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Ética, Cidadania e Meio Ambiente CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI Armando de Queiroz Monteiro Neto Presidente SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI Conselho Nacional Armando de Queiroz Monteiro Neto Presidente SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI Departamento Nacional José Manuel de Aguiar Martins Diretor Geral Regina Maria de Fátima Torres Diretora de Operações Confederação Nacional das Indústrias Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Nacional Ética, Cidadania e Meio Ambiente Kelly de Moraes Brasília 2010 É proibida a reprodução total ou parcial deste material por qualquer meio ou sistema sem o prévio consentimento do editor. Material em conformidade com a nova ortografia da língua portuguesa. Equipe técnica que participou da elaboração desta obra Coordenação de Educação a Distância Beth Schirmer Revisão Ortográfica e Normatização Contextual Serviços Editoriais Coordenação Projetos EaD Maristela de Lourdes Alves Design Educacional, Ilustração, Projeto Gráfico Editorial, Diagramação Equipe de Recursos Didáticos SENAI/SC em Florianópolis Autora Kelly de Moraes Ficha catalográfica elaborada por Luciana Effting CRB14/937 - Biblioteca do SENAI/SC Florianópolis SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Nacional Setor Bancário Norte, Quadra 1, Bloco C Edifício Roberto Simonsen – 70040-903 – Brasília – DF Tel.:(61)3317-9000 – Fax:(61)3317-9190 http://www.senai.br Ficha catalográfica elaborada por Luciana Effting CRB14/937 - Biblioteca do SENAI/SC Florianópolis M827e Moraes, Kelly de Ética, cidadania e meio ambiente / Kelly de Moraes. – Florianópolis : SENAI/SC, 2010. p. : il. color ; 28 cm. Inclui bibliografias. 1. Ética ambiental. 2. Cidadania. 3. Proteção ambiental. 4. Ecologia. I. SENAI. Departamento Regional de Santa Catarina. II. Título. CDU 504.75 33 Sumário Plano de Estudos 7 Apresentação do Curso 9 10 Unidade de estudo 1 Ética e Cidadania Seção 1 - Conceitos básicos sobre ética e cidadania Seção 2 - A cidadania Seção 3 - O cidadão e a diversidade 20 Unidade de estudo 2 O Meio Ambiente e o Cidadão Seção 1 - Conceitos básicos: cidadania e meio ambiente Seção 2 - Preservação do meio ambiente Seção 3 - Equilíbrio entre a natureza e o homem 11 18 18 Finalizando 29 Referências 31 21 22 24 6 CURSOS TÉCNICOS SENAI 7ÉTICA, CIDADANIA E MEIO AMBIENTE Plano de Estudos Carga horária: 20 horas Ementa ▪ Ética: conceitos e importância para relações familiares e profissionais. ▪ Diversidade cultural brasileira relacionada ao mundo do trabalho. ▪ Direitos humanos com enfoques sobre respeito de discriminação por orientação sexual, raça, etnia, idade, credo religioso ou opinião política. ▪ Educação para o exercício da cidadania. ▪ Políticas de segurança pública voltadas para adolescentes e jovens. ▪ Incentivo à participação individual e coletiva, permanente e responsável na preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo a defesa da qualidade ambiental como um valor inseparável do exercício da cidadania. ▪ Meio ambiente: conceitos, riscos, impactos, reciclagem de lixo, racionalização do uso dos recursos naturais e fontes de energia. Objetivos Objetivos gerais Fortalecer a formação pessoal e profissional por meio da compreensão dos con- ceitos de ética, cidadania e meio ambiente como valores de convivência social e historicamente construídos, exercendo de forma ampla sua missão dentro do contexto socioeconômico e cultural. Objetivos específicos ▪ Adotar comportamento ético no exercício das atividades. ▪ Identificar e praticar os direitos e deveres de cada cidadão. ▪ Cumprir regras de preservação ambiental (utilização correta da coleta seletiva de lixo, destinação correta dos resíduos gerados). ▪ Estar consciente dos impactos ambientais relevantes (poluição atmosférica, contaminação do solo e da água) com relação às atividades e aos serviços que executa. ÉTICA, CIDADANIA E MEIO AMBIENTE Apresentação do Curso Olá! Seja bem-vindo ao curso Ética, Cidadania e Meio Ambiente. Agora você terá oportunidade de desenvolver competências voltadas para o autodesenvolvimento e o exercício de seus direitos e deveres no mundo do trabalho. Neste curso as competências a serem desenvolvidas serão o fortalecimento e a formação pessoal e profissional por meio da compreensão dos conceitos de ética, cidadania e meio ambiente como valores de convivência social e historicamente construídos, exercendo de forma ampla sua missão dentro da sociedade. Assim, durante este curso será possível desenvolver habilidades voltadas para a adoção de comportamento ético e capacidade de identificar e praticar os direitos e deveres de cada cidadão, bem como cumprir regras de preservação ambiental e conscientização dos impactos ambientais relevantes, além da preservação da fauna, da flora e do meio ambiente. Então aproveite bem os conteúdos e bons estudos! Kelly de Moraes Kelly de Moraes é graduada em Psicologia, com licenciatura plena em Formação Pedagógi- ca para Educação Profissional, e pós-graduada em Gestão Es- tratégica de Pessoas. Possui experiência multidisciplinar em recursos humanos e psicologia organizacional e do trabalho. Atua como instrutora de cursos de qualificação e superior com experiência profissional em trei- namento e desenvolvimento na gestão de pessoas e como coor- denadora de estágios, respon- sável pelos encaminhamentos conforme a legislação vigente. É palestrante dentro das temá- ticas relacionadas às organiza- ções e psicologia do trabalho e orientação profissional. 9 Unidade de estudo 1 Seções de estudo Seção 1 – Conceitos básicos sobre ética e cidadania Seção 2 – A cidadania Seção 3 – O cidadão e a diversidade 11ÉTICA, CIDADANIA E MEIO AMBIENTE SEção 1 Conceitos básicos sobre ética e cidadania Diante de várias fontes filosóficas a respeito do homem e sua forma- ção em sociedade, deve-se levar em consideração que o homem é um ser sócio-histórico, pois ele se faz e se constitui nas relações que estabelece ao longo de sua vida. De acordo com Bock (2002), dentre os três mitos filosóficos citados por Bleger (1984), estão as hipóteses: o mito do homem natural, que prevê que o homem nasce bom e a sociedade o cor- rompe; o mito do homem isola- do, que supõe o homem como um ser não social e isolado, que se desenvolve de forma gradual con- forme sua necessidade de relação; e o mito do homem abstrato, que atribui ao homem a característi- ca de ser universal e atemporal, que independe da sociedade e do momento histórico para se de- senvolver, ou seja, compara que uma pessoa que nasceu na época do Brasil Colônia não é diferente de uma pessoa nascida no Brasil atual, como se o desenvolvimen- to econômico e tecnológico não tivesse interferência nenhuma so- bre a formação desta pessoa. o Meio Ambiente e o Cidadão Conforme Bock (2002, p. 168), O homem não pode ser conce- bido como ser natural, porque ele é um produto histórico, nem pode ser estudado como ser iso- lado, porque ele se torna huma- no em função de ser social, nem ser concebido como ser abstra- to, porque o homem é o conjun- to de suas relações sociais. Você já havia pensado sobre isso? Então vamos lá! No campo da ética podemos di- zer que é a prática dos deveres comuns a todos para produzir o maior bem possível, ou seja, são regras definidas dentro de uma sociedade para que possamos vi- ver de forma justa e digna. Ainda em se tratando de viver de forma justa, para compreender melhor os direitos humanos, con- sulte a Declaração Universal dos Direitos Humanos neste endere- ço: <http://www.onu-brasil.org. br/documentos_direitoshuma- nos.php>. Dessa forma iniciamos nossa trilha pelos passos dos teóri- cos e estudiosos do compor- tamento humano para com- preendermos os conceitos de ética e cidadania.Mas afinal, o que significam essas duas palavras? “Ética é a ciência do dever, da obrigatoriedade, a qual rege a conduta humana”. (CAMPOS; GREIK; VALE, 2002, p. 1). Tendo como base que a ética é a ciência do dever, não podemos ig- norar a análise da sociedade e da história para conceituar de forma correta o comportamento huma- no. Fonte: Gould (1990) Fo nt e: S to ck .x ch ng v i ( 20 10 ) 12 Declaração Universal dos Direitos Humanos Proclamada pela Assembleia Geral da ONU em 10 de dezembro de 1948 Preâmbulo Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e dos seus direitos iguais e inalienáveis constitui o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo; Considerando que o desconhecimento e o desprezo dos direitos do homem conduziram a atos de barbárie que revoltam a consciência da Humanidade e que o advento de um mundo em que os seres humanos sejam livres de falar e de crer, libertos do terror e da miséria, foi proclamado como a mais alta inspiração do homem; Considerando que é essencial a proteção dos direitos do homem através de um regime de direito, para que o homem não seja compelido, em supremo recurso, à revolta contra a tirania e a opressão; Considerando que é essencial encorajar o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações; Considerando que, na Carta, os povos das Nações Unidas proclamam, de novo, a sua fé nos direitos fundamentais do homem, na dignidade e no valor da pessoa humana, na igualdade de direitos dos homens e das mulheres e se declararam resolvidos a favorecer o progresso social e a instaurar melhores condições de vida dentro de uma liberdade mais ampla; Considerando que os Estados-Membros se comprometeram a promover, em cooperação com a Organização das Nações Unidas, o respeito universal e efetivo dos direitos do homem e das liberdades fundamentais; Considerando que uma concepção comum destes direitos e liberdades é da mais alta importância para dar plena satisfação a tal compromisso: A Assembleia Geral Proclama a presente Declaração Universal dos Direitos Humanos como ideal comum a atingir por todos os povos e todas as nações, a fim de que todos os indivíduos e todos os órgãos da sociedade, tendo-a constantemente no espírito, se esforcem, pelo ensino e pela educação, por desenvolver o respeito desses direitos e liberdades e por promover, por medidas progressivas de ordem nacional e internacional, o seu reconhecimento e a sua aplicação universais e efetivos tanto entre as populações dos próprios Estados-Membros como entre as dos territórios colocados sob a sua jurisdição. ARTIGO 1º. Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade. ARTIGO 2º. Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação. Além disso, não será feita nenhuma distinção fundada no estatuto político, jurídico ou internacional do país ou do território da naturalidade da pessoa, seja esse país ou território independente, sob tutela, autônomo ou sujeito a alguma limitação de soberania. 13ÉTICA, CIDADANIA E MEIO AMBIENTE ARTIGO 3º. Todo o indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. ARTIGO 4º. Ninguém será mantido em escravatura ou em servidão; a escravatura e o trato dos escravos, sob todas as formas, são proibidos. ARTIGO 5º. Ninguém será submetido à tortura nem a penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes. ARTIGO 6º. Todos os indivíduos têm direito ao reconhecimento em todos os lugares da sua personalidade jurídica. ARTIGO 7º. Todos são iguais perante a lei e, sem distinção, têm direito a igual proteção da lei. Todos têm direito à proteção igual contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação. ARTIGO 8º. Toda a pessoa tem direito a recurso efetivo para as jurisdições nacionais competentes contra os atos que violem os direitos fundamentais reconhecidos pela Constituição ou pela lei. ARTIGO 9º. Ninguém pode ser arbitrariamente preso, detido ou exilado. ARTIGO 10º. Toda a pessoa tem direito, em plena igualdade, a que a sua causa seja equitativa e publicamente julgada por um tribunal independente e imparcial que decida dos seus direitos e obrigações ou das razões de qualquer acusação em matéria penal que contra ela seja deduzida. ARTIGO 11º. 1. Toda a pessoa acusada de um ato delituoso presume-se inocente até que a sua culpabilidade fique legalmente provada no decurso de um processo público em que todas as garantias necessárias de defesa lhe sejam asseguradas. 2. Ninguém será condenado por ações ou omissões que, no momento da sua prática, não constituíam ato delituoso à face do direito interno ou internacional. Do mesmo modo, não será infligida pena mais grave do que a que era aplicável no momento em que o ato delituoso foi cometido. ARTIGO 12º. Ninguém sofrerá intromissões arbitrárias na sua vida privada, na sua família, no seu domicílio ou na sua correspondência, nem ataques à sua honra e reputação. Contra tais intromissões ou ataques toda a pessoa tem direito a proteção da lei. ARTIGO 13º. 1. Toda a pessoa tem o direito de livremente circular e escolher a sua resi- dência no interior de um Estado. 14 2. Toda a pessoa tem o direito de abandonar o país em que se encontra, incluindo o seu, e o direito de regressar ao seu país. ARTIGO 14º. 1. Toda a pessoa sujeita à perseguição tem o direito de procurar e de bene- ficiar de asilo em outros países. 2. Este direito não pode, porém, ser invocado no caso de processo realmen- te existente por crime de direito comum ou por atividades contrárias aos fins e aos princípios das Nações Unidas. ARTIGO 15º. 1. Todo o indivíduo tem direito a ter uma nacionalidade. 2. Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua nacionalidade nem do direito de mudar de nacionalidade. ARTIGO 16º. 1. A partir da idade núbil, o homem e a mulher têm o direito de casar e de constituir família, sem restrição alguma de raça, nacionalidade ou religião. Durante o casamento e na altura da sua dissolução, ambos têm direitos iguais. 2. O casamento não pode ser celebrado sem o livre e pleno consentimento dos futuros esposos. 3. A família é o elemento natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção desta e do Estado. ARTIGO 17º. 1. Toda a pessoa, individual ou coletivamente, tem direito à propriedade. 2. Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua propriedade. ARTIGO 18º. Toda a pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião; este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de convicção, assim como a liberdade de manifestar a religião ou convicção, sozinho ou em comum, tanto em público como em privado, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pelos ritos. ARTIGO 19º. Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e difundir, sem consideração de fronteiras, informações e ideias por qualquer meio de expressão. ARTIGO 20º. 1. Toda a pessoa tem direito à liberdade de reunião e de associação pacífi- cas. 2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação. ARTIGO 21º. 1. Toda a pessoa tem o direito de tomar parte na direção dos negócios pú- blicos do seu país, quer diretamente, quer por intermédio de representan- tes livremente escolhidos. 2. Toda a pessoa tem direito de acesso, em condições de igualdade, às fun- ções públicas do seu país. 15ÉTICA, CIDADANIA E MEIO AMBIENTE 3. A vontade do povo é o fundamento da autoridadedos poderes públicos; e deve exprimir-se através de eleições honestas a realizar periodicamente por sufrágio universal e igual, com voto secreto ou segundo processo equi- valente que salvaguarde a liberdade de voto. ARTIGO 22º. Toda a pessoa, como membro da sociedade, tem direito à segurança social; e pode legitimamente exigir a satisfação dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis, graças ao esforço nacional e à cooperação internacional, de harmonia com a organização e os recursos de cada país. ARTIGO 23º. 1. Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a con- dições equitativas e satisfatórias de trabalho e à proteção contra o desem- prego. 2. Todos têm direito, sem discriminação alguma, a salário igual por trabalho igual. 3. Quem trabalha tem direito a uma remuneração equitativa e satisfatória, que lhe permita e à sua família uma existência conforme com a dignidade humana, e completada, se possível, por todos os outros meios de proteção social. 4. Toda a pessoa tem o direito de fundar com outras pessoas sindicatos e de se filiar em sindicatos para a defesa dos seus interesses. ARTIGO 24º. Toda a pessoa tem direito ao repouso e aos lazeres e, especialmente, a uma limitação razoável da duração do trabalho e a férias periódicas pagas. ARTIGO 25º. 1. Toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar e à sua família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimenta- ção, ao vestuário, ao alojamento, à assistência médica e ainda quanto aos serviços sociais necessários, e tem direito à segurança no desemprego, na doença, na invalidez, na viuvez, na velhice ou em outros casos de perda de meios de subsistência por circunstâncias independentes da sua vontade. 2. A maternidade e a infância têm direito à ajuda e à assistência especiais. Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozam da mesma proteção social. ARTIGO 26º. 1. Toda a pessoa tem direito à educação. A educação deve ser gratuita, pelo menos a correspondente ao ensino elementar fundamental. O ensino ele- mentar é obrigatório. O ensino técnico e profissional deve ser generalizado; o acesso aos estudos superiores deve estar aberto a todos em plena igual- dade, em função do seu mérito. 2. A educação deve visar à plena expansão da personalidade humana e ao reforço dos direitos do homem e das liberdades fundamentais e deve fa- vorecer a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e todos os grupos raciais ou religiosos, bem como o desenvolvimento das ati- vidades das Nações Unidas para a manutenção da paz. 3. Aos pais pertence a prioridade do direito de escolher o gênero de educa- ção a dar aos filhos. ARTIGO 27º. 1. Toda a pessoa tem o direito de tomar parte livremente na vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de participar no progresso científico e nos benefícios que deste resultam. 16 2. Todos têm direito à proteção dos interesses morais e materiais ligados a qualquer produção científica, literária ou artística da sua autoria. ARTIGO 28º. Toda a pessoa tem direito a que reine, no plano social e no plano internacional, uma ordem capaz de tornar plenamente efetivos os direitos e as liberdades enunciados na presente Declaração. ARTIGO 29º. 1. O indivíduo tem deveres para com a comunidade, fora da qual não é pos- sível o livre e pleno desenvolvimento da sua personalidade. 2. No exercício destes direitos e no gozo destas liberdades ninguém está sujeito senão às limitações estabelecidas pela lei com vista exclusivamente a promover o reconhecimento e o respeito dos direitos e liberdades dos outros e a fim de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar numa sociedade democrática. 3. Em caso algum estes direitos e liberdades poderão ser exercidos contra- riamente aos fins e aos princípios das Nações Unidas. ARTIGO 30º. Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada de maneira a envolver para qualquer Estado, agrupamento ou indivíduo o direito de se entregar a alguma atividade ou de praticar algum ato destinado a destruir os direitos e liberdades aqui enunciados. Agora que você aprendeu um pouco mais sobre direitos humanos, va- mos avançar em nosso estudo? Em se tratando de regras escritas você compreende, mas quanto às re- gras que não estão escritas e são seguidas? Estamos falando de moral, que se insere em uma sociedade a partir da prática de costumes e ideias consensadas por essa sociedade e que se tornam importantes e valoriza- das por quem as pratica. Se você parar para pensar nos vá- rios comportamentos que pratica em seu dia a dia poderá compre- ender como se instala a moral. Vamos aos exemplos: tomar banho, beber água, ler, es- crever, comer com talheres, dançar, andar de bicicleta e tantos outros comportamen- tos. Você compreende que esses não são hábitos genéti- cos, certo? Não está em seu código genético praticar tais comportamentos. Está inscri- to socialmente, e por meio da imitação dos comportamen- tos é que nos assemelhamos com os outros, somos aceitos e vivemos em sociedade. 17ÉTICA, CIDADANIA E MEIO AMBIENTE Logo, a partir desse contato com o mundo e com as outras pessoas é que passamos a exercitar vários comportamentos que nos intro- duzem aos comportamentos acei- táveis. Conforme Bock (2002, p. 170), [...] para se apropriar deste mundo, o homem desenvolve atividades que reproduzem os traços essenciais da atividade acumulada e cristalizada nes- ses produtos da cultura. São exemplos esclarecedores a aprendizagem do manuseio de instrumentos e a linguagem. Os instrumentos humanos levam em si os traços característicos da criação humana. Estão neles fixadas as operações de trabalho historicamente elaboradas. Pen- se numa enxada ou em um lápis, são instrumentos que têm em si incorporados comportamentos aprendidos e elaborados pelos humanos e que formam capaci- dades novas. Bem que você pode estar se per- guntando: e o que isso tem a ver com ética? O comportamento dito moral de uma sociedade tem ligação direta com a ética, pois a ética normaliza, estuda e avalia os comportamentos como sendo be- néficos ou não para o restante da humanidade. Com isso, chega-se à conclusão de que irá beneficiar o maior número de pessoas possí- vel, torna-se ético, ou seja, todo comportamento moral pode se tornar ético, desde que seja anali- sado e sejam verificados seus be- nefícios e suas condições para to- dos. Está claro até agora? Dentro dessa perspectiva, tome- mos como exemplo o que dizem Gonçalves e Wyse (2007) quan- do colocam que o campo ético é constituído, de um lado, por comportamentos e, de outro, por juízos de valor, pela apreciação sobre esses comportamentos. Vamos ao exemplo! Pinóquio é um personagem da literatura clássica infantil, criado pelo italiano Carlo Callodi. Ele personifica um boneco e, portan- to, não tem consciência moral. O crescimento do nariz de Pinóquio foi o recurso utilizado pelo autor da história para sinalizar a falta cometida pelo boneco – a men- tira. O nariz funcionaria como a consciência moral do perso- nagem, como o juiz de sua falta ou transgressão (GONÇALVES; WYSE, 2007). Portanto, o que promove a refle- xão ética é justamente a análise do juízo de valores morais e, com essa reflexão, pode-se chegar à conclusão sobre o que está cer- to ou errado dentro dos padrões considerados justos e dignos para uma sociedade. “Daí serem tão comuns as expressões ético e antiético quando nos referimos a certas atitudes dos indivíduos em sociedade” (GONÇALVES; WYSE, 2007, p. 12). Vamos relembrar e apreender os conceitos estudados? Então faça um exercício simples, refletindo sobre os conceitos de ética e mo- ral para o ser humano que vive em sociedade. Dessa forma, podemos apli- car a seguinte definição: tudo que é ético é moral, mas nem tudo que é moral é ético. Fo nt e: D SX B ra si l ( 20 10 )Fo nt e: B er ga m as co (2 00 9) 18 SEção 2 A cidadania Agora que você aprendeu mais sobre a ética, vamos estudar a ci- dadania. O exercício dos direitos humanos declarados como sendo universais e a prática das regras convencio- nadas como corretas para o con- vívio em sociedade tornam cada homem um cidadão. Você pode compreender como exercício da cidadania desde a prática e o respeito aos costumes de um lugar, ou seja, atender de forma moral, até ao atendimen- to de suas necessidades perante a lei vigente, ou seja, os comporta- mentos dentro das regras sociais para convivência. Exemplificando: não jogar pa- pel pelas calçadas da cidade é uma prática do local e tam- bém um respeito às regras da sociedade ditas como prática da ética, pois cada vez que você joga um papel no chão, está afetando não somente a imagem da cidade, ou local, como também a sua própria, dando mau exemplo aos de- mais e deixando de exercer seu dever como cidadão, que é manter rios e praças limpos e livres da poluição. Todo cidadão tem direitos e deve- res, por isso, toda vez que prati- camos um ato público ou priva- do que não respeita as regras de convivência em grupo estamos sujeitos a um juízo de valor e que pode nos levar a responder judi- cialmente por isso. Vamos aprender esse conceito? O que os direitos e os deveres significam em nosso dia a dia? Já pensou sobre o assunto? SEção 3 O cidadão e a diversidade Agora que estudamos sobre ética e cidadania, vamos pensar o papel do cidadão. Cada ser humano é diferente e tem algo a contribuir. Sendo as- sim, o que nos diferencia uns dos outros além das impressões digi- tais e da íris dos olhos é o modo de pensar e de perceber o mundo. Logo, é necessário compreender as diferenças, pois entre bilhões de pessoas no mundo, cada um faz diferença com sua atitude pe- rante a sociedade. E por falar em diferenças, pode- mos citar algumas que tornam as relações humanas conflituosas e harmoniosas e que divergem a todo o momento. Na sociedade somos reconheci- dos pelos registros que nos tor- nam cidadãos cumpridores de deveres e possuidores de direitos. Veja quais são os documentos que nos identificam e nos tornam cidadãos atuantes e, ao mesmo tempo, nos diferenciam dentro de uma sociedade. ▪ Registro de nascimento – sua primeira identidade cidadã, feito em um cartório civil pelos pais após o nascimento. ▪ Registro geral – ou mais conhecido como RG ou Carteira de Identidade, atualmente pode ser feito a partir dos três anos de idade. ▪ Cadastro de pessoas físicas – ou mais conhecido como CPF, também pode ser feito a partir de qualquer idade. ▪ Título de eleitor – emitido pelo cartório eleitoral, pode ser feito a partir de 16 anos de idade. ▪ Carteira profissional – tam- bém feita a partir de 16 anos de idade. “Você pode pensar que é exa- gero, até mesmo duvidar, mas saiba que cada um de nós vai suportar, ao longo da vida, mui- tos números, todos eles indica- dores de nossa identificação” (GARCIA, 2004, p. 14). Fo nt e: P es so a (2 01 0) Fonte: Duo Stereo (2010) Fo nt e: P es so a (2 01 0) 19ÉTICA, CIDADANIA E MEIO AMBIENTE Depois de vermos os documen- tos de identificação dos cidadãos, vamos pensar sobre nosso papel na sociedade? Sempre que nos referirmos aos direitos e deveres de cada pessoa, estaremos falando de exercício da cidadania, e exercer a cidada- nia requer muito mais do que ter os registros, requer refletir sobre nosso papel na sociedade. Nesse sentido, a reflexão nos leva pelo caminho do respeito aos direitos humanos e também à compreensão dos conceitos de inclusão, grupos e regras sociais. “Muitos de nós, nos esquecemos de que os direitos são irmãos sia- meses dos deveres, assim, gozar dos direitos nos obriga a respei- tar e cumprir os deveres.” (GAR- CIA, 2004, p. 74). Portanto, não se pode apenas exigir e praticar os direitos e se esquecer de que exis- tem regras a serem cumpridas. Temos nossos direitos, mas tam- bém nossos deveres! Conforme Garcia (2004), os ver- bos usados nesses casos – gozar os direitos e cumprir os deveres – nos fazem pensar que é gosto- so usufruir os direitos, mas que é penoso cumprir os deveres, já que estes fazem parte da obrigação do cumprimento. E você, já havia pensado também sobre esse assunto? Para tornar a sociedade cada vez mais justa e digna para as pessoas que nela vivem, é preciso buscar a igualdade, mas sempre respei- tando o que cada um tem de dife- rente. Nesse contexto, vimos que as diferenças não se configuram apenas em números e códigos, mas sim nas reflexões e ações que traçam o caminho da construção da cidadania. E então, você entendeu o conte- údo estudado até agora? Vamos para a próxima unidade? Exemplificando: um professor que cumpre o seu dever de dar uma boa aula deve sentir prazer nisso, pois está respei- tando o direito que o aluno tem de frequentar uma boa escola. Um aluno responsável e cumpridor dos deveres es- colares, por sua vez, propor- ciona prazer ao seu mestre, que se sente realizado em constatar o fruto de seu tra- balho. Assim, uma boa escola é dever e direito de todos que nela estudam ou trabalham (GARCIA, 2004). Unidade de estudo 2 Seções de estudo Seção 1 – Conceitos básicos: cidadania e meio ambiente Seção 2 – Preservação do meio ambiente Seção 3 – Equilíbrio entre a natureza e o homem 21ÉTICA, CIDADANIA E MEIO AMBIENTE SEção 1 Conceitos básicos: cidadania e meio ambiente Como você pôde compreender na unidade anterior, ser cidadão é participar da sociedade na qual se está inserido, cumprindo seus deveres e também usufruindo de seus direitos. Além disso, é respei- tar as diferenças e praticar sempre que possível o maior bem às pes- soas e à comunidade. A relação entre ser cidadão e o meio ambiente é muito estreita, pois vivemos em um ambiente onde temos pessoas, animais e plantas, certo? Se você concorda que vivemos em meio a todas es- sas relações irá compreender que temos direitos e deveres a serem cumpridos junto a esse meio. E quais são nossos direitos e de- veres? Cuidar do meio onde vivemos é prática que herdamos de nossos ancestrais, pois a questão do equi- líbrio do ambiente é vital para a humanidade. Infelizmente a hu- manidade descuidou e acabou acordando para as relações exis- tentes entre ambiente de natureza física, química, biológica, social, econômica e tecnológica um pou- co tarde demais. o Meio Ambiente e o Cidadão E como é importante cuidar de nosso planeta, não é mesmo? Nossas atitudes podem garantir o futuro das próximas gerações! Para isso, entra em cena a educa- ção ambiental, pois é necessário promover ações preventivas para com a natureza e a subsistência do ser humano. “Educação ambiental é um pro- cesso que tem como objetivo a produção de cidadãos, cujos co- nhecimentos acerca do ambien- te biofísico e dos problemas a ele associados possam alertá los e habilitá-los a resolver os seus problemas” (STAPP, 1969 apud ABREU, 2000, p. 18). DICA Assim, podemos iniciar nossa reflexão sobre os assuntos ligados à conser- vação do meio ambiente e a ações preventivas que organizam e proporcionam bem-estar a todos e longe- vidade à sociedade. Vamos em frente! Fonte: Land 4U S (2010) 22 SEção 2 Preservação do meio ambiente Objetivando o bem-estar e o cumprimento das regras, temos as leis a serem cumpridas pelas indústrias e pelos cidadãos. Portanto, não bas- ta apenas criar um cenário para passar a imagem de que as regras são cumpridas. É preciso consciência, envolvimento da sociedade em prol de um grande objetivo para se viver mais e melhor e em harmonia com a natureza. Em 1987, a Comissão Mundial do Ambiente e Desenvolvimen- to da ONU (Organização das Nações Unidas) estabeleceu o “modelo do desenvolvimento sustentável”, o qual garante que as necessidades das gerações atuais sejam atendidas,de for- ma tal que os recursos naturais também possam ser preser- vados para gerações futuras. (ABREU, 2000, p. 30). Você sabia que esse modelo foi difundido no mundo inteiro e provocou discussões e reflexões acerca dos problemas socioam- bientais? Dessa forma podemos perceber que não existia a preser- vação dos recursos naturais, bem pelo contrário, os abusos aconte- ciam o tempo todo. Hora de pesquisar! Busque no link abaixo maiores infor- mações sobre o modelo de desenvolvimento sustentável: <http://www.wwf.org.br/ informacoes/questoes_am- bientais/desenvolvimento_ sustentavel/> Agora que você ampliou seus co- nhecimentos sobre o assunto, va- mos prosseguir! De acordo com Abreu (2000), à medida que a sociedade se tor- nava mais consciente e sensível, cresciam as exigências em rela- ção ao desempenho ambiental das indústrias e os empresários começaram a ser pressionados. Dessa vez, não só pelos órgãos de proteção ambiental, que exi- giam o cumprimento da lei, mas também pelos clientes, consumi- dores, fornecedores, investidores, organizações não governamentais (ONGs), concorrentes, comuni- dades, entre outros. Fonte: Stock.xchng vi (2010) 23ÉTICA, CIDADANIA E MEIO AMBIENTE E foi na década de 90 que sur- giu a International Standar- dization Organization (ISO), uma organização internacio- nal de padronização. Cada país criou seu próprio selo ecológico certificado pela ISO, que estabeleceu uma norma de âmbito mundial, a ser adotada por qualquer em- presa do mundo que quisesse demonstrar a eficiência de seu desempenho ambiental, conhecida como ISO 14000. Ficou claro até agora? Podemos continuar? Conforme Abreu (2000), por sua abrangência universal, a ISO 14000 permite que em todos os lugares do mundo se fale a mes- ma linguagem normativa, o que significa extraordinário avanço nas relações internacionais. Os critérios de avaliação de desempe- nho ambiental serão os mesmos para qualquer empresa, indepen- dentemente da sua nacionalidade, facilitando bastante as transações num mercado cada vez mais glo- balizado. Vamos conhecer mais sobre o as- sunto? A ISO, responsável pela no- bre iniciativa de criação da ISO 14000, é uma organização não governamental, fundada em 1947, com o objetivo de reunir órgãos de normalização de diversos paí- ses e criar um consenso interna- cional normativo. Com sede em Genebra, na Suíça, a ISO possui mais de cem países-membros que participam, com direito a voto, das decisões ou apenas como ob- servadores das discussões. Além disso, a ISO é também a criado- ra das normas de qualidade ISO 9000, que foram elaboradas por um comitê denominado TC-176. O comitê responsável pela defi- nição e regulamentação da série ISO 14000 é o TC-207. Outra informação importante é que as normas da ISO só podem entrar em vigor após uma série de etapas de discussões, que acaba em uma votação dos países-mem- bros com direito a voto, quando, então, assumem o caráter de nor- mas internacionais ISO. O Brasil integra a ISO como fundador e com direito a voto. É representa- do pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Desta forma, compreende- mos que para criar uma nor- ma são necessárias muitas análises e aprovações, bem como para a sua atualiza- ção. O processo de revisão é muito ágil e busca ajudar as empresas interessadas em implantar essas normas e a vencer as dificuldades encon- tradas. Com essa revisão, não se pretende criar obstáculos, mas sim simplificar, tornan- do as normas mais acessíveis para qualquer empresa. Pronto para mais uma seção? En- tão vamos em frente. Fique por dentro acessando mais informações sobre as normas da série ISO 14000 no site da ABNT: <http://www.wwf.org.br/ informacoes/questoes_am- bientais/desenvolvimento_ sustentavel/> 24 SEção 3 Equilíbrio entre a natureza e o homem Você sabe o que é ecossistema? Vamos contextualizar. Fonte: Sustentabilidade (2010) “[...] podemos entender ecos- sistema como um sistema com- posto por todos os organismos de uma área e o meio ambiente onde vivem” (RIBEIRO, 1998, p. 64). Os ecossistemas não são partes ou áreas isoladas da Terra. Eles interagem e podem se agrupar em unidades maiores com caracterís- ticas particulares, denominadas biomas (conjunto de seres vivos de uma área). Vamos traçar uma sequência para compreender como se forma um ecossistema. Inicialmente temos uma popula- ção, que são indivíduos da mesma espécie vivendo em uma região/ localidade. Sendo assim, temos uma comunidade, que são popu- lações convivendo em uma mes- ma região. Logo, o ecossistema é: comunida- de + meio ambiente. Os seres vivos de uma comuni- dade são os componentes bióti- cos de um ecossistema; os fatores físico-químicos do ambiente (luz, água, calor, gás, oxigênio, etc.) são os componentes abióticos de um ecossistema. Seres bióticos e abióticos? Isso mesmo! Assim, um lago, um rio, um cam- po ou uma floresta são exemplos de ecossistemas. Neles, encontra- mos seres vivos diversos (com- ponentes bióticos) que se rela- cionam entre si e com os vários fatores ambientais, como a luz, a água, etc. (componentes abióti- cos) (PORTAL BRASIL, 2009). Dentro desse contexto, veremos agora o conceito de nicho ecoló- gico. Confira! O conjunto de atividades ecoló- gicas desempenhadas por uma espécie no ecossistema recebe o nome de nicho ecológico. Pode- mos entender por nicho ecológi- co a forma como os indivíduos se alimentam, moram e se reprodu- zem dentro de um ecossistema. Vamos ver alguns exemplos: a cutia e a onça podem ser encon- tradas na mata Atlântica; pos- suem, então, o mesmo hábitat. No entanto, os nichos ecológicos desses animais são diferentes. Para saber mais sobre o tema, consulte o site abaixo e tire suas dúvidas! Portal Brasil, disponível em: <http://www.portalbrasil. net/educacao_seresvivos_ meioambiente.htm>. Fonte: Vintage-view s (2010) 25ÉTICA, CIDADANIA E MEIO AMBIENTE A cutia é herbívora, alimentando- se de frutos, sementes e folhas, abriga-se em tocas ou em tocos de árvores e serve de alimento para animais diversos, como a pró- pria onça. Já a onça é carnívora, alimenta-se de animais diversos, como cobras e macacos, e não vive em tocas. Para finalizarmos nossas impres- sões, temos o conjunto de ecossis- temas do Planeta que é chamado de biosfera, ou seja, todo sistema que tem vida. Esses conceitos já lhe são familia- res? Dentro das implicações com a preservação do meio ambiente e a condução da vida humana, fauna, flora, vegetação e clima, é necessário ressaltar a grande im- portância de um fator vital para os nichos ecológicos: “o lixo”. Você sabe o destino de todo o lixo que é produzido pelos nichos eco- lógicos? Já parou para pensar? Em 7 de janeiro de 1992, o gover- nador do Estado do Rio Grande do Sul, Alceu Collares, promul- gou a lei estadual Lei Estadual n.º 9.493. Disposto no artigo 82, item IV, temos (ALBUQUERQUE, 1995, p. 10): Art. 1º - Ficam consideradas, no Estado do Rio Grande do Sul, a coleta seletiva e reciclagem do lixo como atividades ecológicas de relevância social e de interes- se público. Parágrafo único: entende-se a coleta e reciclagem como for- ma organizada de classificação e aproveitamento de resíduos ur- banos, industriais, hospitalares e laboratoriais, desenvolvida, conjuntamente, pela sociedade civil organizada, papeleiros, ca- tadores e entidades afins. Esse é um exemplo de como se espalhou a consciência da sepa- ração do lixo que provém dos ni- chos ecológicos e que atualmente têm papel fundamental para a so- brevivência dos ecossistemas. Todavia, é importante lembrar que apenas separar o lixo não é suficiente. É necessário se envol- ver com o destino que é dado, as soluções que nasceram depois da iniciativa da coleta seletiva. Todos nós produzimos lixo, que se constitui em: lixo seco e lixo orgânico. Fonte: Im otion im agens (2010) Fonte: Lixeiros... (2010) 26 Lixo seco – plásticos, vidros, papéis e metais.Lixo orgânico – restos de co- mida, cascas, papel higiênico, tocos de cigarros, etc. Conheça a seguir como funciona a decomposição de todo lixo que é produzido e compreenda um pouco a dimensão das ações das pessoas e a importância da cons- ciência de cada cidadão ao lidar com o próprio lixo (CEMPRE, 2009): Papel Decomposição: 3 a 6 meses. Não são recicláveis: vegetal, celofane, encerados, pa- pel-carbono, fotografias, papéis sanitários usados e fraldas descar- táveis. Vantagens da reciclagem: preservação de recursos naturais, economia de água e energia. Plástico Decomposição: mais de 100 anos. Não são recicláveis: celofanes, embalagens plásticas metalizadas, plásticos usados na indústria eletroeletrônica e na produção de computadores, telefones e eletrodomésticos. Vantagens da reciclagem: em lixões, o plástico pode quei- mar indevidamente e sem contro- le. Em aterros sanitários, dificulta a compactação e prejudica a de- composição dos elementos degra- dáveis. Vidro Decomposição: mais de 4.000 anos. Não são recicláveis: espelhos, vidros de janelas e de automóveis, tubos de televisão e válvulas, ampolas de medicamen- tos, cristal, vidros temperados pla- nos ou de utensílios domésticos. Vantagens da reciclagem: pode ser reutilizado porque sua esterilização tem alto grau de se- gurança. Metais Decomposição: não se decompõem. Vantagens da reciclagem: evita a retirada de minérios do solo, minimizando o impacto am- biental acarretado pela atividade mineradora, e reduz o volume de água e energia necessário para a produção de novos produtos. Lixo Orgânico Decomposição: 6 a 12 meses. Vantagens da reciclagem: a compostagem de resíduos orgâ- nicos – adubo com grande capaci- dade de reposição de sais minerais e vitaminas. 27ÉTICA, CIDADANIA E MEIO AMBIENTE Agora conheça um pouco mais sobre reciclagem, destino do lixo, ideias inovadoras e exercício de cidadania por meio de pequenas ações que podem transformar o seu mundo. Pesquise também em: <http://www.lixo.com.br/>. Fonte: O Mundo (2010) 29ÉTICA, CIDADANIA E MEIO AMBIENTE Finalizando Parabéns! Você chegou ao final deste curso. Nosso objetivo foi ampliar seus conhecimentos a respeito dos principais conceitos e práticas voltadas para o autodesenvolvimento e o exercício de seus direitos e deveres no mundo do trabalho. Você pôde contemplar e exercitar competências como o fortalecimento e a forma- ção pessoal e profissional por meio da compreensão dos conceitos de ética, cidada- nia e meio ambiente como valores de convivência social e historicamente construí- dos, exercendo de forma ampla sua missão dentro da sociedade. Para relembrar, iniciamos com a compreensão dos conceitos de ética e a capacidade de identificar e praticar os direitos e deveres de cada cidadão, seus principais fun- damentos e práticas. Na sequência, vimos os conceitos de cidadania e diversidade, onde as diferenças vão muito além de características físicas. Você compreendeu também os principais conceitos de meio ambiente e educação ambiental e de gestão da qualidade dentro desse contexto. Por fim, pôde verificar as noções de preservação e equilíbrio entre a natureza e o homem. Durante este curso foi lhe proporcionado conhecimentos para você desenvolver ha- bilidades voltadas para a adoção de comportamento ético, bem como cumprir regras de preservação ambiental e conscientização dos impactos ambientais relevantes. Com nossa trajetória, vimos que esse conjunto contribuirá para sua atuação como profissional que com proatividade no contexto social poderá ser agente de mudan- ças positivas, praticando seus direitos e deveres para a organização e conservação do ambiente de trabalho e familiar. Além disso, você pôde entender a importância de levar estes conhecimentos aos grupos em que está inserido, contribuindo para o trabalho em equipe e transformando, de forma positiva, o meio onde vive. Após estudar os principais conceitos e praticar algumas atividades relacionadas, poderá pôr em prática o comportamento ético e exercer seus direitos e deveres, consciente de sua contribuição histórico-social. Poderá, ainda, conscientizar sobre os impactos ambientais e a importância do cumprimento das regras de preservação a fim de tornar suas ações cada vez mais relevantes em prol da preservação da vida humana e de todos os ecossistemas aos quais tem ligação direta ou indireta. Referências 31ÉTICA, CIDADANIA E MEIO AMBIENTE ▪ ABREU, Dôra. Sem ela, nada feito!: educação ambiental e a ISO-14001: conscientização, preparação, implantação, sustentação. Salvador: Casa da Qualidade, 2000. ▪ ALBUQUERQUE, Beto. O lixo: (lixo reciclado, natureza poupada). 2. ed. Porto Alegre: CORAG, 1995. ▪ ALMANAQUE Abril 2001: edição Mundo 2001. 27. ed. São Paulo, SP: Abril, 2001. ▪ ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14001: sistemas de gestão ambiental - especificação e diretrizes para uso. Rio de Janeiro, RJ, 1996. ▪ BAGNARELI, Moacyr; PICCHI, Ruth. Construindo cidadania: habilidades básicas e de gestão: livro do professor. São Paulo, SP: SENAI/SC DR, 2000. ▪ BERGAMASCO, Marcos. [Indígenas]. 2009. Altura: 284 pixels. Largura: 329 pixels. 72 dpi. 24 BIT. 77,7 kb. Formato JPG. Disponível em: <http://iuriru- bim.blog.terra.com.br/files/2009/10/1010_capa.jpg>. Acesso em: 10 mar. 2010. ▪ BLEGER, J. Psico-higiene e psicologia institucional. 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Acesso em: 10 mar. 2010. 32 ▪ ÉTICA & trabalho. Rio de Janeiro, RJ: SENAC/DN, 1997. ▪ ETNIAS. 2010. Altura: 361 pixels. Largura: 591 pixels. 300 dpi. 24 BIT. 889 Kb. Formato JPG. Disponível em: <http://homenagemdodia.files.wordpress. com/2009/04/etnias.png?w=478&h=292>. Acesso em: 10 mar. 2010. ▪ EVOLUÇÃO da espécie. Altura: 3 cm. Largura: 5 cm. In: GOULD, Stephen Jay. Vida maravilhosa: o acaso na evolução e a natureza da história. São Paulo - SP: Companhia das Letras: 1990. ▪ GARCIA, Edson Gabriel. Cidadania agora. São Paulo, SP: Saraiva, 2006. ▪ HEERDT, Mauri Luiz. Construindo ética e cidadania todos os dias: reflexões sobre temas filosóficos, sociais, políticos, econômicos e históricos. 6. ed. Flori- anópolis: Sophos, 2000. ▪ IMOTION IMAGENS. [Onça Pintada]. 2010. Altura: 768 pixels. Largura: 1024 pixels. 96 dpi. 24 BIT CMYK. 292 Kb. Formato JPG. Disponível em: <http:// www.imotion.com.br/imagens/details.php?image_id=252>. Acesso em: 10 mar. 2010. ▪ LAND 4US. 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