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FISIOLOGIA Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP SISTEMA MOTOR MOVIMENTO: produzido por padrões espaciais e temporais de contrações musculares desencadeados pelo encéfalo e pela medula espinhal. ORGANIZAÇÃO HIERÁRQUICA DO MOVIMENTO Cada nível contém circuitos que organizam e regulam respostas motoras complexas. Medula Espinhal - Nível mais baixo da organização hierárquica - Circuitos neurais que mediam reflexos e automatismos rítmicos (tronco e medula espinhal) - Arco reflexo - Resposta rápida Tronco Cerebral - Reflexos - Neurônios com controle da postura e equilíbrio Núcleos da Base e Cerebelo - Formação do plano motor e ajustes motores Córtex - Propósito e comando do movimento ORGANIZAÇÃO SEGMENTAR DOS NEURÔNIOS MOTORES NA MEDULA ESPINHAL ● Fibras aferentes sensoriais de receptores cutâneos ou profundos. Recepção da informação pelo neurônio sensorial: pode fazer sinapse com interneurônios e neurônios motores ou subir para fazer conexão com uma estrutura do encéfalo FISIOLOGIA Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP VIAS VENTROMEDIAIS - Neurônios motores mediais⇒ controle da musculatura axial, da postura e locomoção - controle do tronco encefálico. VIAS LATERAIS - Neurônios motores laterais⇒ controle da musculatura distal. FISIOLOGIA Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP ● O processamento elaborado de informações no SNC resulta na contração de músculos esqueléticos. NEURÔNIO MOTOR ALFA ● Um tipo de neurônio motor inferior de medula espinhal (assim como o gama). ● Responsáveis pela geração de força do músculo. ● Inervação das fibras musculares extrafusais - mais numerosas e estão na parte externa do fuso. ● Forma a unidade motora. UNIDADE MOTORA Constitui-se de 1 neurônio motor alfa e o conjunto de fibras musculares por ele inervadas. - O número de fibras inervadas por um neurônio é variável, mas são do mesmo tipo. FISIOLOGIA Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP Movimentos podem ser: ● Movimentos reflexos: são padrões coordenados involuntários de contração e relaxamento controlados por estímulos periféricos. ex: reflexo de estiramento, reflexo de retirada ● Postura e Equilíbrio: movimentos organizados no tronco cerebral ● Movimentos voluntários ou elaborados: movimentos complexos. O sistema sensorial forma representações internas do nosso corpo e do mundo externo (visuais, proprioceptivas e vestibulares). Uma das principais funções dessas representações é guiar o movimento. Um movimento é possível porque parte do cérebro que controlam o movimento tem acesso ao fluxo de informações sensoriais no cérebro. Estímulo para o Movimento Reflexo⇒ são provenientes dos receptores musculares, articulações e pele. RECEPTORES SENSORIAIS MUSCULARES FUSO NEUROMUSCULAR - Receptor de estiramento passivo do músculo. Fibras musculares + terminais nervosos sensoriais + tecido conjuntivo que envolve. - Fuso paralelo à fibra FISIOLOGIA Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP - Estiramento faz pressão no terminal nervoso, promovendo a abertura de canais iônicos gerando uma frequência de PA. - Sinalização do grau de estiramento e do grau de força. ÓRGÃO TENDINOSO DE GOLGI - Terminal nervoso que penetra o tendão - Perpendicular às fibras - Tensão pressiona o tendão e, consequentemente, os terminais do órgão, gerando frequências de PA - Sinalização do grau de tensão e do grau de força FISIOLOGIA Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP O estiramento estimula o neurônio motor (inerva as fibras de trabalho do músculo) que responde liberando acetilcolina e consequentemente a contração muscular. REFLEXOS MEDULARES REFLEXOS MONOSSINÁPTICOS ● Envolvem arcos reflexos com uma única sinapse no SNC. Ex: reflexo de estiramento ou miotático. ● É a base das respostas do joelho, do tornozelo, da mandíbula, do bíceps, ou do tríceps testadas em exames neurológicos. REFLEXO DE ESTIRAMENTO ● Envolve conexões monossinápticas com o motoneurônio alfa e interneurônios de circuitos locais que inibem o motoneurônio que inerva o músculo antagonista - Inibição recíproca no reflexo monossináptico). FISIOLOGIA Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP - Reflexo de estiramento, Miotático ou Patelar. - Estímulo do fuso indiretamente, respondendo com a contração muscular, elevando a perna. - Estiramento do bíceps, estimulando o neurônio motor que contrai o músculo. FISIOLOGIA Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP Reflexo de abrir a boca, percepção, fechamento - sonolência >>>Exemplo envolvendo motoneurônios do tronco encefálico. RESPONSIVIDADE DO FUSO NEUROMUSCULAR Como é a responsividade do fuso neuromuscular na situação em que as fibras foram contraídas? FISIOLOGIA Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP Estiramento→sinal→ contração do músculo⇒ necessidade de ajuste de sensibilidade. O neurônio motor GAMA gera um sinal para que o fuso frouxo se estire novamente, ou seja, se encurta para continuar sensível aos sinais de pressão- ajuste. FISIOLOGIA Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP NEURÔNIO MOTOR GAMA ● Responsáveis por manter a tensão nas fibras intrafusais durante a contração ativa e garantir responsividade em diferentes comprimentos. ● Causa contração dos polos do fuso muscular, tracionando e mantendo os axônios ativos⇒ relação com o comprimento muscular. ● Faz com que o receptor acompanhe o movimento da fibra muscular para manter a sensibilidade por meio de ajustes. ALÇA GAMA neurônio motor gama → fibra muscular intrafusal → axônio aferente Ia → neurônio motor alfa → fibras musculares extrafusais ÓRGÃO DE GOLGI ● Importante para a atividade reflexa da unidade muscular terminais sensoriais encapsulados. ● O OTG está em série com as fibrilas de colágeno do tendão. Quando o músculo se contrai, a tensão sobre as fibrilas de colágeno aumenta. À medida que as fibrilas se estiram e espremem os axônios Ib, seus canais iônicos mecanossensíveis são ativados, e o PA pode ser acionado. FISIOLOGIA Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP REFLEXOS POLISSINÁPTICOS ● Envolvem arcos reflexos com duas ou mais sinapses do SNC. Ex: reflexo dissináptico (reflexo do órgão tendinoso de Golgi, ou reflexo miotático inverso). axônio Ib entra na ME→ associação com interneurônio inibitório Ib→ (alguns) interação inibitória com neurônio α - inerva o mesmo músculo. FISIOLOGIA Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP - O arco reflexo do órgão tendinoso de golgi diminui a ativação do músculo quando forças excepcionalmente grandes são geradas. - Protege a integridade muscular - Reflexo de relaxamento muscular REFLEXO FLEXOR DE RETIRADA ● Estímulo nociceptivo (dor). ● Circuito que aciona o bíceps, contraindo e retirando o membro. REFLEXO EXTENSOR CRUZADO ● A flexão em função da retirada (reflexo) contrai o flexor e relaxa o extensor. ● CRUZADO = utilizado para compensar a carga adicional imposta pela retirada do membro sobre os músculos extensores antigravitacionais da perna oposta FISIOLOGIA Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP Contrai o extensor e relaxa o flexor na outra perna⇒ estabilidade do corpo. Reflexo de retirada ao estímulo doloroso O FUSO NEUROMUSCULAR E O ÓRGÃO TENDINOSO DE GOLGI Respostas distintas à atividade muscular: ● Estiramento muscular 1. O fuso responde ao estiramento se ativando→ aumento dos PAs. 2. OTG permanece na sua atividade comum com o estiramento. FISIOLOGIA Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP ● Contração muscular 1. O fuso, em situação de contração, diminuia sua atividade sensorial 2. O OTG aumenta sua atividade com a contração - resposta à tensão CONTROLE ESPINHAL DAS UNIDADE MOTORAS Os movimentos reflexos medulares são organizados na medula, independentemente dos níveis mais elevados no sistema nervoso, porém podem ser modulados por vias descendentes. PAPEL DO TRONCO ENCEFÁLICO NO EQUILÍBRIO POSTURAL E REFLEXOS VESTIBULARES EQUILÍBRIO POSTURAL ● Depende de um minucioso controle realizado pelo SNC sobre os músculos e articulações. ● Capacita o corpo a sustentar certas posições estáticas sem ser vencido pela força gravitacional ou deslocar-se através de movimentos harmoniosos resistindo às forças contrárias. ● O SNC exerce um controle inconsciente, constante e dinâmico, para que haja tensão muscular, e à medida que os movimentos são realizados, ocorre uma adequação dessa tensão. ● Equilíbrio postural é fundamental para locomoção bípede humana. FISIOLOGIA Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP Postura: Orientação e Equilíbrio - Envolve ajuste contínuo de vários sistemas sensoriais. - Orientação postural é o posicionamento dos segmentos corporais em relação uns aos outros e em relação ao ambiente. AFERÊNCIAS SOMATOSSENSORIAIS Sinais que contribuem para o mapa neural da posição dos segmentos corporais em relação uns aos outros e em relação à superfície de sustentação. ● Fibras Ia dos fusos neuromusculares: estiramento muscular, velocidade ● Fibras Ib dos órgãos tendinosos de Golgi: força muscular ● Fibras de mecanorreceptores cutâneos: pressão na sola dos pés ● Receptores das articulações: forças de compressão sobre as articulações O grau de tensão a que cada músculo, articulação, ligamento e tendão é, constantemente, submetido ao SNC, onde é processado – Aferências Somatosensoriais. AFERÊNCIAS VISUAIS ● Fornecem ao sistema postural informações sobre orientação e a movimentação tanto para perto como para longe. ● A visão reduz a oscilação do corpo durante a postura ereta e provê indicações de estabilização, em especial, quando a tarefa nova de equilíbrio for experimentada ou quando o equilíbrio for precário. AFERÊNCIAS VESTIBULARES ● Sensação do movimento e orientação espacial ● Responsável pelo: ○ equilíbrio estático relacionado à manutenção da posição do corpo em relação à força da gravidade ○ equilíbrio dinâmico relacionado à manutenção da posição do corpo em resposta a movimentos repentinos, como rotação, aceleração e desaceleração. ● Neurônios motores no tronco e medula retransmitem essa informação de volta para os mesmos músculos, articulações, FISIOLOGIA Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP ligamentos e tendões, fazendo com que nos equilibramos conscientemente ou inconscientemente. ● Com a emissão de comandos para regulação do tônus muscular e para orientar os olhos, a cabeça e o corpo a respeito de informação sensorial vestibular, somática, auditiva e visual. Equilíbrios Posturais⇒ cruciais para os movimentos de navegação básica do corpo e o controle da postura, além dos movimentos voluntários. Vias neurais envolvidas na manutenção da postura: Núcleos Vestibulares: Integração Sensorial e Motora no ajuste Postural Reflexo Percepção da Informação Vestibular (percepção da orientação corporal) FISIOLOGIA Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP Integração sensório-motora vestibular FISIOLOGIA Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP Reflexos vestibulares posturais e oculares OS REFLEXOS POSTURAIS DA IMAGEM SÃO: FISIOLOGIA Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP REFLEXO POSTURAL VESTÍBULO-ESPINHAL ● Movimento reflexo do corpo que mantém a postura e estabiliza o corpo (reto). ● Refere-se a reações que ocorrem abaixo do pescoço . ● Ao inclinar a cabeça para a direita a medula espinhal induz efeito: Extensor⇒ músculos do lado direito Flexor⇒ lado esquerdo >>> Visando a manutenção do equilíbrio ● Estímulo dos otólitos do ouvido interno. Destaque à via retículo-espinhal⇒ regulação do tônus muscular. FISIOLOGIA Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP REFLEXO POSTURAL CERVICOCÓLICO ● Resposta compensatória dos músculos do pescoço em decorrência da sinalização proprioceptiva durante o movimento. ⇒ estiramento do músculo do pescoço gera uma contração dessa própria musculatura (reflexo miotático). REFLEXO VESTÍBULO-OCULAR ● Estabiliza a imagem para compensar o movimento da cabeça. ex: quando um indivíduo caminha e sua cabeça oscila para cima e para baixo é o reflexo vestíbulo-ocular que o possibilita ler uma placa ou reconhecer uma pessoa que vem em sua direção. Controle do movimento do olho: I. Núcleo oculomotor II. Núcleo troclear III. Núcleo oculomotor ● O aparelho vestibular sinaliza o movimento da cabeça e o sistema oculomotor usa essa informação para manter a imagem visual sem movimento na retina (olhar estável). Reflexo Vestíbulo-Ocular Rotacional: canal semicircular - compensa rotação da cabeça. Reflexo Vestíbulo-Ocular Translacional: otólito - compensa movimento linear da cabeça. FISIOLOGIA Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP Além do reflexo vestíbulo-ocular, três tipos de reflexos espinhais colaboram para regulação das imagens visuais sobre a retina: a. Reflexo vestíbulo-cólico (RVC) que provoca a contração reflexa dos músculos do pescoço devido à estimulação dos órgãos otólitos b. Reflexo cervicocular (RCO) que corresponde ao movimento ocular compensatório quando ocorre a rotação do tronco com a cabeça fixa c. Reflexo cervicocólico (RCC) que é acionado pelo estiramento dos músculos do pescoço FISIOLOGIA Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP - Informações proprioceptivas do FNM e OTG→ por um nervo sensorial ascendem para vias proprioceptivas⇒ equilíbrio - ascendem para o cerebelo. - Projeções do aparelho vestibular chegando ao núcleo vestibular→ conexões do NV com a via oculomotora⇒ medula espinhal - modulação pelo cerebelo. FISIOLOGIA Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP ORGANIZAÇÃO MOTORA NO CÓRTEX MOTOR CEREBRAL Córtex Motor Cerebral = onde se localizam os neurônios motores superiores no lobo frontal - Córtex Motor Primário - Córtex Pré-Motor: conecta-se com neurônios reticulospinais que inervam unidades motoras proximais - Área Motora Suplementar: envia axônios que inervam diretamente unidades motoras distais Uma baixa intensidade de corrente é necessária para desencadear movimentos por estimulação elétrica no córtex motor primário - Indicador de via direta grande com início no córtex motor primário. FISIOLOGIA Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP O córtex cerebral modula a ação dos neurônios motores do tronco e da medula, sendo responsável por movimentos complexos e precisos. VIA CORTICO-ESPINHAL LATERAL⇒ controle da musculatura dos membros - neurônios das laterais VIA CORTICO-ESPINHAL VENTRAL⇒ controle da musculatura do tronco - neurônios do centro FISIOLOGIA Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP CÓRTEX MOTOR PRIMÁRIO ● Somatotopia motora - Homúculo motor de Penfield ● Musculatura usada em tarefas que requerem controle motor fino, ocupa uma área de representatividade maior no mapa. ● Modula a ação dos neurônios motores e interneurônios do tronco e da medula espinhal; movimentos complexos e precisos NEURÔNIO DO CÓRTEX MOTOR PRIMÁRIO: célula piramidal gigante encontrada quase exclusivamente no córtex motor primário, camada V. Projeta-se para o corno anterior da medula espinhal e está envolvida com controle do movimento. ⇒ Dão origem às vias descendentes. FISIOLOGIA Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP INICIAÇÃO DE UM MOVIMENTO BALÍSTICO VOLUNTÁRIO● Requer instruções que descem do Córtex Motor Primário que ativam diretamente neurônios motores espinhais Vía Córtico-Espinhal. FISIOLOGIA Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP O Córtex Motor Primário recebe impulsos da Área Motora Suplementar (SMA), sendo que a SMA recebe impulsos dos Núcleos da Base e Córtex Pré-Frontal. Área Motora Suplementar: iniciam atividade alguns segundos antes do movimento; importante em tarefas condicionadas. Córtex Pré-motor: O córtex motor primário recebe impulsos do Córtex Pré-Motor, que processa informações sensoriais do Córtex Parietal. - Respondem em sincronia com o movimento; importante em tarefas condicionadas (st visual) e parecem codificar a intenção do movimento. FISIOLOGIA Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP - Área Motora Suplementar e Córtex Pré-motor são responsáveis pelo planejamento e controle preciso de sequências complexas de movimentos voluntários. - Têm papéis importantes para a manutenção da postura durante o movimento voluntário iniciado pelo Córtex Motor Primário⇒ambos utilizam informações de outras regiões corticais para selecionar movimentos apropriados ao contexto da ação. As áreas pré-motoras (≈ 30% do trato córtico-espinhal) influenciam o movimento através de conexões recíprocas com o Córtex Motor Primário e através de axônios que se projetam pelas vias córtico bulbar e córtico-espinhal. ⇒ Responde em sincronia com o movimento e é importante em tarefas condicionadas. GERAÇÃO DE MOVIMENTO ● O início do movimento requer instruções que descem do córtex motor primário e ativam diretamente neurônios motores espinhais via córtico-espinhal ou córtico-bulbar. FISIOLOGIA Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP FISIOLOGIA Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP FISIOLOGIA Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP - Lesão no córtex motor primário→ paralisia - Lesão na área pré motora→ movimento não realizado adequadamente (apraxia) AMS é ativada durante a idealização do movimento, fazendo conexões com o corpo estriado via tálamo e com o córtex motor primário. ALÇAS CORTICAIS COM OS NÚCLEOS DA BASE E COM O CEREBELO Alças Corticais com os Núcleos da Base: - Programa Motor - Parâmetros Motores - Seleção de ações - Hábitos - Motivação Alças Corticais com o Cerebelo: - Propriocepção - Padrão temporal do movimento Erro de sinalização motora FISIOLOGIA Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP ORGANIZAÇÃO MOTORA NOS NÚCLEOS DA BASE Núcleos da Base ● Estrutura subcortical derivada do telencéfalo que ocupa a base do prosencéfalo. ● Envolvidos no planejamento e controle motor – programa motor, seleção de ações, hábitos e motivação. ● Conjunto de núcleos celulares com diferentes estruturas e atividades que atuam como uma unidade funcional. Córtex e NB - A função primária dos núcleos da base é fornecer uma retroalimentação ao córtex para iniciar e controlar a resposta motora através de circuitos subcorticais, que se ligam às áreas corticais (nos neurônios superiores do córtex pré-motor e do motor primário) e ao tronco. - Conexões excitatórias do córtex nos NB tem como efeito funcional a excitação da Área Suplementar Motora através do VL Sem a necessidade de movimento⇒ NB inibem a ativação do córtex pelo tálamo pela liberação de dopamina Necessidade de movimento⇒ NB retira a inibição do tálamo (pela liberação de glutamato), que passa a excitabilidade para o córtex cerebral FISIOLOGIA Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP Corpo estriado ● Principal componente receptivo e integrativo dos Núcleos da Base. ● “Porta de entrada dos NBs”⇒ Conexão acionada pela estimulação na região mais externa do NB - corpo estriado - por estímulos corticais glutamatérgicos. ● Os Núcleos da Bases tem um efeito inibitório tônico sobre a alça talamocortical = moderação do movimento. FISIOLOGIA Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP ● A desinibição é que permite aos neurônios motores superiores enviar comando aos circuitos locais e n. motores inferiores que desencadeiam o movimento. Exemplos de alças corticais: Conexões entre o córtex e outras regiões capazes de integrar diferentes aspectos do comportamento. FISIOLOGIA Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP Disfunções nos núcleos da base Rompimento dos mecanismos funcionais sofisticados deste sistema resulta em mudanças significantes na regulação motora que se manifestam como desordens do movimento: ● Discinesia: movimentos involuntários; ● Bradicinesia: lentidão dos movimentos; ● Acinesia: ausência de movimento; ● Hipertonia: aumento do tônus e rigidez. Doenças hipocinéticas: compromete o início do movimento, envolvendo bradicinesia e aumento do tônus muscular. Doenças hipercinéticas: atuação motora excessiva marcada por movimentos involuntários e decréscimo do tônus muscular. Diminui do efeito de excitabilidade na alça direta e aumento da inibição tônica do tálamo e, consequentemente, do córtex⇒ dificuldade de iniciar o movimento. FISIOLOGIA Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP ORGANIZAÇÃO MOTORA NO CEREBELO ● Possui fibras aferentes e eferentes para o córtex e o tronco. ● Auxilia na execução precisa e efetiva do movimento proposto: sinergia do movimento, manutenção da postura em relação à posição no espaço e manutenção do tônus muscular. ● Capaz de receber impulsos de regiões do CNS associadas à função motora, ter capacidade integrativa para análise de sinais sensoriais e motores e possuir conexões feedbacks para essas fontes de sinais. ● Papel central: ○ Detectar a diferença entre o movimento intencional e o movimento real = erro motor ○ Coordenação da atividade motora: regulação do tônus muscular ○ Movimentos automáticos e balanço ○ Mecanismos que influenciam e mantém o equilíbrio A função do cerebelo é modificada pela experiência = papel importante no aprendizado de tarefas motoras. DIVISÃO FUNCIONAL ● Vestíbulo-cerebelo: informa, via vestíbulo-cerebelar, sobre o labirinto do ouvido por aferências dos núcleos vestibulares. -Percebe a posição da cabeça. -Está relacionado com a regulação dos movimentos com relação à manutenção da postura e equilíbrio (estabilidade do tronco). ● Espino-cerebelo: informa, via espino-cerebelar, sobre fusos musculares e mecanorreceptores que monitoram a posição e movimento do corpo diretamente da medula. FISIOLOGIA Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP - Percebe o tônus da musculatura axial e o seu grau de flexão e extensão. - Está relacionado aos movimentos dos músculos distais (como dos membros ao caminhar) e proximais, e regulação dos movimentos dos olhos em resposta às aferências vestibulares. ● Córtico-cerebelo: é a principal fonte de aferências do cerebelo, retransmitindo-as a núcleos pontinos antes de entrar no cerebelo. - Integra aspectos do planejamento e coordenação das respostas motoras. - Está relacionado com a regulação de movimentos que exigem grande habilidade (planejamento e execução de sequências de movimento temporal e espacialmente complexos) e com a coordenação visual de um movimento em curso AFERÊNCIAS E EFERÊNCIAS DO CEREBELO Recebe informações sobre: - Plano de movimento - Desempenho motor - Transduções vestibulares e oculares. Projeta-se para: - Córtex, influenciando na coordenação dos movimentos e corrigindo-os - Sistema motor descendente, para estabilizar o tronco. CORREÇÃO DO ERRO O cerebelo detecta erros motores (diferenças entre o movimento intencional e o real) e, pelas suas projeções, tenta reduzi-los. 1. Informações corticais do movimento intencionado chega ao cerebelo FISIOLOGIANicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP 2. Informações proprioceptivas dizem qual foi o movimento real 3. Células de Purkinje modulam as eferências cerebelares 4. Os núcleos profundos do cerebelo emitem projeções eferentes excitatórias para o córtex (feedback corretivo) e projeções descendentes reticulares.