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Beatriz Appoloni Santos T19 Circulação fetal e neonatal O sistema cardiovascular fetal é designado para servir as necessidades pré-natais e permitir modificações ao nascimento que estabelecem o padrão circulatório neonatal (estruturas transitórias). Assim que o bebe nasce, e começa a respirar, já é iniciado algumas mudanças respiratórias devido a oxigenação dos pulmões. Estruturas vasculares importantes na circulação de transição: ducto venoso, forame oval, ducto arterial. ● Ducto venoso : a partir das veias vitelínicas, os sinusóides hepáticos são formados, e entre eles é formado o ducto venoso (capilar dominante) que irá receber o sangue oxigenado da veia umbilical, o qual desvia o sangue para a veia cava inferior e coração. ● Forame oval : abertura entre o AD e o AE na membrana chamada septum secundum, se fecha transitoriamente através do septum primum que funciona como uma válvula do forame oval. Possibilita que a maior parte do sangue oxigenado passe do AD para o AE antes do nascimento. ● Ducto arterial: se forma a partir da porção distal da artéria esquerda do 6º par de arcos faríngeos, promove a ligação do tronco pulmonar com a aorta. Circulação fetal A veia umbilical, ligada na placenta, entra no corpo do feto e chega o sangue oxigenado - 50% do sangue vai para o ducto venoso e 50% se espalha pelas veias hepáticas. No início do ducto venoso há um esfíncter que irá regular a circulação de sangue, quando relaxado há um aumento da passagem de sangue através do ducto. Quando contraído, há uma diminuição da passagem no ducto, então aumenta a passagem de sangue para a veia porta e sinusóides hepáticos. Da veia umbilical o sangue passa pelo ducto venoso e chega na veia cava inferior, onde já existe um pouco de sangue (com menos oxigênio), e se mistura com o sangue lá presente. Após isso, entra no AD através da veia cava e passa para o AE (maior parte passa pelo forame oval). A partir do AE, o sangue segue pelo VE e vai para a aorta ascendente e se espalha para as demais artérias (cabeça, pescoço e membros superiores). No AD, o sangue restante + sangue das veias cava superior e inferior (médio teor de oxigênio) vai seguir para o VD e depois para o tronco pulmonar - 10% segue para os pulmões e o resto segue para a aorta descendente, através do ducto arterial, irrigando o restante do corpo fetal e artérias umbilicais e placenta. O ducto arterial protege os pulmões da sobrecarga circulatória e permite que o VD se fortaleça para o funcionamento pleno ao nascimento. A aorta descendente recebe apenas 10% em relação a aorta ascendente. O sangue da artéria descendente vai 65% para as artérias umbilicais (onde ocorre a reoxigenação dele) e 35% para as vísceras e corpo. Circulação neonatal Estruturas desnecessárias após o nascimento: veia umbilical, ducto venoso, forame oval, ducto arterial e artérias umbilicais. ● Ducto venoso: quando ocorre o nascimento ele passa por uma contração total do esfíncter e o sangue vai apenas para os sinusóides hepáticos. O fechamento da circulação placentária causa uma queda imediata da pressão sanguínea na VCI e no AD. Com o aumento da circulação sanguínea ocorre um aumento da pressão no AE, promovendo o fechamento do forame oval. ● Ducto arterial : passa por um processo de contração, um pequeno desvio de sangue da aorta para o tronco pulmonar ainda pode acontecer (24 a 48hrs). 24hrs - 20% fechado 48hrs - 82% fechado 96hrs - 100% fechado O fechamento do ducto arterial depende da bradicinina, que é liberada com a distensão pulmonar (estimula a produção da bradicinina), depende de alto teor de oxigênio e tem efeito sobre a musculatura lisa (ocorra a contração do ducto arterial). ● Artérias umbilicais : passam pelo processo de contração para impedir a saída de sangue, pois o fluxo sanguíneo continua transferindo o sangue da placenta para o bebê através da veia umbilical por pouco tempo. A mudança do padrão da circulação sanguínea fetal para a adulta não é um acontecimento repentino, as mudanças ocorrem com a respiração, outras depois de dias ou horas. Durante a fase de transição pode ocorrer um fluxo do AD para o AE através do forame oval, que não ocorre mais após o fechamento dos vasos fetais e do forame oval - mudanças funcionais e fechamento anatômico. Derivados das estruturas vasculares após o nascimento: Veia umbilical: período neonatal (transfusões de sangue para prevenir danos cerebrais e morte por eritroblastose fetal). A porção intra-abdominal forma o ligamento redondo do fígado (pode permanecer canalizado por um tempo, onde ocorre injeção de meio de contraste ou drogas quimioterápicas). Ducto venoso: forma o ligamento venoso. Forame oval: estrutura fechada é chamada de fossa oval. Ducto arterial: forma o ligamento arterial - denso e curto, vai da artéria pulmonar esquerda ao arco da aorta. Artérias umbilicais: formam os ligamentos umbilicais mediais, partes proximais originam as artérias vesicais superiores - que irrigam a bexiga urinária.
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