Buscar

Tipos de Texto: Injuntivo, Preditivo e Dialogal

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

INTERPRETAÇÃO
PRÉ-VESTIBULAR 1PROENEM.COM.BR
TIPOLOGIA TEXTUAL II: 
TEXTO INJUNTIVO, PREDITIVO E DIALOGAL21
TEXTO INJUNTIVO
O gênero injuntivo, também conhecido como instrucional, tem 
a função de explicar e expor métodos, maneiras e instruções a 
fim de demonstrar como uma ação deve ser realizada. De forma 
direta, é o tipo de texto que enuncia o procedimento para executar 
um determinado ato. É um gênero textual que embasa receitas de 
cozinha, bulas de medicamentos, manuais de instruções, editais de 
concursos e, até mesmo, algumas publicidades.
Por não ser um gênero argumentativo, não busca o 
convencimento do leitor, mas tão somente instruí-lo de forma 
detalhada sobre a realização de um procedimento, transmitindo-
lhe informações precisas e comandos para a efetivação do ato.
Dessa forma, é um gênero que apresenta a necessidade de 
um interlocutor ao qual o discurso se dirige e tem como principal 
objetivo a realização de alguma ação por parte dele, modificando de 
alguma maneira o seu comportamento, na medida em que fornece 
instruções e indicações para a execução de uma tarefa ou mesmo 
a recomendação sobre a forma de uso de um determinado objeto.
Alguns estudiosos enxergam no gênero injuntivo uma divisão, 
separando da categoria os textos chamados “prescritivos”. Enquanto 
o texto injuntivo forneceria instruções sem buscar evidenciar 
uma imposição ao leitor – tornando-se mera instrução, como em 
manuais ou receitas –, o texto prescritivo estabelece uma atitude 
coercitiva, proibindo comportamentos ou indicando a única maneira 
de realizar algo, a qual deve submeter-se o interlocutor – como seria 
o caso de editais de concursos, regulamentos e leis em geral.
A linguagem utilizada no gênero é normalmente simples, clara, 
direta e objetiva. É característica, por conta da necessidade de um 
interlocutor, a existência de verbos no imperativo, indicando as 
ações que devem ser realizadas por meio de “ordens” para sua 
realização. É comum que esse tipo texto também se utilize de 
descrições sobre objetos, ou ações, de modo a informar o leitor 
com precisão para que ele possa realizar as ações indicadas.
TEXTO PREDITIVO
O texto preditivo prediz, ou seja, diz antes. De fato, o entendimento 
do termo é a exata compreensão de seu contexto. O gênero preditivo 
é aquele cujo discuro serve para indicar uma previsão, dar uma 
informação sobre o futuro, de forma a antecipar os eventos que, 
segundo o enunciador, deverão ocorrer.
É um gênero que abarca textos como previsões do tempo, 
horóscopo, profecias e mesmo alguns provérbios. Como 
principal característica, apresenta seus verbos no futuro do 
presente e, por vezes, o presente do indicativo. É comum o 
uso de expressões com valor de futuro, além da existência de 
interlocução.
Na atualidade, reconhece-se o texto preditivo ligado às novas 
tecnologias. Pode-se afirmar sua presença como resultado de 
algoritmos de sites de busca ou mesmo dos próprios aplicativos 
de celulares. Nesses casos, há a criação de uma espécie de 
banco de dados de termos mais procurados ou palavras mais 
digitadas pelos usuários e, durante o preenchimento das 
primeiras letras de um termo, o aplicativo ou site “prediz”, em 
forma de sugestão, um termo ou expressão que corresponderia 
à busca realizada.
TEXTO DIALOGAL
O texto dialogal é baseado na construção de um diálogo e, 
portanto, necessita de, no mínimo, dois interlocutores, criando uma 
espécie de texto “cogerido”, construído à base da integração de 
turnos entre esses interlocutores.
Evidentemente, cada sentença de um enunciador relaciona-se 
com aquilo que seu interlocutor enunciou e vice-versa, fazendo, 
assim, com que a trama do texto estabeleça-se por meio do 
diálogo que vai sendo construído, uma vez que esses interlocutores 
concordam, discordam, concluem, generalizam, particularizam, 
justificam, exemplificam etc.
É um gênero que se percebe em diversos textos, como as 
entrevistas jornalísticas, os debates, as reuniões de trabalho, 
conversas telefônicas, bate-papos em aplicativos e sites de 
mensagens diretas etc.
PROTREINO
EXERCÍCIOS
01. Defina o texto dialogal.
02. Indique as características do texto injuntivo.
03. Explique a diferença entre o texto argumentativo e o texto injuntivo.
04. Defina o texto preditivo.
05. Indique a diferença entre o texto injuntivo e o texto prescritivo.
PROPOSTOS
EXERCÍCIOS
01. (ENEM)
O Chat e sua linguagem virtual
 O significado da palavra chat vem do inglês e quer dizer 
“conversa”. Essa conversa acontece em tempo real, e, para isso, 
é necessário que duas ou mais pessoas estejam conectadas ao 
mesmo tempo, o que chamamos de comunicação síncrona. São 
muitos os sites que oferecem a opção de bate-papo na internet, 
basta escolher a sala que deseja “entrar”, identificar-se e iniciar 
a conversa. Geralmente, as salas são divididas por assuntos, 
como educação, cinema, esporte, música, sexo, entre outros. Para 
entrar, é necessário escolher um nick, uma espécie de apelido 
que identificará o participante durante a conversa. Algumas salas 
restringem a idade, mas não existe nenhum controle para verificar 
se a idade informada é realmente a idade de quem está acessando, 
facilitando que crianças e adolescentes acessem salas com 
conteúdos inadequados para sua faixa etária.
AMARAL, S. F. Internet: novos valores e novos comportamentos. In: SILVA, E. T. (Coord.). 
A leitura nos oceanos da internet. São Paulo: Cortez, 2003. (adaptado).
PRÉ-VESTIBULARPROENEM.COM.BR2
INTERPRETAÇÃO 21 TIPOLOGIA TEXTUAL II: TEXTO INJUNTIVO, PREDITIVO E DIALOGAL
Segundo o texto, o chat proporciona a ocorrência de diálogos 
instantâneos com linguagem específica, uma vez que nesses 
ambientes interativos faz-se uso de protocolos diferenciados 
de interação. O chat, nessa perspectiva, cria uma nova forma de 
comunicação porque 
a) possibilita que ocorra dialogo sem a exposição da identidade 
real dos indivíduos, que podem recorrer a apelidos fictícios sem 
comprometer o fluxo da comunicação em tempo real.
b) disponibiliza salas de bate-papo sobre diferentes assuntos 
com pessoas prelecionadas por meio de um sistema de busca 
monitorado e atualizado por autoridades no assunto.
c) seleciona previamente conteúdos adequados a faixa etária 
dos usuários que serão distribuídos nas faixas de idade 
organizadas pelo site que disponibiliza a ferramenta.
d) garante à gravação das conversas, o que possibilita que um 
diálogo permaneça aberto, independente da disposição de 
cada participante.
e) limita a quantidade de participantes conectados nas salas 
de bate-papo, a fim de garantir a qualidade e eficiência dos 
diálogos, evitando mal-entendidos.
02. (ENEM)
Informações ao paciente — Nimesulida
Ação esperada do medicamento: Nimesulida possui 
propriedades anti-inflamatórias, analgésicas e antipiréticas.
Cuidados de armazenamento: Nimesulida gotas deve ser 
conservado em temperatura ambiente (entre 15 e 30 °C), protegido 
da luz.
Gravidez e lactação: Informe a seu médico a ocorrência de 
gravidez durante o tratamento ou após o seu término. Informe ao 
médico se está amamentando.
O uso de Nimesulida não é recomendado para gestantes e 
mulheres em fase de amamentação.
Cuidados de administração: Siga a orientação do seu 
médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração 
do tratamento. Caso os sintomas não melhorem em 5 dias, entre 
em contato com o seu médico. Recomenda-se utilizar Nimesulida 
depois das refeições. Agite antes de usar.
TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE 
DAS CRIANÇAS.
Disponível em: www.bulas.med.br. Acesso em: 3 ago. 2012 (fragmento).
O fragmento de bula apresenta informações ao paciente sobre 
as propriedades do medicamento e sobre o modo adequado 
de administrá-lo. Pela leitura desse texto, o paciente obtém a 
informação de que o medicamento deve ser 
a) mantido dentro da geladeira, preferencialmente.
b) ingerido num intervalo de seis em seis horas.
c) administrado em horários específicos.
d) tomado por pelo menos uma semana.
e) utilizadosomente por adultos.
03. (ENEM)
Anúncios publicitários geralmente fazem uso de elementos verbais 
e não verbais. Nessa peça publicitária, a imagem, que simula um 
manual, e o texto verbal, que faz uso de uma variedade de língua 
específica, combinados, pretendem 
a) fazer a gradação de comportamentos e de atitudes em termos 
da gravidade de efeitos da bebida alcoólica.
b) aconselhar o leitor da peça publicitária a não “pegar” a 
namorada do amigo para o “bicho não pegar”.
c) promover a mudança de comportamento dos jovens em 
relação ao consumo do álcool e à direção.
d) demonstrar que a viagem de ônibus ou de táxi é mais segura, 
independentemente do consumo de álcool.
e) incentivar a prática da carona em carros de motoristas do sexo 
feminino.
04. (ENEM)
Senhora
– Mãe, noooossa! Esse seu cabelo novo ficou lindo! Parece que 
você é, tipo, mais jovem!
– Jura, minha filha? Obrigada!
– Mas aí você vira de frente e aí a gente vê que, tipo, não é, né?
– Coisa linda da mamãe!
Esse diálogo é real. Claro que achei graça, mas o fato de 
envelhecer já não é mais segredo para ninguém.
Um belo dia, a vendedora da loja te pergunta: “A senhora quer 
pagar como?” Senhora? Como assim?
Eu sempre fui a Marcinha! Agora eu sou a dona Márcia! Sim, o 
porteiro, o motorista de táxi, o jornaleiro, o garçom, o mundo inteiro 
resolveu ter um respeito comigo que eu não pedi!
CABRITA, M. Disponível em: www.istoe.com.br. Acesso em: 11 ago. 2012 (fragmento).
PRÉ-VESTIBULAR PROENEM.COM.BR
21 TIPOLOGIA TEXTUAL II: TEXTO INJUNTIVO, PREDITIVO E DIALOGAL
3
INTERPRETAÇÃO
A exploração de registros linguísticos é importante estratégia para o 
estabelecimento do efeito de sentido pretendido em determinados 
textos. No texto, o recurso a diferentes registros indica 
a) mudança na representação social do locutor.
b) reflexão sobre a identidade profissional da mãe.
c) referência ao tradicionalismo linguístico da autora do texto.
d) elogio às situações vivenciadas pela personagem mãe.
e) compreensão do processo de envelhecimento como algo 
prazeroso.
05. (ENEM) 
Receitas de vida por um mundo mais doce
Pé de moleque
Ingredientes
2 filhos que não param quietos
3 sobrinhos da mesma espécie
1 cachorro que adora uma farra
1 fim de semana ao ar livre
Preparo
Junte tudo com os ingredientes do Açúcar Naturale, mexa bem 
e deixe descansar. Não as crianças, que não vai adiantar. Sirva 
imediatamente, porque pé de moleque não para. Quer essa e outras 
receitas completas?
Entre no site cianaturale.com.br.
Onde tem doce, tem Naturale.
Revista Saúde, n. 351, jun. 2012 (adaptado).
O texto é resultante do hibridismo de dois gêneros textuais. A 
respeito desse hibridismo, observa-se que a 
a) receita mistura-se ao gênero propaganda com a finalidade de 
instruir o leitor.
b) receita é utilizada no gênero propaganda a fim de divulgar 
exemplos de vida.
c) propaganda assume a forma do gênero receita para divulgar 
um produto alimentício.
d) propaganda perde poder de persuasão ao assumir a forma do 
gênero receita.
e) receita está a serviço do gênero propaganda ao solicitar que o 
leitor faça o doce.
06. (ENEM) 
De domingo
– Outrossim...
– O quê?
– O que o quê?
– O que você disse.
– Outrossim?
– É.
– O que é que tem?
– Nada. Só achei engraçado.
– Não vejo a graça.
– Você vai concordar que não é uma palavra de todos os dias.
– Ah, não é. Aliás, eu só uso domingo.
– Se bem que parece mais uma palavra de segunda-feira.
– Não. Palavra de segunda-feira é “óbice”.
– “Ônus”.
– “Ônus” também. “Desiderato”. “Resquício”.
– “Resquício” é de domingo.
– Não, não. Segunda. No máximo terça.
– Mas “outrossim”, francamente...
– Qual o problema?
– Retira o “outrossim”.
– Não retiro. É uma ótima palavra. Aliás é uma palavra difícil de 
usar. Não é qualquer um que usa “outrossim”.
VERISSIMO, L. F. Comédias da vida privada. Porto Alegre: L&PM, 1996 (fragmento).
No texto, há uma discussão sobre o uso de algumas palavras da 
língua portuguesa. Esse uso promove o(a) 
a) marcação temporal, evidenciada pela presença de palavras 
indicativas dos dias da semana.
b) tom humorístico, ocasionado pela ocorrência de palavras 
empregadas em contextos formais.
c) caracterização da identidade linguística dos interlocutores, 
percebida pela recorrência de palavras regionais.
d) distanciamento entre os interlocutores, provocado pelo 
emprego de palavras com significados pouco conhecidos.
e) inadequação vocabular, demonstrada pela seleção de palavras 
desconhecidas por parte de um dos interlocutores do diálogo. 
07. (ENEM)
Parestesia não, formigamento
Trinta e três regras que mudam a redação de bulas no Brasil
Com o Projeto Bulas, de 2004, voltado para a tradução do 
jargão farmacêutico para a língua portuguesa – aquela falada em 
todo o Brasil – e a regulamentação do uso de medicamentos no 
país, cinco anos depois, o Brasil começou a sair das trevas. 
O grupo comandado por uma doutora em Linguística da UFRJ 
sugeriu à Anvisa mudar tudo. Elaborou, também, "A redação de 
bulas para o paciente: um guia com os princípios de redação clara, 
concisa e acessível para o leitor de bulas", disponível em versão 
adaptada no site da Anvisa. Diferentemente do que acontece com 
outros gêneros, na bula não há espaço para inovações de estilo. "O 
uso de fórmulas repetitivas é bem-vindo, dá força institucional ao 
texto", explica a doutora. "A bula não pode abrir possibilidades de 
interpretações ao seu leitor". 
Se obedecidas, as 33 regras do guia são de serventia genérica 
– quem lida com qualquer tipo de escrita pode se beneficiar de 
seus ensinamentos. A regra 12, por exemplo, manda abolir a 
linguagem técnica, fonte de possível constrangimento para quem 
não a compreende, e recomenda: "Não irrite o leitor." A regra 14 
prega um tom cordial, educado e, sobretudo, conciso: "Não faça o 
leitor perder tempo".
Disponível em: revistapiaui.estadao.com br. Acesso em: 24 jul. 2012 (adaptado). 
As bulas de remédio têm caráter instrucional e complementam as 
orientações médicas. No contexto de mudanças apresentado, a 
principal característica que marca sua nova linguagem é o(a) 
a) possibilidade de inclusão de neologismo.
b) refinamento da linguagem farmacêutica.
c) adequação ao leitor não especializado.
d) detalhamento de informações.
e) informalidade do registro.
PRÉ-VESTIBULARPROENEM.COM.BR4
INTERPRETAÇÃO 21 TIPOLOGIA TEXTUAL II: TEXTO INJUNTIVO, PREDITIVO E DIALOGAL
08. (ENEM) 
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a 
pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela 
entre doze e dezoito anos de idade. [...]
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos 
fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da 
proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por 
lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim 
de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual 
e social, em condições de liberdade e de dignidade.
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em 
geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a 
efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, 
à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, 
à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e 
comunitária. [...]
BRASIL. Lei n. 8069, de 13 de julho de 1990. “Estatuto da criança e do adolescente”. 
Disponível em: www.planalto.gov.br (fragmento).
Para cumprir sua função social, o Estatuto da criança e do 
adolescente apresenta características próprias desse gênero 
quanto ao uso da língua e quanto à composição textual. Entre 
essas características, destaca-se o emprego de 
a) repetição vocabular para facilitar o entendimento.
b) palavras e construções que evitem ambiguidade.
c) expressões informais para apresentar os direitos.
d) frases na ordem direta para apresentar as informações mais 
relevantes.
e) exemplificações que auxiliem a compreensão dos conceitos 
formulados.
09. (ENEM) 
E-mail no ambiente de trabalhoT. C., consultor e palestrante de assuntos ligados ao mercado 
de trabalho, alerta que a objetividade, a organização da mensagem, 
sua coerência e ortografia são pontos de atenção fundamentais 
para uma comunicação virtual eficaz. 
E, para evitar que erros e falta de atenção resultem em saias 
justas e situações constrangedoras, confira cinco dicas para usar 
o e-mail com bom senso e organização: 
1. Responda às mensagens imediatamente após recebê-las. 
2. Programe sua assinatura automática em todas as 
respostas e encaminhamentos. 
3. Ao final do dia, exclua as mensagens sem importância e 
arquive as demais em pastas previamente definidas. 
4. Utilize o recurso de “confirmação de leitura” somente 
quando necessário. 
5. Evite mensagens do tipo “corrente”. 
Disponível em: http://noticias.uol.com.br. Acesso em: 30 jul. 2012 (fragmento). 
O texto apresenta algumas sugestões para o leitor. Esse caráter 
instrucional é atribuído, principalmente, pelo emprego 
a) do modo verbal imperativo, como em “responda” e “programe”.
b) das marcas de qualificação do especialista, como “consultor” 
e “palestrante”.
c) de termos específicos do discurso no mundo virtual.
d) de argumentos favoráveis à comunicação eficaz.
e) da palavra “dica” no desenvolvimento do texto.
10. (ENEM) 
Entrevista – Tony Bellotto
A língua é rock
Guitarrista do Titãs e escritor completa dez anos à frente de 
programa televisivo em que discute a língua portuguesa por meio 
da música
O que o atraiu na proposta de Afinando a Língua?
No começo, em 1999, a ideia era fazer um programa que 
falasse de língua portuguesa usando a música como atrativo, 
principalmente, para os jovens. Com o passar do tempo, ele foi se 
transformando num programa sobre a linguagem usada em letras 
de música, no jornalismo, na literatura de ficção e na poesia. Como 
não sou um cara de TV, trago a experiência de escritor e músico, 
e sempre participo de forma mais ativa do que como um mero 
apresentador. Estou nas reuniões de pauta e faço sugestões nos 
roteiros. Mas o conteúdo é feito pelo pessoal do Futura.
Quais as vantagens e desvantagens do ensino da língua por 
meio das letras de música?
Não sou pedagogo ou educador, então só vejo vantagens, 
porque as letras de música usam uma linguagem que é a do dia a 
dia, principalmente, dos jovens. A música é algo que lhes dá prazer 
e, didaticamente, pode fazer as vezes de algo que o aluno tem a 
noção de ser entediante – estudo da língua, sentar e abrir um livro. 
Ao ouvir uma música, os exemplos surgem. É a grande vantagem e 
sempre foi a ideia do programa.
Disponível em: http://revistalingua.uol.com.br. Acesso em: 8 ago. 2012 (fragmento).
Os gêneros textuais são definidos por meio de sua estrutura, 
função e contexto de uso. Tomando por base a estrutura dessa 
entrevista, observa-se que 
a) a organização em turnos de fala reproduz o diálogo que ocorre 
entre os interlocutores.
b) o tema e o suporte onde foi publicada justificam a ausência de 
traços da linguagem informal.
c) a ausência de referências sobre o entrevistado é uma estratégia 
para induzir à leitura do texto na íntegra.
d) o uso do destaque gráfico é um recurso de edição para ressaltar 
a importância do tema para o entrevistador.
e) o entrevistado é um especialista em abordagens educacionais 
alternativas para o ensino da língua portuguesa.
11. (ENEM) E se a água potável acabar? O que aconteceria se a 
água potável do mundo acabasse?
As teorias mais pessimistas dizem que a água potável deve 
acabar logo, em 2050. Nesse ano, ninguém mais tomará banho 
todo dia. Chuveiro com água, só duas vezes por semana. Se alguém 
exceder 55 litros de consumo (metade do que a ONU recomenda), 
seu abastecimento será interrompido. Nos mercados, não haveria 
carne, pois, se não há água para você, imagine para o gado. 
Gastam-se 43 mil litros de água para produzir 1 kg de carne. Mas 
não é só ela que faltará. A Região Centro-Oeste do Brasil, maior 
produtor de grãos da América Latina em 2012, não conseguiria 
manter a produção. Afinal, no país, a agricultura e a agropecuária 
são, hoje, as maiores consumidoras de água, com mais de 70% do 
uso. Faltariam arroz, feijão, soja, milho e outros grãos.
Disponível em: http://super.abril.com.br. Acesso em: 30 jul. 2012.
A língua portuguesa dispõe de vários recursos para indicar a atitude 
do falante em relação ao conteúdo de seu enunciado. No início do 
texto, o verbo “dever” contribui para expressar 
a) uma constatação sobre como as pessoas administram os 
recursos hídricos.
b) a habilidade das comunidades em lidar com problemas 
ambientais contemporâneos.
PRÉ-VESTIBULAR PROENEM.COM.BR
21 TIPOLOGIA TEXTUAL II: TEXTO INJUNTIVO, PREDITIVO E DIALOGAL
5
INTERPRETAÇÃO
c) a capacidade humana de substituir recursos naturais 
renováveis.
d) uma previsão trágica a respeito das fontes de água potável.
e) uma situação ficcional com base na realidade ambiental 
brasileira.
12. (ENEM)
Fogo frio
O Poeta
A névoa que sobe
dos campos, das grotas, do fundo dos vales,
é o hálito quente da terra friorenta.
O Lavrador
Engana-se, amigo.
Aquilo é fumaça que sai da geada.
O Poeta
Fumaça, que eu saiba,
somente de chama e brasa é que sai!
O Lavrador
E, acaso, a geada não é
fogo branco caído do céu,
tostando tudinho, crestando tudinho, queimando tudinho,
sem pena, sem dó?
FORNARI, E. Trem da serra. Porto Alegre: Acadêmica, 1987.
Neste diálogo poético, encena-se um embate de ideias entre o 
Poeta e o Lavrador, em que 
a) a vitória simbólica é dada ao discurso do lavrador e tem como 
efeito a renovação de uma linguagem poética cristalizada.
b) as duas visões têm a mesma importância e são equivalentes 
como experiência de vida e a capacidade de expressão.
c) o autor despreza a sabedoria popular e traça uma caricatura do 
discurso do lavrador, simplório e repetitivo.
d) as imagens contraditórias de frio e fogo referidas à geada 
compõem um paradoxo que o poema não é capaz de organizar.
e) o discurso do lavrador faz uma personificação da natureza para 
explicar o fenômeno climático observado pelos personagens.
13. (ENEM)
14 coisas que você não deve jogar na privada
Nem no ralo. Elas poluem rios, lagos e mares, o que contamina 
o ambiente e os animais. Também deixa mais difícil obter a água 
que nós mesmos usaremos. Alguns produtos podem causar 
entupimentos:
- cotonete e fio dental;
- medicamento e preservativo;
- óleo de cozinha;
- ponta de cigarro;
- poeira de varrição de casa;
- fio de cabelo e pelo de animais;
- tinta que não seja à base de água;
- querosene, gasolina, solvente, tíner. 
Jogue esses produtos no lixo comum. Alguns deles, como óleo 
de cozinha, medicamento e tinta, podem ser levados a pontos de 
coleta especiais, que darão a destinação final adequada.
MORGADO, M.; EMASA. Manual de etiqueta. 
Planeta Sustentável, jul.-ago. 2013 (adaptado). 
O texto tem objetivo educativo. Nesse sentido, além do foco no 
interlocutor, que caracteriza a função conativa da linguagem, 
predomina também nele a função referencial, que busca 
a) despertar no leitor sentimentos de amor pela natureza, 
induzindo-o a ter atitudes responsáveis que beneficiarão a 
sustentabilidade do planeta.
b) informar o leitor sobre as consequências da destinação 
inadequada do lixo, orientando-o sobre como fazer o correto 
descarte de alguns dejetos.
c) transmitir uma mensagem de caráter subjetivo, mostrando 
exemplos de atitudes sustentáveis do autor do texto em 
relação ao planeta.
d) estabelecer uma comunicação com o leitor, procurando 
certificar-se de que a mensagem sobre ações de 
sustentabilidade está sendo compreendida.
e) explorar o uso da linguagem, conceituando detalhadamente os 
termos utilizados de forma a proporcionar melhor compreensão 
do texto.
14. (ENEM)
Receita
Tome-se um poeta não cansado,
Uma nuvem de sonho e uma flor,
Três gotas de tristeza, um tom dourado,
Uma veia sangrando de pavor.
Quando a massa já ferve e se retorce
Deita-se a luz dum corpo de mulher,
Duma pitada de morte se reforce,
Que um amor depoeta assim requer.
SARAMAGO, J. Os poemas possíveis. 
Alfragide: Caminho, 1997.
Os gêneros textuais caracterizam-se por serem relativamente 
estáveis e podem reconfigurar-se em função do propósito 
comunicativo. Esse texto constitui uma mescla de gêneros, pois 
a) introduz procedimentos prescritivos na composição do poema.
b) explicita as etapas essenciais à preparação de uma receita.
c) explora elementos temáticos presentes em uma receita.
d) apresenta organização estrutural típica de um poema.
e) utiliza linguagem figurada na construção do poema.
15. (ENEM) 
O Instituto de Arte de Chicago disponibilizou para visualização on-
line, compartilhamento ou download (sob licença Creative Commons), 
44 mil imagens de obras de arte em altíssima resolução, além de 
livros, estudos e pesquisas sobre a história da arte.
Para o historiador da arte, Bendor Grosvenor, o sucesso das 
coleções on-line de acesso aberto, além de democratizar a arte, 
vem ajudando a formar um novo público museológico. Grosvenor 
acredita que quanto mais pessoas forem expostas à arte on-line, 
mais visitas pessoais acontecerão aos museus.
A coleção está disponível em seis categorias: paisagens 
urbanas, impressionismo, essenciais, arte africana, moda e 
animais. Também é possível pesquisar pelo nome da obra, estilo, 
autor ou período. Para navegar pela imagem em alta definição, 
basta clicar sobre ela e utilizar a ferramenta de zoom. Para fazer 
o download, disponível para obras de domínio público, é preciso 
utilizar a seta localizada do lado inferior direito da imagem.
Disponível em: www.revistabula.com. 
Acesso em: 5 dez. 2018 (adaptado).
A função da linguagem que predomina nesse texto se caracteriza 
por 
PRÉ-VESTIBULARPROENEM.COM.BR6
INTERPRETAÇÃO 21 TIPOLOGIA TEXTUAL II: TEXTO INJUNTIVO, PREDITIVO E DIALOGAL
a) evidenciar a subjetividade da reportagem com base na fala do 
historiador de arte.
b) convencer o leitor a fazer o acesso on-line, levando-o a 
conhecer as obras de arte.
c) informar sobre o acesso às imagens por meio da descrição do 
modo como acessá-las.
d) estabelecer interlocução com o leitor, orientando-o a fazer o 
download das obras de arte.
e) enaltecer a arte, buscando popularizá-la por meio da 
possibilidade de visualização on-line.
16. (ENEM) Menino de cidade – Papai, você deixa eu ter um 
cachorro no meu sítio? – Deixo. – E um porquinho-da-índia? E 
ariranha? E macaco e quatro cabritos? E duzentos e vinte pombas? 
E um boi? E vaca? E rinoceronte? – Rinoceronte não pode. – Tá 
bem, mas cavalo pode, não pode? O sítio é apenas um terreno no 
estado do Rio sem maiores perspectivas imediatas. Mas o garoto 
precisa acreditar no sítio como outras pessoas precisam acreditar 
no céu. O céu dele é exatamente o da festa folclórica, a bicharada 
toda e ele, que nasceu no Rio e vive nesta cidade sem animais.
CAMPOS, P. M. Balé do pato e outras crônicas. São Paulo: Ática, 1988.
Nessa crônica, a repetição de estruturas sintáticas, além de fazer 
o texto progredir, ainda contribui para a construção de seu sentido, 
a) demarcando o diálogo desenvolvido entre o pai e o menino 
criado na cidade.
b) opondo a cidade sem animais a um sítio habitado por várias 
espécies diferentes.
c) revelando a ansiedade do menino em relação aos bichos que 
poderia ter em seu sítio.
d) pondo em foco os animais como temática central da história 
narrada nessa prosa ficcional.
e) indicando a falta de ânimo do pai, sem maiores perspectivas 
futuras em relação ao terreno.
17. (ENEM)
Primeira lição
Os gêneros de poesia são: lírico, satírico, didático, épico, ligeiro.
O gênero lírico compreende o lirismo.
Lirismo é a tradução de um sentimento subjetivo, sincero e 
pessoal.
É a linguagem do coração, do amor.
O lirismo é assim denominado porque em outros tempos os 
versos sentimentais eram declamados ao som da lira.
O lirismo pode ser:
a) Elegíaco, quando trata de assuntos tristes, quase sempre a 
morte. 
b) Bucólico, quando versa sobre assuntos campestres.
c) Erótico, quando versa sobre o amor.
O lirismo elegíaco compreende a elegia, a nênia, a endecha, o 
epitáfio e o epicédio.
Elegia é uma poesia que trata de assuntos tristes.
Nênia é uma poesia em homenagem a uma pessoa morta.
Era declamada junto à fogueira onde o cadáver era incinerado.
Endecha é uma poesia que revela as dores do coração.
Epitáfio é um pequeno verso gravado em pedras tumulares.
Epicédio é uma poesia onde o poeta relata a vida de uma 
pessoa morta.
CESAR, A. C. Poética, São Paulo: Companhia das Letras, 2013.
No poema de Ana Cristina Cesar, a relação entre as definições 
apresentadas e o processo de construção do texto indica que o(a) 
a) caráter descritivo dos versos assinala uma concepção irônica 
de lirismo.
b) tom explicativo e contido constitui uma forma peculiar de 
expressão poética.
c) seleção e o recorte do tema revelam uma visão pessimista da 
criação artística.
d) enumeração de distintas manifestações líricas produz um 
efeito de impessoalidade.
e) referência a gêneros poéticos clássicos expressa a adesão do 
eu lírico às tradições literárias.
18. (ENEM)
Reclame
se o mundo não vai bem
a seus olhos, use lentes
... ou transforme o mundo.
ótica olho vivo
agradece a preferência.
CHACAL. Disponível em: www.escritas.org. Acesso em: 14 ago. 2014.
Os gêneros podem ser híbridos, mesclando características de 
diferentes composições textuais que circulam socialmente. Nesse 
poema, o autor preservou, do gênero publicitário, a seguinte 
característica: 
a) Extensão do texto.
b) Emprego da injunção.
c) Apresentação do título.
d) Disposição das palavras.
e) Pontuação dos períodos.
19. (ENEM) 
Blues da piedade
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde
Vamos pedir piedade Senhor, piedade
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem
CAZUZA. Cazuza: O poeta não morreu. 
Rio de Janeiro: Universal Music, 2000 (fragmento).
Todo gênero apresenta elementos constitutivos que condicionam 
seu uso em sociedade. À letra de canção identifica-se com o gênero 
ladainha, essencialmente, pela utilização da sequência textual 
a) expositiva, por discorrer sobre um dado tema.
b) narrativa, por apresentar uma cadeia de ações.
c) injuntiva, por chamar o interlocutor à participação.
d) descritiva, por enumerar características de um personagem.
e) argumentativa, por incitar o leitor a uma tomada de atitude.
PRÉ-VESTIBULAR PROENEM.COM.BR
21 TIPOLOGIA TEXTUAL II: TEXTO INJUNTIVO, PREDITIVO E DIALOGAL
7
INTERPRETAÇÃO
20. (ENEM)
Essa campanha se destaca pela maneira como utiliza a linguagem 
para conscientizar a sociedade da necessidade de se acabar com o 
bullying. Tal estratégia está centrada no(a) 
a) chamamento de diferentes atores sociais pelo uso recorrente 
de estruturas injuntivas.
b) variedade linguística caracterizadora do português europeu.
c) restrição a um grupo específico de vítimas ao apresentar 
marcas gráficas de identificação de gênero como “o(a)”.
d) combinação do significado de palavras escritas em línguas 
inglesa e portuguesa.
e) enunciado de cunho esperançoso “passe à história” no título 
do cartaz.
f) 05. APROFUNDAMENTO
EXERCÍCIOS DE
01. (UNICAMP) (...) Recordo-lhe que os revisores são gente sóbria, 
já viram muito de literatura e vida, O meu livro recordo-lhe eu, é de 
história, Assim realmente o designariam segundo a classificação 
tradicional dos géneros, porém, não sendo propósito meu apontar 
outras contradições, em minha discreta opinião, senhor doutor, 
tudo quanto não for vida, é literatura, A história também, A história 
sobretudo, sem querer ofender,
(José Saramago, História do Cerco de Lisboa. Rio de Janeiro: O Globo; 
São Paulo: Folha de São Paulo, 2003, p.12.)
(...) O que você quer dizer, por outras palavras, é que a literatura 
já existia antes de ter nascido, Sim senhor, como o homem, por 
outras palavras, antes de o ser já o era. Parece-me um ponto de 
vista bastante original, Não o creia, senhor doutor, o rei Salomão, 
que há muito tempo viveu, já então afirmava que não havia nada de 
novodebaixo da rosa do sol.
(Idem, p.13.)
(...) Então o senhor doutor acha que a história e a vida real, Acho, 
sim, Que a história foi vida, real, quero dizer, Não tenho a menor 
dúvida, Que seria de nós se não existisse o deleatur, suspirou o 
revisor.
(Idem, p.14.)
a) Nos excertos acima, revisor e autor discutem uma questão 
decisiva para a escrita do romance de José Saramago. 
Identifique essa questão, presente no diálogo entre as duas 
personagens, e explique sua importância para o conjunto da 
narrativa.
b) No terceiro excerto, o revisor utiliza a palavra deleatur. O que 
significa essa expressão e por que ela é tão importante para 
o revisor? 
02. (UFU) 
TONHO: Não é medo. É que posso evitar encrenca. Falo com 
o negrão e acerto os ponteiros. Poxa, se eu faço uma besteira 
qualquer, minha mãe é que sofre. Ela já chorou paca no dia que 
saí de casa. 
PACO: Vai me enganar que você tem casa? 
TONHO: Claro, como todo mundo. 
PACO: Então, que veio fazer aqui? Só encher o saco dos outros? 
Poxa, fica lá na sua casa. 
TONHO: Eu bem que queria ficar. Mas minha cidade não tem 
emprego. Quem quer ser alguma coisa na vida tem que sair de lá. 
Foi o que fiz. Quando acabei o exército, vim pra cá. Papai não pode 
me ajudar...
MARCOS, Pliìnio. Barrela, Dois perdidos numa noite suja, Navalha na carne, Abajur Lilaìs, 
Quero, uma reportagem maldita. SaÞo Paulo: Global, 2003. p. 80. 
O fragmento pertence a Dois perdidos numa noite suja, peça teatral 
de Plínio Marcos. 
Considerando-se o diálogo estabelecido entre as personagens, 
a) reescreva a primeira fala de Tonho, adequando-a a uma 
situação comunicativa mais formal. 
b) transponha a última fala de Tonho para o discurso indireto. 
03. (FUVEST) Leia o excerto de Mayombe, de Pepetela, no qual 
as personagens “dirigente” e Comandante Sem Medo discutem 
o comportamento do combatente chamado Mundo Novo. As 
indicações [d] e [C] identificam, respectivamente, as falas iniciais 
do “dirigente” e do Comandante Sem Medo, que se alternam, no 
diálogo.
[d] (...) A propósito do Mundo Novo: a que chamas tu ser 
dogmático?
[C] – Ser dogmático? Sabes tão bem como eu.
– Depende, as palavras são relativas. Sem Medo sorriu.
– Tens razão, as palavras são relativas. Ele é demasiado rígido 
na sua conceção da disciplina, não vê as condições existentes, quer 
aplicar o esquema tal qual o aprendeu. A isso eu chamo dogmático, 
penso que é a verdadeira aceção da palavra. A sua verdade é 
absoluta e toda feita, recusa-se a pô-la em dúvida, mesmo que 
fosse para a discutir e a reforçar em seguida, com os dados da 
prática. Como os católicos que recusam pôr em dúvida a existência 
de Deus, porque isso poderia perturbá-los.
– E tu, Sem Medo? As tuas ideias não são absolutas?
– Todo o homem tende para isso, sobretudo se teve uma 
educação religiosa. Muitas vezes tenho de fazer um esforço para 
evitar de engolir como verdade universal qualquer constatação 
particular.
Que relação se estabelece, no excerto, entre a forma dialogal e as 
ideias expressas pelo Comandante Sem Medo?
PRÉ-VESTIBULARPROENEM.COM.BR8
INTERPRETAÇÃO 21 TIPOLOGIA TEXTUAL II: TEXTO INJUNTIVO, PREDITIVO E DIALOGAL
04. (UEL) Leia o poema a seguir.
Romaria
Os romeiros sobem a ladeira 
cheia de espinhos, cheia de pedras,
sobem a ladeira que leva a Deus
e vão deixando culpas no caminho.
Os sinos tocam, chamam os romeiros: 
Vinde lavar os vossos pecados.
Já estamos puros, sino, obrigados,
mas trazemos flores, prendas e rezas.
No alto do morro chega a procissão.
Um leproso de opa empunha o estandarte.
As coxas das romeiras brincam no vento.
Os homens cantam, cantam sem parar.
Jesus no lenho expira magoado.
Faz tanto calor, há tanta algazarra.
Nos olhos do santo há sangue que escorre.
Ninguém não percebe, o dia é de festa
No adro da igreja há pinga, café,
imagens, fenômenos, baralhos, cigarros
e um sol imenso que lambuza de ouro 
o pó das feridas e o pó das muletas.
Meu Bom Jesus que tudo podeis,
humildemente te peço uma graça. 
Sarai-me, Senhor, e não desta lepra, 
do amor que eu tenho e que ninguém me tem.
Senhor, meu amo, dai-me dinheiro,
muito dinheiro para eu comprar
aquilo que é caro mas é gostoso
e na minha terra ninguém não possui.
Jesus meu Deus pregado na cruz, 
me dá coragem pra eu matar
um que me amola de dia e de noite 
e diz gracinhas a minha mulher.
Jesus Jesus piedade de mim.
Ladrão eu sou mas não sou ruim não.
Por que me perseguem não posso dizer.
Não quero ser preso, Jesus ó meu santo.
Os romeiros pedem com os olhos,
pedem com a boca, pedem com as mãos.
Jesus já cansado de tanto pedido
dorme sonhando com outra humanidade.
ANDRADE, C. D. Alguma poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. p. 76-77.)
Com base no poema, responda aos itens a seguir.
a) Ao se ler o poema, reconhecem-se diferenças entre as preces 
dos romeiros e a perspectiva do eu lírico. Explique essa 
diferença e caracterize as várias preces dos romeiros.
b) Na segunda estrofe, há um diálogo? Justifique sua resposta. 
05. (UEL) Leia o fragmento a seguir.
ZÉ: Foi então que comadre Miúda me lembrou: por que eu não 
ia no candomblé de Maria de Iansã?
PADRE: Candomblé?
ZÉ: Sim, é um candomblé que tem duas léguas adiante da minha 
roça. (Com a consciência de quem cometeu uma falha, mas não muito 
grave) Eu sei que seu vigário vai ralhar comigo. Eu também nunca fui 
muito de frequentar terreiro de candomblé. Mas o pobre Nicolau estava 
morrendo. Não custava tentar. Se não fizesse bem, mal não fazia. E 
eu fui. Contei pra Mãe de Santo o meu caso. Ela disse que era mesmo 
com Iansã, dona dos raios e das trovoadas. Iansã tinha ferido Nicolau... 
pra ela eu devia fazer uma obrigação, quer dizer: uma promessa. Mas 
tinha que ser uma promessa bem grande, porque Iansã, que tinha ferido 
Nicolau com um raio, não ia voltar atrás por qualquer bobagem. E eu 
me lembrei então que Iansã é Santa Bárbara e prometi que se Nicolau 
ficasse bom eu carregava uma cruz de madeira de minha roça até a 
igreja dela, no dia de sua festa, uma cruz tão pesada como a de Cristo.
GOMES, D. O Pagador de Promessas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010. p. 49-50.
Os diálogos da peça revelam uma riqueza cultural brasileira em 
termos linguísticos. Com base no fragmento apresentado e nos 
trechos a seguir, caracterize as personagens Zé e Padre em relação 
à linguagem utilizada por eles. Exemplifique.
PADRE: (Padre parece meditar profundamente sobre a questão) 
Mesmo assim, não lhe parece um tanto exagerada a promessa? E 
um tanto pretensiosa também?
[...]
ZÉ: Só estancou quando eu fui no curral, peguei um bocado de 
bosta de vaca e taquei em cima do ferimento.
GOMES, D. O Pagador de Promessas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010. p. 44-45.
GABARITO
 EXERCÍCIOS PROPOSTOS
01. A
02. C
03. C
04. A
05. C
06. B
07. C
08. B
09. A
10. A
11. D
12. A
13. B
14. A
15. C
16. C
17. B
18. B
19. C
20. A
 EXERCÍCIOS DE APROFUNDAMENTO
01. a) Em “História do cerco de Lisboa”, temos, na figura do escritor, personificada na 
personagem Raimundo, a preocupação em contrariar a leitura e a interpretação da história 
do país mostrada “pela via exclusiva da linguagem oficial”. No diálogo travado entre revisor 
e autor é abordada a questão decisiva para a elaboração do conjunto da narrativa: limites 
entre história e literatura, ou seja, a influência da subjetividade dos historiadores/escritores 
que, ao tratarem dos fatos e da memória, formam uma narrativa que carrega a sua 
interpretação, a sua hipótese do que teria acontecido. 
b) “Deleatur” (“delete-se”, “seja apagado”) é um sinal de revisão usado para indicar que 
a letra ou a palavra deve ser suprimida. No romance História do cerco de Lisboa, 
uma simples palavra pode alterar o resultado da narrativa, no caso, o termo “não” 
com que Raimundo contraria a versão oficial da conquista de Lisboa, realizada pelos 
cristãos sob comando de D. Afonso Henriques, para reescrever uma outra história, 
desta vez baseado, além de outros, nos relatos do mouro Mogueime. 
02. a) Expressões como "encrenca","negrão", "acerto os ponteiros", "poxa", "besteira" e 
"paca" representam marcas de linguagem informal que poderiam ser substituídas, para 
adequação a uma situação comunicativa mais formal, por confusão, homem, resolvo as 
questões, equívoco e muito, respectivamente. O texto final poderia apresentar a seguinte 
configuração: "Não é medo. É que posso evitar confusão. Falo com o homem e resolvo 
as questões pendentes. Francamente, se eu cometo um equívoco, minha mãe sofre. Ela 
chorou muito no dia em que saí de casa”.
b) No discurso indireto, a fala de Tonho apresentaria a seguinte redação: Tonho afirmou 
que bem que queria ficar. Mas a cidade dele não tinha emprego. Quem quisesse ser 
alguma coisa na vida tinha que sair de lá. Tinha sido isso que fizera (tinha feito). Depois 
que acabara o exército, tinha vindo para ali. Seu pai não pudera (tinha podido) ajudá-lo. 
03. A forma dialogal e as ideias expressas pelo Comandante Sem Medo convergem, 
uma vez que diálogo supõe troca (de ideias, opiniões, conceitos) e não imposição. Assim 
também é a fala do Comandante Sem Medo, que revela respeito à pluralidade: “para evitar 
de engolir como verdade universal qualquer constatação particular”.
04. a) O eu lírico assume a posição de observador na primeira parte do poema, descrevendo 
os romeiros de forma geral, enquanto caminham à igreja. Percebe-se certo tom crítico do 
eu lírico nos dois últimos versos da quarta estrofe e ao enumerar os elementos na quinta 
estrofe, incompatíveis com o local, a igreja. Da sexta à nona estrofe, os romeiros fazem 
suas preces e cada um está retratado individualmente: o leproso, cuja menção à lepra o 
caracteriza, pede amor; outro romeiro de poucas posses pede dinheiro; o terceiro, motivado 
pelo ciúme, quer coragem para cometer um assassinato, e o quarto, ladrão, pede para 
não ser preso. Em todas as preces, vê-se a quebra de expectativa do que se espera de um 
penitente – o arrependimento – e os pedidos que, de certo modo, provocam o humor. Ao 
final, o eu lírico novamente assume a posição de distanciamento descritivo e de crítica.
b) Sim, há diálogo. Embora não apareçam todas as marcas do diálogo, como o 
travessão do discurso direto, nota-se, com clareza, a distinção entre os sinos que 
chamam “Vinde lavar os vossos pecados.” e a resposta dos romeiros “Já estamos 
puros, sino, obrigados,”. A forma imperativa “vinde”, o vocativo “sino” e o termo 
“obrigados” são marcas desse diálogo. 
05. Zé apresenta uma linguagem popular, coloquial, informal. Sua fala é reproduzida na 
escrita. Homem da roça, sem estudo, de classe social sem prestígio, Zé é o homem da 
variante sem prestígio social e usa variantes linguísticas do tipo: “bocado de bosta”; “taquei”; 
“vai ralhar comigo”, linguagem que representa sua condição social. Já o padre apresenta 
uma linguagem formal, cerimoniosa, padrão. Homem da Igreja, com formação acadêmica, 
utiliza variantes de prestígio como “não lhe parece”; “exagerada promessa”; “pretensiosa”, 
com uso de língua padrão, dentro das normas sintáticas, por exemplo, adequação na 
concordância nominal e uso de pronome oblíquo.

Mais conteúdos dessa disciplina