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APENDICECTOMIA Apendicectomia é o tratamento mais seguro para apendicite aguda. Contra indicações relativas: - presença de abscessos periapendiculares. Melhor opção é drenar antes da cirurgia. - suspeita de doença de Crohn envolvendo o ceco e apêndice. Riscos: - sangramentos significativos - infecção do sítio cirúrgico - fístula fecal - conversão para cirugia aberta - ferida aberta Pré operatório - jejum de 8 a 12 h - antibioticoprofilaxia contra flora entérica ANATOMIA DO APÊNDICE O apêndice vermiforme é uma formação divertículos de fundo cego com 5 a 7 cm. Une-se ao ceco na fossa ilíaca direita na confluência das tênias do cólon. É recoberto por uma lâmina de peritônio (mesoapêndice) onde se encontra a artéria apendicular, ramo terminal da mesentérica superior. Sua localização mais comum é retrocecal. Profilaxia: o tempo ideal para administrar a antibioticoprofilaxia parenteral é dentro de uma hora antes da incisão. Antibióticos com 1/2 vida curtos (cefazolina, cefoxitina) devem ser readministrados a cada 3 a 4h durante a cirurgia caso de prolongue ou haja sangramento volumoso. - metronidazol + gentamicina → uma dose intraoperatória deve ser administrada caso a cefoxitina seja usada e a duração da cirurgia exceda 3 a 4h, em função da meia vida curta da droga. A dose pós operatória não é necessária, mas é aceitável por até 24h. CIRURGIA ABERTA com apêndice não perfurado Pode ser realizado sob anestesia geral ou regional (raquianestesia). 1) incisão da epiderme e derme com bisturi sobre o ponto de MacBurney (1/3 de distância da espinha ilíaca ântero superior ao umbigo) ou incisão de Rockey-Davis (transversa curvilínea 2cm abaixo do umbigo na linha médio-clavicular), pois tem melhor campo de visão. 2) dissecção do tecido subcutâneo até a fáscia oblíqua externa. Segunda incisão é a abertura da aponeurose na direção das fibras (superolateral para ínferomedial) para expor músculo oblíquo externo. Divisão do músculo oblíquo interno e transverso abdominal perpendicular à direção das fibras para expor peritônio. 3) penetração no peritônio de forma abrupta evitando lesões no intestino ou pinçar e cortar com bisturi. 4) localizar o apêndice varrendo com o dedo ou visualizar o ceco como guia. Usar fórceps de Babcock para pinçar a tênia e avançar até externalização do apêndice. Sempre tomando cuidado para não rasgar a parede e causar derramamento de conteúdo entérico. 5) localizar mesoapêndice e dissecar. A artéria apendicular no mesoapêndice é dividida entre pinças hemostáticas e amarrada com suturas absorvíveis 3-0. 6) fazer sutura não absorvível em bolsa na parede cecal ao redor do apêndice. 7) esmagar a base do apêndice com pinça kelly e amarrar duplamente com suturas absorvíveis 2-0. 8) retirar apêndice com bisturi 15 e o coto remanescente deve ser cauterizado para evitar mucocele. O coto é invertido no ceco enquanto aperta a sutura em bolsa. 9) irrigar o leito cirúrgico com soro e fazer a sutura por planos absorvível monofilamentar. 10) não é necessária profilaxia pós operatória Obs: na apendicite perfurada há uma dificuldade maior para retirar o apêndice gangrenoso e tecidos periapendiculares inflamados para evitar lesão tecidual. Depois da remoção do apêndice, deve-se procurar por material infeccioso como fecalitos e conteúdo extravasado no abdome. Pode-se fazer isso com irrigação de alto volume atentando para o quadrante direito da pelve É necessário fazer culturas, mesmo que o paciente tenha feito uso de antibióticos recentemente, pois pode encontrar resistência e necessidade de mudança de terapia oral na alta. Fazer profilaxia pós operatória com antibióticos de amplo espectro por 4 a 7 dias. CIRURGIA LAPAROSCÓPICA Benefícios: - recuperação mais rápida - melhor pós operatório com menos dor e melhor resposta metabólica ao trauma, inclusive para gestantes. - menor incidência de infecção da ferida cirúrgica Contra indicação absoluta - instabilidade hemodinâmica. Ex choque hipovolêmico. Isso pq o pneumoperitônio reduz o retorno venoso. Equipamentos: - laparoscópio angular 5mm - agulha de Veress ou trocarte de Hasson - grampeador endoscópico - bolsa de recuperação para retirar o apêndice Paciente é submetido à anestesia geral de curta duração, em decúbito dorsal na mesa cirúrgica com o braço esquerdo dobrado, pois é o lado que fica o cirurgião e monitor de vídeo do lado direito. Procedimento: 1) pneumoperitônio: insuflação com CO2 (gás inerte, não comburente, abundante na natureza com custo possível, facilmente eliminado). É obtido por 4 formas diferentes: - punção com agulha fina (agulha de Veress) e introdução do primeiro trocarte às cegas - introdução do primeiro trocarte às cegas sem utilização prévia da agulha de Veress. O trocarte tem uma proteção para o bisturi. - incisão infraumbilical 12mm com balonete para não escapar o gás e introdução do primeiro trocarte sob visão direta. Bom para pacientes que já tiveram cirurgias anteriores. - utilização de trocarte optico, com ou sem agulha de Veress. A pressão de insuflação deve ser baixa, 12 a 15 mmHg, pois se a pressão for excessiva pode comprimir veia cava e causar síndrome compressiva. No início da insuflação (primeiros 5min) pode haver alterações hemodinâmicas: - queda do DC - menor pré carga - arritmias - mais comum é a bradicardia sinusal pelo estiramento do peritônio e estimulação vagal. - arritmias: taquicardia sinusal benignas pela hipercarpia e ativação simpática que cessam após extinção do pneumoperitônio. O retorno deve ser mais lento. Colocação de mais uma entrada de 5mm na linha média, acima do osso púbico e outra de 5mm no quadrante inferior esquerdo para laparoscópio. A posição do paciente pode ser alterada para trendelenburg com o lado direito voltado para cima para melhor visualização mas tem maiores repercussões hemodinâmicas pois aumenta o retorno venoso. 2) exploração do abdome para excluir outras doenças e localização do apêndice no íleo terminal e ceco. Suas aderências devem ser dissecadas. O apêndice pode ser segurado com uma pinça de Babcock e retraído anteriormente. 3) a artéria apendicular pode ser dividida entre clipes hemostáticos, com grampeador de anastomose gastrointestinal ou dispositivos de ligadura. 4) o apêndice é desobstruído até sua ligação com o ceco e a sua base é dividida usando um grapeador, tomando cuidado para não deixar um coto significativo. Garantir que os grampos sejam colocados em tecido saudável e não infectado. 5) o apêndice é removido por um saco próprio de amostra (ou luva) através da porta umbilical. 6) o campo operatório é inspecionado para hemostasia e irrigado com solução salina. 7) as entradas de 5mm não exigem fechamento fascial, mas a fáscia da porta umbilical deve ser fechada com sutura absorvível. Suturar a pele com fio monofilamentar ou adesivo cutâneo. 8) após retirar o gás e desfazer o pneumoperitônio, fazer manobra de recrutamento alveolar (2 ou 3 ventilações manuais para expandir bases pulmonares) para evitar atelectasia pulmonar. Em ambos os casos, a dieta oral é começada após retorno dos ruídos intestinais e eliminação de gases e avançada conforme tolerada. Complicações: - insuflação extraperitoneal: aspirar antes para confirmar que não pegou vaso e verificar aumento de pressão no aparelho. - complicações cardiopulmonares - lesões gastrointestinais que podem ser feitas no momento da punção. As manifestações são tardias, por isso é melhor tentar identificar lesões precocemente no momento da cirurgia. - lesões da bexiga - hérnias incisionais - fenômenos tromboembólicos: são mais raros comparados à cirurgia aberta. Alta: - paciente apirético - tolerar dieta - contagem leucocitária normal Suspeita de abscesso pós operatório: - atraso no retorno da função intestinal - febre - dor - leucocitose Nesse caso deverá ser colocado dreno percutâneo, transretal ou transvaginal, após TC com contraste diagnóstica FONTES: - https://www.sanarmed.com/resumo-de-apendicectomia-tipos-e-tecnicas-cirurgicas - Técnica cirúrgica[recurso eletrônico] / organizador Anderson Ricardo Ingracio. – Caxias do Sul, RS : Educs, 2017. https://www.ucs.br/site/midia/arquivos/ebook-tecnica-cirurgica_2.pdf - TOWNSEND, Courtney, et al. Sabiston tratado de cirurgia: a base biológica da prática cirúrgica moderna. 20ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2019. - MINTER, Rebeca M. Current: cirurgia - procedimentos. Porto Alegre: AMGH, 2012. Flávia Guimarães Cardoso T11 - 7ª etapa 7131154
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