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PROFº: OTÁVIO CAVALCANTE ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE GRAVE COM ALTERAÇÕES NO SISTEMA RESPIRATÓRIO HIPERTENSÃO PULMONAR HIPERTENSÃO PULMONAR A hipertensão pulmonar (HP) é caracterizada por pressão arterial pulmonar elevada geralmente associada a insuficiência cardíaca ventricular direita secundária. Condições como cardiopatia congênita, os anorexígenos (inibidores do apetite específicos), o uso crônico de estimulantes, a hipertensão portal e a infecção pelo HIV aumentam o risco de hipertensão pulmonar. HIPERTENSÃO PULMONAR FISIOPATOLOGIAADAPTABILIDADE DO LEITO VASCULAR PULMONAR A PRESSÃO E VOLUME SANGUÍNEO QUANDO OCORRE ALTERAÇÃO NO LEITO VASCULAR PULMONAR CAPACIDADE ADAPTATIVA PREJUDICADA AUMENTA A PRESSÃO PULMONAR AUMENTO DA RESISTÊNCIA VASCULAR PULMONAR Hipertrofia (ampliação e dilatação) e insuficiência ventricular direita SOBRECARGA NO VENTRÍCULO DIREITO HIPERTENSÃO PULMONAR SINTOMAS Sintomas maiores Dispnéia Dor torácica subesternal Sintomas Menores Fadiga Síncope Sinais de IC Direita (edema periférico, turgência de jugular, sopro, ...) HIPERTENSÃO PULMONAR DIAGNÓSTICO A investigação diagnóstica inicial inclui história de saúde, exame físico, radiografia de tórax, estudos de função pulmonar, eletrocardiograma (ECG) e ecocardiograma. HIPERTENSÃO PULMONAR TRATAMENTO O objetivo principal do tratamento é controlar a doença subjacente relacionada com a HP, se a causa for conhecida. Opções Terapêuticas (Varia de acordo com a situação clínica do paciente) Diuréticos Oxigenoterapia Anticoagulante Digoxina Exercícios Físicos EDEMA AGUDO DE PULMÃO EDEMA AGUDO DE PULMÃO O edema pulmonar é definido como o acúmulo anormal de líquido nos tecidos pulmonares, no espaço alveolar ou em ambos. CARDIOGÊNICO: associado à IC descompensada aguda, que pode levar à insuficiência respiratória aguda NÃO CARDIOGÊNICO: lesão pulmonar direta, hematogênica do pulmão, ou associada a pressão hidrostática EDEMA AGUDO DE PULMÃO FISIOPATOLOGIAFATORES INTERNOS E EXTERNOS Elevação aguda da pressão venosa pulmonar AUMENTO PRESSÃO HIDROSTÁTICA ACÚMULO DE LÍQUIDOS NO ESPAÇO INTERTICIAL PULMONAR E ALVÉOLOS DRENAGEM LINFÁTICA INSUFICIENTE EXPECTORAÇÃO ESPUMOSA ROSA SINAL CLÁSSICO EDEMA AGUDO DE PULMÃO SINTOMAS Rebaixamento no nível de consciência Dispnéia e sensação de sufocação Taquicardia e Taquipnéia Presença de sibilos Queda abrupta na saturação de oxigênio Pele e as mucosas pálidas a cianóticas EDEMA AGUDO DE PULMÃO DIAGNÓSTICO As vias respiratórias e a respiração do cliente são avaliadas para determinar a gravidade da angústia respiratória, juntamente com os sinais vitais e o sinal clássico. Realiza-se radiografia de tórax para confirmar a extensão do edema pulmonar nos campos pulmonares. EDEMA AGUDO DE PULMÃO DIAGNÓSTICO As vias respiratórias e a respiração do cliente são avaliadas para determinar a gravidade da angústia respiratória, juntamente com os sinais vitais e o sinal clássico. Realiza-se radiografia de tórax para confirmar a extensão do edema pulmonar nos campos pulmonares. EDEMA AGUDO DE PULMÃO TRATAMENTO O manejo clínico farmacológico consiste em três linhas de ação: Terapia com oxigênio: Máscara não reinalante ou VNI Diuréticos: Furosemida Vasodilatadores: Nitroglicerina ou Nitroprussiato de sódio EDEMA AGUDO DE PULMÃO CUIDADOS DE ENFERMAGEM • Posicionamento do cliente para promover a circulação • Fornecimento de suporte psicológico • Monitoramento dos medicamentos INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE • Condição patológica primária ou secundária a outras condições não pulmonares. Causa frequente de internações hospitalares! Aumento dos dias de internação! Aumento da mortalidade em UTI! INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE Incapacidade dos pulmões de exercerem suas funções básicas de ventilação e oxigenação, resultando em prejuízo de trocas gasosas, que levam à hipoxemia e/ou hipercapnia. INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE Síndrome multicausal Conjunto de sinais e sintomas que desencadeiam o desconforto respiratório Taquidispneia Uso de musculatura acessória Respiração irregular Dificuldade para falar INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE • Gasometria arterial é fundamental para o diagnóstico, pois revela valores anormais: - NORMAL PO2 = 80 a 100 mm Hg PCO2 = 35 a 45 mm Hg Ph = 7,35 a 7,45 IRpA PO2 ≤ 60mmHg PCO2 > 45 mmHg Ph <7,35 INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE • Classificação de acordo com os mecanismos fisiológicos envolvidos nas trocas gasosas: hipoxemia e/ou hipercapnia. Hipoxemia predominante IRpA tipo I ou hipoxemica Hipercapnia predominante IRpA tipo II ou ventilatória Hipoxemia e hipercapnia podem estar presentes concomitantemente. INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE Características gasométricas da insuficiência respiratória aguda IRpA Pa02 PaCo2 Exemplos Tipo I ou hipoxemica ou normal TEP, Pneumonia grave, atelectasia, insuficiência cardíaca. Tipo II ou ventilatória DPOC, asma grave, obstrução das vias aéreas, doenças neuromusculares, intoxicação INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE • Tratamento: Depende da causa básica Manutenção da ventilação e oxigenação (Intubação e VM) INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE Enfermeiro deve atentar-se aos sinais e sintomas: • Aumento da FR (>24rpm) e alterações do padrão respiratório; • Dispnéia com aumento do trabalho respiratório (uso de musculature acessória, retração intercostal e da furcula, batimento de asa de nariz); • Dificuldade para falar; • Cianose INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE • Diminuição da SpO2<91%; • Alterações relacionadas ao SNC como ansiedade, agitação, inquietude, confusão, rebaixamento do nível de consciência com sonolência, desorientação e confusão; • Alterações cardiocirculatórias: taquicardia, hiper ou hipotensão arterial, dor torácica e arritmias. Ações de enfermagem frente ao paciente com DPOC: • Leito semi-fowler ou fowler • Oxigenoterapia com objetivo de manter a SpO2 > 92%; • Se paciente estiver recebendo oxigênio aumentar a FiO2; INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE • Manter oxímetro de pulso para o controle da saturação periférica da hemoglobina; • Monitorizar o padrão respiratório, o nível de consciência, PA, FC; • Avaliar resposta ao tratamento medicamentoso (ex: broncodilatador); • Realizar gasometria arterial; • Caso haja deteriorização rápida das condições respiratórias, manter paciente em jejum e providenciar material para intubação e ventilador mecânico INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE ATENÇÃO! Oxigenoterapia com fluxos elevados pode piorar a condição respiratória do paciente e levar à PCR em razão da redução do estimulo (drive) respiratório!! INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE • Após estabilização observar suporte nutricional • Suporte psicossocial adequado para pacientes e familiares. Nutrição inadequada Catabolismo protéico Prejuízo do desempenho dos músculos respiratórios Prof: Otávio Cavalcante VENTILAÇÃO MECÂNICA NÃO INVASIVA (VNI) Características Paciente realiza somente ciclos espontâneos; A conexão do paciente ao ventilador é realizada por meio de máscaras especiais (interfaces); Pressão positiva é gerada por meio de VM próprios ou adaptados CPAP – Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas Muito utilizada na insuficiência respiratória aguda (tipo hipoxêmica), especificamente em casos de EAP de origem cardiogênica. Interfaces Aliviar sintomas Reduzir o trabalho respiratório Melhorar ou estabilizar a troca de gases Proporcionar conforto respiratório Promover melhor sincronia paciente-ventilador Minimizar riscos associados à via aérea artificial Evitar intubação traqueal ObjetivosO Pacientesportadores de insuficiência respiratória aguda que não conseguem manter ventilação espontânea adequada; Aumento da dispneia moderada para severa; Intensificação do desconforto respiratório e piora da hipoxemia; Após extubação; Como estratégia preventiva (evitar atelectasia) em alguns pacientes em pós operatório de cirurgias de IndicaçõesO RELATIVAS A VNI Incapacidade de cooperar, proteger as vias aéreas ou secreções abundantes Rebaixamento do nível de consciência Falências orgânicas não respiratórias com grave instabilidade hemodinâmica (ex: encefalopatia, hemorragia digestiva grave) Cirurgia facial ou neurológica Trauma ou deformidade facial Alto risco de aspiração Obstrução de vias aéreas superiores Contra-indicaçõesO ABSOLUTAS A VNI Necessidade de intubação de emergência Parada cardíaca ou respiratória Falência mecânica do aparelho respiratório Contra-indicaçõesO PROF°: OTÁVIO CAVALCANTE RAMALHO VENTILAÇÃO MECÂNICA VENTILAÇÃO MECÂNICA Consiste na utilização de um ventilador pulmonar artificial em indivíduos com insuficiência respiratória aguda ou crônica. Tem a finalidade de promover ventilação e oxigenação adequadas às necessidades teciduais orgânicas. INDICAÇÕES INDICAÇÕES Exemplos Hipoventilação e apnéia Pacientes com lesão do centro respiratório, intoxicações por drogas, embolia pulmonar. Insuficiência respiratória / hipoxemia Doença pulmonar prévia, síndrome do desconforto pulmonar agudo. Falência mecânica do aparelho respiratório Disfunção muscular/doenças neuromusculares/paralisia, comando respiratório instável (TCE, AVE, intoxicação). Prevenção de complicações respiratórias PO de cirurgias de abdome superior, torácica de grande porte, obesidade mórbida. Redução do trabalho muscular respiratório e fadiga muscular Situações que elevam a FR com consequente fadiga muscular. Instabilidade circulatória severa Estados de choque. VOLUME CORRENTE • O volume corrente (VC) é o volume de ar inspirado ou expirado a cada movimento respiratório. • Em adultos o volume corrente é de aproximadamente 500 ml • Para a adequação do VC ao paciente pode se utilizar a relação de 6ml/Kg • A capacidade total do pulmão é de 5800ml • O volume residual é de 1200 ml ELEMENTOS DA VENTILAÇÃO MECÂNICA Homens Peso predito (Kg) = 50 + 2,3 x ((altura[cm] x 0,394) -60) Mulheres Peso predito (Kg) = 45,5 + 2,3 x ((altura[cm] x 0,394) -60) FIO₂ • Fração inspirada de oxigênio. • Em ar ambiente: 21%. • Ventiladores possibilitam a oxigenação com frações de 21 a 100%. • Inicialmente em caso de apnéia indica-se FiO2 de 100%. Depois usa-se a gasometria arterial para adequar o melhor valor. • Deve ser mantida para manter uma saturação acima de 92%, na maioria dos casos ELEMENTOS DA VENTILAÇÃO MECÂNICA ELEMENTOS DA VENTILAÇÃO MECÂNICA PEEP • Pressão positiva no final da expiração. • Mesmo na fase expiratória o espaço alveolar permanece com volume de ar enriquecido de oxigênio. • Vantagens:Gás que permanece no pulmão pode ser utilizado para trocas gasosas Abertura alveolar, evitando-se atelectasia Melhora da complacência pulmonar PEEP • Desvantagens: • Recomenda-se inicialmente utilizar a PEEP de 3 a 5 cmH2O nos pacientes intubados. Pode causar hiperdistensão de alvéolos e barotrauma Pode diminuir o retorno venoso, comprometer o DC ELEMENTOS DA VENTILAÇÃO MECÂNICA MODALIDADES VENTILATÓRIAS Controlados Assistido Espontâneos MODALIDADES VENTILATÓRIAS Controlados (ciclo deflagrado pelo VM) A partir de uma FR previamente programada O paciente não tem controle sobre os ciclos ventilatórios MODALIDADES VENTILATÓRIAS • Os ciclos ventilatórios mecânicos podem ser iniciados tanto pelo paciente quanto pelo ventilador. Assistido (início pelo paciente) Início do ciclo se dá a partir do esforço inspiratório – estímulo resp. (drive) gerado pelo centro respiratório SNC está presente Paciente desencadeia o ciclo e controla a FR É necessário que o controle da sensibilidade do ventilador esteja ajustado MODALIDADES VENTILATÓRIAS Espontâneos Valores de FR, duração do tempo inspiratório, fluxo e volume são controlados pelo próprio paciente MODOS VENTILATÓRIOS Ventilação assistido-controlada (VAC) Ventilação mandatória intermitente sincronizada (SIMV) Ventilação com pressão de suporte (PSV) Ventilação controlada ou mandatória controlada (VMC) Ventilação assistida (VA) Ventilação controlada a volume (VCV) Ventilação controlada a pressão (PCV) Ventilação controlada ou mandatória controlada (VMC) Ventilação controlada ou mandatória controlada (VMC) • O paciente recebe suporte ventilatório total. MODOS DE CONTROLE: Volume ou Pressão- controlada • Ventilação controlada a volume (VCV): operador deve ajustar previamente o volume desejado para insuflar os pulmões e a FR. • Ventilação controlada a pressão (PCV): ajustar a pressão inspiratória e o tempo inspiratório Ventilação controlada ou mandatória controlada (VMC) • Indicação: pacientes com comando respiratório central limítrofe ou abolido e/ou fadiga respiratória importante. • Desvantagem: pode levar à atrofia dos músculos respiratórios se utilizada por períodos prolongados. Ventilação assistida (VA) Ventilação assistida (VA) • Paciente recebe suporte ventilatório parcial. • Ciclo é iniciado pelo estímulo do paciente – ajuste da sensibilidade é imprescindível. • Indicação: pacientes com comando respiratório central preservado. As modalidades VMC ou VA puras são encontradas nas primeiras gerações de ventiladores a pressão. Desvantagem de ser necessária a troca de modalidade pelo operador. Ventilação assisto- controlada (VAC) Ventilação assisto- controlada (VAC) • Paciente pode receber suporte ventilatório total ou parcial. • Deve-se ajustar a FR mínima e a sensibilidade, definir o volume ou pressão com a qual será mantida a fase inspiratória. • Indicação: forma inicial de ventilação indicada para os pacientes com comando respiratório central presente ou abolido e/ou fadiga respiratória. Ventilação assisto- controlada (VAC) • Caso o paciente não apresente esforços inspiratórios, o ventilador oferecerá ciclos controlados (ventilação controlada) de acordo com a FR mínima ajustada. • Caso o paciente apresente esforço inspiratório, haverá ciclos assistidos (ventilação assistida). Ventilação mandatória intermitente sincronizada (SIMV) Ventilação mandatória intermitente sincronizada (SIMV) • É considerada uma forma parcial de suporte ventilatório. • Possibilita ciclos controlados, assistidos e espontâneos. • Pode ser utilizada como opção para ventilação ou para o desmame, em alguns casos. • É necessário ajustar a FR. Ventilação mandatória intermitente sincronizada (SIMV) • O número de ciclos espontâneos dependerá da capacidade do paciente de gerá-los (estímulo inspiratório). • Desvantagem: - ciclos espontâneos podem ser extremamente exaustivos para o paciente; - estudos comprovam que essa modalidade prolonga o tempo de VM. Ventilação com pressão de suporte (PSV) Ventilação com pressão de suporte (PSV) • É uma forma parcial de suporte ventilatório. • Durante a inspiração há liberação de pressão positiva que complementa o esforço do paciente Auxiliando-o a vencer a resistência do circuito e do tubo endotraqueal Ventilação com pressão de suporte (PSV) • Como a FR é definida pelo paciente, deve ser utilizada em pacientes com drive respiratório e condições hemodinâmicas estáveis. • Importante deixar os alarmes ligados!!! PROGRAMAÇÃO INICIAL • Modo assistido-controlado; • FIO2 = 100%; • Volume corrente = 6 ml/kg; • Frequência respiratória= 12 a 16 rpm; • PEEP = 3 a 5 mm Hg CUIDADOS DE ENFERMAGEM • Avaliar sedação e analgesia • Higienização da mucosa oral • Aspirar as secreções pulmonares por meio do tubo de TQT; • Umidificação do gás inaladoadequadamente • Observar circuito do ventilador e alarmes • Trocar a fixação do TOT/TQT Referências Bibliográficas • Padilha, K. G. et al. Enfermagem em UTI: Cuidando do paciente crítico. Editora Manole, 2016. • BIASI, A. et al. Diretrizes Brasileiras de Ventilação Mecânica. FÓRUM DE DIRETRIZES EM VENTILAÇÃO MECÂNICA – AMIB E SBPT, v. 1, 2013.