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Gêneros Textuais no Jornalismo

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INTERPRETAÇÃO
PRÉ-VESTIBULAR 1PROENEM.COM.BR
GÊNERO TEXTUAL 
JORNALÍSTICO18
Há muita confusão no que se refere à diferenciação entre 
“tipos textuais” e “gêneros textuais”. Pode-se dizer que narração, 
descrição e dissertação são tipos porque são modos de uma 
organização de texto. Os gêneros constituem-se na escrita que 
atende a uma dessas estruturas predominantemente.
Segundo o teórico Luiz Antônio Marcushi, os gêneros são os 
textos materializados encontrados em nosso cotidiano. 
Esses apresentam características sociocomunicativas 
definidas por seu estilo, função, composição, conteúdo e canal.
(MARCUSHI, Luiz Antônio; XAVIER, Antônio Carlos [orgs.]. Hipertexto e gêneros digitais. 
Rio de Janeiro: Lucerna, 2004)
Os gêneros textuais ordenam e viabilizam as atividades de 
comunicação do dia a dia. Situam-se e se integram funcionalmente 
nas culturas, caracterizando-se por suas atividades institucionais, 
além de suas particularidades linguísticas e estruturais.
O TEXTO JORNALÍSTICO
O jornal é um veículo diário de comunicação e serve como 
espaço para noticiar, reproduzir entrevistas, reportar, veicular 
opiniões e publicidades.
NOTÍCIA
A notícia expressa um fato novo, interessante para o público. 
Embora predomine a narração, o jornal não se limita ao ocorrido, 
procura informar o modo, o porquê, o local, o agente de determinado 
fato. A notícia não deve expressar opiniões, por isso sua linguagem 
é impessoal, normalmente fazendo uso da 3ª pessoa, de frases 
curtas com predomínio da função referencial da linguagem.
De forma geral, a notícia apresenta a seguinte estrutura:
• Título / Manchete: deve ser claro e objetivo. Trata-se da 
síntese da informação contida no texto. Deve ser criativo e 
sedutor, chamando a atenção do leitor;
• Lide (LEAD): fornece as principais informações 
respondendo às perguntas O QUÊ, QUEM, QUANDO, ONDE, 
COMO e PORQUÊ;
• Corpo: traz os detalhes do que foi antecipado pelo lide. 
As informações respeitam uma ordem cronológica ou de 
importância.
A linguagem deve ser formal, porém simples e direta, 
esclarecendo todas as informações necessárias. Veja o exemplo:
Palmares amanhece alagada após dois dias de chuva
Precipitação atinge cidade pernambucana desde sábado.
Defesa Civil Municipal fez alerta de nova cheia do Rio Una neste 
domingo
Os moradores de Palmares (PE) acordaram com cerca de 
um metro de água acima do chão na manhã desta segunda-feira 
(28). A chuva não deu trégua desde a tarde deste sábado (26). O 
alagamento na parte baixa da cidade é provocado por causa do 
solo já encharcado pela inundação da semana passada, quando a 
água chegou a mais de seis metros de altura.
Na tarde deste domingo (27), um sistema improvisa- do de 
comunicação da Defesa Civil do município passou a circular pelas 
ruas da cidade. O carro de som pedia para as pessoas deixarem 
suas casas. Era um alerta para a possível cheia do leito do Rio Una, 
que acabou se confirmando durante a madrugada desta segunda-
feira.
O novo alagamento em Palmares deixou parte dos moradores 
desanimados. Muitos tinham aproveitado os dias de estiagem para 
tentar recuperar móveis e eletrodomésticos que foram levados pela 
enxurrada. Alguns também lavaram suas casas, mas o trabalho terá 
de ser refeito, principalmente no Bairro Modelo, na parte baixa do 
município, onde a água e a quantidade de lama voltam a preocupar.
(http://g1.globo.com/brasil/noticia/2010/06/palmares-amanhece-alagada-apos-dois-
dias-de-chuva.html)
A REPORTAGEM
A reportagem pode ser considerada a própria essência de 
um jornal. Embora apresente estrutura semelhante à notícia, 
com apresentação de um “lide” – dela se difere por ampliar 
o fato principal, acrescentando opiniões e diferentes versões, 
preferencialmente comprovadas.
A reportagem costuma relacionar um fato central, enunciado 
no “lide”, a fatos paralelos, por meio de citações, trechos de 
entrevistas, boxes informativos, dados estatísticos, fotografias etc.
Por vezes, é possível encontrar na reportagem caráter opinativo, 
questionando causas e consequências, interpretando e orientando 
os leitores.
Quanto à linguagem, é impessoal, objetiva, direta, com 
predomínio da função referencial e do padrão culto da língua. 
Vamos a um exemplo:
A Terra em alerta
O planeta esquenta e a catástrofe é iminente. Mas existe solução
Ondas de calor inéditas. Furacões avassaladores. Secas 
intermináveis onde antes havia água em abundância. Enchentes 
devastadoras. Extinção de milhares de espécies de animais e 
plantas. Incêndios florestais. Derretimento dos polos. E toda a sorte 
de desastres naturais que fogem ao controle humano.
PRÉ-VESTIBULARPROENEM.COM.BR2
INTERPRETAÇÃO 18 GÊNERO TEXTUAL JORNALÍSTICO
Há décadas, pesquisadores alertavam que o planeta sentiria 
no futuro o impacto do descuido do homem com o ambiente. 
Na virada do milênio, os avisos já não eram mais necessários – 
as catástrofes causadas pelo aquecimento global se tornaram 
realidades presentes em todos os continentes do mundo. Os 
desafios passaram a ser dois: se adaptar à iminência de novos 
e mais dramáticos desastres naturais; e buscar soluções para 
amenizar o impacto do fenômeno.
Em tempos de aquecimento planetário, uma nova entidade 
internacional tomou as páginas de jornais e revistas de toda a 
Terra – o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática 
(IPCC), criado pela ONU para buscar consenso internacional sobre 
o assunto. Seus aguardados relatórios ganharam destaque por 
trazer as principais causas do problema, e apontar para possíveis 
caminhos que podem reverter alguns pontos do quadro.
Em 2007, o painel escreveu e divulgou três textos. No primeiro, 
de fevereiro, o IPCC responsabilizou a atividade humana pelo 
aquecimento global – algo que sempre se soube, mas nunca 
tinha sido confirmado por uma organização deste porte. Advertiu 
também que, mantido o crescimento atual dos níveis de poluição 
da atmosfera, a temperatura média do planeta subirá 4 graus até 
o fim do século. O relatório seguinte, apresentado em abril, tratou 
do potencial catastrófico do fenômeno e concluiu que ele poderá 
provocar extinções em massa, elevação dos oceanos e devastação 
em áreas costeiras.
A surpresa veio no terceiro documento da ONU, divulgado em 
maio. Em linhas gerais, ele diz o seguinte: se o homem causou o 
problema, pode também resolvê-lo. E por um preço relativamente 
modesto – pouco mais de 0,12% do produto interno bruto mundial 
por ano até 2030. Embora contestado por ambientalistas e ONGs 
verdes, o número merece atenção.
O 0,12% do PIB mundial seria gasto tanto pelos governos, para 
financiar o desenvolvimento de tecnologias limpas, como pelos 
consumidores, que precisariam mudar alguns de seus hábitos. O 
objetivo final? Reduzir as emissões de gases do efeito estufa, que 
impede a dissipação do calor e esquenta a atmosfera.
(http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/ 
aquecimento_global/contexto_int.html)
O ARTIGO DE OPINIÃO
O artigo de opinião é um gênero textual predominantemente 
argumentativo, que tem por objetivo expressar o ponto de vista do 
autor acerca de questões relevantes em termos sociais, políticos, 
culturais etc. Assim, ele é a base para vários tipos de texto dentro 
de um jornal, como colunas assinadas e, extrapolando um pouco, 
o próprio editorial – que, em lugar de expressar a opinião de um 
autor, representa o posicionamento “oficial” do jornal ou revista.
O caráter argumentativo vem dos comentários, avaliações, 
expectativas sobre um tema da atualidade que, por sua relevância, 
no plano nacional ou internacional, pode ser considerado objeto de 
análise. Portanto, nesse gênero, cabem reflexões mais detalhadas 
sobre o tema tratado.
O artigo tem como marca principal o fato de se dirigir a um dado 
público leitor, visto ser um gênero típico do domínio jornalístico. 
Assim, é fundamental que se perceba a natureza do veículo que se 
apresenta. Um artigo situado em uma seção para jovens poderá 
empregar uma linguagem mais coloquial, próxima da realidade dopúblico a que se destina, por exemplo.
Ainda tendo como foco esse público leitor, é fundamental em 
um artigo o emprego de marcas de interlocução, afinal, ainda que 
não se dirija a um leitor específico, endereça-se a mensagem do 
texto a alguém, diferente de uma dissertação, em que não há um 
interlocutor. Dessa forma, a presença de marcas, como vocativo, 
imperativo e outras serão imprescindíveis nesse tipo de gênero 
argumentativo.
Outro traço importante do artigo são as possibilidades de 
estratégias discursivas que se apresentam. Por ser um gênero em 
que a reflexão deve ser mais aprofundada, há uma abertura para 
que a língua e seus instrumentais sejam explorados. Metáforas, 
ironias, enumeração de fontes de informação, acusações a 
oponentes, apelo à sensibilidade do leitor, incursões poéticas 
são, ao lado da óbvia pertinência dos argumentos, a base para a 
efetividade do texto.
Como o artigo, ao contrário de um editorial, não reflete a opinião 
de uma instituição, mas de um indivíduo, a presença do “eu” é 
relevante nesse gênero, uma vez que a subjetividade é intrínseca 
aqui. Para exemplificar, vamos ler um artigo publicado na Folha de 
São Paulo:
Ciência, ética e escolhas
Marcelo Gleiser
Folha de S. Paulo, 02/05/2010
Na semana passada, tive o prazer de ciceronear a escritora e 
filósofa Rebecca Newberger Goldstein, que veio à Dartmouth dar 
uma palestra sobre seu último livro, o romance “36 Argumentos 
para a Existência de Deus, Uma Obra de Ficção”.
Goldstein é famosa pela sua habilidade de tratar de assuntos 
cabeludos de filosofia e ciência dentro da narrativa ficcional de um 
romance. 
O livro é excepcional em vários níveis. Seu estilo é brilhante 
e extremamente engraçado, uma descrição contagiante e 
sincera do mundo acadêmico, da busca pela glória, da inevitável 
inveja profissional, da competição entre as escolas e da vaidade 
intelectual que tanto colore as discussões em tópicos que vão 
desde a mitologia grega à existência do Multiverso (ou seja, de 
infinitos universos). 
Como o título informa, o livro trata também da questão da 
existência de Deus. Mas, para nós aqui nesta coluna, ao menos no 
contexto do tema de hoje, que é a ética, o livro é principalmente 
sobre escolhas. 
Somos produto das escolhas que fazemos ao longo da vida. É 
bem verdade que, às vezes, as escolhas são feitas à nossa revelia. Por 
exemplo, quando falha a saúde, ou devido a pressões econômicas. 
Por falta de emprego, um pacifista com um doutorado em 
física pode se ver forçado a trabalhar na indústria armamentista. 
Por outro lado, pode fazê-lo por opção, por ser um patriota. 
Como Goldstein sugeriu, temos um cerne pessoal (estou 
criando esse termo) que funciona de forma bem específica. 
Podemos até deduzir as posições que um conservador ou um 
liberal tomarão numa variedade de questões, desde a liberação da 
maconha até a regulação das práticas do mercado de capitais. A 
correlação das escolhas é bem forte, produto desse cerne pessoal, 
que “guia” nossas decisões. 
Será que a ética é parte desse cerne pessoal? Especulo que sim. 
Algumas pessoas têm padrões éticos mais elevados do que outras. 
Não há dúvida de que esses padrões podem ser influenciados por 
eventos na vida, pela educação, por relações etc. Mas alguns casos 
são mais flexíveis do que outros. 
E os cientistas? São menos dados a cometer fraudes do que 
outros profissionais? Na nossa profissão, devemos obedecer a 
uma regra ética básica: “Nunca minta”. 
De fato, mentir em ciência é uma péssima ideia. Mais cedo ou 
mais tarde, a comunidade exporá a sua fraude e sua carreira estará 
arruinada. É bem simples, na verdade: a natureza não tolera trapaças. 
Quem lembra, por exemplo, da história da fusão a frio? (Veja 
pt.wikipedia.org/wiki/Fusao-a-frio) Inocentemente, gostaria de 
acreditar que essa regra do não mentir deveria valer para todas 
as profissões. 
No entanto, é o contexto que determina a aplicação de 
princípios éticos. Mesmo que você se considere um indivíduo 
extremamente ético, pode sofrer terríveis pressões para contrariar 
suas próprias regras. 
PRÉ-VESTIBULAR PROENEM.COM.BR
18 GÊNERO TEXTUAL JORNALÍSTICO
3
INTERPRETAÇÃO
É fácil pensar em exemplos, desde os mais dramáticos (os 
alemães que “tinham” de se juntar aos nazistas) aos mais amenos 
(o estudante que cola na prova do vestibular). A moralidade de 
uma pessoa pode ser medida pela resistência que oferece a essas 
pressões, permanecendo fiel aos seus princípios éticos. Trapacear 
é construir a sua própria prisão. 
Se ser livre é poder escolher ao que se prender, gostaria de 
acreditar que, quanto mais seguimos princípios morais elevados, 
mais livres somos.
Marcelo Gleiser é professor de física teórica no Dartmouth College, emHanover (EUA) e 
autor do livro “Criação Imperfeita”. 
Vejamos agora um exemplo de editorial:
Nação apática
Observação, no mínimo instigante, tem sido revelada por 
deputados já engajados na garimpagem dos votos de outubro. 
Nas andanças que praticam pelo interior, o que têm visto não 
é, propriamente, antes de tudo, ser a favor ou contra o governo. 
Como também menosprezam-se conceitos de esquerda e direita. 
O que se percebe, de acordo com os que testemunham, é certa 
tendência a encarar a próxima eleição com espírito de profunda 
apatia; gente que chega à triste conclusão de que nada vale a pena; 
que os políticos se igualam no mesmo baixo nível de escassez de 
competência ou fartura de imoralidade. Portanto, tanto faz, como 
tanto se fará, votando-se em qualquer um. 
A se confirmar semelhante situação, as coisas andarão piores, 
muito além da imaginação dos pessimistas. O cidadão apático 
é capaz de conduzir malefícios superiores àquele que se vai 
praticar com um voto inconsciente. Outra conclusão lamentável 
é que esse quadro de desânimo significa que o brasileiro manda, 
para o mesmo cadafalso, sem distinção e injustamente, os bons e 
os maus; e nisso acaba enforcando a própria política, a instituição 
sagrada, vítima dos que dela se aproveitam para praticar crimes. 
Nivelar bons e maus políticos, como se nada os diferenciasse, 
é péssimo; a começar pelo fato de os bons se envergonharem 
da comparação e se ausentarem. Recolhem-se, sob os aplausos 
dos maus, que calçam a cara e vão em frente; na verdade, os 
indesejáveis acabam contemplados e favorecidos, pois já não 
têm gente séria a enfrentar. 
Isso posto, há que se considerar que, à frente dos desafios que 
nos reserva a campanha eleitoral, segue, como bandeira descorada 
e sinistra, essa apatia endêmica. Haverá tempo para abatê-la, 
impedindo que influencie e comprometa a eleição? Teriam os 
candidatos fôlego e disposição para sacudir o que resta de ânimo 
na alma da sociedade brasileira? Está longe de ser fácil a tarefa a 
enfrentar, se, no descortinar dos fatos de agora, o que se vê são 
tropeços, crises dentro e fora do governo. 
O estado de desânimo, a bem da verdade, não é de hoje; vem 
prosperando há algum tempo, principalmente quando ganharam 
publicidade os ensaios de analistas que se debruçavam sobre 
consultas à opinião pública, que pretenderam aferir o grau de 
confiabilidade das instituições. Ocorreu há menos de duas décadas: 
observou-se que a quebra de credibilidade, consequentemente, da 
admiração e do respeito, acabaria por conduzir, em futuro não muito 
distante, a um quadro coletivo de esmaecimento e indiferença em 
relação a elas e aos que as dirigem. Não seria mera coincidência 
se comparadas antigas previsões com a realidade que se projeta 
sobre nossos dias. 
Naquele passado a que se referem essas linhas, o respeito 
e a admiração populares contemplavam, entre os primeiros, a 
Igreja, o Exército e a Justiça. Corroeram-se, em parte, os números 
simpáticos à religião, que paga pelas indefinições e pelos pecados 
de uma minoria praticante de abusos sexuais, além da hipertrofia 
que sofreu, resultando na migração que levou milhões a seitas 
exóticas. Dos ombros dos militares ainda não foi possível remover 
o ônus do fatídico 64.
A Justiçaconsta como o mais recente prestígio a capitular, por 
conviver com o elitismo que tolera os poderosos, eterniza recursos 
protelatórios e festeja caríssimos causídicos, absolutamente 
inacessíveis aos não milionários. Nos tribunais nem falta o cenário 
de pugilatos verbais, quando esquentam as divergências. 
Pergunta-se, então, ao fim e ao cabo, o que dizer ao eleitor 
para automedicar-se contra o mal-estar da apatia. Outro 
remédio inexiste, a não ser aplicar, quando chegar a hora, o voto 
rigorosamente consciente. Pode ser até que depois sobrevenha a 
decepção, mas, antes, convém saber que, se o Estado está enfermo, 
quem pode curá-lo é a nação. Ninguém mais.
Jornal do Brasil, 28/05/2018
PROTREINO
EXERCÍCIOS
01. Aponte a diferença entre gênero textual e tipo textual.
02. Defina o gênero notícia.
03. Indique as características do gênero reportagem.
04. Defina o gênero artigo de opinião.
05. Explique a diferença entre a notícia e a reportagem.
PROPOSTOS
EXERCÍCIOS
01. (ENEM) Na sociologia e na literatura, o brasileiro foi por 
vezes tratado como cordial e hospitaleiro, mas não é isso o que 
acontece nas redes sociais: a democracia racial apregoada por 
Gilberto Freyre passa ao largo do que acontece diariamente nas 
comunidades virtuais do país. Levantamento inédito realizado 
pelo projeto Comunica que Muda [...] mostra em números a 
intolerância do internauta tupiniquim. Entre abril e junho, um 
algoritmo vasculhou plataformas [...] atrás de mensagens e textos 
sobre temas sensíveis, como racismo, posicionamento político e 
homofobia. Foram identificadas 393.284 menções, sendo 84% 
delas com abordagem negativa, de exposição do preconceito e da 
discriminação.
Disponível em: https://oglobo.globo.com. Acesso em: 6 dez. 2017 (adaptado).
Ao abordar a postura do internauta brasileiro mapeada por meio de 
uma pesquisa em plataformas virtuais, o texto 
a) minimiza o alcance da comunicação digital.
b) refuta ideias preconcebidas sobre o brasileiro.
c) relativiza responsabilidades sobre a noção de respeito.
d) exemplifica conceitos contidos na literatura e na sociologia.
e) expõe a ineficácia dos estudos para alterar tal comportamento. 
02. (ENEM) Com o enredo que homenageou o centenário do Rei do 
Baião, Luiz Gonzaga, a Unidos da Tijuca foi coroada no Carnaval 
2012.
À penúltima escola a entrar na Sapucaí, na segunda noite de 
desfiles, mergulhou no universo do cantor e compositor brasileiro e 
trouxe a cultura nordestina com criatividade para a Avenida, com o 
enredo O dia em que toda a realeza desembarcou na Avenida para 
coroar o Rei Luiz do Sertão.
Disponível em: www.cultura.rj.gov.br. Acesso em: 15 maio 2012 (adaptado).
PRÉ-VESTIBULARPROENEM.COM.BR4
INTERPRETAÇÃO 18 GÊNERO TEXTUAL JORNALÍSTICO
A notícia relata um evento cultural que marca a 
a) primazia do samba sobre a música nordestina.
b) inter-relação entre dois gêneros musicais brasileiros.
c) valorização das origens oligárquicas da cultura nordestina.
d) proposta de resgate de antigos gêneros musicais brasileiros.
e) criatividade em compor um samba-enredo em homenagem a 
uma pessoa.
03. (ENEM)
Expostos na web desde a gravidez
Mais da metade das mães e um terço dos pais ouvidos em 
uma pesquisa sobre compartilhamento paterno em mídias sociais 
discutem nas redes sociais sobre a educação dos filhos. Muitos são 
pais e mães de primeira viagem, frutos da geração Y (que nasceu 
junto com a internet) e usam esses canais para saberem que não 
estão sozinhos na empreitada de educar uma criança. Há, contudo, 
um risco no modo como as pessoas estão compartilhando essas 
experiências. É a chamada exposição parental exagerada, alertam 
os pesquisadores.
De acordo com os especialistas no assunto, se você compartilha 
uma foto ou vídeo do seu filho pequeno fazendo algo ridículo, por 
achar engraçadinho, quando a criança tiver seus 11, 12 anos, pode 
se sentir constrangida. A autoconsciência vem com a idade.
A exibição da privacidade dos filhos começa a assumir uma 
característica de linha do tempo e eles não participaram da 
aprovação ou recusa quanto à veiculação desses conteúdos. Assim, 
quando a criança cresce, sua privacidade pode já estar violada.
OTONI, A. C. O Globo, 31 mar. 2015 (adaptado).
Sobre o compartilhamento parental excessivo em mídias sociais, o 
texto destaca como impacto o(a) 
a) interferência das novas tecnologias na comunicação entre pais 
e filhos.
b) desatenção dos pais em relação ao comportamento dos filhos 
na internet.
c) distanciamento na relação entre pais e filhos é provocado pelo 
uso das redes sociais.
d) fortalecimento das redes de relações decorrente da troca de 
experiências entre as famílias.
e) desrespeito à intimidade das crianças cujas imagens têm sido 
divulgadas nas redes sociais.
04. (ENEM)
Mães
Triste, mas verdadeira, a constatação de Jairo Marques — 
colunista que tem um talento raro — em seu texto “E a mãe ficou 
velhinha” (“Cotidiano”, ontem).
Aqueles que percebem que a mãe envelheceu sempre têm 
atitudes diversas. Ou não a procuram mais, porque essa é uma 
forma de negar que um dia perderão o amparo materno, ou 
resolvem estar ao lado dela o maior tempo possível, pois têm medo 
de perdê-la sem ter retribuído plenamente o amor que receberam.
Leonor Souza (São Paulo, SP) — Painel do Leitor.
Folha de S. Paulo, 29 fev. 2012.
Os gêneros textuais desempenham uma função social específica, 
em determinadas situações de uso da língua, em que os envolvidos 
na interação verbal têm um objetivo comunicativo. Considerando 
as características do gênero, a análise do texto Mães revela que 
sua função é
a) ensinar sobre os cuidados que se deve ter com as mães, 
especialmente na velhice.
b) influenciar o ânimo das pessoas, levando-as a querer agir 
segundo um modelo sugerido.
c) informar sobre os idosos e sobre seus sentimentos e 
necessidades.
d) avaliar matéria publicada em edição anterior de jornal ou de 
revista.
e) apresentar nova publicação, visando divulgá-la para leitores de 
jornal.
05. (ENEM)
Entrevista com Marcos Bagno
Pode parecer inacreditável, mas muitas das prescrições da 
pedagogia tradicional da língua até hoje se baseiam nos usos que 
os escritores portugueses do século XIX faziam
da língua. Se tantas pessoas condenam, por exemplo, o uso do 
verbo “ter” no lugar do verbo “haver”, como em “hoje tem feijoada”, 
é simplesmente porque os portugueses, em
dado momento da história de sua língua, deixaram de fazer 
esse uso existencial do verbo “ter”.
No entanto, temos registros escritos da época medieval em 
que aparecem centenas desses usos. Se nós, brasileiros, assim 
como os falantes africanos de português, usamos até hoje o verbo 
“ter” como existencial é porque recebemos esses usos de nossos 
ex-colonizadores. 
Não faz sentido imaginar que brasileiros, angolanos e 
moçambicanos decidiram se juntar para “errar” na mesma coisa. 
E assim acontece com muitas outras coisas: regências verbais, 
colocação pronominal, concordâncias nominais e verbais etc. 
Temos uma língua própria, mas ainda somos obrigados a seguir 
uma gramática normativa de outra língua diferente. Às vésperas 
de comemorarmos nosso bicentenário de independência, não faz 
sentido continuar rejeitando o que é nosso para só aceitar o que 
vem de fora.
Não faz sentido rejeitar a língua de 190 milhões de brasileiros 
para só considerar certo o que é usado por menos de dez milhões 
de portugueses. Só na cidade de São Paulo
temos mais falantes de português que em toda a Europa!
Informativo Parábola Editorial, s/d.
Na entrevista, o autor defende o uso de formas linguísticas 
coloquiais e faz uso da norma de padrão em toda a extensão do 
texto. Isso pode ser explicado pelo fato de que ele
a) adapta o nível de linguagem à situação comunicativa, uma vez 
que o gênero entrevista requer o uso da norma padrão.
b) apresenta argumentos carentes de comprovação científica e, 
por isso, defende um ponto de vista difícil de ser verificado na 
materialidade do texto.
c) propõe que o padrão normativo deve ser usadopor falantes 
escolarizados como ele, enquanto a norma coloquial deve ser 
usada por falantes não escolarizados.
d) acredita que a língua genuinamente brasileira está em 
construção, o que o obriga a incorporar em seu cotidiano a 
gramática normativa do português europeu.
e) defende que a quantidade de falantes do português brasileiro 
ainda é insuficiente para acabar com a hegemonia do antigo 
colonizador.
PRÉ-VESTIBULAR PROENEM.COM.BR
18 GÊNERO TEXTUAL JORNALÍSTICO
5
INTERPRETAÇÃO
06. (ENEM)
O que a internet esconde de você
Para cada site que você pode visitar, existem pelo menos 400 
outros que não consegue acessar. Eles existem, estão lá, mas são 
invisíveis. Estão presos num buraco negro digital maior do que a 
própria internet. A cada vez que você interage com um amigo nas 
redes sociais, vários outros são ignorados e têm as mensagens 
enterradas num enorme cemitério on-line. E, quando você faz uma 
pesquisa no Google, não recebe os resultados de fato — e sim uma 
versão maquiada, previamente modificada de acordo com critérios 
secretos. Sim, tudo isso é verdade — e não é nenhuma grande 
conspiração. Acontece todos os dias sem que você perceba. Pegue 
seu chapéu de Indiana Jones e vamos explorar a web perdida.
GRAVATÁ, A. Superinteressante, nov. 2011 (fragmento).
Os gêneros do discurso jornalístico, geralmente a manchete, a 
notícia e a reportagem, exigem um repórter que não diz “eu”, nem 
mesmo que se refira ao leitor do texto explicitamente. No trecho 
lido, ao contrário, é recorrente o emprego de “você”, o qual
a) remete a um sujeito “eu” que se prende ao próprio dizer, 
fortalecendo a subjetividade.
b) explicita uma construção metalinguística que se volta para o 
próprio dizer.
c) deixa claro o leitor esperado para o texto, aquele que visita 
redes sociais e sites de busca no dia a dia.
d) estabelece conexão entre o fatual e o opinativo, o que 
descaracteriza o texto como reportagem.
e) revela a intenção de tornar a leitura mais fácil, a partir de um 
texto em que se emprega vocabulário simples.
07. (ENEM)
Novas tecnologias
Atualmente, prevalece na mídia um discurso de exaltação das 
novas tecnologias, principalmente aquelas ligadas às atividades 
de telecomunicações. Expressões frequentes como “o futuro já 
chegou”, “maravilhas tecnológicas” e “conexão total com o mundo” 
“fetichizam” novos produtos, transformando-os em objetos do 
desejo, de consumo obrigatório. Por esse motivo carregamos hoje 
nos bolsos, bolsas e mochilas o “futuro” tão festejado.
Todavia, não podemos reduzir-nos a meras vítimas de um 
aparelho midiático perverso, ou de um aparelho capitalista 
controlador. Há perversão, certamente, e controle, sem sombra 
de dúvida. Entretanto, desenvolvemos uma relação simbiótica 
de dependência mútua com os veículos de comunicação, que se 
estreita a cada imagem compartilhada e a cada dossiê pessoal 
transformado em objeto público de entretenimento.
Não mais como aqueles acorrentados na caverna de Platão, 
somos livres para nos aprisionar, por espontânea vontade, a esta 
relação sadomasoquista com as estruturas midiáticas, na qual 
tanto controlamos quanto somos controlados.
SAMPAIO, A. S. “A microfísica do espetáculo”. Disponível em: http://
observatoriodaimprensa.com.br. Acesso em: 1 mar. 2013 (adaptado).
Ao escrever um artigo de opinião, o produtor precisa criar uma 
base de orientação linguística que permita alcançar os leitores e 
convencê-los com relação ao ponto de vista defendido. Diante disso, 
nesse texto, a escolha das formas verbais em destaque objetiva
a) criar relação de subordinação entre leitor e autor, já que ambos 
usam as novas tecnologias.
b) enfatizar a probabilidade de que toda população brasileira 
esteja aprisionada às novas tecnologias.
c) indicar, de forma clara, o ponto de vista de que hoje as pessoas 
são controladas pelas novas tecnologias.
d) tornar o leitor copartícipe do ponto de vista de que ele manipula 
as novas tecnologias e por elas é manipulado.
e) demonstrar ao leitor sua parcela de responsabilidade por deixar 
que as novas tecnologias controlem as pessoas.
08. (ENEM)
A última edição deste periódico apresenta mais uma vez 
tema relacionado ao tratamento dado ao lixo caseiro, aquele que 
produzimos no dia a dia. A informação agora passa pelo problema do 
material jogado na estrada vicinal que liga o município de Rio Claro 
ao distrito de Ajapi. Infelizmente, no local em questão, a reportagem 
encontrou mais uma forma errada de destinação do lixo: material 
atirado ao lado da pista como se isso fosse o ideal.
Muitos moradores, por exemplo, retiram o lixo de suas residências e, 
em vez de um destino correto, procuram dispensá-lo em outras regiões. 
Uma situação no mínimo incômoda. Se você sai de casa para jogar o 
lixo em outra localidade, por que não o fazer no local ideal? É muita falta 
de educação achar que aquilo que não é correto para sua região possa 
ser para outra. A reciclagem do lixo doméstico é um passo inteligente e 
de consciência. Olha o exemplo que passamos aos mais jovens! Quem 
aprende errado coloca em prática o errado. Um perigo!
Disponível em: http://jornaldacidade.uol.com.br. Acesso em: 10 ago. 2012 (adaptado).
Esse editorial faz uma leitura diferenciada de uma notícia veiculada 
no jornal. Tal diferença traz à tona uma das funções sociais desse 
gênero textual, que é
a) apresentar fatos que tenham sido noticiados pelo próprio 
veículo.
b) chamar a atenção do leitor para temas raramente abordados 
no jornal.
c) provocar a indignação dos cidadãos por força dos argumentos 
apresentados.
d) interpretar criticamente fatos noticiados e considerados 
relevantes para a opinião pública.
e) trabalhar uma informação previamente apresentada com base 
no ponto de vista do autor da notícia.
09. (ENEM) 
O texto introduz uma reportagem a respeito do futuro da 
televisão, destacando que as tecnologias a ela incorporadas serão 
responsáveis por 
a) estimular a substituição dos antigos aparelhos de TV.
b) contemplar os desejos individuais com recursos de ponta.
c) transformar a televisão no principal meio de acesso às redes 
sociais.
d) renovar técnicas de apresentação de programas e de captação 
de imagens.
e) minimizar a importância dessa ferramenta como meio de 
comunicação de massa.
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INTERPRETAÇÃO 18 GÊNERO TEXTUAL JORNALÍSTICO
10. (ENEM)
Giocondas gêmeas
A existência de uma segunda pintura da Mona Lisa – a 
Gioconda, de Leonardo da Vinci – foi confirmada pelo Museu do 
Prado, em Madri, em fevereiro. O quadro era conhecido desde o 
século XVIII, mas tido como uma reprodução tardia do original. 
Um trabalho de restauração revelou que seu fundo de cor negra na 
verdade recobria a reprodução de uma típica paisagem da Toscana, 
como a pintada por Da Vinci. Radiografias mostraram que a tela é 
irmã gêmea do original, provavelmente pintada por discípulos do 
mestre, sob supervisão de Da Vinci, no seu ateliê de Florença, entre 
1503 e 1506. Os dois quadros serão, agora, expostos no Louvre. 
Há, entretanto, diferenças: a florentina Lisa Gherardini (Mona 
Lisa), aparentemente na meia-idade, parece mais moça na nova 
tela. O manto sobre o ombro esquerdo do quadro original surge 
como um véu transparente, e o decote aparece com mais nitidez. 
A descoberta reforça a tese de estudiosos, como o inglês Martin 
Kemp, de que assistentes de Da Vinci ajudaram na composição de 
telas importantes do mestre.
Revista Planeta, ano 40, ed. 474, mar. 2012.
Para cumprir sua função social, o gênero notícia precisa divulgar 
informações novas. No texto Giocondas gêmeas, além de ser 
confirmada a existência de uma tela gêmea de Mona Lisa e de 
serem destacadas as diferenças entre elas, o valor informativo do 
texto está centrado na 
a) afirmação de que Gioconda genuína estava na fase da meia-
idade.
b) revelação da identidade da mulher pintada por Da Vinci, a 
florentina Lisa Gherardini.
c) consideração de que as produções artísticas de Da Vinci datam 
do período renascentista.
d)descrição do fato de que a tela original mostra um manto sobre 
o ombro esquerdo da personagem.
e) confirmação da hipótese de que Da Vinci teve assistentes que 
o auxiliaram em algumas de suas obras.
11. (ENEM)
Árvore da Língua
Ao longo dos três andares, uma instalação de 16 metros de 
altura mostra palavras com mais de 6 mil anos, projetadas em 
folhas da Árvore da Língua. Ela faz os significados dançarem para 
falar da evolução do indoeuropeu ao latim e, dele, ao português. 
Criada pelo designer Rafic Farah, a escultura é pontuada por um 
mantra de Arnaldo Antunes, com os termos “língua” e “palavra” 
cantados em vários idiomas.
SCARDOVELI, E. Revista Língua Portuguesa. Ano II, n° 6. São Paulo: Segmento, 2006.
O texto apresentado pertence ao domínio jornalístico. Sua finalidade 
e sua composição estrutural caracterizam-no como
a) quadro informativo, pois apresenta dados sobre um objeto.
b) notícia, já que leva informação atual a um público específico.
c) reportagem, porque enfoca um assunto de forma abrangente.
d) legenda, porque descreve elementos e retoma uma informação.
e) entrevista, pois apresenta uma opinião sobre o local inaugurado.
12. (ENEM)
Anfíbio com formato de cobra é descoberto no Rio Madeira (RO)
Animal raro foi encontrado por biólogos em canteiro de obras de usina.
Exemplares estão no Museu Emilio Goeldi, no Pará O trabalho 
de um grupo de biólogos no canteiro de obras da Usina Hidrelétrica 
Santo Antônio, no Rio Madeira, em Porto Velho, resultou na 
descoberta de um anfíbio de formato parecido com uma cobra. 
Atretochoanaeiselti é o nome científico do animal raro descoberto 
em Rondônia. Até então, só havia registro do anfíbio no Museu de 
História Natural de Viena e na Universidade de Brasília. Nenhum 
deles tem a descrição exata de localidade, apenas “América do Sul”. 
A descoberta ocorreu em dezembro do ano passado, mas apenas 
agora foi divulgada.
XIMENES, M. Disponível em: http://g1.globo.com. Acesso em: 1 ago. 2012.
A notícia é um gênero textual em que predomina a função referencial 
da linguagem. No texto, essa predominância evidencia-se pelo(a)
a) recorrência de verbos no presente para convencer o leitor.
b) uso da impessoalidade para assegurar a objetividade da 
informação.
c) questionamento do código linguístico na construção da notícia.
d) utilização de expressões úteis que mantêm aberto o canal de 
comunicação com o leitor.
e) emprego dos sinais de pontuação para expressar as emoções 
do autor.
13. (ENEM) Deficientes visuais já podem ir a algumas salas de 
cinema e teatros para curtir, em maior intensidade, as atrações 
em cartaz. Quem ajuda na tarefa é o aplicativo Whatscine, recém-
chegado ao Brasil e disponível para os sistemas operacionais 
iOS (Apple) ou Android (Google). Ao ser conectado à rede wi-fi de 
cinemas e teatros, o app sincroniza um áudio que descreve o que 
ocorre na tela ou no palco com o espetáculo em andamento: o 
usuário, então, pode ouvir a narração em seu celular.
O programa foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade 
Carlos III, em Madri. “Na Espanha, 200 salas de cinema já oferecem 
o recurso e filmes de grandes estúdios já são exibidos com o 
recurso do Whatscine!”, diz o brasileiro Luis Mauch, que trouxe a 
tecnologia para o país. “No Brasil, já fechamos parceria com a São 
Paulo Companhia de Dança para adaptar os espetáculos deles! 
Isso já é um avanço. Concorda?”
Disponível em: http://veja.abril.com.br. Acesso em 25 jun. 2014 (adaptado).
Por ser múltipla e apresentar peculiaridades de acordo com a 
intenção do emissor, a linguagem apresenta funções diferentes. 
Nesse fragmento, predomina a função referencial da linguagem, 
porque há a presença de elementos que 
a) buscam convencer o leitor, incitando o uso do aplicativo.
b) definem o aplicativo, revelando o ponto de vista da autora.
c) evidenciam a subjetividade, explorando a entonação emotiva.
d) expõem dados sobre o aplicativo, usando linguagem denotativa. 
e) objetivam manter um diálogo com o leitor, recorrendo a uma 
indagação.
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18 GÊNERO TEXTUAL JORNALÍSTICO
7
INTERPRETAÇÃO
14. (ENEM)
Mais big do que bang
A comunidade científica mundial recebeu, na semana passada, 
a confirmação oficial de uma descoberta sobre a qual se falava com 
enorme expectativa há alguns meses. Pesquisadores do Centro de 
Astrofísica Harvard-Smithsonian revelaram ter obtido a mais forte 
evidência até agora de que o universo em que vivemos começou 
mesmo pelo Big Bang, mas este não foi explosão, e sim uma súbita 
expansão de matéria e energia infinitas concentradas em um ponto 
microscópico que, sem muitas opções semânticas, os cientistas 
chamam de “singularidade”. Essa semente cósmica permanecia 
em estado latente e, sem que exista ainda uma explicação definitiva, 
começou a inchar rapidamente [...]. No intervalo de um piscar de 
olhos, por exemplo, seria possível, portanto, que ocorressem mais 
de 10 trilhões de Big Bangs.
ALLEGRETTI. F. Veja. 26 mar. 2014 (adaptado).
No título proposto para esse texto de divulgação científica, ao 
dissociar os elementos da expressão Big Bang, a autora revela a 
intenção de 
a) a evidenciar a descoberta recente que comprova a explosão de 
matéria e energia.
b) resumir os resultados de uma pesquisa que trouxe evidências 
para a teoria do Big Bang.
c) sintetizar a ideia de que a teoria da expansão de matéria e 
energia substitui a teoria da explosão.
d) ï destacar a experiência que confirma uma investigação 
anterior sobre a teoria de matéria e energia.
e) condensar a conclusão de que a explosão de matéria e energia 
ocorre em um ponto microscópico.
15. (ENEM)
Farejador de Plágio: uma ferramenta contra a cópia ilegal
No mundo acadêmico ou nos veículos de comunicação, 
as cópias ilegais podem surgir de diversas maneiras, sendo 
integrais, parciais ou paráfrases. Para ajudar a combater esse 
crime, o professor Maximiliano Zambonatto Pezzin, engenheiro de 
computação, desenvolveu junto com os seus alunos o programa 
Farejador de Plágio.
O programa é capaz de detectar: trechos contínuos e 
fragmentados, frases soltas, partes de textos reorganizadas, frases 
reescritas, mudanças na ordem dos períodos e erros fonéticos e 
sintáticos.
Mas como o programa realmente funciona? Considerando 
o texto como uma sequência de palavras, a ferramenta analisa 
e busca trecho por trecho nos sites de busca, assim como um 
professor desconfiado de um aluno faria. A diferença é que o 
programa permite que se pesquise em vários buscadores, gerando 
assim muito mais resultados.
Disponível em: http://reporterunesp.jor.br. Acesso em: 19 mar. 2018.
Segundo o texto, a ferramenta Farejador de Plágio alcança seu 
objetivo por meio da 
a) seleção de cópias integrais.
b) busca em sites especializados.
c) simulação da atividade docente.
d) comparação de padrões estruturais.
e) identificação de sequência de fonemas.
16. (ENEM) 
No tradicional concurso de miss, as candidatas apresentaram 
dados de feminicídio, abuso sexual e estupro no país.
No lugar das medidas de altura, peso, busto, cintura e quadril, 
dados da violência contra as mulheres no Peru. Foi assim que as 23 
candidatas ao Miss Peru 2017 protestaram contra os altos índices 
de feminicídio e abuso sexual no país no tradicional desfile em 
trajes de banho.
O tom político, porém, marcou a atração desde o começo: 
logo no início, quando as peruanas se apresentaram, uma a uma, 
denunciaram os abusos morais e físicos, a exploração sexual, o 
assédio, entre outros crimes contra as mulheres.
Disponível em: www.cartacapital.com.br. Acesso em: 29 nov. 2017.
Quanto à materialização da linguagem, a apresentação de dados 
relativos à violência contra a mulher 
a) configura uma discussão sobre os altos índices de abuso físico 
contra as peruanas.
b) propõe um novo formato no enredo dos concursos de beleza 
feminina.
c) condena o rigor estético exigido pelos concursos tradicionais.
d) recupera informações sensacionalistas a respeito desse tema.
e) subverte a função social dafala das candidatas a miss.
17. (ENEM)
O projeto DataViva consiste na oferta de dados oficiais sobre 
exportações, atividades econômicas, localidades e ocupações 
profissionais de todo o Brasil. Num primeiro momento, o DataViva 
construiu uma ferramenta que permitia a análise da economia 
mineira embasada por essa perspectiva metodológica complexa 
e diversa. No entanto, diante das possibilidades oferecidas pelas 
bases de dados trabalhadas, a plataforma evoluiu para um sistema 
mais completo. De maneira interativa e didática, o usuário é guiado 
por meio das diversas formas de navegação dos aplicativos. Além 
de informações sobre os produtos exportados, bem como acerca 
do volume das exportações em cada um dos estados e municípios 
do País, em poucos cliques, o interessado pode conhecer melhor o 
perfil da população, o tipo de atividade desenvolvida, as ocupações 
formais e a média salarial por categoria.
MANTOVANI. C. A. Guardião de informações. 
Minas faz Ciência. n. 58. jun.-jul.-ago. 2014 (adaptado).
Entre as novas possibilidades promovidas pelo desenvolvimento 
de novas tecnologias, o texto destaca a 
a) auditoria das ações de governo.
b) publicidade das entidades públicas.
c) obtenção de informações estratégicas.
d) disponibilidade de ambientes coletivos.
e) comunicação entre órgãos administrativos.
18. (ENEM)
“O computador, dando prioridade à busca pela própria felicidade, 
parou de trabalhar para os humanos”. E assim que termina o conto 
O dia em que um computador escreveu um conto, escrito por uma 
inteligência artificial com a ajuda de cientistas humanos.
Os cientistas selecionaram palavras e frases que seriam 
usadas na narrativa, e definiram um roteiro geral da história, 
que serviria como guia para a inteligência artificial. A partir daí, 
o computador criou o texto combinando as frases e seguindo 
as diretrizes que os cientistas impuseram. Os juízes não sabem 
quais textos são escritos por humanos e quais são feitos por 
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INTERPRETAÇÃO 18 GÊNERO TEXTUAL JORNALÍSTICO
computadores, o que mostra que o conto estava bem escrito. O dia 
só não passou para as próximas etapas porque, de acordo com os 
juízes, os personagens não foram muito bem descritos, embora o 
texto estivesse estruturalmente impecável.
A ideia dos cientistas é continuar desenvolvendo a criatividade 
da IA para que ela se pareça cada vez mais com a humana. Simular 
esse tipo de resposta é difícil, porque o computador precisa ter, 
primeiro, um banco de dados vasto vinculado a uma programação 
específica para cada tipo de projeto – escrita, pintura, música, 
desenho e por aí vai.
DANGELO, H. Disponível em: https: /isuper.abril.com.br. Acesso em: 5 dez. 2018.
O êxito e as limitações da tecnologia utilizada na composição do 
conto evidencia a 
a) indistinção entre personagens produzidos por máquinas e 
seres humanos.
b) necessidade de reformulação da base de dados elaborada por 
cientistas.
c) autonomia de programas computacionais no desenvolvimento 
ficcional.
d) diferença entre a estrutura e a criatividade da linguagem 
humana.
e) qualidade artística de textos produzidos por computadores.
19. (ENEM) 
Romanos usavam redes sociais há dois mil anos, diz livro
Ao tuitar ou comentar em baixo do post de um de seus vários 
amigos no Facebook, você provavelmente se sente privilegiado 
por viver em um tempo na história em que é possível alcançar 
de forma imediata uma vasta rede de contatos por meio de um 
simples clique no botão “enviar”. Você talvez também reflita sobre 
como as gerações passadas puderam viver sem mídias sociais, 
desprovidas da capacidade de verem e serem vistas, de receber, 
gerar e interagir com uma imensa carga de informações. Mas o que 
você talvez não saiba é que os seres humanos usam ferramentas 
de interação social há mais de dois mil anos. É o que afirma Tom 
Standage, autor do livro Writing on the Wall – Social Media, The first 
2.000 Years (Escrevendo no mural – mídias sociais, os primeiros 2 
mil anos, em tradução livre).
Segundo Standage, Marco Túlio Cícero, filósofo e político 
romano, teria sido, junto com outros membros da elite romana, 
precursor do uso de redes sociais. O autor relata como Cícero 
usava um escravo, que posteriormente tornou-se seu escriba, 
para redigir mensagens em rolos de papiro que eram enviados 
a uma espécie de rede de contatos. Estas pessoas, por sua vez, 
copiavam seu texto, acrescentavam seus próprios comentários e 
repassavam adiante. “Hoje temos computadores e banda larga, 
mas os romanos tinham escravos e escribas que transmitiam 
suas mensagens”, disse Stand age à BBC Brasil. “Membros da elite 
romana escreviam entre si constantemente, comentando sobre as 
últimas movimentações políticas e expressando opiniões”.
Além do papiro, outra plataforma comumente utilizada pelos 
romanos era uma tábua de cera do tamanho e da forma de um tablet 
moderno, em que escreviam recados, perguntas ou transmitiam os 
principais pontos da acta diurna, um “jornal” exposto diariamente 
no Fórum de Roma. Essa tábua, o “iPad da Roma Antiga”, era levada 
por um mensageiro até o destinatário, que respondia embaixo da 
mensagem.
NIDECKER, F. Disponível em: www.bbc.co.uk. Acesso em: 7 nov. 2013 (adaptado}.
Na reportagem, há uma comparação entre tecnologias de 
comunicação antigas e atuais. Quanto ao gênero mensagem, 
identifica-se como característica que perdura ao longo dos tempos 
o(a) 
a) imediatismo das respostas.
b) compartilhamento de informações.
c) interferência direta de outros no texto original.
d) recorrência de seu uso entre membros da elite.
e) perfil social dos envolvidos na troca comunicativa.
20. (ENEM)
TEXTO I
A língua ticuna é o idioma mais falado entre os indígenas 
brasileiros. De acordo com o pesquisador Aryon Rodri gues, há 
40 mil índios que falam o idioma. A maioria mora ao longo do Rio 
Solimões, no Alto Amazonas. É a maior nação indígena do Brasil, 
sendo também encontrada no Peru e na Colômbia. Os ticunas falam 
uma língua considerada isolada, que não mantém semelhança 
com nenhuma outra língua indígena e apresenta complexidades 
em sua fonologia e sintaxe. Sua característica principal é o uso de 
diferentes alturas na voz.
O uso intensivo da língua não chega a ser ameaçado pela 
proximidade de cidades ou mesmo pela convivência com falantes 
de outras línguas no interior da própria área ticuna: nas aldeias, 
esses outros falantes são minoritários e acabam por se submeter 
à realidade ticuna, razão pela qual, talvez, não representem uma 
ameaça linguística.
Língua Portuguesa, n. 52, fev. 2010 (adaptado).
TEXTO II
Riqueza da língua
“O inglês está destinado a ser uma língua mundial em sentido 
mais amplo do que o latim foi na era passada e o francês é na 
presente", dizia o presidente americano John Adams no século XVIII. 
A profecia se cumpriu: o inglês é hoje a língua franca da globalização. 
No extremo oposto da economia linguística mundial, estão as 
línguas de pequenas comunidades declinantes. Calcula-se que hoje 
se falem de 6.000 a 7.000 línguas no mundo todo. Quase metade 
delas deve desaparecer nos próximos 100 anos. A última edição do 
Ethnologue – o mais abrangente estudo sobre as línguas mundiais 
–, de 2005, listava 516 línguas em risco de extinção.
Veja, n. 36, set. 2007 (adaptado).
Os textos tratam de línguas de culturas completamente diferentes, 
cujas realidades se aproximam em função do(a) 
a) semelhança no modo de expansão.
b) preferência de uso na modalidade falada.
c) modo de organização das regras sintéticas.
d) predomínio em relação às outras línguas de contato.
e) fato de motivarem o desaparecimento de línguas minoritárias.
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INTERPRETAÇÃO
05. APROFUNDAMENTO
EXERCÍCIOS DE
01. (UNESP) Leia o trecho inicial do artigo “Artifícios da inteligência”, 
do físico brasileiro Marcelo Gleiser (1959- ), para responder à(s) 
questão(ões).
Considere a seguinte situação: você acorda atrasado para 
o trabalho e, na pressa, esqueceo celular em casa. Só quando 
engavetado no tráfego ou amassado no metrô você se dá conta. E 
agora é tarde para voltar. Olhando em volta, você vê pessoas com 
celular em punho conversando, mandando mensagens, navegando 
na internet. Aos poucos, você vai sendo possuído por uma sensação 
de perda, de desconexão. Sem o seu celular, você não é mais você.
A junção do humano com a máquina é conhecida como 
“transumanismo”. Tema de vários livros e filmes de ficção científica, 
hoje é um tópico essencial na pesquisa de muitos cientistas e 
filósofos. A questão que nos interessa aqui é até que ponto essa 
junção pode ocorrer e o que isso significa para o futuro da nossa 
espécie.
Será que, ao inventarmos tecnologias que nos permitam 
ampliar nossas capacidades físicas e mentais, ou mesmo 
máquinas pensantes, estaremos decretando nosso próprio fim? 
Será esse nosso destino evolucionário, criar uma nova espécie 
além do humano?
É bom começar distinguindo tecnologias transumanas 
daquelas que são apenas corretivas, como óculos ou aparelhos 
para surdez. Tecnologias corretivas não têm como função ampliar 
nossa capacidade cognitiva: só regularizam alguma deficiência 
existente.
A diferença ocorre quando uma tecnologia não apenas corrige 
uma deficiência como leva seu portador a um novo patamar, além 
da capacidade normal da espécie humana. Por exemplo, braços 
robóticos que permitem que uma pessoa levante 300 quilos, ou 
óculos com lentes que dotam o usuário de visão no infravermelho. 
No caso de atletas com deficiência física, a questão se torna bem 
interessante: a partir de que ponto uma prótese como uma perna 
artificial de fibra de carbono cria condições além da capacidade 
humana? Nesse caso, será que é justo que esses atletas compitam 
com humanos sem próteses?
Poderia parecer que esse tipo de hibridização entre tecnologia e 
biologia é coisa de um futuro distante. Ledo engano. Como no caso 
do celular, está acontecendo agora. Estamos redefinindo a espécie 
humana através da interação – na maior parte ainda externa – com 
tecnologias que ampliam nossa capacidade.
Sem nossos aparelhos digitais – celulares, tabletes, laptops – 
já não somos os mesmos. Criamos personalidades virtuais, ativas 
apenas na internet, outros eus que interagem em redes sociais com 
selfies arranjados para impressionar; criações remotas, onipresentes. 
Cientistas e engenheiros usam computadores para ampliar sua 
habilidade cerebral, enfrentando problemas que, há apenas algumas 
décadas, eram considerados impossíveis. Como resultado, a cada 
dia surgem questões que antes nem podíamos contemplar.
(Folha de S.Paulo, 01.02.2015. Adaptado.) 
a) De acordo com o físico, nós já podemos ser considerados 
transumanos? Justifique sua resposta.
b) Dêiticos: expressões linguísticas cuja interpretação depende 
da pessoa, do lugar e do momento em que são enunciadas. 
Por exemplo: “eu” designa a pessoa que fala “eu”.
(Ernani Terra. Leitura do texto literário, 2014.)
Cite dois dêiticos empregados nos dois primeiros parágrafos do 
texto. 
02. (FUVEST) Examine a seguinte matéria jornalística: 
Sem-teto usa topo de pontos de ônibus em SP como cama
Às 9h desta segunda (17), ninguém dormia no ponto de 
ônibus da rua Augusta com a Caio Prado. Ninguém a não ser João 
Paulo Silva, 42, que chegava à oitava hora de sono em cima da 
parada de coletivos. 
“Eu sempre durmo em cima desses pontos novos. É gostoso. O 
teto tem um vidro e uma tela embaixo, então não dá medo de que 
quebre. É só colocar um cobertor embaixo, pra ficar menos duro, e 
ninguém te incomoda”, disse Silva depois de acordar e descer da 
estrutura. No dia, entretanto, ele estava sem a coberta, “por causa 
do calor de matar”. 
Por não ter trabalho em local fixo (“Cato lata, ajudo numa 
empresa de carreto. Faço o que dá”), ele varia o local de pouso. “Às 
vezes é aqui no centro, já dormi em Pinheiros e até em Santana. 
Mas é sempre nos pontos, porque eu não vou dormir na rua”. 
www1.folha.uol.com.br, 19/03/2014. Adaptado. 
a) Qual é o efeito de sentido produzido pela associação dos 
elementos visuais e verbais presentes na imagem acima? 
Explique. 
b) O vocábulo “pra”, presente nas declarações atribuídas a João 
Paulo Silva, é próprio da língua falada corrente e informal. 
Cite mais dois exemplos de elementos linguísticos com essa 
mesma característica, também presentes nessas declarações. 
03. (UNICAMP) Reproduzimos abaixo a chamada de capa e a 
notícia publicadas em um jornal brasileiro que apresenta um estilo 
mais informal.
Governo quer fazer a galera pendurar a chuteira mais tarde
Duro de parar Como a vovozada vive até mais tarde, a intenção, 
agora, é criar regra para aumentar a idade mínima exigida para a 
aposentadoria; objetivo é impedir que o INSS quebre de vez.
Descanso mais longe
O brasileiro tá vivendo cada vez mais – o que é bom. Só que 
quanto mais ele vive, mais a situação do INSS se complica, e mais 
o governo trata de dificultar a aposentadoria do pessoal pelo teto (o 
valor integral que a pessoa teria direito de receber quando pendura 
as chuteiras) – o que não é tão bom.
A última novidade que já tá em discussão lá em Brasília é botar 
pra funcionar a regra 85/95, que diz que só se aposenta ganhando 
o teto quem somar 85 anos entre idade e tempo de contribuição (se 
for mulher) e 95 anos (se for homem).
Ou seja, uma mulher de 60 anos só levaria a grana toda se 
tivesse trampado registrada por 25 anos (60 + 25 = 85) e um homem 
da mesma idade, se tivesse contribuído por 35 (60 + 35 = 95).
Quem quiser se aposentar antes, pode – só que vai receber 
menos do que teria direito com a conta fechada.
(notícia JÁ, Campinas, 30/06/2012, p.1 e 12.)
PRÉ-VESTIBULARPROENEM.COM.BR10
INTERPRETAÇÃO 18 GÊNERO TEXTUAL JORNALÍSTICO
a) Retire dos textos duas marcas que caracterizariam a 
informalidade pretendida pela publicação, explicitando de que 
tipo elas são (sintáticas, morfológicas, fonológicas ou lexicais, 
isto é, de vocabulário).
b) Pode-se afirmar que certas expressões empregadas no texto, 
como “tá” e “botar”, se diferenciam de outras, como “galera” 
e “grana”, quanto ao modo como funcionam na sociedade 
brasileira. Explique que diferença é essa. 
04. (UFPR) O gráfico a seguir apresenta os resultados da 4ª edição 
da pesquisa nacional Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo 
Ibope e encomendada pelo Instituto Pró-Livro. O país possui, 
atualmente, 104,7 milhões de leitores (56% da população), o que 
representa um crescimento de 6 pontos percentuais em relação 
à última apuração, feita em 2011. Foram ouvidas, ao todo, 5.012 
pessoas em todas as regiões do Brasil, com uma população de 5 
anos ou mais.
Escreva um texto, em que você apresente a um leitor as informações 
do enunciado e do infográfico, explicitando as correlações possíveis 
entre os dados. 
05. (UFPR) Considere o seguinte texto: 
Um inadiável acerto de contas com a Mãe Terra
A encíclica do Papa Francisco sobre “O cuidado da Casa 
Comum” (Laudato Si) está sendo vista como a encíclica “verde”, 
semelhantemente como quando dizemos economia “verde”. Eis 
aqui um grande equívoco. Ela não quer ser apenas “verde”, mas 
também propor a ecologia “integral”. 
Na verdade, o Papa deu um salto teórico da maior relevância 
ao ir além do ambientalismo verde e pensar a ecologia numa 
perspectiva holística, que inclui o ambiental, o social, o político, o 
educacional, o cotidiano e o espiritual. Ele se coloca no coração do 
novo paradigma, segundo o qual cada ser possui valor intrínseco, 
mas está sempre em relação com tudo, formando uma imensa 
rede, como aliás o diz exemplarmente a Carta da Terra. 
Em outras palavras, trata-se de superar o paradigma da 
modernidade. Este coloca o ser humano fora da natureza e acima 
dela, como “seu mestre e dono” (Descartes), imaginando que ela 
não possui nenhum outro sentido senão quando posta a serviço do 
ser humano, que pode explorá-la a seu bel-prazer. Esse paradigma 
subjaz à tecnociência, que tantos benefícios nos trouxe, mas que 
simultaneamentegestou a atual crise ecológica, pela sistemática 
pilhagem de seus bens naturais. 
E o fez com tal voracidade que ultrapassou os principais limites 
intransponíveis (a sobrecarga da Terra). Uma vez transpostos, 
colocam em risco as bases físico-químico-energéticas que 
sustentam a vida (clima, água, solos e biodiversidade, entre 
outros). É hora de se fazer um ajuste de contas com a Mãe Terra: 
ou redefinimos uma nova relação mais cooperativa para com ela, 
e assim garantimos a nossa sobrevivência, ou conheceremos um 
colapso planetário. 
O Papa inteligentemente se deu conta dessa possibilidade. Daí 
que sua encíclica se dirige a toda a humanidade e não apenas aos 
cristãos. Tem como propósito fundamental cobrar um novo estilo 
de vida e uma verdadeira “conversão ecológica”. Esta implica um 
novo modo de produção e de consumo, respeitando os ritmos e 
os limites da natureza também em consideração das futuras 
gerações às quais igualmente pertence a Terra. Isso está implícito 
no novo paradigma ecológico. 
Como temos a ver com um problema global que afeta 
indistintamente a todos, todos são convocados a dar a sua 
contribuição: cada país, cada instituição, cada saber, cada pessoa 
e, no caso, cada religião. 
Assevera claramente que “devemos buscar no nosso rico 
patrimônio espiritual as motivações que alimentam a paixão pelo 
cuidado da criação” (Carta do Papa Francisco de 6/08/2015). 
Observe-se a expressão “paixão pelo cuidado da criação”. Não se 
trata de uma reflexão ou algum empenho meramente racional, mas 
de algo mais radical, “uma paixão”. Invoca-se aqui a razão sensível 
e emocional. É ela e não simplesmente a razão que nos fará tomar 
decisões, nos impulsionará a agir com paixão e de modo inovador, 
consoante a urgência da atual crise ecológica mundial. 
O Papa tem consciência de que o cristianismo (e a Igreja) não 
está isento de culpa por termos chegado a esta situação dramática. 
Durante séculos pregou-se um Deus sem o mundo, o que propiciou 
o surgimento de um mundo sem Deus. Não entrava em nenhuma 
catequese o mandato divino, claramente assinalado no segundo 
capítulo do Genesis, de “cultivar e cuidar o jardim do Éden”. Pelo 
contrário, o conhecido historiador norte-americano Lynn White Jr., 
ainda em 1967, acusou o judeu-cristianismo, com sua doutrina 
do domínio do ser humano sobre a criação, como o fator principal 
da crise ecológica. Exagerou, como a crítica tem mostrado. Mas, 
de todo modo, suscitou a questão do estreito vínculo entre a 
interpretação comum sobre o senhorio do ser humano sobre todas 
as coisas e a devastação da Terra, o que reforçou o projeto de 
dominação dos modernos sobre a natureza. 
O Papa opera em sua encíclica uma vigorosa crítica ao 
antropocentrismo dessa interpretação. Entretanto, na carta de 
instauração do dia de oração, com humildade suplica a Deus 
“misericórdia pelos pecados cometidos contra o mundo em 
que vivemos”. Volta a referir-se a São Francisco, com seu amor 
cósmico e respeito pela criação, o verdadeiro antecipador daquilo 
que devemos viver nos dias atuais. 
(BOFF, Leonardo. Em <http://www.jb.com.br/leonardo-boff/noticias/2015/09/06/um-
inadiavel-acerto-de-contas-com-a-mae-terra/>. Acesso em 14 set 2015. Adaptado.) 
 – Elabore um resumo desse texto, de 09 a 12 linhas, 
respeitando as características do gênero textual. 
 – Apresente a tese do autor e os argumentos que ele 
utiliza para justificá-la. 
 – Escreva com suas próprias palavras, sem copiar 
trechos do texto.
PRÉ-VESTIBULAR PROENEM.COM.BR
18 GÊNERO TEXTUAL JORNALÍSTICO
11
INTERPRETAÇÃO
GABARITO
 EXERCÍCIOS PROPOSTOS
01. B
02. B
03. E
04. D
05. A
06. C
07. D
08. D
09. B
10. E
11. A
12. B
13. D
14. C
15. D
16. E
17. C
18. D
19. B
20. D
 EXERCÍCIOS DE APROFUNDAMENTO
01.
a. Sim, segundo o autor, os recursos tecnológicos mais sofisticados e especializados 
já estão presentes no nosso cotidiano como celulares, tabletes e laptops.
b. Se a definição de dêitico se aplica a elementos linguísticos que fazem referência 
ao momento da enunciação, ao contexto situacional, ao próprio discurso ou aos 
atores do discurso. todas as ocorrências do pronome “você” no primeiro parágrafo 
e “nos” e “seu”, no segundo, constituem exemplos de dêiticos.
02.
a) Estamos diante de uma contradição e, por conseguinte, de uma ironia. Diante 
desta imagem, nossos olhos sentem um estranhamento imediato fruto do 
contraste produzido pela palavra escrita em letras garrafais e tomando boa parte 
do anúncio: CONFORTO. Em cima, com custo, percebemos a existência de um 
homem deitado. Abaixo do homem um anúncio imenso. O efeito de sentido é 
produzido pelo contraste gerador da ironia presente entre a palavra CONFORTO e 
um homem dormindo ao relento, em um lugar que não foi feito para isso. A posição 
toda torta do homem enquanto dorme colide com a segurança e a beleza escritas 
também no anúncio, outro contraste que levará à ironia.
 Refletido pelo vidro, no canto à esquerda, há um outro homem, que também 
parece maltrapilho, e que parece estar se penteando e utilizando o vidro do ponto 
de ônibus para sua toalete, o que também remete à beleza expressa na mensagem 
escrita do anúncio. Uma ironia produzida pela própria realidade.
b) (...) ninguém te incomoda (...) O pronome te usado com o sentido de você ou do 
oblíquo o faz parte do coloquial brasileiro.
 (...) por causa do calor de matar (...) expressão hiperbólica usada informalmente. 
03. 
a) O texto apresenta várias marcas que caracterizam a informalidade pretendida 
pela publicação, relativamente à estrutura das frases (sintáticas), aos fragmentos 
mínimos capazes de expressar  significado (morfológicas), aos recursos que 
exploram o sistema sonoro  (fonológicas) e aos lexicais, relacionados com as 
unidades significativas, como nos seguintes casos:
 Sintáticas: “Quem quiser se aposentar antes, pode”, ao invés de quem quiser, pode 
aposentar-se antes. 
 Morfológicas: “vovozada”, pelo acréscimo do sufixo –ada ao termo vovó.
 Fonológicas: “tá” e “pra”, em vez de está e para. 
 Lexicais: “galera”, “pendurar a chuteira”, “duro”, “botar pra funcionar”, “grana” e 
“trampado” com valor semântico de grupo de pessoas, encerrar atividades, difícil, 
colocar em prática, dinheiro e trabalhado, respectivamente.
b) Enquanto as expressões “tá” e “botar” configuram marcas de oralidade presentes 
nos mais diversos contextos, “galera” e “grana” são gírias, fenômeno de linguagem 
que se origina de um grupo social restrito e alcança, pelo uso, outros grupos, 
tornando-se de uso corrente. 
04. O enunciado apresentado traz informações confirmadas pelo infográfico: o número 
de leitores no Brasil aumentou entre 2011 e 2015. Essa afirmação é verdadeira para todas 
as regiões do país, excetuando o Nordeste, que manteve os mesmo 51% como índice de 
leitores.
No Norte, o crescimento foi de 6% (de 47% para 53%), no Centro-Oeste de 4% (de 53% para 
57%), no Sul de 7% (de 43% para 50%) e no Sudeste tivemos o maior crescimento, com 
11% (de 50% para 61%).
Assim, não houve sequer uma área em que esse crescimento foi negativo. No entanto, 
é preciso considerar que o infográfico acaba cobrindo eventuais exceções, uma vez que 
parte o país apenas em 5 regiões, tornando as particularidades menos visíveis. Ou seja, 
apesar de no Sudeste encontrarmos um crescimento geral de 11% no número de leitores, 
é possível que existam cidades em que esse crescimento não ocorreu. De qualquer forma, 
no geral, o Brasil parece estar apresentando um crescente no índice de leitores.
Isso pode ser relacionado ao grau de desenvolvimento do país. De 2011 a 2015 houve 
um desenvolvimento, que envolveu a educação, por exemplo. A taxa de analfabetismo 
diminuiu, o que também representa um fator favorável para a formação de mais leitores. 
05. O candidato deverá ler e resumir o texto que compõe a questão, apresentando a tese 
do autor e os argumentos utilizados. Pede-se para manter o gênero textual, ou seja, texto 
informativo, com linguagem apropriada aos padrõesda norma culta. O candidato terá 
de escrever com suas próprias palavras sem copiar nenhuma parte do texto. Trata-se 
da discussão da encíclica papal, descrita pelo teólogo Leonardo Boff, que pede para que 
todos os homens e mulheres tenham mais respeito pela natureza para que a vida possa 
continuar seu curso na Terra. Para isso, o Papa critica o consumismo exagerado e pede 
que todas as pessoas usem a paixão ao criador para refletir sobre as formas de reverter 
esse processo gradual de destruição. Caberá ao candidato captar as ideias principais do 
texto e quais os argumentos utilizados pelo teólogo para defendê-los. 
ANOTAÇÕES
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INTERPRETAÇÃO 18 GÊNERO TEXTUAL JORNALÍSTICO
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