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APS - DIREITO FALIMENTAR E RECUPERACIONAL

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FMU – FACULDADE METROPOLITANAS UNIDAS 
 
 
 
SAMARA SANTOS LEITE 
 
 
 
 
 
APS 
 DIREITO FALIMENTAR E RECUPERACIONAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO – SP 
2021 
RESENHA CRÍTICA – TEMA: A RELEVÂNCIA DA 
RECUPERAÇÃO JUDICIAL E O PAPEL DAS MICROEMPRESAS E 
EMPRESAS DE PEQUENO PORTE. 
 
Não é fácil hoje em dia, se manter um negócio. Fazer o planejamento e abrir um é mais 
fácil do que mantê-lo, pois a inserção no mercado empreendedor envolve riscos, e muitas vezes, 
por diversos motivos, o empresário ou a sociedade empresária pode se tornar insolvente, onde 
o seu passivo supera o seu ativo. Todos estão sujeitos a passar por esse momento difícil no 
mundo dos negócios. 
Porém, essa crise, não afeta somente a empresário ou a sociedade empresaria em si, mas 
afeta uma massa gigantesca de pessoas que são relacionadas a ela, como os empregados que 
precisam de seus empregos para se manterem e manterem os seus familiares e dependentes, 
afeta a economia, pois não haverá a circulação de capital, o não pagamento dos impostos que 
são na teoria, o dinheiro arrecado para ser investido na própria sociedade, os credores que 
ficarão sem receber, e em decorrência disso não poderão realizar seus compromissos também. 
Enfim, é muito amplo o alcance da queda de um empresário. 
A lei 11.101/2005 que trata da falência e da recuperação judicial, foi editada a fim de 
superar a lei anterior que já era ultrapassada para o tempo, por ser muito agrícola ainda. Ela 
rege a falência, tratando dos requisitos para a sua decretação, seu processo e afins, e a da 
recuperação judicial, que podemos dizer que é o principal objetivo dela, e a falência seria usada 
subsidiariamente caso não fosse possível fazê-la. 
Como já dito, não é interessante para ninguém que algum empresário ou sociedade 
venha a falir, diante disso, a lei criou formas de auxiliar esse empresário a se reerguer caso se 
encontre em estado de insolvência, e sua finalidade é sanear a situação de crise da empresa, 
tentando a todo custo a continuidade das atividades da mesma, mantendo a fonte produtiva e 
buscando também a cumprir as obrigações ante seus credores, pois eles também precisam 
receber para continuar com suas atividades e assim também gerando produtividade para a 
economia. Então a recuperação tem papel fundamental para engajar a própria economia, 
tentando fazer com que a empresa tenha seus passivos organizados e quitados, e não sai do 
mercado, e sim se reerga e mantenha suas atividades. Lembrado que para a recuperação judicial, 
deve ser feito com o pedido para o juiz. 
A lei também protege o credor que faz negócio com a sociedade ou empresário em 
recuperação judicial, colocando seu crédito como prioritário, já que ele acreditou no devedor 
em recuperação. 
Mas, existem casos, onde a insolvência não é possível por meio da recuperação, 
sobrando desse modo a falência, que não é tudo ruim para a empresa devedora, chega até ser 
benéfica, pois na falência, todos os credores são juntados em um só processo em concurso, 
depois os créditos são classificados é feita a arrecadação dos bens, as vendas desses bens para 
gerar capital, e depois vai se fazendo o pagamento até onde der, até quando acabar o dinheiro. 
Se der para pagar todo mundo ótimo, se não, o devedor não é obrigado e tem o encerramento 
do processo e de suas atividades, além de poder solicitar a extinção de suas obrigações. Ele fica 
inapto para voltar para as suas atividades, mas impede que os seus credores fiquem sem recursos 
também para continuar as deles, pois é de interesse que já que o devedor (falido) não deu conta 
de se manter no mercado, se passa para outros para que eles continuem e não parem, engajando 
sempre a economia. 
Nos casos de o empresário ou sociedade insolvente, que já se encontram “falidos”, 
realizarem atos que objetivam frustrar a execução concursal, há medidas que decretam a 
ineficácia desses atos, a fim dos credores não serem prejudicados, afinal, eles serão 
responsáveis por dar andamento, e realocar os recursos que lhes são devidos. 
Voltando a falar na importância para a economia, instituída a recuperação judicial, 
vamos falar da importância das microempresas e empresas de pequeno porte, afinal, elas são 
quase 9 milhões no Brasil e geram 25% do produto interno bruto brasileiro e 52% dos empregos 
com carteira assinada de acordo com o SEBRAE, ou seja, elas são de suma importância por 
serem geradoras de renda e por conta disso, elas merecem um tratamento diferenciado na 
recuperação em face das empresas de porte grande, assegurado no Art. 179, da CF, que dispõe: 
“A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e às 
empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a 
incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias 
e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei.” 
A nossa lei de falência e recuperação, busca em tudo a continuidade da atividade, onde 
em último caso se deve aplicar a falência, já em comparação com a Bankruptcy Act de 1914, 
se via a falência como consequência econômica, onde a partir do momento em que o empresário 
entregava seus bens aos credores, não importando o valor a ser levantado com eles, o 
empresário já estava livre de suas obrigações, já na nossa lei, não pasta apenas isso, tem 
requisitos para que se tenha a extinção das obrigações, que não se encerra com o encerramento 
do processo, mas com um pedido das extinções que deve ser deferida pelo juiz, atendendo 
alguns requisitos antes mesmo na quitação da dívida total se pode solicita-la.

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