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GABARITO COMENTADO - GRAMATICA E INTERPRETACAO DE TEXTO - VERSAO A

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Gabarito Comentado – CFOE 2016 – Gramática e Interpretação de Texto – Versão A  - 1 -
GRAMÁTICA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 
 
Texto para responder às questões de 01 a 15. 
 
Lembrança de um braço direito 
 
É um caso banal, tanto que muitas vezes já ouvi contar essa história: “Ontem, quando chegamos a São Paulo, o 
tempo estava tão fechado que não pudemos descer. Ficamos mais de uma hora rodando dentro do nevoeiro porque 
o teto estava muito baixo...”. 
Mas ando pelo chão há muito tempo: chão perigoso, onde há pedras e buracos para um homem já escalavrado 
e já afundado; porém chão. Subi ao avião com indiferença, e como o dia não estava bonito lancei apenas um olhar 
distraído a esta cidade do Rio de Janeiro e mergulhei na leitura de um jornal qualquer. Depois fiquei a olhar pela 
janela e não via mais que nuvens, e feias. Na verdade, não estava no céu; pensava coisas da terra, minhas pobres, 
pequenas coisas. Uma aborrecida sonolência foi me dominando, até que uma senhora nervosa ao meu lado disse 
que “nós não podemos descer!”. O avião já estava fazendo sua ronda dentro de um nevoeiro fechado. Procurei 
acalmar a senhora. 
Ela estava tão aflita que embora fizesse frio se abanava com uma revista. Tentei convencê-la de que não devia 
se abanar, mas acabei achando que era melhor que o fizesse. Ela precisava fazer alguma coisa e a única providência 
que aparentemente podia tomar naquele momento de medo era se abanar. Ofereci-lhe meu jornal dobrado, no lugar 
da revista, e ficou muito grata, como se acreditasse que, produzindo mais vento, adquirisse a maior eficiência na sua 
luta contra a morte. 
Gastei cerca de meia hora com a aflição daquela senhora. Notando que uma amiga sua estava em outra 
poltrona, ofereci-me para trocar de lugar e ela aceitou. Mas esperei inutilmente que recolhesse as pernas para que eu 
pudesse sair de meu lugar junto à janela; acabou confessando que assim mesmo estava bem, e preferia ter um 
homem – “o senhor” – ao lado. Isso lisonjeou meu orgulho de cavalheiro: senti-me útil e responsável. Era por estar ali 
um Braga, homem decidido, que aquele avião não ousava cair. Havia certamente piloto e copiloto e vários homens no 
avião. Mas eu era o homem ao lado, o homem visível, próximo, que ela podia tocar. E era nisso que ela confiava: 
nesse ser de casimira grossa, de gravata, de bigode, a cujo braço acabou se agarrando. Não era o meu braço que 
apertava, mas um braço de homem, ser de misteriosos atributos de força e proteção. 
(BRAGA, Rubem. 50 crônicas escolhidas. 3ª edição – Rio de Janeiro: BestBolso, 2011. Fragmento.) 
 
01) Sabendo-se que, como os demais conectivos, as preposições contribuem para o significado das construções de 
que participam, indique a frase em que o emprego da preposição destacada demonstra o mesmo sentido 
atribuído no título do texto. 
a) Ele partiu de manhã. 
b) Disse que viria de longe. 
c) No discurso, falou de situação semelhante. 
d) Seu filho veio de longe para a comemoração. 
 
JUSTIFICATIVA DA ALTERNATIVA CORRETA: (LETRA C) 
 
Em “Lembrança de um braço direito”, o “de” expressa o mesmo sentido visto em “No discurso, falou de situação 
semelhante.” A preposição “de” pode introduzir objeto indireto, complemento nominal, agente da passiva, adjunto 
adnominal, adjunto adverbial e dentre outras relações pode indicar a expressa no título e na frase indicada em “No 
discurso, falou de situação semelhante.”, a saber: relação de assunto. 
 
Fonte: SACCONI, Luiz Antonio. Nossa gramática completa Sacconi: teoria e prática. 31. ed. São Paulo: Nova 
Geração Gram, 2011. 592p. 
 
02) Preencha as lacunas abaixo e, em seguida, assinale a alternativa correta. 
A crônica é um gênero textual produzido a partir de fatos ____________________; no texto apresentado, há o 
predomínio de ____________________________. 
a) do cotidiano / linguagem formal 
b) reais / sequências argumentativas 
c) circunstanciais / linguagem objetiva 
d) que estão aquém da realidade / certo grau de informalidade 
 
JUSTIFICATIVA DA ALTERNATIVA CORRETA: (LETRA A) 
 
A crônica é uma narrativa curta semelhante ao conto em alguns aspectos, geralmente mais ligada a fatos atuais, ao 
cotidiano. A linguagem formal é uma linguagem cuidada, na variedade culta e padrão. É o caso da escrita dos bons 
jornais e revistas. 
Gabarito Comentado – CFOE 2016 – Gramática e Interpretação de Texto – Versão A  - 2 -
Fontes: 
 PIMENTEL, Carlos. Redação descomplicada. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. 192p. 
 CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza A. Cochar; CILEY, Cleto. Interpretação de textos. 
Construindo competências e habilidades em leitura. 2. ed. São Paulo: Atual Editora, 2012. 304p. 
 
03) O título do texto apresenta uma construção em que, após a leitura do trecho “Não era o meu braço que apertava, 
mas um braço de homem, ser de misteriosos atributos de força e proteção.” (4º§), demonstra-se 
a) uma relação de aproximação por semelhança entre dois termos. 
b) o emprego de redundância, com o fim de enfatizar a expressão. 
c) uma fusão de impressões sensoriais de grande poder sugestivo. 
d) o uso de um termo que, através da contiguidade, identifica outro. 
 
JUSTIFICATIVA DA ALTERNATIVA CORRETA: (LETRA D) 
 
A metonímia é uma figura de linguagem que consiste em usar uma palavra por outra, com a qual se acha 
relacionada. Essa troca se faz não porque as palavras são sinônimas, mas porque uma evoca a outra. Há metonímia 
quando se emprega, dentre outros, a parte pelo todo como em “Lembrança de um braço direito”, na verdade, a 
lembrança não é apenas do braço, mas sim de um homem que estava ao lado. 
 
Fonte: CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa: novo acordo ortográfico. 
48. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2010. 696p. 
 
04) De acordo com os elementos estruturais apresentados é correto afirmar que predomina(m) 
a) conceitos abstratos, amplos. 
b) análise e interpretação de dados da realidade. 
c) verbos que exprimem movimentos simultâneos, não indicando progressão. 
d) uma relação de anterioridade e posterioridade entre a sequência dos enunciados. 
 
JUSTIFICATIVA DA ALTERNATIVA CORRETA: (LETRA D) 
 
O texto narrativo tem com centro a ação, o fato. Um texto narrativo é uma sequência de ações que se sucedem 
através do tempo e do espaço. É a relação de anterioridade e posterioridade entre a sequência dos enunciados. 
 
Fontes: 
 GARCIA, Othon Moacyr. Comunicação em prosa moderna: Aprenda a escrever, aprendendo a pensar. 27. ed. 
Rio de Janeiro: FGV, 2010. 548p. 
 PIMENTEL, Carlos. Redação descomplicada. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. 192p. 
 
05) Em “Mas ando pelo chão há muito tempo: chão perigoso, onde há pedras e buracos para um homem já 
escalavrado e já afundado; porém chão.” (2º§), o substantivo em destaque poderia ser substituído, de acordo 
com o efeito de sentido alcançado de acordo com o contexto, por 
a) real. 
b) firme. 
c) chibante. 
d) desejável. 
 
JUSTIFICATIVA DA ALTERNATIVA CORRETA: (LETRA B) 
 
Dentre as acepções quanto ao significado de “chão”, o dicionário apresenta: plano, liso; de pouca altura ou pouca 
profundidade; raso, rasteiro; que não está agitado, sereno; superfície que, pela extensão e homogeneidade relativas, 
pode ser pisada e servir de base ou apoio para as coisas. No trecho em análise, a expressão “porém chão” expressa 
no contexto a característica “firme” do solo, do chão, em oposição (expressa pelo “porém”) à condição que aparece a 
seguir de estar em pleno voo. 
 
Fontes: 
 O próprio texto. 
 Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, ed. Objetiva. 
 
 
 
 
Gabarito Comentado – CFOE 2016 – Gramática e Interpretação de Texto – Versão A  - 3 -
06) A estrutura do gênero textual “crônica” apresenta, em geral, situação inicial, elemento modificador, conflito e 
desfecho. Acerca do texto apresentado, é correto afirmar que a apresentação da situação inicial acontece no 
a) quarto parágrafo. 
b) terceiro parágrafo. 
c) primeiro parágrafo. 
d) segundo parágrafo.JUSTIFICATIVA DA ALTERNATIVA CORRETA: (LETRA D) 
 
“Mas ando pelo chão há muito tempo: chão perigoso, onde há pedras e buracos para um homem já escalavrado e já 
afundado; porém chão. Subi ao avião com indiferença, e como o dia não estava bonito lancei apenas um olhar 
distraído a esta cidade do Rio de Janeiro e mergulhei na leitura de um jornal qualquer. Depois fiquei a olhar pela 
janela e não via mais que nuvens, e feias. Na verdade, não estava no céu; pensava coisas da terra, minhas pobres, 
pequenas coisas. Uma aborrecida sonolência foi me dominando, até que uma senhora nervosa ao meu lado disse 
que ‘nós não podemos descer!’. O avião já estava fazendo sua ronda dentro de um nevoeiro fechado. Procurei 
acalmar a senhora.” Apenas no 2º§ é possível é apresentada a situação inicial da narrativa a partir da expressão 
“Subi ao avião com indiferença”. “É um caso banal, tanto que muitas vezes já ouvi contar essa história: ‘Ontem, 
quando chegamos a São Paulo, o tempo estava tão fechado que não pudemos descer. Ficamos mais de uma hora 
rodando dentro do nevoeiro porque o teto estava muito baixo...’” No 1º§, não há início da narração do fato 
propriamente dito, a única referência a ele é um ponto de vista “caso banal”. 
 
Fontes: 
 O próprio texto. 
 GARCIA, Othon Moacyr. Comunicação em prosa moderna: Aprenda a escrever, aprendendo a pensar. 27. ed. 
Rio de Janeiro: FGV, 2010. 548p. 
 PIMENTEL, Carlos. Redação descomplicada. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. 192p. 
 
07) Em “[...] meu lugar junto à janela [...]” (4º§) é possível identificar a ocorrência de um fenômeno fonético que se 
estende a toda fusão de vogais iguais. Analise as frases a seguir: 
I. Irei à casa logo mais. 
II. Já assistimos àquele filme. 
III. Ela tem alergia à alguma substância? 
IV. Disse que seria contrário à compra do carro. 
De acordo com o emprego do sinal indicativo de crase, estão corretas apenas 
a) I e III. 
b) II e IV. 
c) III e IV. 
d) II, III e IV. 
 
JUSTIFICATIVA DA ALTERNATIVA CORRETA: (LETRA D) 
 
Incorreto: “Irei à casa logo mais.” Não ocorre crase diante da palavra “casa” quando desacompanhada de adjunto. 
Nos exemplos dados nos itens II, III e IV ocorre a fusão do artigo definido feminino precedido da preposição “a” em 
virtude da regência verbal e nominal. 
 
Fontes: 
 BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa: atualizada pelo novo Acordo Ortográfico. 37. ed. Rio 
de Janeiro: Nova Fronteira, 2009. 672p. 
 CUNHA, Celso; CINTRA, Luís F. Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. 6. ed. Rio de Janeiro: 
Lexikon Editora Digital, 2013. 
 
08) No segundo parágrafo é apresentada ao leitor a personagem com quem o narrador irá manter um diálogo durante 
a situação por ele vivida. A ocorrência do sinal de aspas no referido trecho tem por principal objetivo: 
a) demonstrar a mudança de interlocutor. 
b) distinguir uma citação do restante do contexto. 
c) acentuar o valor significativo de uma expressão. 
d) fazer sobressair expressão não peculiar à linguagem utilizada no texto. 
 
 
 
Gabarito Comentado – CFOE 2016 – Gramática e Interpretação de Texto – Versão A  - 4 -
JUSTIFICATIVA DA ALTERNATIVA CORRETA: (LETRA A) 
 
No trecho: “até que uma senhora nervosa ao meu lado disse que ‘nós não podemos descer!’”, o uso de aspas 
demonstra a mudança de interlocutor. Tal uso é uma das possibilidades do registro do discurso direto. 
 
Fonte: GARCIA, Othon Moacyr. Comunicação em prosa moderna: Aprenda a escrever, aprendendo a pensar. 
27. ed. 
 
09) “Tentei convencê-la (1) de que não devia se (2) abanar, mas acabei achando que era melhor que o (3) fizesse. 
Ela precisava fazer alguma coisa e a única providência que aparentemente podia tomar naquele momento de 
medo era se (4) abanar. Ofereci-lhe (5) meu jornal dobrado, no lugar da revista, e ficou muito grata, como se (6) 
acreditasse que, produzindo mais vento, adquirisse a maior eficiência na sua (7) luta contra a morte.” (3º§) Os 
fatores que regem a conexão sequencial, dentre outros, formam parte dos critérios tidos como constitutivos da 
textualidade. Dentre os elementos destacados anteriormente, possuem referente em comum apenas 
a) 1, 2, 3, 4 e 5. 
b) 3, 4, 5, 6 e 7. 
c) 1, 2, 3, 6 e 7. 
d) 1, 2, 4, 5 e 7. 
 
JUSTIFICATIVA DA ALTERNATIVA CORRETA: (LETRA D) 
 
Dentre as formas de coesão referencial estão as formas remissivas não referenciais, formas remissivas referenciais e 
referência pronominal. Os termos indicados por 1, 2, 4, 5 e 7 referem-se à mulher que está ao lado do 
narrador-personagem. O que não ocorre com o destaque nos termos indicados em 3 e 6, em “que o fizesse”, o termo 
destacado é objeto direto da forma verbal “fizesse”, ou seja, “fizesse aquilo” = se abanar. Já em “como se 
acreditasse”, o termo destacado trata-se de uma conjunção condicional. 
 
Fontes: 
 MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola 
Editorial, 2008. 
 BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa: atualizada pelo novo Acordo Ortográfico. 37. ed. Rio 
de Janeiro: Nova Fronteira, 2009. 672p. 
 
10) Acerca da interação entre os personagens – narrador e senhora ao seu lado – , é correto afirmar que 
I. a princípio, a aflição da mulher causou incômodo e transtorno ao narrador. 
II. o narrador mostra-se solícito à senhora que tenta, inutilmente, acalmar-se. 
III. as tentativas do narrador de ajudar a senhora ao seu lado demonstram perspicácia. 
Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s) 
a) I. 
b) II. 
c) I e III. 
d) II e III. 
 
JUSTIFICATIVA DA ALTERNATIVA CORRETA: (LETRA B) 
 
“I – a princípio, a aflição da mulher causou incômodo e transtorno ao narrador.” (incorreto) “Procurei acalmar a 
senhora.” Desde o início o narrador mostra-se disposto a auxiliar a senhora a seu lado. 
“II – o narrador mostra-se solícito à senhora que tenta, inutilmente, acalmar-se.” (correto) “Procurei acalmar a 
senhora. Ela estava tão aflita que embora fizesse frio se abanava com uma revista. Tentei convencê-la de que não 
devia se abanar, mas acabei achando que era melhor que o fizesse. Ela precisava fazer alguma coisa e a única 
providência que aparentemente podia tomar naquele momento de medo era se abanar.” A tentativa da senhora de se 
acalmar, se abanando, é comprovadamente inútil. 
“III – as tentativas do narrador de ajudar a senhora ao seu lado demonstram perspicácia.” (incorreto) “Ofereci-lhe meu 
jornal dobrado, no lugar da revista, e ficou muito grata, como se acreditasse que, produzindo mais vento, adquirisse a 
maior eficiência na sua luta contra a morte. Gastei cerca de meia hora com a aflição daquela senhora. Notando que 
uma amiga sua estava em outra poltrona, ofereci-me para trocar de lugar e ela aceitou. Mas esperei inutilmente que 
recolhesse as pernas para que eu pudesse sair de meu lugar junto à janela; acabou confessando que assim mesmo 
estava bem, e preferia ter um homem – ‘o senhor’ – ao lado.” O narrador não demonstra astúcia ou esperteza ao 
tentar ajudar a senhora, mas sim solicitude e atenção ao estado daquela senhora. 
 
 
 
Gabarito Comentado – CFOE 2016 – Gramática e Interpretação de Texto – Versão A  - 5 -
Fontes: 
 O próprio texto. 
 Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Ed. Objetiva. 2009. 
 
11) Os períodos apresentados em: “Ela estava tão aflita que embora fizesse frio se abanava com uma revista. Tentei 
convencê-la de que não devia se abanar, mas acabei achando que era melhor que o fizesse.” (3º§) têm seu 
sentido preservado caso as conjunções “embora” e “mas” sejam substituídas, respectivamente, por 
a) ainda que / visto que 
b) por mais que / porém 
c) porquanto / entretanto 
d) não obstante / conquanto 
 
JUSTIFICATIVA DA ALTERNATIVA CORRETA: (LETRA B) 
 
As conjunções adversativas “mas” e “porém” acentuam a oposição. As conjunções concessivas iniciam oração que 
exprime que um obstáculo – real ou suposto – não impedirá ou modificará a declaração da oração principal: ainda 
que, embora, posto que, se bem que, apesar de que, pormais que, etc. 
 
Fontes: 
 BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa: atualizada pelo novo Acordo Ortográfico. 37. ed. Rio 
de Janeiro: Nova Fronteira, 2009. 672p. 
 CUNHA, Celso; CINTRA, Luís F. Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. 6. ed. Rio de Janeiro: 
Lexikon Editora Digital, 2013. 
 
12) A afirmativa correta, condizente com a situação apresentada no texto, é 
a) ao entrar no avião, o narrador já pressentia que aquele seria um voo com certa dificuldade. 
b) para o narrador, toda a situação apresentada no texto não passa de “um caso banal”, ou seja, indiferente. 
c) determinadas atitudes do narrador, tais como sonolência e indiferença, revelam seu desejo de fugir da 
realidade. 
d) a situação em que o narrador se vê, em relação à senhora ao seu lado, proporciona-lhe uma oportunidade de 
aspecto positivo. 
 
JUSTIFICATIVA DA ALTERNATIVA CORRETA: (LETRA D) 
 
A alternativa “A situação em que o narrador se vê, em relação à senhora ao seu lado, proporciona-lhe uma 
oportunidade de aspecto positivo.” é considerada correta, pois, de acordo com o texto: “Isso lisonjeou meu orgulho de 
cavalheiro: senti-me útil e responsável. Era por estar ali um Braga, homem decidido, que aquele avião não ousava 
cair. Havia certamente piloto e copiloto e vários homens no avião.” 
 
Fonte: O próprio texto. 
 
13) “Mas ando pelo chão há muito tempo:” (2º§). A forma verbal grifada anteriormente indica, no contexto, que o fato 
 
a) ocorre no momento em que se fala. 
b) ocorre com determinada frequência. 
c) está concluído, mas seus efeitos perduram. 
d) começa num passado distante e permanece. 
 
JUSTIFICATIVA DA ALTERNATIVA CORRETA: (LETRA B) 
 
O presente do indicativo pode indicar que o fato costuma acontecer ou se repete com frequência. É o presente 
habitual ou iterativo. 
 
Fonte: SACCONI, Luiz Antonio. Nossa gramática completa Sacconi: teoria e prática. 31. ed. São Paulo: Nova 
Geração Gram, 2011. 592p. 
 
14) Dentre as sugestões a seguir, assinale a reescrita que modifica o aspecto do momento da ação verbal. 
a) “foi me dominando” (2º§) / havia de dominar-me. 
b) “procurei acalmar a senhora.” (2º§) / Procurei acalmá-la. 
c) “fiquei a olhar pela janela” (2º§) / fiquei olhando pela janela. 
d) “quando chegamos a São Paulo” (1º§) / ao chegarmos a São Paulo. 
Gabarito Comentado – CFOE 2016 – Gramática e Interpretação de Texto – Versão A  - 6 -
JUSTIFICATIVA DA ALTERNATIVA CORRETA: (LETRA A) 
 
“foi me dominando” (2º§) = os auxiliares se combinam com o infinitivo ou gerúndio do verbo principal para determinar 
com mais rigor os aspectos do momento da ação verbal que não se acham bem definidos na divisão geral de tempo 
presente, passado e futuro, dentre eles: continuidade da ação. “havia de dominar-me” = os auxiliares modais se 
combinam com o infinitivo ou gerúndio do verbo principal para determinar com mais rigor o modo como se realiza a 
ação verbal, dentre eles: o movimento para realizar um intento futuro (próximo ou remoto). 
 
Fonte: BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa: atualizada pelo novo Acordo Ortográfico. 37. ed. 
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009. 672p. 
 
15) De acordo com as relações que os advérbios contraem dentro do enunciado, indique a seguir a expressão 
destacada que se diferencia das demais tendo em vista os valores léxicos (semânticos) que a constituem. 
a) “Subi ao avião com indiferença [...]” (2º§) 
b) “[...] rodando dentro do nevoeiro [...]” (1º§) 
c) “Mas ando pelo chão há muito tempo: [...]” (2º§) 
d) “[...] fazendo sua ronda dentro de um nevoeiro fechado. [...]” (2º§) 
 
JUSTIFICATIVA DA ALTERNATIVA CORRETA: (LETRA A) 
 
Na classificação do advérbio, ora se pauta pelos valores léxicos (semânticos) das unidades que o constituem, ora por 
critérios funcionais. No primeiro caso, são os advérbios classificados como denotadores de tempo, de lugar, de 
quantidade, etc. Nos trechos destacados de B a D, tempos adjuntos adverbiais que indicam circunstâncias de tempo, 
já no trecho destacado na alternativa A, a circunstância expressa é de modo. 
 
Fonte: BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa: atualizada pelo novo Acordo Ortográfico. 37. ed. 
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009. 672p.