Buscar

LIVRO Mundo do Trabalho e Cidadania (2)BAIXADO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 184 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 184 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 184 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Mundo do Trabalho
.......................................................................
e Cidadania 
..............................................
ESPRO – ENSINO SOCIAL PROFISSIONALIZANTE 
Rua Maria Borba, 15 – CEP 01221-040 – Vila Buarque – São Paulo/SP 
Tel. (11) 2504-1174 – http://www.espro.org.br
2
In
tr
od
uç
ão
 à
 A
dm
in
ist
ra
çã
o Superintendente Geral
Claudio Oliveira
Gerente de Marketing e Relacionamento
Paulo Vieira
Gerente Socioeducacional
Kelly Cotosck
Coordenadora de Desenvolvimento Social
Gimena Garcia 
Coordenadora de Regulatório e Planejamento
Barbara Monteiro G. de Campos
Analistas de Inovação e Conteúdo
Fernanda Dobashi de Oliveira, Gustavo Schleder, Lauzenir Fragoso, 
Marli Glenda Souza da Silva e Patrícia Sant’Ana
Coordenação Editorial
Kelly Cotosck e Barbara Monteiro G. de Campos
Autores
José Ricardo Cereja
Hugo Mósca
Leandro Jardim
ASSOCIAÇÃO DE ENSINO SOCIAL 
PROFISSIONALIZANTE
Rua Maria Borba, 15 
CEP 01221-040 – Vila Buarque – São Paulo/SP 
Tel. (11) 2504-1174
http://www.espro.org.br
©2018 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS AO ESPRO – 
ASSOCIAÇÃO DE ENSINO SOCIAL PROFISSIONALIZANTE.
NENHUMA PARTE DESTA EDIÇÃO PODE SER UTILIZADA 
OU REPRODUZIDA EM QUALQUER MEIO OU FORMA, SEJA 
MECÂNICO, ELETRÔNICO, FOTOCÓPIA, GRAVAÇÃO ETC., 
NEM APROPRIADA OU ESTOCADA EM SISTEMA DE BANCO DE 
DADOS SEM A EXPRESSA AUTORIZAÇÃO POR ESCRITO.
Cereja, José Ricardo
 Mundo do trabalho e cidadania / José Ricardo Cereja, Hugo Mósca, Leandro 
 Jardim. -- São Paulo : Espro, 2018.
 ISBN 978-85-64987-44-9
 1. Cidadania 2. Carreira profissional 3. Educação 4. Educação profissionalizante 
- Brasil 5. Formação profissional 6. Inclusão social 7. Jovens - Trabalho 8. Trabalho - 
Aspectos sociais I. Mósca, Hugo. II. Jardim, Leandro. III. Título.
18-16263 CDD-370.113
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
 (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
 Índices para catálogo sistemático:
 1. Ensino social profissionalizante: 
Educação para o trabalho 370.113
Maria Alice Ferreira - Bibliotecária 
- CRB-8/7964
Jovem, bem-vindo ao Espro!
Sobre o Espro
O Espro – Ensino Social Profissionalizante – é uma organização sem 
fins lucrativos, fundada em 1979 por iniciativa do Rotary Club, que atua na 
capacitação profissional e inclusão de jovens no mundo do trabalho. Tem como 
missão promover essa inclusão por meio de ações socioeducativas e, por 
essência, viabilizar a transformação social não só dos jovens, mas também das 
suas famílias e comunidades, que é o grande diferencial do Espro em relação às 
outras entidades certificadoras no Programa de Aprendizagem.
Este material — Mundo do Trabalho e Cidadania
É natural que um jovem em formação profissional tenha dúvidas sobre pro-
fissões e o mundo do trabalho. Este material esclarece uma série de questões 
que podem surgir nessa fase da vida, resolvendo possíveis preocupações que 
aparecem quando existem trajetórias diferentes a seguir.
Para prepará-lo em uma nova etapa de vida e orientar os envolvidos nesse 
processo – familiares e amigos –, abordamos temas como carreira, visão de 
futuro, empreendedorismo, ética, cidadania, planejamento, legislação trabalhis-
ta, direitos e deveres do trabalhador, entre outros. O estudo desses temas irá 
ajudá-lo a conciliar sua vida profissional com sua vida pessoal, demonstrando 
quais são as possibilidades de atuação.
O objetivo é orientá-lo, de maneira clara, sobre qual direção tomar, mostran-
do os impactos de suas escolhas e como elas interferem no seu desenvolvi-
mento pessoal e profissional e, consequentemente, no seu futuro. 
O Jovem e o Espro 
Acreditamos que a capacitação é o melhor caminho para transformar vidas 
e que você, Jovem, é protagonista da sua história! Investir no desenvolvimento 
das suas competências, habilidades, valores e atitudes será o grande diferencial 
na sua evolução profissional e pessoal.
Conte conosco!
Equipe Espro
Ca
pí
tu
lo
 1
5
Sumário
Capítulo 1 .......................................................................... 
Capítulo 2 .......................................................................... 
Capítulo 3 .......................................................................... 
Capítulo 4 .......................................................................... 
Capítulo 5 .......................................................................... 
Capítulo 6 .......................................................................... 
Capítulo 7 .......................................................................... 
Capítulo 8 .......................................................................... 
Capítulo 9 .......................................................................... 
Capítulo 10 ........................................................................ 
06
24
42
58
74
92
112
126
142
158
6
In
tr
od
uç
ão
 à
 A
dm
in
ist
ra
çã
o
Em
pr
ee
nd
ed
oo
ri
sm
o
1
7
Mundo do Trabalho
e Cidadania
objetivos do capítulo
Desenvolvimento pessoal e profissional
Como planejar vida e trabalho sem conhecer a si mesmo? Qual a 
melhor estratégia para conquistar o primeiro emprego e superar os 
desafios das avaliações de currículos e entrevistas? E como se sair bem 
no mundo do trabalho, tão cheio de normas e regras próprias? 
A vida pessoal está profundamente mesclada com a profissional. Quem 
somos, como indivíduos, influencia o rumo da carreira. Da mesma forma, 
muito do que acontece no ambiente de trabalho transforma as pessoas. 
Nos próximos tópicos, você aprenderá a se preparar para um processo 
seletivo e também a se comportar em um ambiente profissional. Verá, 
também, dicas para melhor gerenciar seu próprio tempo e aprenderá 
sobre a importância do voluntariado. 
Neste capítulo, você irá:
entender como a visão pessoal de futuro influenciará a sua carreira;
refletir sobre como o trabalho pode transformar um indivíduo;
aprender o que é marketing pessoal e como utilizá-lo em seu benefício 
de forma adequada;
receber dicas de como elaborar um currículo;
compreender o que são e qual é a importância das normas e 
procedimentos nas empresas.
De
se
nv
ol
vi
m
en
to
 P
es
so
al
 e
 P
ro
fi
ss
io
na
l
8
11. A importância do autoconhecimento
Pode acontecer de uma pessoa não conseguir trilhar a carreira que 
gostaria, a que mais teria afinidade ou pela qual se sentiria mais feliz. Isso 
pode ocorrer por vários motivos, por exemplo, necessidades econômicas 
que obrigam a aceitar o primeiro emprego que é oferecido – o que é 
compreensível, ainda mais em momentos de crise. 
Contudo, essa situação acontecerá com mais frequência quando o 
indivíduo não se conhece. Se eu não sei qual é o meu tipo de interesse, 
como irei persegui-lo? Como buscarei minha felicidade no trabalho? Essa 
reflexão é fundamental para, ao longo da vida profissional, buscar-se o 
trabalho que mais complete, que mais dê prazer e que menos se pareça 
com um trabalho, enquanto, ao mesmo tempo, busca-se equilibrá-lo com 
a realidade econômica. 
Se não houver visão do que se quer para o próprio futuro, aonde se 
quer chegar, como será possível alcançá-lo?
1.1 VISÃO DE FUTURO
Você provavelmente conhece alguém que tenha trabalhado na mesma 
empresa por mais de 20 anos. Quase certamente, trata-se de pessoas de 
uma geração mais antiga, já que, no passado, o interesse da maioria era 
entrar em uma grande empresa e lá permanecer até a aposentadoria. 
Mas e alguém que tenha menos de 30 anos e esteja no mesmo emprego 
há mais de cinco anos, por exemplo? É mais difícil acontecer, não é mesmo? 
No passado, a carreira profissional era diretamente ligada à empresa. No 
mundo atual, dinâmico e interconectado, a carreira profissional está muito 
mais ligada à própria vida pessoal e a aspirações, motivações e metas 
pessoais, que diferem muito de um indivíduo para outro.
Paraconseguir um primeiro emprego e saber onde quer estar e chegar 
nos próximos anos, você deve começar pelo autoconhecimento, pela 
identificação que move e inspira. Fazer essa reflexão no início da carreira 
será de grande utilidade para você ao longo de toda a sua vida profissional. 
O passo seguinte é saber se vender.
Ca
pí
tu
lo
 1
9
1.2 MARKETING PESSOAL, ENTREVISTA E APRESENTAÇÕES
Marketing pessoal é a técnica utilizada para atribuir valor à sua imagem 
pessoal. Assim como um tipo comum de propaganda, pode, também, ser 
abusivo e mentiroso, portanto, prejudicial. No entanto, se feito de forma 
adequada, pode ajudar na venda do produto principal: você. 
Todos os grandes personagens da história mundial só alcançaram esse 
status porque seus feitos foram contados e seu valor foi reconhecido pela 
sociedade. Essa entrega de valor passa por uma série de variáveis, que 
inclui também o cuidado em não abusar, de forma a evitar uma aparência 
prepotente – sinônimo pejorativo de confiante. Em uma entrevista de 
emprego, a prática do marketing pessoal pode aumentar suas chances 
de conseguir a vaga.
Veja na Figura 1.1 alguns aspectos que devem ser trabalhados para a 
prática adequada do marketing pessoal. Note que é possível seguir estas 
dicas tanto em uma entrevista como fora dela.
Figura 1.1: Aspectos relevantes do marketing pessoal
Marketing 
pessoal
Vista-se 
adequadamente
Apareça
Resolva problemas
Desenvolva o “discurso 
de elevador”
Seja inspirador
 • Vista-se adequadamente: não há uma única melhor forma de se 
vestir; o mais importante é adequar-se às situações e ao ambiente 
de trabalho. Algumas empresas exigem que o profissional use terno 
e gravata, reforçando a ideia de formalidade, como é o caso de 
executivos; em outras, a vestimenta pode ser mais informal, como 
Fonte: Mósca (2018). 
De
se
nv
ol
vi
m
en
to
 P
es
so
al
 e
 P
ro
fi
ss
io
na
l
10
bermuda e camiseta, a exemplo de algumas startups. Na perspectiva 
do marketing pessoal, a aparência é um aspecto fundamental para o 
mundo do trabalho, em especial, em um primeiro contato, como nas 
entrevistas de emprego.
 • Seja inspirador: um indivíduo é mais bem visto quando é capaz de 
inspirar pessoas. Trabalhar aspectos de liderança é um fator de grande 
importância para o marketing pessoal. Liderança não tem relação com 
o cargo que você ocupa, mas com atitudes que inspiram os outros.
 • Resolva problemas: a resolução de problemas é uma ótima forma 
de ser lembrado. Busque soluções e você será visto de maneira 
diferente; esconda-se dos problemas e você será apenas mais um. A 
proatividade em apresentar uma possível solução para um problema 
detectado é característica elogiável em qualquer profissional.
 • Apareça: isso não quer dizer sair por aí contando vantagens, mas 
compartilhar de forma transparente os resultados positivos de algo 
que você fez e não autoelogiar-se exageradamente. Foque nos 
resultados, não nos adjetivos. Use “Excedi minha meta de vendas 
em 30%” em vez de “Sou um fantástico vendedor!”. Utilize as redes 
sociais (Facebook, LinkedIn, Twitter, Instagram) para isso; participe 
de encontros presenciais relacionados à sua área de interesse; 
aprenda pouco a pouco a dosar a diferença entre o egocentrismo e 
a promoção adequada dos seus resultados e potencial. Veja como 
pessoas influentes da sua área se comportam e aprenda com elas.
 • Desenvolva o “discurso de elevador”: essa técnica significa saber 
falar apropriadamente de si (quem você é, do que você é capaz, 
seu potencial de crescimento, objetivos e resultados já alcançados) 
no espaço de tempo de uma viagem de elevador. Assim, se um dia 
você casualmente entrar em um elevador com alguma pessoa que 
possa auxiliar sua carreira (como o presidente da empresa, um grande 
empresário ou um de seus ídolos profissionais), estará mais seguro de, 
em menos de dois minutos, tentar abrir uma janela de oportunidade 
que poderá mudar a sua vida.
Ca
pí
tu
lo
 1
11
1.3 A COMPLEXIDADE DO INÍCIO DA CARREIRA: ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL, 
CADEIA PRODUTIVA E NOVAS PROFISSÕES
O mundo do trabalho está em mudança e carreiras de 20 anos na 
mesma empresa, hoje, são uma raridade. Cada vez mais as pessoas 
constroem carreiras profissionais individualmente, moldando-se ao novo 
mercado e às novas profissões (ou ocupações) que estão e estarão 
sendo criadas e isso começa na universidade. Esse ambiente mutável 
e desconhecido traz insegurança. Antes, bastava escolher uma das 
profissões tradicionais para ter garantia mínima de sucesso. Os pais 
adoravam bradar “Meu filho vai ser doutor!” quando ele começava a 
estudar Engenharia, Medicina ou Direito. E ainda gostam!
Análise realizada pelo economista Hélio Zylberstajn (2016), a partir 
de dados do Ministério do Trabalho, mostra que, em 2014, 80% dos 
formandos universitários estudavam em seis ramos: (A) Comércio e 
Administração; (B) Formação no magistério e em Ciências da Educação; 
(C) Saúde; (D) Direito; (E) Engenharia; e (F) Computação. Deve-se ter em 
mente que não há emprego de administrador ou mesmo de engenheiro 
para todas as pessoas que se formam nesses cursos. Contudo, as 
formações acadêmicas, em geral, preparam o indivíduo para que 
ele possa também atuar em outras profissões correlacionadas a sua 
respectiva área de conhecimento.
De
se
nv
ol
vi
m
en
to
 P
es
so
al
 e
 P
ro
fi
ss
io
na
l
12
Você sabe qual é a diferença entre profissão, ocupa-
ção e vocação?
 1 A vocação antecede a profissão (ou deveria!) e representa 
a facilidade que cada indivíduo tem ou não com relação a 
determinadas atividades. 
 1 A profissão está relacionada com aquilo que estudamos. Quem é 
bacharel em Administração pode dizer que é um administrador.
 1 Já a ocupação é o que fazemos no dia a dia. É possível encontrar 
um indivíduo que não tenha estudado e que seja pedreiro, 
vendedor ou contador de histórias. Mesmo um administrador 
pode ter ocupações diversas, como vimos anteriormente.
Outra complexidade que deve ser agregada a esta equação é a 
cadeia produtiva. A cadeia produtiva de um bem ou serviço é o 
conjunto de agentes econômicos que possuem parte relevante 
de seus negócios na produção desse determinado produto ou 
serviço. É parte integrante de uma cadeia produtiva todo aquele 
que tenha a ganhar com seu crescimento ou a perder com o seu 
enfraquecimento. Uma empresa de fertilizantes, por exemplo, 
participa das cadeias do café, da laranja, do açúcar, entre outras, 
embora cada uma dessas cadeias tenha sua individualidade e 
agenda próprias. (GARCIA, 2004)
Recomenda-se, então, que o jovem que esteja ingressando no mundo 
do trabalho procure uma orientação profissional, que pode ser fornecida 
por especialistas em carreiras (coaches, em inglês) ou de maneira mais 
informal, por mentores. Especialistas e mentores são pessoas com 
bastante experiência de mercado, que conhecem a cadeia produtiva da sua 
Ca
pí
tu
lo
 1
13
área de atuação, alternativas de ocupação dentro da profissão e podem 
auxiliá-lo a amadurecer, de forma mais adequada, sua visão de futuro 
profissional, possibilidades, riscos e maneiras de atingir seus objetivos. 
Quando pensa na carreira de músico, por exemplo, invariavelmente o 
jovem visa somente a ser um popstar, fazendo sucesso e conquistando 
rendas com seu trabalho autoral. Contudo, as oportunidades de carreira 
nessa cadeia produtiva vão muito além; na verdade, um percentual mínimo 
alcança esse nível. A Figura 1.2 sobre a cadeia produtiva da música revela, 
para cada elemento, oportunidades variadas de trabalho no setor.
Apresentação
musical
Público
Professores 
de música
Crítica musical
Indústria fonográfica
Estúdios
(edição musical)
Técnicos de áudio e 
assistentes de palco e 
bilheteria
Instrumentos musicais e 
equipamentos de aúdio
Produtores 
culturais
Patrocinadores
Publicidade
Internet
Intérpretes
Compositores
Figura 1.2: Oportunidades de trabalho na cadeiaprodutiva da música
Fonte: Mósca (2018).
De
se
nv
ol
vi
m
en
to
 P
es
so
al
 e
 P
ro
fi
ss
io
na
l
14
Se você ficou surpreso com tantas opções, percebeu, então, a impor-
tância da orientação profissional. 
A maturidade pessoal se dá em conjunto com a maturidade profissional. 
Assim como as pessoas buscam um trabalho ideal, que aparentemente 
seja de sua vontade, o trabalho transforma. A vida pessoal é indissociável 
da vida profissional. O mundo corporativo é parte integrante da vida; 
normalmente, as pessoas passam mais tempo com seus chefes e 
colegas do que com seus familiares. A renda proporcionada pelo trabalho 
tem importante papel na vida e nas escolhas pessoais. Ao longo da vida, 
conhecem-se pessoas, cresce-se, aprende-se e até há casamentos entre 
colegas de trabalho. 
Muitas pessoas chegam ao final da adolescência sem saber o que 
gostariam de fazer e só descobrem isso após anos e anos de vida cor-
porativa. Por isso, se você é um desses que ainda está em dúvida, não 
se desespere: o trabalho poderá transformar muito do que você pensa 
hoje – seus ideais, seus valores. Muitas pessoas de sucesso só reconhe-
cem o que gostariam de fazer – e só têm sucesso – depois de 40 anos. 
Você já ouviu falar do Homem-Aranha e dos X-Men, personagens 
famosos das revistas em quadrinhos que viraram bilionários filmes da 
indústria de Hollywood, nos Estados Unidos, nas últimas décadas? Seu 
criador, Stan Lee, era, aos 38 anos, um completo desconhecido. Aos 39, 
criou o “Quarteto Fantástico” e, só depois dos 40 anos, criou o que é 
conhecido como Universo Marvel. Esses trabalhos transformaram a vida 
de Stan. E, é claro, não é necessário que você fique bilionário como o 
Stan para concluir que o trabalho transformou a sua vida. Você aprende 
a ser uma pessoa mais completa, a buscar objetivos, a ter um propósito.
A necessidade de auxílio de alguém mais experiente fica ainda mais 
evidente quando observamos que há vagas, ocupações ou até profissões 
que ainda sequer existem, mas tendem a surgir no futuro. De forma geral, 
no curto prazo, acredita-se que boas oportunidades poderão vir nas áreas 
de recursos humanos (sobretudo, devido às mudanças na lei trabalhista 
e previdenciária no Brasil), tecnologia (devido às transformações do 
mundo digital, como a automação de hardware e de software, design de 
infográficos e marketing digital) e tributação e governança corporativa 
Ca
pí
tu
lo
 1
15
(também devido ao momento de incerteza pelo qual o Brasil está 
passando, pois essas funções visam à redução dos riscos de influências 
externas na empresa).
1.4 ELABORAÇÃO DE CURRÍCULO
Se você já sabe qual é a sua vocação, qual profissão quer seguir e, 
dentro dela, os tipos de ocupação que mais o atraem, está na hora de 
fazer o seu currículo. 
De início, é preciso saber que um currículo (ou curriculum vitae – CV) 
bem feito não garante vaga a ninguém. Pode-se afirmar, no entanto, duas 
coisas: (a) que um CV mal feito certamente fecha portas; e que (b) um CV 
bem feito estimula a empresa a conceder uma entrevista. Para elaborá-lo, 
use as diretrizes gerais descritas na Figura 1.3.
©
S
h
u
tt
er
st
o
ck
/D
an
ie
la
 B
ar
re
to
De
se
nv
ol
vi
m
en
to
 P
es
so
al
 e
 P
ro
fi
ss
io
na
l
16
Figura 1.3: Diretrizes para a elaboração de currículo
Apresente as informações 
nesta ordem:
1. NOME, ENDEREÇO (não pre-
cisa colocar seu endereço 
completo, mas é importante 
ter ao menos o bairro onde 
mora) e CONTATOS (telefones, 
endereço de email e contas 
de LinkedIn e Facebook, caso 
apropriado);
2. OBJETIVO (específico para o 
cargo ao qual está aspirando);
3. ESCOLARIDADE;
4. EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL: 
descreva-as em ordem crono-
lógica, começando pela mais 
recente.
Não use papéis coloridos. 
Use sempre os brancos.
Busque saber os detalhes des-
sa vaga: faça um CV específico 
para ela. Você deve elaborar um 
CV específico para cada vaga 
a que se candidatar, enfatizan-
do a sua competência referente 
aos requisitos básicos daquela 
vaga específica.
Evite erros de português. 
Peça a alguém para revisar se for 
necessário.
Seja honesto: mentir no seu CV 
já deixará claro, desde antes do 
princípio, que valores éticos não 
são a sua prioridade.
Não inclua dados pessoais como 
altura e peso, muito menos foto.
Seja sucinto: duas páginas no 
máximo. Hoje em dia, dificilmente 
alguém tem tempo de ler mais do 
que isso durante esse processo. 
Seja breve e objetivo.
Não use linguagem muito técnica, 
a menos que entenda que isso vá 
ajudar em alguma vaga específi-
ca. Lembre-se de que os selecio-
nadores de CV, normalmente, são 
profissionais de recursos huma-
nos, e não técnicos.
Tenha foco: apresentações do 
tipo “faço Economia, tenho expe-
riência em vendas, já fui passea-
dor de cachorros e gosto de ler e 
viajar” não irão te ajudar a obter 
a vaga. 
Não utilize encadernação ou ca-
pas extravagantes; pode ser visto 
como exibicionismo.
Fonte: Mósca (2018).
Ca
pí
tu
lo
 1
17
22. Ingressando no mundo do trabalho 
Pronto! Você conseguiu um emprego. E agora, o que fazer? Nesta 
seção, você verá informações importantes e úteis sobre diversos aspectos 
do mundo dos negócios, principalmente para um marinheiro de primeira 
viagem no universo do trabalho. 
2.1 IMPORTÂNCIA DAS NORMAS E PROCEDIMENTOS NAS EMPRESAS
As organizações nascem com um objetivo. Para atingir tal objetivo, 
qualquer que seja ele, é preciso que todos os seus integrantes trabalhem 
para o mesmo fim. E, para garantir que isso ocorra e que as coisas não 
saiam do controle, a administração estabelece uma série de normas e 
procedimentos. As normas são, de forma geral, regras a serem seguidas; 
já os procedimentos são o como fazer, os processos a serem seguidos, 
guias e manuais operacionais. Um bom exemplo de procedimentos são 
os scripts de atendimento da atividade de telemarketing. 
Todos os documentos normativos (código de ética, políticas, 
procedimentos, guias e manuais técnicos e operacionais) são relevantes, 
úteis, têm sua razão de existir. Eles norteiam o comportamento dos 
empregados, guiando suas atitudes entre o que é aceitável e o que 
não é, além de inúmeras outras situações. A Constituição Federal (CF) 
e a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) regem a relação entre 
empregados e empregadores em uma organização até certo ponto. 
Situações não detalhadas ou previstas em lei devem ser definidas pelas 
normas e procedimentos da empresa, desde que respeitem as leis.
Outro instrumento de controle bastante relevante é o fluxograma, uma 
representação gráfica das atividades constantes de um determinado 
processo, que demonstra as relações entre elas, seus responsáveis, 
pontos de decisão, sistemas de suporte e a ordem de processamento. 
Conhecer o fluxograma de um processo ajuda o empregado a minimizar 
erros e conflitos e agiliza a execução das tarefas. 
Veja na Figura 1.4 um exemplo de fluxograma de processo de admis-
são de pessoal.
De
se
nv
ol
vi
m
en
to
 P
es
so
al
 e
 P
ro
fi
ss
io
na
l
18
Figura 1.4: Fluxograma do processo de admissão de pessoas
Fonte: Mósca (2018).
O processo é composto por várias atividades, representadas, cada 
uma, por formas geométricas:
 • as setas indicam a direção do fluxo, qual é a atividade precedente e 
a próxima;
 • uma seta não linear indica que a informação segue via meio eletrônico 
ou digital;
 • a linha pontilhada ajuda a separar as atividades desempenhadas por 
áreas distintas;
 • quando há conexão a algum sistema, é comum fazer uso de uma 
figura distinta e cilíndrica, representando-o. 
É importante compreender desde o início qual é a formatação de 
fluxograma utilizada pela empresa, pois há variações – algumas empresas 
Foi 
autorizado?
Contratar 
novo 
funcionário
Falta 
documento?
Solicitar 
autorização 
para efetuar 
admissão
Conferir 
documentos 
do funcionário
Cadastrar 
novo
funcionário
Informar 
demais 
departamentos
Gerar
documentosadmissionais
Solicitar
documentos
Contactar 
funcionário
Sim
Sim
Não
Não
PWA
Ca
pí
tu
lo
 1
19
3
produzem fluxos mais complexos (com maior número de formas e 
detalhes, mas mais difíceis de serem elaborados); outras, mais simples.
A Figura 1.5 elenca as formas mais comuns.
Figura 1.5: Figuras básicas de um fluxograma
Fonte: Mósca (2018).
O fluxograma indica o adequado procedimento a ser seguido, 
portanto, é importante conhecê-lo. Por não ter a visão de todo o processo 
e somente de uma ou poucas atividades, o empregado pode prejudicar 
a si e a empresa onde trabalha. É parte das normas de uma empresa 
conhecer e seguir os fluxogramas de processos definidos.
3. Gestão e administração do tempo
Você certamente já ouviu de alguém a seguinte frase: “Não tenho 
tempo para isso.” Já passou pela sua cabeça que, em 100% dos casos, 
isso é uma mentira? Tempo é algo que todos nós temos – o mesmo! São 
24 horas por dia. A diferença está no que fazemos com ele. Quais são as 
suas prioridades?
Início ou fim
Processo
predefinido
Processo
Conector
Documento
Entrada manualPreparaçãoInformação
Decisão
Operação 
manual
De
se
nv
ol
vi
m
en
to
 P
es
so
al
 e
 P
ro
fi
ss
io
na
l
20
A administração do tempo, assim como na sua vida pessoal, é de 
suma importância no mundo dos negócios, sobretudo na época atual 
– em que a mentira “ninguém tem tempo para nada!” é alardeada em 
nossa sociedade. A gestão do tempo passa fundamentalmente por um 
planejamento. Isso parece simples e um lugar comum, mas você conhece 
alguém que planeja como irá gastar diariamente suas 24 horas?
Faça uma lista de suas atividades. Seja detalhista: atender a telefo-
nemas, escrever mensagens, tempo gasto em mídias sociais, bem como 
tempo investido nas tarefas da empresa. Use a tecnologia para coletar 
esses dados: há aplicativos que fazem o cálculo de quanto tempo você 
gasta por dia com seu telefone. Divida-as em três tipos: atividades im-
postas pelo superior, impostas pela organização e autoimpostas. Você 
perceberá que os dois primeiros tipos geram penalidades quando as ati-
vidades não são realizadas ao passo que o último é composto por tarefas 
que, usualmente, só você sabe que possui. Busque priorizar as atividades 
mais importantes. O simples fato de elaborar essa lista o ajudará a gerir 
melhor as suas 24 horas diárias. Experimente!
Ca
pí
tu
lo
 1
21
44. Voluntariado nas organizações
Muitas empresas possuem uma área de responsabilidade social 
ou ambiental, uma fundação ou uma divisão de sustentabilidade que 
promove ações filantrópicas e ações de voluntariado diversas. Há vários 
benefícios dessa prática. Veja alguns a seguir.
 • A empresa auxilia a comunidade de seu entorno, fortalecendo-a, o 
que, em último caso, ajuda a fortalecer de volta a própria empresa, em 
um ciclo virtuoso. É o caso, por exemplo, de empresas de mineração, 
que buscam fomentar fornecedores locais das cidades onde atuam, 
oferecendo até treinamento em alguns casos. A comunidade se 
fortalece, cresce e se desenvolve e a empresa consegue ter descontos 
em suas compras.
 • Por meio de ações sociais, a empresa promove a sua marca, pois 
os consumidores enxergam com bons olhos empresas socialmen-
te engajadas.
 • Ações de voluntariado promovidas pela empresa são oportunidades 
para que empregados que não tenham posição de liderança possam 
trabalhar lado a lado com seus chefes, sem hierarquia, ampliando 
um ambiente de troca de experiência e, com isso, promovendo maior 
integração entre si. 
De
se
nv
ol
vi
m
en
to
 P
es
so
al
 e
 P
ro
fi
ss
io
na
l
22
Embora em algumas empresas essas áreas representem apenas uma 
ação de marketing, viabilizando imagem positiva para a marca (pois é 
ótimo ser vista como uma empresa que promove ações socioambientais), 
muitas vezes ações realmente efetivas são promovidas. Há diversos 
casos em que ações de voluntariado encantaram os empregados que, 
posteriormente, passaram a executá-las de forma pessoal. Há até casos 
de trabalhadores que descobriram um novo valor para a própria vida ao 
participar de ações socioambientais. São ações que permitem sair da 
rotina e, com isso, repensar a vida profissional e pessoal, ampliando 
fronteiras. Permitem também que você amplie seu networking, que seja 
mais conhecido, o que pode lhe render mais e melhores oportunidades 
no futuro. Lembra do que você já viu sobre marketing pessoal?
Ca
pí
tu
lo
 1
23
Em resumo...
O autoconhecimento é o primeiro 
passo para o sucesso tanto na vida 
pessoal quanto na vida profissional.
Promover um bom marketing pes-
soal significa transmitir uma boa ima-
gem baseada em boa comunicação, 
aparência adequada e atitudes de valor.
Um bom orientador de carreiras 
pode ajudar no planejamento de obje-
tivos profissionais.
Todas as empresas possuem nor-
mas e procedimentos detalhando as 
melhores práticas para se atingir os 
objetivos comuns. 
Uma boa administração de seu 
tempo é fundamental para sua vida 
pessoal e profissional, permitindo que 
você seja mais produtivo e eficiente.
24
In
tr
od
uç
ão
 à
 A
dm
in
ist
ra
çã
o
2
25
Neste capítulo, você irá:
compreender um pouco mais sobre seus direitos e deveres;
saber o que é cidadania e seu valor;
entender a importância de preservar o patrimônio urbano, histórico e cultural;
ampliar sua percepção sobre os direitos humanos e o respeito às diferenças;
conhecer um pouco sobre a legislação e os direitos trabalhistas.
objetivos do capítulo
Conhecendo seus direitos e deveres
Quais serão os direitos e deveres dos cidadãos? E qual será a importância 
deste conhecimento para o dia a dia pessoal e profissional? 
Para que você possa exercer a sua cidadania com consciência e lutar 
por uma sociedade justa e igual para todos, é importante conhecer o que 
a sociedade espera de você e o que você pode exigir da sociedade.
Os tópicos a seguir abordam noções básicas sobre cidadania, suas 
previsões constitucionais e como tudo isso se relaciona com o meio 
ambiente (urbano e natural) e com a preservação do patrimônio físico 
e cultural do Brasil. Abordam ainda quais são as principais políticas 
voltadas à proteção dos direitos do jovem e à sua inserção no mercado 
de trabalho. Por fim, as legislações mais importantes para todos aqueles 
que estão começando a jornada no mundo do trabalho serão analisadas.
Mundo do Trabalho
e Cidadania
Co
nh
ec
en
do
 s
eu
s 
di
re
it
os
 e
 d
ev
er
es
26
11. Direitos e deveres dos cidadãos
1.1 CIDADANIA E DIREITOS DO CIDADÃO
É comum as pessoas associarem ideia de cidadania a ações coletivas 
de caridade que movimentam os indivíduos em torno de grandes causas. 
Mas a prática da cidadania deve acontecer todos os dias. O exercício da 
cidadania está nos grandes gestos e nas pequenas ações do dia a dia. 
Pense na importância de você, como cidadão, cumprir deveres mínimos 
na rua ou no bairro em que vive. São inúmeros os exemplos: desde a 
atitude simples de jogar lixo na lixeira, passando pelo respeito às leis de 
trânsito, a boa educação nas filas do transporte público e o respeito aos 
direitos das pessoas com deficiência. Tudo o que você faz tem impacto 
na vida das outras pessoas.
1.2 DIREITOS E DEVERES CONSTITUCIONAIS
No Brasil, independentemente da cor da pele, etnia, religião ou 
condição socioeconômica, todos têm seus direitos e deveres definidos 
pelo conjunto de leis que regem o país. A Constituição Federal de 1988 
garante ao cidadão brasileiro quatro tipos de direitos fundamentais que 
possuem deveres correspondentes: os direitos sociais, civis, políticos e 
econômicos. Veja na Figura 2.1. 
O conjunto de leis que regem os direitos e deveres dos cidadãos não 
foi determinado de uma só vez, mas construído aos poucos, de acordo 
com a evolução da sociedade brasileira.
Ca
pí
tu
lo
 2
27
SOCIAIS
• Educar e proteger 
o semelhante
• Proteger a 
natureza
• Respeitar os 
direitos 
do próximoCIVIS
• Respeito às 
diferenças (raça, 
credo, cor, opção 
sexual)
• Cumprimento do 
serviço militar
• Colaborar com as 
autoridades
SOCIAIS
• Educação
• Moradia
• Saúde
• Previdência
• Trabalho
• Direito de ir e vir
CIVIS
• Igualdade 
perante a lei
• Liberdade de 
expressão
DIREITOS DEVERES
1.3 PRESERVAÇÃO DO MOBILIÁRIO URBANO, INFRAESTRUTURA 
E PATRIMÔNIO CULTURAL
Imagine o incômodo de estar em um ponto de ônibus em um dia de 
chuva e perceber que a cobertura foi vandalizada e destruída! Situações 
como esta poderiam ser evitadas se todos ajudassem na preservação do 
mobiliário urbano e da infraestrutura da cidade.
Além da própria participação dos indivíduos, existem órgãos e 
autarquias públicas (como Secretarias de Ordem Pública, Departamentos 
de Parques e Jardins e Institutos do Patrimônio Histórico) que são 
diretamente responsáveis pela fiscalização, preservação e conservação 
dos bens de infraestrutura pública.
O patrimônio cultural de um país inclui também o registro de hábitos 
e costumes sociais refletidos em suas construções e arquitetura. Ele é 
definido na legislação como o conjunto de bens móveis e imóveis cuja 
preservação e conservação é de interesse público, sendo dividido em 
dois grandes grupos, conforme o Quadro 2.1. 
POLÍTICOS
• Direito ao voto
• Direito de 
candidatar-se a 
cargo eletivo
ECONôMICOS
• Defesa do 
consumidor
• Livre 
concorrência
• Defensoria 
pública
POLÍTICOS
• Voto obrigatório
• Participação nas 
eleições quando 
convocado
ECONôMICOS
• Pagar impostos
• Cobrar a emissão 
de notas fiscais
• Fiscalizar práticas 
econômicas 
abusivas
Fonte: Cereja (2018).
Figura 2.1: Direitos e 
deveres constitucionais
Co
nh
ec
en
do
 s
eu
s 
di
re
it
os
 e
 d
ev
er
es
28
Quadro 2.1: Grupos que compõem o patrimônio cultural
Bens Tangíveis Bens intangíveis
Artefatos, conjuntos urbanos, arqueológicos, 
ecológicos etc., ou seja, objetos concretos que 
se pode ver e tocar.
Conhecimentos, manifestações artísti-
cas, costumes, representações, isto é, 
nada que se possa ver e tocar, mas sim 
sentir, perceber e reagir a eles.
Por exemplo: o mobiliário urbano (os sítios pai-
sagísticos de Burle Marx), os conjuntos arqui-
tetônicos (as igrejas históricas espalhadas por 
todo o país), peças de escultura (as obras de 
Aleijadinho), pinturas (os quadros de Anita Mal-
fatti, Di Cavalcanti e outros artistas plásticos 
brasileiros) e fotografias (a obra do fotógrafo 
Sebastião Salgado).
Por exemplo: um estilo musical (como a 
Bossa Nova e a MPB), a culinária de de-
terminada região (como a feijoada) ou 
uma dança típica (como o forró).
Fonte: Cereja (2018).
1.4 FOLCLORE BRASILEIRO
Dentre os bens culturais de uma sociedade, o folclore é uma das mais 
completas manifestações, pois costuma reunir bens culturais tangíveis 
e intangíveis. O folclore é a expressão dos hábitos e costumes de um 
grupo social ou de um povo. Transmitido entre gerações, ele permite 
o reconhecimento das características locais de uma cultura, criando 
identidade sociocultural. No Brasil, o folclore é resultado, principalmente, 
dos hábitos e costumes indígenas, portugueses e africanos. A lista das 
manifestações que o compõem é enorme e vai desde as danças típicas, 
culinária, estilos arquitetônicos e expressões até os mitos, as lendas, os 
cantos populares, os rituais religiosos, os provérbios, os vestuários e 
artesanatos, as festas típicas, a música etc.
A importância do folclore é reconhecida pela Organização das Nações 
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) desde o final da 
Segunda Guerra Mundial. O Brasil criou, em 1947, a Comissão Nacional do 
Folclore com o objetivo de preservar e proteger as manifestações culturais 
imateriais da nossa sociedade. Hoje, o órgão que responde pela defesa do 
folclore no Brasil é o Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, ligado 
ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
Ca
pí
tu
lo
 2
29
1.5 PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO AMBIENTAL
O patrimônio ambiental é constituído 
pelas riquezas naturais de um país. O 
Brasil é riquíssimo neste aspecto: lindas 
paisagens e complexa biodiversidade 
presente nos diferentes ecossistemas 
(Cerrado, Caatinga, Pantanal, Mata 
Atlântica etc.). Todas estas áreas 
de interesse regional e científico 
são protegidas por leis nacionais 
e internacionais.
No Brasil, há sete grandes áreas re-
conhecidas pela UNESCO incluídas na 
lista dos patrimônios naturais do mun-
do: Parque Nacional do Iguaçú; Costa 
do Descobrimento (reservas de Mata 
Atlântica); Mata Atlântica (reservas 
do Sudeste); área de conservação do 
Pantanal; complexo de conservação da 
Amazônia central; ilhas atlânticas bra-
sileiras (Fernando de Noronha e Atol 
das Rocas); e os parques nacionais 
Chapada dos Veadeiros e Emas.
Em todos esses lugares, fauna e 
flora convivem com a presença de 
minorias étnicas (indígenas, ribeirinhos, 
imigrantes). Por este motivo, apesar 
de possuir um meio ambiente 
privilegiado, o Brasil enfrenta o desafio 
de se desenvolver economicamente 
preservando as riquezas naturais 
e os grupos sociais específicos ali 
instalados. Afinal, essas comunidades 
também fazem parte do ecossistema 
e guardam hábitos e costumes que 
contam a história do país.
É importante destacar, nesse 
sentido, que qualquer intervenção no 
meio ambiente tem impactos sociais 
que devem ser avaliados previamente 
para que todo o conjunto que compõe o 
patrimônio ambiental não seja afetado 
negativamente. O desenvolvimento 
é um processo que deve envolver 
a vontade coletiva, atendida pelo 
poder público, uma vez avaliadas as 
possibilidades de transformação que 
sejam agregadoras, combinadas com 
a manutenção da identidade cultural 
local de determinado grupo social.
Entende-se por localismo o respeito 
a comunidades em todos os seus 
aspectos locais, ou seja, a necessidade 
de compreender a diversidade de 
cada lugar, as demandas e limites de 
seus habitantes. Ao mesmo tempo, 
deve-se considerar que elementos são 
direcionadores comuns e universais 
de integração dessas comunidades 
com a sociedade em desenvolvimento 
– em outras palavras, universalismo. 
Localismo e universalismo são conceitos 
que se complementam, visando ao 
desenvolvimento de uma sociedade em 
equilíbrio humano e socioambiental.
Co
nh
ec
en
do
 s
eu
s 
di
re
it
os
 e
 d
ev
er
es
30
22. Direitos Humanos
O que são Direitos Humanos e que princípios universais regem es-
tes direitos? 
Segundo as Nações Unidas, “Direitos Humanos  são os  direitos e 
liberdades básicas de todos os seres humanos. Seu conceito também 
está ligado com a ideia de liberdade de pensamento, de expressão, e a 
igualdade perante a lei” (ONU BR, 2018, s/p.).
A Declaração Universal dos Direitos Humanos está fundamentada em 
três grandes princípios, conforme a Figura 2.2.
Figura 2.2: Fundamentos da Declaração Universal dos Direitos Humanos
A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi procla-
mada em 1948 com o objetivo de criar diretrizes universais 
para o respeito à diversidade entre os povos, garantia 
dos direitos dos cidadãos, promoção da paz e o fortalecimento 
das ações humanitárias.
Além da própria Orgnização das Nações Unidas (ONU), há inúmeras 
organizações que zelam pelo respeito aos direitos humanos, 
como a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, a Anistia 
Internacional e a Human Rights Watch.
Fonte: Cereja (2018).
Entender estes princípios é o início da conscientização para uma con-
vivência mais humana, de mais respeito e liberdade à vida. 
1. Preservação da pessoa humana:
não se pode beneficar uma pessoa em detrimento e impondo 
sacrifícios à outra.
2. Autonomia: 
todas as pessoas são livres para atuar no mundo desde que 
suas atitudes não prejudiquem outras pessoas.
3. Dignidade humana:
 todas as pessoas devem ser tratadas e julgadas de acordo 
com seus atos.
Ca
pí
tu
lo
 2
31
Segurança pública,acesso à 
justiça e combate à violência 
Articulação entre o poder 
público e a sociedade civil, 
para a elaboração de políticas 
de segurança pública à luz 
das mudanças sociais e com 
foco na prevenção, na cultura 
de paz e não violência.
Desenvolvimento e 
direitos humanos 
Reconhecimento do 
caráter plural dos Direitos 
Humanos e necessidade 
de garantia dos direitos 
básicos de alimentação, 
saúde e educação para um 
desenvolvimento equilibrado 
da sociedade.
Universalizar direitos em um 
contexto de desigualdades
Rompimento das barreiras 
que impedem o acesso aos 
direitos humanos universais, 
resquícios de processos 
históricos opressores e 
ditatoriais que agora devem 
dar lugar ao respeito à 
liberdade, às diferenças e 
individualidades.
2.1 PROGRAMA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS
Em sintonia com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, o Brasil 
vem implementando, desde 1996, seu Programa Nacional de Direitos 
Humanos, sempre agregando a ele novas formas de monitoramento, 
inclusão e preservação dos direitos dos cidadãos brasileiros. A última 
atualização, em 2010, trouxe os eixos orientadores descritos na Figura 2.3.
Figura 2.3: Eixos orientadores do Programa Nacional de Direitos Humanos/2010
Direito à memória e à verdade
Pesquisa e reconstrução da 
memória histórica, visando 
a que as experiências 
possam ser contadas de 
geração em geração, que 
erros do passado não sejam 
novamente cometidos e 
que o aprendizado destas 
vivências contribua para 
a construção de uma 
sociedade mais digna.
Fonte: Cereja (2018).
Educação e cultura em 
direitos humanos
Construção de uma 
educação fundamentada 
na solidariedade, tolerância 
e respeito às diversidades, 
de acordo com o modelo 
proposto pela Declaração 
Universal dos Direitos 
Humanos, promovendo a 
cidadania baseada na justiça, 
liberdade e igualdade.
Interação democrática entre 
Estado e sociedade civil 
Interação entre as diversas 
instâncias de governo 
e a sociedade civil com 
o objetivo de formular 
políticas públicas de forma 
participativa e inclusiva.
Co
nh
ec
en
do
 s
eu
s 
di
re
it
os
 e
 d
ev
er
es
32
3
2.2 PRÁTICAS CONTRA A DISCRIMINAÇÃO E O PRECONCEITO
Como o Brasil é um país heterogêneo, com inúmeros credos, etnias e 
culturas, é preciso observar a boa convivência e o respeito, combatendo 
a discriminação e o preconceito.
Homofobia, racismo, segregação social, ridicularização de manifesta-
ções religiosas, gordofobia e machismo são algumas das formas que o 
desrespeito à diferença pode tomar. 
Para mudar, é preciso reflexão. Antes de rir de uma piada maldosa 
ou criticar a atitude de alguém, pare para pensar... Talvez você esteja 
tentando enquadrar essa outra pessoa em padrões fundamentados na 
intolerância ao que parece diferente. Um exemplo disso é a crítica de 
colegas de trabalho às diferenças estéticas (peso, magreza, vestuário) na 
forma de apelidos. 
Omitir-se é apoiar a discriminação e o preconceito. Muitas pessoas não 
se manifestam diante de situações de opressão para não se indisporem 
com o colega ou familiar que está praticando um ato impensado. É 
importante posicionar-se e não permitir o desrespeito às diferenças em 
conversas e atitudes de quem quer que seja. 
3. Cidadania e direitos do jovem
Para que uma sociedade mais igualitária seja possível, os jovens 
devem estar no centro das diretrizes para a promoção dos direitos 
humanos e da cidadania.
As três iniciativas que você verá a seguir o ajudarão a entender os 
direitos e deveres envolvidos na formação do jovem profissional.
3.1 ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (ECA)
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) foi promulgado em 
1990 com o objetivo de proteger os direitos dos jovens e sua evolução 
saudável, evitando danos à sua integridade física e psicológica que 
ponham em risco sua cidadania.
Ca
pí
tu
lo
 2
33
Nos termos do Estatuto e também da Convenção da ONU de 1989 
sobre o mesmo tema, criança é todo menor de 12 anos de idade, e 
adolescente entre 12 e 18 anos de idade. 
O ECA tem uma grande abrangência, abordando desde a convivência 
familiar e comunitária até medidas socioeducativas a serem adotadas nas 
infrações cometidas por jovens.
3.2 LEI DE APRENDIZAGEM: DIREITOS E DEVERES
Uma das prioridades do ECA é o direito à educação. Embora ainda 
haja muitos desafios a vencer, uma das grandes conquistas do Estatuto 
nesse sentido tem sido a diminuição do trabalho infantil.
Mas, associado ao tema, tem-se outro direito fundamental, justamente 
o acesso ao mundo do trabalho. Para tratar desse direito fundamental, a 
Lei de Aprendizagem (Lei no 10.097/2000, ampliada pelo Decreto Federal 
no 5.598/2005) estabelece que todas as empresas de médio e grande 
porte devem contratar jovens aprendizes na proporção de 5% a 15% do 
seu quadro de funcionários. A lei define ainda que estes jovens podem ter 
entre 14 e 24 anos. Para ser contratado, o jovem deve estar cursando ou 
já ter concluído o ensino fundamental ou médio.
A jornada de trabalho não deve ultrapassar seis horas diárias para 
os que ainda estudam, mas pode ter oito horas para aqueles que já 
concluíram o ensino médio. O contrato de trabalho do jovem aprendiz tem 
outra especificidade: dura no máximo dois anos.
Fora essas especificidades, o contrato de trabalho do jovem aprendiz 
está sujeito a todas as regras do regime da Consolidação das Leis 
do Trabalho (CLT), ou seja, direito à Carteira de Trabalho assinada, à 
Previdência Social, a salário justo conforme as 
horas trabalhadas, 13o salário, Fundo de Garantia 
por Tempo de Serviço (FGTS), remuneração por 
horas extras etc.
Co
nh
ec
en
do
 s
eu
s 
di
re
it
os
 e
 d
ev
er
es
34
3.3 RELAÇÕES DE TRABALHO E O JOVEM APRENDIZ
Regido pela Lei de Aprendizagem, o Programa Jovem Aprendiz, do 
governo federal, é uma ótima oportunidade para todo jovem iniciante no 
mercado de trabalho, já que oferece qualificação profissional gratuita e 
específica – por meio do SENAI, SENAC, SENAT, SENAR, SESCOOP, das 
Escolas Técnicas e das entidades de assistência à educação profissional 
– para que ele tenha condições de exercer com competência sua função 
em qualquer empresa que o contrate. 
Sistema S é a denominação do conjunto de entidades 
corporativas com atuação em treinamento profissional, 
assistência técnica e assistência social, financiadas por empresas 
de mercado para a promoção de seus programas de formação e 
assistência. Fazem parte do Sistema S:
 1 SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial);
 1 SESI (Serviço Social da Indústria);
 1 SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio);
 1 SESC (Serviço Social do Comércio);
 1 SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural);
 1 SEST (Serviço Social de Transporte);
 1 SESCOOP (Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo).
O jovem deve estar atento a algumas regras que podem ajudá-lo a 
preservar seus direitos no ambiente de trabalho:
 • o contrato de trabalho do jovem aprendiz só tem validade se estiver 
registrado em sua Carteira de Trabalho;
 • o jovem deve estar regularmente matriculado e frequentando a escola, 
curso técnico ou universidade, comprovando assim seu vínculo 
como aprendiz;
Ca
pí
tu
lo
 2
35
4
 • é proibido trabalho noturno – de 22h às 5h – para jovens aprendizes;
 • o jovem aprendiz pode exercer praticamente qualquer atividade desde 
que acompanhado por um monitor que coordenará suas tarefas 
conforme o programa de aprendizagem da empresa;
 • há trabalhos proibidos para jovens, previstos no Decreto no 6481 de 
2008, que busca reprimir o trabalho infantil. Entre eles, atividades da 
agricultura, pecuária, indústria e trabalho doméstico, que colocam em 
risco a sua integridade e saúde, bem como atividades que exijam a 
manipulação de objetos monetários.
4. Legislação do mundo do trabalho – direitos trabalhistas
Há inúmeras leis cujo objetivo é a garantia e preservação dos direitos 
dos trabalhadores. 
Em linhas gerais, os direitostrabalhistas se organizam em torno de 
três elementos principais: o empregado, o empregador e o contrato entre 
os dois. Boa parte das regras que regem esta relação estão na CLT. Veja 
alguns exemplos a seguir.
 • A Carteira de Trabalho deve ser assinada até 48h após a admissão 
do empregado.
 • O salário deve ser pago ao trabalhador até o quinto dia útil de cada mês.
 • Todos os valores recebidos pelo empregado devem ser registrados 
na Carteira de Trabalho e nenhum valor pode ser pago ou recebido 
sem registro.
 • Quem determina o período de férias do empregado é o empregador.
 • Todo trabalhador tem direito ao Fundo de Garantia por Tempo de 
Serviço (FGTS), que representa 8% do salário do empregado, pago 
pelo empregador.
 • Trabalhadores demitidos têm direito ao seguro-desemprego, o que não 
acontece com os que pedem demissão.
 • Há dois tipos de avisos de demissão: o aviso prévio indenizado (o 
trabalhador não precisa comparecer mais ao trabalho) e o aviso prévio 
trabalhado (o trabalhador ainda trabalha por até 30 dias).
 • Acordos trabalhistas que envolvem demissão forjada são ilegais.
Co
nh
ec
en
do
 s
eu
s 
di
re
it
os
 e
 d
ev
er
es
36
 • Trabalhadoras grávidas têm estabilidade no emprego a partir do 
primeiro dia de gravidez até cinco meses após o parto.
 • Para custear o auxílio transporte, o empregador pode descontar até 
6% do salário do empregado.
4.1 TIPOS DE LICENÇA
Licença é a ausência temporária concedida pelo empregador ao em-
pregado, que pode ser remunerada ou não. Entre as licenças remunera-
das, estão as listadas a seguir.
 • Serviço militar obrigatório: afastamento para o cumprimento das obri-
gações militares enquando durar o serviço às Forças Armadas do Brasil.
 • Licença-maternidade: até 120 dias, podendo em alguns casos se 
estender a seis meses.
 • Licença-paternidade: entre cinco a 20 dias de afastamento para 
quem se tornou pai.
 • Licença para casamento: três a cinco dias de afastamento para o 
trabalhador que acaba de se casar.
 • Licença de óbito: em caso de morte de parentes próximos, 
afastamento por até dois dias.
 • Licença por doença: afastamento de até 15 dias por problemas de 
saúde comprovados.
4.2 APOSENTADORIA
Até dezembro de 2017, as leis de aposentadoria no Brasil possuíam 
a seguinte diretriz fundamental: todo trabalhador deve contribuir para a 
Previdência Social com um percentual do seu salário. Quem não o fizer, 
perde o direito à aposentadoria pelo Instituto Nacional de Seguridade 
Social (INSS), órgão responsável pelos trâmites relativos à aposentadoria.
No Brasil, há quatro tipos de aposentadoria cujas regras (até 2017) 
estão apresentadas na Figura 2.4.
Ca
pí
tu
lo
 2
37
Figura 2.4: Tipos de aposentadoria até 2017
APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO
Homens com 35 anos ou mais de contribuição previdenciária e mulheres com 30 
anos ou mais de contribuição têm direito à aposentadoria, independentemente 
de idade mínima. O valor do benefício a ser pago ao aposentado é proporcional 
ao tempo de contribuição e idade.
APOSENTADORIA POR IDADE
Homens a partir de 65 anos e mulheres a partir de 60 anos têm direito à 
aposentadoria, desde que tenham contribuído com a Previdência por um 
período mínimo estabelecido pela lei. Trabalhadores rurais têm esses limites 
de idade reduzidos para 60 (homens) e 55 (mulheres) anos.
APOSENTADORIA POR INVALIDEZ
Quando um trabalhador sofre algum acidente que o compromete para o 
exercício de suas atividades profissionais, pode requerer a aposentadoria 
por invalidez.
Essa aposentadoria está sujeita à perícia médica do INSS. Se comprovada 
a completa incapacidade para a atividade profissional, o trabalhador pode 
receber seu benefício integralmente, acrescido de valores extras para a 
cobertura de custos de tratamento.
A aposentadoria por invalidez não é vitalícia, já que a cada dois anos o 
trabalhador deve passar por nova perícia do INSS para verificar e atualizar 
suas condições.
APOSENTADORIA ESPECIAL
A aposentadoria especial é concedida a profissionais que lidam com situações 
de risco comprovado à saúde por exposição a produtos químicos, ambientes 
inóspitos, radiação etc.
Fonte: Cereja (2018).
Co
nh
ec
en
do
 s
eu
s 
di
re
it
os
 e
 d
ev
er
es
38
Reforma da Previdência: hoje, segundo especialistas e o 
governo federal, existe um déficit muito grande entre a 
capacidade de pagamento dos benefícios (aposentaria, 
auxílios etc.) e o número de pessoas com direito a esses benefícios, 
gerando um caixa negativo para a Previdência Social do Brasil. Por 
este motivo, o governo federal está propondo uma reforma que 
possa estabelecer maior equilíbrio nas suas contas no longo prazo. 
Entre as principais alterações propostas, estão: mudança na idade 
mínima para a aposentadoria e no cálculo dos benefícios, no tem-
po de contribuição e quanto à aposentadoria integral.
4.3 AUXÍLIO DOENÇA
Há situações em que o trabalhador está temporariamente incapaz de 
exercer suas atividades profissionais. Nestes casos, ele tem direito a uma 
remuneração conhecida como auxílio doença. 
Pago ao trabalhador afastado de suas funções por mais de 15 
dias consecutivos devido à doença, comprovada por perícia do INSS, 
este auxílio também está sujeito ao tempo mínimo de contribuição do 
trabalhador para a Previdência Social e é imediatamente suspenso quando 
o trabalhador recupera sua capacidade laboral mínima e retorna ao 
trabalho ou quando o benefício, após perícia comprobatória, converte-se 
em aposentadoria por invalidez.
4.4 JORNADA DE TRABALHO
A jornada de trabalho nada mais é que o período em que o trabalhador 
está a serviço da empresa, em atividade profissional ou não. Com 
duração de oito horas diárias, ou 44 horas semanais, a jornada de trabalho 
também prevê jornadas excedentes, computadas como horas extras, 
Ca
pí
tu
lo
 2
39
que devem ser remuneradas de acordo com a convenção coletiva da 
categoria profissional do empregado. Muitas empresas adotam o recurso 
do banco de horas para administrar de forma mais dinâmica e flexível a 
compensação das horas extras trabalhadas.
Entende-se como jornada de trabalho inclusive os horários de descan-
so, intervalos e faltas, embora os intervalos não sejam remunerados. O 
descanso semanal, porém, é remunerado.
O trabalhador pode ser contratado para um emprego com jornadas 
diárias fixas semanais de trabalho, sendo remumerado por mês 
(mensalista). Ele pode ainda ser remunerado por hora de trabalho (horista).
Há atividades que devem ser desempenhadas continuamente e, 
por isso, precisam ser feitas em escalas distribuídas entre os dias para 
o cumprimento da jornada. A CLT protege o trabalhador em relação 
ao possível desgaste provocado pela exaustão do trabalho contínuo, 
regulamentando as escalas. As principais modalidades de escala podem 
ser observadas no Quadro 2.2.
Quadro 2.2: Escalas para cumprimento da jornada de trabalho
5X1
Cinco dias de trabalho e um de folga. Como a jornada de trabalho 
máxima não pode ultrapassar oito horas diárias ou 44 semanais, a 
escala 5 x 1 acaba fazendo com que a jornada diária dure 7h20min.
5X2 Cinco dias de trabalho e dois de folga.
6 X 1 O colaborador trabalha seis dias e folga um. 
12 X 36
Doze horas de trabalho e 36 de descanso. Comum na indústria 
automobilística, petroleira e alimentícia.
18 X 36
Dezoito horas de trabalho e 36 de descanso. Comum em atividades 
noturnas e da área médica.
24 X 48
24 horas de trabalho e 48 de descanso. Comum em atividades 
intensas de profissionais como cobradores de pedágio e policiais.
Independentemente da modalidade adotada, entre uma jornada e outra 
o trabalhador deve ter no mínimo 11 horas consecutivas de descanso. 
Além disso, jornadas acima de seis horas diárias dão ao trabalhador o 
direito a intervalo de uma hora a duas horas para almoço.
Fonte: Cereja (2018).
Co
nh
ec
en
do
 s
eu
s 
di
re
it
os
 e
 d
ev
er
es
40
Uma jornada que recebe atenção especial da legislaçãoé a do trabalho 
noturno. Ela acontece de 22h às 5h da manhã, em áreas urbanas, de 21h 
às 5h da manhã, em áreas rurais, e de 20h às 4h da manhã, no caso do 
trabalho na pecuária. A jornada noturna tem remuneração diferenciada 
em relação à diurna, com cerca de 20% de acréscimo.
A reforma trabalhista aprovada em 2017 trouxe mais flexibilidade a 
estas regras, permitindo que empregadores e empregados negociem 
entre si as condições de contratação, jornada e remuneração.
4.5 DIREITOS PREVIDENCIÁRIOS
Todo trabalhador que possui remuneração regular tem direito à 
Previdência Social. O segurado pode ser empregado, trabalhador avulso, 
empregado/a doméstico/a, profissional autônomo ou contribuinte 
especial. Cada tipo de segurado contribuirá com um percentual específico 
relacionado à sua remuneração, isso em conjunto com o empregador, 
que também contribuirá com sua parte relativa ao segurado.
 / Trabalhador avulso > é o trabalhador temporário, convocado para a 
realização de determinada tarefa por tempo determinado e que presta 
serviço a várias empresas sem vínculo empregatício.
 / Contribuinte especial > são os trabalhadores rurais que desenvolvem 
atividades caracterizadas como economia familiar e não utilizam mão 
de obra assalariada.
O objetivo da Previdência Social é conceder direitos aos seus 
segurados por meio de uma renda paga pelo governo em substituição 
e compensação à renda do trabalhador contribuinte em situação de 
aposentadoria. No Brasil, nenhum trabalhador que pretenda ter direito à 
Previdência Social está isento da contribuição previdenciária ainda que 
invista em sua própria previdência privada.
Ca
pí
tu
lo
 1
41
Em resumo...
A cidadania depende do conheci-
mento sobre direitos e deveres.
Conhecer as legislações que go-
vernam o país ajuda nas decisões a 
serem tomadas no dia a dia.
Para uma vida de trabalho sem 
sustos, nada melhor do que conhecer 
todas as regras. 
42
In
tr
od
uç
ão
 à
 A
dm
in
ist
ra
çã
o
3
43
objetivos do capítulo
Políticas públicas
O que significa dizer que algo é público? Será que sempre tem a ver 
com governo e Estado? E políticas públicas, o que serão?
Nos tópicos a seguir, essas questões serão abordadas, bem como 
noções básicas sobre documentos pessoais, os órgãos que protegem 
os cidadãos e o papel do Estado na segurança pública. Serão tratados 
ainda temas como ética, moral e suas implicações em nossas condutas 
e convivências.
O capítulo será fechado com uma reflexão sobre a importância da 
boa educação no trânsito e como juventude e cidadania se relacionam no 
século XXI. 
Neste capítulo, você irá:
entender o que são políticas públicas e como elas influenciam a 
sua vida;
conhecer um pouco mais sobre os documentos básicos de 
qualquer cidadão;
compreender os conceitos de moral, ética e consciência moral;
saber um pouco mais sobre educação no trânsito;
descobrir a importância do jovem para a construção de uma sociedade 
mais justa.
Mundo do Trabalho
e Cidadania
po
lí
ti
ca
s 
pú
bl
ica
s
44
11. Políticas públicas
O conceito de público é muito amplo e diz respeito a tudo o que 
interessa à sociedade coletivamente, e não somente à gestão dos 
governos. A formulação das políticas públicas organiza ações de interesse 
da população em áreas como saúde, educação, transporte, lazer, esporte, 
meio ambiente, habitação etc.
Políticas públicas são o conjunto de ações e decisões planejadas e 
executadas pelas instituições públicas e também pela iniciativa privada 
com o objetivo de fazer valer para os cidadãos os direitos assegurados na 
Constituição Federal.
Elas possuem tanto um viés político, caracterizado por uma linha ou 
ideologia de governo, quanto um viés administrativo, demonstrado por 
meio da aplicação prática das ações planejadas. As políticas públicas 
que atendem a interesses constitucionais são denominadas políticas de 
Estado e idealmente transcendem os governos e se estabelecem por 
longo prazo. Já aquelas que são iniciativas exclusivas de determinado 
governo são consideradas políticas de governo.
1.1 DOCUMENTOS PESSOAIS
É direito de todo cidadão a posse e uso de documentos que comprovam 
seu cadastro e identificação junto aos diversos órgãos governamentais. 
Esses documentos podem ser institucionais (Carteira de Identidade, CPF), 
servir para o desempenho de atividades específicas (Carteira Nacional 
de Habilitação) ou para o registro de emprego (Carteira de Trabalho). 
Veja na Figura 3.1 os principais documentos que uma pessoa pode ter.
Figura 3.1: Principais documentos pessoais
Carteira de Identidade (RG)
Documento de registro geral (RG) de 
identificação civil no país. Entre outras 
informações importantes, contém o nome, 
data de nascimento, origem da pessoa e 
impressão digital.
Certidão de Nascimento
Registra, entre outras informações, 
local e data de nascimento, além da 
filiação (nomes da mãe e do pai). Sem a 
Certidão de Nascimento, uma pessoa tem 
dificuldades para comprovar a própria 
existência e fica sem acesso aos seus 
direitos como cidadão.
Ca
pí
tu
lo
 3
45
1.2 ÓRGÃOS DE SEGURANÇA CIVIL E SOCIAL
A segurança civil e social no Brasil é composta pela Segurança 
Pública e pela Defesa Civil, instituições geridas pelo Estado. Enquanto a 
Segurança Pública tem como objetivo proteger o cidadão, monitorando, 
prevenindo e impedindo ações criminosas de qualquer tipo, a Defesa Civil 
tem o papel de monitorar, prevenir e evitar perdas materiais em função de 
agressões externas ou desastres naturais.
A segurança pública, além de ser um dever do Estado, é exercida 
pelas polícias federal, rodoviária federal, ferroviária federal, civis, militares 
e corpo de bombeiros.
Outras ações governamentais – como a iluminação dos espaços 
públicos – e também privadas contribuem para a manutenção da 
segurança pública.
Cadastro de Pessoa Física (CPF)
Identifica o cidadão junto à Receita 
Federal. Embora não seja de porte 
obrigatório, é comumente solicitado em 
diversas situações (abertura de conta em 
banco, compra e venda de bens etc.). 
Carteira de Trabalho e Previdência 
Social (CTPS)
Registra todo o histórico da relação entre 
empregador e empregado, garantindo 
assim os direitos trabalhistas (FGTS e 
Previdência Social).
Certificado de Alistamento Militar
Comprova que o cidadão cumpriu com 
suas obrigações militares previstas em 
lei. O alistamento militar é uma exigência 
constitucional para brasileiros do sexo 
masculino que devem se apresentar 
a algum órgão militar no ano em que 
completar 18 anos.
Título de Eleitor
Comprova que o cidadão está registrado 
na Justiça Eleitoral e permite sua 
participação na vida política do país, sendo 
obrigatório para pessoas com idade entre 
18 anos e 70 anos. É exigido em situações 
de eleição, assinatura de contratos, 
aquisição de outros documentos (como o 
passaporte, por exemplo), participação em 
concursos públicos etc.
Passaporte
Obrigatório para todo cidadão que deseja 
fazer viagens internacionais.
Fonte: Cereja (2018).
Carteira Nacional de Habilitação (CNH)
Obrigatório para quem deseja dirigir 
qualquer tipo de veículo (moto, carro, 
caminhão, trator etc.), pois comprova a 
aptidão do indivíduo para essa função. 
po
lí
ti
ca
s 
pú
bl
ica
s
46
1.3 O PAPEL DO ESTADO E DA SOCIEDADE NA POLÍTICA DE 
SEGURANÇA PÚBLICA
O Estado, nos âmbitos municipal, estadual e federal, tem o dever 
de atender à sociedade quanto à segurança pública. Os desafios são 
numerosos e complexos.
Contudo, deve-se ter em mente que a segurança pública é dever de 
todos, tanto do Estado, por meio dos órgãos competentes de policiamen-
to, quanto dos cidadãos, na fiscalização de eventuais situações de delito 
que firam o bem-estar social – até mesmo aquelas aparentemente insig-
nificantes, como parar em fila dupla, avançar o sinal, comprar produtos 
piratas ou não exigir a nota fiscal de compra.
1.4 ATENDIMENTO PRIORITÁRIO
Regulamentado pela Lei Federal no 10.048/2000,que determina prio-
ridade obrigatória no atendimento a pessoas com deficiência, idosos, 
lactantes, gestantes, obesos e pessoas com criança de colo, o chama-
do atendimento prioritário deve estar disponível nas repartições públicas, 
autarquias, concessionárias de serviços públicos (inclusive empresas 
de transporte) e instituições financeiras.
 / Autarquias > entes autônomos a serviço do Estado e por ele fisca-
lizados e normatizados. Ajudam a descentralizar a administração pú-
blica. Exemplos: INSS, Instituto Nacional de Colonização e Reforma 
Agrária (INCRA) etc. 
 / Concessionárias de serviços públicos > empresas privadas que 
exercem atividades em áreas de atuação dos governos. Ou seja, 
prestam serviços públicos sob a autorização do Estado e podem 
cobrar por esses serviços. Por exemplo, empresas que administram 
rodovias ou o abastecimento de água e energia elétrica das cidades.
Ca
pí
tu
lo
 3
47
2
O respeito ao atendimento prioritário ou preferencial é um exercício 
de cidadania. É preciso consciência do papel de cada um para que as 
pessoas possam ter seus direitos respeitados. 
2. Princípios e fundamentos da moralidade
Toda sociedade expressa a sua percepção do que é certo ou errado 
com normas que regulam as relações sociais entre os indivíduos e que 
refletem os costumes comuns de aceitação entre as pessoas. Pode-se 
dizer que moralidade está associada aos costumes acordados entre 
os indivíduos e que dão as diretrizes para as condutas sobre direitos 
e deveres.
O filósofo Immanuel Kant, já no século XVIII, descrevia que a moral 
designa necessariamente um dever imperativo-categórico, ou seja, 
a obrigação do cumprimento do que é correto a partir do valor que o 
determina de forma objetiva.
Immanuel Kant: filósofo alemão do século XVIII co-
nhecido por desenvolver a linha denominada Filosofia 
Crítica. Dedicou-se à reflexão da natureza do conhecimento, que 
faz com que o homem se sinta inserido no universo, e defendia 
que o conhecimento é resultado tanto de juízos universais quanto 
da experiência sensível. 
Dessa forma, quando se faz um julgamento sobre a atitude do outro 
em relação ao certo ou errado, emite-se uma opinião baseada em um 
juízo moral. 
po
lí
ti
ca
s 
pú
bl
ica
s
48
2.1 CONCEITOS E PRINCÍPIOS DA ÉTICA
Ética e moral sempre foram confundidas como um conceito só, 
mas são duas coisas distintas, embora intimamente relacionadas e 
complementares.
Enquanto a moral trata de um conjunto de regras e valores de 
diferentes culturas e grupos sociais, estabelecendo a diferença entre o 
que é certo e o que é errado, o papel da ética é promover uma reflexão 
sobre essas regras, sobre a moral.
A ética existe para nos fazer entender a complexidade das relações 
entre os indivíduos, questionando os valores morais a partir de uma pers-
pectiva orientada pela dignidade, liberdade e bem-estar humano e social.
2.1.1 Correntes do pensamento ético
Tudo começa na Grécia Antiga. O pensamento de Sócrates tenta 
racionalizar a ética estabelecendo um contraponto entre o bem e o mal 
por meio da virtude. Platão, outro filósofo grego, lança uma reflexão 
sobre ética aplicada à política. Da mesma forma, Aristóteles aborda a 
ética voltada para o indivíduo político-social, muito centrada no ambiente 
imediato ao redor (a pólis, a cidade).
Com as transformações sociais, surgem novas correntes ampliando 
a abordagem ética para além da pólis. Filósofos como Sêneca, Epitelo 
(estoicistas) e também Epicuro e Tito (epicuristas) direcionam o 
pensamento ético para uma moral universal referenciada pela natureza e 
pela física. 
 / Estoicismo > doutrina criada pelo filósofo grego Zênon de Cítion no 
século IV a.C. fundamentada nas leis da natureza e que enfatizava a paz 
de espírito. Para os estóicos, o objetivo do homem é a autossuficiência.
Ca
pí
tu
lo
 3
49
Com a ascenção da Igreja Católica na Idade Média, a filosofia funda-
mentada nos desígnios divinos ganha força, estabelecendo, a partir das 
revelações das escrituras, uma moral religiosa. 
Essa filosofia cristã é orientada pelo sentido de perfeição como 
seguimento à imagem e semelhança de Deus para referenciar os 
valores morais.
A partir daí, (Santo) Agostinho e (São) Tomás de Aquino postulam 
uma releitura da filosofia grega de Aristóteles e Platão à luz da doutrina 
teológica emergente da filosofia cristã. 
Com as mudanças sociais, o protagonismo da ciência e diferentes 
interpretações e questionamentos sobre o papel da religião na sociedade, 
a modernidade passa a discutir a ética sob uma perspectiva racionalista, 
tendo o homem como o centro das discussões. Descartes – filósofo, 
físico e matemático francês –, no século XVII, descreve a ética como 
a racionalização do pensamento do homem, o eu pensante. Esse 
racionalismo abre caminho para o pensamento filosófico de Kant sobre a 
moral (como visto anteriormente), ampliando a ideia do eu pensante para 
o indivíduo livre e autônomo. A partir daí, o filósofo alemão Hegel postula 
que essa autonomia do ser molda o ambiente social e que esse espírito 
de liberdade seria responsável pela realização moral.
No mundo contemporâneo, a ética assumiu dinâmica ao mesmo 
tempo racional e abstrata, constituída por três correntes, conforme 
identifica a Figura 3.2. 
 / Epicurismo > ao contrário do estoicismo, o epicurismo é uma filosofia 
que defende que a realização e a felicidade plena do homem está 
na busca por prazeres terrenos, desde o amor até bens materiais, 
passando pelo sexo e pela amizade. O Epicurismo foi criado pelo 
filósofo grego Epicuro também no século IV a.C.
po
lí
ti
ca
s 
pú
bl
ica
s
50
Figura 3.2: As três correntes da ética na atualidade
ética
HISTORICISMO
Liderado por filósofos 
alemães, defende uma 
reflexão ética purista, ou 
seja, há uma preocupação 
excessiva com a pureza da 
linguagem sob a luz 
da razão.
RACIONALISMO
Resgata a filosofia cartesiana 
da razão, que tem como 
fundamento principal a 
busca pela verdade a partir 
de elementos concretos que 
constituam um universo real 
que prove essa verdade. 
Porém, dessa vez se apresenta 
dominado pela natureza.
EMPIRISMO
Propôe uma reflexão ética 
baseada nas descobertas 
sobre a psique humana a 
partir do desenvolvimento 
da psicanálise.
Fonte: Cereja (2018).
2.1.2 Ética e moralidade
As diferentes correntes éticas e o diálogo e reflexão filosóficos sobre o 
homem e seus diversos papéis na sociedade levaram ao estabelecimento 
de algumas relações entre ética e moralidade. De acordo com Cortina 
e Martinez (2005), essas relações podem ser caracterizadas conforme 
mostra a Figura 3.3:
Figura 3.3: Relações entre ética e moralidade
A moralidade do dever
O homem tem autonomia para seguir os 
valores morais em função da sua noção do 
que é correto a fim de manter a ordem e 
cumprir com seu dever.
A moralidade do caráter individual
O próprio desenvolvimento pessoal de cada 
indivíduo, necessário para a vida em sociedade, 
seria suficiente para determinar sua moralidade.
A moralidade como aquisição de virtudes para alcançar a felicidade
Os meios que o homem estabelece para si para alcançar sua 
realização plena determinam valores individuais que levam à 
sua própria compreensão de felicidade.
Ca
pí
tu
lo
 3
51
Fonte: Cereja (2018).
2.2 ÉTICA, RELAÇÃO DE PODER E CÓDIGO DE CONDUTA
A ética tem, entre outros papéis, o de orientar as atitudes e comporta-
mentos do indíviduo inserido em um grupo social, discutindo os princípios 
e valores morais que devem orientar sua conduta.
O governo organiza, por meio de leis e outros dispositivos legais, as 
diretrizes éticas gerais da atuação do servidor público e de cada órgão e 
autarquia do Estado. Da mesma forma, órgãos de classes profissionais 
(médicos, psicólogos, engenheiros, economistas etc.) também estabele-
cem códigos de ética de atuação profissional, o que também ocorre nas 
empresas com suas regras internas de conduta.
É importantepara todo profissional conhecer os códigos de conduta 
ética da empresa em que trabalha. Isso vai orientar o comportamento 
a ser adotado diante de diversas situações do dia a dia, tanto com os 
colegas quanto com fornecedores, imprensa e redes sociais. Com a 
observância ao código, é possível manter uma postura correta dentro dos 
princípios estabelecidos pela própria empresa, o que se reflete, inclusive, 
na sua coerência diante dos valores morais conhecidos. Ser consciente 
sobre as diretrizes de conduta ética é de grande ajuda a todo indivíduo 
em seu desenvolvimento pessoal e profissional.
O acatamento ao código de conduta vale para todos os níveis 
profissionais. Partindo do princípio básico de que ninguém trabalha só, 
mas construindo relações ao longo do tempo, é importante estar atento 
também às atitudes que afetam o coletivo, inclusive para criar e manter 
um ambiente de trabalho saudável, correto e ético. 
A moralidade como aptidão para resolver conflitos
Como uma moralidade do direito, tanto para a 
solução de conflitos individuais quanto coletivos, a 
racionalidade é direcionada para a tomada de decisão 
pelo indivíduo por meio do diálogo.
A moralidade como prática solidária das virtudes comunitárias
Ética que se apoia na ideia de que o indivíduo constitui 
sua personalidade por meio de sua vivência em 
comunidade e por ela é influenciado moralmente a partir 
do comportamento de outros membros comunitários. 
po
lí
ti
ca
s 
pú
bl
ica
s
52
3
2.3 DIFERENÇA ENTRE MORAL E CONSCIÊNCIA MORAL
A moralidade em si não garante que o indivíduo vá agir corretamente 
de acordo com princípios e valores que foram determinados para o grupo 
social em que está inserido. Para que isso ocorra, é necessário que ele 
desenvolva consciência moral. Guardando a individualidade de cada um, 
é ela que vai determinar as atitudes, pois a consciência moral faz emergir 
a reflexão de responsabilidade sobre cada decisão em curso. 
A consciência moral é como uma ordem interior que, recorrendo ao 
conjunto de aprendizados sobre o certo e o errado, leva o indivíduo a atuar 
de acordo com esses preceitos pessoais. À medida em que as pessoas 
atuam de forma ética e presenciam o resultado das atitudes corretas, vão 
alimentando suas consciências críticas e se tornando pessoas melhores 
a cada dia. 
3. Educação no trânsito
A educação no trânsito é fundamental para que pedestres, motoristas 
e usuários de meios de transporte possam conviver de forma harmoniosa 
no dia a dia. Para isso, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) promove 
e divulga campanhas educativas com o intuito de tornar as pessoas mais 
conscientes de sua responsabiliade sobre a qualidade do trânsito. 
A criação de leis de trânsito tem como objetivo regulamentar a 
utilização das vias públicas de circulação de veículos e pedestres, 
facilitando o fluxo e o deslocamento de todos.
No Brasil, a determinação sobre normas, regras e leis de trânsito está 
sob a competência do governo federal. Para dar organização às diversas 
esferas administrativas de atuação sobre essas leis, existe o Sistema 
Nacional de Trânsito, representado por diversos órgãos em nível federal, 
estadual e municipal, entre eles o Conselho Nacional de Trânsito (Contran), 
os Conselhos Estaduais de Trânsito (Cetrans), o Departamento Nacional 
de Trânsito (Denatran) e os Departamentos Estaduais de Trânsito (Detrans).
Ca
pí
tu
lo
 3
53
O Detran é o ente que fiscaliza o trânsito nos estados, determinando 
as normas que os condutores de veículos devem seguir e executando 
avaliações para que eles obtenham a Carteira Nacional de Habilitação. 
Por sua vez, o Denatran tem atribuições semelhantes às do Dentran, mas 
em nível nacional.
3.1 DIREÇÃO DEFENSIVA
A chamada direção defensiva (ou condução defensiva) tem uma 
importância abrangente, pois consiste no conjunto de procedimentos 
que todo condutor deve conhecer para prevenir situações de infração e 
acidentes de trânsito, aumentando a atenção e a segurança para todos. A 
direção defensiva é matéria aprendida durante o curso de habilitação em 
autoescolas ou em cursos especializados para profissionais do trânsito, 
motoristas e condutores.
Há dois tipos de direção defensiva: a preventiva e a corretiva. A primeira 
ensina a prevenção de riscos iminentes que podem provocar acidentes 
ou infrações. A segunda refere-se à correção (com antecedência) de 
atitudes em situações não previstas. A direção defensiva preventiva 
remete à conduta do motorista no dia a dia. Suas ações ao volante devem 
estar todo o tempo sob sua total atenção e consciência. Já a direção 
defensiva corretiva é aquela aplicada apenas a situações em que há risco 
iminente de acidente, situações em que se deve agir rapidamente para 
evitar batidas, atropelamentos, capotamentos etc.
O Denatran possui um manual denominado “Direção 
defensiva: trânsito seguro, um direito de todos”, no 
qual você encontra todas as informações sobre segurança no 
trânsito. É um conteúdo que interessa a motoristas e pedestres 
e que todo cidadão deve ter conhecimento para contribuir com 
a melhoria do trânsito. Você pode ter acesso a esse manual pela 
internet, no site do Detran. 
po
lí
ti
ca
s 
pú
bl
ica
s
54
3.2 NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS
Entende-se por primeiros socorros o atendimento em situações 
emergenciais nas quais uma atuação imediata pode ser necessária para 
manter a pessoa com vida até que a ajuda profissional aconteça, seja por 
meio da chegada do socorro apropriado ou pela remoção do ferido até 
um local de atendimento específico.
Nem todas as pessoas estão preparadas para prestar primeiros 
socorros. No ambiente de trabalho, por exemplo, existem equipes que 
recebem treinamento anual a fim de cumprir com as exigências da 
Norma NR 7 do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que prevê a 
capacitação e orientação obrigatórias quanto às técnicas básicas de 
primeiros socorros visando à segurança e atendimento de vítimas dentro 
do ambiente da empresa. De qualquer forma, é importante que todos os 
colaboradores estejam atentos a algumas regras de comportamento em 
situações emergenciais, apresentadas na Figura 3.4.
Figura 3.4: Regras de comportamento em primeiros socorros
Mantenha-se calmo e confiante
É importante ter uma atitude positiva, que não agrave ainda mais uma situação que já parece 
crítica. Procure passar confiança à pessoa vitimada com o objetivo de evitar o pânico.
Chame uma ambulância ou peça para que alguém o faça
Saber que a ajuda especializada está a caminho contribui para acalmá-lo e também à vítima, 
gerando uma expectativa positiva para a solução da situação emergencial.
Mantenha os curiosos afastados
Quando muita gente sem preparo resolve se envolver, mesmo com boa intenção em ajudar, 
o processo pode ser prejudicado, pois essas pessoas acabam atrapalhando ou mesmo 
agravando a situação. 
Procure manter a vítima consciente
Converse calmamente com a vítima, fazendo perguntas pontuais sobre informações comuns 
(endereço onde mora, telefone para contato, o que faz etc.).
Não dê alimentos
Ao contrário do que muita gente pensa, não é adequado fornecer alimentos (sólidos ou 
líquidos) a vítimas de acidentes de qualquer tipo, pois não se conhece seu estado de saúde. 
Fonte: Cereja (2018).
Ca
pí
tu
lo
 3
55
44. Protagonismo juvenil e cidadania
A cidadania é praticada por meio do exercício de direitos e deveres 
em todos os âmbitos da vida em sociedade. Nesse sentido, diante de 
mudanças sociais cada vez mais intensas, é preciso promover a educação 
de jovens para que sejam pessoas que reflitam sobre os desafios da 
sociedade moderna e seus impactos sobre suas vidas e a vida de pessoas 
ao seu redor.
Desde a década de 1990, o Programa das Nações Unidas para o De-
senvolvimento (PNUD) vem trabalhando um modelo de educação base-
ado no paradigma do desenvolvimento humano voltado para a formação 
de jovens frente aos desafios do século XXI. Em resumo,

Outros materiais