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1 UNIVERSIDADE IGUAÇU - UNIG CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA Caiane Silva de Souza Vithoria Luise de Jesus Felipe AVALIAÇÃO COM BASE EM PRODUÇÃO E SANIDADE DE AVES E SUINOS Nova Iguaçu 2022 2 Caiane Silva de Souza Matrícula: 210070144 Vithoria Luise de Jesus Felipe Matrícula: 209021470 Avaliação apresentada a disciplina de Produção e Sanidade de Aves e Suínos Medicina Veterinária, pela Universidade Iguaçu - UNIG Orientadora: Prof.: Daniela Mello Vianna Ferrer Nova Iguaçu 2022 3 RESUMO – O presente trabalho tem como objetivo apresentar um estudo no qual são abordados as origens históricas e o desenvolvimento da suinocultura no contexto mundial e brasileiro, incluindo a importância e as características de produção e papel do Brasil e dos principais produtores dos suínos no Mundo. O método utilizado inclui pesquisas bibliográficas e em fontes de dados secundários. Palavras-chave: Suínos. Mundo. Brasil ABSTRACT - The present work aims to present a study in which the historical origins and development of swine farming in the global and Brazilian context are addressed, including the importance and characteristics of production and role of Brazil and the main swine producers in the world. The method used includes bibliographic research and secondary data sources. Keywords: Swine. World. Brazil 4 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................5 1.1 HISTÓRICO.............................................................................................................5 1.1.1 CONSUMO DOMÉSTICO...................................................................................6 2. A SUÍNOCULTURA NO BRASIL...........................................................................7 2.1 PREÇOS DECAINDO NAS GRANJAS BRASILEIRAS........................................9 3. A SUINOCULTURA NO MUNDO.........................................................................10 3.1 OS PRINCIPAIS PLAYERS MUNDIAIS E SUAS CARACTERÍSTICAS..........11 3.2 A CADEIA PRODUTIVA DE SUÍNOS.................................................................12 4. CONCLUSÃO...........................................................................................................13 5. REFERÊNCIAS........................................................................................................14 5 1 INTRODUÇÃO A carne suína é a mais consumida no mundo, embora tenha restrições em alguns países devido aos hábitos, proibições religiosas e dogmáticas (GERVASIO, 2013). A despeito da crença de que carne suína é prejudicial à saúde, é uma carne magra e contém nutrientes semelhantes aos das demais carnes (ABIPECS, 2014; VALLE, 2000). O crescimento da suinocultura vem do aumento da demanda nacional e internacional, que torna a exportação de carne suína uma das áreas que mais tem crescido nos últimos anos (GASTARDELO; MELZ, 2014) As atividades relacionadas à suinocultura ocupam lugar de destaque na matriz produtiva do agronegócio brasileiro, destacando-a como uma atividade de importância no âmbito econômico e social. Segundo estimativas, mais de 730 mil pessoas dependem diretamente da suinocultura, sendo essa atividade responsável pela renda de mais de 2,7 milhões de pessoas (ROPPA, 2002). Uma vez que se constitui uma ferramenta de fixação e manutenção das pessoas no campo, um instrumento de geração de empregos diretos e indiretos em toda a cadeia produtiva e gera o aumento no poder aquisitivo das pessoas que vivem no campo (ANUALPEC, 2002). A criação de porcos do passado evoluiu também na técnica e no modelo de coordenação das atividades entre fornecedores de insumos, produtores rurais, agroindústrias, atacado, varejo e consumidores. Passou a ser uma cadeia de produção de suínos, explorando a atividade de forma econômica e competitiva. Apesar de disponibilizar de todos estes itens citados, a prática da suinocultura, o comércio e a exportação e até mesmo a competitividade brasileira é desconhecida em grande escala pelos próprios brasileiros, daí então vem a formulação do problema deste trabalho, o desconhecimento da competitividade das exportações brasileiras de carne suína e as respectivas implicações que essa carência de informações possui nas necessidades de conhecimentos para a tomada de decisão, tanto nos setores público (governamental e terceiro setor) como entre os privados e seus coletivos (associação de empresas, cooperativas etc.), e o número de empregos e a renda que este ramo pode gerar. 1.1 HISTÓRICO Além da subsistência, inicialmente, a criação de suínos no Brasil era voltada especialmente para a produção de banha, por sua vez muito utilizada na elaboração e conservação de alimentos. O salto na produção de carne suína se deu mesmo a partir da década de 60, com a adoção do sistema intensivo de criação. Aos poucos o foco foi se voltando para a produção de carnes, especialmente quando os óleos vegetais foram ganhando espaço na elaboração de alimentos e a refrigeração passou a substituir a banha na conservação. Houve crescimento considerável, mas não sem percalços. A suinocultura brasileira teve que enfrentar problemas como a peste suína africana, que acometeu o rebanho nacional no final da década de 70. Além disso, o cenário econômico da chamada “década perdida” comprometia o consumo de parte da população brasileira. 6 A recuperação mais consistente do consumo nacional de carne suína veio na década de 90, após a implantação do Plano Real e a consequente estabilização da moeda. Além disso, depois da adoção da taxa de câmbio flutuante, em 1999, as exportações brasileiras ganharam força, estimulando o aumento da produção para atender também ao mercado externo. Gráfico 1: Produção brasileira de carne suína segregada em exportação e consumo nacional. Fonte: FAS/USDA (2014). Elaboração: Cepea/EsalqUSP. Outro contratempo enfrentado pelo setor suinícola foi o caso de aftosa ocorrido em 2005, no estado de Mato Grosso do Sul. Mesmo que a doença tenha afetado apenas bovinos, as portas do comércio internacional também se fecharam para a carne suína brasileira. Alguns países voltaram a comprar do Brasil logo em 2006. Outros, porém, permaneceram sem importar o produto nacional até recentemente. É o caso do Japão, que voltou a importar carne brasileira apenas em agosto de 2013, e da África do Sul, que abriu seu mercado em novembro deste ano. Atualmente, o Sul do Brasil detém a maior parte da produção de suínos nacional. Segundo a Pesquisa Pecuária Municipal de 2013 do IBGE, o rebanho dessa região foi da ordem de 17,9 milhões de cabeças, o que corresponde a 49% do total nacional. Se considerada apenas a suinocultura industrial, essa participação deve ser ainda maior. Conforme o IBGE, a região com o segundo maior rebanho é a Sudeste, com 6,9 milhões de cabeças em 2013. Em terceiro lugar, vem o Nordeste, com 5,6 milhões de cabeças. Vale ressaltar que, na região nordestina, assim como no Norte, a produção ainda é mais voltada para subsistência. 1.1.1 CONSUMO DOMÉSTICO Apesar da evolução nas exportações, ainda é o mercado doméstico que absorve mais de 80% da produção brasileira. Em termos absolutos, a quantidade consumida só tem crescido no Brasil, dado o aumento da população e da renda. Porém, em termos per capita, o consumo de carne suína no Brasil cresce de forma gradativa. Segundo dados da Abipecs (Associação 7 Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora deCarne Suína, agora Associação Brasileira de Proteína Animal – ABPA), em 2013, cada brasileiro consumiu, em média, 15,1 quilos de carne suína. Gráfico 2: Evolução do consumo per capita das carnes bovina, suína e de frango no Brasil Fonte: Abiec, Ubabef e Abipecs. Elaboração: Cepea/Esalq-USP 2 A SUÍNOCULTURA NO BRASIL O Brasil possui um importante posicionamento no mercado internacional, como quarto maior produtor de carne suína com 3,6 milhões de toneladas produzidas em 2015. Segundo dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), a produção nacional em 2013 foi da ordem de 3,3 milhões de toneladas equivalente-carcaça, mais de 3 milhões de toneladas que o volume registrado há 50 anos. O faturamento desta cadeia em 2015 foi de U$ 44.8 milhões e o PIB da cadeia chegou a U$ 18,7 milhões. Em 2016, as exportações do setor totalizaram 732,9 mil toneladas, cerca de 32% a mais do que em 2015, gerando uma receita de US$ 1,483 bilhão (ANUALPEC, 2018). Esse resultado tornou maior a atuação do agronegócio brasileiro, que participou com 41,28% do valor da Balança Comercial no ano de 2013, comprovando a importância do setor para o país, conforme o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA, 2014). Apesar da excelente posição do Brasil no ranking mundial, a competição com outros países é um desafio, devido à ausência de fatores que sustentam a produção, tais como: biossegurança, sanidade, investimento em mão de obra e principalmente na promoção do bem-estar animal. O mercado consumidor, após um processo de globalização, se tornou cada vez mais exigente quanto a busca por produtos com maior qualidade e procedência conhecida. Nesse sentido, 8 investimentos em ambiência, nutrição e manejo, tornou-se indispensável para manter os produtos dentro dos padrões esperados (DAWKINS, 2017; GRANDIN, 2014; ZANELLA, 1995). No entanto, os maiores produtores estão bem além dessa quantidade. A produção chinesa, maior do mundo, foi de 54,9 milhões de toneladas em 2013, a da União Europeia, de 22,3 milhões de toneladas, e a dos Estados Unidos, de 10,5 milhões de toneladas. Esses países, incluindo o Brasil, também são os maiores consumidores mundiais em termos absolutos. A China vem no topo do ranking, com 55,4 milhões de toneladas consumidas em 2013. Em seguida, está o consumo da União Europeia, de 20,1 milhões de toneladas, e o dos Estados Unidos, de 8,7 milhões de toneladas. Em quarto lugar, aparece a Rússia, que, no ano passado, consumiu 3,3 milhões de toneladas de carne suína. O Brasil fica na quinta posição – dados do USDA apontam consumo de 2,7 milhões de toneladas pelos brasileiros em 2013. O ranking é muito semelhante quando se trata de mercado internacional. O maior exportador de carne suína em 2013 foram os Estados Unidos, com 2,3 milhões de toneladas embarcadas. Na sequência, vieram os europeus, com 2,2 milhões de toneladas exportadas, e, logo depois, o Canadá (1,2 milhão de toneladas). O Brasil ocupou o quarto lugar, totalizando 585 mil toneladas embarcadas em 2013 – dados USDA. Gráfico 3: Produção, consumo, importação e exportação de carne suína. Fonte: FAS/USDA (2014). Elaboração: Cepea/Esalq-USP. Essa quantidade está muito aquém dos 41,8 quilos de carne de frango e 41 quilos de carne bovina consumidos por habitante em 2013 – dados da Ubabef (União Brasileira de Avicultura, agora também ABPA) e da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes), respectivamente. Em termos mundiais, considerando-se dados da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), enquanto, no Brasil, a carne suína é preterida em relação às carnes 9 bovina e de frango, no mundo, ela é a mais consumida. Para estimular o consumo no Brasil, a cadeia produtiva tem se mobilizado na modernização da comercialização de carne suína, bem como na conscientização do consumidor. Gráfico 4. Evolução do consumo per capita das carnes bovina, suína e de frango no Brasil. i1 Fonte: FAO (2011). Elaboração: Cepea/Esalq-USP. 2.1 PREÇOS DECAINDO NAS GRANJAS BRASILEIRAS Na quinta-feira, dia 3 de março de 2022, quando são realizadas as principais bolsas de suínos do país, os preços registrados ficaram em diferentes direções. Entretanto, as lideranças apontam pesos dos animais caindo nas granjas, mais ainda com dificuldades de negociar valores melhores com os frigoríficos. (Tabela 1) Em São Paulo, de acordo com informações da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), o valor ficou estável em R$ 6,40/kg vivo. O presidente da entidade, Valdomiro Ferreira, aponta que a situação foi motivada pela falta de possibilidade de alta nos preços tanto para o abatido quanto para o vivo. “A expectativa é de novos realinhamentos para semana que vem”, disse. No mercado mineiro, o preço também se manteve estável pela terceira semana em R$ 6,10/kg vivo conforme com informações da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg). “A queda de pesos nas granjas é visível e fruto do descompasso entre custos e preço de venda. A oferta continuará diminuindo e as expectativas se renovam para o início efetivo do mês que trará mais dinamismo ao mercado.”, disse Alvimar Jalles, consultor de mercado da entidade. 1 10 Já em Santa Catarina, houve alta, saindo de R$ 5,65/kg vivo para R$ 5,75/kg vivo, conforme dados da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS). Losivanio de Lorenzi, presidente da associação, afirma que “o relato dos produtores é de que alguns frigoríficos queriam aumentar o volume de compras, mas mantiveram abaixo porque o peso dos animais está abaixo do normal. Ainda assim, com essa leve alta, estamos muito longe do custo de produção, estimado em R$ 8,00”, disse No estado do Paraná, Considerando a média semanal (entre os dias 24/02/2022 a 02/03/2022), o indicador do preço do quilo vivo do Laboratório de Pesquisas Econômicas em Suinocultura (Lapesui) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve queda de 3,66%, fechando a semana em R$ 5,62. “Espera-se que na próxima semana o preço do suíno vivo apresente estabilidade, podendo ser cotado a R$ 5,94”, informou o reporte do Lapesui. Tabela 1: Suínos, Bolsas e Associações Estado Preço - R$/Kg Variação (%) São Paulo 6,40 0,00 Paraná 5,62 3,66 Rio Grande do Sul 5,74 - 2,05 Mato Grosso 4,82 0,00 Santa Catarina 5,75 0,10 Minas Gerais 6,10 0,00 Goiás 6,10 0,00 Fonte: Notícias Agrículas, 2022 3 A SUÍNOCULTURA NO MUNDO O consumo de carne faz parte das necessidades básicas do ser humano. O desenvolvimento das civilizações ocidentais está intimamente ligado ao consumo de produtos de origem animal. Inicialmente o ser humano subsistia da caça e migrava de tempos em tempos à procura de novos locais para a prática. Os suínos e outros animais eram transportados vivos para abate durante grandes viagens, pois, não havia tecnologia para conservação da carne. Contribuíram para sua domesticação a sua natureza onívora, que facilitou a alimentação dos animais, o seu tamanho e seu curto ciclo produtivo. A partir da domesticação dos animais o ser humano pode fixar-se em uma região, gerando o modo de vida predominante até a atualidade. A origem dos suínos domesticados não é muito clara, pois, ainda não foram encontradas evidências científicas suficientes precisar sua origem. Contudo, existem indícios arqueológicos sobre a domesticação dos animais entre 13.000 e 12.700 a.C. no Oriente Médio, bacia do Rio Tigre (NELSON, 1998). Restos de suínos foram datados de antes de 11.400 a.C., no Chipre, que deve ter sido introduzida a partir de continentes próximos, o que sugere a domesticação no continente de origem até então (VIGNE et al., 2009). 11 Giuffra et al. (2000) verificaram que a domesticação ocorreu de forma simultânea na Europa e na China cercade 9000 atrás. Larson et al. (2007) afirmam que a domesticação na Europa ocorreu a partir de 4000 a.C., período Neolítico, com a introdução de espécies vindas do Oriente Médio, principalmente para a Itália e, em seguida, a região norte da Alemanha e de Paris, na França, e mais tarde para Portugal, Suíça, República Checa, Croácia e Romênia. Na América, mais especificamente em Cuba, os suínos foram introduzidos por Cristóvão Colombo em 1493, porém foi Hernando de Soto quem trouxe 13 animais para a baía de Tampa, na Flórida, em 1539, Hernando Cortez no Novo México, em 1600, e Sr. Walter Raleigh na Colônia de Jamestown, em 1607, difundindo a suinocultura no continente. Nos Estados Unidos a expansão da suinocultura acompanhou a produção de milho, no chamado corn belt a partir de 1660. Entre 1800 e 1900 a construção e ampliação das ferrovias no país, aliada à introdução de vagões refrigerados facilitou a expansão da produção por todo aquele país (PORK BOARD NATIONAL, 2014) 3.1 OS PRINCIPAIS PLAYERS MUNDIAIS E SUAS CARACTERÍSTICAS No cenário produtivo mundial da suinocultura alguns países destacam-se pelo seu volume produzido, consumido e exportado. A Tabela 2 mostra os dados dos dez maiores produtores de carne suína do mundo, além da população e do consumo destes países. Tabela 2: – Dados de produção, importação, exportação e consumo dos 10 maiores produtores de suínos em 2009 Fonte: Elaborado pelos autores com dados da FAO (2014) A China é o maior produtor de carne suína. Sua produção é quase cinco vezes maior que a dos Estados Unidos, segundo maior produtor, e quase dez vezes maior que do terceiro colocado, a Alemanha. Isso é justificado pela sua grande população e, por isso, seu grande consumo do produto. Cerca de 63% das carnes consumidas na China são de suínos. Sendo um país de grande 12 área, a produção de grãos, principalmente milho e soja, é favorecida, fornecendo insumos abundantes para produção de suínos e frangos. A Food and Agriculture Organization estima que a população da China estabilize em 2018 e passe a decrescer após 2029 (FAO, 2014). Apesar de ter o maior consumo per capita de carnes, nos Estados Unidos, o frango é a carne mais consumida. Aproximadamente 40% da carne consumida é de frango e apenas 25% é suína. Ao contrário, países como Vietnam, China, Polônia e Alemanha consomem carne suína em proporção maior que 60% do total de quilos de carnes consumidas anualmente. O Brasil, apesar de grande produtor consome pouca carne suína, apenas 13% do consumo per capita anual é destinado às estas carnes. No que concerne às carnes existe, ainda, o aspecto cultural a ser considerado. Religiões cristãs, judaicas, islâmicas, hinduístas e budistas impõem algumas restrições ao consumo de tais produtos. Católicos e ortodoxos são instruídos a não comerem carnes nas sextas no período da Quaresma e na Sexta-Feira Santa. No judaísmo e no islamismo o consumo da carne de suínos é proibido. Os hinduístas não ingerem nenhum tipo de carnes. Os budistas acreditam que matar animais para o consumo é uma forma de violência, e a violência retorna ao agressor, assim, a maioria é vegetariana. No que concerne às carnes existe, ainda, o aspecto cultural a ser considerado. Religiões cristãs, judaicas, islâmicas, hinduístas e budistas impõem algumas restrições ao consumo de tais produtos. Católicos e ortodoxos são instruídos a não comerem carnes nas sextas no período da Quaresma e na Sexta-Feira Santa. No judaísmo e no islamismo o consumo da carne de suínos é proibido. Os hinduístas não ingerem nenhum tipo de carnes. Os budistas acreditam que matar animais para o consumo é uma forma de violência, e a violência retorna ao agressor, assim, a maioria é vegetariana. 3.2 A CADEIA PRODUTIVA DE SUÍNOS Cadeia Produtiva Agroindustrial (CPA) pode ser conceituada como o conjunto de atividades articuladas em sequência desde os insumos básicos até a distribuição e comercialização. Ela pode ser subdividida em três macro segmentos: produção de matérias-primas, industrialização e comercialização (BATALHA; SILVA, 2007). Considerando a Cadeia Produtiva de Suínos identificam-se, no macro segmento de matérias-primas, dois elos principais: insumos e produção pecuária. Na industrialização o elo de abate/processamento. A comercialização equivale ao elo de distribuição. No elo de insumos estão presentes os fornecedores de matéria-prima da ração (soja e milho), empresas de genética, nutrição, biológicas, veterinárias e de equipamentos. Por representar entre 70 a 80% do custo total de produção do suíno vivo. Os ingredientes utilizados na fabricação da ração são milho, farelo de soja, farinha de carne, farelo de trigo, premix mineral e vitamínico, entre outros alimentos alternativos empregados na ração. O milho e o farelo de soja são os principais componentes da ração. O milho pode representar até 40% do custo de produção do suíno vivo (FÁVERO, 2003). 13 O elo de produção pecuária inclui os produtores de suínos. O processo produtivo acontece em quatro tipos de granjas, as de ciclo completo (CC), unidades de produção de leitões (UPL), unidades de terminação (UT) e granjas de reprodutores suídeos certificada (GRSC). Nas granjas de CC todas as fases de produção do animal são desenvolvidas no mesmo estabelecimento. Nas UPL é responsável pelas fases de inseminação, maternidade, desmame e creche, produzindo leitões até atingirem de 22 kg a 28 kg. Das UPL os suínos são transferidos para as UTs, nelas são engordados até atingir o peso de abate, entre 100 kg e 130 kg. Em seguida, são destinados aos abatedouros ou frigoríficos. As GRSC são estabelecimentos oficialmente certificados e monitorados. Nelas são criados suínos para com a finalidade de reprodução (MENEGUETTI, 2000; MIELE; WAQUIL, 2006; ROCHA, 2006). O elo de abate e processamento é constituído pelos frigoríficos. Alguns frigoríficos concentram-se apenas no abate, comercializando somente os cortes. Outros procuram agregar valor à carne, processando-a, gerando embutidos ou temperados. As empresas podem ser registradas em três diferentes subsistemas de inspeção, que certificam a qualidade do produto: sistema de inspeção federal (SIF), estadual (SISE) e municipal (SIM). As empresas registradas no SISE e SIM comercializam seus produtos no mercado estadual e municipal, respectivamente. As empresas registradas no SIF operam sob as regras sanitárias mais rígidas. Assim, é permitida comercialização do produto tanto no mercado nacional quanto, se habilitada, no mercado internacional (MELZ et al., 2012). O elo de distribuição é formado por atacadistas, varejistas e serviços de alimentação. Os empreendedores neste elo são responsáveis por intermediar a venda ao consumidor final. 14 CONCLUSÃO O objetivo deste trabalho foi fazer uma caracterização da suinocultura no Brasil e no mundo, através dos dados apresentados que, a produção de carne suína é uma das principais atividades agroindustrial do mundo, pois o consumo desta carne é o mais representativo em todo o mundo. No Brasil, seu consumo é menor que o de carne bovina e aves, porém o seu consumo per capita vem crescendo nos últimos anos, além do país ser um dos maiores exportadores dessa commodity 15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABIPECS. Carne Suína Brasileira | Um parceiro do cardápio saudável. Disponível em: . Acesso em: 9 set. 2014. ANUALPEC 2002: anuário da pecuária brasileira. 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