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ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA DIREITO FALIMENTAR E RECUPERACIONAL Sophia Esther Lopes de Lima – RA: 5700584 Resenha crítica dos textos I. DO CARÁTER EXTRACONCURSAL DOS CRÉDITOS FALIMENTARES DECORRENTES DE OBRIGAÇÕES CONTRAÍDAS PELO DEVEDOR DURANTE A RECUPERAÇÃO JUDICIAL - Fátima Nancy Andrighi II. II. ASPECTOS PROCESSUAIS DA DECRETAÇÃO DE INEFICÁCIA E DA AÇÃO REVOCATÓRIA FALIMENTAR - Luiz Guilherme Marinoni 1 Ricardo Alexandre da Silva III. III. RECUPERAÇÃO E FALÊNCIA DE PEQUENAS E MICROEMPRESAS – A LEI COMPLEMENTAR N. 147/2014 - Carlos Henrique Abrão Os textos citados anteriormente fazem parte do livro 10 anos de vigência da lei de recuperação e falência (lei n. 11.101/05): Retrospectiva geral contemplando a lei n. 13.042/2014 e a lei complementar n. 147/2014), que foi laçado em 2015 e teve como objetivo analisar os efeitos da Lei de Recuperação e Falência desde sua criação e a substituição pela Lei nº 7.551/1945 que mediante os avanços da sociedade e das atividades econômicas do país, acabou por ser inadequada e devidamente revogada. O tema de Recuperação Judicial e Falência é uma das ramificações do Direito Empresarial e tem como objetivo legislar e regulamentar as possibilidades econômicas e financeiras para empresas nos tempos de crise, oferecendo recursos para que estas possam se recuperar das dificuldades financeiras e manter o exercício de suas atividades. Para entender o tema em sua integralidade, primeiro é necessário explicar a função de cada ação presente na lei citada anteriormente. A recuperação judicial é o processo que uma empresa abre quando passa a enfrentar dificuldades financeiras e, por meio de autorização e supervisão da justiça, passa a não ser cobrada por um período estipulado, desde que apresente algum plano de reestruturação econômica. Este processo pode ou não ser acatado pela justiça, de forma que, se acatado, os credores – aqueles que a empresa possui débitos – não podem cobrar o que lhes é de direito, visto que passa por um momento de resguardo para que possa existir a quitação dos débitos existentes e a continuação da atividade econômica. A falência é decretada quando uma empresa não possui recursos para quitar seus débitos, de forma que não chega a conseguir o direito de recuperação judicial, ou seja, uma chance para manter as atividades econômicas exercidas. Sobre os dois temas é válido ressaltar que a recuperação judicial não é garantida para empresas; de forma que, se não for possível a quitação dos valores em aberto, os próprios credores envolvidos com a empresa em questão podem solicitar à justiça a abertura do processo de falência. Com a lei vigente, em suas disposições gerais, foram expostos os objetivos da recuperação judicial que são possíveis de observar no Art. 47 que diz: Art. 47. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica. É possível perceber o interesse do governo em colaborar com as empresas, pois com a recuperação judicial, o índice de falência de empresas no governo diminui, contribuindo para a receita e dados econômicos do país. Quando aberto o processo de recuperação judicial, os créditos concursais, ou seja, os valores em aberto antes da abertura do processo, serão os que entrarão no rol da renegociação de dívidas, de forma que, a prioridade será a sua quitação. Os créditos extraconcursais, são aqueles abertos depois da abertura do processo e não entram neste rol pois são adquiridos a fim de realizar a manutenção das atividades econômicas, de forma que, os credores, sendo eles, clientes ou fornecedores, continuam sendo beneficiados com a relação mútua de negócios, produtos oferecidos e adquiridos ou serviços prestados. Os créditos de caráter extraconcursal beneficiam o devedor pois oferecem uma garantia expandida dos recursos de manutenção da empresa e não geram maiores dívidas além das que estão em renegociação com a recuperação judicial. Este benefício e articulação com previsão legal, visa o bem-estar mútuo das partes envolvidas com toda a empresa. Ainda na LRF, nos artigos 129 e 130, existem dois pontos criados pelo legislador a fim de beneficiar e garantir os direitos dos credores envolvidos com a empresa. O art. 129 versa sobre a ineficácia de possíveis ações tomadas pelos devedores que possam ter o intuito de lesar seus credores. O artigo em questão diz: Art. 129. São ineficazes em relação à massa falida, tenha ou não o contratante conhecimento do estado de crise econômico-financeira do devedor, seja ou não intenção deste fraudar credores: I – o pagamento de dívidas não vencidas realizado pelo devedor dentro do termo legal, por qualquer meio extintivo do direito de crédito, ainda que pelo desconto do próprio título; II – o pagamento de dívidas vencidas e exigíveis realizado dentro do termo legal, por qualquer forma que não seja a prevista pelo contrato; III – a constituição de direito real de garantia, inclusive a retenção, dentro do termo legal, tratando-se de dívida contraída anteriormente; se os bens dados em hipoteca forem objeto de outras posteriores, a massa falida receberá a parte que devia caber ao credor da hipoteca revogada; IV – a prática de atos a título gratuito, desde 2 (dois) anos antes da decretação da falência; V – a renúncia à herança ou a legado, até 2 (dois) anos antes da decretação da falência; VI – a venda ou transferência de estabelecimento feita sem o consentimento expresso ou o pagamento de todos os credores, a esse tempo existentes, não tendo restado ao devedor bens suficientes para solver o seu passivo, salvo se, no prazo de 30 (trinta) dias, não houver oposição dos credores, após serem devidamente notificados, judicialmente ou pelo oficial do registro de títulos e documentos; VII – os registros de direitos reais e de transferência de propriedade entre vivos, por título oneroso ou gratuito, ou a averbação relativa a imóveis realizados após a decretação da falência, salvo se tiver havido prenotação anterior. Parágrafo único. A ineficácia poderá ser declarada de ofício pelo juiz, alegada em defesa ou pleiteada mediante ação própria ou incidentalmente no curso do processo. Com os artigos citados anteriormente é possível perceber que o legislador pensou corretamente em todas as partes envolvidas, garantindo que nenhum fosse prejudicado durante todo o processo de recuperação judicial. O Art. 136 diz: Art. 136. Reconhecida a ineficácia ou julgada procedente a ação revocatória, as partes retornarão ao estado anterior, e o contratante de boa-fé terá direito à restituição dos bens ou valores entregues ao devedor. Ou seja, tudo aquilo que foi feito intencionalmente ou não, e que reduziu recursos do devedor para a quitação da dívida, será restituído para que os valores entrem no processo de recuperação judicial e os credores possam receber os pagamentos cabíveis. Já o Art. 130 da LRF, fala sobre as ações revocatórias de atos que foram tomados com a intenção de prejudicar os credores. A ação é julgada procedente caso haja provas de que decisões foram tomadas com o intuito de beneficiar o devedor, através de conluio fraudulento. Com essas ações é possível perceber como a lei de 2005 é justa e beneficia os dois lados envolvidos em uma recuperação judicial, incentivando as atividades econômicas e garantindo a integridade dos credores envolvidos com a empresa. É válido ressaltar que a evolução econômica do país e a importância das empresas internas foram de crucial importância para a criação desta lei. Com a LRF, as pequenas e microempresas foram devidamente beneficiadas visto seu tamanho e espaçoeconômico que ocupam. Com isso, os requisitos para e decretação de falência ou o processo de recuperação judicial possuem requisitos menos burocráticos do que para grandes empresas, visto sua menor capacidade econômica frente à recursos e concorrência. Com a Lei Complementar 147/2014, foram colocados pontos benéficos para esta categoria de empresas e estipuladas suas devidas obrigações e possíveis punições caso haja o descumprimento do que foi estipulado. Além disso, na Lei Complementar em questão, foi incluído o Microempreendedor Individual, para que pudessem ter inclusão econômica e previdenciária. Tais medidas mostram a preocupação do Estado com suas empresas e o incentivo das atividades econômicas por livre iniciativa, previstas na Constituição Federal, em seu artigo 170. Ainda existem diversos debates a respeito da recuperação judicial e possíveis medidas que poderiam ser aplicadas e concedidas pelo governo, usando como exemplo outros países, onde, em caso de falência, a União forneceria – caso solicitado pela empresa – um financiamento para a quitação de suas dívidas. Existe o debate sobre o assunto e estudos para uma futura aplicação desta alternativa econômica para pessoas jurídicas. A preocupação do Estado com os microempreendedores é de plena convergência com o compromisso da livre iniciativa, de forma a parabenizar os envolvidos pela decisão e corroborar com a fiscalização do cumprimento desta lei em sua integralidade. Com todo o exposto foi possível perceber a importância da Lei de Recuperação Falimentar como um todo e como a sua execução beneficia e pune corretamente as partes envolvidas, de acordo com a necessidade. Os créditos extraconcursais garantem a manutenção de empresas em recuperação judicial, visando justamente o cumprimento do Art. 47 da LRF, como anteriormente citado. As declarações de ineficácia e ações revocatórias garantem a segurança e direitos dos credores envolvidos com a empresa. Ainda existe um longo caminho a ser percorrido e aprimorado no quesito das leis que beneficiam empresas, porém, negar a evolução desta e a boa participação do Estado diante desta, é desonesto. Por mais que existam pontos ainda a serem melhorados, os em vigência, que substituíram a lei de 1945, são um grande avanço para a sociedade e para a economia do país como um todo e é possível analisar a semelhança das atitudes da legislação vigente com a lei Bankrutcy Act de 1914 vigente nos Estados Unidos onde ajuda empresas a se recuperarem da falência. O que é debatido e criticado é que, enquanto a lei de recuperação de outra nação foi criada há muitos anos, a lei vigente foi criada ainda neste século, de forma que é possível perceber o atraso do país nas mais diversas esferas, até mesmo naquelas que, sua evolução rápida seria de grande interesse para os envolvidos.
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