, e ela passou a ser garantida nas cartas constitucionais. No século XX, o texto constitucional de 1934, no capítulo II, “Dos direitos e das garantias individuais”, em seu art. 113, fez menção a essa proteção, ao prever que “A União e os estados concederão aos necessitados assistência judiciária, criando para esse efeito órgãos especiais e assegurando a isenção de emolumentos, custas, taxas e selos”. Por sua vez, a Constituição de 1946 previu, no mesmo capítulo que a de 1934, em seu art. 141, § 35, que “O poder público, na forma que a lei estabelecer, concederá assistência judiciária aos necessitados”. A lei extravagante veio em 1950, materializada na Lei n.º 1.060, que especifica normas para a concessão de assistência judiciária aos necessitados. No art. 4.º dessa lei, havia menção ao “rendimento ou vencimento que percebe e os encargos próprios e os da família” e constava a exigência de atestado de pobreza, expedido pela autoridade policial ou pelo prefeito municipal. Foi o art. 1.º, § 2.º, da Lei n.º 5.478/1968 que criou a simples afirmação (da pobreza), ratificado pela Lei n.º 7.510/1986, que deu nova redação a dispositivos da Lei n.º 1.060/1950. Em 1988, a Carta Cidadã ampliou o escopo da assistência judiciária ao empregar o termo assistência jurídica integral e gratuita, que é mais abrangente e que abarca o termo usado anteriormente, restrito apenas à assistência de demanda judicial já proposta ou a ser interposta. O termo atual também engloba atos jurídicos extrajudiciais, aconselhamento jurídico, patrocínio da causa, além de ações coletivas e mediação. Hoje, portanto, alguém que se vê incapaz de arcar com os custos que uma lide judicial impõe, mas necessita da imediata prestação jurisdicional, pode, mediante simples afirmativa, postular as benesses dessa prerrogativa, garantida pela Constituição Federal vigente. Uma história para a gratuidade jurídica no Brasil. Internet: <http://jus.com.br> (com adaptações) Ainda a respeito das ideias e dos aspectos linguísticos do texto, julgue o item subsecutivo. A supressão da vírgula empregada logo após “prerrogativa” manteria a coerência do texto, embora alterasse o seu sentido. Certo Errado Questão 88: CEBRASPE (CESPE) - Diplomata/IRBr/2016 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto Em suas remotas origens helênicas, o termo “caráter” significou gravar. Empregavam-no, então, tanto para exprimir o sinete como a marca deixada na cera dócil. Essa dupla significação ainda hoje é vernácula — se não corrente — em certas acepções. Na linguagem tipográfica, por exemplo, “caráter” tanto é o tipo da imprensa como o sinal ou a letra gravada. Assim sendo, podemos dizer que o caráter de um homem não é somente o seu feitio moral, senão também a expressão e a impressão do indivíduo. Em arte, caráter será a personalidade do autor, o aspecto aparente e profundo da obra e o efeito dela. Fixada assim a verdadeira acepção do termo, podemos afirmar que o mérito maior do poema do Sr. Menotti del Picchia é “o caráter”. Poesia profundamente simples e pessoal, de inspiração larga e sadia, tem a força das obras bem concebidas e a beleza das coisas naturais. Poesia de corpos simples, poderíamos dizer, pela sobriedade de linhas no sentimento, no pensamento e na expressão. Sente-se que o autor procurou a naturalidade e não a arte, que é o melhor caminho para atingir a esta. O segredo da arte é a naturalidade sem prejuízo da perfeição. O Sr. Menotti del Picchia ainda não pôde naturalmente desvendar o segredo da arte. Se no buscar a expressão natural do seu lirismo alcançou a arte, não se despojou ainda das incertezas dessa procura, de certa fraqueza de técnica. Defeitos são todos estes transitórios, quase necessários em quem apenas se inicia. A essência do livro é excelente. Indica no autor uma personalidade inconfundível, que procura em si mesmo ou em torno de si os motivos de sua estética. Nem se distingue pela obsessão do isolamento, nem se perde por modelos estranhos. Daí lhe vem a superioridade de caráter individual. Se o caráter do autor provém dessa independência sem esforço, reside o da obra em sua originalidade natural; na conformidade com o meio, em uma perfeita radicação no solo pátrio, na simplicidade da construção e nas perfeitas proporções do ímpeto poético. O próprio desconcerto, em pormenores do poema principal e de outras produções secundárias, concorre para a individualidade desse esplêndido ensaio. O caráter desse livro se conserva pela ressonância que tem. Não são versos agradáveis, suaves ou elegantes, que com tanto agrado se leem quanto facilmente se esquecem. São versos que lidos — ficam; gravam-se invencivelmente na memória, ora destacados, ora em bloco. A crítica, no julgar e no decompor as obras, não pode desprezar a intuição, se não é principalmente isso. E um dos mais seguros processos de intuição, no distinguir o valor das obras, é esse da permanência das sensações. Os poemas do Sr. Menotti del Picchia deixam uma funda impressão de sua leitura: não pode haver melhor demonstração do seu “caráter”. Quando essa impressão não se limitar aos leitores e aos críticos, e se estender à própria literatura nacional, terá a sua poesia atingido o grau supremo que lhe auguro. Juca Mulato é um poema simples. Encerra uma lição profunda na singeleza do motivo e da intenção. É certo que aevidência da beleza não pode ser em arte um critério axiomático. Quantas vezes a paciência é o melhor guia da emoção estética? A exegese das sinfonias de Beethoven, como a dos dramas musicais de Wagner, aumenta a nossa receptividade para essa arte de titãs, se bem que a intuição íntima e a explicação individual sejam imprescindíveis. O poema do Sr. Menotti del Picchia tem a simplicidade e a frescura das criações espontâneas e necessárias, onde o esforço da composição permanece obscuro como deve. Para lhe realçar a beleza não se sente a crítica compelida a buscar símbolos problemáticos ou filosofias arbitrárias. Sendo o que é — um mal de amor impossível que leva a alma à desesperança, para se resignar depois e ressurgir consolada pela visão da terra amada, da felicidade atingível e do sonho necessário —, comove pelo simples aspecto de suas linhas harmoniosas. A beleza maior do poema, que é também o seu caráter, está na sua simplicidade radical. O poeta reprimiu voluntariamente as possíveis exuberâncias ou ambições de seu lirismo para ficar dentro do assunto que escolheu. Ganhou com isso um grande poder virtual e marca mais do que se quisesse marcar: a acústica de uma construção humana nunca chega à acuidade de um eco natural. Juca Mulato é a reconciliação do homem consigo mesmo, do brasileiro com sua terra, do bárbaro com seu isolamento. Reconciliação às vezes impossível, outras ilusória, 85 sempre necessária, raramente realizada. O consolo de Juca Mulato é a indicação do caminho a seguir. Alceu Amoroso Lima. Um poeta. In: Estudos literários. Rio de Janeiro: Aguilar, 1966, p.133-5 (com adaptações). Julgue o item seguinte, relativos a acentuação de palavras e a aspectos gramaticais do texto. Os pronomes demonstrativos “isso” e “esse” retomam, respectivamente, o sentido de julgar e decompor as obras e o de processo. Certo Errado Questão 89: CEBRASPE (CESPE) - Tec (FUB)/FUB/Ótica/2015 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) A entrada da iniciativa privada no ensino superior deu-se primeiramente por meio de uma ampliação das atividades que os empresários da educação já exerciam na esfera do ensino básico. Assim, a mesma mentalidade organizacional que fez as empresas de ensino fundamental e médio expandirem e se consolidarem passou a reger as iniciativas privadas no ensino universitário. A ideia era trazer a eficiência empresarial, que já era comprovada no ensino básico, para o ensino universitário e marcar, também nesse nível, a superioridade organizacional da empresa particular. Franklin Leopoldo e Silva. Internet: <www.scielo.br> (com adaptações). Julgue o próximo item, no que se refere aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto acima. A expressão “nesse nível” (l.4) é elemento coesivo que retoma o antecedente “ensino básico” (l. 4). Certo Errado Questão 90: CEBRASPE (CESPE) - Tec (FUB)/FUB/Eletroeletrônica/2015 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Queria falar da felicidade, do desejo consciente e inconsciente de ser feliz. É algo que se traz da infância, do companheirismo com a meninada, dos jogos de rua, da molecagem diária. Quanto mais o tempo passa para mim, mais me convenço de como é necessário que todos busquemos ser felizes. São sentimentos para guardar por todo o nosso tempo. A vida real, com suas tragédias e guerras, com o ódio e a competição sem freios, parece nos levar para longe desse objetivo. Não que se diga “dane-se” ao mundo. Vivemos nele e não devemos nos eximir de responsabilidades, mas a bandeira que carrego, e vejo que muitos dos que amo e admiro também a empunham, é a procura de harmonia na vida pessoal, familiar e social. Fernando Brant. Para a boa nova se espalhar. In: Correio Braziliense. Caderno Economia, 14/6/2015, p. 7 (com adaptações). A respeito das ideias e das estruturas linguísticas do texto, julgue o item subsecutivo. No trecho “também a empunham”, o elemento “a” foi empregado em substituição ao termo “responsabilidades”. Certo Errado Questão 91: CEBRASPE (CESPE) - Tec (FUB)/FUB/Telecomunicações/2015 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) “O preconceito linguístico é um equívoco, e tão nocivo quanto os outros. Segundo Marcos Bagno, especialista no assunto, dizer que o brasileiro não sabe português é um dos mitos que compõem o preconceito mais presente na cultura brasileira: o linguístico”. A redação acima poderia ter sido extraída do editorial de uma revista, mas é parte do texto O oxente e o ok, primeiro lugar na categoria opinião da 4.ª Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro, realizada pelo Ministério da Educação em parceria com a Fundação Itaú Social e o Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (CENPEC). A autora do artigo é estudante do 2.º ano do ensino médio em uma escola estadual do Ceará, e foi premiada ao lado de outros dezenove alunos de escolas públicas brasileiras, durante um evento em Brasília, no último mês de dezembro. Como nos três anos anteriores, vinte alunos foram vencedores ― cinco em cada gênero trabalhado pelo projeto. Além de opinião (2.º e 3.º anos do ensino médio), a olimpíada destacou produções em crônica (9.º ano do ensino fundamental), poema (5.º e 6.º anos) e memória (7.º e 8.º anos). Tudo regido por um só tema: “O lugar em que vivo”. Língua Portuguesa, 1/2015. Internet: <www.revistalingua.uol.com.br> (com adaptações). No que se refere aos sentidos, à estrutura textual e aos aspectos gramaticais do texto, julgue o item a seguir. O elemento coesivo “mas” (l.3) inicia uma oração coordenada que exprime a ideia de concessão em uma sequência de fatos. Certo Errado Questão 92: CEBRASPE (CESPE) - Ana MPU/MPU/Perícia/Engenharia Química/2015 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Na organização do poder político no Estado moderno, à luz da tradição iluminista, o direito tem por função a preservação da liberdade humana, de maneira a coibir a desordem do estado de natureza, que, em virtude do risco da dominação dos mais fracos pelos mais fortes, exige a existência de um poder institucional. Mas a conquista da liberdade humana também reclama a distribuição do poder em ramos diversos, com a disposição de meios que assegurem o controle recíproco entre eles para o advento de um cenário de equilíbrio e harmonia nas sociedades estatais. A concentração do poder em um só órgão ou pessoa viria sempre em detrimento do exercício da liberdade. É que, como observou Montesquieu, “todo homem que tem poder tende a abusar dele; ele vai até onde encontra limites. Para que não se possa abusar do poder, é preciso que, pela disposição das coisas, o poder limite o poder”. Até Montesquieu, não eram identificadas com clareza as esferas de abrangência dos poderes políticos: “só se concebia sua união nas mãos de um só ou, então, sua separação; ninguém se arriscava a apresentar, sob a forma de sistema coerente, as consequências de conceitos diversos”. Pensador francês do século XVIII, Montesquieu situa-se entre o racionalismo cartesiano e o empirismo de origem baconiana, não abandonando o rigor das certezas matemáticas em suas certezas morais. Porém, refugindo às especulações metafísicas que, no plano da idealidade, serviram aos filósofos do pacto social para a explicação dos fundamentos do Estado ou da sociedade civil, ele procurou ingressar no terreno dos fatos. Fernanda Leão de Almeida. A garantia institucional do Ministério Público em função da proteção dos direitos humanos. Tese de doutorado. São Paulo: USP, 2010, p. 18-9. Internet: <www.teses.usp.br> (com adaptações). Julgue o item subsequente, relativo às estruturas linguísticas do texto. O pronome “eles” faz referência a “ramos diversos”.Certo Errado Questão 93: CEBRASPE (CESPE) - Diplomata/IRBr/2015 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Celso Cunha tinha, na minha geração literária, a posição que, na geração anterior à nossa, coube a Souza da Silveira. Ou seja: a do mestre que, conhecendo profundamente a língua portuguesa, nas suas minúcias e no seu conjunto, associou a esse saber admirável a sensibilidade de quem nascera para apreciá-la na condição de obra de arte. Antes do mestre das Lições de Português, tivéramos aqui as sucessivas gerações dos professores que se consideravam exímios na colocação dos pronomes, na guerra sistemática aos galicismos, na sujeição aos modelos clássicos, e, com isto, impunham mais o terror gramatical que o saber verdadeiro. Houve quem passasse a escrever registo, em vez de registro, e preguntar, em vez de perguntar, porque assim se escrevia em Portugal. Já ao tempo de José de Alencar, um publicista ríspido, José Feliciano de Castilho, viera de Lisboa para o Rio de Janeiro, com a missão de ensinar-nos a escrever como se escrevia em Portugal. Daí a reação do romancista cearense no prefácio de seus Sonhos d’Ouro, em 1872: “Censurem, piquem, ou calem-se, como lhes aprouver. Não alcançarão jamais que eu escreva, neste meu Brasil, coisa que pareça vinda em conserva lá da outra banda, como a fruta que nos mandam em lata.” Josué Montello. Mestre Celso Cunha. In: Cilene da Cunha Pereira, Paulo Roberto Dias Pereira (Orgs.). Miscelânea de estudos linguísticos, filológicos e literários in memoriam Celso Cunha. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1995, p. 57-8 (com adaptações). Com relação a aspectos gramaticais do texto acima, julgue (C ou E) o próximo item. Os elementos semântico-sintáticos do fragmento de texto apresentado são insuficientes para se depreender a referência da expressão “mestre das Lições de Português”. Certo Errado Questão 94: CEBRASPE (CESPE) - TEFC (TCU)/TCU/Apoio Técnico e Administrativo/Técnica Administrativa/2015 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Nas sociedades antigas, tanto as leis quanto os códigos eram considerados expressões da vontade divina, revelada mediante a imposição de legisladores que dispunham de privilégios dinásticos e de uma legitimidade garantida pela casa sacerdotal. As leis eram objeto de respeito e veneração, e, por serem asseguradas por sanções sobrenaturais, dificilmente o homem primitivo questionava sua validez e sua aplicabilidade. Escreve H. Summer Maine que algumas experiências societárias, ao permitirem o declínio do poder real e o enfraquecimento de monarcas hereditários, acabaram por favorecer a emergência de aristocracias, depositárias da produção legislativa, com capacidade de julgar e de resolver conflitos. Aquele momento inicial de um direito sagrado e ritualizado, expressão das divindades, desenvolveu-se na direção de práticas normativas consuetudinárias. À época do direito consuetudinário, largo período em que não se conheceu a invenção da escrita, uma casta, ou aristocracia, investida do poder judicial, era o único meio que poderia conservar, com algum rigor, os costumes da raça ou da tribo. O costume aparece como expressão da legalidade, de forma lenta e espontânea, instrumentalizada pela repetição de atos, usos e práticas. A invenção e a difusão da técnica da escritura, somadas à compilação de costumes tradicionais, proporcionaram os primeiros códigos da Antiguidade, como o de Hamurábi, o de Manu, o de Sólon e a Lei das XII Tábuas. Constata-se, destarte, que os textos legislados e escritos eram melhores depositários do direito e meios mais eficazes para conservá-lo que a memória de certo número de pessoas, por mais força que tivessem em função de seu constante exercício. Esse direito antigo, tanto no Oriente quanto no Ocidente, não diferenciava, na essência, prescrições civis, religiosas e morais. Somente em tempos mais avançados da civilização é que se começou a distinguir o direito da moral e a religião do direito. Certamente, de todos os povos antigos, foi com os romanos que o direito avançou para uma autonomia diante da religião e da moral. Antônio C. Walker. O direito nas sociedades primitivas. In: Antônio C. Walker (Org.) Fundamentos de história do direito. Belo Horizonte: Del Rey, 2006, p. 19-20 (com adaptações). Com relação a aspectos linguísticos do texto, julgue o item. Seriam mantidos o sentido e a correção do texto caso o termo “instrumentalizada” fosse empregado no masculino: instrumentalizado. Certo Errado Questão 95: CEBRASPE (CESPE) - TJ TJDFT/TJDFT/Apoio Especializado/Programação de Sistemas/2015 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto para o item. Ouro em FIOS A natureza é capaz de produzir materiais preciosos, como o ouro e o cobre — condutor de ENERGIA ELÉTRICA. O ouro já é escasso. A energia elétrica caminha para isso. Enquanto cientistas e governos buscam novas fontes de energia sustentáveis, faça sua parte aqui no TJDFT: — Desligue as luzes nos ambientes onde é possível usar a iluminação natural. — Feche as janelas ao ligar o ar-condicionado. — Sempre desligue os aparelhos elétricos ao sair do ambiente. — Utilize o computador no modo espera. Fique ligado! Evite desperdícios. Energia elétrica. A natureza cobra o preço do desperdício. Internet: <www.tjdft.jus.br> (com adaptações). Tendo como referência os aspectos gramaticais do texto, julgue o próximo item. O pronome “isso” retoma a ideia expressa no primeiro período do parágrafo, ou seja, refere-se ao fato de o ouro ser escasso. Certo Errado Questão 96: CEBRASPE (CESPE) - Insp CEx (TCE-RN)/TCE-RN/Tecnologia da Informação/2015 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Os primeiros vestígios de atividade contábil foram encontrados na Mesopotâmia, por volta de 4.000 a.C. Inicialmente, eram utilizadas fichas de barro para representar a circulação de bens, logo substituídas por tábuas gravadas com a escrita cuneiforme. Portanto, os registros contábeis não só antecederam o aparecimento da escrita como subsidiaram seu surgimento e sua evolução. Embora a fiscalização de contas conste de registros mais antigos, prática já exercida por escribas egípcios durante o reinado do faraó Menés I, foi na Grécia que se configurou o primeiro esboço de um tribunal de contas, formado por dez tesoureiros, guardiões da administração pública. Contudo, somente em Roma, a contabilidade atingiu sua mais alta expressão com a sistematização de mecanismos de controle que, por gozarem de estatuto jurídico preeminente, influenciaram todo o Ocidente e as civilizações modernas. Cristina Britto. Uma breve história do controle.Salvador: P55 edições, 2015, p. 15. Internet: <www.tce.ba.gov.br> (com adaptações). Considerando as estruturas linguísticas e os sentidos do texto Uma breve história do controle, julgue o próximo item. É possível identificar no trecho “foi na Grécia que se configurou o primeiro esboço de um tribunal de contas” (l. 4 e 5) duas orações, sendo uma delas de natureza restritiva. Certo Errado Questão 97: CEBRASPE (CESPE) - AJ TRE GO/TRE GO/Administrativa/2015 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto II Segundo a Constituição Federal, todo poder emana do povo e por ele será exercido, quer de maneira direta, quer por intermédio de representantes eleitos. Essa afirmação, dentro do espírito do texto constitucional, deve ser interpretada como verdadeiro dogma estabelecido pelo constituinte originário, mormente quando nos debruçamos sobre o cenário político dos anos anteriores à eleição dos membros que comporiam a Assembleia Constituinte que resultou na Carta de 1988.Em expedita sinopse, é possível perceber que, após longo período de repressão à manifestação do pensamento, o povo brasileiro ansiava por exercer o direito de eleger os seus representantes com o objetivo de participar direta ou indiretamente da formação da vontade política da nação. Dentro desse contexto, impende destacar que os movimentos populares que ocorreram a partir do ano de 1984, que deram margem ao início do processo de elaboração da nova Carta, deixaram transparecer de maneira cristalina aos então governantes que o coração da nação brasileira estava palpitante, quase que exageradamente acelerado, tendo em vista a possibilidade de se recuperar o exercício do poder, cujo titular, por longo lapso, deixou de ser escolhido pelo povo brasileiro. Em meio a esse cenário, foi elaborado o texto constitucional, que, desde então, recebeu a denominação de Constituição Cidadã. O art. 14 desse texto confere ênfase à titularidade do poder para ressaltar que “A soberania popular é exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual a todos”, deixando transparecer que a intenção da Lei Maior é fazer que o povo exerça efetivamente o seu direito de participar da formação da vontade política. Fernando Marques Sá. Desaprovação das contas de campanha do candidato – avanço da legislação para as eleições de 2014. In: Estudos Eleitorais. Brasília: Tribunal Superior Eleitoral. Vol. 9, n.o 2, 2014, p. 52-3. Internet: <www.tse.jus.br> (com adaptações). Com referência às estruturas linguísticas do texto II, julgue o próximo item. As formas verbais “ocorreram”, “deram” e “deixaram transparecer” estão ligadas ao mesmo termo, que, nos dois primeiros casos, é retomado pelo pronome “que”: “os movimentos populares”. Certo Errado Questão 98: CEBRASPE (CESPE) - Tec (FUB)/FUB/Eletroeletrônica/2015 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Queria falar da felicidade, do desejo consciente e inconsciente de ser feliz. É algo que se traz da infância, do companheirismo com a meninada, dos jogos de rua, da molecagem diária. Quanto mais o tempo passa para mim, mais me convenço de como é necessário que todos busquemos ser felizes. São sentimentos para guardar por todo o nosso tempo. A vida real, com suas tragédias e guerras, com o ódio e a competição sem freios, parece nos levar para longe desse objetivo. Não que se diga “dane-se” ao mundo. Vivemos nele e não devemos nos eximir de responsabilidades, mas a bandeira que carrego, e vejo que muitos dos que amo e admiro também a empunham, é a procura de harmonia na vida pessoal, familiar e social. Fernando Brant. Para a boa nova se espalhar. In: Correio Braziliense. Caderno Economia, 14/6/2015, p. 7 (com adaptações). A respeito das ideias e das estruturas linguísticas do texto, julgue o item subsecutivo. O elemento “desse”, em “desse objetivo”, retoma a oração “que todos busquemos ser felizes”. Certo Errado Questão 99: CEBRASPE (CESPE) - Ana TI (FUB)/FUB/2015 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto I Anísio Spínola Teixeira nasceu no dia 12 de julho de 1900, em Caetité – BA, onde passou os primeiros anos de vida sob os cuidados da mãe, Anna Spínola Teixeira. O pai, Deocleciano Pires Teixeira, sonhava que o filho fosse político e o mandou estudar no Rio de Janeiro. Anísio diplomou-se na Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro em 1922. Como educador, Teixeira viajou para a Europa e os Estados Unidos da América para observar os sistemas escolares. No Brasil, defendeu o conceito de escola única, pública e gratuita como forma de garantir a democracia e foi o primeiro a tratar a educação com base filosófica. Instituiu na Bahia, em 1950, a primeira escola-parque, que procurava oferecer à criança uma escola integral, que cuidasse da alimentação, da higiene, da socialização, além do preparo para o trabalho. Nas escolas-parques, os alunos ainda tinham contato com as artes plásticas. Naquela época, essas aulas eram orientadas por profissionais de renome, como Caribé e Mário Cravo. Sempre brigou pela democracia na educação. Publicou vários livros defendendo a educação e a cultura para todos. Foi um dos fundadores da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e da Universidade de Brasília (UnB), da qual foi reitor em 1963. Candidatou-se à Academia Brasileira de Letras, em 1971, mas faleceu antes da eleição, ao cair no poço do elevador de seu prédio, em 11 de março de 1971, quando saía para visitar Aurélio Buarque de Holanda. Internet: <www.unb.br> (com adaptações). Com base nas ideias e estruturas linguísticas do texto I, julgue o item subsecutivo. Na linha 9, a expressão “essas aulas” retoma, semanticamente, “artes plásticas”, razão por que se pode inferir que Caribé e Mário Cravo orientavam aulas de artes plásticas nas escolas-parques. Certo Errado Questão 100: CEBRASPE (CESPE) - Tec Desp (FUB)/FUB/2015 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Se observarmos as nações desenvolvidas, verificaremos que elas se destacam em termos de produtividade total dos fatores, ou seja, são países que tornaram as economias mais eficientes e produtivas e contam não só com a eficácia das máquinas e dos equipamentos de seu parque industrial, mas também com o acesso a insumos mais sofisticados e adequados, com mão de obra bem educada e formada, infraestrutura adequada e custos justos de transação. Cledorvino Belini. O Brasil depois das eleições. In: Correio Braziliense, 2/1/2015 (com adaptações). Julgue o próximo item, relacionado às ideias e às estruturas linguísticas do texto acima. No desenvolvimento textual, subentende-se que a forma verbal “são” (l.1) remete a “elas” (l.1), ou seja, “as nações desenvolvidas” (l.1). Certo Errado Questão 101: CEBRASPE (CESPE) - TJ STJ/STJ/Administrativa/2015 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) O problema da justiça refere-se à correspondência, ou não, entre a norma e os valores supremos ou finais que inspiram determinado ordenamento jurídico. Não importa comentar se existe um ideal de bem comum, idêntico para todos os tempos e para todos os lugares. Todo ordenamento jurídico persegue certos fins e esses representam os valores a cuja realização o legislador, mais ou menos conscientemente e adequadamente, dirige sua própria atividade. Quando se considera que há valores absolutos, objetivamente evidentes, a pergunta acerca de se uma norma é justa ou injusta equivale a perguntar se esta é apta ou não a realizar aqueles valores. No caso de não se acreditar em valores absolutos, o problema da justiça ou da injustiça de uma norma tem um sentido: equivale a perguntar se essa norma é apta ou não a realizar os valores históricos que inspiram esse ordenamento jurídico, concreta e historicamente determinado. Norberto Bobbio. Teoría general del derecho. Bogotá/CO: Temis S.A., 1999, p. 20-2 (tradução livre, com adaptações). Julgue o item subsequente, relativo às estruturas linguísticas do texto Teoría general del derecho. Na estrutura textual, o vocábulo “esta” e a expressão “aqueles valores” fazem referência, respectivamente, ao termo “norma” e à expressão “valores absolutos”. Certo Errado Questão 102: CEBRASPE (CESPE) - AJ TRE GO/TRE GO/Judiciária/2015 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Segundo a Constituição Federal, todo poder emana do povo e por ele será exercido, quer de maneira direta, quer por intermédio de representantes eleitos. Essa afirmação, dentro do espírito do texto constitucional, deve ser interpretada como verdadeiro dogma estabelecido pelo constituinte originário, mormente quando nos debruçamossobre o cenário político dos anos anteriores à eleição dos membros que comporiam a Assembleia Constituinte que resultou na Carta de 1988. Em expedita sinopse, é possível perceber que, após longo período de repressão à manifestação do pensamento, o povo brasileiro ansiava por exercer o direito de eleger os seus representantes com o objetivo de participar direta ou indiretamente da formação da vontade política da nação. Dentro desse contexto, impende destacar que os movimentos populares que ocorreram a partir do ano de 1984, que deram margem ao início do processo de elaboração da nova Carta, deixaram transparecer de maneira cristalina aos então governantes que o coração da nação brasileira estava palpitante, quase que exageradamente acelerado, tendo em vista a possibilidade de se recuperar o exercício do poder, cujo titular, por longo lapso, deixou de ser escolhido pelo povo brasileiro. Em meio a esse cenário, foi elaborado o texto constitucional, que, desde então, recebeu a denominação de Constituição Cidadã. O art. 14 desse texto confere ênfase à titularidade do poder para ressaltar que “A soberania popular é exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual a todos”, deixando transparecer que a intenção da Lei Maior é fazer que o povo exerça efetivamente o seu direito de participar da formação da vontade política. Fernando Marques Sá. Desaprovação das contas de campanha do candidato – avanço da legislação para as eleições de 2014. In: Estudos Eleitorais. Brasília: Tribunal Superior Eleitoral. Vol. 9, n.o 2, 2014, p. 52-3. Internet: <www.tse.jus.br> (com adaptações). Com referência às estruturas linguísticas do texto II, julgue o próximo item. A forma verbal “deixando transparecer” (l.14) retoma o sujeito “O art. 14 desse texto” (l.12- 13). Certo Errado Questão 103: CEBRASPE (CESPE) - Tec GT (TELEBRAS)/TELEBRAS/Assistente Técnico/2015 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Apesar de motivar uma revolução econômica sem precedentes na história mundial, a instalação das primeiras máquinas a vapor nas fábricas inglesas no início do século XIX gerou polêmica. Revoltados contra a mecanização, que diminuiria empregos e pioraria as condições de trabalho, movimentos organizados de trabalhadores ingleses calcularam que o melhor a fazer era destruir as máquinas das indústrias. Mais de um século depois, analistas de uma empresa de consultoria inglesa relacionaram a expansão tecnológica com a criação de postos de trabalho. Dessa relação, concluíram que, na realidade, o desenvolvimento de recursos para dinamizar a produção não só melhorou a qualidade de vida dos trabalhadores e expandiu a economia, como também criou mais ofertas de emprego. A partir de dados coletados com base em censos do Reino Unido, os pesquisadores verificaram diminuição de empregos que envolviam grande esforço, como trabalho em minas de carvão e agricultura, e crescimento nas profissões ligadas a serviços e conhecimento, como magistério e medicina. “Historicamente, a tecnologia destrói empregos em um momento para reconstruí-los em uma segunda etapa, mas esse não é um processo rápido nem simpático”, afirma um dos pesquisadores. Tecnologia gera emprego. Revista Galileu, out./2015 (com adaptações). Acerca das ideias e das estruturas linguísticas do texto Tecnologia gera emprego, julgue o item subsequente. No trecho ‘esse não é um processo’, o elemento ‘esse’ faz referência ao processo de extinção e ressurgimento de empregos que decorre da expansão tecnológica. Certo Errado Questão 104: CEBRASPE (CESPE) - Tec MPU/MPU/Apoio Técnico e Administrativo/Segurança Institucional e Transporte/2015 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) O Ministério Público é fruto do desenvolvimento do Estado brasileiro e da democracia. A sua história é marcada por processos que culminaram consolidando-o como instituição e ampliando sua área de atuação. No período colonial, o Brasil foi orientado pelo direito lusitano. Não havia o Ministério Público como instituição. Mas as Ordenações Manuelinas de 1521 e as Ordenações Filipinas de 1603 já faziam menção aos promotores de justiça, atribuindo-lhes o papel de fiscalizar a lei e de promover a acusação criminal. Existiam ainda o cargo de procurador dos feitos da Coroa (defensor da Coroa) e o de procurador da Fazenda (defensor do fisco). Só no Império, em 1832, com o Código de Processo Penal do Império, iniciou-se a sistematização das ações do Ministério Público. Na República, o Decreto n.º 848/1890, ao criar e regulamentar a justiça federal, dispôs, em um capítulo, sobre a estrutura e as atribuições do Ministério Público no âmbito federal. Foi na área cível, com a Constituição Federal de 1988, que o Ministério Público adquiriu novas funções, com destaque para a sua atuação na tutela dos interesses difusos e coletivos. Isso deu evidência à instituição, tornando-a uma espécie de ouvidoria da sociedade brasileira. Internet: <www.mpu.mp.br> (com adaptações). Com relação às ideias e às estruturas linguísticas do texto, julgue o item que se segue. Na linha 1, a expressão “A sua história” refere-se ao antecedente “democracia”. Certo Errado Questão 105: CEBRASPE (CESPE) - Tecno (FUB)/FUB/Sistemas de Telecomunicações/2015 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto I Anísio Spínola Teixeira nasceu no dia 12 de julho de 1900, em Caetité – BA, onde passou os primeiros anos de vida sob os cuidados da mãe, Anna Spínola Teixeira. O pai, Deocleciano Pires Teixeira, sonhava que o filho fosse político e o mandou estudar no Rio de Janeiro. Anísio diplomou-se na Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro em 1922. Como educador, Teixeira viajou para a Europa e os Estados Unidos da América para observar os sistemas escolares. No Brasil, defendeu o conceito de escola única, pública e gratuita como forma de garantir a democracia e foi o primeiro a tratar a educação com base filosófica. Instituiu na Bahia, em 1950, a primeira escola-parque, que procurava oferecer à criança uma escola integral, que cuidasse da alimentação, da higiene, da socialização, além do preparo para o trabalho. Nas escolas-parques, os alunos ainda tinham contato com as artes plásticas. Naquela época, essas aulas eram orientadas por profissionais de renome, como Caribé e Mário Cravo. Sempre brigou pela democracia na educação. Publicou vários livros defendendo a educação e a cultura para todos. Foi um dos fundadores da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e da Universidade de Brasília (UnB), da qual foi reitor em 1963. Candidatou-se à Academia Brasileira de Letras, em 1971, mas faleceu antes da eleição, ao cair no poço do elevador de seu prédio, em 11 de março de 1971, quando saía para visitar Aurélio Buarque de Holanda. Internet: <www.unb.br> (com adaptações). Com base nas ideias e estruturas linguísticas do texto I, julgue o item subsecutivo. A forma nominal “filho” (l.3) e a forma pronominal “se” (l.3 e 12) referem-se a Anísio Spínola Teixeira. Certo Errado Questão 106: CEBRASPE (CESPE) - Insp CEx (TCE-RN)/TCE-RN/Tecnologia da Informação/2015 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Os primeiros vestígios de atividade contábil foram encontrados na Mesopotâmia, por volta de 4.000 a.C. Inicialmente, eram utilizadas fichas de barro para representar a circulação de bens, logo substituídas por tábuas gravadas com a escrita cuneiforme. Portanto, os registros contábeis não só antecederam o aparecimento da escrita como subsidiaram seu surgimento e sua evolução. Embora a fiscalização de contas conste de registros mais antigos, prática já exercida por escribas egípciosdurante o reinado do faraó Menés I, foi na Grécia que se configurou o primeiro esboço de um tribunal de contas, formado por dez tesoureiros, guardiões da administração pública. Contudo, somente em Roma, a contabilidade atingiu sua mais alta expressão com a sistematização de mecanismos de controle que, por gozarem de estatuto jurídico preeminente, influenciaram todo o Ocidente e as civilizações modernas. Cristina Britto. Uma breve história do controle.Salvador: P55 edições, 2015, p. 15. Internet: <www.tce.ba.gov.br> (com adaptações). Considerando as estruturas linguísticas e os sentidos do texto Uma breve história do controle, julgue o próximo item. Os advérbios “Inicialmente” (l.1) e “logo” (l.2) atuam como sequenciadores textuais cuja função é organizar a sequência temporal relativa ao registro das atividades contábeis na Mesopotâmia. Certo Errado Questão 107: CEBRASPE (CESPE) - Insp CEx (TCE-RN)/TCE-RN/Tecnologia da Informação/2015 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Os primeiros vestígios de atividade contábil foram encontrados na Mesopotâmia, por volta de 4.000 a.C. Inicialmente, eram utilizadas fichas de barro para representar a circulação de bens, logo substituídas por tábuas gravadas com a escrita cuneiforme. Portanto, os registros contábeis não só antecederam o aparecimento da escrita como subsidiaram seu surgimento e sua evolução. Embora a fiscalização de contas conste de registros mais antigos, prática já exercida por escribas egípcios durante o reinado do faraó Menés I, foi na Grécia que se configurou o primeiro esboço de um tribunal de contas, formado por dez tesoureiros, guardiões da administração pública. Contudo, somente em Roma, a contabilidade atingiu sua mais alta expressão com a sistematização de mecanismos de controle que, por gozarem de estatuto jurídico preeminente, influenciaram todo o Ocidente e as civilizações modernas. Cristina Britto. Uma breve história do controle.Salvador: P55 edições, 2015, p. 15. Internet: <www.tce.ba.gov.br> (com adaptações). Considerando as estruturas linguísticas e os sentidos do texto Uma breve história do controle, julgue o próximo item. O emprego do modo subjuntivo na forma verbal “conste” (l.4) depende sintaticamente da presença da conjunção “Embora” (l.3). Certo Errado Questão 108: CEBRASPE (CESPE) - AJ TRE GO/TRE GO/Judiciária/2015 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto II Segundo a Constituição Federal, todo poder emana do povo e por ele será exercido, quer de maneira direta, quer por intermédio de representantes eleitos. Essa afirmação, dentro do espírito do texto constitucional, deve ser interpretada como verdadeiro dogma estabelecido pelo constituinte originário, mormente quando nos debruçamos sobre o cenário político dos anos anteriores à eleição dos membros que comporiam a Assembleia Constituinte que resultou na Carta de 1988. Em expedita sinopse, é possível perceber que, após longo período de repressão à manifestação do pensamento, o povo brasileiro ansiava por exercer o direito de eleger os seus representantes com o objetivo de participar direta ou indiretamente da formação da vontade política da nação. Dentro desse contexto, impende destacar que os movimentos populares que ocorreram a partir do ano de 1984, que deram margem ao início do processo de elaboração da nova Carta, deixaram transparecer de maneira cristalina aos então governantes que o coração da nação brasileira estava palpitante, quase que exageradamente acelerado, tendo em vista a possibilidade de se recuperar o exercício do poder, cujo titular, por longo lapso, deixou de ser escolhido pelo povo brasileiro. Em meio a esse cenário, foi elaborado o texto constitucional, que, desde então, recebeu a denominação de Constituição Cidadã. O art. 14 desse texto confere ênfase à titularidade do poder para ressaltar que “A soberania popular é exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual a todos”, deixando transparecer que a intenção da Lei Maior é fazer que o povo exerça efetivamente o seu direito de participar da formação da vontade política. Fernando Marques Sá. Desaprovação das contas de campanha do candidato – avanço da legislação para as eleições de 2014. In: Estudos Eleitorais. Brasília: Tribunal Superior Eleitoral. Vol. 9, n.o 2, 2014, p. 52-3. Internet: <www.tse.jus.br> (com adaptações). Com referência às estruturas linguísticas do texto II, julgue o próximo item. O termo “cenário” (l.12) alude ao “longo período de repressão à manifestação do pensamento” (l.5). Certo Errado Questão 109: CEBRASPE (CESPE) - TEFC (TCU)/TCU/Apoio Técnico e Administrativo/Técnica Administrativa/2015 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Nas sociedades antigas, tanto as leis quanto os códigos eram considerados expressões da vontade divina, revelada mediante a imposição de legisladores que dispunham de privilégios dinásticos e de uma legitimidade garantida pela casa sacerdotal. As leis eram objeto de respeito e veneração, e, por serem asseguradas por sanções sobrenaturais, dificilmente o homem primitivo questionava sua validez e sua aplicabilidade. Escreve H. Summer Maine que algumas experiências societárias, ao permitirem o declínio do poder real e o enfraquecimento de monarcas hereditários, acabaram por favorecer a emergência de aristocracias, depositárias da produção legislativa, com capacidade de julgar e de resolver conflitos. Aquele momento inicial de um direito sagrado e ritualizado, expressão das divindades, desenvolveu-se na direção de práticas normativas consuetudinárias. À época do direito consuetudinário, largo período em que não se conheceu a invenção da escrita, uma casta, ou aristocracia, investida do poder judicial, era o único meio que poderia conservar, com algum rigor, os costumes da raça ou da tribo. O costume aparece como expressão da legalidade, de forma lenta e espontânea, instrumentalizada pela repetição de atos, usos e práticas. A invenção e a difusão da técnica da escritura, somadas à compilação de costumes tradicionais, proporcionaram os primeiros códigos da Antiguidade, como o de Hamurábi, o de Manu, o de Sólon e a Lei das XII Tábuas. Constata-se, destarte, que os textos legislados e escritos eram melhores depositários do direito e meios mais eficazes para conservá-lo que a memória de certo número de pessoas, por mais força que tivessem em função de seu constante exercício. Esse direito antigo, tanto no Oriente quanto no Ocidente, não diferenciava, na essência, prescrições civis, religiosas e morais. Somente em tempos mais avançados da civilização é que se começou a distinguir o direito da moral e a religião do direito. Certamente, de todos os povos antigos, foi com os romanos que o direito avançou para uma autonomia diante da religião e da moral. Antônio C. Walker. O direito nas sociedades primitivas. In: Antônio C. Walker (Org.) Fundamentos de história do direito. Belo Horizonte: Del Rey, 2006, p. 19-20 (com adaptações). Com relação a aspectos linguísticos do texto, julgue o item. Sem prejuízo do sentido do texto, o termo “destarte” poderia ser substituído por contudo ou todavia. Certo Errado Questão 110: CEBRASPE (CESPE) - ERSTA (ANTAQ)/ANTAQ/Qualquer Área de Formação/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Alexandria, no Egito, reinou quase absoluta como centro da cultura mundial no período do século III a.C. ao século IV d.C. Sua famosa Biblioteca continha praticamente todo o saber da Antiguidade em cerca de 700.000 rolos de papiro e pergaminho e era frequentada pelos mais conspícuos sábios, poetas e matemáticos. A Biblioteca de Alexandria estava muito próxima do que seentende hoje por Universidade. E faz-se apropriado o depoimento do insigne Carl B. Boyer, em A História da Matemática: “A Universidade de Alexandria evidentemente não diferia muito de instituições modernas de cultura superior. Parte dos professores provavelmente se notabilizou na pesquisa, outros eram melhores como administradores e outros ainda eram conhecidos pela sua capacidade de ensinar.” Em 47 a.C., envolvendo-se na disputa entre a voluptuosa Cleópatra e seu irmão, o imperador Júlio César mandou incendiar a esquadra egípcia ancorada no porto de Alexandria. O fogo se propagou até as dependências da Biblioteca, queimando cerca de 500.000 rolos. Em 640 d.C., o califa Omar ordenou que fossem queimados todos os livros da Biblioteca, utilizando o seguinte o argumento: “ou os livros contêm o que está no Alcorão e são desnecessários ou contêm o oposto e não devemos lê-los.” A destruição da Biblioteca de Alexandria talvez tenha representado o maior crime contra o saber em toda a história da humanidade. Se vivemos hoje a era do conhecimento é porque nos alçamos em ombros de gigantes do passado. A Internet representa um poderoso agente de transformação do nosso modus vivendi et operandi. É um marco histórico, um dos maiores fenômenos de comunicação e uma das mais democráticas formas de acesso ao saber e à pesquisa. Mas, como toda inovação, a Internet tem potencial cuja dimensão não deve ser superdimensionada. Seu conteúdo é fragmentado, desordenado e, além disso, cerca de metade de seus bites é descartável. Jacir J. Venturi. Internet: <www.geometriaanalitica.com.br> (com adaptações). Em relação ao texto acima, julgue o item a seguir. Estaria mantida a correção gramatical do trecho “a Internet tem potencial cuja dimensão não deve ser superdimensionada” caso se empregasse o artigo a antes do substantivo “dimensão”. Certo Errado Questão 111: CEBRASPE (CESPE) - TAmb (ICMBio)/ICMBio/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Na Vila Telebrasília, onde mora, poucos conhecem Abiesel Alves Cavalcanti pelo nome completo. Lá ele é Bisa, o pescador. Há 35 anos, o pernambucano veio atrás do progresso na capital. Acompanhado pelo irmão, trouxe algumas roupas e a tarrafa, sua ferramenta de trabalho. “Eu falei para o mano: se lá tem água, tem peixe. De fome a gente não morre”, lembra Bisa. O Lago Paranoá alimentou toda a sua família, composta de mulher e dez filhos. No começo, quando a pesca com tarrafa era proibida, Bisa saía na madrugada em uma canoa e trabalhava escondido. Depois, quando a captura com malha foi autorizada, ele se destacou entre os colegas. Chegava a voltar com até 300 quilos de peixe na embarcação. Hoje, o lago já não é tão abundante quanto há uma década e meia, mas ele ainda chega com o barco cheio. Entre tilápias, tucunarés, carpas e traíras, soma 250 quilos de peixe por semana e perto de dois mil reais por mês. Bisa rema quase sete horas para chegar até a altura da Ermida Dom Bosco e, às vezes, dorme na mata e retorna para casa só na manhã seguinte. “É uma vida de muito trabalho, mas necessidade eu nunca passei”, diz o pescador. Lilian Tahan. Vivendo de pescaria. In: Veja Brasília, 2/10/2013 (com adaptações). Julgue o próximo item, relativo à ideia e às estruturas linguísticas do texto acima. Com a devida alteração de maiúscula e minúscula, o ponto final imediatamente após a palavra “colegas” (l.5) poderia ser substituído por vírgula, seguida do elemento articulador visto que. Certo Errado Questão 112: CEBRASPE (CESPE) - Ag Adm (MDIC)/MDIC/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Olímpico de Jesus trabalhava de operário numa metalúrgica e ela nem notou que ele não se chamava de “operário” e sim de “metalúrgico”. Macabéa ficava contente com a posição social dele porque também tinha orgulho de ser datilógrafa, embora ganhasse menos que o salário mínimo. Mas ela e Olímpico eram alguém no mundo. “Metalúrgico e datilógrafa” formavam um casal de classe. A tarefa de Olímpico tinha o gosto que se sente quando se fuma um cigarro acendendo-o do lado errado, na ponta da cortiça. O trabalho consistia em pegar barras de metal que vinham deslizando de cima da máquina para colocá-las embaixo, sobre uma placa deslizante. Nunca se perguntara por que colocava a barra embaixo. A vida não lhe era má e ele até economizava um pouco de dinheiro: dormia de graça numa guarita em obras de demolição por camaradagem do vigia. Clarice Lispector. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998, p. 45. Tendo como referência o texto acima, julgue o item que se segue. O sentido original do texto e a sua clareza seriam mantidos caso o pronome “dele” fosse substituído por sua. Certo Errado Questão 113: CEBRASPE (CESPE) - Tec APU (TC-DF)/TC-DF/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Nas formas de vida coletiva, podem assinalar-se dois princípios que se combatem e regulam diversamente as atividades dos homens. Esses dois princípios encarnam-se nos tipos do aventureiro e do trabalhador. Já nas sociedades rudimentares manifestam-se eles, segundo sua predominância, na distinção fundamental entre os povos caçadores ou coletores e os povos lavradores. Para uns, o objeto final, a mira de todo esforço, o ponto de chegada, assume relevância tão capital, que chega a dispensar, por secundários, quase supérfluos, todos os processos intermediários. Seu ideal será colher o fruto sem plantar a árvore. Esse tipo humano ignora as fronteiras. No mundo, tudo se apresenta a ele em generosa amplitude e, onde quer que se erija um obstáculo a seus propósitos ambiciosos, sabe transformar esse obstáculo em trampolim. Vive dos espaços ilimitados, dos projetos vastos, dos horizontes distantes. O trabalhador, ao contrário, é aquele que enxerga primeiro a dificuldade a vencer, não o triunfo a alcançar. O esforço lento, pouco compensador e persistente, que, no entanto, mede todas as possibilidades de esperdício e sabe tirar o máximo proveito do insignificante, tem sentido bem nítido para ele. Seu campo visual é naturalmente restrito. A parte maior do que o todo. Existe uma ética do trabalho, como existe uma ética da aventura. Assim, o indivíduo do tipo trabalhador só atribuirá valor moral positivo às ações que sente ânimo de praticar e, inversamente, terá por imorais e detestáveis as qualidades próprias do aventureiro — audácia, imprevidência, irresponsabilidade, instabilidade, vagabundagem — tudo, enfim, quanto se relacione com a concepção espaçosa do mundo, característica desse tipo. Por outro lado, as energias e esforços que se dirigem a uma recompensa imediata são enaltecidos pelos aventureiros; as energias que visam à estabilidade, à paz, à segurança pessoal e aos esforços sem perspectiva de rápido proveito material passam-lhes, ao contrário, por viciosos e desprezíveis. Nada lhes parece mais estúpido e mesquinho do que o ideal do trabalhador. Sérgio Buarque de Holanda. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. Com base no texto, julgue o item. As expressões “Para uns” (linha 3) e “Esse tipo humano” (linha 5) remetem, respectivamente, aos indivíduos aventureiros e aos indiv íduos lavradores. Certo Errado Questão 114: CEBRASPE (CESPE) - Ag Adm (PF)/PF/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Embora não tivessem ficado claras as fontes geradoras de quebras da paz urbana, o fenômeno social marcado pelos movimentos populares que tomaram as ruas das grandes cidades brasileiras, em 2013, parecia tendente a se agravar. As vítimas das agressões pessoais viram desprotegidas a paz e a segurança, direitos sagrados da cidadania. Todos foram prejudicados. Pôde-se constatar que, em outras partes do mundo, fenômenossociais semelhantes também ocorreram. Lá como cá, diferentes tipos de ação atingiram todo o grupo social, gerando vítimas e danos materiais. Nem sempre a intervenção das forças do Estado foi suficiente para evitar prejuízos. Do ponto de vista global, notou-se que a quebra da ordem foi provocada em situações diversas e ora tornou mais graves as distorções do direito, ora espalhou a insegurança coletivamente. Em qualquer das hipóteses, a população dos vários locais atingidos viu-se envolvida em perdas crescentes. Internet: <www1.folha.uol.com.br> (com adaptações). Considerando as ideias e as estruturas linguísticas do texto, julgue o item. Os termos “Lá” e “cá” são utilizados como recursos para expressar circunstância de lugar, o primeiro referindo-se a “outras partes do mundo” e o segundo, ao Brasil. Certo Errado Questão 115: CEBRASPE (CESPE) - Cont (MTE)/MTE/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Saiu finalmente a conta da contribuição da nova classe média brasileira — aquela que, na última década, ascendeu ao mercado de consumo, como uma avalanche de quase 110 milhões de cidadãos. Uma pesquisa do Serasa Experian mostrou que o pelotão formado por essa turma, que se convencionou chamar de classe C, estaria no grupo das 20 maiores nações no consumo mundial, caso fosse classificado como um país. Juntos, os milhares de neocompradores movimentam quase R$ 1,2 trilhão ao ano. Isso é mais do que consome a população inteira de uma Holanda ou uma Suíça, para ficar em exemplos do primeiro mundo. Não por menos, tal massa de compradores se converteu na locomotiva da economia brasileira e em alvo preferido das empresas. Com mais crédito e programas sociais, em especial o Bolsa Família, os emergentes daqui saíram às lojas e estão gradativamente se tornando mais e mais criteriosos em suas aquisições. Carlos José Marques. A classe C é G20. Internet: <www.istoedinheiro.com.br> (com adaptações). No que se refere aos aspectos linguísticos e às ideias do texto acima, julgue o próximo item. O vocábulo “aquela” refere-se à expressão “nova classe média brasileira”. Certo Errado Questão 116: CEBRASPE (CESPE) - TRSPT (ANATEL)/ANATEL/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) No começo dos tempos, as pessoas precisavam aproveitar o período em que o Sol estava radiante para praticar suas atividades diárias. Com o passar dos anos, essa diferenciação entre dia para agir e noite para dormir foi ficando menos evidente. Isso porque o advento da iluminação e, mais precisamente, da iluminação pública, permitiu que as pessoas desfrutassem mais da noite e deixou as cidades mais seguras e bonitas. Dos lampiões a querosene aos leds, a evolução da iluminação contribuiu para a transformação das cidades e dos hábitos das pessoas. Desde a Idade Média, os seres humanos vinham tentando resolver o problema da escuridão com velas e outros artefatos. Nesse período, eram usadas tochas com fibras torcidas e impregnadas com material inflamável. Foi, sobretudo, no século XV que a iluminação pública se tornou uma preocupação nas cidades. A história indica que, em 1415, na Inglaterra, a iluminação surgiu como uma solução para amenizar a violência e, principalmente, os roubos a comerciantes, que aconteciam com frequência na região. Não é à toa que especialistas consideram a iluminação como uma grande aliada das cidades na luta contra a violência urbana, já que é uma grande inibidora de atos de vandalismo, roubo e agressões. Internet: <http://www.osetoreletrico.com.br> (com adaptações). Considerando as ideias e os aspectos linguísticos do texto acima, julgue o item a seguir. Seriam mantidas a coerência e a correção gramatical do texto caso se substituísse “já que” por qualquer uma das seguintes expressões: dado que, visto que, uma vez que. Certo Errado Questão 117: CEBRASPE (CESPE) - Eng (SUFRAMA)/SUFRAMA/Engenharia de Operações/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Com efeito, a habitação em cidades é essencialmente antinatural, associa-se a manifestações do espírito e da vontade, na medida em que esses se opõem à natureza. Para muitas nações conquistadoras, a construção de cidades foi o mais decisivo instrumento de dominação que conheceram. Max Weber mostra admiravelmente como a fundação de cidades representou, para o Oriente Próximo e particularmente para o mundo helenístico e para a Roma imperial, o meio específico de criação de órgãos locais de poder, acrescentando que o mesmo fenômeno se verifica na China, onde, ainda durante o século passado, a subjugação das tribos miaotse pode ser relacionada à urbanização de suas terras. E não foi sem boas razões que esses povos usaram de semelhante recurso, pois a experiência tem demonstrado que ele é, entre todos, o mais duradouro e eficiente. As fronteiras econômicas estabelecidas no tempo e no espaço pelas fundações de cidades no Império Romano tornaram-se também as fronteiras do mundo que mais tarde ostentaria a herança da cultura clássica. Sérgio Buarque de Holanda. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995 (com adaptações). Julgue o seguinte item, relativo às ideias e aos aspectos semânticos do texto apresentado. Sem prejuízo do sentido original do texto, a expressão “na medida em que” poderia ser substituída por à medida que. Certo Errado Questão 118: CEBRASPE (CESPE) - TBN (CEF)/CEF/Administrativa/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) A moeda, como hoje é conhecida, é o resultado de uma longa evolução. No início, não havia moeda, praticava-se o escambo. Algumas mercadorias, pela sua utilidade, passaram a ser mais procuradas do que outras. Aceitas por todos, assumiram a função de moeda, circulando como elemento trocado por outros produtos e servindo para avaliar-lhes o valor. Eram as moedas-mercadorias. O gado, principalmente o bovino, foi dos mais utilizados. O sal foi outra moeda- mercadoria; de difícil obtenção, era muito utilizado na conservação de alimentos. Ambas deixaram marca de sua função como instrumento de troca no vocabulário português, em palavras como pecúnia e pecúlio, capital e salário. Com o passar do tempo, as mercadorias se tornaram inconvenientes às transações comerciais, devido à oscilação de seu valor, pelo fato de não serem fracionáveis e por serem facilmente perecíveis, o que não permitia o acúmulo de riquezas. Surgiram, então, no século VII a.C., as primeiras moedas com características semelhantes às das atuais: pequenas peças de metal com peso e valor definidos e com a impressão do cunho oficial, isto é, a marca de quem as emitiu e garante o seu valor. Os primeiros metais utilizados na cunhagem de moedas foram o ouro e a prata. O emprego desses metais se impôs, não só por sua raridade, beleza, imunidade à corrosão e por seu valor econômico, mas também por antigos costumes religiosos. Durante muitos séculos, os países cunharam em ouro suas moedas de maior valor, reservando a prata e o cobre para os valores menores. Esses sistemas se mantiveram até o final do século XIX, quando o cuproníquel e, posteriormente, outras ligas metálicas passaram a ser empregados e a moeda passou a circular pelo seu valor extrínseco, isto é, pelo valor gravado em sua face, que independe do metal nela contido. Na Idade Média, surgiu o costume de guardar os valores com um ourives, pessoa que negociava objetos de ouro e prata e que, como garantia, entregava um recibo. Esse tipo de recibo passou a ser utilizado para efetuar pagamentos, circulando de mão em mão, e deu origem à moeda de papel. Com o tempo, da forma como ocorreu com as moedas, os governos passaram a conduzir a emissão de cédulas, controlando as falsificações e garantindoo poder de pagamento. Atualmente, quase todos os países possuem bancos centrais, encarregados das emissões de cédulas e moedas. Internet: <www.bcb.gov.br> (com adaptações). Julgue o próximo item, relativo às ideias expressas no texto ao lado e a aspectos linguísticos desse texto. Em “servindo para avaliar-lhes o valor”, o pronome “lhes”, que retoma “outros produtos”, equivale, em sentido, ao pronome seu. Certo Errado Questão 119: CEBRASPE (CESPE) - TRSPT (ANATEL)/ANATEL/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) A palavra comunicação significa normalmente o ato de tornar comum a muitos. A partir do século XVII (até o século XIX), ganhou projeção a expressão meio ou linhas de comunicação, designando as facilidades trazidas pelo desenvolvimento das ferrovias, canais e rodovias no deslocamento de pessoas e objetos. Do século XIX ao século XX, o sentido da palavra se aproximou cada vez mais daquilo que hoje pode ser chamado de mídia (meios pelos quais se passa informação e se mantém o contato mediado, indireto). Foi a partir desse momento que a indústria da comunicação (transporte de bens simbólicos) separou-se semanticamente da indústria de transportes (transporte de bens físicos e pessoas). É importante ressaltar que o termo comunicação carrega, no mundo moderno, as marcas de sua ambiguidade original (tornar comum a muitos, partilhar, trocar). Nesse sentido, quando se fala em comunicação face a face ou interativa, pode-se dizer que se trata de troca e partilha, mas quando se fala de comunicação mediada, como rádio e TV, destaca-se consideravelmente a sua função de tornar comum a muitos. Pierre Bordieu. Questões de sociologia e comunicação. FAPESP, ANABLUME, 2007, p. 42-3 (com adaptações). No que se refere às ideias e a aspectos linguísticos do texto acima, julgue o próximo item. O segundo período do primeiro parágrafo poderia ser reescrito, com coerência e correção gramatical, da seguinte forma: Ganhou projeção a expressão meio ou linhas de comunicação, a partir do século XVII (até o século XIX), onde passa a especificar as facilidades trazidas pelo desenvolvimento das ferrovias, canais e rodovias no deslocamento de pessoas e objetos. Certo Errado Questão 120: CEBRASPE (CESPE) - APF/PF/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Hoje, todos reconhecem, porque Marx impôs esta demonstração no Livro II d’O Capital, que não há produção possível sem que seja assegurada a reprodução das condições materiais da produção: a reprodução dos meios de produção. Qualquer economista, que neste ponto não se distingue de qualquer capitalista, sabe que, ano após ano, é preciso prever o que deve ser substituído, o que se gasta ou se usa na produção: matéria-prima, instalações fixas (edifícios), instrumentos de produção (máquinas) etc. Dizemos: qualquer economista é igual a qualquer capitalista, pois ambos exprimem o ponto de vista da empresa. Louis Althusser. Ideologia e aparelhos ideológicos do Estado. 3.ª ed. Lisboa: Presença, 1980 (com adaptações). Julgue o item a seguir, a respeito dos sentidos do texto acima. O trecho “que não há produção possível (...) dos meios de produção” (l. 1 a 2) é a demonstração a que se refere a expressão “esta demonstração” (l.1). Certo Errado Questão 121: CEBRASPE (CESPE) - AAPU (TC-DF)/TC-DF/Serviços Técnicos e Administrativos/Sistemas de TI/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) O Programa Ciência sem Fronteiras, lançado em 2011, busca promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e tecnologia brasileiras, com inovação e competitividade, por meio do intercâmbio comoutros países. No âmbito do programa, serão concedidas, até 2015, mais de 100 mil bolsas de estudos no exterior para estudantes de graduação e pós-graduação. O Ciência sem Fronteiras também pretende atrair pesquisadores do exterior interessados em trabalhar no Brasil. Esse incentivo torna-se imperativo no início do século XXI, devido à extrema velocidade com que ciência e tecnologia se desenvolvem. Há décadas, países como China e Índia têm enviado estudantes para países centrais, com resultados muito positivos. Provavelmente, o programa brasileiro vai acelerar a mobilidade internacional e proporcionar avanços na ciência brasileira. Essa iniciativa louvável talvez inspire outras não menos importantes — como o estímulo à mobilidade nacional de estudantes —, que ainda são incipientes. Estudantes do Acre, de Rondônia ou do Maranhão certamente seriam beneficiados com a estada de um ano em universidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Da mesma forma, alunos de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília se beneficiariam com uma temporada no Acre, em Rondônia ou no Maranhão. Essa troca de experiências seria um instrumento de coesão e compreensão dos diferentes aspectos culturais e de problemas comuns e específicos de diferentes regiões brasileiras. Isaac Roitman. Brasil sem fronteiras. In: Revista DARCY. Brasília: UnB, n.º 11, jun.-jul./2012, p. 7 (com adaptações). Julgue o item, no que se refere às ideias e aos aspectos linguísticos do texto acima. O pronome “que” tem como referente o termo “estudantes”. Certo Errado Questão 122: CEBRASPE (CESPE) - TAmb (ICMBio)/ICMBio/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Na Vila Telebrasília, onde mora, poucos conhecem Abiesel Alves Cavalcanti pelo nome completo. Lá ele é Bisa, o pescador. Há 35 anos, o pernambucano veio atrás do progresso na capital. Acompanhado pelo irmão, trouxe algumas roupas e a tarrafa, sua ferramenta de trabalho. “Eu falei para o mano: se lá tem água, tem peixe. De fome a gente não morre”, lembra Bisa. O Lago Paranoá alimentou toda a sua família, composta de mulher e dez filhos. No começo, quando a pesca com tarrafa era proibida, Bisa saía na madrugada em uma canoa e trabalhava escondido. Depois, quando a captura com malha foi autorizada, ele se destacou entre os colegas. Chegava a voltar com até 300 quilos de peixe na embarcação. Hoje, o lago já não é tão abundante quanto há uma década e meia, mas ele ainda chega com o barco cheio. Entre tilápias, tucunarés, carpas e traíras, soma 250 quilos de peixe por semana e perto de dois mil reais por mês. Bisa rema quase sete horas para chegar até a altura da Ermida Dom Bosco e, às vezes, dorme na mata e retorna para casa só na manhã seguinte. “É uma vida de muito trabalho, mas necessidade eu nunca passei”, diz o pescador. Lilian Tahan. Vivendo de pescaria. In: Veja Brasília, 2/10/2013 (com adaptações). Julgue o próximo item, relativo à ideia e às estruturas linguísticas do texto acima. O vocábulo “mas” (l.6) é um elemento coesivo que introduz relação de conclusão entre a informação expressa no período de que faz parte e a informação expressa no período que o antecede. Certo Errado Questão 123: CEBRASPE (CESPE) - TBN (CEF)/CEF/Tecnologia da Informação/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Empresas reclamam da falta de profissionais qualificados na área de tecnologia da informação Enquanto aumenta o ritmo de inovação tecnológica no país e cresce a aplicação da informática nos mais diversos setores da sociedade, formam-se cerca de 30 mil profissionais por ano em áreas ligadas à tecnologia da informação e comunicação (TIC). Ainda assim, as empresas reclamam da falta de profissionais. “Temos uma janela de oportunidades em TIC no país. O que falta é gente qualificada”, alerta Pier Carlo Sola, diretor-presidente de um parque tecnológico pernambucano que abriga 68 empresas da área. Apesar de não haver estatísticas que revelem a expansão do setor, especialistas estimam o crescimentoem torno de 10% ao ano. Com isso, a não regulamentação das profissões ligadas à computação torna ainda mais acirrada a disputa por vagas e delega ao mercado a seleção do bom profissional. “Independentemente da formação, o profissional de TIC tem de estar comprometido com o aprendizado contínuo e interessado em trabalhar com gestão de projetos, saber se comunicar e trabalhar em diversas equipes”, diz o gerente de carreiras Marcos Vono. Essa é uma carreira multifacetada, que encontra espaço em consultorias, cooperativas, grandes empresas, locais que terceirizam mão de obra ou no empreendedorismo. “O profissional tem de ter visão do negócio e conhecer a realidade da empresa que atende, senão ficará sem emprego”, alerta Ivair Rodrigues, agente de pesquisa em tecnolog ia da informação (TI). Segundo o cadastro das instituições de educação superior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, há 1.021 cursos superiores ligados a computação, informática, TI e análise de sistemas. “Mas só metade dos alunos tem formação adequada, ou seja, de 12 mil a 16 mil novos profissionais precisam passar por uma requalificação logo que saem da universidade para poder entrar no mercado de trabalho”, diz Pier Carlo Sola. Internet: <www1.folha.uol.com.br> (com adaptações). Com base nas informações veiculadas no texto acima, em sua estrutura e em seus aspectos gramaticais, julgue o próximo item. No trecho ‘o profissional de TIC tem de estar comprometido com o aprendizado contínuo e interessado em trabalhar com gestão de projetos’ , o termo ‘interessado’ qualifica ‘o aprendizado’. Certo Errado Questão 124: CEBRASPE (CESPE) - AL (CAM DEP)/CAM DEP/Área VIII/Consultor Legislativo/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Em episódio que não sei mais se se estuda na História do Brasil, pois nem mesmo sei se ainda se estuda História do Brasil, nos contavam, às vezes com admiração, que D. Pedro, o da Independência, irritado com a primeira Assembleia Constituinte brasileira, por ele considerada folgada e ousada, encerrou a brincadeira e outorgou a Constituição do novo Estado. Decerto a razão não é esta, é antes um sintoma, mas vejo aí um momento exemplar da tradição de encarar o Estado (que, na conversa, chamamos de “governo”) como nosso mestre e os nossos direitos como por ele dadivados. Os governantes não são mandatários ou representantes nossos, mas patrões ou chefes. Claro, há muito que discutir sobre o conceito de praticamente cada palavra que vou usar — isto sempre, de alguma forma, é possível —, mas vamos fingir que existe consenso sobre elas, não há de fazer muito mal agora. Nunca, de fato, tivemos democracia. E a República não trouxe nenhuma mudança efetivamente básica para o povo brasileiro, nenhuma revolução ou movimento o fez. Tudo continua como era dantes, só que os defeitos, digamos, de fábrica, vão piorando com o tempo e ficam cada vez mais difíceis de consertar. Alguns, na minha lúgubre opinião, jamais terão reparo, até porque a Humanidade, pelo menos como a conhecemos, deve acabar antes. João Ubaldo Ribeiro. A gente se acostuma a tudo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2006, p. 113-4 (com adaptações). Em relação ao trecho acima reproduzido, julgue o item que se segue. O pronome “o”, na oração “nenhuma revolução ou movimento o fez”, remete à ideia expressa no predicado da oração imediatamente anterior. Certo Errado Questão 125: CEBRASPE (CESPE) - AnaTA MDIC/MDIC/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) O Congresso Nacional 1 aprovou, em novembro de 2011, o Plano Brasil Maior, a política industrial do governo federal para os anos de 2011 a 2014. O plano cria possibilidades de uma mudança significativa na estrutura tributária brasileira, incentivando a competitividade da indústria nacional, especialmente no caso de estados de vocação exportadora como Minas Gerais. Minas é o segundo estado que mais vende para o exterior, com uma participação que alcança em torno de 15% das vendas externas brasileiras. Até outubro de 2011, o estado acumulou superávit comercial de US$ 23,7 bilhões, o maior valor observado entre todas as demais unidades da Federação. As exportações alcançaram o volume de US$ 34,1 bilhões. Uma medida significativa do plano é a previsão de devolução, ao exportador, de 3% da receita obtida com a venda de bens industrializados para o exterior. As empresas terão direito à devolução em espécie ou poderão usar os recursos devolvidos para abater débitos referentes a outros tributos com a União. Outra medida expressiva é a desoneração da folha de pagamentos de setores intensivos em mão de obra, como confecções, calçados e softwares, que concentram em Minas percentuais relevantes do total de postos de trabalho ofertados no país: cerca de 11,5%, 8,1% e 8,0%, respectivamente. Até 2014, esses setores deixarão de pagar a alíquota de 20% da contribuição patronal para a previdência social, que será substituída por um percentual cobrado sobre a receita da empresa. O governo deixa, assim, de onerar a criação de empregos para incentivar as contratações e a formalização. Também serão beneficiados pela medida os setores de couro, empresas de call center e empresas de transporte público coletivo urbano. Fernando Pimentel. In: Estado de Minas, 1.º/12/2011 (com adaptações). Julgue o item que se segue, relativo a aspectos linguísticos do texto. As expressões “em novembro de 2011”, “Até outubro de 2011” e “Até 2014”, empregadas como elementos coesivos no texto, referem-se a períodos de adoção, pelo governo, de medidas relativas à alteração da estrutura de cobrança de tributos. Certo Errado Questão 126: CEBRASPE (CESPE) - TBN (CEF)/CEF/Tecnologia da Informação/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Tecnologia da informação Com a popularização dos computadores e o desenvolvimento da microeletrônica, a palavra informação adquiriu um significado diferente. Até então, o seu sentido estava restrito à transmissão de dados acerca de alguém ou de algo, geralmente notícias de fatos que chegavam ao receptor com certa defasagem temporal. Na década de 50 do século passado, a comunicação entre duas pessoas, cada uma situada em um país ou estado diferente, só era possível por meio de telefone, telex ou correios; naquele tempo, ainda não existia a comunicação via satélite, nem Internet, telefone celular etc. Nos dias de hoje, informação tem um significado que está invariavelmente associado, mesmo que inconscientemente, à velocidade, à tecnologia, ao tempo e ao espaço. As noções de tempo e espaço se alteram radicalmente. Com o aperfeiçoamento das telecomunicações e com o advento das novas tecnologias da informação, o tempo agora é tempo real e o que era distante vai tornando-se paulatinamente mais próximo. Para ilustrar, basta lembrar que, no Brasil, quando ainda era uma novidade completa a realização de operações nos caixas automáticos dos bancos, as pessoas ficavam surpresas e um tanto quanto embaraçadas com a possibilidade de interagir diretamente com uma máquina, sem precisar recorrer a um funcionário especializado do banco. Atualmente, é algo inteiramente normal o cidadão comum sacar dinheiro com seu cartão magnético e fazer todas as suas transações bancárias em um mesmo lugar, em uma máquina que fornece automaticamente, em tempo real, toda e qualquer informação a respeito da sua movimentação financeira. Nisso repousa o grande fascínio da tecnologia da informação (TI), ou seja, tornar acessíveis produtos e serviços de elevado conteúdo tecnológico, assimilados com relativa facilidade pelo usuário, mas cuja concepção é extremamente complexa, fruto da aplicação intensiva do saber científico em coisas que tornam mais prática e prazerosa a existência humana. Em um ambientetecnológico em permanente transformação, inundado por novos produtos, serviços e descobertas, ficar atualizado acerca de todos esses novos conhecimentos é praticamente impossível. Assim, existe uma intensa pressão sobre o indivíduo para que se mantenha em dia com o “ritmo geral”. A necessidade de atualização contínua é válida e indispensável, tanto no plano pessoal como no âmbito das organizações. Para estas, a TI fornece as possibilidades de permanente atualização e integração dos negócios, visto que potencializa o processo de difusão, disseminação e transferência de informações. Benjamin de Medeiros Vale. Tecnologia da informação no contexto organizacional. In: Revista Ciência da Informação, v. 25, n.º 1, 1996 (com adaptações). Considerando as informações veiculadas no texto acima, bem como a estrutura e aspectos gramaticais desse texto, julgue o item a seguir. No trecho “o que era distante”, subentende-se a palavra “tempo”: o tempo que era distante. Certo Errado Questão 127: CEBRASPE (CESPE) - TAmb (ICMBio)/ICMBio/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) As palavras estampadas na bandeira nacional poderiam receber o complemento de um adjetivo, diante do arcabouço de ideias e discussões que tratam do futuro do planeta. A depender da contribuição de especialistas em desenvolvimento sustentável da Universidade de Brasília, o lema de 1889, inspirado nos conceitos positivistas do francês Augusto Comte, teria a seguinte redação: “Ordem e um Novo Progresso”. Essa renovação de ideias, entretanto, precisa do apoio das novas gerações, pois o cenário mundial atual, e do Brasil em particular, é muito diferente do registrado há duas décadas, por exemplo. Na configuração geopolítica do século XXI, a supremacia dos Estados Unidos da América e da Europa é confrontada pelo dinamismo econômico de nações como a China, Índia, África do Sul e o próprio Brasil. O sobe e desce na disputa por espaço em debates estratégicos em nível internacional deu maior peso à palavra de países em desenvolvimento nas questões da sustentabilidade. João Campos. Uma nova educação para um novo progresso. In: Revista Darcy, jun./2012 (com adaptações). Acerca dos aspectos estruturais e interpretativos do texto acima, julgue o item a seguir. Na linha 4, a substituição do vocábulo “entretanto” pelo vocábulo portanto não acarretaria mudança de significado no período em questão. Certo Errado Questão 128: CEBRASPE (CESPE) - AA (ICMBio)/ICMBio/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) De acordo com uma lista da International Union for the Conservation of Nature, o Brasil é o país com o maior número de espécies de aves ameaçadas de extinção, com um total de 123 espécies sofrendo risco real de desaparecer da natureza em um futuro não tão distante. A Mata Atlântica concentra cerca de 80% de todas as aves ameaçadas no país, fato que resulta de muitos anos de exploração e desmatamentos. Atualmente, restam apenas cerca de 10% da floresta original, não sendo homogênea essa proporção de floresta remanescente ao longo de toda a Mata Atlântica. A situação é mais séria na região Nordeste, especialmente nos estados de Alagoas e Pernambuco, onde a maior parte da floresta original foi substituída por plantações de cana-de-açúcar. É nessa região que ainda podem ser encontrados os últimos exemplares das aves mais raras em todo o país, como o criticamente ameaçado limpa-folha-do-nordeste (Philydor novaesi). Essa pequena ave de dezoito centímetros vive no estrato médio e dossel de florestas bem conservadas e ricas em bromélias, onde procura artrópodes dos quais se alimenta. Atualmente, as duas únicas localidades onde a espécie pode ser encontrada são a Estação Ecológica de Murici, em Alagoas, e a Serra do Urubu, em Pernambuco. Pedro F. Develey et al. O Brasil e suas aves. In: Scientific American Brasil, 2013 (com adaptações). Julgue o item seguinte, relativo às ideias e aos aspectos estruturais do texto acima. A correção gramatical e o sentido original do texto seriam preservados caso o vocábulo “onde” fosse substituído pela expressão em que. Certo Errado Questão 129: CEBRASPE (CESPE) - TAmb (ICMBio)/ICMBio/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) O ABCerrado e a Matomática (“matemática do mato”), metodologias criadas por um professor da UnB, apoiam-se em dois princípios: o da elevação da autoestima de alunos e professores e o do envolvimento com o meio ambiente para a construção, de forma lúdica e interdisciplinar, da cidadania e do respeito mútuo. “Fazemos a aproximação por meio de elementos do contexto onde as crianças estão inseridas. As atividades de leitura, interpretação e escrita associam-se ao tema do cerrado na forma de poesias, música, desenho, pintura e jogos”, explica uma professora da Faculdade de Educação da UnB. Atualmente, a universidade trabalha para expandir a aplicação do ABCerrado na rede de ensino do DF. “Ainda prevalece uma visão conservadora sobre o que é educação”, conta a professora. “A natureza possui uma dimensão formadora. Isso subverte a forma de se tratar a relação entre o ser humano e o me io ambiente no cerne de um processo educativo. Não se trata de educar o ser humano para o domínio e a apropriação da natureza, mas de educar a humanidade para ser capaz de trocar e de aprender com ela”, completa. João Campos. O ABC do cerrado. In: Revista Darcy, jun./2012 (com adaptações) Com relação aos aspectos linguísticos e aos sentidos do texto acima, julgue o item subsequente. Na linha 3, a substituição do vocábulo ‘onde’ pela expressão no qual não comprometeria nem a sintaxe nem a significação do período de que o referido vocábulo faz parte. Certo Errado Questão 130: CEBRASPE (CESPE) - Tec APU (TC-DF)/TC-DF/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Nas formas de vida coletiva, podem assinalar-se dois princípios que se combatem e regulam diversamente as atividades dos homens. Esses dois princípios encarnam-se nos tipos do aventureiro e do trabalhador. Já nas sociedades rudimentares manifestam-se eles, segundo sua predominância, na distinção fundamental entre os povos caçadores ou coletores e os povos lavradores. Para uns, o objeto final, a mira de todo esforço, o ponto de chegada, assume relevância tão capital, que chega a dispensar, por secundários, quase supérfluos, todos os processos intermediários. Seu ideal será colher o fruto sem plantar a árvore. Esse tipo humano ignora as fronteiras. No mundo, tudo se apresenta a ele em generosa amplitude e, onde quer que se erija um obstáculo a seus propósitos ambiciosos, sabe transformar esse obstáculo em trampolim. Vive dos espaços ilimitados, dos projetos vastos, dos horizontes distantes. O trabalhador, ao contrário, é aquele que enxerga primeiro a dificuldade a vencer, não o triunfo a alcançar. O esforço lento, pouco compensador e persistente, que, no entanto, mede todas as possibilidades de esperdício e sabe tirar o máximo proveito do insignificante, tem sentido bem nítido para ele. Seu campo visual é naturalmente restrito. A parte maior do que o todo. Existe uma ética do trabalho, como existe uma ética da aventura. Assim, o indivíduo do tipo trabalhador só atribuirá valor moral positivo às ações que sente ânimo de praticar e, inversamente, terá por imorais e detestáveis as qualidades próprias do aventureiro — audácia, imprevidência, irresponsabilidade, instabilidade, vagabundagem — tudo, enfim, quanto se relacione com a concepção espaçosa do mundo, característica desse tipo. Por outro lado, as energias e esforços que se dirigem a uma recompensa imediata são enaltecidos pelos aventureiros; as energias que visam à estabilidade, à paz, à segurança pessoal e aos esforçossem perspectiva de rápido proveito material passam-lhes, ao contrário, por viciosos e desprezíveis. Nada lhes parece mais estúpido e mesquinho do que o ideal do trabalhador. Sérgio Buarque de Holanda. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. Com base no texto, julgue o item. O termo “Já”, em “Já nas sociedades rudimentares manifestam-se eles, segundo sua predominância, na distinção fundamental entre os povos caçadores ou coletores e os povos lavradores” (linhas 2 e 3), é empregado com sentido temporal, razão por que o segmento “Já nas” poderia ser corretamente substituído por Desde as. Certo Errado Questão 131: CEBRASPE (CESPE) - Ag Adm (CADE)/CADE/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Ninguém sabia, nem pretendia saber, por que ou como Lanebbia e seus associados se interessavam por um bando de maníacos como nós, gente estranha, supostamente inteligente, que passava horas lendo ou discutindo inutilidades. Gente, dizia-se, que brilharia no corpo docente de qualquer universidade; especialistas que qualquer editora contrataria por somas astronômicas (certos astros não são muito grandes). Era um enigma também para nós; mas, lamentações à parte, sabíamos de nossa incompetência, também astronômica (alguns astros são bastante grandes), para lidar com contratos, chefes, prazos e, sobretudo, reivindicações salariais. Tínhamos, além disso, algumas doenças comuns a todo o grupo, ou quase todo: a bibliomania mais crônica que se possa imaginar, uma paixão neurótico deliquencial por textos antigos, que nos levava frequentemente a visitas subservientes a párocos, conventos, igrejas e colégios. Procurávamos criar relacionamentos que facilitassem o acesso a qualquer velharia escrita. Que poderia estar esperando por nós, por que não?, desde séculos, ou décadas. Conhecíamos armários, sótãos, porões e cofres de sacristias, bibliotecas, batistérios ou cenáculos, bem melhor do que seus proprietários ou curadores. Tínhamos achado preciosidades que muitos colecionadores cobiçariam. Descobrir esses esconderijos era uma espécie de hobby nosso nos fins de semana, quando saíamos atrás de boa comida, bons vinhos e velhos escritos. Isaias Pessotti. Aqueles cães malditos de Arquelau. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1993, p. 11 (com adaptações). Julgue o item a seguir, relativo às estruturas linguísticas e às ideias do texto acima. Seria mantida a correção gramatical do texto caso a expressão “melhor do que” fosse substituída por melhor que. Certo Errado Questão 132: CEBRASPE (CESPE) - AAmb (ICMBio)/ICMBio/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Construímos coisas o tempo todo, mas como saberemos quanto tempo vão durar? Se construirmos depósitos para resíduos nucleares, precisaremos ter certeza de que os contêineres vão resistir até que o material dentro deles não mais seja perigoso. E, se não quisermos encher o planeta de lixo, é bom sabermos quanto tempo leva para que plásticos e outros materiais se decomponham. A única forma de termos certeza é submetendo esses materiais a testes de estresse por cerca de 100 mil anos para ver como reagem. Então, poderíamos aprender a construir coisas que realmente duram — ou que se decompõem de uma forma “verde”. Experimentos submeteriam materiais ao desgaste e a ataques químicos, como variações de alcalinidade, e, ainda, alterariam a temperatura ambiente para simular os ciclos de dia e noite e das estações. Com as técnicas de simulação em laboratórios de que dispomos atualmente, por exemplo, não se pode prever como será o desempenho da bateria de um carro elétrico nos próximos quinze anos. As simulações de computador podem, por fim, tornar-se sofisticadas a ponto de substituir experimentos de longo prazo. Enquanto isso, no entanto, precisamos adotar cautela extra ao construirmos coisas que precisam durar. Kristin Persson. Como os materiais se decompõem? In: Scientific American Brasil, s/d, 2013 (com adaptações). Acerca de aspectos estruturais do texto acima e das ideias nele contidas, julgue o item a seguir. A expressão “no entanto” poderia ser substituída pelo vocábulo entretanto, sem que houvesse prejuízo à correção gramatical e ao sentido do texto. Certo Errado Questão 133: CEBRASPE (CESPE) - Ag Adm (MTE)/MTE/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) É importante fazer uma diferenciação das expressões relação de trabalho e relação de emprego. A expressão relação de trabalho representa o gênero, do qual a relação de emprego é uma espécie. Podemos dizer que o gênero “relação de trabalho” engloba, além da relação de emprego, outras formas de prestação/realização de trabalho como o trabalho voluntário, o trabalho autônomo, o trabalho portuário avulso, o trabalho eventual, o trabalho institucional e o trabalho realizado pelo estagiário. Assim, toda relação de emprego (espécie) é uma relação de trabalho, mas nem toda relação de trabalho é uma relação de emprego. Para compreendermos o alcance das expressões relação de trabalho e relação de emprego, é importante termos claro o alcance de alguns termos utilizados no nosso cotidiano. Por exemplo, a carteira de trabalho e previdência social (CTPS) está ligada à relação de trabalho subordinado que corresponde ao vínculo de emprego. Nem todos os tipos de relações de trabalho são registrados na CTPS, mas todos os tipos de relação de emprego são registrados no referido documento. Ricardo Jahn. Relação de emprego e de trabalho - diferenciação. In: O Sul, set./2010 (com adaptações). Acerca dos aspectos linguísticos e das ideias do texto acima, julgue o item a seguir. Caso se substituísse o conectivo “mas” (l.5) por no entanto, seriam mantidos a correção gramatical e o sentido do texto. Certo Errado Questão 134: CEBRASPE (CESPE) - TL (CAM DEP)/CAM DEP/Agente de Polícia Legislativa/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Julgue o item subsequente, relativo ao diálogo entre os personagens Calvin e sua professora, Dona Doroteia, apresentado na tirinha acima. No terceiro quadrinho, a expressão “Sendo assim” poderia, sem prejuízo para a correção e a coerência do texto, ser substituída por qualquer um dos seguintes conectores: Portanto, Por conseguinte, Conquanto. Certo Errado Questão 135: CEBRASPE (CESPE) - Ag Adm (MTE)/MTE/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Nos últimos cinquenta anos, um dos fatos mais marcantes ocorrido na sociedade brasileira foi a inserção crescente das mulheres na força de trabalho. Esse contínuo crescimento da participação feminina é explicado por uma combinação de fatores econômicos e culturais. Primeiro, o avanço da industrialização transformou a estrutura produtiva, e a queda das taxas de fecundidade proporcionou o aumento das possibilidades de as mulheres encontrarem postos de trabalho na sociedade. Segundo, a rebelião feminina do final dos anos 60 do século passado, nos Estados Unidos da América e na Europa, chegou às nossas terras e fez ressurgir o movimento feminista nacional, aumentando a visibilidade política das mulheres na sociedade brasileira. Esse sucesso influenciou o comportamento e os valores sociais das mulheres, visto que proporcionou alterações na formação da identidade feminina. A redefinição dos papéis femininos aconteceu em todas as classes sociais e elevou a taxa de participação feminina no mundo do trabalho e da política. Internet: <www.mte.gov.br> (com adaptações). No que se refere ao texto acima, julgue o próximo item. Os termos “Nos últimos cinquenta anos” (l.1), “Primeiro” (l.2) e “Segundo” (l.4) contribuem para a progressão das ideias no texto. Certo Errado Questão136: CEBRASPE (CESPE) - Med (CEF)/CEF/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Campos achava grande prazer na viagem que íamos fazendo em trem de ferro. Eu confessava-lhe que tivera maior gosto quando ali ia em caleças tiradas a burros, umas atrás das outras, não pelo veículo em si, mas porque ia vendo, ao longe, cá embaixo, aparecer a pouco e pouco o mar e a cidade com tantos aspectos pinturescos. O trem leva a gente de corrida, de afogadilho, desesperado, até a própria estação de Petrópolis. E mais lembrava as paradas, aqui para beber café, ali para beber água na fonte célebre, e finalmente a vista do alto da serra, onde os elegantes de Petrópolis aguardavam a gente e a acompanhavam nos seus carros e cavalos até a cidade; alguns dos passageiros de baixo passavam ali mesmo para os carros onde as famílias esperavam por eles. Campos continuou a dizer todo o bem que achava no trem de ferro, como prazer e como vantagem. Só o tempo que a gente poupa! Eu, se retorquisse dizendo- lhe bem do tempo que se perde, iniciaria uma espécie de debate que faria a viagem ainda mais sufocada e curta. Preferi trocar de assunto e agarrei-me aos derradeiros minutos, falei do progresso, ele também, e chegamos satisfeitos à cidade da serra. Machado de Assis, Memorial de Aires. RJ. Ed. Nova Aguilar. 1994 (com adaptações). Acerca dos sentidos e das estruturas linguísticas do texto acima, julgue o seguinte item. Considerando-se que o trecho em questão trata da viagem de duas pessoas, o narrador e Campos, é correto afirmar que as ocorrências do termo “a gente”, no primeiro parágrafo, referem-se especificamente a esses dois personagens. Certo Errado Questão 137: CEBRASPE (CESPE) - AA (ANATEL)/ANATEL/Administração/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto para o item. A ANATEL anunciou novas regras para os serviços de telefonia fixa e móvel, banda larga e televisão por assinatura, que buscam melhorar a transparência das empresas com seus clientes e ampliar os direitos dos últimos em relação à oferta de serviços. Destacam-se, entre as novas normas, aquelas que facilitam a vida do usuário e reduzem as barreiras de contato com a contratada, como a exigência de que haja uma forma de cancelamento por meio da Internet, a obrigatoriedade de que a empresa retorne a ligação que caia durante um atendimento e a necessidade de que o cliente receba retornos a suas solicitações em, no máximo, trinta dias. Além disso, as promoções devem ser mais transparentes e ampliadas a todos os contratantes, estendendo-se aos que já possuem produtos e não usufruem de nenhuma condição especial. A estratégia da agência reguladora de fato parece contribuir para que o consumidor seja mais bem atendido e tenha acesso a todos os benefícios a que tem direito. No entanto, é necessário que a fiscalização seja estrita, uma vez que as regras desse setor são recorrentemente atualizadas e mesmo assim boa parte das empresas permanece com práticas irregulares. A baixa competitividade do mercado faz com que a qualidade dos serviços e do atendimento oferecidos deixe a desejar e permite que os preços cobrados por pacotes de canais, minutos para celular ou Internet assumam valores altos, sobretudo quando comparados aos de outros países. É aconselhável que o usuário permaneça sempre atento às ofertas disponíveis não somente na empresa contratada como também em suas concorrentes, para aumentar seu poder de barganha em momentos nos quais quiser negociar preços e condições melhores. A solicitação de portabilidade ou a demonstração da intenção de trocar os serviços pelos oferecidos por uma concorrente que ofereça condições melhores têm-se mostrado boas estratégias, visto que as empresas comumente dispõem de vantagens para não perder seus consumidores. Samy Dana. De olho em gastos com telefonia e direitos de consumidores. In: Folha de S.Paulo, 21/7/2014 (com adaptações). Considerando as ideias e estruturas do texto, julgue o item seguinte. O pronome relativo “que” em azul empregado refere-se a “novas regras para os serviços de telefonia fixa e móvel, banda larga e televisão por assinatura” e o empregado a “o consumidor”. Certo Errado Questão 138: CEBRASPE (CESPE) - Ag Adm (MTE)/MTE/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Durante os primeiros minutos, Honório não pensou nada; foi andando, andando, andando, até o Largo da Carioca. No Largo parou alguns instantes, enfiou depois pela Rua da Carioca, mas voltou logo, e entrou na Rua Uruguaiana. Sem saber como, achou-se daí a pouco no Largo de S. Francisco de Paula; e ainda, sem saber como, entrou em um Café. Pediu alguma cousa e encostou-se à parede, olhando para fora. Tinha medo de abrir a carteira; podia não achar nada, apenas papéis e sem valor para ele. Ao mesmo tempo, e esta era a causa principal das reflexões, a consciência perguntava-lhe se podia utilizar-se do dinheiro que achasse. Não lhe perguntava com o ar de quem não sabe, mas antes com uma expressão irônica e de censura. Podia lançar mão do dinheiro, e ir pagar com ele a dívida? Eis o ponto. A consciência acabou por lhe dizer que não podia, que devia levar a carteira à polícia, ou anunciá-la; mas tão depressa acabava de lhe dizer isto, vinham os apuros da ocasião, e puxavam por ele, e convidavam-no a ir pagar a cocheira. Chegavam mesmo a dizer-lhe que, se fosse ele que a tivesse perdido, ninguém iria entregar-lha; insinuação que lhe deu ânimo. Machado de Assis. A carteira. In: Obra completa de Machado de Assis, vol. II. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994 Julgue o item subsequente, referente às ideias e às estruturas linguísticas do texto acima. Na linha 07, a forma pronominal “la”, em “anunciá-la”, refere-se a “polícia”. Certo Errado Questão 139: CEBRASPE (CESPE) - Ag Adm (MTE)/MTE/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) É importante fazer uma diferenciação das expressões relação de trabalho e relação de emprego. A expressão relação de trabalho representa o gênero, do qual a relação de emprego é uma espécie. Podemos dizer que o gênero “relação de trabalho” engloba, além da relação de emprego, outras formas de prestação/realização de trabalho como o trabalho voluntário, o trabalho autônomo, o trabalho portuário avulso, o trabalho eventual, o trabalho institucional e o trabalho realizado pelo estagiário. Assim, toda relação de emprego (espécie) é uma relação de trabalho, mas nem toda relação de trabalho é uma relação de emprego. Para compreendermos o alcance das expressões relação de trabalho e relação de emprego, é importante termos claro o alcance de alguns termos utilizados no nosso cotidiano. Por exemplo, a carteira de trabalho e previdência social (CTPS) está ligada à relação de trabalho subordinado que corresponde ao vínculo de emprego. Nem todos os tipos de relações de trabalho são registrados na CTPS, mas todos os tipos de relação de emprego são registrados no referido documento. Ricardo Jahn. Relação de emprego e de trabalho - diferenciação. In: O Sul, set./2010 (com adaptações). Acerca dos aspectos linguísticos e das ideias do texto acima, julgue o item a seguir. Os termos “como” (l.3) e “Por exemplo” (l.7) são usados com a mesma finalidade no texto: ilustrar o que se disse anteriormente. Certo Errado Questão 140: CEBRASPE (CESPE) - Eng (SUFRAMA)/SUFRAMA/Engenharia de Operações/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) O homem habita a Amazônia há mais de 11.000 anos. No entanto, foi só no século XVI que o rio Amazonas foi navegado pela primeira vez, pelo explorador e conquistador espanhol Don Francisco de Orellana (1511- 1546). Em busca devastas florestas de canela e da lendária cidade do ouro El Dorado, Orellana deixou Quito, no Equador, em fevereiro de 1541. Não encontrou nem canela nem ouro, e, sim, o maior rio da Terra. O explorador batizou o rio “recém-descoberto” de rio de Orellana. Tal nome depois seria abandonado em troca do nome rio Amazonas, inspirado na mítica tribo de guerreiras. Passaram-se muitos anos até a Amazônia receber uma nova expedição — a primeira a subir o rio inteiro. Entre 1637 e 1638, as primeiras informações detalhadas sobre a região, sua história natural e seu povo foram registradas pelo Padre Cristóvão de Acuña, que viajou como membro de uma grande expedição comandada pelo general português Pedro Teixeira. Ele registrou dados de impressionante precisão acerca da extensão e do tamanho do rio Amazonas, e da topografia de seu curso, com descrições detalhadas das áreas de floresta inundada ao longo do rio, da fauna aquática, dos sistemas agrícolas e das plantações dos povos indígenas. Internet: <www.wwf.org> (com adaptações). No que se refere aos aspectos linguísticos e à tipologia do texto acima, julgue o item que se segue. Sem prejuízo da correção gramatical e do sentido original do texto, o trecho “Não encontrou nem canela nem ouro, e, sim, o maior rio da Terra” poderia ser assim reescrito: Não encontrou canela nem ouro, mas o maior rio da Terra. Certo Errado Questão 141: CEBRASPE (CESPE) - Psic (PF)/PF/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) A origem da polícia no Brasil Polícia é um vocábulo de origem grega (politeia) que passou para o latim (politia) com o mesmo sentido: governo de uma cidade, administração, forma de governo. No entanto, com o decorrer do tempo, assumiu um sentido particular, passando a representar a ação do governo, que, no exercício de sua missão de tutela da ordem jurídica, busca assegurar a tranquilidade pública e a proteção da sociedade contra violações e malefícios. No Brasil, a ideia de polícia surgiu nos anos 1500, quando o rei de Portugal resolveu adotar um sistema de capitanias hereditárias e outorgou uma carta régia a Martim Afonso de Souza para estabelecer a administração, promover a justiça e organizar o serviço de ordem pública, como melhor entendesse, em todas as terras que ele conquistasse. Registros históricos mostram que, em 20 de novembro de 1530, a polícia brasileira iniciou suas atividades, promovendo justiça e organizando os serviços de ordem pública. Internet: <www.ssp.sp.gov.br> (com adaptações). Considerando as ideias e as estruturas linguísticas do texto acima, julgue o seguinte item. O referente dos sujeitos das orações expressas pelas formas verbais “assumiu” (l.2) e “busca assegurar” (l.3) é o termo “Polícia” (l.1). Certo Errado Questão 142: CEBRASPE (CESPE) - TRSTA (ANTAQ)/ANTAQ/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Um dos principais desafios para o Brasil é conhecer a Amazônia. Sua vocação eminentemente hídrica impõe, ao longo dos séculos, a necessidade do deslocamento de seus habitantes através dos rios. Muito antes da chegada dos colonizadores na Amazônia, os nativos já utilizavam canoas. Ainda hoje, grande parte da população amazônica vive da pesca. Além disso, o deslocamento do ribeirinho se faz através da infinidade de rios que retalham a grandeza territorial. Mas para conhecer a Amazônia de verdade é preciso entender sua posição estratégica para o país. Os rios são a chave para esse conhecimento. São as estradas que a natureza construiu e em cujas margens se desenvolveram inúmeras povoações. Portanto, é impossível pensar em Amazônia sem associar a importância que os rios têm para o desenvolvimento econômico e social. Eles devem ser vistos como os grandes propulsores do desenvolvimento sustentável da região. Domingos Savio Almeida Nogueira. In: Internet: <www.portosenavios.com.br/artigos> (com adaptações). Em relação ao texto acima, julgue o item a seguir. Na linha 1, o pronome “Sua” refere-se ao antecedente “Amazônia”. Certo Errado Questão 143: CEBRASPE (CESPE) - Téc Cont (SUFRAMA)/SUFRAMA/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Embora a produção de televisores com tela de cristal líquido (LCD), motocicletas e telefones celulares, os três produtos mais representativos do PIM, tenha sofrido decréscimo no período de janeiro a novembro de 2013 na comparação com o mesmo intervalo em 2012, a produção de outros produtos apresentou grande crescimento, com destaque para tablets, videogames, condicionadores de ar e microcomputadores. Entre janeiro e novembro de 2013, o PIM produziu mais de 2,2 milhões de unidades de tablets, o que representa uma produção 11 vezes maior que a de todo o ano anterior (197.616 unidades). Também os telejogos, videogames, tiveram resultados expressivos, com produção de mais de 1,2 milhão de unidades e crescimento de 91,82% na comparação com o período de janeiro a novembro de 2012 (651.242 unidades). Internet: <www.suframa.gov.br> (com adaptações). Com base no texto acima, julgue o item a seguir. O verbo “sofrer” foi empregado na forma composta do modo subjuntivo — “tenha sofrido” — por exigência da conjunção “Embora”, que estabelece uma relação de concessão dentro do período. Certo Errado Questão 144: CEBRASPE (CESPE) - Cont (MTE)/MTE/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) “Passe lá no RH!”. Não são poucas as vezes em que os colaboradores de uma empresa recebem essa orientação. Não são poucos os chefes que não sabem como tratar um tema que envolve seus subordinados, ou não têm coragem de fazê-lo, e empurram a responsabilidade para seus colegas da área de recursos humanos. Promover ou comunicar um aumento de salário é com o chefe mesmo; resolver conflitos, comunicar uma demissão, selecionar pessoas, identificar necessidades de treinamento é “lá com o RH”. Em pleno século XXI, ainda existem empresas cujos executivos não sabem quem são os reais responsáveis pela gestão de seu capital humano. Os responsáveis pela gestão de pessoas em uma organização são os gestores, e não a área de RH. Gente é o ativo mais importante nas organizações: é o propulsor que as move e lhes dá vida. Portanto, os aspectos que envolvem a gestão de pessoas têm de ser tratados como parte de uma política de valorização desse ativo, na qual gestores e RH são vasos comunicantes, trabalhando em conjunto, cada um desempenhando seu papel de forma adequada. José Luiz Bichuetti. Gestão de pessoas não é com o RH! In: Harvard Business Review Brasil. (com adaptações). Acerca dos aspectos estruturais e interpretativos do texto acima, julgue o item a seguir. O vocábulo “Portanto” poderia ser substituído pela expressão Não obstante, sem prejuízo do sentido original do texto. Certo Errado Questão 145: CEBRASPE (CESPE) - PT (CBM CE)/CBM CE/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) O envio de duzentos cientistas à Antártida representará o reinício da pesquisa biológica e meteorológica brasileira no continente, depois do incêndio que destruiu a base que o Brasil operava ali desde 1984. A Marinha brasileira ainda não construiu a base definitiva que substituirá a Estação Antártida Comandante Ferraz, e, por isso, os pesquisadores trabalharão em contêineres provisórios que funcionarão como laboratórios e dormitórios. Um primeiro navio polar da Marinha zarpará rumo à Antártida com os contêineres e todo o material científico e logístico necessário para a manutenção da base provisória durante o próximo verão austral, quando as temperaturas mais amenas permitem as atividades. A maioria dos cientistas viajará de avião e permanecerá na base provisória conforme asexigências de seus estudos, e outros irão em um segundo navio polar da Marinha. Nos contêineres, dotados com laboratórios para química, meteorologia e aquários, poderão alojar-se cerca de oitenta pesquisadores, sem contar os militares e as pessoas que trabalharão na construção da nova estação. Os demais cientistas trabalharão nos navios polares. Apesar de os pesquisadores responsáveis pelos estudos na Antártida terem mantido suas atividades desde o incêndio de fevereiro de 2012, que deixou o Brasil sem base no continente branco, os cientistas não tinham voltado a pisar no gelo. Alguns estudos foram realizados a partir de navios brasileiros e outros, em universidades com os dados meteorológicos coletados pelos instrumentos que ainda funcionam na Antártida. Internet: <http://noticias.terra.com.br/ciencia/brasil> (com adaptações). Em relação às ideias e aspectos linguísticos do texto, julgue o item a seguir. O termo “continente branco” é empregado, no texto, em referência a “Antártida”. Certo Errado Questão 146: CEBRASPE (CESPE) - AAPU (TC-DF)/TC-DF/Arquivologia/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) O Programa Ciência sem Fronteiras, lançado em 2011, busca promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e tecnologia brasileiras, com inovação e competitividade, por meio do intercâmbio com outros países. No âmbito do programa, serão concedidas, até 2015, mais de 100 mil bolsas de estudos no exterior para estudantes de graduação e pós-graduação. O Ciência sem Fronteiras também pretende atrair pesquisadores do exterior interessados em trabalhar no Brasil. Esse incentivo torna-se imperativo no início do século XXI, devido à extrema velocidade com que ciência e tecnologia se desenvolvem. Há décadas, países como China e Índia têm enviado estudantes para países centrais, com resultados muito positivos. Provavelmente, o programa brasileiro vai acelerar a mobilidade internacional e proporcionar avanços na ciência brasileira. Essa iniciativa louvável talvez inspire outras não menos importantes — como o estímulo à mobilidade nacional de estudantes —, que ainda são incipientes. Estudantes do Acre, de Rondônia ou do Maranhão certamente seriam beneficiados com a estada de um ano em universidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Da mesma forma, alunos de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília se beneficiariam com uma temporada no Acre, em Rondônia ou no Maranhão. Essa troca de experiências seria um instrumento de coesão e compreensão dos diferentes aspectos culturais e de problemas comuns e específicos de diferentes regiões brasileiras. Isaac Roitman. Brasil sem fronteiras. In: Revista DARCY. Brasília: UnB, n.º 11, jun.-jul./2012, p. 7 (com adaptações). Julgue o item, no que se refere às ideias e aos aspectos linguísticos do texto acima. Conclui-se dos sentidos do texto que o antecedente do termo “Esse incentivo” é a ideia expressa em “atrair pesquisadores do exterior interessados em trabalhar no Brasil”. Certo Errado Questão 147: CEBRASPE (CESPE) - Eng (SUFRAMA)/SUFRAMA/Engenharia de Operações/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Com efeito, a habitação em cidades é essencialmente antinatural, associa-se a manifestações do espírito e da vontade, na medida em que esses se opõem à natureza. Para muitas nações conquistadoras, a construção de cidades foi o mais decisivo instrumento de dominação que conheceram. Max Weber mostra admiravelmente como a fundação de cidades representou, para o Oriente Próximo e particularmente para o mundo helenístico e para a Roma imperial, o meio específico de criação de órgãos locais de poder, acrescentando que o mesmo fenômeno se verifica na China, onde, ainda durante o século passado, a subjugação das tribos miaotse pode ser relacionada à urbanização de suas terras. E não foi sem boas razões que esses povos usaram de semelhante recurso, pois a experiência tem demonstrado que ele é, entre todos, o mais duradouro e eficiente. As fronteiras econômicas estabelecidas no tempo e no espaço pelas fundações de cidades no Império Romano tornaram-se também as fronteiras do mundo que mais tarde ostentaria a herança da cultura clássica. Sérgio Buarque de Holanda. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995 (com adaptações). Julgue o seguinte item, relativo às ideias e aos aspectos semânticos do texto apresentado. O pronome “ele” retoma o antecedente “semelhante recurso”, que, por sua vez, remete à expressão “subjugação das tribos miaotse”. Certo Errado Questão 148: CEBRASPE (CESPE) - PT (CBM CE)/CBM CE/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) País mais pobre das Américas, o Haiti foi praticamente destruído anos atrás por um terremoto de 7,3 graus na escala Richter, gerando comoção mundial e a reação de organizações estrangeiras, de entidades civis e da comunidade internacional. Em decorrência do sismo, cerca de 220 mil pessoas morreram e 1,5 milhão ficou desabrigada no Haiti. O Brasil passou, então, a ser um dos principais colaboradores do Haiti no processo de reconstrução e capacitação profissional, fornecendo tropas para a Missão de Paz das Nações Unidas (Minustah), que está no Haiti desde 2004. As tropas têm o objetivo de garantir a estabilidade e segurança do país. Os militares brasileiros trabalham também no desenvolvimento urbano com projetos de engenharia e projetos sociais. O embaixador do Brasil no Haiti, José Luiz Machado e Costa, ressaltou que a solidariedade é fundamental para o processo de reconstrução do Haiti e é um dos pilares da relação do Brasil com o país. Renata Giraldi. Internet: <www.ebc.com.br> (com adaptações). Acerca de aspectos gramaticais e semânticos do texto acima, julgue o seguinte item. O termo “então”, empregado no texto como conjunção conclusiva, poderia, sem prejuízo do sentido original do texto, ser substituída por por isso. Certo Errado Questão 149: CEBRASPE (CESPE) - AL (CAM DEP)/CAM DEP/Área VIII/Consultor Legislativo/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Constantemente, você precisa provar e comprovar que é quem diz ser. Embora pareça, essa não é uma questão filosófica. A tarefa é prática e corriqueira: cartões de crédito, RG, CPF, crachás corporativos e carteirinhas de mil e uma entidades, que engordam a carteira de todo cidadão, são exigidos, a toda hora, para identificar uma pessoa no mundo físico. No ambiente virtual, combinações de usuário e senha funcionam para dar acesso a emails, celulares, redes sociais e cadastros em lojas online. Lidamos com tantas combinações desse tipo, que já se fala de uma nova categoria de estresse: a “fadiga de senhas”. A solução para driblar o problema é o reconhecimento biométrico — afinal, cada pessoa é única, e a tecnologia já pode nos reconhecer por isso. Em questão de segundos, dispositivos modernos são capazes de ler as características de partes do nosso corpo, comparar o que veem com a base de dados que possuem, e atestar a identidade das pessoas previamente cadastradas no sistema. Renata Valério de Mesquita. Você é a sua senha. In: Planeta, fev./2014 (com adaptações). Acerca dos aspectos linguísticos do texto acima, julgue o item seguinte. A oração introduzida pela conjunção “que” expressa ideia de consequência em relação à oração anterior, à qual se subordina. Certo Errado Questão 150: CEBRASPE (CESPE) - Diplomata/IRBr/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto para a questão Improviso do mal da América [...] Me sinto branco, fatalizadamente um ser de mundos que nunca vi. Campeio na vida o jacumã que mude a direção destas igaras fatigadasE faça tudo ir indo de rodada mansamente Ao mesmo rolar de rios das inspirações e das pesquisas... Não acho nada, quasi nada, e meus ouvidos vão escutar amorosos Outras vozes de outras falas de outras raças, mais formação, mais forçura. Me sinto branco na curiosidade imperiosa de ser. Lá fora o corpo de São Paulo escorre vida ao guampaço dos arranha-céus, E dança na ambição compacta de dilúvios de penetras. Vão chegando italianos didáticos e nobres; Vai chegando a falação barbuda de Unamuno Emigrada pro quarto de hóspedes acolhedor da Sulamérica; Bateladas de húngaros, búlgaros, russos se despejam na cidade... Trazem vodca no sapicuá de veludo, Detestam caninha, detestam mandioca e pimenta, Não dançam maxixe, nem dançam catira, nem sabem amar suspirado. E de-noite monótonos reunidos na mansarda, bancando conspiração, As mulheres fumam feito chaminés sozinhas, Os homens destilam vícios aldeões na catinga; E como sempre entre eles tem sempre um que manda sempre em todos, Tudo calou de supetão, e no ar amulegado da noite que sua... – Coro? Onde se viu agora coro a quatro vozes, minha gente! São coros, coros ucranianos batidos ou místicos, Home... Sweet home... Que sejam felizes aqui! [...] Mário de Andrade. De pauliceia desvairada a café (Poesias Completas). São Paulo: Círculo do Livro S.A., p. 209-10. Com base no excerto do poema Improviso do mal da América, de Mário de Andrade, julgue (C ou E) o próximo item. No verso “E faça tudo ir indo de rodada mansamente”, o poeta utilizou a redundância como recurso expressivo, como evidencia o caráter expletivo da forma de infinitivo “ir”. Certo Errado Questão 151: CEBRASPE (CESPE) - Diplomata/IRBr/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto para a questão Improviso do mal da América [...] Me sinto branco, fatalizadamente um ser de mundos que nunca vi. Campeio na vida o jacumã que mude a direção destas igaras fatigadas E faça tudo ir indo de rodada mansamente Ao mesmo rolar de rios das inspirações e das pesquisas... Não acho nada, quasi nada, e meus ouvidos vão escutar amorosos Outras vozes de outras falas de outras raças, mais formação, mais forçura. Me sinto branco na curiosidade imperiosa de ser. Lá fora o corpo de São Paulo escorre vida ao guampaço dos arranha-céus, E dança na ambição compacta de dilúvios de penetras. Vão chegando italianos didáticos e nobres; Vai chegando a falação barbuda de Unamuno Emigrada pro quarto de hóspedes acolhedor da Sulamérica; Bateladas de húngaros, búlgaros, russos se despejam na cidade... Trazem vodca no sapicuá de veludo, Detestam caninha, detestam mandioca e pimenta, Não dançam maxixe, nem dançam catira, nem sabem amar suspirado. E de-noite monótonos reunidos na mansarda, bancando conspiração, As mulheres fumam feito chaminés sozinhas, Os homens destilam vícios aldeões na catinga; E como sempre entre eles tem sempre um que manda sempre em todos, Tudo calou de supetão, e no ar amulegado da noite que sua... – Coro? Onde se viu agora coro a quatro vozes, minha gente! São coros, coros ucranianos batidos ou místicos, Home... Sweet home... Que sejam felizes aqui! [...] Mário de Andrade. De pauliceia desvairada a café (Poesias Completas). São Paulo: Círculo do Livro S.A., p. 209-10. Com base no excerto do poema Improviso do mal da América, de Mário de Andrade, julgue (C ou E) o próximo item. No trecho “E como sempre entre eles tem sempre um que manda sempre em todos,/Tudo calou de supetão, e no ar amulegado da noite que sua...”, o conector “como” introduz uma oração subordinada que expressa a causa de tudo se calar “de supetão”. Certo Errado Questão 152: CEBRASPE (CESPE) - PT (PM CE)/PM CE/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Entenda para que serve mandar um jipe-robô para Marte Quem diria? A velha e dilapidada NASA, que nem possui mais meios próprios de mandar pessoas para o espaço, acaba de mostrar que ainda tem espírito épico. A prova é o pouso perfeito do jipe-robô Curiosity em uma cratera de Marte recentemente. A saga de verdade começa agora, contudo. O Curiosity é, disparado, o artefato mais complexo que terráqueos já conseguiram botar no chão de outro planeta. Com dezessete câmeras, é a primeira sonda interplanetária capaz de fazer imagens em alta definição. Pode percorrer até dois quilômetros por dia. Trata-se de um laboratório sobre rodas, equipado, entre outras coisas, com canhão laser para pulverizar pedaços de rocha e sistemas que medem parâmetros do clima marciano, como velocidade do vento, temperatura e umidade... A lista é grande. Tudo para tentar determinar se, afinal de contas, Marte já foi hospitaleiro para formas de vida – ou quem sabe até ainda o seja. Hoje se sabe que o subsolo marciano, em especial nas calotas polares, abriga enorme quantidade de água congelada. E há pistas de que água salgada pode escorrer pela superfície do planeta durante o verão marciano, quando, em certos lugares, a temperatura fica entre –25 ºC e 25 ºC. Mesmo na melhor das hipóteses, são condições nãomuito amigáveis para a vida como a conhecemos. Mas os cientistas têm dois motivos para não serem tão pessimistas, ambos baseados no que se conhece a respeito dos seres vivos na própria Terra. O primeiro é que a vida parece ser um fenômeno tão teimoso, ao menos na sua forma microscópica, que aguenta todo tipo de ambiente inóspito, das pressões esmagadoras do leito marinho ao calor e às substâncias tóxicas dos gêiseres. Além disso, se o nosso planeta for um exemplo representativo da evolução da vida Cosmos afora, isso significa que a vida aparece relativamente rápido quando um planeta se forma — no caso da Terra, mais ou menos meio bilhão de anos depois que ela surgiu (hoje o planeta tem 4,5 bilhões de anos). Ou seja, teria havido tempo, na fase “molhada” do passado de Marte, para que ao menos alguns micróbios aparecessem antes de serem destruídos pela deterioração do ambiente marciano. Será que algum deles não deu um jeito de se esconder no subsolo e ainda está lá, segurando as pontas? Reinaldo José Lopes. In: Revista Serafina, 26/8/2012. Internet: <folha.com> (com adaptações). Julgue o item a seguir, considerando a estrutura e os aspectos gramaticais do texto apresentado, bem como as ideias nele veiculadas. No trecho “ou quem sabe até ainda o seja” o termo “o” classifica-se como pronome e refere-se ao adjetivo “hospitaleiro”. Certo Errado Questão 153: CEBRASPE (CESPE) - APF/PF/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) O uso indevido de drogas constitui, na atualidade, séria e persistente ameaça à humanidade e à estabilidade das estruturas e valores políticos, econômicos, sociais e culturais de todos os Estados e sociedades. Suas consequências infligem considerável prejuízo às nações do mundo inteiro, e não são detidas por fronteiras: avançam por todos os cantos da sociedade e por todos os espaços geográficos, afetando homens e mulheres de diferentes grupos étnicos, independentemente de classe social e econômica ou mesmo de idade. Questão de relevância na discussão dos efeitos adversos do uso indevido de drogas é a associação do tráfico de drogas ilícitas e dos crimes conexos — geralmente de caráter transnacional — com a criminalidade e a violência. Esses fatores ameaçam a soberania nacional e afetam a estrutura social e econômica interna, devendo o governo adotar uma postura firme de combate ao tráfico de drogas, articulando- se internamente e com a sociedade, de forma a aperfeiçoar e otimizar seus mecanismos de prevenção e repressão e garantir o envolvimento e a aprovação dos cidadãos. Internet: <www.direitoshumanos.usp.br>. No que se refere aos aspectoslinguísticos do fragmento de texto acima, julgue o próximo item. O pronome possessivo “Suas” (l.2) refere-se a “de todos os Estados e sociedades” (l.2). Certo Errado Questão 154: CEBRASPE (CESPE) - Ag Adm (PF)/PF/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Embora não tivessem ficado claras as fontes geradoras de quebras da paz urbana, o fenômeno social marcado pelos movimentos populares que tomaram as ruas das grandes cidades brasileiras, em 2013, parecia tendente a se agravar. As vítimas das agressões pessoais viram desprotegidas a paz e a segurança, direitos sagrados da cidadania. Todos foram prejudicados. Pôde-se constatar que, em outras partes do mundo, fenômenos sociais semelhantes também ocorreram. Lá como cá, diferentes tipos de ação atingiram todo o grupo social, gerando vítimas e danos materiais. Nem sempre a intervenção das forças do Estado foi suficiente para evitar prejuízos. Do ponto de vista global, notou-se que a quebra da ordem foi provocada em situações diversas e ora tornou mais graves as distorções do direito, ora espalhou a insegurança coletivamente. Em qualquer das hipóteses, a população dos vários locais atingidos viu-se envolvida em perdas crescentes. Internet: <www1.folha.uol.com.br> (com adaptações). Considerando as ideias e as estruturas linguísticas do texto, julgue o item. Por meio do termo “hipóteses”, são retomadas as ideias dos trechos “tornou mais graves as distorções do direito” e “espalhou a insegurança coletivamente”. Certo Errado Questão 155: CEBRASPE (CESPE) - APF/PF/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) O uso indevido de drogas constitui, na atualidade, séria e persistente ameaça à humanidade e à estabilidade das estruturas e valores políticos, econômicos, sociais e culturais de todos os Estados e sociedades. Suas consequências infligem considerável prejuízo às nações do mundo inteiro, e não são detidas por fronteiras: avançam por todos os cantos da sociedade e por todos os espaços geográficos, afetando homens e mulheres de diferentes grupos étnicos, independentemente de classe social e econômica ou mesmo de idade. Questão de relevância na discussão dos efeitos adversos do uso indevido de drogas é a associação do tráfico de drogas ilícitas e dos crimes conexos — geralmente de caráter transnacional — com a criminalidade e a violência. Esses fatores ameaçam a soberania nacional e afetam a estrutura social e econômica interna, devendo o governo adotar uma postura firme de combate ao tráfico de drogas, articulando- se internamente e com a sociedade, de forma a aperfeiçoar e otimizar seus mecanismos de prevenção e repressão e garantir o envolvimento e a aprovação dos cidadãos. Internet: <www.direitoshumanos.usp.br>. No que se refere aos aspectos linguísticos do fragmento de texto acima, julgue o próximo item. O referente do sujeito da oração “articulando-se internamente com a sociedade”, que está elíptico no texto, é “o governo”. Certo Errado Questão 156: CEBRASPE (CESPE) - Ag Adm (CADE)/CADE/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Ninguém sabia, nem pretendia saber, por que ou como Lanebbia e seus associados se interessavam por um bando de maníacos como nós, gente estranha, supostamente inteligente, que passava horas lendo ou discutindo inutilidades. Gente, dizia-se, que brilharia no corpo docente de qualquer universidade; especialistas que qualquer editora contrataria por somas astronômicas (certos astros não são muito grandes). Era um enigma também para nós; mas, lamentações à parte, sabíamos de nossa incompetência, também astronômica (alguns astros são bastante grandes), para lidar com contratos, chefes, prazos e, sobretudo, reivindicações salariais. Tínhamos, além disso, algumas doenças comuns a todo o grupo, ou quase todo: a bibliomania mais crônica que se possa imaginar, uma paixão neurótico deliquencial por textos antigos, que nos levava frequentemente a visitas subservientes a párocos, conventos, igrejas e colégios. Procurávamos criar relacionamentos que facilitassem o acesso a qualquer velharia escrita. Que poderia estar esperando por nós, por que não?, desde séculos, ou décadas. Conhecíamos armários, sótãos, porões e cofres de sacristias, bibliotecas, batistérios ou cenáculos, bem melhor do que seus proprietários ou curadores. Tínhamos achado preciosidades que muitos colecionadores cobiçariam. Descobrir esses esconderijos era uma espécie de hobby nosso nos fins de semana, quando saíamos atrás de boa comida, bons vinhos e velhos escritos. Isaias Pessotti. Aqueles cães malditos de Arquelau. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1993, p. 11 (com adaptações). Julgue o item a seguir, relativo às estruturas linguísticas e às ideias do texto acima. Nos trechos “que qualquer editora contrataria por somas astronômicas” (l.3) e “que muitos colecionadores cobiçariam” (l.10), o vocábulo “que” introduz orações adjetivas restritivas, nas quais exerce a função de complemento verbal. Certo Errado Questão 157: CEBRASPE (CESPE) - AnaTA MDIC/MDIC/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Os municípios do Brasil alcançaram, em média, um índice de desenvolvimento humano municipal (IDHM) alto, graças a avanços em educação, renda e expectativa de vida nos últimos vinte anos. Mas o país ainda registra consideráveis atrasos educacionais, de acordo com dados divulgados pela Organização das Nações Unidas e pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. O Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013 aponta que o IDHM médio do país subiu de 0,493, em 1991, para 0,727, em 2010 — quanto mais próximo de 1, maior é o desenvolvimento. Com isso, o Brasil passou de um patamar “muito baixo” para um patamar “alto” de desenvolvimento social. O que mais contribuiu para esse índice foi o aumento na longevidade, que subiu de 64,7 anos para 73,9 anos. Também houve aumento de 14,2% ou (R$ 346,31) na renda nesse período. Os maiores desafios concentram-se na educação, o terceiro componente do IDHM. Apesar de ter crescido de 0,279 para 0,637 em vinte anos, o IDHM específico de educação é o mais distante da meta ideal, de 1. Em 2010, pouco mais da metade dos brasileiros com dezoito anos de idade ou mais havia concluído o ensino fundamental; e só 57,2% dos jovens entre quinze e dezessete anos de idade tinham o ensino fundamental completo. O ministro da Educação admitiu um “imenso desafio” na área, mas destacou que a educação é o componente que, tendo partido de um patamar mais baixo, registrou os maiores avanços, graças ao aumento no fluxo de alunos matriculados nas escolas. O índice de crianças de cinco e seis anos de idade que entraram no sistema de ensino passou de 37,3%, em 1991, para 91,1%, em 2010. Conforme o atlas, dois terços dos 5.565 municípios brasileiros estão na faixa de desenvolvimento humano considerada alta ou média. Ao mesmo tempo, a porcentagem de municípios na classificação “muito baixa” caiu de 85,5%, em 1991, para 0,6%, em 2010. O relatório identificou uma redução nas disparidades sociais entre Norte e Sul do Brasil, mas confirmou que elas continuam a existir. Um exemplo disso é que 90% dos municípios das regiões Norte e Nordeste têm baixos índices de IDHM em educação e renda. Internet: <www.bbc.co.uk> (com adaptações). No que se refere às ideias e expressões linguísticas contidas no texto, julgue o item que se segue. O pronome “isso” retoma apenas a ideia expressa em “quanto mais próximo de 1, maior é o desenvolvimento”.. Certo Errado Questão 158: CEBRASPE (CESPE) - Ag Adm (SUFRAMA)/SUFRAMA/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Após fechar outubro com índicehistórico de mão de obra direta (127.800 trabalhadores), o Polo Industrial de Manaus (PIM) deu sequência aos bons resultados e encerrou novembro de 2013 com novo recorde de empregos: 129.663 trabalhadores, entre efetivos, temporários e terceirizados. O faturamento acumulado do PIM no período de janeiro a novembro de 2013 também avançou, totalizando R$ 76,6 bilhões (US$ 35.7 bilhões), registrando-se crescimento de 12,40% (2,04% na moeda americana) em relação ao mesmo período de 2012. Os dados fazem parte dos indicadores de desempenho do PIM, os quais são apurados mensalmente pela SUFRAMA junto às empresas incentivadas do parque industrial da capital amazonense. Internet: <www.suframa.gov.br> (com adaptações). Em relação ao texto acima, julgue o item que se segue. A substituição de “os quais” pelo pronome que provocaria transgressão às regras gramaticais da modalidade escrita formal. Certo Errado Questão 159: CEBRASPE (CESPE) - Cont (MTE)/MTE/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) “Passe lá no RH!”. Não são poucas as vezes em que os colaboradores de uma empresa recebem essa orientação. Não são poucos os chefes que não sabem como tratar um tema que envolve seus subordinados, ou não têm coragem de fazê-lo, e empurram a responsabilidade para seus colegas da área de recursos humanos. Promover ou comunicar um aumento de salário é com o chefe mesmo; resolver conflitos, comunicar uma demissão, selecionar pessoas, identificar necessidades de treinamento é “lá com o RH”. Em pleno século XXI, ainda existem empresas cujos executivos não sabem quem são os reais responsáveis pela gestão de seu capital humano. Os responsáveis pela gestão de pessoas em uma organização são os gestores, e não a área de RH. Gente é o ativo mais importante nas organizações: é o propulsor que as move e lhes dá vida. Portanto, os aspectos que envolvem a gestão de pessoas têm de ser tratados como parte de uma política de valorização desse ativo, na qual gestores e RH são vasos comunicantes, trabalhando em conjunto, cada um desempenhando seu papel de forma adequada. José Luiz Bichuetti. Gestão de pessoas não é com o RH! In: Harvard Business Review Brasil. (com adaptações). Acerca dos aspectos estruturais e interpretativos do texto acima, julgue o item a seguir. A forma pronominal “lo”, em “fazê-lo”, refere-se a “tema”, e as formas “as” e “lhes” referem-se a “organizações”. Certo Errado Questão 160: CEBRASPE (CESPE) - Cont (MTE)/MTE/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) A possibilidade de ter renda permanente, possuir uma vida confortável e não ser escravo do salário ainda é uma realidade apenas para uma pequena parcela da população brasileira. Com maior acesso ao crédito e aos bens de consumo, a maioria das pessoas, mesmo com maior permanência no emprego, ainda gasta muito mais do que ganha e, eventualmente, contrai dívidas que arruínam qualquer possibilidade de estabilidade financeira. Desde que se tenha disposição para promover algumas mudanças de comportamento, que, inicialmente, podem parecer complicadas, será possível construir um novo cenário e passar definitivamente de devedor para investidor. O primeiro passo é o pagamento das dívidas mais caras, com juros mais altos, como, por exemplo, as dívidas contraídas no cartão de crédito. Pagar as contas do cotidiano no prazo correto também colabora para o equilíbrio financeiro. Há ainda outros mitos que fazem parte do comportamento do brasileiro. Entre eles, destacam-se o conceito de que, para ser investidor, é preciso ter muito dinheiro disponível e a ideia de que os produtos existentes no mercado financeiro são muito complexos. Mauro Calil. Deixe de ser devedor. Internet: <www.exame.com> (com adaptações) . Julgue o item subsequente, referente às ideias e aos aspectos linguísticos do texto acima. Seriam mantidas a coerência textual e a correção gramatical se o período “Desde que (...) para investidor” fosse reescrito da seguinte forma: A menos que se tenha disposição para promover algumas mudanças de comportamento, que, inicialmente, podem parecer complicadas, não será possível construir um novo cenário e passar definitivamente de devedor para investidor. Certo Errado Questão 161: CEBRASPE (CESPE) - TBN (CEF)/CEF/Administrativa/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) A moeda, como hoje é conhecida, é o resultado de uma longa evolução. No início, não havia moeda, praticava-se o escambo. Algumas mercadorias, pela sua utilidade, passaram a ser mais procuradas do que outras. Aceitas por todos, assumiram a função de moeda, circulando como elemento trocado por outros produtos e servindo para avaliar-lhes o valor. Eram as moedas-mercadorias. O gado, principalmente o bovino, foi dos mais utilizados. O sal foi outra moeda- mercadoria; de difícil obtenção, era muito utilizado na conservação de alimentos. Ambas deixaram marca de sua função como instrumento de troca no vocabulário português, em palavras como pecúnia e pecúlio, capital e salário. Com o passar do tempo, as mercadorias se tornaram inconvenientes às transações comerciais, devido à oscilação de seu valor, pelo fato de não serem fracionáveis e por serem facilmente perecíveis, o que não permitia o acúmulo de riquezas. Surgiram, então, no século VII a.C., as primeiras moedas com características semelhantes às das atuais: pequenas peças de metal com peso e valor definidos e com a impressão do cunho oficial, isto é, a marca de quem as emitiu e garante o seu valor. Os primeiros metais utilizados na cunhagem de moedas foram o ouro e a prata. O emprego desses metais se impôs, não só por sua raridade, beleza, imunidade à corrosão e por seu valor econômico, mas também por antigos costumes religiosos. Durante muitos séculos, os países cunharam em ouro suas moedas de maior valor, reservando a prata e o cobre para os valores menores. Esses sistemas se mantiveram até o final do século XIX, quando o cuproníquel e, posteriormente, outras ligas metálicas passaram a ser empregados e a moeda passou a circular pelo seu valor extrínseco, isto é, pelo valor gravado em sua face, que independe do metal nela contido. Na Idade Média, surgiu o costume de guardar os valores com um ourives, pessoa que negociava objetos de ouro e prata e que, como garantia, entregava um recibo. Esse tipo de recibo passou a ser utilizado para efetuar pagamentos, circulando de mão em mão, e deu origem à moeda de papel. Com o tempo, da forma como ocorreu com as moedas, os governos passaram a conduzir a emissão de cédulas, controlando as falsificações e garantindo o poder de pagamento. Atualmente, quase todos os países possuem bancos centrais, encarregados das emissões de cédulas e moedas. Internet: <www.bcb.gov.br> (com adaptações). Julgue o próximo item, relativo às ideias expressas no texto ao lado e a aspectos linguísticos desse texto. O referente do sujeito da oração “e garante o seu valor” é “marca”. Certo Errado Questão 162: CEBRASPE (CESPE) - TRSPT (ANATEL)/ANATEL/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) As traduções são muito mais complexas do que se imagina. Não me refiro a locuções, expressões idiomáticas, gírias, flexões verbais, declinações e coisas assim. Isso pode ser resolvido de uma maneira ou de outra, se bem que, muitas vezes, à custa de intenso sofrimento por parte do tradutor. Refiro-me à impossibilidade de encontrar equivalências entre palavras aparentemente sinônimas, unívocas e univalentes. Por exemplo, um alemão que saiba português responderá sem hesitação que a palavra da língua portuguesa “amanhã” quer dizer “morgen”. Mas coitado do alemão que vá para o Brasil acreditando que, quando um brasileiro diz “amanhã”, estárealmente querendo dizer “morgen”. Raramente está. “Amanhã” é uma palavra riquíssima e tenho certeza de que, se o Grande Duden fosse brasileiro, pelo menos um volume teria de ser dedicado a ela e a outras que partilham da mesma condição. “Amanhã” significa, entre outras coisas, “nunca”, “talvez”, “vou pensar”, “vou desaparecer”, “procure outro”, “não quero”, “no próximo ano”, “assim que eu precisar”, “um dia destes”, “vamos mudar de assunto” etc. e, em casos excepcionalíssimos, “amanhã” mesmo. Qualquer estrangeiro que tenha vivido no Brasil sabe que são necessários vários anos de treinamento para distinguir qual o sentido pretendido pelo interlocutor brasileiro, quando ele responde, com a habitual cordialidade, que fará tal ou qual coisa amanhã. O caso dos alemães é, seguramente, o mais grave. Não disponho de estatísticas confiáveis, mas tenho certeza de que nove em cada dez alemães que procuram ajuda médica no Brasil o fazem por causa de “amanhãs” casuais que os levam, no mínimo, a um colapso nervoso, para grande espanto de seus amigos brasileiros. João Ubaldo Ribeiro. A vida é um eterno amanhã. In: Um brasileiro em Berlim. 1993 (com adaptações). Em relação às ideias e a aspectos linguísticos do texto acima, julgue o item subsequente. O pronome “ele” tem como referente “Qualquer estrangeiro que tenha vivido no Brasil”. Certo Errado Questão 163: CEBRASPE (CESPE) - Eng (SUFRAMA)/SUFRAMA/Engenharia de Operações/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) As línguas amazônicas hoje: quantidade e diversidade Atualmente são faladas na Amazônia cerca de 250 línguas indígenas, cerca de 150 em território brasileiro. Embora aparentemente altos, esses números são o resultado de um processo histórico — a colonização europeia da Amazônia — que reduziu drasticamente a população indígena nos últimos 400 anos. Estima-se que, só na Amazônia brasileira, o número de línguas e de povos teria sido de uns 700 imediatamente antes da penetração dos portugueses. Apesar da extraordinária redução quantitativa, as línguas ainda existentes apresentam considerável diversidade, o que caracteriza a Amazônia como uma das regiões de maior diferenciação linguística do mundo, com mais de 50 famílias linguísticas. Aryon Dall’Igna Rodrigues. Aspectos da história das línguas indígenas da Amazônia. In: M. do S. Simões (Org.). Sob o signo do Xingu. Belém: IFNOPAP/UFPA, 2003, p. 37-51 (com adaptações). No que se refere às ideias e aos aspectos linguísticos do texto acima, julgue o item seguinte. As expressões “processo histórico” e “colonização europeia da Amazônia”, ambas na linha 2, e o pronome relativo “que” estão relacionadas sob o ponto de vista da referência semântica. Certo Errado Questão 164: CEBRASPE (CESPE) - APF/PF/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Migrar e trabalhar. Quando esses verbos se conjugam da pior forma possível, acontece o chamado tráfico de seres humanos. O tráfico de pessoas para exploração econômica e sexual está relacionado ao modelo de desenvolvimento que o mundo adota. Esse modelo é baseado em um entendimento de competitividade que pressiona por uma redução constante nos custos do trabalho. No passado, os escravos eram capturados e vendidos como mercadoria. Hoje, a pobreza que torna populações vulneráveis garante oferta de mão de obra para o tráfico — ao passo que a demanda por essa força de trabalho sustenta o comércio de pessoas. Esse ciclo atrai intermediários, como os gatos (contratadores que aliciam pessoas para serem exploradas em fazendas e carvoarias), os coiotes (especializados em transportar pessoas pela fronteira entre o México e os Estados Unidos da América) e outros animais, que lucram sobre os que buscam uma vida mais digna. Muitas vezes, é a iniciativa privada uma das principais geradoras do tráfico de pessoas e do trabalho escravo, ao forçar o deslocamento de homens, mulheres e crianças para reduzir custos e lucrar. Na pecuária brasileira, na produção de cacau de Gana, nas tecelagens ou fábricas de tijolos do Paquistão. O tráfico de pessoas e as formas contemporâneas de trabalho escravo não são uma doença, e sim uma febre que indica que o corpo está doente. Por isso, sua erradicação não virá apenas com a libertação de trabalhadores, equivalente a um antitérmico — necessário, mas paliativo. O fim do tráfico passa por uma mudança profunda, que altere o modelo de desenvolvimento predatório do meio ambiente e dos trabalhadores. A escravidão contemporânea não é um resquício de antigas práticas que vão desaparecer com o avanço do capital, mas um instrumento utilizado pelo capitalismo para se expandir. Leonardo Sakamoto. O tráfico de seres humanos hoje. In: História viva. Internet: <www2.uol.com.br> (com adaptações). Julgue o item subsequente, acerca de ideias e estruturas linguísticas do texto acima. No texto, as expressões “esses verbos” e “Esse ciclo” têm a mesma finalidade: retomar termos ou ideias expressos anteriormente. Certo Errado Questão 165: CEBRASPE (CESPE) - AnaTA SUFRAMA/SUFRAMA/Geral/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) A capital do Amazonas foi, talvez, a cidade que mais conheceu a riqueza, os encantos e o glamour do primeiro mundo no Brasil. A seus rios e florestas foram somados o ouro e a sofisticação importada da Europa. Localizada à margem esquerda do rio Negro, Manaus originou-se de um pequeno arraial formado em torno da fortaleza de São José do Rio Negro, criada em 1669, para guarnecer a região de possíveis investidas dos inimigos. Erguida à base de pedra e barro, a construção foi chamada de Forte de São João da Barra do Rio Negro. No princípio do século XIX, em 1833, o arraial foi elevado à categoria de vila com o nome de Manaós, em homenagem à tribo de mesma denominação, que se recusava a ser dominada pelos portugueses e se negava ser mão de obra escrava. Quando recebeu o título de cidade, em 24 de outubro de 1848, era um pequeno aglomerado urbano, com cerca de 3 mil habitantes, uma praça, 16 ruas e quase 250 casas. O apogeu da capital do Amazonas aconteceu com a “descoberta” do látex por estrangeiros. Apoiada na revolução financeira e econômica proporcionada pela borracha, a antiga Manaus passou a ser, por muito tempo, a cidade mais rica do país. Internet: <www.amazonas.am.gov.br> (com adaptações). No que se refere a elementos textuais e linguísticos do texto acima, julgue o item que se segue. O termo “que” desempenha a mesma função sintática. Certo Errado Questão 166: CEBRASPE (CESPE) - AnaTA MDIC/MDIC/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) O Congresso Nacional 1 aprovou, em novembro de 2011, o Plano Brasil Maior, a política industrial do governo federal para os anos de 2011 a 2014. O plano cria possibilidades de uma mudança significativa na estrutura tributária brasileira, incentivando a competitividade da indústria nacional, especialmente no caso de estados de vocação exportadora como Minas Gerais. Minas é o segundo estado que mais vende para o exterior, com uma participação que alcança em torno de 15% das vendas externas brasileiras. Até outubro de 2011, o estado acumulou superávit comercial de US$ 23,7 bilhões, o maior valor observado entre todas as demais unidades da Federação. As exportações alcançaram o volume de US$ 34,1 bilhões. Uma medida significativa do plano é a previsão de devolução, ao exportador, de 3% da receita obtida com a venda de bens industrializados para o exterior. As empresas terão direito à devolução em espécie ou poderão usar os recursos devolvidos para abater débitos referentes a outros tributos com a União. Outra medida expressiva é a desoneração da folha de pagamentosde setores intensivos em mão de obra, como confecções, calçados e softwares, que concentram em Minas percentuais relevantes do total de postos de trabalho ofertados no país: cerca de 11,5%, 8,1% e 8,0%, respectivamente. Até 2014, esses setores deixarão de pagar a alíquota de 20% da contribuição patronal para a previdência social, que será substituída por um percentual cobrado sobre a receita da empresa. O governo deixa, assim, de onerar a criação de empregos para incentivar as contratações e a formalização. Também serão beneficiados pela medida os setores de couro, empresas de call center e empresas de transporte público coletivo urbano. Fernando Pimentel. In: Estado de Minas, 1.º/12/2011 (com adaptações). Com base nas ideias desenvolvidas no texto, julgue o item a seguir. O vocábulo “estado” é empregado no texto em referência à nação brasileira. Certo Errado Questão 167: CEBRASPE (CESPE) - AAmb (ICMBio)/ICMBio/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) O ofício de catador conquistou espaço em âmbito público em 2010, com a sanção da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Após vinte anos de tramitação, a nova lei regula a destinação dos produtos com ciclo de vida durável, integrando o poder público, as empresas e a população na gestão dos resíduos. Os estados e municípios deverão adotar os novos parâmetros até agosto de 2014, caso contrário, não receberão recursos da União. Nesse contexto, a lei propõe incentivos dos municípios para a organização desses trabalhadores em cooperativas, em detrimento do trabalho autônomo dos catadores de rua. A maioria dos catadores autônomos, entretanto, é moradora de rua ou desempregada, sem acesso ao mercado de trabalho formal. Em muitos casos, são dependentes químicos ou alcoólatras, e não têm horários estabelecidos para o trabalho. Entre as razões para preferir a informalidade, estão a liberdade para estabelecer horários, a desconfiança da hierarquia das cooperativas, o pagamento semanal em vez de diário e a incompatibilidade com a forma da organização. Emily Almeida. Emancipação dos catadores. In: Darcy, set.-out./2013 (com adaptações). A respeito dos aspectos estruturais e interpretativos do texto acima, julgue o seguinte item. O elemento coesivo sentencial “entretanto” tem a finalidade semântica de introduzir uma relação de adversidade entre a informação expressa no período de que faz parte e a informação expressa nos períodos que o antecedem. Certo Errado Questão 168: CEBRASPE (CESPE) - Psic (PF)/PF/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) A origem da polícia no Brasil Polícia é um vocábulo de origem grega (politeia) que passou para o latim (politia) com o mesmo sentido: governo de uma cidade, administração, forma de governo. No entanto, com o decorrer do tempo, assumiu um sentido particular, passando a representar a ação do governo, que, no exercício de sua missão de tutela da ordem jurídica, busca assegurar a tranquilidade pública e a proteção da sociedade contra violações e malefícios. No Brasil, a ideia de polícia surgiu nos anos 1500, quando o rei de Portugal resolveu adotar um sistema de capitanias hereditárias e outorgou uma carta régia a Martim Afonso de Souza para estabelecer a administração, promover a justiça e organizar o serviço de ordem pública, como melhor entendesse, em todas as terras que ele conquistasse. Registros históricos mostram que, em 20 de novembro de 1530, a polícia brasileira iniciou suas atividades, promovendo justiça e organizando os serviços de ordem pública. Internet: <www.ssp.sp.gov.br> (com adaptações). Considerando as ideias e as estruturas linguísticas do texto acima, julgue o seguinte item. Não haveria prejuízo das informações veiculadas no texto, caso se substituísse “No entanto” por Portanto. Certo Errado Questão 169: CEBRASPE (CESPE) - Cont (MTE)/MTE/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) “Passe lá no RH!”. Não são poucas as vezes em que os colaboradores de uma empresa recebem essa orientação. Não são poucos os chefes que não sabem como tratar um tema que envolve seus subordinados, ou não têm coragem de fazê-lo, e empurram a responsabilidade para seus colegas da área de recursos humanos. Promover ou comunicar um aumento de salário é com o chefe mesmo; resolver conflitos, comunicar uma demissão, selecionar pessoas, identificar necessidades de treinamento é “lá com o RH”. Em pleno século XXI, ainda existem empresas cujos executivos não sabem quem são os reais responsáveis pela gestão de seu capital humano. Os responsáveis pela gestão de pessoas em uma organização são os gestores, e não a área de RH. Gente é o ativo mais importante nas organizações: é o propulsor que as move e lhes dá vida. Portanto, os aspectos que envolvem a gestão de pessoas têm de ser tratados como parte de uma política de valorização desse ativo, na qual gestores e RH são vasos comunicantes, trabalhando em conjunto, cada um desempenhando seu papel de forma adequada. José Luiz Bichuetti. Gestão de pessoas não é com o RH! In: Harvard Business Review Brasil. (com adaptações). Acerca dos aspectos estruturais e interpretativos do texto acima, julgue o item a seguir. A expressão “na qual” poderia ser substituída pela expressão em que, sem prejuízo da correção gramatical do texto. Certo Errado Questão 170: CEBRASPE (CESPE) - TL (CAM DEP)/CAM DEP/Agente de Polícia Legislativa/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) No momento em que se completa o cinquentenário do golpe de 1964, as condições são propícias para análises menos afetadas pelo calor dos acontecimentos. A distância no tempo favorece um olhar mais analítico e menos passional, ainda que interessado politicamente e compromissado com o repúdio à violência e ao autoritarismo. (...) É importante pesquisar a ditadura, assim como divulgar o conhecimento produzido e enfrentar as polêmicas que ele inexoravelmente provoca. Além de disputas inerentes à lógica do conhecimento por si, está em jogo a formação política dos cidadãos brasileiros. Tal aspecto da questão é, em particular, significativo entre nós porque, no Brasil, é muito numeroso o grupo de pessoas que desconhece o passado recente. Ao contrário do que muitos têm apregoado, o melhor não é “virar a página” no que se refere ao período da ditadura. Escolha mais adequada é empreender uma apropriação crítica desse passado político recente, tanto para consolidar nossa frágil cidadania quanto para entender a realidade em que vivemos. Para tanto, é fundamental estudar a ditadura, a fim de compreender a atualidade do seu legado e, assim, criar condições de superá-lo. Rodrigo Patto Sá Motta, Daniel Aarão Reis e Marcelo Ridenti. A ditadura que mudou o Brasil: 50 anos do golpe de 1964. Rio de Janeiro: Zahar, 2014 (com adaptações). Em relação ao texto acima, julgue o item. Por sua natureza adverbial, o termo “inexoravelmente”, empregado como sinônimo de implacavelmente, poderia ser deslocado para o início do período, logo após a forma verbal “É”, sem prejuízo para a coerência e a correção gramatical do texto. Certo Errado Questão 171: CEBRASPE (CESPE) - PT (PM CE)/PM CE/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Entenda para que serve mandar um jipe-robô para Marte Quem diria? A velha e dilapidada NASA, que nem possui mais meios próprios de mandar pessoas para o espaço, acaba de mostrar que ainda tem espírito épico. A prova é o pouso perfeito do jipe-robô Curiosity em uma cratera de Marte recentemente. A saga de verdade começa agora, contudo. O Curiosity é, disparado, o artefato mais complexo que terráqueos já conseguiram botar no chãode outro planeta. Com dezessete câmeras, é a primeira sonda interplanetária capaz de fazer imagens em alta definição. Pode percorrer até dois quilômetros por dia. Trata-se de um laboratório sobre rodas, equipado, entre outras coisas, com canhão laser para pulverizar pedaços de rocha e sistemas que medem parâmetros do clima marciano, como velocidade do vento, temperatura e umidade... A lista é grande. Tudo para tentar determinar se, afinal de contas, Marte já foi hospitaleiro para formas de vida – ou quem sabe até ainda o seja. Hoje se sabe que o subsolo marciano, em especial nas calotas polares, abriga enorme quantidade de água congelada. E há pistas de que água salgada pode escorrer pela superfície do planeta durante o verão marciano, quando, em certos lugares, a temperatura fica entre –25 ºC e 25 ºC. Mesmo na melhor das hipóteses, são condições nãomuito amigáveis para a vida como a conhecemos. Mas os cientistas têm dois motivos para não serem tão pessimistas, ambos baseados no que se conhece a respeito dos seres vivos na própria Terra. O primeiro é que a vida parece ser um fenômeno tão teimoso, ao menos na sua forma microscópica, que aguenta todo tipo de ambiente inóspito, das pressões esmagadoras do leito marinho ao calor e às substâncias tóxicas dos gêiseres. Além disso, se o nosso planeta for um exemplo representativo da evolução da vida Cosmos afora, isso significa que a vida aparece relativamente rápido quando um planeta se forma — no caso da Terra, mais ou menos meio bilhão de anos depois que ela surgiu (hoje o planeta tem 4,5 bilhões de anos). Ou seja, teria havido tempo, na fase “molhada” do passado de Marte, para que ao menos alguns micróbios aparecessem antes de serem destruídos pela deterioração do ambiente marciano. Será que algum deles não deu um jeito de se esconder no subsolo e ainda está lá, segurando as pontas? Reinaldo José Lopes. In: Revista Serafina, 26/8/2012. Internet: <folha.com> (com adaptações). Julgue o item a seguir, considerando a estrutura e os aspectos gramaticais do texto apresentado, bem como as ideias nele veiculadas. A expressão “Ou seja”, que garante coesão textual e possui valor semântico de oposição, poderia ser corretamente substituída pela conjunção Contudo. Certo Errado Questão 172: CEBRASPE (CESPE) - Cont (CADE)/CADE/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Atualmente, há duas Américas Latinas. A primeira conta com um bloco de países — incluindo Brasil, Argentina e Venezuela — com acesso ao Oceano Atlântico, que confere ao Estado grande papel na economia. A segunda — composta por países de frente para o Pacífico, como México, Peru, Chile e Colômbia — adota o livre comércio e o mercado livre. Os dois grupos de países compartilham de uma geografia, de culturas e de histórias semelhantes, entretanto, por quase dez anos, a economia dos países do Atlântico cresceu mais rapidamente, em grande parte graças ao aumento dos preços das commodities no mercado global. Atualmente, parece que os anos vindouros são mais promissores para os países do Pacífico. Assim, a região enfrenta, de certa forma, um dilema sobre qual modelo adotar: o do Atlântico ou o do Pacífico? Há razões para pensar que os países com acesso ao Pacífico estão em vantagem, como, por exemplo, o fato de que, em 2014, o bloco comercial Aliança do Pacífico (formado por México, Colômbia, Peru e Chile) provavelmente crescerá a uma média de 4,25%, ao passo que o grupo do Atlântico, formado por Venezuela, Brasil e Argentina — unidos pelo MERCOSUL —, crescerá 2,5%. O Brasil, a maior economia da região, tende a crescer 1,9%. Segundo economistas, os países da América Latina que adotam o livre comércio estão mais preparados para crescer e registram maiores ganhos de produtividade. Os países do Pacífico, mesmo aqueles como o Chile, que ainda dependem de commodities como o cobre, também têm feito mais para fortalecer a exportação. No México, a exportação de bens manufaturados representa quase 25% da produção econômica anual (no Brasil, representa 4%). As economias do Pacífico também são mais estáveis. Países como México e Chile têm baixa inflação e consideráveis reservas estrangeiras. Venezuela e Argentina, por sua vez, começam a se parecer com casos econômicos sem solução. Na Venezuela, a inflação passa de 50% ao ano — igual à da Síria, país devastado pela guerra. David Juhnow. Duas Américas Latinas bem diferentes. The Wall Street Journal. In: Internet: <http://online.wsj.com> (com adaptações). Julgue o próximo item, a respeito de aspectos linguísticos do texto de David Juhnow. No trecho “o do Atlântico ou o do Pacífico”, subentende-se a palavra “modelo”. Certo Errado Questão 173: CEBRASPE (CESPE) - TAmb (ICMBio)/ICMBio/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) O ABCerrado e a Matomática (“matemática do mato”), metodologias criadas por um professor da UnB, apoiam-se em dois princípios: o da elevação da autoestima de alunos e professores e o do envolvimento com o meio ambiente para a construção, de forma lúdica e interdisciplinar, da cidadania e do respeito mútuo. “Fazemos a aproximação por meio de elementos do contexto onde as crianças estão inseridas. As atividades de leitura, interpretação e escrita associam-se ao tema do cerrado na forma de poesias, música, desenho, pintura e jogos”, explica uma professora da Faculdade de Educação da UnB. Atualmente, a universidade trabalha para expandir a aplicação do ABCerrado na rede de ensino do DF. “Ainda prevalece uma visão conservadora sobre o que é educação”, conta a professora. “A natureza possui uma dimensão formadora. Isso subverte a forma de se tratar a relação entre o ser humano e o meio ambiente no cerne de um processo educativo. Não se trata de educar o ser humano para o domínio e a apropriação da natureza, mas de educar a humanidade para ser capaz de trocar e de aprender com ela”, completa. João Campos. O ABC do cerrado. In: Revista Darcy, jun./2012 (com adaptações) Com relação aos aspectos linguísticos e aos sentidos do texto acima, julgue o item subsequente. O termo ‘Isso’ (l.7) refere-se à expressão ‘visão conservadora’ (l.6). Certo Errado Questão 174: CEBRASPE (CESPE) - Tec APU (TC-DF)/TC-DF/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) O título de Papéis Avulsos parece negar ao livro uma certa unidade; faz crer que o autor coligiu vários escritos de ordem diversa para o fim de os não perder. A verdade é essa, sem ser bem essa. Avulsos são eles, mas não vieram para aqui como passageiros, que acertam de entrar na mesma hospedaria. São pessoas de uma só família, que a obrigação do pai fez sentar à mesma mesa. Quanto ao gênero deles, não sei que diga que não seja inútil. O livro está nas mãos do leitor. Direi somente que se há aqui páginas que parecem meros contos e outras que o não são, defendo-me das segundas com dizer que os leitores das outras podem achar nelas algum interesse, e das primeiras defendo-me com São João e Diderot. O evangelista, descrevendo a famosa besta apocalíptica, acrescentava (XVII, 9): “E aqui há sentido, que tem sabedoria”. Menos a sabedoria, cubro-me com aquela palavra. Quanto a Diderot, ninguém ignora que ele não só escrevia contos, e alguns deliciosos, mas até aconselhava a um amigo que os escrevesse também. E eis a razão do enciclopedista: é que quando se faz um conto, o espírito fica alegre, o tempo escoa-se, e o conto da vida acaba, sem a gente dar por isso. Deste modo, venha donde vier o reproche, espero que daí mesmo virá a absolvida. Machado de Assis. Obra completa. Vol. II, Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994, p. 236. (com adaptações). Com relação aos sentidos e aspectos linguísticos e textuais do texto acima, julgue o próximo item. Os termos “Diderot” e “enciclopedista”compartilham o mesmo referente. Certo Errado Questão 175: CEBRASPE (CESPE) - PT (CBM CE)/CBM CE/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) A história da formação dos corpos de bombeiros no país começou no século XVI, no Rio de Janeiro. Nessa época, quando ocorria um incêndio, os voluntários, aguadeiros e milicianos, corriam para apagá-lo e, na maior parte das vezes, perdiam a batalha devido às construções de madeira. Os incêndios ocorridos à noite vitimavam ainda mais pessoas, devido à precária iluminação das ruas. Quando havia um incêndio na cidade, os aguadeiros eram avisados por três disparos de canhão, partidos do morro do Castelo, e por toques de sinos da igreja de São Francisco de Paula, correspondendo o número de badaladas ao número da freguesia onde se verificava o sinistro. Esses toques eram reproduzidos pela igreja matriz da freguesia. Assim, os homens corriam para os aguadeiros, e a população fazia aquela fila quilométrica, passando baldes de mão em mão, do chafariz até o incêndio. Os primeiros bombeiros militares surgiram na Marinha, pois os incêndios nos antigos navios de madeira eram constantes. Porém, eles existiam apenas como uma especialidade, e não como uma corporação. A denominação de bombeiros deveu-se a operarem principalmente bombas d’água, dispositivos rudimentares em madeira, ferro e couro. Com a vinda da família real portuguesa ao Brasil, no século XIX, mais precisamente ao Rio de Janeiro, foi criado, em julho de 1856, por decreto imperial, o Corpo de Bombeiros Provisório da Corte. Quando recebiam aviso de incêndio, os praças saíam puxando o corrico (que tinha de seis a oito mangueiras) pela via pública e procuravam debelar o fogo, solicitando os reforços necessários, conforme a extensão do sinistro. Internet: <www.bombeirosfoz.com.br> (com adaptações). Considerando as ideias e a estrutura linguística do texto, julgue o item que se segue. O pronome “eles” é empregado em referência a “Os primeiros bombeiros militares”. Certo Errado Questão 176: CEBRASPE (CESPE) - AA (ANATEL)/ANATEL/Suporte e Infraestrutura de Tecnologia da Informação/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Considerando as ideias e estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item. No segundo quadrinho, a palavra “Já” tem valor temporal. Certo Errado Questão 177: CEBRASPE (CESPE) - Diplomata/IRBr/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Uma das razões por que Rosalina não o [José Feliciano] mandou embora foi exatamente o que disse José Feliciano: a gente carece de ouvir voz humana, pra sair das sombras. Um homem não é só um lago de silêncio, necessita de ouvir a música da fala humana. Se a gente não cuida muito do que dizem as palavras, se não cheira o seu sumo, ouve apenas, a fala humana é rude e bárbara, cheia de ruídos estranhos, de altos e baixos. Atente agora não só com os ouvidos bem abertos, ouça com o corpo, com a barriga se possível, com o coração, e veja, ouça a doce modulação do canto. Só o canto, a música. Rosalina ouvia José Feliciano. A voz de José Feliciano veio dar vida ao sobrado, encheu de música o oco do casarão, afugentou para longe as sombras pesadas em que ela, sem dar muita conta, vivia. Agora ela pensava: como foi possível viver tanto tempo sem ouvir voz humana, só os grunhidos, os gestos às vezes desesperados de Quiquina quando ela não conseguia se fazer entender? Ouvindo a própria voz. Mas a gente nunca pega no ar, com o ouvido, a própria voz. É no corpo, no porão da alma que ela ressoa como um rumor de chão. Veja-se o disco, a fala do próprio gravada, ninguém se reconhece. De repente, acordada pelo canto, viu a solidão que era a sua vida. Como foi possível viver tanto tempo assim? Como, meu Deus? Ela estava virando coisa, se enterrava no oco do escuro, ela e o mundo uma coisa só. E dentro dela rugia a seiva, a força que através de verdes fusos dá vida à flora e à fauna, e torna o mundo esta coisa fechada, impenetrável ao puro espírito do homem. E a voz, que a princípio chegava a doer-lhe nos ouvidos, alta demais, acordou-a para a claridade, para a luz das coisas, para a vida. Autran Dourado. Ópera dos mortos. Cap. 5. Os dentes da engrenagem. 9.ª ed., Rio de Janeiro: Record, 1985, p. 73-4. Com referência a aspectos linguísticos do texto acima, julgue (C ou E) o item subsecutivo. Em “Como foi possível viver tanto tempo assim?”, o termo “assim”, empregado como recurso de ênfase, poderia ser retirado do trecho, sem prejuízo para o contexto. Certo Errado Questão 178: CEBRASPE (CESPE) - Téc Cont (SUFRAMA)/SUFRAMA/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) A Portaria Interministerial n.º 12 estabelece o Processo Produtivo Básico (PPB) para motos aquáticas e similares. Esse PPB é composto por oito etapas, que deverão ser realizadas na ZFM, com exceção da primeira, relacionada à moldagem do casco, que poderá ser dispensada, caso a empresa fabricante adquira partes dele e peças no mercado regional ou nacional nas quantidades mínimas indicadas na portaria. “A moto aquática, conhecida popularmente como jet ski, é hoje um produto inteiramente importado. O que fizemos foi simplificar o PPB, sem prejuízos dos níveis de investimento e mão de obra, e com isso vamos trazer essa produção para o PIM. Pelo menos quatro grandes empresas participaram das discussões visando ao estabelecimento do PPB e já demonstraram interesse em fabricar o produto em Manaus”, disse o superintendente da ZFM. Internet: <www.suframa.gov.br/suf_pub_noticias> (com adaptações). No que diz respeito ao texto, julgue o item. Mantêm-se as informações originais e a correção gramatical do período ao se substituir “caso” por qualquer um dos termos a seguir: desde que; contanto que. Certo Errado Questão 179: CEBRASPE (CESPE) - PT (PM CE)/PM CE/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Ele não descobriu a América Oficialmente, o título de “descobridor da América” pertence ao navegante genovês Cristóvão Colombo, mas ele não foi o primeiro estrangeiro a chegar ao chamado Novo Mundo. Além disso, o próprio Colombo nunca se deu conta de que a terra que encontrou era um continente até então desconhecido. A arqueologia já revelou vestígios da passagem dos vikings pelo continente por volta do ano 1000. Leif Ericson, explorador que viveu na região da Islândia, chegou às margens do atual estado de Maine, no norte dos Estados Unidos da América (EUA), no ano 1003. Em 1010, foi a vez de outro aventureiro nórdico, Bjarn Karlsefni, aportar nos arredores de Long Island, na região de Nova York. Além disso, alguns pesquisadores defendem que um almirante chinês chamado Zeng He teria cruzado o Pacífico e desembarcado, em 1421, no que hoje é a costa oeste dos EUA. Polêmicas à parte, Cristóvão Colombo jamais se deu conta de que havia descoberto um novo continente. A leitura de suas anotações de bordo ou de suas cartas deixa claro que ele acreditou até a morte que tinha chegado à China ou ao Japão, ou seja, às “Índias”. É o que o navegador escreveu, por exemplo, em uma carta de março de 1493. Mesmo nos momentos em que se apresenta como um “descobridor”, Colombo se refere aos arredores de um continente que o célebre Marco Polo – do qual foi leitor assíduo – já havia descrito. Em outubro de 1492, depois de seu primeiro encontro com nativos americanos, o explorador fez a seguinte anotação em seu diário de bordo: “Resolvi descer à terra firme e ir à cidade de Guisay entregar as cartas de Vossas Altezas ao Grande Khan”. Guisay é uma cidade real chinesa que Marco Polo visitara. Nesse mesmo documento, Colombo escreveu que, segundo o queos índios haviam informado, ele estava a caminho do Japão. Os nativos tinham apontado, na verdade, para Cuba. Suas certezas foram parcialmente abaladas nas viagens seguintes, mas o navegador nunca chegou a pensar que aportara em um novo continente. Sua quarta viagem o teria levado, segundo escreveu, à província de “Mago”, “fronteiriça à de Catayo”, ambas na China. Somente nos últimos anos de sua vida o genovês considerou a possibilidade de ter descoberto terras realmente virgens. Mas foi necessário certo tempo para que a existência de um novo continente começasse a ser aceita pelos europeus. Américo Vespúcio foi um dos primeiros a apresentar um mapa com quatro continentes. Mais tarde, em 1507, a nova terra seria batizada em homenagem ao explorador italiano. Um ano depois da morte de Colombo, que passou a vida sem entender bem o que havia encontrado. Antouaine Roullet. In: Revista História Viva. Internet: <www2.uol.com.br/historiaviva> (com adaptações). Julgue o item que se segue, considerando as ideias veiculadas no texto acima, a sua estrutura e seus aspectos gramaticais. No trecho “Mas foi necessário certo tempo para que a existência de um novo continente começasse a ser aceita pelos europeus”, a conjunção “Mas” tem valor conclusivo, razão por que poderia ser substituída por Portanto sem prejuízo para o sentido e para a correção gramatical do texto. Certo Errado Questão 180: CEBRASPE (CESPE) - Eng (SUFRAMA)/SUFRAMA/Engenharia de Operações/2014 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) As línguas amazônicas hoje: quantidade e diversidade Atualmente são faladas na Amazônia cerca de 250 línguas indígenas, cerca de 150 em território brasileiro. Embora aparentemente altos, esses números são o resultado de um processo histórico — a colonização europeia da Amazônia — que reduziu drasticamente a população indígena nos últimos 400 anos. Estima-se que, só na Amazônia brasileira, o número de línguas e de povos teria sido de uns 700 imediatamente antes da penetração dos portugueses. Apesar da extraordinária redução quantitativa, as línguas ainda existentes apresentam considerável diversidade, o que caracteriza a Amazônia como uma das regiões de maior diferenciação linguística do mundo, com mais de 50 famílias linguísticas. Aryon Dall’Igna Rodrigues. Aspectos da história das línguas indígenas da Amazônia. In: M. do S. Simões (Org.). Sob o signo do Xingu. Belém: IFNOPAP/UFPA, 2003, p. 37-51 (com adaptações). No que se refere às ideias e aos aspectos linguísticos do texto acima, julgue o item seguinte. O vocábulo “que” é pronome relativo nos seguintes trechos: “Estima-se que (...) dos portugueses” e “o que caracteriza (...) famílias linguísticas”. Certo Errado Questão 181: CEBRASPE (CESPE) - TAAP (DEPEN)/DEPEN/Técnico em Enfermagem/2013 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Ex-presidiário, condenado a mais de cem anos de prisão por assalto à mão armada e homicídio, Luiz Alberto Mendes Júnior teve uma vida que renderia um belo filme de ação. Mas o protagonista decidiu tomar outro rumo: dedicou-se à literatura e hoje é um autor de sucesso. Luiz Alberto Mendes Júnior cumpriu 31 anos e 10 meses de prisão. Dentro da penitenciária, aprendeu a ler e a escrever. Trabalhou na escola da penitenciária e alfabetizou mais de 500 presos. Fez vestibular para direito na PUC de São Paulo. Passou. E mudou de vida. Hoje, conquistada a liberdade, Luiz Alberto já lançou três livros e assina uma coluna na revista Trip, além de fazer palestras pelo Brasil afora. É autor de Memórias de um Sobrevivente (2001, um relato de seu tempo na cadeia), Tesão e Prazer: Memórias Eróticas de um Prisioneiro (2004, também autobiográfico) e Às Cegas (2005, que conta o período dos estudos na PUC e as primeiras tentativas literárias). No esforço de compreender os caminhos de sua vida, o escritor transforma a matéria bruta da memória e cria narrativas que valem cada minuto da atenção dos leitores. Em suas palestras, fala sobre “a literatura como salvação pessoal”, conta um pouco da sua vida atrás das grades e explica a mudança que o livro promoveu em sua vida. Internet: <www.bienalbrasildolivro.com.br> (com adaptações). Em relação à tipologia, às informações e às estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item a seguir. A palavra “protagonista” retoma o antecedente “Luiz Alberto Mendes Júnior”. Certo Errado Questão 182: CEBRASPE (CESPE) - EPF/PF/2013 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) A fim de solucionar o litígio, atos sucessivos e concatenados são praticados pelo escrivão. Entre eles, estão os atos de comunicação, os quais são indispensáveis para que os sujeitos do processo tomem conhecimento dos atos acontecidos no correr do procedimento e se habilitem a exercer os direito que lhes cabem e a suportar os ônus que a lei lhes impõe. Internet: <http://jus.com.br> (com adaptações). No que se refere ao texto acima, julgue o item seguinte. Na linha 1, a correção gramatical do texto seria mantida caso a expressão “os quais” fosse substituída por que ou fosse suprimida, desde que, nesse último caso, fosse suprimida também a forma verbal “são”. Certo Errado Questão 183: CEBRASPE (CESPE) - Adm (MIN)/MIN/2013 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto para o item A combinação de políticas sociais inovadoras de distribuição de renda, estabilidade e transparência financeira e política, crescimento sustentável e responsabilidade fiscal conduziu o Brasil a se firmar entre as maiores economias do planeta no século XXI. O país chegou à posição de sexta maior economia em 2011, quando ultrapassou o Reino Unido. Com essa colocação, a economia brasileira ficou atrás apenas de Estados Unidos da América, China, Japão, Alemanha e França. A posição levou em conta o produto interno bruto (PIB), que é a soma de tudo o que um país produz. Outro reconhecimento internacional da solidez econômica se deu com a conquista, pela primeira vez, em 2008, do selo de “grau de investimento seguro”, classificação dada por agências globais de classificação de risco. Esse status sinaliza a investidores estrangeiros que é seguro aplicar dinheiro no país. Mostra, ainda, que o Estado tem condições de honrar o pagamento da dívida pública, pratica boas políticas fiscais e arrecada mais do que gasta, ou seja, o risco de calote é pequeno. O grau de investimento seguro ajuda o Brasil a atrair mais investimentos de países ricos, cujas normas impedem que se aplique em economias de alto risco. Só em 2011, o investimento estrangeiro direto no Brasil atingiu US$ 69,1 bilhões, ou 2,78% do PIB. Esse volume de investimentos estrangeiros tende a permanecer forte com a aproximação de eventos internacionais sediados no Brasil — como a Copa do Mundo (2014) e as Olimpíadas (2016) — e a exploração do pré-sal, a faixa litorânea de oitocentos quilômetros entre o Espírito Santo e Santa Catarina onde estão depositados petróleo (mais fino, de maior valor agregado) e gás a seis mil metros abaixo de uma camada de sal no Oceano Atlântico. A solidez da economia brasileira está ainda representada na adoção de normas mais rígidas que o padrão mundial para o sistema financeiro nacional, na consolidação do sistema de metas e de controle da inflação e do câmbio flutuante, na manutenção do desemprego em um dos mais baixos patamares da história e no aumento do poder de compra da população ocupada (alta de 19% entre 2003 e 2010), garantido pela política de valorização do salário mínimo nacional, reajustado com base na inflação dos dois anos anteriores, somado ao percentual do crescimento do PIB do ano imediatamente anterior. Internet: <www.brasil.gov.br> (com adaptações).Julgue o próximo item com base na estrutura linguística do texto. Sem prejuízo gramatical ou alteração de sentido, o pronome “onde” poderia ser substituído por no qual. Certo Errado Questão 184: CEBRASPE (CESPE) - TJ TRT10/TRT 10/Apoio Especializado/Tecnologia da Informação/2013 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) O Tribunal Regional do Trabalho da 10.ª Região (TRT), após autorização da presidenta, efetuou a doação de diversos equipamentos, chamados de “passíveis de desfazimento”, a duas entidades: Creche Magia dos Sonhos e Associação dos Deficientes de Brasília, consideradas pela administração do tribunal como legalmente aptas a receber os bens. A medida é de grande importância porque equipamentos considerados obsoletos ou de baixo rendimento para o TRT — como impressoras, teclados e computadores — podem ser muito úteis para instituições voltadas ao trabalho social, que não teriam como obtê-los a não ser pela via da doação. Esse ato integra o rol de ações relacionadas à responsabilidade social do tribunal, intensificado a cada gestão. Internet: <www.trt10.jus.br> (com adaptações). Em relação às ideias e estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item a seguir. O termo “A medida” consiste em elemento coesivo que retoma as informações do trecho “consideradas pela administração do tribunal como legalmente aptas a receber os bens”. Certo Errado Questão 185: CEBRASPE (CESPE) - TRSTT (ANTT)/ANTT/2013 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Muitos são contra a privatização de rodovias e a cobrança de pedágio. Realmente, pode-se dizer que é pagar impostos duas vezes; no entanto, no Brasil, grande parte das rodovias que não são privatizadas não possui boas condições de tráfego. Ou seja, pagamos apenas uma vez, mas não temos rodovias de qualidade. O governo federal e os governos estaduais nem sempre têm condições de manter as rodovias em perfeitas condições. A privatização surge como alternativa para resolver esse problema. Com o auxílio da iniciativa privada, o governo consegue fazer muito mais em pouco tempo. Internet: <http://administracaoesucesso.com/> (com adaptações). A respeito das estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item que se segue. A expressão “esse problema” retoma a ideia antecedente, expressa em “nem sempre têm condições de manter as rodovias em perfeitas condições”. Certo Errado Questão 186: CEBRASPE (CESPE) - Tec (SERPRO)/SERPRO/Suporte Administrativo/2013 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) A escolha de um argentino para o comando da Igreja Católica reacendeu o debate a respeito da rivalidade histórica entre o Brasil e seu vizinho continental mais influente. A agência de notícias Associated Press chegou a produzir uma reportagem, divulgada por meios de comunicação de diversas partes do mundo, afirmando que a eleição do cardeal Jorge Bergoglio para o trono de São Pedro foi “uma adaga no coração do Brasil”, que tinha pelo menos um candidato bem cotado para o cargo. Não foi exatamente assim. Ainda que, em um primeiro momento, possa ter havido surpresa e até uma leve frustração com a escolha do cardeal portenho, a verdade é que os brasileiros receberam com respeito e simpatia a ascensão de um latino-americano ao cargo mais elevado da Igreja. Nesta hora, vale mais o sentimento de pertencer ao mesmo continente do que a oposição fronteiriça. Não poderia ser de outra forma: nossa rivalidade, que é acentuada no terreno esportivo, deve ter o limite do bom senso, da solidariedade e da colaboração mútua. Brasil e Argentina são parceiros comerciais e sócios fundadores do MERCOSUL. Descontando-se alguns momentos de conflito, inclusive a participação em lados opostos na II Guerra Mundial, ambos têm caminhado juntos pela história da América do Sul, no rumo da democracia, do desenvolvimento e de uma vida melhor para seus povos. Editorial, Zero Hora, 17/3/2013 (com adaptações). Julgue o item a seguir, relativo às ideias e às estruturas linguísticas do texto acima. Embora pareçam remeter a um mesmo referente, as expressões “comando da Igreja Católica”, “trono de São Pedro”, “o cargo” e “cargo mais elevado da Igreja” referem-se a ideias e realidades diferentes. Certo Errado Questão 187: CEBRASPE (CESPE) - Cont (TCE-RO)/TCE-RO/2013 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) A ousadia e a engenhosidade dos cibercriminosos têm espantado até mesmo os mais experientes especialistas em segurança da informação, seja pela utilização de técnicas avançadas de engenharia social, em casos de spear-phishing, seja pelo desenvolvimento de metodologias de ataques em massa. Segundo levantamento realizado pela Trend Micro, desde abril deste ano, hackers invadiram dois sítios do governo brasileiro. Leonardo Bonomi, diretor de suporte e serviços para a Trend Micro, coloca os ataques a sítios com boa reputação, de empresas populares ou mesmo de governos, como uma tendência de alvo. “Cada vez mais esse tipo de estratégia será usado para enganar os usuários finais”, afirma Bonomi, que não revelou quais sítios foram vítimas do cibercrime. Para Bonomi, a tática utilizada pelos cibercriminosos é achar brechas e vulnerabilidades em sítios confiáveis, por meio de ferramentas de dia zero (capazes de efetuar investidas ininterruptamente até conseguir atingir os objetivos escusos). Após o ataque, os hackers propagam malwares e vírus que controlam e monitoram as informações nas máquinas dos usuários. O malware encontrado nas páginas brasileiras é denominado Banker, transmitido por meio de dois arquivos, um executável e outro GIF (que, na verdade, é um arquivo 25 Java). Ambos são baixados em sítios supostamente confiáveis e seguros. Utilizando engenharia social, os cibercriminosos enviam mensagens aos internautas, avisando sobre as últimas atualizações de programas como Adobe e Flash Player, por exemplo. Baixados os arquivos, os dois vírus entram em ação: enquanto o executável desliga os sistemas de segurança, o arquivo em Java conecta a máquina do usuário a uma rede botnet. A finalidade desses malwares é o roubo de dados bancários das vítimas, mas também pode variar para práticas ilícitas mais avançadas e até para o sequestro de informações pessoais. “Para nós, esse tipo de cibercriminoso se encaixa no modelo de crime organizado, pois, além de ataques complexos e avançados, eles visam a qualquer atividade que dê dinheiro, sem o menor escrúpulo”, diz Bonomi. Rodrigo Aron. Hackers invadem sites governamentais. In: Risk Report. maio/2013. Internet: <www.decisionreport.com.br> (com adaptações). A respeito das ideias e estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item. A expressão ‘esse tipo de estratégia’ retoma a ideia expressa no período imediatamente anterior, de que sítios com reputação confiável tendem a ser mais visados por “cibercriminosos”. Certo Errado Questão 188: CEBRASPE (CESPE) - AFT/MTE/2013 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto para o item Embora as conquistas obtidas a partir da Revolução Francesa tenham possibilitado a consolidação da concepção de cidadania, elas não foram suficientes para que essa condição se verificasse na prática. A mera declaração formal das liberdades nos documentos e nas legislações esboroava diante da inexorável exclusão econômica da maioria da população. Em vista disso, já no século XIX, buscaram-se os direitos sociais com ações estatais que compensassem tais desigualdades, municiando os desvalidos com direitos implantados e construídos de forma coletiva em prol da saúde, da educação, da moradia, do trabalho, do lazer e da cultura para todos. No entanto,foi somente depois da Segunda Guerra Mundial que a afirmação da cidadania se completou, haja vista que só então se percebeu a necessidade de se valorizar a vontade da maioria, respeitando-se, sobretudo, as minorias, em suas necessidades e peculiaridades. Em outras palavras, verificou-se claramente que a maioria pode ser opressiva, a ponto de conduzir legitimamente ao poder o nazismo ou o fascismo. Para que fatos como esse não se repetissem, fez-se premente a criação de salvaguardas em prol de todas as minorias, uma vez que a soma destas empresta legitimidade e autenticidade à vontade da maioria. Eis aí o fundamento primeiro das políticas em favor de quaisquer minorias. No que toca às pessoas com deficiência, é possível afirmar que o viés assistencialista e caridosamente excludente que orientava as ações governamentais tem sido substituído por programas de efetiva inclusão, que visam formar cidadãos sujeitos do próprio destino, e não mais meros beneficiários de políticas de assistência social. O direito de ir e vir, de trabalhar e de estudar é a mola mestra da inclusão de qualquer cidadão e, para que se concretize em face das pessoas com deficiência, há que se exigir do Estado a construção de uma sociedade livre, justa e solidária (como prevê o artigo 3.º da Constituição Federal), por meio da implementação de políticas públicas compensatórias e eficazes. A obrigação, porém, não se esgota nas ações estatais. Todos nós somos igualmente responsáveis pela efetiva compensação de que se cuida. As empresas, por sua vez, devem primar pelo respeito ao princípio constitucional do valor social do trabalho e da livre iniciativa, para que se implementem a cidadania plena e a dignidade do trabalhador com ou sem deficiência (previstas nos artigos 1.º e 170 da Constituição Federal). Nesse diapasão, a contratação de pessoas com deficiência deve ser vista como qualquer outra. Desses trabalhadores, espera-se profissionalismo, dedicação, assiduidade, enfim, atributos ínsitos a qualquer empregado. Não se quer assistencialismo, e sim oportunidades. Brasil. Ministério do Trabalho e Emprego. Secretaria de Inspeção do Trabalho. A inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. 2.ª ed., Brasília, 2007. Internet: <www.dominiopublico.gov.br> (com adaptações). Com base na estrutura linguística do texto, julgue o item que se segue. A expressão “tais desigualdades”, empregada, no período em que ocorre, sem um referente explícito, está associada à “inexorável exclusão econômica da maioria da população”. Certo Errado Questão 189: CEBRASPE (CESPE) - Tec (SERPRO)/SERPRO/Programação e Controle de Serviços de Tecnologia da Informação/2013 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) O Programa SERPRO de Inclusão Digital (PSID) busca promover a inclusão digital e social das comunidades excluídas do universo das tecnologias da informação e comunicação (TIC). O Serviço Federal de Processamento de Dados (SERPRO), maior empresa de TIC da América Latina, utiliza sua competência tecnológica e seu compromisso social nesse programa de uso intensivo da tecnologia da informação para ampliar a cidadania e combater a pobreza, objetivando garantir a inserção do indivíduo na sociedade da informação e o fortalecimento do desenvolvimento local. Implantado em 2003, esse programa é uma das ações amparadas pela política de Responsabilidade Social e Cidadania da Empresa, em sintonia com o Programa Brasileiro de Inclusão Digital do Governo Federal. O PSID concentra-se em dois eixos principais: utilizar efetivamente o software livre, viabilizando o seu uso e a apropriação das novas tecnologias pela sociedade; e propiciar o atendimento das necessidades das comunidades, a formulação de políticas públicas, a criação de conhecimentos, a elaboração de conteúdos apropriados e o fortalecimento das capacidades das pessoas e das redes comunitárias. Dentre as ações desenvolvidas pela área de inclusão digital do SERPRO, destaca-se a montagem de telecentros comunitários, iniciativa que leva o acesso ao universo tecnológico e ao mundo da informação para várias localidades do Brasil. O SERPRO também integra diversas parcerias com outros órgãos do governo, desenvolvendo soluções e participando ativamente de ações de governo ligadas à inclusão digital. Internet: <https://www4.serpro.gov.br/inclusao> (com adaptações). De acordo com as ideias e estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item. As expressões “nesse programa” e “esse programa” são elementos de coesão textual que retomam o antecedente “Programa SERPRO de Inclusão Digital (PSID)”. Certo Errado Questão 190: CEBRASPE (CESPE) - AA (IBAMA)/IBAMA/2013 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) O conceito de consumo consciente não envolve apenas o que você consome, mas também como você consome um produto, de quem você o adquire e qual será o seu destino após descartá-lo. Pouco adianta usar sacolas retornáveis de uma empresa que não toma o devido cuidado em seu processo de produção, ou comprar alimentos orgânicos de um produtor que não registra devidamente seus empregados, mas utiliza mão de obra infantil ou escrava. Pesquisa recente promovida pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) apontou que dois terços dos brasileiros disseram desconhecer o significado do termo consumo consciente. Dos que responderam saber o seu significado, 54% o definiram como o ato de consumir produtos ou serviços que não agridam o meio ambiente nem a saúde humana. Há diversas abordagens sobre a definição de consumo consciente. De maneira geral, todas elas passam pela prática de consumir produtos com consciência de seus impactos, buscando a sustentabilidade. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), por exemplo, indica que a utilização de bens e serviços precisa atender às necessidades básicas e proporcionar melhor qualidade de vida. Ao mesmo tempo, um produto ou serviço deve minimizar o uso de recursos naturais e materiais tóxicos, assim como diminuir a emissão de poluentes e a geração de resíduos. Para o MMA, o consumo consciente é uma contribuição voluntária, cotidiana e solidária do cidadão para garantir a sustentabilidade da vida no planeta. Envolve a ampliação dos impactos positivos e a diminuição dos impactos negativos no meio ambiente, na economia e nas relações sociais. Internet: <www.brasil.gov.br> (com adaptações). Julgue o item seguinte, acerca das ideias do texto e de sua estrutura linguística. Na linha 3, o pronome “seu” pode fazer referência tanto ao processo de produção de sacolas retornáveis quanto ao processo de produção utilizado pela empresa hipotética mencionada, de forma geral. Certo Errado Questão 191: CEBRASPE (CESPE) - EPF/PF/2013 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) O que tanta gente foi fazer do lado de fora do tribunal onde foi julgado um dos mais famosos casais acusados de assassinato no país? Torcer pela justiça, sim: as evidências permitiam uma forte convicção sobre os culpados, muito antes do encerramento das investigações. Contudo, para torcer pela justiça, não era necessário acampar na porta do tribunal, de onde ninguém podia pressionar os jurados. Bastava fazer abaixo-assinados via Internet pela condenação do pai e da madrasta da vítima. O que foram fazer lá, ao vivo? Penso que as pessoas não torceram apenas pela condenação dos principais suspeitos. Torceram também para que a versão que inculpou o pai e a madrasta fosse verdadeira. O relativo alívio que se sente ao saber que um assassinato se explica a partir do círculo de relações pessoais da vítima talvez tenha duas explicações. Primeiro, a fantasia de que em nossas famílias isso nunca há de acontecer. Em geral temos mais controle sobre nossas relações íntimasque sobre o acaso dos maus encontros que podem nos vitimar em uma cidade grande. Segundo, porque o crime familiar permite o lenitivo da construção de uma narrativa. Se toda morte violenta, ou súbita, nos deixa frente a frente com o real traumático, busca-se a possibilidade de inscrever o acontecido em uma narrativa, ainda que terrível, capaz de produzir sentido para o que não tem tamanho nem nunca terá, o que não tem conserto nem nunca terá, o que não faz sentido. Maria Rita Khel. A morte do sentido. Internet: <www.mariaritakehl.psc.br> (com adaptações). Com base no texto acima, julgue o item. A substituição da expressão “ainda que terrível” por senão que terrível preservaria a correção gramatical e o sentido original do texto. Certo Errado Questão 192: CEBRASPE (CESPE) - AJ CNJ/CNJ/Apoio Especializado/Sociologia/2013 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) A discriminação, como um componente indissociável do relacionamento entre os seres humanos, reveste-se inegavelmente de uma roupagem competitiva. Afinal, discriminar nada mais é do que tentar reduzir as perspectivas de uns em benefício de outros. Quanto mais intensa a discriminação e mais poderosos os mecanismos inerciais que impedem o seu combate, mais ampla é a clivagem entre discriminador e discriminado. Dessa lógica resulta, inevitavelmente, que aos esforços de uns em prol da concretização da igualdade se contraponham os interesses de outros na manutenção do status quo. É crucial, pois, que as ações afirmativas, mecanismo jurídico concebido com vistas a quebrar essa dinâmica perversa, sofram o influxo dessas forças contrapostas e atraiam considerável resistência, sobretudo da parte dos que historicamente se beneficiaram da exclusão dos grupos socialmente fragilizados. Ao Estado cabe, assim, a opção entre duas posturas distintas: manter-se firme na posição de neutralidade e permitir a total subjugação dos grupos sociais desprovidos de voz, de força política e de meios de fazer valerem os seus direitos; ou, ao contrário, atuar ativamente para mitigar as desigualdades sociais, cujo público-alvo é precisamente as minorias raciais, étnicas, sexuais e nacionais. Joaquim Barbosa B. Gomes. As ações afirmativas e os processos de promoção da igualdade efetiva. In: AJUFE (Org.). Seminário internacional: as minorias e o direito. 1.ª ed. 2003, p. 91-2 (com adaptações). Com relação às ideias e estruturas linguísticas do texto acima, julgue o próximo item. Sem prejuízo para a coerência e a correção gramatical, os dois primeiros períodos do texto poderiam ser condensados no seguinte período: A discriminação, elemento indissociável do relacionamento entre seres humanos, reveste-se inegavelmente de uma roupagem competitiva, porquanto corresponde a uma tentativa de se reduzirem as perspectivas de uns em benefício de outros. Certo Errado Questão 193: CEBRASPE (CESPE) - TJ TJDFT/TJDFT/2013 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto para o item Mesmo com os avanços na área de segurança, os crimes virtuais, ou cibercrimes, continuam causando muitos problemas financeiros, como mostrou um estudo feito pela empresa de segurança Norton no ano de 2012. De acordo com o estudo, somente no Brasil, os prejuízos superam a casa dos R$ 15 bilhões por ano. No mundo todo, esse valor sobe para cerca de R$ 220 bilhões. Entre os motivos para esses números expressivos, estão o aumento de ataques a dispositivos móveis e redes sociais e a própria lentidão do sistema no combate aos crimes. O estudo revela que, com a prosperidade da economia brasileira e a crescente aquisição de computadores e celulares, o Brasil tem-se mostrado um alvo importante para os criminosos, além de se apresentar como origem de grande parte dos ataques no mundo. Nesse quesito, o país está em quarto lugar no ranque mundial, atrás apenas dos Estados Unidos da América, da China e da Índia. A tradição social do país pode contribuir para esse fato, já que sítios de relacionamento como Facebook, Orkut e Twitter são populares também entre os criminosos. Eles conseguem angariar informações pessoais sobre as vítimas e ainda utilizam as plataformas para disseminar ameaças. A pesquisa mostra que os usuários da Internet, em geral, ainda não se preocupam em checar links antes de compartilhá-los ou desconectar-se dos sítios ao deixar de navegar neles, e não têm ideia se suas configurações são públicas ou privadas. A pesquisa indica, ainda, que 30% das pessoas no mundo não pensam sobre o cibercrime, por não acreditarem que poderiam ser vítimas desse tipo de ação, enquanto 21% admitem não tomar quaisquer medidas de segurança quando estão online. De fato, os usuários nem sequer têm percepção da própria situação: 51% não entendem como funcionam os procedimentos de segurança virtual e não sabem reconhecer se seus sistemas estão infectados, 55% não têm certeza se seu computador está livre de ameaças e 48% utilizam apenas um antivírus básico. A esse respeito, um dos responsáveis pelo estudo afirma: “É como andar rápido em uma rodovia sem um cinto de segurança.” No entanto, ele reconhece que, aos poucos, as pessoas estão se educando: 89% já apagam emails suspeitos. Bruno do Amaral. Perdas com cibercrimes chegam a R$ 15 bi no Brasil por ano. Internet: <http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias> (com adaptações). Julgue o item que se segue, relativo à estrutura linguística do texto. O sentido original e a correção gramatical do texto seriam mantidos, caso a expressão “Mesmo com os” fosse substituída por A despeito dos. Certo Errado Questão 194: CEBRASPE (CESPE) - AA (ANCINE)/ANCINE/I/2013 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Texto para o item Quando o homem moderno, particularmente o habitante da cidade, deixa a luz natural do dia ou a luz artificial da noite e entra no cinema, opera-se em sua consciência uma mudança psicológica crucial. Do ponto de vista subjetivo, na maioria dos casos, ele vai ao cinema em busca de distração, entretenimento, talvez até instrução, por um bom par de horas. Pouco lhe importam as condições técnicas e socioeconômicas das indústrias que, em primeira instância, lhe possibilitam assistir aos filmes; na verdade, esse tipo de preocupação nem lhe passa pela cabeça. Um dos principais aspectos desse ato corriqueiro, que se chama situação cinema, é o isolamento mais completo possível do mundo exterior e de suas fontes de perturbação visual e auditiva. O cinema ideal seria aquele onde não houvesse absolutamente nenhum ponto de luz (tais como letreiros luminosos de emergência e saída etc.) fora da própria tela e onde, fora a trilha sonora do filme, não pudessem penetrar nem mesmo os mínimos ruídos. A eliminação radical de todo e qualquer distúrbio visual e auditivo não relacionado com o filme justifica-se pelo fato de que apenas na completa escuridão podem-se obter os melhores resultados na exibição do filme. A perfeita fruição do ato de ir ao cinema é prejudicada por qualquer distúrbio visual ou auditivo, que lembra ao espectador, contra a sua vontade, que ele estava a ponto de suscitar uma experiência especial mediante a exclusão da realidade trivial da vida corrente. Esses distúrbios o remetem à existência de um mundo exterior, totalmente incompatível com a realidade psicológica de sua experiência cinematográfica. Daí é inevitável a conclusão de que a fuga voluntária da realidade cotidiana é uma característica essencial da situação cinema. Hugo Mauerhofer. A psicologia da experiência cinematográfica. In: Ismail Xavier. A experiência do cinema. RJ: Graal, 1983, p. 375-6 (com adaptações). Com base nos aspectos linguísticos do texto, julgue o item que se segue. Os pronomes “ele”, “sua” e “o” referem-se ao termo “espectador”, com o qual estabelecemuma cadeia coesiva. Certo Errado Questão 195: CEBRASPE (CESPE) - TJ CNJ/CNJ/Apoio Especializado/Programação de Sistemas/2013 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Em 2012, o CNJ promoveu, em parcerias com órgãos do Executivo e do Judiciário, campanhas importantes para promover o bem-estar do cidadão, como a da aplicação da Lei Maria da Penha no âmbito dos tribunais; a do reconhecimento da paternidade voluntária; a do fortalecimento da ideia de conciliação no Judiciário; e a de valorização da vida. Em parceria com o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), a campanha “Conte até 10” recebeu o apoio de importantes lutadores profissionais, como os campeões mundiais Anderson Silva (peso-médio) e Júnior Cigano (peso-pesado), além de judocas campeões olímpicos, para divulgar a mensagem de não violência em situações de confronto. Nas redes sociais, a campanha conseguiu uma repercussão expressiva. Somente no facebook do CNJ, 102.432 pessoas comentaram, curtiram ou compartilharam os posts da campanha, veiculada em novembro. Internet: <www.cnj.jus.br/q2rc> (com adaptações). Em relação às estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item a seguir. No trecho “a do reconhecimento”, há elipse do termo “aplicação”, anteriormente utilizado. Certo Errado Questão 196: CEBRASPE (CESPE) - TRSTT (ANTT)/ANTT/2013 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada mostra que a malha ferroviária brasileira encolheu de 1960 para cá, porque o investimento em rodovias passou a ser prioridade absoluta. Em 40 anos, a extensão dos trilhos passou de aproximadamente 40 mil quilômetros para os atuais 29 mil quilômetros. Destes, apenas um terço está em condições de uso. O movimento seguiu na direção inversa à da necessidade. Em um país de dimensões continentais, como é o Brasil, a regra da eficiência logística diz que, para viagens mais longas, acima de 500 quilômetros, a opção mais barata é o transporte por ferrovias. A principal vantagem dele é o fato de sua manutenção ser de baixo custo, em comparação ao das rodovias. Além disso, ele é mais versátil e mais viável em casos de cargas de alto volume, como produtos agrícolas e minério. Internet: <http://exame.abril.com.br> (com adaptações). Com referência a ideias e estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item. O termo “dele” refere-se ao antecedente “o Brasil”. Certo Errado Questão 197: CEBRASPE (CESPE) - Ana MPU/MPU/Apoio Jurídico/Direito/2013 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) Se considerarmos o panorama internacional, perceberemos que o Ministério Público brasileiro é singular. Em nenhum outro país, há um Ministério Público que apresente perfil institucional semelhante ao nosso ou que ostente igual conjunto de atribuições. Do ponto de vista da localização institucional, há grande diversidade de situações no que se refere aos Ministérios Públicos dos demais países da América Latina. Encontra-se, por exemplo, Ministério Público dependente do Poder Judiciário na Costa Rica, na Colômbia e, no Paraguai, e ligado ao Poder Executivo, no México e no Uruguai. Constata-se, entretanto, que, apesar da maior extensão de obrigações do Ministério Público brasileiro, a relação entre o número de integrantes da instituição e a população é uma das mais desfavoráveis no quadro latino-americano. De fato, dados recentes indicam que, no Brasil, com 4,2 promotores para cada 100 mil habitantes, há uma situação de clara desvantagem no que diz respeito ao número relativo de integrantes. No Panamá, por exemplo, o número é de 15,3 promotores para cada cem mil habitantes; na Guatemala, de 6,9; no Paraguai, de 5,9; na Bolívia, de 4,5. Em situação semelhante ou ainda mais crítica do que o Brasil, estão, por exemplo, o Peru, com 3,0; a Argentina, com 2,9; e, por fim, o Equador, com a mais baixa relação: 2,4. É correto dizer que há nações proporcionalmente com menos promotores que o Brasil. No entanto, as atribuições do Ministério Público brasileiro são muito mais extensas do que as dos Ministérios Públicos desses países. Maria Tereza Sadek. A construção de um novo Ministério Público resolutivo. Internet: <https://aplicacao.mp.mg.gov.br> (com adaptações). Julgue o item seguinte, relativo às ideias e a aspectos linguísticos do texto acima. No último período do texto, a palavra “atribuições” está subentendida logo após o vocábulo “as”, que poderia ser substituído por aquelas, sem prejuízo para a correção do texto. Certo Errado Questão 198: CEBRASPE (CESPE) - AJ (STF)/STF/Apoio Especializado/Revisão de Textos/2013 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) O direito à informação da faculdade de manter-se silente ganhou dignidade constitucional, porque instrumento insubstituível da eficácia real da vetusta garantia contra a autoincriminação, que a persistência planetária dos abusos policiais não deixa perder atualidade. Em princípio, em vez de constituir desprezível irregularidade, a omissão do dever de informar ao preso os seus direitos, no momento adequado, gera efetivamente a nulidade e impõe a desconsideração de todas as informações incriminatórias anteriormente obtidas, assim como das provas delas derivadas. Mas, em matéria de direito ao silêncio e à informação oportuna dele, a apuração do gravame há de fazer- se a partir do comportamento do réu e da orientação de sua defesa no processo. Internet: <www.stf.jus.br> (com adaptações). No que se refere aos aspectos linguísticos do texto acima, julgue o próximo item. O emprego do pronome “dele” imediatamente após “oportuna” prejudica a clareza do texto, dada a ambiguidade relativa ao referente desse pronome. Certo Errado Questão 199: CEBRASPE (CESPE) - TJ TRT10/TRT 10/Apoio Especializado/Tecnologia da Informação/2013 Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) A primeira ideia de criação de uma jurisdição trabalhista surgiu com a Lei n.º 1.637/1907, que previa em seu artigo 8.º os conselhos permanentes de conciliação e arbitragem. Posteriormente, a Lei n.º 1.869/1922 criou em São Paulo os tribunais rurais — os primeiros tribunais trabalhistas do país. Já existia o Patronato Agrícola, ligado à Secretaria de Agricultura, o qual se ocupava de tais questões. À época, entendeu o governo estadual de São Paulo que o modelo de solução entre trabalhadores e proprietários rurais era inadequado. Também em 1922 foram instituídas no Brasil as convenções coletivas de trabalho como forma de composição de interesses entre trabalhadores e empregadores, reflexo da forte influência italiana entre nós, estimulada pela grande imigração de europeus — daí derivando a necessidade de um órgão com competência para conhecer e dirimir eventuais conflitos decorrentes dessa prática coletiva. Com isso, surgiram então as comissões mistas de conciliação, cuja função era conciliar os dissídios coletivos, e, no mesmo momento, criaram-se as juntas de conciliação e julgamento, que conciliavam e julgavam os dissídios individuais do trabalho. Seguiram-se outras instituições extrajudiciais com funções semelhantes em setores localizados, como as juntas de trabalho marítimo e o Conselho Nacional do Trabalho, ambos de 1933. Somente com o advento do Decreto-lei n.º 9.797 é que foi organizada a justiça do trabalho como hoje ela funciona, integrada ao Poder Judiciário. Internet: <www.trt10.jus.br> (com adaptações). Julgue o item, relativo às ideias e estruturas linguísticas do texto acima. A expressão “dessa prática coletiva” refere-se ao antecedente “imigração de europeus”. Certo Errado Questão 200: CEBRASPE (CESPE) - AJ TRT10/TRT