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SEMIOLOGIA DO ABDOME AGUDO

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1 Marcela Oliveira – Medicina 2021 UNIFG 
do Abdome Agudo 
 
 
Abdome agudo é um quadro clinico abdominal 
variável que pode ser dividido em síndromes, sendo 
cada uma delas caracterizada por diferentes 
formas de instalação e progressão a depender da 
sua etiologia. 
 Início agudo 
 Dor como sintoma predominante 
 Duração > 6h 
 Não relacionada a traumatismo 
 Leva ao paciente a uma intervenção 
cirúrgica urgente 
 
 
 
 
 
 
 
Semiologia 
 
2 Marcela Oliveira – Medicina 2021 UNIFG 
1. ABDOME AGUDO INFLAMATÓRIO 
É causada por um processo inflamatório ou infeccioso em cavidade abdominal, órgãos ou 
estruturas adjacentes. 
 Manifestações de peritonite 
 Alterações do ritmo intestinal. 
 Dor abdominal de início insidioso e intensidade progressiva, exacerbada com a 
movimentação, 
 Náuseas e vômitos. 
Suas principais etiologias são: 
 APENDICITE AGUDA 
Dor abdominal inespecífica (dor referida) de intensidade moderada localizada na região 
periumbilical. 
Cerca de 12h após o início, a dor migra, se localizando na fossa ilíaca direita, no ponto de 
McBurney. 
Pode ser acompanhada de náuseas e vômitos. 
O abdome se apresenta em tabua com rigidez generalizada. 
Apresentam sinal de Blumberg, sinal de Rosving e sinal de Psoas positivo. 
Diagnóstico complementar: Hemograma com leucocitose com desvio à esquerda, USG ou TC. 
Tratamento: remoção cirúrgica 
 COLECISTITE AGUDA 
Inflamação da vesícula, que resulta, na maioria das vezes da obstrução do ducto cístico por um 
cálculo (collitíase). 
Dor persistente (mais de 6 horas) – cólica biliar no hipocôndrio direito, associado a náuseas e 
vômitos. A febre não é comum; 
Sinal de Murphy positivo. Paciente pode estar ictérico. 
Diagnóstico: Exames laboratoriais (leucócitos, bilirrubina, TGO, FA, amilase); USG. 
Tratamento: cirurgia (colecistectomia). 
 PANCREATITE AGUDA 
Dor abdominal intensa em faixa que se irradia para o dorso associada a náuseas, vômitos e 
intolerância alimentar. 
Distensão abdominal e ruídos hidroaéreos diminuídos. 
Presença de equimoses periumbilicais (Sinal de Cullen) e equimoses em flancos (Sinal de Grey 
Turner) indica hemorragia retroperitoneal. 
Diagnostico: exames laboratoriais (amilase, lipase, TGO, TGP, bilirrubina, FA), TC. 
O diagnóstico é estabelecido pela presença de dois dos seguintes critérios: (1) dor abdominal 
típica no abdome que irradia em faixa para as costas, (2) elevação de três vezes ou mais na lipase 
e/ou amilase sérica e (3) achados compatíveis com pancreatite aguda em tomografia 
computadorizada. 
 
3 Marcela Oliveira – Medicina 2021 UNIFG 
Tratamento: reposição volêmica (RL ou SF – primeiras 12 a 24h), analgesia (opióides – tramadol) e 
dieta zero. 
2. ABDOME AGUDO 
OBSTRUTIVO 
O abdome agudo obstrutivo é uma 
síndrome decorrente de uma obstrução 
intestinal. 
A idade do paciente é extremamente 
importante. Adultos jovens e de meia idade podem 
encontrar-se obstruídos por aderências, hérnias ou 
doenças inflamatórias intestinais. Já em pacientes idosos, 
devemos pensar em causas neoplásicas, fecalomas, 
diverticulite e, também, hérnias. 
 Dor em cólica difusa pelo abdome 
 Distensão abdominal 
 Vômitos e parada de eliminação de flatos e fezes 
Quanto mais alta a obstrução, menor a distensão e mais intensos os vômitos. Já em obstruções 
mais distais, a distensão é mais acentuada e o paciente pode apresentar vômitos de aspecto 
fecaloide. 
O exame abdominal mostra dor difusa à palpação, mas sem caracterizar peritonite, a não ser em 
casos de complicações como isquemia ou perfuração. Os ruídos hidroaéreos podem estar 
aumentados (metálicos) em um primeiro momento, tornando-se abolidos a medida que o quadro 
se agrava. 
O toque retal é obrigatório! Devem ser pesquisadas massas retais, a presença de fecalomas e se 
há fezes na ampola (normalmente a ampola retal contem fezes, mas pode encontrar-se vazia em 
casos de obstrução intestinal). 
Exames Laboratoriais: Devem ser solicitados hemograma, dosagem de eletrólitos e função renal. 
O hemograma pode revelar anemia de doença crônica, fortalecendo hipóteses de neoplasias ou 
doenças inflamatórias. Já o leucograma pode mostrar leucocitose com desvio à esquerda, em 
casos em que já houve infecção secundária a translocação bacteriana. Os distúrbios eletrolíticos 
podem ser consequência do quadro de obstrução e vômitos, mas também causa de um quadro 
de obstrução funcional. 
3. ABDOME AGUDO PERFURATIVO 
Tem como principal característica ser originado da perfuração de uma víscera oca. E 
posteriormente pode haver um quadro infeccioso após a perfuração. 
Dor de início súbito e intenso, difusa em todo abdome, 
agravada com movimentação e irritação peritoneal por 
derrame de conteúdo de vísceras ocas no peritônio. 
A clínica pode ser acompanhada de sinais de sepse, 
hipotensão ou choque 
Exame físico: abdome em tábua (peritonite difusa), 
distensão abdominal e ausência de ruídos hidroaéreos. 
 
4 Marcela Oliveira – Medicina 2021 UNIFG 
As causas mais comuns são: ulcera gastroduodenal, diverticulite, corpos estranhos e neoplasias. 
O diagnostico de um abdome agudo perfurativo se baseia na historia clinica minuciosa, exame 
físico criterioso e exames de imagem. Os exames laboratoriais são inespecíficos, podendo nos 
ajudar a detectar apenas a presença de processos inflamatórios e infecciosos prévios. 
4. ABDOME AGUDO VASCULAR/ISQUÊMICO 
O Abdome Agudo Vascular ocorre quando há sofrimento de uma víscera por interrupção súbita 
do aporte sanguíneo para esse órgão. 
Causas principais: Isquemia intestinal, trombose mesentérica, torção do omento, infarto esplênico, 
torção de pedículo de cisto ovariano... 
O quadro clínico costuma se apresentar com dor abdominal de intensidade variável, aguda e 
progressiva. Náuseas, vômitos, diarreia transitória, anorexia e melena podem estar presentes. 
 O exame físico costuma não ser compatível com a exuberância da dor abdominal, podendo 
exibir apenas diminuição dos ruídos hidroaéreos e discreta distensão abdominal em um primeiro 
momento. A progressão do quadro pode cursar com sinais de peritonite e falência cardíaca; 
Exames laboratoriais: devem ser solicitados, tais como hemograma, amilase e lipase, gasometria 
arterial, dosagem de eletrólitos e marcadores de necrose miocárdica. Em casos de isquemia 
extensa, pode ser detectada acidose metabólica. O mais comum, entretanto, é que os exames 
não apresentem achados muitos específicos. Dessa maneira, recomenda-se indicar a cirurgia em 
casos de elevada suspeita de infarto intestinal; 
5. Abdome agudo hemorrágico 
Consiste em sangramentos intracavitários causando quadro de dor abdominal aguda. 
Suas principais causas são Gravidez Ectópica Rota e Rotura de Aneurisma da Aorta Abdominal. 
O quadro clínico consiste em dor abdominal súbita, de localização difusa, associada a sinais de 
choque hemorrágico. Inicialmente o paciente pode apresentar-se taquicárdico, com posterior 
evolução para hipotensão, sudorese fria, palidez e agitação. Os sinais de Cullen e Grey Turner 
podem estar presentes. 
Suspeita-se de Gestação Ectópica Rota em mulheres em idade fértil com atraso menstrual e de 
Rotura de Aneurisma de Aorta Abdominal em pacientes com massas abdominais pulsáteis. 
Toda mulher em idade fértil com suspeita de abdome agudo hemorrágico deve ter dosado o Beta-
HCG para confirmar a suspeita de Gestação Ectópica Rota. 
Obs: verificar hipotensão ortostática 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 Marcela Oliveira – Medicina 2021 UNIFG 
 
 
 
IDENTIFICAÇÃO:
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________ 
QUEIXA PRINCIPAL: 
_______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL: 
Início dos sintomas? Qual o local da dor (aponte com o dedo)? Qual a característica da dor 
(aperto, fisgada, queimação, pontada)? Qual a intensidade da dor? Qual a frequência com que 
ocorre? Foi de forma súbita ou progressiva (já aconteceu antes)? Quais condições melhoram ou 
pioram (melhora ou piora com alimentos/movimentos)? Essa dor irradia para algum local? Tem 
alguma manifestação associada (febre, náuseas, vômitos, perca de apetite, diarreia ou 
constipação, alteração na urina ou fezes, taquicardia, sudorese)? 
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________ 
ANTECEDENTES MÉDICOS: 
Doenças crônicas (hipertensão, asma, diabetes)? Já fez cirurgia? Internação? Transfusão 
sanguínea? Alergia a medicamentos? Quais medicamentos faz uso atualmente? História 
ginecológico (Ciclo menstrual, DUM, atraso menstrual? menopausada, uso de método 
contraceptivo, GPA, sangramento vaginal? Corrimento?)? 
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________ 
HÁBITOS DE VIDA 
Sono? Alimentação (variada, básica, deficiente)? Álcool (quantidade, frequência, já sentiu que 
deveria beber menos)? Cigarro (quantidade, fuma logo ao acordar, é difícil ficar em ambientes 
onde é proibido fumar)? Drogas ilícitas (qual, frequência)? Atividade física (duração, tipo)? Bebe 
agua? 
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________ 
EXAME FÍSICO 
• Geral: Estado geral, icterícia, febre, palidez cutâneo-mucosa, desidratação, PA, pulso, 
padrão respiratório, nível de consciência; 
• Cardiopulmonar: ausculta. 
• Abdominal: 
 
 
6 Marcela Oliveira – Medicina 2021 UNIFG 
Na inspeção devem ser observadas a forma do abdome, alterações cutâneas, alterações 
vasculares e cicatrizes. 
A ausculta dos ruídos hidroaéreos fornece um importante dado sobre o peristaltismo abdominal 
com atenção na distribuição, frequência e timbre. 
A percussão Usado para avaliar a distensão gasosa, ar livre intraabdominal, grau de ascite ou 
presença de inflamação peritoneal, ou seja, timpânico (gasoso) ou maciço (denso). 
A Palpação: Início suave e distante da queixa. Busca sentir a presença de peritonite localizada 
(apendicite e colecistite) ou difusa (úlcera perfurada), que se traduz pela contratilidade da 
musculatura de forma involuntária. A descompressão brusca positiva é o principal sinal clínico de 
peritonite. 
Alguns sinais que devem ser investigados durante o exame físico: 
 Sinal de Blumberg: Dor a compressão com piora a descompressão do quadrante inferior 
direito do abdome, relacionado com apendicite aguda. 
 Sinal de Giordano: Dor a punho percussão lombar à direita ou esquerda, indicativo de 
processo inflamatório renal. 
 Sinal de Jobert: Timpanismo a percussão em toda região hepática, indicativo de 
pneumoperitônio. 
 Sinal de Muphy: Consiste na dor à palpação do bordo inferior do fígado durante uma 
inspiração forçada, indicativo de colecistite aguda. 
 Sinal do Psoas: Dor em quadrante inferior do abdome direito a elevação contra resistência 
da coxa ipsilateral, relacionado com apendicite, pielonefrite e abcesso em quadrante 
inferior do abdome. 
 Sinal de Rovsing: Compressão do quadrante inferior esquerdo do abdome com dor no 
quadrante inferior direito, indicativo de apendicite aguda. 
 Sinal de Torres-Homem: percussão dolorosa em 
região hepática, relacionado com abscesso 
hepático. 
EXAMES COMPLEMENTARES 
Exames de imagem: 
 USG de abdome (direcionada à região que se 
suspeita), 
 USG transvaginal ou endovaginal, 
 Tomografia de abdome (simples ou com 
contraste). 
CONDUTA 
1) Estabilização do paciente: monitorização, 
hidratação parenteral. 
2) Avaliar uso de antimicrobianos (qual a escolha do 
ATB). 
3) Analgesia / Antieméticos. 
4) Solicitar transferência para centro com serviço 
cirúrgico. 
5) Conversar com paciente e familiares sobre a 
suspeita diagnóstica e conduta médica.

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