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Abdome Agudo

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Abdome agudo: dor abdominal que apareceu de maneira 
súbita, de forma aguda ou subaguda, para o qual pode haver 
necessidade cirúrgica 
 
 
 
 
 
 
 
 Não cirúrgico: doença inflamatória pélvica, fase 1 e 2 
(tratamento clínico); cólica nefrética; pancreatite (só é 
cirúrgico quando esse paciente desenvolver um 
compartimento abdominal, porque a pressão intra-
abdominal aumenta tanto que começa a diminuir o fluxo 
sanguíneo e até a função dos órgãos principalmente 
fígado e rim, sendo necessária uma laparotomia 
descompressiva) 
 Chave para o raciocínio para diagnóstico das síndromes 
abdominais: caracterização da dor 
o tipo de dor 
o a forma de aparecimento dessa dor (se essa dor melhorou 
ou piorou, se migrou para alguma outra região, se ela tem 
algum sintoma associado) 
o A anamnese deve ser focada na dor e nos sintomas que 
aconteceram, buscando um diagnóstico sindrômico 
o Em uma sala cheia, de 7 a 10% pessoas vão procurar o 
pronto-socorro com dor abdominal 
o Uma das melhores ferramentas para diagnóstico de dor 
aguda do paciente é acompanhar a evolução da dor do 
seu paciente 
o muitas vezes você tem que deixar ele sentir a dor para que 
seja possível acompanhar a evolução dessa dor e analisar 
os sintomas associados 
 
CAVIDADE ABDOMINAL: dividir com duas linhas que passam 
pelo meio da clavícula (duas linhas hemiclaviculares), uma 
linha que passa no rebordo costal inferior e uma linha que 
passa na espinha ilíaca superior teremos nove regiões 
abdominais 
 
 
 
 
 
 Com essas 9 regiões abdominais é possível fazer 
raciocínios topográficos: 
 
 
 
Peritônio parietal e peritônio visceral 
 
Peritônio: Membrana serosa que reveste a cavidade do 
abdome, em íntimo contato com a musculatura (parietal) e 
os órgãos que nele se encontram (visceral) 
 
o A dor abdominal precisa ser distinguida entre a dor 
visceral e parietal completamente diferente porque a 
inervação dessas estruturas é diferente 
o visceral: autônomo 
o parietal: somática 
o A dor visceral é aquela que é provocada por irritação do 
peritônio visceral e a dor parietal é provocada por 
irritação do peritônio parietal 
o Como ocorre a irritação? 
- por tração, 
- compressão, 
- processo inflamatório, 
- processo isquêmico, 
- infiltração neoplásica 
 
o Dor visceral: inervação autônoma e as características de 
suas fibras neurológicas aferentes (são formadas por fibras 
C com distribuição bilateral no cérebro) vão conferir uma 
dor de localização mal definidaEle não localiza bem a 
dorgeralmente de moderada intensidade 
o Dor parietal: inervação somática, principalmente de T6 até 
T11, tem fibras aferentes C e A delta, de distribuição 
unilateral do cérebro Então ela consegue fazer uma 
localização muito mais localizada e intensa no órgão onde 
existe o comprometimento porém ela é mais tardia 
porque a primeira coisa que vai acontecer é a dor visceral, 
seguida da parietal 
 
- Apendicite: começa com a dor no meio da barriga, depois 
migra para a fossa ilíaca direita quadro clínico clássico  
paciente começa com certo desconforto epigástrico acha 
que comeu alguma coisa errada que fez mal, barriga um 
Indica qualquer distúrbio não traumático espontâneo 
súbito , cuja principal manifestação ocorre na área 
abdominal e para a qual pode ser necessário uma 
cirurgia 
pouco inchada, mas não consegue localizar bem depois de 
um tempo a dor migra para o a fossa ilíaca direita 
 
o a fisiopatologia do apêndice envolve: obstrução da Luz 
apendicular, o aumento de pressão intraluminal, 
dificuldade de retorno venoso (congestão venosa), o 
comprometimento da membrana mucosa permitindo a 
translocação bacteriana, a lise muscular e da serosa até o 
peritônio visceral e posteriormente comprometimento 
parietal demora um certo tempo para se instalar 
apresentação gradual 
 
o É uma dor visceral que culminou com irritação do peritônio 
parietal e por isso é possível localizar melhor a dor, mais 
intensaa irritação peritoneal só é vista quando existe 
irritação parietal  só ele não leva a descompressão 
brusca dolorosa 
o Forma de apresentação: uma dor que se instala 
gradualmente tem etiologia diferente de uma dor que 
instala subitamente 
 Formas de apresentação mais graduais falam em favor 
do abdome agudo inflamatório 
 No abdome perfurativo: ocorre uma peritonite de 
forma imediata 
 
o Dores referidas: quando um local distante apresenta dor 
mesmo não estando doente colecistite por cursar com dor 
no ombro do mesmo lado Sinal de Kehr 
- Fibras aferentes sofrem uma decussação no corno posterior 
da medula, confundindo a interpretação cerebral 
 
o Fatores de melhora e piora da dor abdominal: Começa com 
o esforço? melhora com esforço? piora com alimentação? 
piora com a micção? com a evacuação? 
- Esses são sintomas que a gente tem que levar em 
consideração 
 
CASO : paciente de 70 anos perdendo peso começa a ter 
constipação intestinal gradual e progressivo, e dor 
abdominal em cólica. Refere que toda vez que ele evacua a 
dor dele melhora--> semioclusão intestinal--> intestino vai 
distendendo, até que há a eliminação fecal e melhora a cólica 
 
 
 
 Não é preciso se preocupar com a Etiologia, isto é papel 
do cirurgião você precisa saber qual o tipo de 
abdômen 
 
o Náuseas e vômitos: sintomas muito importantes 
 Todo paciente que começa com as náuseas e os 
vômitos que antecedem a dor você deve pensar em 
doença clínica 
 Todo paciente começa com náuseas e vômito que 
vem depois da dor, é preciso pensar em doença 
cirúrgica 
 Vômitos biliares, repletos de bile, esverdeada, gosto 
amargo, não tem cheiro forte 
 Vômito com restos alimentares não digeridos e sem 
conteúdo biliar importante pensar em alguma 
patologia que esteja obstruindo o pilouro, porque a 
bile está saindo na segunda porção do duodeno se 
não tem bile no estômago é sinal de que existe 
alguma obstrução do piloro para tráspode ser uma 
úlcera duodenal ou estenosante 
 Vômito que tenha sangue, alguma patologia que 
causa hemorragia hemorragia digestiva alta e 
hemorragia digestiva baixa 
 A característica do vômito é extremamente 
importante: se você tem relação com alimentação, se 
é um vômito só matinal 
 
o Febre: patologias infecciosas 
 Diante as 4 possibilidades: abdome inflamatório, 
abdome agudo obstrutivo, perfurativo e vascular: 
paciente com febre abdômen inflamatório na 
maioria dos casos pode não ser um diagnóstico 
exclusivo 
 
o Diarreia e constipação: a constipação intestinal, 
principalmente se ela for de início recente, fala a favor 
das obstruções intestinais baixas (obstruções altas não 
impedem a evacuação) 
 
o Distensão abdominal: juntamente com os vômitos, vão 
caracterizar o abdome agudo obstrutivo (alto e baixo) 
vômitos extremamente frequentes e pouca distensão 
abdominal, as cólicas abdominais são rítmicas e de baixa 
intensidade 
 O intestino delgado- ALTO- não tem força muscular 
muito grande, mas há grande peristaltismo 
 A obstrução do intestino grosso- BAIXO- você vai ter 
uma cólica extremamente forte mas ela passa, não 
é muito frequente, muita distensão abdominal e os 
vômitos são poucos frequentes 
 Porque que o vômito não é frequente no abdome 
agudo obstrutivo baixo?  válvula ileocecal ela é 
continente em 85% das pessoas impede 
completamente o refluxo do conteúdo intestinal 
para o íleo 
 
EXAME FÍSICO 
 
 Inspeção do abdome e da postura 
o paciente com peritonite e irritação peritoneal: se 
mostra inerte, passivo, geralmente uma postura 
fletida porque ele sabe que se ele encurtar o 
peritônio dói menos vai se apresentar taquipneico 
taquicárdico com postura de defesa, membros 
fletidos, tronco fletido e passivo 
o paciente com cólica: cólica visceral, cólica ureteral, 
uma cólica com obstrução intestinal--> paciente se 
movimenta, levanta, senta, anda,é um pouco 
agressivo porque ele consegue gritar 
o Ao observar o abdômen, primeiro faz-se uma 
observação estática: cicatrizes, presença de 
abaulamentos, deformidades anatômicas 
 
 Inspeção dinâmica: murchar e estufar a barriga ao máximo 
que ele conseguir e observar 
 
 Ausculta: deve ser feita antes da palpação, pois ela pode 
mascarar uma mudança no peristaltismo 
o dividir o abdome em 4 quadrantes pelo umbigo 
como centro: linha média e uma linha transversa 
passando pelo umbigodeveria ser feito três 
CASO: paciente de 70 anos perdendo peso começa a ter 
constipação intestinal gradual e progressivo, e dor 
abdominal em cólica. Refere que toda vez que ele evacua a 
dor dele melhora semioclusão intestinal intestino vai 
distendendo, até que há a eliminação fecal e melhora a 
cólica 
 
minutos de ausculta para cada quadrante não é 
realizado na prática 
 
 Percussão : sons maciços e timpânicos, aumento de 
vísceras 
 
 Palpação: deve ser feita por último, superficial e 
profunda(se o paciente tolerar), começa a fazer a palpação 
longe do sítio da dor, longe do ponto doloroso 
 
SINAIS CLÍNICOS 
 Utilizados na avaliação do paciente 
 Alguns sinais são históricos, outros não Ex: Sinal de 
Lenander é a desassociação axilo retal da temperatura 
temp retal >1,5 grau e meio acima pode indicar doença 
inflamatória 
 
 Sinal de Joubert: perda da macicez hepática na 
percussão onde deveria haver o fígado, observa-se 
timpanismo, fala a favor de abdome agudo perfurativo, 
com ar livre na cavidade pneumoperitônio 
 
 Sinal de Courvoasier Terrier: quando você palpa uma 
vesícula biliar indolor em um paciente ictérico patologia 
obstrutivas das vias biliares 
 
 Sinal de Carnet: realizada com o paciente em decúbito 
dorsal  sente um caroço paciente flexiona o tronco e 
as pernas com isso, deve-se exacerbar as doenças de 
parede e mascarar as doenças de cavidade 
 
 Sinal de Murphy: palpa-se o hipocôndrio direito, 
colocando a mão gentilmente, aprofundando os dedos e 
pedir ao paciente para respirar profundamenteisso 
abaixa o fígado e deixa a vesícula mais palpável se tiver 
inflamada, o paciente para de respirar 
 
 Giordano: deve ser realizado uma percussão com a mão 
em forma de punho no dorso do paciente no nível da 11° 
e 12° costela, com uma mão realizando o 
amortecimento patologias nefrológicas 
 
 Blumberg: descompressão brusca dolorosa  irritação 
peritoneal na fossa ilíaca direito no ponto de ponto de 
McBurney (linha imaginária entre o umbigo e a espinha 
ilíaca superior direita, você divide em três terços e na 
transição do terço médio para o texto lateral é o ponto) 
 
 Rowvising: quando você compre o cólon esquerdo você 
desloca coluna de ar até o ceco e a distensão do ceco na 
apendicite provoca dor apendicite dói então do lado 
contralateral 
 
 Cullen: equimoses azuis-pretas na região periumbilical 
devido à hemorragia retroperitoneal, associada 
principalmente à ruptura de gravidez ectópica, mas 
também eventualmente presente na pancreatite aguda 
 
 Gray Turner: Equimose em região de flancos. Indicativo de 
hemorragia retroperitoneal 
 
 Kher: irritação diafragmática direita 
 
Objetivo inicial após atendimento 
 
 Separar se o abdômen é obstrutivo, inflamatório, 
perfurativo e vascular 
 Levar em consideração todas as características de cada 
um 
 
 Inflamatório: dor de início gradual progressiva e 
sustentada,continua progressivamente pior, pode 
estar associada com sinais inflamatórios, por 
exemplo febre taquicardia e taquipnéia 
 
o Principais etiologias: apendicite colecistite, diverticulite, 
pancreatite, doença inflamatória pélvica 
o Ausculta normal no período inicial e silenciosa nos tardios 
 
 Obstrutivo: Dor em cólica, vômitos mais frequentes 
quanto mais altos for a obstrução 
 
 separar o abdome agudo obstrutivo alto do baixo 
o Alto: hérnias e as aderências 
o Baixo: tumores e megacólon 
o Não é normal haver febre nem leucocitose, mas sim 
distúrbios hidroeletrolíticos 
o Ausculta percebe um hiperperistaltismo (de luta) nas fases 
iniciais 
 
 Perfurativo: a principal etiologia é a úlcera péptica 
perfurada (dor imediata) ou ingestão de corpo 
estranho (mas geralmente tem uma história clínica) 
 
 Vascular: trombose mesentérica dor 10/10, não 
tolera a dor, mas na palpação há uma flacidez e não 
muito dolorosa paciente idoso ou cardiopata 
o Ausculta silenciosa 
 
 
 
Laboratório 
 
 Específico para cada caso direcionado de acordo 
com a anamnese 
 muitas vezes é interessante solicitar exame de TGO e 
TGP por exemplo mesmo quando o paciente não 
estiver ictérico suspeita de problemas nas vias 
biliares 
 para olhos treinados: percebe-se o aumento da 
bilirrubina acima de dois e meio 
 De acordo com o consenso do XXVI Congresso 
Brasileiro de Cirurgia, os primeiros exames 
complementares a serem pedidos devem ser o 
hemograma completo, urina tipo 1, amilase, B HCG 
 
 Rotina radiológica: Vai depender da disponibilidade 
o Diante de um abdome Agudo, independentemente do tipo, 
deve ser pedido a rotina geral RX PA em ortostatismo (ver a 
cúpula diafragmática a direita), Rx deitado 
o Apagamento de psoas, velamento abdominal, alça sentinela, 
fezes formadas no cólon direito inflamatório 
 
o Abdome agudo inflamatório: ultrassom e TC 
 
o Abdome agudo obstrutivo e perfurativo: Radiografia de 
abdome consegue nos dar informações sobre a morfologia 
intestinal 
 
o Abdome agudo vascular: angiotomografia mesentérica 
tronco celíaco 
 
 Até 30% dos casos a gente não consegue chegar ao 
diagnóstico etiológico da dar abdominaldevem ser 
orientados quanto a evolução do quadro e 
necessidade de retorno para reavaliação você só 
deve medicar aquilo que você tem certeza 
 
Raio X 
 
 
 
Abdome agudo perfurativo: coluna de ar abaixo do diafragma 
e acima do fígado, pneumoperitôneonão precisa de mais 
examessomente uma avaliação do cardiologista 
 
 
 
Abdome agudo obstrutivo: presença de níveis hidroaéreos, 
existem várias prateleiras 1 2 3 4 5, a transição de ar e líquido 
no nível hidroaéreo de nível hidroaéreo 
 
 
 
 Doença de Chagas: predispõem a fecalomas 
produz uma toxina que acaba com os plexos 
nervosos da musculatura intestinal, perdendo a 
capacidade peristáltica, servindo como reservatório 
fecal 
 
Abdome agudo inflamatório: 
 
 
 
Abdome agudo vascular: várias alças intestinais empilhadas 
com a perda completa de sua arquitetura, distensão da alça 
intestinal com edema da alça intestinal, presença de gás 
entre as camadas musculares da alça intestinal com algum 
sinal de empilhamento de moedas como se fossem várias 
moedas empilhadas sinal da moeda 
 
 
 
 Se o intestino fica necrosado por muito tempo, ele 
leva a uma série de radicais livres e na hora que você 
faz a revascularização esse paciente pode entrar em 
falência renal e falência cardíaca por essa lavagem de 
radicais livres que estavam acumulados 
 quanto maior a distensão abdominal melhor a 
sensibilidade da ultrassonografia 
 
Quando eu devo operar? 
 
- mesmo que eu não tenha um diagnóstico etiológico? 
- mesmo que eu não saiba sobre a síndrome abdominal ? 
- quando que eu devo chamar um cirurgião e indicar uma 
cirurgia? 
 
 
 
Giovana Paula

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