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AULA 2 – CIRURGIA DIGESTIVA II: ILEOSTOMIA, COLOSTOMIA E APENDICECTOMIA DANIELA FRANCO ILEOSTOMIA Comunicação a parede do íleo ao meio externo. Não utiliza sonda. Pode ser temporária ou definitiva. ➢ Temporária indicada para situações que pretende manter o segmento distal a ileostomia livre do trânsito entérico por um tempo determinado, como após procedimentos de abaixamento do íleo com ou sem reservatório ileal. ➢ Definitiva após proctocolectomia total com ou sem reservatório. 1. ANATOMIA CIRÚRGICA DO ÍLEO O íleo é a parte mais longa do intestino delgado. Ele é encontrado no quadrante inferior direito do abdome, enquanto o íleo terminal pode se estender até a cavidade pélvica. O íleo termina no orifício ileal (junção ileocecal), onde o ceco do intestino grosso começa. 2. INDICAÇÕES Desvio temporário do conteúdo intestinal, geralmente para proteger uma anastomose colônica 3. TÉCNICA OPERATÓRIA a. Demarcar o local da exteriorização b. Após a abertura da laparotomia, incisão e abertura do orifício de saída da alça; c. Escolher a alça, geralmente 30 cm da válvula íleo- cecal. d. Abertura do mesentério com uma Kelly; e. Passar uma fita pela alça e exteriorizar a alça pelo orifício aberto; f. Abertura da alça e protusão da boca por cerca de 5 cm ao nível da pele; g. Sutura ao redor das bocas com fio 4.0 absorvível ILEOSTOMIA TERMINAL Para a confecção da ileostomia terminal, na ausência de doença ileal, o íleo é seccionado a aproximadamente 10 cm da vávula íleo-cecal. Para minimizar a contaminação, pode ser empregado um grampeador linear cortante. A incisão circunferencial na pele deve ter diâmetro ao redor de 2,5 cm e deve ser realizada no quadrante abdominal inferior direito na projeção anterior do músculo reto abdominal. O íleo deve ser exteriorizado sem tensão em extensão de no mínimo 7 cm acima do nível da pele como ilustrado na figura 1. https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/o-ceco-cego-e-o-apendice-vermiforme https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/intestino-grosso Como opção à confecção de uma derivação extraperitoneal, procedimento associado a certo grau de dificuldade técnica, o cirurgião preocupado com a possibilidade de formação de hérnia interna deve proceder à sutura da borda de secção do mesentério à parede ântero-lateral do abdome tendo cuidado para não comprometer a irrigação arterial do estoma. Para a maturação da ileostomia, a derivação deve ser manipulada pela liberação dos clampes intestinais ou remoção dos grampos somente após o fechamento da incisão abdominal que, por sua vez, deve ser realizada com uso de material não utilizado na secção do intestino. Nesse tempo, o sangramento arterial na borda da ileostomia representa sinal de adequada vascularização. Com emprego de duas pinças tipo Babcock, é possível proceder à eversão do estoma. A extensão do segmento evertido não deve ser inferior a 3 cm. Para a preservação da eversão, os pontos aplicados para a maturação (de fio absorvível sintético ou biológico 4-0) devem compreender a totalidade da parede intestinal, incluir a camada seromuscular do íleo ao nível da pele e esta em nível subcuticular. Pontos ditos “cardeais” servem à orientação da maturação. Idealmente, os pontos devem ser amarrados somente após todos terem sido passados de forma a permitir adequada eversão do estoma sem desvio lateral. Imediata aplicação do dispositivo coletor é mandatória após o término da operação. ILEOSTOMIA EM ALÇA A ileostomia em alça (figura 3) realizada para a proteção de anastomose íleo-anal ou proximalmente a doença no intestino delgado deve distar destas aproximadamente 15 cm. Se realizada na presença do cólon direito, deve distar 10 a 15 cm da válvula íleo-cecal. No ápice da alça mais móvel selecionada, o mesentério é transpassado por sonda plástica número 14,16 ou 18 e o conjunto é exteriorizado através da incisão criada nos moldes já descritos. A ápice da alça deve se posicionar sem tensão a pelo menos 4 cm do nível da pele. Como a maturação será realizada após o fechamento da parede abdominal e o conjunto pode sofrer rotação inadvertida durante sua exteriorização, é importante identificar adequadamente a alça aferente e eferente da derivação através de, por exemplo, aplicação de ponto seromuscular. Um bastão de vidro ou de plástico deve ocupar o local da sonda plástica por pelo meno 10 dias de forma a manter o septo entre as bocas aferente e eferente elevado contribuindo para a eficácia da desfuncionalização. De forma a disponibilizar íleo para a eversão da boca proximal, a secção do intestino que deve compreender 80% da circunferência das alça deve ser realizada junto à superfície cutânea na alça eferente de forma que a maturação da boca aferente deve ser realizada com o maior grau de eversão que se possa obter. Em contrapartida, a boca eferente deve ser maturada junto à pele, sem eversão. Novamente, é útil aplicar todos os pontos antes de amarrá-los. A fixação do bastão à pele por emprego de ponto em cada lado da derivação é expediente útil no sentido de prevenir o escape do bastão. A maioria desses bastões dispõe de orifício em cada uma de suas extremidades para essa finalidade. Na derivação em alça tecnicamente bem realizada, o escape do bastão não deve ser temido devido à possibilidade de afundamento da colostomia uma vez que essa complicação não acontece após a contrução de estomas sem tensão seguindo os princípios técnicos fundamentais. A manutenção do bastão presta-se ao adequado posicionamento no período pós-operatório imediato do septo entre as bocas aferente e eferente do estoma em alça, favorecendo assim o completo desvio do fluxo fecal. O emprego de bolsa coletora transparente também é útil ao diagnóstico precoce de complicações pós-operatórias dos estomas intestinais. ILEOSTOMIAS CONTINENTES Nesses estomas, um reservatório capaz de armazenar temporariamente o conteúdo ileal e de ser esvaziado voluntariamente é construído a partir do íleo distal segundo diferentes opções técnicas. A “bolsa” ileal geralmente possui capacidade de armazenamento entre 400 e 600ml e a continência é proporcionada por mecanismo tipo válvula unidirecional representado por uma instussuscepção cirúrgica do íleo distal, cujo esvaziamento ou drenagem é promovido por seu portador através de cateterização. A principal indicação de ileostomia continente é a própria indicação de ileostomia terminal definitiva como nas situações de retocolite ulcerativa e polipose adenomatosa familiar onde há indicação de colectomia ou proctocolectomia total havendo no entanto contraindicações às operações restauradoras, quais sejam respectivamente, a anastomose ileorretal ou ileoanal com reservatório ileal. Suspeita de doença de Crohn ou incapacidade cognitiva ou física de esvaziar o reservatório representam contraindicações absolutas a essa operação. A principal complicação pós-operatória verificada no seguimento tardio de doentes submetidos a ileostomias continentes é a perda da função de continência em função de disfunção no mecanismo de válvula. Nesses casos, requer-se revisão cirúrgica. Experiências iniciais com a ileostomia continente revelaram que esta complicação pode ocorrer em até 50% dos casos e identificaram a familiaridade técnica com a realização do procedimento como um dos principais fatores associados a bons resultados tardios. Como qualquer procedimento que objetiva a restauração da continência fecal, é certo que a ileostomia continente goza de significativa aceitação entre os doentes a ela submetidos principalmente quando se consideram doentes para os quais verificou-se insucesso da anastomose ileorretal ou ileoanal pregressas. No entanto, o elevado índice de perda dacontinência necessitando reoperação e a crescente possibilidade de oferecer aos doentes com retocolite e polipose adenomatosa as operações que preservam a evacuação transanal faz com que fique cada vez mais difícil adquirir a necessária familiaridade técnica com essa operação devendo os candidatos a ileostomia continente serem encaminhados preferencialmente aos centros médicos com significativa experiência adquirida com a realização desses procedimentos. 4. COMPLICAÇÕES a. Afundamento da alça b. Isquemia da ileostomia c. Distúrbios hidroeletrolítico, acidobásico e nutricional devido ao grande volume de perdas líquidas pela ileostomia. d. lesões cutâneas COLOSTOMIA 1. ANATOMIA CIRÚRGICA DOS CÓLONS O intestino grosso é dividido em colo direito (possui o ceco, e ângulo hepático), transverso e colo esquerdo (constituído por ângulo esplênico, colo sigmoide e reto). Colo direito tem calibre maior que o esquerdo 2. DEFINIÇÃO São aberturas realizadas na parede cólica e exteriorizadas através da parede abdominal, por onde passam a ser eliminadas as fezes. Sua finalidade básica é desviar o trânsito fecal. Os segmentos mais apropriados para confecção de um estoma → ileo colón transverso e o sigmoide → são alças com mobilidade e comprimento adequados para melhor exteriorização através da parede abdominal 3. INDICAÇÕES a. Sua finalidade básica é desviar o trânsito fecal. b. Ferimentos anorretocólico c. Obstrução mecânica de causas diversas (ânus imperfurado, neoplasia, processos inflamatórios) d. Perfurações não traumáticas de segmentos cólicos (diverticulite) e. Na amputação abdominoperineal do reto f. Proteção de anastomoses colocólicas, colorretais e coloanais g. Lesões inflamatórias do cólon distal, reto e ânus (lesões actínicas, fístulas) h. Lesões perineais extensas (Síndrome de Fournier Obstrução intestinal → agenesias e atresias anorretais, megacolon congênito e neoplasias Perfuração do colon → neoplasias, doenças inflamatórias, doenças diverticular Traumas → penetrante, fechado e empalaçao Fistulas → anorretais, reto vaginais Proteção de anastomoses de alto risco * síndrome de fournier 4. CLASSIFICAÇÃO: a. Quanto a forma de exteriorização Em alça (eletiva – 2 bocas) → há exteriorização de toda a alça e abertura apenas de sua parede anterior, ficando duas bocas unidas para parede posterior exteriorização da ação sem sua secção passagem da sonda para exteriorizar a alça secção apenas da parte anterior Terminal → trauma (uma boca), exterioriza-se a alça já seccioinada com apenas uma boca. Secção da alça antes da exteriorização → fixação da alça na pele a outra alça é septada b. Quanto ao período da abertura • Temporária • Definitica c. Quanto a tática cirúrgica • Maturação precoce • Maturação tardia (pouco usada) d. Quanto ao tempo de sua permanência • Podem ser temporários (transitórios) • definitivos (permanente) 5. TÉCNICA OPERATÓRIA 1. Preparação intestinal de escolha 2. Administrar antibiótico intravenoso dentro de 1 h de fazer sua incisão cirúrgica durante a cirurgia e por 24 h depois 3. Usar tubo orograstrico/nasogastrico e cateter foley quando apropriado 4. Compreender anatomia do suprimento sanguíneo e dos linfáticos. Ao efetuar a cirurgia de câncer ligar os vasos na sua origem 5. Boa técnica para efetuar anastomose inclui a. Observar as margens de corte dos segmentos intestinais a serem anastomosados tem boa textura e cor e estão sangrando ligeiramente. Evitar a formação de hematomas na área anastomotica b. Tirar todo o tecido adiposo da área anastomótica removendo, sem tração, o bordo mesentérico e os apêndices epiploicos 6. Evitar tensão sobre a anastomose 7. Usar luz frontolux 8. Ser familiarizado com todos os procedimentos cirúrgicos e suas modificações 9. Identificar os ureteres para evitar lesão 10. Reaproximar o mesentério para evitar hérnias internas • Tipo incisão→ incisão longitudinal mediana para acesso cavidade abdominal ou sem abertura da cavidade acesso apenas pelo orifício de exteriorização (deve ser evitado, pois a incisão de exteriorização fica grande, gerando hérnias paraostômicas, além disso, pode-se confundir o seguimento a ser exteriorizado). • Criação da abertura da pele→ (local de exteriorização da ostomia): deve ser decidido apenas ao final da operação, pois eventos durante o procedimento podem levar a mudanças no tipo e na localização da ostomia Cuidados a serem tomados para conforto do paciente na escolha do local da exteriorização • Evitar áreas de tensão, proeminências osseasm de dobras na pele (fixar em área plana), cicatrizes e infecções • Evitar a linha do cinto • O paciente deve ser capaz de visualizar a ostomia • Levar em conta a incapacidadses físicas A. COLOSTOMIA EM ALÇA: exteriorização de toda a alça e sua abertura apenas de sua parede anterior, ficando duas bocas unidas pela parede posterior → é realizada em situações em que não foi feito ressecção de nenhuma porção do intestino, sendo assim não faz sentido ressecção de nenhuma porção do intestino, sendo assim não faz senti do essecar apenas para exterioriza-la. i. Transversostomia 1. Paciente em D.D.H. sob anestesia geral ou bloqueio espinal. 2. Assepsia + antissepsia + colocação de campos cirúrgicos. 3. Incisão transversal na pele e subcutâneo do hipocôndrio direito, com 6-8cm de extensão, guardando distância do rebordo costal; abertura aponeurótica, divulsão das fibras do músculo reto abdominal e abertura do peritônio, devendo essa via permitir a passagem simultânea de 2 dedos. 4. Identificação do cólon transverso. 5. Liberação do omento maior, em uma extensão de 10cm de sua inserção cólica, no local onde será feita a alça. 6. Abertura do mesocólon junto a borda da alça, em uma região avascular, de dimensão suficiente apenas para a passagem de uma sonda plástica. 7. Confecção de um anel com a sonda plástica, para sustentação da alça exteriorizada. 8. Secção transversal da parede cólica na borda antimesentérica (dois terços da parede anterior do segmento). 9. Fixação da boca do cólon à pele, por meio de pontos simples com fio absorvível 2.0, unindo a espessura total da parede do colón com a borda cutânea. Se optar-se por eversão das bordas do segmento, esses pontos deverão passar também pela túnica seromuscular do cólon, a 2cm da borda. 10. Colocação da bolsa plástica de colostomia, ajustando, em seu interior, a alça exteriorizada e a sonda que a suporta. B. COLOSTOMIA TERMINAL: Esta colostomia pressupõe a realização prévia e concomitante de uma laparotomia para tratamento de uma doença básica. i. Sigmoidostomia 1. Paciente em D.D.H. sob anestesia geral ou bloqueio espinal. 2. Assepsia + antissepsia + colocação de campos cirúrgicos. 3. Laparotomia adequada ao tratamento de uma doença específica. 4. Incisão transversal na pele e subcutâneo do quadrante inferior esquerdo do abdome, com 6- 8cm de extensão, passando pelo ponto médio de uma linha imaginária que vai da cicatriz umbilical à espinha ilíaca anterossuperior ou onde a boca da estomia puder ser mais bem exteriorizada. 5. Abertura por planos. 6. Identificação do cólon. Ligadura dos vasos do mesocólon. Secção do colón após preensão do mesmo por 2 pinças. Exteriorização do coto cólico proximal. 7. Fixação da borda do mesocólon ao peritônio da goteira parietocólica com o intuito de evitar-se hérnias internas. 8. Síntese da laparotomia para evitar-se a contaminação da cavidade. 9. Fixação da boca do cólon à pele, por meio de pontos simples com fio absorvível 2.0, unindo a espessura total da parede do colón com a borda cutânea. Se optar-se por eversão das bordas do segmento, esses pontosdeverão passar também pela túnica seromuscular do cólon, a 2cm da borda. 10. Colocação da bolsa plástica de colostomia, ajustando, em seu interior, a alça exteriorizada. 6. COMPLICAÇÕES a. Hemorragia b. Dermatite c. Estenose (abertura insuficiente da parede abdominal, angulação do cólon exteriorizado por passagem sinuosa pelos diferentes planos da parede abdominal, estenose temporária decorrente do edema da boca cólica, serosite) d. Infecção e. Hérnia paracolostômica f. Necrose e retração do coto cólico g. Fístula h. Procidência (eversão do coto cólico com saída de todas as camadas do cólon pela boca do estoma) Precoces → esquemia ou necorose na alça exteriorizada, sangramento, retração, infecção, edema, dermatite periestomal Tardias →estenose e obstrução, prolapso, hérnias para estomal, fistulas 7. FECHAMENTO a. Indica-se o fechamento da colostomia provisória quando cessam as condições que determinaram sua abertura Ostomia em alça: sem necessidade da abertura da caivade abdominal. Realizar uma incisão circular ao redor da ostomia e dissecar os planos teciduais e liberar as aderências, atingindo a cavidade abdominal. Exteriorizar a alça e suturar a abertura em dois planos (pontos separados). Introduzir a alça na cavidade abdominal e fechar a incisão na pele TIPOS DE COLECTOMIA 1. anatomia cirúrgica 2. Colectomia direita a. Ressecção do hemicólon direito 3. Colectomia direita ampliada a. Ressecção do hemicólon direito e parte do cólon transverso esquerdo 4. Transversectomia a. Ressecção do cólon transverso 5. Colectomia esquerda a. Ressecção do cólon esquerdo 6. Retossigmoidectomia anterior a. Ressecção alta ou baixa do reto e do cólon sigmóide 7. Colectomia total a. Ressecção de todas as porções dos cólons 8. Proctocolectomia total com anastomose ileoanal a. Ressecção de todas as porções dos cólons e do reto 9. Ressecção abdominoperineal a. Resseção dos segmentos distais do cólons, reto e da região perianal. 10. Reconstruções a. Anastomose íleo ou colon proximal com a porção distal do cólon ou reto, termino-terminal, término- lateral, latero-lateral, em plano único ou dois planos com sutura manual ou mecânica. APENDICECTOMIA 1. ANATOMIA CIRÚRGICA DO APÊNDICE • Irrigação: a artéria apendicular, um ramo da artéria ileocolica, supre o apêndice. • Histológico: O exame histológico do apêndice indica que as celuas caliciformem que produzem muco estão espalhadas por toda a mucosa. A submucosa contem folículos linfoides, o que leva a especulação de que o apêndice deve ter uma função imunológica importante ainda que indefinida, no inicio do desenvolvimento. • Drenagem linfática: os linfáticos drenam para os linfonodos ileocolidos anteriores. Adultos não tem função conhecida. 2. DEFINIÇÃO: Exérese do apêndice cecal. Apendicectomia é a cirurgia de retirada o apêndice. Quando agudamente infectada é retirada para evitar peritonite. 3. INDICAÇÕES Apendicectomia é indicada quando o apêndice cecal está com processo inflamatório agudo (mais comum) ou crônico. 4. FASES MACROSCÓPICAS Macroscopicamente o apêndice inflamado pode estar em fases distintas de processo inflamatório: ➢ Apendicite edematosa: discreta hiperemia e edema; ausência de exsudato ➢ Ulcero-flegmonosa: hiperemia, petéquias e edema significativos; exsudato fibrino- purulento ➢ Grangrena: áreas gangrenosas arroxeadas, esverdeadas, acinzentadas e/ou vermelho- escuras; micro perfurações; líquido peritoneal finamente purulento) ➢ Perfurada: orifícios grosseiros; líquido peritoneal francamente purulento e fétido 5. TÉCNICA OPERATÓRIA A. CONVENCIONAL 1. Paciente em D.D.H. sob anestesia geral ou bloqueio espinal. 2. Assepsia + antissepsia + colocação de campos cirúrgicos. 3. Acesso a cavidade obtido por meio da laparotomia de McBurney; Incisão de pele e subcutâneo com 5-8cm de extensão, oblíqua, perpendicular à linha imaginária que une a cicatriz umbilical à crista ilíaca anterossuperior direita, na junção do terço lateral com os 2 terços mediais, estando seu terço superior acima da linha citada; incisão da aponeurose do m. Oblíquo externo na direção de suas fibras; afastamento deste m. Expondo o m. Oblíquo interno; afastamento deste m. Expondo o músculo transverso; afastamento deste m. Evidenciando-se o peritônio. Outras incisões: Rockey-Davis: incisão de pele e subcutâneo transversa, sobre à linha imaginária que une as espinhas ilíacas anterossuperiores, iniciando-se 2cm medialmente à borda lateral do m. Reto abdominal e terminando 2cm da espinha anterossuperior direita; incisão da aponeurose do m. Oblíquo externo transversalmente estendendo- se variavelmente ao folheto anterior da bainha do m. Reto abdominal; afastamento destes mm. Expondo os mm. Oblíquo interno e transverso; afastamento destes mm. Evidenciando-se o peritônio. Elliot-Babcock: incisão de pele e subcutâneo transversa, iniciando-se cerca de 1cm medialmente à linha semilunar de Spiegel (corresponde à borda lateral do m. Reto abdominal) e terminando na união do terço lateral com os 2 terços mediais da linha imaginária que une a cicatriz umbilical à crista ilíaca anterossuperior direita; incisão da aponeurose do m. Oblíquo externo transversalmente; divulsão dos mm. Oblíquo interno e transverso evidenciando-se o peritônio. Outras: laparotomia mediana, paramediana, etc. 4. Levante o peritônio e incise-o com um bisturi ou uma tesoura; a seguir prolongue a abertura com os dedos e coloque afastadores. 5. localize o apêndice e seu meso, e realize hemostasia. 6. Isole o apêndice de suas inserções, coloque duas pinças na base do apêndice, ligue-a com categute cromado. 7. faça sutura em bolsa para invagivar o coto. 8. seccione o apêndice entre a pinça e a ligadura de categute, invagine o coto e aperte os pontos da bolsa. 9. feche a parede abdominal B. VIDEOLAPAROSCÓPICA: Vias de acesso para videolaparoscopia: 6. COMPLICAÇÕES Perfuração, abcesso ou peritonite localizada ou generalizada. a. Infecção do sítio cirúrgico (mais frequente) b. Abscessos pélvicos e subfrênicos c. Íleo paralítico d. Obstrução intestinal e. Fístula f. Deiscência do coto apendicular g. Hemorragia h. Sepse i. Óbito CASOS 1. Paciente do sexo feminino, 19 anos, procuraassistência médica queixando de anorexia e dor abdominal em região epigástrica, tipo cólica, intermitente, de moderada intensidade, há 36 horas. Passou por avaliação médica na ocasião, tendo sido prescrito para uso domiciliar buscopam composto e omeprazol. Fez uso das medicações prescritas com melhora parcial dos sintomas. Há 12 horas, refere que a dor irradiou para fossa ilíaca direita, piorando de intensidade e tornando-se constante. Associado às novas características da dor, apresentou dois episódios de vômito e febre (38°c). • Antecedentes pessoais: Paciente previamente hígida, sem antecedentes cirúrgicos. Medicamentos utilizados rotineiramente: anticoncepcional oral. Ciclo menstrual normal e em dia. • Exame físico: Paciente em regular estado geral (imóvel e prostrada), corada, desidratada (+/4+) e anictérica. Temperatura axilar=38,2°c. Exame pulmonar: murmúrio vesicular presente e simétrico bilateralmente; ausência de ruídos adventícios; FR=18ipm; sato2=98%. Exame cardiovascular: ritmo cardíaco regular em 2 tempos; bulhas normofonéticas, sem sopros; FC=102bpm; PA=100x60mmhg. Abdome: plano à inspeção; ruídos hidroaéreos presentes, porém hipoativos; percussão maciça em fossa ilíaca direita e timpanismo nas demais regiões abdominais; dor a palpação de fossa ilíaca direita, apresentando contração involuntária da musculatura da parede abdominal no quadrante inferiordireito (defesa); sinal de Blumberg presente. Diante do caso, responda: a. O que é e qual o significado do “sinal de Blumberg”? Quais outros sinais poderiam ser utilizados durante o exame físico como auxílio diagnóstico? Blumberg tem como significado dor na fossa ilíaca direita na descompressão brusca. Poderia ser utilizadas outras manobras, como Rovsing, Psoas etc. Exames: hemograma (leucocitose), urina, RX de abdome, TC abdome, USG pélvico/transvaginal (Mulher) a abdominal geral, videolaparoscopia. b. Há necessidade de solicitar exames? Quais? Não. Diagnóstico é clinico. c. Qual o provável diagnóstico? Apendicite d. Quais os diagnósticos diferenciais? Uma variedade de condições inflamatórias e infecciosas no QID podem imitar os sinais e sintomas de apendicite aguda. Diverticulite cecal; Diverticulite de Merkel; Ileíte aguda; Yersiniose aguda; Doença de Crohn; Abcesso tubo-ovariano; Doença inflamatória pélvica; Cisto ovariano roto; Mittelschmerz; Torção do ovário e das tubas uterinas; Endometriose; Síndrome de hiperestimulação ovariana; Torção testicular; Epididimite; Torção do apêndice testicular ou apêndice do epidídimo. e. Qual a conduta referente ao tratamento? Apendicectomia → laparoscópica aberta. ➢ Sinal de Blumberg: dor ou piora da dor à descompressão súbita do ponto de McBurney; significa irritação peritoneal ➢ Sinal de Aron: dor no epigastro ao se comprimir o ponto de McBurney; ➢ Sinal de Dunphy: dor em F.I.D. que piora com a tosse; ➢ Sinal de Lapinsky: dor a compressão da F.I.D. quando o paciente eleva o M.I.D. estendido; ➢ Sinal de Lenander: diferença da temperatura retal e axilar > 1°C (retal > axilar); ➢ Sinal do Obturador: dor em F.I.D. ao realizar a rotação interna do M.I.D. flexionado; ➢ Sinal do Psoas: paciente em D.L.E., dor em F.I.D. à extensão e abdução do M.I.D; ➢ Sinal de Rovsing: dor na F.I.D. à compressão da F.I.E; ➢ Sinal de Ten Horn: dor abdominal causada por tração suave do testículo direito 2. R.G.A., 52 anos, sexo masculino, branco, casado, agricultor, admitido no pronto atendimento do hospital onde você encontra-se de plantão, relatando início de dor em região perianal há 4 dias. Há 2 dias, associado a dor, refere surgimento de lesão dermatológica pequena na mesma região (perianal), que vem “alastrando-se” rapidamente para as áreas adjacentes. Apresentando febre, astenia e inapetência nas últimas 24 horas. • Antecedentes pessoais: Diabetes mellitus tipo 2. • Exame físico: Paciente em regular estado geral, corado, hidratado e anictérico. Temperatura axilar=39,5°c. À inspeção nota-se: Após adequada avaliação você fez o diagnóstico de síndrome de Fournier. Como tratamento cirúrgico de escolha fora indicado desbridamento cirúrgico extenso das lesões (tecido necrótico) sem reconstrução no mesmo tempo cirúrgico. Qual outra medida cirúrgica poderia ser utilizada para melhor recuperação / prognóstico deste paciente? Síndrome de fournier → anal, perianal e nadegas. Colostomia → adomen tipo em alça (facilita a reconstrução do trânsito normal. Trasnversostomia → pela mobilidade Neste caso, após avaliação da foto e de termos ideia das grandes áreas à serem desbridadas, deveríamos fazer com que os alunos imaginem o quão difícil seria realizar uma higiene adequada desta região após evacuação, o que implicaria muito provavelmente em uma contaminação e consequente infecção da ferida operatória se nada fosse feito. Assim sendo a proposta é faze- los pensar em desviar esse trânsito por meio da colostomia em alça, salientando que o fechamento da mesma deverá ser realizado após completa resolução do quadro. A colostomia comprovadamente reduz a taxa de mortalidade em pacientes com infecções anorretais.
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