Buscar

resumo recuperação e falência

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Disciplina: Recuperação judicial e falência 
Professora: Adélia 
Aluna: Laila Paola Preste Martins Ra: 01770004724
Resumo das apostilas 1 e 2
FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO
A empresa representa, juridicamente, uma atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços para o mercado. Ela representa a maior parte das atividades que fazem parte da economia moderna e delimita o âmbito de atuação do direito empresarial. Este, ao disciplinar a atividade empresarial e os diversos atos nos quais ela se concretiza, disciplina também a empresa em crise. As consequências que tais crises podem ter nos interesses do empresário, dos empregados, do fisco, da comunidade e dos credores geram um certo grau de preocupação, ensejando inclusive a existência de normas específicas sobre a empresa em crise. Para estudar essas normas, é oportuno conhecer os diversos tipos de crise pelos quais a empresa pode passar, bem como as respostas estatais e de mercado a essas crises.
a) Crise de rigidez - A crise de rigidez ocorre quando a atividade não se adapta ao ambiente externo, demonstrando uma incapacidade de reação em face de mudanças.
b) Crise de eficiência - De outro lado, as crises de eficiência se manifestam quando uma ou mais áreas da gestão empresarial operam com rendimentos que não são compatíveis com a sua potencialidade, isto é, rendem menos do que poderiam render.
c) Crise Econômica - A crise econômica é “a retração considerável nos negócios desenvolvidos” pelo titular da empresa. Em outras palavras, a atividade tem rendimentos menores do que seus custos, isto é, trabalha no prejuízo.
d) Crise Financeira - A crise financeira é “a constante incapacidade de a empresa fazer frente às próprias dívidas, com os recursos financeiros à disposição”. Trata-se de uma crise de liquidez, que inviabiliza o pagamento dos compromissos do dia a dia.
e) Crise Patrimonial - Por fim, há a crise patrimonial, que representa o patrimônio insuficiente para arcar com as dívidas, vale dizer, “a insuficiência de bens no ativo para atender a satisfação do passivo”, isto é, trata­se da insolvência, em seu sentido mais econômico.
ASPECTOS HISTÓRICOS
Na Roma antiga, houve um período em que o devedor respondia por suas obrigações com a própria liberdade e às vezes até mesmo com a própria vida. A garantia do credor era, pois, a pessoa do devedor. Assim, este poderia, por exemplo, tornar-se escravo do credor por certo tempo, bem como entregar-lhe em pagamento da dívida uma parte do seu corpo.
Mas ainda assim havia um problema a ser solucionado: e quando o patrimônio do devedor não fosse suficiente para a satisfação dos seus credores? Melhor dizendo: como pagaria os seus credores aquele devedor que não possuísse bens suficientes para tanto? A solução legislativa mais antiga a essas indagações, segundo a doutrina comercialista, estava contida no Código de Justiniano. 
Essa moderna concepção do direito falimentar, contraposta à antiga concepção que consagrava regras extremamente punitivas ao devedor, influenciou a reformulação da legislação em diversos países. A grande preocupação do direito falimentar atual é a preservação da empresa, razão pela qual a legislação tenta fornecer ao devedor em crise todos os instrumentos necessários à sua recuperação, reservando a falência apenas para os devedores realmente irrecuperáveis.
DIREITO FALIMENTAR NO BRASIL
No direito brasileiro, a primeira legislação a se preocupar com o assunto foi o Código Comercial de 1850, que tratava da insolvência comercial, inicialmente não se tratando de “falência”. Desde sua criação esse procedimento já sofria críticas em razão da sua simplicidade pois não representava de fato as necessidades da atividade comercial.
A concordata preventiva era um pedido que acontecia antes do pedido de falência, concordata suspensiva, por sua vez, era solicitada pela empresa insolvente após um de seus credores haver solicitado judicialmente a falência daquela devedora. Nessas situações, o empresário precisaria mostrar ao juiz que a sua empresa tinha possibilidade de recuperação, mas para isso seria necessária uma suspensão momentânea do pagamento dos seus credores.
A partir da década de 1980, todavia, as transformações sociais e econômicas mencionadas no início do tópico, decorrentes do processo de globalização da economia, começaram a ser sentidas no Brasil de forma mais intensa, o que exigiu, mais uma vez, a reformulação da legislação falimentar nacional, que somente ocorreu com o advento da lei nº 11.101/2005.
Da leitura do art. 1º da Lei 11.101/2005, é possível depreender que a mesma aplica-se aos empresários e às sociedades empresárias, excluindo, então, as sociedades simples e as cooperativas. Quando a lei se reporta a empresário, deve-se entender uma referência ao empresário individual, que é a pessoa física que exerce a empresa em seu próprio nome, assumindo todo o risco da atividade. É a própria pessoa física que será otitular da atividade. Ainda que lhe seja atribuído um CNPJ próprio, distinto do seu CPF, não há distinção entre a pessoa física em si e o empresário individual. Com a Lei no 12.441/2011 também devem ser abrangidas as Empresas Individuais de Responsabilidade Limitada (EIRELIs) que são uma pessoa jurídica criada como centro autônomo de direitos e obrigações para o exercício individual da atividade empresarial. Independentemente da natureza, o fato é que EIRELI poderá ser usada para exercer atividade empresarial e, por isso, se enquadra no conceito de empresário.
ASPECTOS COMUNS À FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS
Em razão dos efeitos perniciosos que as crises da empresa podem gerar, nosso ordenamento jurídico houve por bem criar diversos institutos para tentar superar as crises ou para liquidar o que não é passível de recuperação. Dentre esses institutos, os mais importantes são aqueles que têm o maior âmbito de aplicação, isto é, aqueles que se aplicam a um número maior de situações. Nesta situação, estão a falência, a recuperação judicial e a recuperação extrajudicial, todas disciplinadas pela Lei no 11.101/2005.
1 - ÂMBITO DE INCIDÊNCIA 
Para entender a quem se aplica a falência, a recuperação judicial e a recuperação extrajudicial, é fundamental identificar quem se enquadra ou não no conceito de empresário. Segundo o Código Civil de 2002:
Este é, portanto, quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou serviços, vale dizer, o empresário é o sujeitode direito que exerce a empresa. Dentro desse conceito, temos três realidades: osempresários individuais (pessoas físicas), EIRELI e as sociedades empresárias (pessoas jurídicas ou não). Apesar das diferenças que existem entre as três realidades, todas se inserem no mesmo conceito e, por isso, falaremos genericamente de empresário, abrangendo todas elas.
2 – JUÍZO COMPETENTE
Diante de tal dispositivo, vemos que há uma dupla regra de competência: o local da filial no país para empresários estrangeiros e o local do principal estabelecimento para os empresários brasileiros.
2.1 – Principal Estabelecimento
A quase totalidade dos pedidos de falência, de recuperação judicial e de homologação de recuperação extrajudicial é realizada por empresários brasileiros, isto é, empresários constituídos de acordo com as leis brasileiras e com sede no país.
Na jurisprudência, a orientação na lei anterior, que possuía praticamente a mesma redação, era no sentido de reconhecer como principal estabelecimento a sede administrativa, isto é, o local do comando dos negócios.
2.2 – Filial de Empresas Estrangeiras
Normalmente, a atividade empresarial é exercida no Brasil por empresários que tenham sede no país. Todavia, nada impede que haja o exercício de tal atividade por empresários estrangeiros, isto é, com sede fora do país, desde que haja autorização do Poder Executivo. Tal autorização é um tanto quanto burocrática e, por isso, em muitos casos, prefere-se constituir uma sociedade com sede no Brasil e de acordo com as leis brasileiras, de modo que teremos uma sociedadebrasileira e não uma sociedade estrangeira exercendo a atividade.
Tal previsão afasta a competência de juízos internacionais, inclusive para os eventuais empresários estrangeiros que atuem aqui. Todos os atos aqui praticados não sofrerão os efeitos de decisões estrangeiras. A sentença estrangeira só produzirá efeitos aqui se for homologada pelo STJ e este já definiu que é “incabível a homologação da sentença estrangeira que obsta a instauração ou o prosseguimento de qualquer ação executiva contra o falido, restringindo a jurisdição brasileira, sob pena de ofensa à soberania nacional”.
3 – TRATAMENTO NAS OBRIGAÇÕES NÃO-EXIGÍVEIS
A principal preocupação do legislador é verificar como serão sanadas as obrigações contraídas pele empresa devedora.
As únicas despesas que podem ser cobradas são as custas judiciais que decorreram do litígio com o devedor. As custas com o litígio que constituiu o crédito, as custas processuais para a entrada desses créditos no processo de falência ou recuperação, não serão cobrados. Isto é, os honorários advocatícios que tiverem surgido de um procedimento judicial para o reconhecimento da obrigação, esses, sim, serão exigíveis e devem ser cobrados do devedor. Inclusive, o entendimento do STJ é que esses últimos honorários têm natureza alimentar.
4 – SUSPENSÃO DA PRESCRIÇÃO E SUSPENSÃO DAS AÇÕES
Pelas normas do direito civil que, violado um direito, nasce uma pretensão jurídica que se extinguirá com a prescrição, que retira do titular do direito a possibilidade de pleitear judicialmente o reconhecimento de seu direito violado.
Para que se possa fazer corretamente o concurso de credores e o processamento da recuperação será necessário constituir o juízo universal, para impedir que os credores que têm processos em estágios mais avançado tenham vantagens sobre aqueles que estão no início da demanda ou que ainda sequer deram entrada nas suas ações. Há que se observar que somente haverá prevenção se a primeira ação foi corretamente distribuída, de acordo com a regra do art. 3º (local do principal estabelecimento do devedor).
5 – ADMINISTRADOR JUDICIAL
Os procedimentos de falência e recuperação judicial necessitam de atos de fiscalização, acompanhamento e até mesmo gestão. Para isso, a lei 11.101/2005 constituiu a figura do administrador judicial (que era chamado de síndico da falência, na legislação anterior) que terá diferentes funções na falência e na recuperação, mas que pode ser conceituada como aquele que irá auxiliar o magistrado na condução dos seus procedimentos. Competirá ao devedor, ou á massa falida, arcar com as despesas relativas à remuneração do administrador judicial e da equipe multidisciplinar que eventualmente venha a ser contratada para auxiliá-lo.
6 – VERIFICAÇÃO E HABILITAÇÃO DOS CRÉDITOS
Para se processar a falência ou a recuperação judicial, será preciso se verificar quais são exatamente os créditos que o devedor deve adimplir. Inicialmente é o próprio administrador judicial quem irá apontar o rol de credores, que é apresentado utilizando como auxílio os livros contábeis do devedor (lembra da obrigatoriedade de se fazer a escrituração contábil??? Se não lembra, volta lá no teu material de Teoria da Empresa).Estes livros serão importantes para dar um direcionamento aos débitos, mas não para necessariamente determina-los.
7 – COMITÊ DE CREDORES
Caso se entenda necessário, a assembleia geral de credores, poderá votar pela constituição do comitê de credores tanto na falência quanto na recuperação judicial, que será composto por representantes de cada classe de credores do devedor submetido ao processo. Portanto, este é um órgão não obrigatório.
8 – ASSEMBLÉIA GERAL DE CREDORES
É de existência obrigatória e é o órgão máximo de representação dos credores, possuindo funções notadamente deliberativas a respeito de qualquer matéria que possa afetar os interesses dos credores.
Para sua instalação, necessário se faz a presença de representantes de mais da metade dos créditos de cada classe em primeira convocação e de qualquer número em segunda convocação.

Continue navegando