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portugues-Aula01_AFA_2022

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ESTRATÉGIA MILITARES – GRAMÁTICA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 
 
 AULA 01 – TEORIA DO TEXTO 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gramática e interpretação de 
texto para AFA - 2022 
AULA 01 
Profª. Celina Gil 
05 DE OUTUBRO DE 2020 
Teoria da linguagem 
- Gêneros textuais; 
- Níveis de significação do texto (explícita e implícita // denotação e conotação); 
- Distinção entre variedades do português; Tipos de discurso (direto, indireto, indireto livre); e 
- Funções da linguagem. 
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ESTRATÉGIA MILITARES – GRAMÁTICA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 
 
 AULA 01 – TEORIA DO TEXTO 2 
Sumário 
APRESENTAÇÃO 3 
1 – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 3 
1.1 – O que é interpretar um texto? 3 
2 – Tipos Textuais 6 
3 – NÍVEIS DE SIGNIFICAÇÃO DO TEXTO 10 
3.1 – Significação Explícita X Implícita 11 
3.2 – Denotação X Conotação 13 
4 – VARIAÇÃO LINGUÍSTICA 15 
4.1 – Norma culta X Linguagem popular 16 
4.2 – Variação histórica 17 
4.3 – Variação regional 18 
4.4 – Variação situacional 19 
4.5 – Variação social 19 
5 – TIPOS DE DISCURSO 21 
5.1 – Discurso direto 21 
5.2 – Discurso Indireto 22 
5.3 – Discurso indireto livre 24 
6 – Funções da linguagem 26 
6.1 – Função Poética 26 
6.2 – Função emotiva 27 
6.3 - Função conativa 27 
6.4. Função metalinguística 28 
6.5. Função fática 28 
6.6 – Função Referencial 29 
7 – EXERCÍCIOS 30 
7.1 – Questões 30 
7.2 – Gabarito 50 
7.3 – Questões comentadas 51 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 76 
 
 
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ESTRATÉGIA MILITARES – GRAMÁTICA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 
 
 AULA 01 – TEORIA DO TEXTO 3 
Apresentação 
Caro aluno, 
Olá! 
 Nessa aula veremos alguns conceitos básicos para interpretar um texto. Nossa aula contempla os 
seguintes pontos: 
 
AULA 01 – Teoria da linguagem. 
 
 
 
 
 
- Gêneros textuais; 
- Níveis de significação do texto (explícita e 
implícita // denotação e conotação); 
- Distinção entre variedades do português; Tipos de 
discurso (direto, indireto, indireto livre); e 
- Funções da linguagem. 
 
Vamos lá? 
1 – Interpretação de texto 
Nesta aula vamos ver uma série de dados que são importantes para a boa interpretação de um 
texto. Saber identificar gêneros textuais, níveis de significação e outros elementos é o primeiro passo para 
entender um texto. 
1.1 – O que é interpretar um texto? 
Segundo Umberto Eco (2005), para interpretar um texto é preciso entender a intenção do texto, 
ou seja, o que aquele texto quer dizer. Embora um texto possa conter em si uma série de significados e 
possa ser entendido pelos leitores de maneiras diferentes, é preciso sempre estar atento àquilo que ele 
pretende passar em si. 
 
Aspectos textuais 
Quais são os aspectos textuais que podem ajudar a entender a intenção do texto? 
• Estilo da linguagem: mais formal ou mais coloquial; utilizando termos técnicos ou gírias populares. 
• Tipo do texto: narrativo, descritivo, dissertativo-argumentativo, expositivo ou injuntivo. 
• Pessoa em que é escrito: primeira, segunda ou terceira pessoa; singular ou plural. 
• Emissor a que se direciona: idade, gênero e etnia; escolarizado ou não; brasileiro ou estrangeiro. 
 
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ESTRATÉGIA MILITARES – GRAMÁTICA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 
 
 AULA 01 – TEORIA DO TEXTO 4 
 
 
É preciso tomar muito cuidado para não colocar no texto intenções que não estão lá. Por vezes, 
quando não concordamos com o conteúdo de algum texto, acabamos por conferir significados a ele 
que não estão lá. Outras vezes, estamos buscando argumentos para corroborar alguma ideia nossa e 
“torcemos” o texto para ficar a nosso favor. Isso é um erro grave! 
 
Interprete o texto, entenda qual a sua intenção e se for útil para aquele momento, o acesse. Se não 
for útil para você, não faça uso dele, pois uma interpretação errônea pode ser muito prejudicial! 
 
Aspectos extratextuais 
Alguns índices extratextuais podem fornecer pistas da intenção do texto: 
• Época em que foi escrito ou publicado; 
• Biografia do autor; 
• Meio em que foi publicado ou veiculado; 
• Contexto: outros textos ou fragmentos que o antecedam ou sejam posteriores a ele; 
• Referências a outras matérias, como história, geografia, filosofia, entre outras; 
• Imagens que acompanham o texto. 
 
Tipos de texto 
Um texto pode ser puramente verbal, visual ou conter elementos verbais e visuais. Vamos ver 
exemplos: 
Texto verbal: 
Soneto 005 
Luís de Camões 
 
Amor é um fogo que arde sem se ver, 
é ferida que dói, e não se sente; 
é um contentamento descontente, 
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é dor que desatina sem doer. 
 
É um não querer mais que bem querer; 
é um andar solitário entre a gente; 
é nunca contentar-se de contente; 
é um cuidar que ganha em se perder. 
 
É querer estar preso por vontade; 
é servir a quem vence, o vencedor; 
é ter com quem nos mata, lealdade. 
 
Mas como causar pode seu favor 
nos corações humanos amizade, 
se tão contrário a si é o mesmo Amor? 
 
Texto não-verbal: 
 
 
Figura 1 - A aeronave 14 Bis de Alberto Santos Dumont (13 set 1906). Fonte: Domínio público 
 
 
Texto verbal e visual 
 
 
Figura 2 - Mapa da vegetação natural do Brasil de 1977 – U.S. Agency of International Development. Fonte: 
Domínio Público 
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Há ainda o caso específico da canção, que por ser composta de letra e música, é um texto com 
elementos verbais e não verbais. Repare que principalmente com músicas muito conhecidas é muito difícil 
não ler o texto já no ritmo em que ele é cantado. 
ABRE ALAS 
Chiquinha Gonzaga 
 
Ó abre alas que eu quero passar 
Ó abre alas que eu quero passar 
Eu sou da Lira e não posso negar 
Eu sou da Lira e não posso negar 
 
2 – Tipos Textuais 
Tradicionalmente, tende-se a dividir os possíveis tipos de texto em cinco tipos textuais: narrativo, 
dissertativo-argumentativo, expositivo, descritivo ou injuntivo. Saber as características de cada um vai te 
ajudar não só a interpretar textos com mais facilidade, como também produzir redações. Vamos ver um 
pouco melhor sobre cada um deles. 
2.1 – Narrativo 
Um texto narrativo é aquele que apresenta uma ação num determinado tempo e espaço. 
Normalmente, apresenta-se personagens – humanos ou não – que protagonizam essas ações. Esse tipo 
de texto tende a ter uma estrutura padrão, independente do seu tamanho: 
 
Apresentação
Momento em que se apresentam 
ao leitor os personagens, o local 
onde se passa a ação, o tempo 
em que se passa a ação e 
qualquer outra informação 
importante para a narrativa. 
Desenvolvimento
Momento em que a ação ou 
ações transcorrem. Aqui se 
apresenta o conflito da narrativa. 
Clímax
O ponto alto da narrativa. Aqui o 
desenvolvimento chega a um 
ponto de decisão, ou seja, as 
personagens precisam agir de 
modo a resolver o conflito. 
Desfecho
Momento em que se dá a 
resolução do conflito e suas 
consequências para as 
personagens e para o meio. 
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Os exemplos mais comuns de gêneros desse tipo são romances, novelas e contos e, por vezes, 
crônicas. Além destes gêneros de texto, também há aparecimento de textos narrativos em fábulas e 
lendas, sejam estas escritas ou orais. A poesia também pode ser narrativa, como a literatura de cordel ou 
a poesia épica. 
Além disso, os textos dramáticos, como peças teatrais e roteiros cinematográficos, também se 
encontram nesse tipo textual. 
 
2.2 – Dissertativo-Argumentativo 
Este é o tipo textual mais importante para as provas . A grande maioria das provas de redaçãoexigem a produção de textos dessa natureza. O objetivo de um texto dissertativo-argumentativo é expor 
um ponto de vista sobre determinado tema ou assunto. Para isso, deve-se utilizar argumentos que 
corroborem sua tese acerca do tema proposto. Apesar de ser um texto de caráter opinativo, tende a 
aparecer com frequência usando uma linguagem mais formal ou impessoal. 
A estrutura de um texto dissertativo-argumentativo costuma ser dividida em três partes: 
introdução, desenvolvimento e conclusão. 
 
Os artigos de opinião e colunas de jornais são os mais comuns, mas muitos ensaios jornalísticos 
se estruturam da mesma maneira. Além deles, outros textos opinativos também podem ser considerados 
do tipo: manifestos e abaixo-assinados, por exemplo, também seguem essa estrutura. 
 
2.3 – Expositivo 
Diferente do dissertativo-argumentativo, o tipo expositivo apresenta uma ideia, mas não deve 
opinar nem emitir juízo de valor sobre ela. Assim, ao invés de apresentar argumentos para embasar sua 
fala, esse tipo textual faz uso de dados científicos, definições, conceitos, comparação de informação, entre 
outros recursos. 
Introdução
Momento em que se 
apresenta o tema do 
texto e a tese que se 
pretende comprovar. 
Desenvolvimento 
Aqui se apresentam os 
argumentos para 
comprovar sua tese. 
Estes argumentos 
podem ser elementos 
retirados dos textos de 
apoio ou da sua 
experiência empírica e 
conhecimento de 
mundo. 
Conclusão
Fechamento do texto. 
Aqui se amarram todos 
os argumentos de 
modo a ficar claro que 
a tese foi comprovada. 
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O texto jornalístico é o exemplo mais comum de textos expositivos, uma vez que seu objetivo é o 
de transmitir, tanto quanto for possível, uma notícia na integridade dos fatos. Textos didáticos, como 
apostilas, dicionários, livros teóricos e enciclopédias também são gêneros expositivos. 
Veja aqui uma comparação de dois textos tratando do mesmo assunto, porém um com caráter 
expositivo e outro com caráter opinativo. 
Expositivo Opinativo 
“A Academia de Cinema de Hollywood 
anunciou nesta terça-feira, 22, os 
indicados ao Oscar 2019, a 91ª edição da 
premiação, que acontecerá no dia 24 de 
fevereiro. Roma, dirigido pelo mexicano 
Alfonso Cuarón e produzido pela Netflix, 
teve dez indicações, incluindo melhor 
filme, melhor diretor e melhor roteiro. 
Pela quinta vez, um filme concorre nas 
categorias melhor filme e melhor filme 
estrangeiro na mesma edição.” 
Fragmento retirado de El País, 22/01/19 
“Pode-se dizer que a edição de 2019 do Oscar começou 
fazendo história. Roma quebrou um forte estigma (ou 
seria preconceito?) e se tornou o primeiro filme em 
língua espanhola a ser indicado na categoria principal. E 
não só isso: a produção de Alfonso Cuarón foi indicada 
em outras nove categorias, como Melhor Fotografia, 
Atriz, Atriz Coadjuvante e Roteiro Original. É um feito e 
tanto que merece forte comemoração, ainda mais 
quando o longa-metragem provavelmente fizer a limpa 
em, pelo menos, metade deles. Vai ser um momento e 
tanto pro Oscar, que se torna cada vez mais mexicano.” 
Fragmento retirado de Esquina da Cultura, 22/01/19 
 
2.4 – Descritivo 
Um texto do tipo descritivo busca expor ou relatar. Pode-se descrever uma série de assuntos 
diferentes: uma pessoa, física e psicologicamente; um objeto; uma obra de arte; um lugar ou época 
histórica; um acontecimento. 
É muito comum encontrar trechos descritivos em outros tipos textuais. Muitos autores de 
romances, por exemplo, realizam descrições minuciosas em meio a suas obras narrativas. Diários e relatos 
de viagem também são permeados por muitas descrições. Nestes casos, os textos contêm muitos 
adjetivos para ajudar a provocar sensações no leitor. Classificados, currículos e guias de viagem são 
outros bons exemplos de gêneros descritivo. 
Aqui, dois fragmentos descritivos, um com muitos adjetivos e o outro mais objetivo, ambos do 
mesmo texto: 
“San Andrés é uma ilha pobre, que carece de 
cuidado, mas tem um mar incrível e passeios 
surpreendentes. Um destino para aproveitar 
pequenos prazeres, descansar, pegar um 
bronzeado, fazer compras e curtir paisagens 
de tirar o fôlego.” 
San Andrés está fora da rota de furações, mas 
pode ser afetada indiretamente por furacões no 
Caribe, sofrendo com ventos e chuvas, mais 
comuns entre agosto e outubro. 
Fragmentos retirados de Guia de Destinos, s/d. 
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2.5 – Injuntivo 
O quinto e último tipo textual, o injuntivo, tem por objetivo instruir ou prescrever. Textos assim 
buscam ordenar, persuadir ou orientar o leitor/receptor de alguma maneira. Justamente por isso, tendem 
a aparecer com os verbos no modo imperativo. A linguagem desses textos costuma ser o mais objetiva 
possível. 
Podem ser considerados gêneros injuntivos manuais, editais, receitas culinárias, códigos de leis, 
bulas de remédio, contratos de trabalho, entre outros. 
 
Bulas de remédio 
 
Trecho de uma bula de remédio 
 
Receitas: 
Receita de Ambrosia 
Ingredientes 
- 2 colheres (sopa) de leite; 
- 8 ovos; 
- 6 colheres (sopa) de açúcar; 
- 3 xícaras (chá) de suco de limão; 
- Cravo e canela. 
 
Modo de preparo 
- Bata os ovos até ficar homogêneo. 
- Em uma panela média, misture o açúcar, cravo e canela até ferver. 
- Depois de ferver, adicione leite, limão e os ovos batidos. 
- Mexa de tempos em tempos, em fogo baixo, até ferver. 
- Deixe descansar e sirva depois de frio. 
 
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Não confunda Gêneros textuais com Gêneros literários! 
 
Gênero textual é um modo de classificar um texto de acordo com sua construção e objetivo. 
Gêneros literários dividem especificamente obras de literatura, de acordo com um conjunto de 
características que as compõe. São eles: lírico, épico e dramático. 
3 – Níveis de significação do texto 
Além de conhecer os tipos e gêneros textuais, para realizar uma boa interpretação é preciso 
compreender as camadas de significado daquilo que se está lendo. Há, essencialmente, dois modos de 
compreender os níveis de significação: identificar se a significação é explícita ou implícita; e identificar se 
sua linguagem é mais denotativa ou conotativa. 
 
Narrativo: narra as 
ações de uma 
personagem em torno 
de um conflito;
Dissertativo-
argumentativo: expõe 
argumentos para 
corroborar uma 
opinião.
Expositivo: enumera 
dados a fim de informar, 
sem opinar sobre.
Descritivo: expõe as 
características de algo 
ou alguém.
Injuntivo: busca sugerir, 
ordenar, convencer, 
orientar ou prescrever.
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3.1 – Significação Explícita X Implícita 
Uma informação explícita no texto está no nível da objetividade, ou seja, não depende da 
interpretação do leitor. É aquilo que está expresso de maneira linear objetiva. 
Já a informação implícita é aquela que não está dada textualmente, mas que pode ser auferida 
a partir do entendimento do texto. Depende do conhecimento de mundo do leitor, pois acessa 
informações que não estão presentes de maneira objetiva. 
 
Observe o seguinte diálogo: 
A – Vamos nos encontrar amanhã para fazer o trabalho? 
B – Amanhã não tem aula, lembra? 
A – Tinha esquecido! Vamos nos encontrar na biblioteca então? 
B – Sim. Eu te pego no metrô e vamos juntas. Mas tem que ser cedo, pois amanhã é 
meu rodízio. 
A – Que pena! De manhã eu não posso. 
B – Fazemos quarta na faculdade depois do almoço então. 
 
 
Vamos fazer um exercício? Antes de ir para a próxima página, anote em um caderno quais 
informaçõessão explícitas no texto e quais estão implícitas. 
 
Possíveis informações retiradas do diálogo 
Informações explícitas: 
- A quer se encontrar com B para fazer um 
trabalho. 
- Não terá aula no dia seguinte. 
- A quer encontrar B na biblioteca. 
- B quer pegar A no metrô cedo. 
- A e B fazem faculdade. 
 
Informações implícitas: 
- A e B estudam juntas. 
- B sabia que não teria aula. 
- A biblioteca é longe do metrô. 
- B possui um carro. 
- A ficou triste de não poder encontrar B. 
- A e B não se verão pelo menos por um dia. 
- A situação se passa numa cidade que tem 
rodízio de automóveis. 
- A e B estudam de manhã. 
 
 
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Agora, vamos fazer um exercício para maior fixação. 
Leia o poema abaixo e assinale a alternativa correta: 
EU 
Eu sou a que no mundo anda perdida, 
Eu sou a que na vida não tem norte, 
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte 
Sou a crucificada … a dolorida … 
 
Sombra de névoa tênue e esvaecida, 
E que o destino amargo, triste e forte, 
Impele brutalmente para a morte! 
Alma de luto sempre incompreendida!… 
 
Sou aquela que passa e ninguém vê… 
Sou a que chamam triste sem o ser… 
Sou a que chora sem saber porquê… 
 
Sou talvez a visão que Alguém sonhou, 
Alguém que veio ao mundo pra me ver, 
E que nunca na vida me encontrou! 
In: Livro de Mágoas, Florbela Espanca 
 
Sobre o texto é correto afirmar que: 
I - O poema demonstra como a poeta vê a si própria, uma pessoa sonhadora e que, por isso, 
passa por uma série de sofrimentos. 
II - Percebe-se pelo poema que a poeta é uma sempre triste e isso é percebido por todos. 
III - A poeta, apesar de todos os sofrimentos, sente que tem lugar no mundo, pois suas 
palavras são compreendidas. 
IV - É possível afirmar pela estrutura do texto que este poema é um soneto de rimas ABBA 
ABBA CDC EDE. 
 
a) I e II 
b) I e III 
 
 
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c) II e III 
d) I e IV 
e) II e IV 
Comentário: 
I é correta, pois o poema relata as experiências da poeta que, se entendendo como uma 
pessoa sonhadora, não consegue se encaixar no mundo e, por isso, sofre. 
II é incorreta, pois na terceira estrofe há a revelação que ela parece triste, o que não significa 
necessariamente ser. 
III é incorreta, pois na segunda estrofe há o verso “alma de luto sempre incompreendida”, 
revelando que a poeta na verdade não sente que encontrou compreensão no mundo. 
IV é correta, pois a estrutura do soneto é de duas estrofes de 4 versos e duas de 3 versos; 
além disso, a distribuição das rimas está correta 
Gabarito: D 
 
3.2 – Denotação X Conotação 
Um texto denotativo é aquele em que as palavras significam exatamente aquilo que são, ou seja, 
não há interpretação de outros possíveis significados. 
Já um texto conotativo usa palavras com significados diferentes daquilo que costumam ter, 
abrindo margem a interpretações. 
Textos de teor informativo e didático devem tentar ao máximo valorizar o aspecto denotativo. Isto 
é essencial para que não haja ruídos nas mensagens e o receptor possa compreender o conteúdo com a 
maior clareza possível. Um texto denotativo deve evitar ambiguidades. 
Exemplos de texto denotativo: 
Reportagem 
Pelo menos dez Estados no Meio-Oeste dos EUA estavam nesta terça-feira em alerta 
pela aproximação de uma massa de ar do Ártico conhecida como vórtice polar, que 
deve reduzir as temperaturas bem abaixo de zero, chegando a -40 graus centígrados. 
Segundo o Serviço Meteorológico Nacional (NWS), o vórtice polar é uma “grande área 
de baixa pressão e ar frio que envolve os polos da Terra”. 
Fragmento retirado de El País, 30/01/19 
 
Texto didático 
Rachel de Queiróz (Fortaleza, Ceará, 1910 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2003). 
Romancista, cronista, contista e dramaturga. As raízes literárias da autora estão na 
própria origem familiar. Descende de José de Alencar (1829-1877), por parte materna, 
Rachel de Queiróz pertence à família tradicional de Quixadá (Ceará), embora ela tenha 
nascido, na cidade de Fortaleza. 
Fragmento retirado de Enciclopédia Itaú Cultural, 17/11/17 
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A linguagem denotativa também é comum em manuais de instrução, textos jurídicos, receitas 
médicas e outros. 
 
Um texto conotativo é mais carregado de subjetividade, podendo brincar com as palavras. Em 
textos literários é muito comum que os aspectos conotativos sejam mais presentes. Quadrinhos, charges 
e outras peças de efeito humorístico também tendem a trabalhar nesta chave, pois muitas vezes a graça 
da piada está justamente no duplo sentido. Nestes casos, utilizam-se muitas palavras polissêmicas e jogos 
de palavras. 
Exemplos de texto conotativo: 
Poesia 
Ismália - Alphonsus de Guimaraens 
 
Quando Ismália enlouqueceu, 
Pôs-se na torre a sonhar… 
Viu uma lua no céu, 
Viu outra lua no mar. 
 
No sonho em que se perdeu, 
Banhou-se toda em luar… 
Queria subir ao céu, 
Queria descer ao mar… 
 
E, no desvario seu, 
Na torre pôs-se a cantar… 
Estava perto do céu, 
Estava longe do mar… 
 
E como um anjo pendeu 
As asas para voar… 
Queria a lua do céu, 
Queria a lua do mar… 
 
As asas que Deus lhe deu 
Ruflaram de par em par… 
Sua alma subiu ao céu, 
Seu corpo desceu ao mar… 
 
Humor (piadas e anedotas) 
— Vovô! Bate um pé no outro? 
— Por que, meu filho? 
— Porque a mamãe falou que quando o senhor bater as botas, nós vamos ficar ricos! 
 
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4 – Variação Linguística 
A língua portuguesa, ou o português, é uma só. Ainda que haja diferenças entre o modo como ela 
é falada e escrita, entende-se que todos os falantes de português compartilham de uma só língua. Tanto 
é assim, que há um acordo ortográfico compartilhado pela maioria dos países falantes de nossa língua. 
Oficialmente, sete países têm o português como sua língua oficial: Angola, Brasil, Cabo Verde, 
Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe. 
Apesar disso, é bastante comum se encontrar expressões como “português brasileiro”, “português 
europeu” e “português africano”. Essas denominações, porém, tem mais a ver com a fala do que com o 
modo de escrita em si. 
Não é, porém, apenas entre os países falantes de português que há diferenças. Dentro do próprio 
Brasil, há muitos modos de falar e articular uma mesma língua. Esses modos podem variar de acordo com 
localidade geográfica, posição social, escolaridade, condição cultural e psicológica, entre outros. 
 A essas diferenças, se dá o nome de Variações do Português. Quando falamos sobre assunto, é 
preciso diferenciar o que é uma variação linguística e uma variante linguística. 
 A variação linguística é a presença na língua de formas alternativas que, no mesmo contexto, 
não produzem alteração de significado, têm o mesmo valor de verdade: 
A variação ilustra o caráter adaptativo da língua como código de comunicação e, portanto, a 
variação não é assistemática. O linguista, ao estudar os diversos domínios da variação, deve 
demonstrar como ela se configura na comunidade de fala, bem como quais são os contextos 
linguísticos e extralinguísticos que a favorecem ou inibem (...). Nem tudo é variação, havendo 
um número enorme de elementos comuns que são estáveis. A variação configura-se como um 
conjunto de elementos diferentes de outro, conjunto de outro grupo, de outra localidade ou de 
outro contexto. (CEZARIO; VOTRE, 2009, p. 141-146, grifo meu). 
 
 
Significação
Significação explícita
Aquilo que está expresso 
textualmente.Significação implícita
Aquilo que se pode presumir a 
partir da compreensão do texto. 
Linguagem
Linguagem denotativa
Linguagem mais objetiva. 
Linguagem conotativa
Linguagem mais subjetiva. 
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 Já a variante linguística: 
O termo “variante” é utilizado para identificar uma forma que é usada ao lado de outra na língua 
sem que se verifique mudança no significa básico (op. cit., p. 142). 
 
 
 
 
4.1 – Norma culta X Linguagem popular 
Para muitas provas, um dos grandes interesses na questão está na dualidade Norma culta X 
Linguagem popular. Vamos ver um pouco mais do que diferencia cada uma delas: 
 
Variação
FENÔMENO
Ex.: Variações regionais, ou seja, modos 
diferentes de falar a depender da região. 
Variante
FORMAS DIFERENTES
Ex.: "Vou ao banheiro" e "Vou no banheiro" 
Ambas possuem o mesmo significado, mas a 
primeira é gramaticalmente culta e a segunda 
tende a aparecer na oralidade. 
• Também chamada de linguagem formal ou norma padrão, a norma culta segue aos padrões 
linguísticos e gramaticais. 
• Tende a ser utilizada por pessoas com alto grau de cultura e/ou escolaridade. 
• É preferível o uso da norma culta na escrita em diversas situações – principalmente em textos 
informativos ou educativos – pois esta garante maior compreensão do conteúdo. 
• Ainda que haja variações linguísticas, a escrita tende a variar menos. Um texto escrito com maior 
respeito às normas gramaticais é mais facilmente assimilado.
Norma culta
• Também chamada de linguagem informal. 
• Uma fala coloquial permite maior flexibilidade nas regras gramaticais e nos padrões linguísticos, 
podendo mesmo apresentar alguns vícios de linguagem. Ela tende a sofrer mais modificações, 
sejam elas sociais, regionais ou situacionais. 
• Em contextos de menos rigor, como ambientes familiares ou em grupos de amigos, costuma ser 
mais utilizada. 
• Tem também muita relação com a oralidade, ou seja, se relaciona mais com o modo como as 
palavras são faladas do que escritas, já que seu foco é no conteúdo e nos efeitos da mensagem. 
Muitas vezes, um linguajar coloquial pode ser um recurso poético na literatura. 
Linguagem popular
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PRECONCEITO LINGUÍSTICO 
O preconceito contra alguém por conta do seu modo de falar é conhecido como 
preconceito linguístico. Esse é um assunto que tem sido bastante abordado pelas provas, 
principalmente na redação. Quando essa expressão aparecer em algum texto, saiba identificá-la! 
O preconceito, seja ele de que natureza for, é uma crença pessoal, uma postura individual 
diante do outro. Qualquer pessoa pode achar que um modo de falar é mais bonito, mais feio, mais 
elegante, mais rude do que outro. No entanto, quando essa postura se transforma em atitude, 
ela se torna discriminação. 
No caso da língua, é imprescindível receber uma educação linguística crítica e bem 
informada, na qual se mostre que todos os seres humanos são dotados das mesmíssimas 
capacidades cognitivas e que todas as línguas e variedades linguísticas são instrumentos perfeitos 
para dar conta de expressar e construir a experiência humana neste mundo. 
 
4.2 – Variação histórica 
Uma língua pode sofrer modificações ligadas ao tempo. Modos de escrita de palavras que caem 
em desuso e palavras que deixam de ser utilizadas ou são modificadas são dois bons exemplos disso. 
CASO DA PALAVRA “VOCÊ” 
 A palavra “você” que usamos hoje é, na verdade, uma transformação da expressão “vossa 
mercê”. Essa expressão teria nascido no século XIV, para referir-se a pessoas da nobreza. Era 
assim que os servos se referiam a eles como forma de agradecimento por sua generosidade. 
 Com o passar do tempo, a expressão “vossa mercê” foi sendo reduzida até chegar a “você”: 
VOSSA MERCÊ 
 
 
VOSSEMECÊ 
 
 
VOSMECÊ 
 
 
VOCÊ 
 
Veja um exemplo de uso poético da variação histórica: 
“Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito 
prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, 
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mesmo não sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficava 
longos meses debaixo do balaio. E levavam tábua, o remédio era tirar o cavalo da chuva 
e ir pregar em outra freguesia. As pessoas, quando corriam, antigamente, era de tirar 
o pai da forca, e não caíam de cavalo magro. Algumas jogavam verde para colher 
maduro, e sabiam com quantos paus se faz uma canoa. 
Fragmento de Antigamente, de Carlos Drummond de Andrade 
 
4.3 – Variação regional 
Aos aspectos regionais que modificam o falar do português, se denominam Dialetos. É uma 
variante linguística constituída por características fonológicas, sintáticas, semânticas e morfológicas 
próprias. No Brasil hoje, entende-se que há dois grandes grupos dialetais distintos: o Norte e o Sul, cada 
um com suas características específicas. Estas diferenças são ligadas ao espaço geográfico, aos grupos 
antecedentes, à comunicação com outros grupos sociais/regionais, entre outros. As expressões típicas 
dos falantes de cada grupo, de regionalismos. 
Falantes do Português Brasileiro (PB), como de qualquer outra língua natural, procedem de 
determinado espaço geográfico. Há uma correlação entre a região de origem dos falantes e as 
marcas específicas que eles vão deixando em sua produção linguística. Portugueses e brasileiros 
não falam do mesmo jeito. Brasileiros do Norte, do Nordeste, do Sudeste, do Centro-Oeste e do 
Sul tampouco falam exatamente do mesmo jeito. Uma língua natural conterá, portanto, 
diferentes dialetos, relacionados ao espaço geográfico que ele ocupa. 
De todas as variedades do português, a variedade geográfica é a mais perceptível. 
Quando começamos a conversar com alguém, logo percebemos se ele é ou não originário de 
nossa região. Em Portugal e no Brasil, as diferenças assim notadas não dificultam a 
intercompreensão, como ocorre em outros países europeus (CASTILHO, 2019, p. 198, grifos 
meus). 
 
A famosa polêmica do biscoito X bolacha está ligada às variações regionais. 
 
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Veja um exemplo de uso poético da variação regional: 
“Que importa que uns falem mole descansado 
Que os cariocas arranhem os erres na garganta 
Que os capixabas e paroaras escancarem as vogais? 
Que tem si o quinhentos-réis meridional 
Vira cinco tostões do Rio pro Norte? 
Juntos formamos este assombro de misérias e grandezas, 
Brasil, nome de vegetal!...” 
 
Fragmento de Noturno de Belo Horizonte, de Mário de Andrade 
 
4.4 – Variação situacional 
As variações situacionais são aquelas que ocorrem a depender do contexto em que decorre o 
processo comunicativo. Há situações em que se deve utilizar um registro formal e outros em que é a 
preferência é para o registro informal. 
Veja um exemplo de uso poético da variação situacional: 
 
Quadrinho do de Fernando Gonsales. Fonte: Mundo Letras 
 
4.5 – Variação social 
A variação social é aquela pertencente a um grupo específico de pessoas. Essa variação também é 
chamada de variação sociocultural. Essa variação pressupõe o segmento social de onde vem o falante, 
considerando-se geralmente as seguintes variedades: falante não escolarizado e falante escolarizado; 
homem e mulher; idoso e jovem. A diferença de uso da língua entre pessoas de faixas etárias diferentes 
é muito importante para a maioria das provas. 
Veja um uso poético da variação social: 
“Pisou na bola, 
Conversa fiada malandragem. 
Mala sem alça é o couro,CPF 14494837717
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Tá de sacanagem. 
 
Tá trincado é aquilo, 
Se toca vacilão. 
Tá de bom tamanho, 
Otário fanfarrão.” 
Fragmento de A gíria é a cultura do povo, de Bezerra da Silva 
 
Há, segundo Rocha Lima (2011), alguns traços que se pode perceber entre os diferentes grupos 
falantes são gírias, línguas profissionais e calão. Vamos ver melhor cada uma delas: 
Gírias 
Linguajar específico de um grupo, com vocabulário próprio. Além da criação de palavras novas, o 
conceito também envolve também a ressignificação de termos e palavras já existentes, a modificação pela 
abreviação ou pelo aumentativo, entre outros. 
Línguas profissionais 
Assim como as gírias, estão ligadas a grupos sociais pertencentes a uma mesma profissão ou a 
profissões semelhantes. Médicos e demais profissionais da saúde possuem um linguajar específico, que 
se diferencia do linguajar dos arquitetos, por exemplo. Também são chamadas de jargão por alguns 
autores. 
Calão 
Ligadas a pessoas à margem da sociedade, são expressões criadas especificamente para dificultar 
a comunicação e o entendimento entre aqueles que não fazem parte do mesmo círculo. Termo também 
associado a expressões vulgares ou chulas, como palavrões e xingamentos. 
Pode-se dividir as variações linguísticas em 4 grandes grupos: 
 
Histórica: diferenças ligadas ao tempo, ou seja, a maneira como a língua se 
transformou ao longo do tempo. 
Regional: diferenças entre grupos oriundos ou habitantes de locais distintos –
desde bairros até países.
Situacional: diferenças de modos de falar e escrever dependendo da situação 
em que a pessoa se encontra. 
Social: diferenças entre grupos sociais de diversas naturezas.
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5 – Tipos de Discurso 
Em se tratando do gênero dramático ou narrativo da escrita, há três possíveis modos de redação 
da fala: discurso direto, discurso indireto e discurso indireto livre. Vamos nos dedicar com maior 
detalhamento a cada um deles. 
5.1 – Discurso direto 
Segundo Rocha Lima (2011), o discurso direto ocorre quando “o escritor apresenta a personagem 
e deixa-a expressar-se, reproduzindo-lhe textualmente as palavras” (p. 592). 
Identificar um discurso direto é simples: ele costuma ser expresso por um travessão antes da fala 
ou pelo emprego de aspas. 
Exemplos: 
Travessão 
Ela escondeu a cabeça nas mãos e soluçou. 
— É impossível, eu não posso amar-vos! 
Eu disse-lhe: 
—Eleonora, ouve-me, deixo-te só, velarei, contudo, sobre ti daquela porta. 
(In: Noite na Taverna, Álvares de Azevedo) 
 
Aspas 
Respirou fundo e abriu a porta. No mesmo instante sentiu uma onda cálida de alívio 
percorrer-lhe o corpo. Uma mulher pálida, de aparência emaciada, cabelo ralo e rosto 
enrugado estava parada do lado de fora. 
“Ah, camarada”, começou ela, num tom de voz monótono e queixoso, “tive a 
impressão de ouvir você chegar. Será que poderia ir até a minha casa 
dar uma olhada na pia da cozinha? Está entupida e...” 
(In: 1984, George Orwell) 
 
 
As aspas costumam ser utilizadas em textos jornalísticos, principalmente para incluir no 
meio da reportagem trechos na íntegra de uma entrevista ou declaração. Nesses casos, 
entendemos que não há uso de discursos, mas de citação, que pode ser direta ou indireta. 
Já o travessão é bastante comum em textos literários, tanto em prosa quanto em poesia. 
 
 
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A fala em discurso direto também costuma ser precedida dos chamados verbos dicendi: verbos 
que denotam ações ligadas à fala, como “perguntar”, “dizer”, “exclamar”, “responder”, entre outros. 
Estes verbos também podem aparecer ao fim das falas ou até mesmo no meio delas – nestes casos, 
frequentemente divididas ou intercaladas por travessão. 
Exemplos: 
A cocote, logo que o viu aproximar-se, disse baixinho à menina: 
—Não é preciso que ele saiba que vais lá domingo, ouviste? 
(In: O cortiço, Aluisio Azevedo) 
 
— Vem já, já, à nossa casa; preciso falar-te sem demora, — repetia ele com os olhos 
no papel. 
(In: A cartomante, Machado de Assis) 
 
5.2 – Discurso Indireto 
Já o discurso indireto é definido por Rocha Lima (2011) como aquele em que o autor encaixa no 
seu próprio discurso as palavras da personagem, propondo-se tão somente a transmitir-lhes o sentido 
intelectual e não a forma linguística que as caracteriza”. 
Quaresma foi inflexível; disse que não, que lhe eram absolutamente antipáticas tais 
disputas, que não tinha partido e mesmo que tivesse não iria afirmar uma cousa que 
ele não sabia ainda se era mentira ou verdade. 
(In: O triste fim de Policarbo Quaresma, Lima Barreto) 
 
Assim como no discurso direto, há a presença dos verbo dicendi, porém aqui eles se encontram 
seguidos de conectivos de subordinação, ou seja, os verbos referentes a fala precedem orações 
independentes que expressam a fala da personagem 
O padre Amaro baixou devagar os olhos — e trincando migalhas, perguntou se havia 
muitas doenças naquele Verão. 
(In: O crime do padre Amaro, Eça de Queiroz) 
 
Observe que se este período estivesse em discurso direto, a redação dos termos destacados seria: 
O padre Amaro baixou devagar os olhos – e trincando migalhas perguntou: 
- Há muitas doenças neste Verão? 
 
Como é possível observar, não é apenas no uso de aspas ou travessão que está a diferença entre 
o discurso direto e indireto. Uma das principais diferenças na transposição é a alteração do tempo verbal. 
 
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Quadro resumo da mudança de tempos verbais: 
Discurso Direto Discurso Indireto 
Presente Pretérito imperfeito 
Pretérito perfeito Pretérito mais que perfeito 
Futuro do presente Futuro do pretérito 
ATENÇÃO: Teremos uma aula para falar exclusivamente de verbos! Lá, falaremos melhor sobre os tempos 
e modos, assim você não terá problemas com essa transposição. Cheque o cronograma de aulas. 
 
Exemplos: 
Mudança de pretérito imperfeito (indireto) para presente (direto): 
Discurso indireto 
Rangel desceu os olhos ao baixo da página, viu a quadra correspondente ao número, e 
leu-a: dizia que sim, que havia uma pessoa, que ela devia procurar domingo, na igreja, 
quando fosse à missa. 
(O diplomático, Machado de Assis) 
 
Discurso direto 
Rangel desceu os olhos ao baixo da página, via a quadra correspondente ao número, e 
leu-a: 
“Há uma pessoa que você deve procurar domingo, na igreja, quando for à missa.” 
Mudança de pretérito mais que perfeito (indireto) para (pretérito perfeito (direto): 
Discurso indireto 
Lendo essa carta, Lourenço Camargo afigurou-se receber as últimas palavras do filho; 
e lembrou-se quanto fora injusto duvidando da realidade desse casamento de que ali 
tinha a prova irrecusável. 
(Senhora, José de Alencar) 
 
 
Discurso direto 
Lendo essa carta, Lourenço Camargo afigurou-se receber as últimas palavras do filho; 
e lembrou-se: “Quão injusto eu fui injusto duvidando da realidade desse casamento de 
que aqui tenho a prova irrecusável”. 
Mudança de futuro do pretérito (indireto), para futuro do presente (direto). 
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Discurso indireto 
Um dia, em que a afilhada fora visitar a madrinha, esta lhe disse que a iria em breve 
buscar para sua casa. 
(In: A mão e a luva, Machado de Assis) 
 
Discurso direto 
Um dia, em que a filhada fora visitar a madrinha, esta lhe disse: 
- Em breve vou lhe buscar para minha casa 
 
 
 
Além da mudançaverbal, outras mudanças importantes a lembrar são: 
Discurso Direto Discurso Indireto 
Enunciado em 1ª ou 2ª pessoa Enunciado em 3ª pessoa 
Verbo no imperativo Verbo no subjuntivo 
Pronome demonstrativo este (a), estes (as) e esse 
(a), esses (as) 
Pronome demonstrativo aquele (a) e aqueles (as) 
Advérbio de lugar aqui Advérbio de lugar ali 
 
5.3 – Discurso indireto livre 
Esta modalidade é mais difícil de ser identificada. Ela consiste numa mistura dos dois modos 
anteriores, mas com algumas características: 
• O estilo de escrita é indireto; 
• Não há necessariamente a ocorrência de verbo discendi; 
• Não há conectivos indicando subordinação, ou seja, é uma construção em dois ou mais períodos; 
• O segundo – ou posterior – período é onde se encontra o pensamento da personagem. 
 
 
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Vamos tentar deixar mais claro com alguns exemplos: 
Luísa, na cama, tinha lido, relido o bilhete de Basílio: Não pudera — escrevia ele — 
estar mais tempo sem lhe dizer que a adorava. Mal dormira! 
(In: Primo Basílio, Eça de Queiroz) 
 
Aqui, vê-se que o segundo período, “Mal dormira!”, representa exatamente a fala da personagem, 
apenas com alteração temporal para manter o aspecto direto. 
Se estivesse em discurso indireto, seria: 
Luísa, na cama, tinha lido, relido o bilhete de Basílio. Ele havia escrito que não podia 
estar mais tempo sem lhe dizer que a adorava. Que mal dormira. 
 
Aqui, na construção do discurso indireto, vê-se a presença do conectivo que, indicando 
subordinação entre as orações. No discurso indireto livre, não há a necessidade desse conectivo. 
Veja aqui outro exemplo de transposição do mesmo período para todos os tipos de discurso: 
Discurso indireto livre 
“Ele ficou bestificado com a cidade 
Saindo da rodoviária, viu as luzes de Natal 
Meu Deus, mas que cidade linda, 
No Ano Novo eu começo a trabalhar” 
(In: Faroeste Caboclo, Legião Urbana) 
 
 
Discurso direto 
Ele ficou bestificado com a cidade. Saindo da rodoviária, viu as luzes de Natal e disse: 
- Meu Deus, mas que cidade linda! No Ano Novo eu começo a trabalhar. 
 
Discurso indireto 
Ele ficou bestificado com a cidade. Saindo da rodoviária, viu as luzes de Natal e disse 
que a cidade era linda e que no Ano Novo começaria a trabalhar. 
 
 
Enunciado majoritariamente em 1ª e 2ª pessoa, acompanhado de travessão, aspas e 
interrogação. Discurso direto
Enunciado majoritariamente em 3ª pessoa, com interrogação indireta e descrição da fala 
(que não vem expressa textualmente).Discurso indireto
Duas orações independentes, sendo que a primeira tende a expressar a fala do 
narrador/emissor e a segunda a do interlocutor. Reproduz indiretamente as falas das 
personagens.
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6 – Funções da linguagem 
Falar sobre funções da linguagem é falar sobre comunicação. 
Quando se pretende passar alguma mensagem – independente do veículo escolhido para tal – há 
uma série de elementos que são acionados. É preciso, no mínimo, alguém com a intenção de comunicar, 
alguém com a intenção de ouvir e algo a ser dito. 
É preciso também, escolher qual o veículo e modo de elaborar a mensagem para fazer essa 
informação chegar ao ouvinte. No caso do texto, essa estrutura se mantém. 
Esses são, essencialmente, os partícipes de um processo comunicacional: 
- Mensagem: o conteúdo a ser passado. 
- Emissor: aquele que diz a mensagem. 
- Receptor: aquele a quem se destina a mensagem. 
- Código: o modo pelo qual se transmite a mensagem (fala, escrita, sinais, idioma etc.). 
- Canal: o veículo – físico ou virtual – que transmite a mensagem. 
- Referente: o contexto, ou seja, a situação em que a mensagem se encontra no mundo. 
 
As funções da linguagem textual são divididas em seis possibilidades, cada uma focando em um 
partícipe da comunicação: função poética (mensagem), função emotiva (emissor), função conativa 
(receptor), função metalinguística (código), função fática (canal) e função referencial (referente). 
6.1 – Função Poética 
Esta função se foca na mensagem. 
O importante nessa função é modo como se elabora o conteúdo, ou seja, a forma do texto importa 
tanto quanto seu conteúdo. É bastante comum na literatura, principalmente na lírica, mas não só: a 
função poética também se encontra muitas vezes, por exemplo, na publicidade. Se caracteriza pelo uso 
constante da linguagem figurada. 
Prosa 
“Retórica dos namorados, dá-me uma comparação exata e poética para dizer o que 
foram aqueles olhos de Capitu. Não me acode imagem capaz de dizer, sem quebra da 
dignidade do estilo, o que eles foram e me fizeram. Olhos de ressaca? Vá, de ressaca. 
É o que me dá ideia daquela feição nova. Traziam não sei que fluido misterioso e 
enérgico, uma força que arrastava para dentro, como a vaga que se retira da praia, nos 
dias de ressaca.” 
(Fragmento de Dom Casmurro, de Machado de Assis) 
 
Provérbios e ditos populares 
“Água mole, pedra dura, tanto bate até que fura.” 
“Caiu na rede, é peixe.” 
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“Quem com ferro fere, com ferro será ferido.” 
“Quem canta seus males espanta.” 
“Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão.” 
6.2 – Função emotiva 
O foco desta função está no emissor. 
Principal aqui é traduzir os pensamentos, sensações e pontos de vista daquele que está 
transmitindo a mensagem. Utiliza, portanto, uma linguagem mais subjetiva. É comum contar com sinais 
de pontuação como exclamação e reticências, interjeições, fluxos de pensamento, entre outras marcas 
textuais que representem o sentimento. Pode aparecer em textos literários, editoriais e artigos de 
opinião, cartas ou mensagens, diários, entre outros. 
Literatura 
Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. 
Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, 
estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer 
momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... É preciso ritos. 
(Fragmento de O pequeno príncipe, Antoine de Saint-Exupéry) 
 
Mensagens 
“Oi Ana! Estou morrendo de saudade de você! Que dia você chega? Tenho tanto pra 
te contar...” 
 
6.3 - Função conativa 
Esta função é também comumente referida como apelativa e se centra no receptor. 
O principal objetivo de um texto assim é convencer alguém de algo. Pode aparecer em publicidade 
e campanhas políticas principalmente. Os textos apelativos são majoritariamente em primeira ou segunda 
pessoa – singular e plural – e utiliza verbos no imperativo. 
Publicidade 
C&A - Abuse, use C&A 
Doril - Tomou Doril, a dor sumiu 
Neosaldina - Chama a Neusa. 
Red Bull- Red Bull te dá asas 
Sandálias Havaianas- Todo mundo usa. 
 
Campanha política 
Slogans: 
- Chama o Meirelles (Henrique Meirelles) 
- Pior do que tá não fica. Vote Tiririca! (Tiririca) 
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6.4. Função metalinguística 
A função metalinguística se foca no próprio código. 
Ela caracteriza textos que falam sobre o próprio texto ou sobre o ato da escrita. Além de poemas 
e artigos que falem sobre este ofício, há também os livros didáticos voltados para o estudo da língua, 
como gramáticas e dicionários. 
Literatura 
AUTOPSICOGRAFIA 
O poeta é um fingidor 
Finge tão completamente 
Que chega a fingir que é dor 
A dor que deveras sente. 
 
E os que lêem o que escreve, 
Na dor lida sentem bem, 
Não as duas que ele teve, 
Mas só a que eles não têm. 
 
E assim nas calhas de roda 
Gira,a entreter a razão, 
Esse comboio de corda 
Que se chama coração. 
(Fernando Pessoa) 
 
Livros didáticos 
di·ci·o·ná·ri·o 
 
1 [LING] Coleção, parcial ou completa, das unidades lexicais de uma língua (palavras, 
locuções, afixos etc.), em geral dispostos em ordem alfabética, com ou sem significação 
equivalente, assim como sinônimos, antônimos, classe gramatical, etimologia etc., na 
mesma ou em outra língua. 
(Dicionário Michaelis adaptado) 
 
6.5. Função fática 
O centro da função fática é o canal, ou seja, a preocupação é com o veículo de transmissão. 
O importante aqui não é o que nem como se fala, mas sim estabelecer contato. É comum aparecer 
em situações de teste de funcionamento do veículo, cumprimentos e saudações em geral. Expressões 
como “alô” ao telefone são um ótimo exemplo de função fática. 
Literatura 
- Olá! Como vai? 
- Eu vou indo. E você, tudo bem? 
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- Tudo bem! Eu vou indo, correndo pegar meu lugar no futuro… E 
você? 
- Tudo bem! Eu vou indo, em busca de um sono tranquilo… Quem sabe? 
(Fragmento de Sinal fechado, de Paulinho da Viola) 
 
Teste do Canal 
 
Figura 2 – Tirinha de Bill Watterson. Fonte: Site Escola Kids 
 
 
6.6 – Função Referencial 
A função referencial se foca no referente, ou seja, situar no contexto do processo comunicacional. 
O objetivo aqui, portanto, é apenas informar os dados sem opinar sobre eles. Aparece no texto 
jornalístico, no manuais, listas, bulas etc. Diferente da função conativa, não há o uso do imperativo. O 
objetivo não é convencer, mas sim informar. 
Jornalismo 
“O número de trabalhadores sem carteira assinada cresceu 3,8% (mais 427 mil 
pessoas) no 4º trimestre de 2018, frente ao ano anterior, segundo a Pesquisa Nacional 
por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada nesta quinta-feira (31). Por outro lado, a 
quantidade de pessoas que trabalham com registro caiu 1% na comparação anual.” 
Fragmento de G1 – Economia, 31/01/19 
 
 
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7 – Exercícios 
Antes de começar os exercícios, alguns avisos: 
➢ Nosso material é dividido em: questões da instituição a que se dedica o curso; e questões de outras 
instituições militares. 
Vamos lá? 
7.1 – Questões 
1. (AFA - 2020) 
Em 1934, um redator de Nova York chamado Robert Pirosh largou o emprego bem 
remunerado numa agência de publicidade e rumou para Hollywood, decidido a trabalhar 
como roteirista. Lá chegando, anotou o nome e o endereço de todos os diretores, 
produtores e executivos que conseguiu encontrar e enviou-lhes o que certamente é o 
pedido de emprego mais eficaz que alguém já escreveu, pois resultou em três entrevistas, 
uma das quais lhe rendeu o cargo de roteirista assistente na MGM. 
 
Prezado senhor: 
Gosto de palavras. 1Gosto de palavras gordas, untuosas, como lodo, torpitude, glutinoso, 
bajulador. Gosto de palavras solenes, como pudico, ranzinza, pecunioso, valetudinário. 
2Gosto de palavras espúrias, enganosas, como mortiço, liquidar, tonsura, mundana. Gosto 
de suaves palavras com “V”, como Svengali, avesso, bravura, verve. Gosto de palavras 
crocantes, quebradiças, crepitantes, como estilha, croque, esbarrão, crosta. 3Gosto de 
palavras emburradas, carrancudas, amuadas, como furtivo, macambúzio, escabioso, sovina. 
4Gosto de palavras chocantes, exclamativas, enfáticas, como astuto, estafante, requintado, 
horrendo. Gosto de palavras elegantes, rebuscadas, como estival, peregrinação, Elísio, 
Alcíone. Gosto de palavras vermiformes, contorcidas, farinhentas, como rastejar, 
choramingar, guinchar, gotejar. Gosto de palavras escorregadias, risonhas, como topete, 
borbulhão, arroto. 
Gosto mais da palavra roteirista que da palavra redator, e por isso resolvi largar meu 
emprego numa agência de publicidade de Nova York e tentar a sorte em Hollywood, mas, 
antes de dar o grande salto, fui para a Europa, onde passei um ano estudando, 
contemplando e perambulando. 
Acabei de voltar e ainda gosto de palavras. 
Posso trocar algumas com o senhor? 
 
Robert Pirosh 
Madison Avenue, 385 
Quarto 610 
Nova York 
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Eldorado 5-6024. 
(USHER, Shaun .(Org) Cartas extraordinárias: a correspondência inesquecível de pessoas notáveis. Trad. de Hildegard 
Feist. São Paulo: Companhia das Letras, 2014.p. 48.) 
 
Analisando a forma e o objetivo do texto, é correto afirmar que 
a) a linguagem utilizada é acentuadamente formal, já que o remetente está em um contexto 
que necessita desse tipo de tratamento. 
b) para convencer o destinatário, Robert utilizou, ao longo da carta, discurso direto, 
caracterizando assim um tom de proximidade e amizade com o receptor. 
c) o texto é marcadamente denotativo, possibilitando ao destinatário perceber a 
versatilidade linguística do remetente. 
d) a carta se utiliza de elementos da função emotiva – centrada no emissor – ainda que a 
intenção predominante do autor seja a função apelativa – conquistar o receptor. 
 
2. (AFA – 2020) 
Trecho da peça teatral A raposa e as uvas, escrita por Guilherme de Figueiredo. A cena 
ocorre na cidade de Samos (Grécia antiga), na casa de Xantós, um filósofo grego, que recebe 
o convidado Agnostos, um capitão ateniense. O jantar é servido por Esopo e Melita, escravos 
de Xantós. 
 
(Entra Esopo, com um prato que coloca sobre a mesa. Está coberto com um pano. Xantós e 
Agnostos se dirigem para a mesa, o primeiro faz ao segundo um sinal para sentarem-se.) 
XANTÓS (Descobrindo o prato) – Ah, língua! (Começa a comer com as mãos, e faz um sinal 
para que Melita sirva Agnostos. Este também começa a comer vorazmente, dando grunhidos 
de satisfação.) Fizeste bem em trazer língua, Esopo. É realmente uma das melhores coisas 
do mundo. (Sinal para que sirvam o vinho. Esopo serve, Xantós bebe.) Vês, estrangeiro, de 
qualquer modo é bom possuir riquezas. Não gostas de saborear esta língua e este vinho? 
AGNOSTOS (A boca entupida, comendo) – Hum. 
XANTÓS – Outro prato, Esopo. (Esopo sai à esquerda e volta imediatamente com outro prato 
coberto. Serve, Xantós de boca cheia.) Que é isto? Ah, língua de fumeiro! É bom língua de 
fumeiro, hein, amigo? 
AGNOSTOS – Hum. (Xantós serve-se de vinho) /.../ XANTÓS (A Esopo) Serve outro prato. 
(Serve) Que trazes aí? 
ESOPO – Língua. 
XANTÓS – Mais língua? Não te disse que trouxesse o que há de melhor para meu hóspede? 
Por que só trazes língua? Queres expor-me ao ridículo? 
ESOPO – Que há de melhor do que a língua? A língua é o que nos une todos, quando falamos. 
Sem a língua nada poderíamos dizer. A língua é a chave das ciências, o órgão da verdade e 
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da razão. Graças à língua dizemos o nosso amor. Com a língua se ensina, se persuade, se 
instrui, se reza, se explica, se canta, se descreve, se elogia, se mostra, se afirma. É com a 
língua que dizemos sim. É a língua que ordena os exércitos à vitória, é a língua que desdobra 
os versos de Homero. A língua cria o mundo de Ésquilo, a palavra de Demóstenes. Toda a 
Grécia, Xantós, das colunas do Partenon às estátuas de Pidias, dos deuses do Olimpo à glória 
sobre Tróia, da ode do poeta ao ensinamento do filósofo, toda a Grécia foi feita com a língua, 
a língua de belos gregos claros falando para a eternidade. 
XANTÓS (Levantando-se, entusiasmado, já meio ébrio) – Bravo, Esopo. Realmente, tu nos 
trouxeste o que há de melhor. (Toma outro saco da cintura e atira-o ao escravo) Vai agora 
ao mercado,e traze-nos o que houver de pior, pois quero ver a sua sabedoria! (Esopo retira-
se à frente com o saco, Xantós fala a Agnostos.) Então, não é útil e bom possuir um escravo 
assim? 
AGNOSTOS (A boca cheia) – Hum. /.../ (Entra Esopo com prato coberto) 
XANTÓS – Agora que já sabemos o que há de melhor na terra, vejamos o que há de pior na 
opinião deste 1horrendo escravo! Língua, ainda? Mais língua? Não disseste que língua era o 
que havia de melhor? Queres ser espancado? 
ESOPO – A língua, senhor, é o que há de pior no mundo. É a fonte de todas as intrigas, o 
início de todos os processos, a mãe de todas as discussões. É a língua que usam os maus 
poetas que nos fatigam na praça, é a língua que usam os filósofos que não sabem pensar. É 
a língua que mente, que esconde, que tergiversa, que blasfema, que insulta, que se 
acovarda, que se mendiga, que impreca, que bajula, que destrói, que calunia, que vende, 
que seduz, é com a língua que dizemos morre e canalha e corja. É com a língua que dizemos 
não. Com a língua Aquiles mostrou sua cólera, com a língua a Grécia vai tumultuar os 2pobres 
cérebros humanos para toda a eternidade! Aí está, Xantós, porque a língua é a pior de todas 
as coisas! 
(FIGUEIREDO, Guilherme. A raposa e as uvas – peça em 3 atos. Cópia digitalizada pelo GETEB – Grupo de Estudos e 
Pesquisa em Teatro Brasileiro/UFSJ. Disponível para fins didáticos em www.teatroparatodosufsj.com.br/ 
download/guilherme-figueiredo-araposa-e-as-uvas-2/ Acesso em 13/03/2019.) 
 
Janela sobre a palavra (V) 
Javier Villafañe busca em vão a palavra que deixou escapar bem quando ia pronunciá-
la. Onde terá ido essa palavra, que ele tinha na ponta da língua? 
Haverá algum lugar onde se juntam todas as palavras que não quiseram ficar? Um reino 
das palavras perdidas? As palavras que você deixou escapar, onde estarão à sua espera? 
(GALEANO, Eduardo. As palavras andantes. Porto Alegre: L&PM, 2017, p. 222) 
 
Sobre o texto “Janela sobre a palavra (V)”, é correto afirmar que 
a) utiliza a metalinguagem para reforçar a ideia de que a poesia só existe quando se 
consegue usar a palavra certa, exata. 
b) se assemelha ao texto do redator de Nova York, pois ambos são do gênero carta. 
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c) nele o escritor se refere às palavras que escaparam antes de serem pronunciadas; elas 
estariam, talvez, em um “Reino das palavras perdidas”. 
d) a expressão “na ponta da língua” equivale à expressão do trecho da peça teatral A raposa 
e as uvas “é fonte de todas as intrigas”. 
 
3. (AFA - 2019) 
Violência: presente e passado da história 
Vilma Homero 
Ao olhar para o passado, costumamos imaginar que estamos nos afastando dos tempos 
da "barbárie pura e simples" para alcançar uma almejada "civilização", calcada sobre 
1relações livres, iguais e fraternas, típicas do homem culto. 2Um olhar sobre a história, no 
entanto, põe em xeque esta visão utópica. 3Organizado pelos historiadores Regina 
Bustamante e José Francisco de Moura, 4o livro Violência na História, publicado pela Mauad 
Editora com apoio da FAPERJ, reúne diversos ensaios que mostram, ao longo do tempo, 
diferentes aspectos da violência, propondo uma reflexão mais demorada sobre o tema. 5Nos 
ensaios reunidos no livro, podemos vislumbrar como, desde a antiguidade e ao longo da 
história humana, 6a violência se insere, sob diversos vieses, nas relações de poder, 7seja 
entre Estado e cidadãos, entre livres e escravos, entre homens e mulheres, ou entre 
diferentes religiões. "Durante a Idade Média, por exemplo, vemos como a violência se 
manifesta na religiosidade, durante o movimento das Cruzadas. 8Ou, hoje, no caso dos 
movimentos sociais, como ela acontece em relação aos excluídos das favelas. O sentido é 
amplo. A desigualdade social, por exemplo, é um tipo de violência; a expropriação do 
patrimônio cultural, que significa não permitir que a memória cultural de determinado 
grupo se manifeste, também", prossegue a organizadora. (...) A própria palavra "violência", 
que etimologicamente deriva do latim vis, com significado de força, virilidade, pode ser 
positiva em termos de transformação social, no sentido de uma violência revolucionária, 
usada como forma de se tentar transformar uma sociedade em determinado momento. (...) 
Essas variadas abordagens vão aparecendo ao longo do livro. 
9(...) Na Roma antiga, as penas, aplicadas após julgamento, ganhavam um sentido 
religioso. Despido de sua humanidade, o réu era declarado 10homo sacer. 11Ou seja, sua vida 
passava a ser consagrada aos deuses. 12Segundo a pesquisadora Norma Mendes, "havia o 
firme propósito de fazer da morte dos condenados 13um espetáculo de caráter exemplar, 
revestido de sentido religioso e de dominação, cuja função era o reforço, manutenção e 
ratificação das relações de poder." (...) 14O historiador Francisco Carlos Teixeira da Silva é 
um dos que traz a discussão para o presente, analisando as transformações políticas do 
último século. 15"Desde Voltaire até Kant e Hegel, 16acreditava-se no contínuo 
aperfeiçoamento da condição humana como uma marcha inexorável em direção à razão. 
(...) O Holocausto, perpetrado em um dos países mais avançados e cultos à época, 17deixou 
claro que a luta pela dignidade humana é um esforço contínuo e, pior de tudo, lento. (...) 
18E, sobretudo, mais de 50 anos depois da II Guerra Mundial, a 19ocorrência de outros 
genocídios – Ruanda, Iugoslávia, Camboja etc. – leva a refletir sobre a convivência entre os 
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homens nesse começo do século XXI." O historiador prossegue: "20De forma paradoxal, a 
globalização, conforme se aprofunda e pluga os homens a escalas planetárias, 21é 
fortemente acompanhada pelo localismo e o particularismo religioso, étnico ou cultural, 
promovendo ódios e incompreensões crescentes. 22Na Bósnia ou em Kosovo, na Faixa de 
Gaza ou na Irlanda do Norte, a capacidade de entendimento 23chegou a seu mais baixo nível 
de tolerância, e transpor uma linha, imaginária ou não, entre bairros pode representar a 
morte." 24Como nem tudo se limita às questões políticas e às guerras, o livro ainda analisa 
as formas que a violência assume nas relações de gênero, na religião, na cultura e aborda 
também a questão dos direitos humanos, vista sob a perspectiva de diferentes sistemas 
culturais. 
(http://www.faperj.br/?id=1518.2.4. Acesso em 05 de março de 2018.) 
 
Assinale a alternativa cuja palavra em destaque possui sentido denotativo. 
a) "De forma paradoxal, a globalização, conforme se aprofunda e pluga os homens a escalas 
planetárias...” (ref. 20) 
b) “Um olhar sobre a história, no entanto, põe em xeque esta visão utópica.” (ref. 2) 
c) “(...) Na Roma antiga, as penas, aplicadas após julgamento, ganhavam um sentido 
religioso.” (ref. 9) 
d) “...acreditava-se no contínuo aperfeiçoamento da condição humana como uma marcha 
inexorável em direção à razão.” (ref. 16) 
 
4. (AFA - 2017) 
RETRATO 
Eu não tinha este rosto de hoje, 
Assim calmo, assim triste, assim magro, 
Nem estes olhos tão vazios, 
Nem o lábio amargo 
Eu não tinha estas mãos sem força, 
Tão paradas e frias e mortas; 
Eu não tinha este coração 
Que nem se mostra. 
Eu não dei por esta mudança, 
Tão simples, tão certa, tão fácil: 
– em que espelho ficou perdida 
a minha face? 
 
MEIRELES, Cecília. Obra Poética de Cecília Meireles. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1958. 
 
 
ENVELHECER 
Arnaldo Antunes/Ortinho/Marcelo Jeneci 
A coisa mais moderna que existe nessa vida é envelhecer 
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A barba vai descendo e os cabelos vão caindo pra cabeça aparecer 
Os filhos vão crescendo e o tempo vai dizendoque agora é pra valer 
Os outros vão morrendo e a gente aprendendo a esquecer 
Não quero morrer pois quero ver como será que deve ser envelhecer 
Eu quero é viver para ver qual é e dizer venha pra o que vai acontecer 
(...) 
Pois ser eternamente adolescente nada é mais *démodé com os ralos fios de cabelo sobre 
a 
[testa que não para de crescer 
Não sei por que essa gente vira a cara pro presente e esquece de aprender 
Que felizmente ou infelizmente sempre o tempo vai correr. 
(...) 
*démodé: fora de moda 
www.arnaldoantunes.com.br/new/sec_discografia_sel.php?id=679 
 
ESTATUTO DO IDOSO (fragmentos) 
Art. 2 – O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem 
prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros 
meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental 
e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e 
dignidade. 
Art. 4 – Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, 
crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou por omissão, será 
punido na forma da lei. 
www.planalto.gov.br/ccvil_03/leis/2003/L10.741.htm 
 
LEITE DERRAMADO 
“Um homem muito velho está num leito de hospital. E desfia a quem quiser ouvir suas 
memórias. Uma saga familiar caracterizada pela decadência social e econômica, tendo como 
pano de fundo a história do Brasil dos últimos dois séculos.” 
Não sei por que você não me alivia a dor. Todo dia a senhora levanta a persiana com 
bruteza e joga sol no meu rosto. Não sei que graça pode achar dos meus esgares, é uma 
pontada cada vez que respiro. Às vezes aspiro fundo e encho os pulmões de um ar 
insuportável, para ter alguns segundos de conforto, expelindo a dor. Mas bem antes da 
doença e da velhice, talvez minha vida já fosse um pouco assim, uma dorzinha chata a me 
espetar o tempo todo, e de repente uma lambada atroz. Quando perdi minha mulher, foi 
atroz. E qualquer coisa que eu recorde agora, vai doer, a memória é uma vasta ferida. Mas 
nem assim você me dá os remédios, você é meio desumana. Acho que nem é da 
enfermagem, nunca vi essa cara sua por aqui. Claro, você é a minha filha que estava na 
contraluz, me dê um beijo. Eu ia mesmo lhe telefonar para me fazer companhia, me ler 
jornais, romances russos. Fica essa televisão ligada o dia inteiro, as pessoas aqui não são 
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sociáveis. Não estou me queixando de nada, seria uma ingratidão com você e com o seu 
filho. Mas se o garotão está tão rico, não sei por que diabos não me interna em uma casa de 
saúde tradicional, de religiosas. Eu próprio poderia arcar com viagem e tratamento no 
estrangeiro, se o seu marido não me tivesse arruinado. 
BUARQUE, Chico. Leite derramado. São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p. 10-11. 
 
Nos textos em geral, manifestam-se simultaneamente várias funções da linguagem. No 
entanto, sempre há o predomínio de uma sobre as outras. Após a leitura dos textos, assinale 
a alternativa correta. 
a) No texto, “Estatuto do Idoso”, a função da linguagem predominante é a metalinguística, 
porque há uma explicação do código, o qual é o foco do discurso. 
b) No texto “Envelhecer” tem o canal como elemento de destaque, logo o predomínio é da 
função fática da linguagem. 
c) O referente é o elemento que se sobressai sobre os demais no trecho do livro Leite 
derramado, caracterizando o predomínio da função informativa sobre a poética. 
d) A função poética se destaca no poema Retrato, tendo em vista a preocupação do 
enunciador em enfatizar a mensagem. 
 
5. (AFA - 2016) 
FAVELÁRIO NACIONAL 
 
Carlos Drummond de Andrade 
Quem sou eu para te cantar, favela, 
Que cantas em mim e para ninguém 
a noite inteira de sexta-feira 
e a noite inteira de sábado 
E nos desconheces, como igualmente não te 
conhecemos? 
Sei apenas do teu mau cheiro: 
Baixou em mim na viração, 
direto, rápido, telegrama nasal 
anunciando morte... melhor, tua vida. 
... 
Aqui só vive gente, bicho nenhum 
tem essa coragem. 
... 
Tenho medo. Medo de ti, sem te conhecer, 
Medo só de te sentir, encravada 
Favela, erisipela, mal-do-monte 
Na coxa flava do Rio de Janeiro. 
 
 
Medo: não de tua lâmina nem de teu revólver 
nem de tua manha nem de teu olhar. 
Medo de que sintas como sou culpado 
e culpados somos de pouca ou nenhuma 
irmandade. 
Custa ser irmão, 
custa abandonar nossos privilégios 
e traçar a planta 
da justa igualdade. 
Somos desiguais 
e queremos ser 
sempre desiguais. 
E queremos ser 
bonzinhos benévolos 
comedidamente 
sociologicamente 
mui bem comportados. 
Mas, favela, ciao, 
que este nosso papo 
está ficando tão desagradável. 
vês que perdi o tom e a empáfia do começo? 
... 
(ANDRADE, Carlos Drummond de, Corpo. Rio de Janeiro: 
Record, 1984) 
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Nos versos: “Mas, favela, ciao, / que este nosso papo / está ficando tão desagradável / vês 
que perdi o tom e a empáfia do começo?”, verifica-se a presença das funções de linguagem 
a) apelativa e referencial. 
b) poética e referencial. 
c) metalinguística e apelativa. 
d) fática e emotiva. 
 
6. (AFA - 2012) 
Texto I 
O silêncio incomoda 
1Como trabalho em casa, assisto a um grande número de jogos e programas esportivos, 
alguns porque gosto e outros para me manter atualizado, vejo ainda muitos noticiários 
gerais, filmes, programas culturais (são pouquíssimos) e também, por curiosidade, muitas 
coisas ruins. Estou viciado em televisão. 
Não suporto mais ver 25tantas tragédias, crimes, violências, falcatruas e tantas 
politicagens para a realização da Copa de 2014. 
Estou sem paciência 20para assistir a tantas partidas tumultuadas no Brasil, 
consequência do estilo de jogar, da tolerância com a violência e do ambiente bélico em 14que 
9se transformou o futebol, dentro e fora do campo. 
Na transmissão das partidas, 30fala-se e grita-se demais. Não há um único instante de 
silêncio, nenhuma pausa. O barulho é cada dia maior no futebol, nas ruas, nos bares, nos 
restaurantes e em quase todos os ambientes. O silêncio incomoda as pessoas. 
É óbvio 15que informações e estatísticas são importantíssimas. Mas exageram. 2Fala-se 
26muito, mesmo com a bola rolando. Impressiona-me 18como 10se formam conceitos, dão 
opiniões, baseados em estatísticas 13que têm pouca ou nenhuma importância. 
Na partida entre Escócia e Brasil, um repórter da TV Globo deu a 6“grande notícia”, 21que 
Neymar foi o primeiro jogador brasileiro a marcar dois gols contra a Escócia em uma mesma 
partida. 
22Parece haver uma disputa para saber 19quem dá mais informações e estatísticas, e 
outra, entre os narradores, 3para saber quem grita gol mais 23alto e 24prolongado. 11Se dizem 
16que a imagem vale mais que mil palavras, por que se fala e se grita tanto? 
21Outra discussão 27chata, durante e após as partidas, é 8se um jogador teve a intenção 
de colocar a mão na bola e de fazer pênalti, e se outro teve a intenção de atingir o adversário. 
Com raríssimas exceções, 4ninguém é louco para fazer pênalti nem tão canalha para querer 
quebrar o outro jogador. 
7O que ocorre, com frequência, é 5o jogador, no impulso, sem pensar, soltar o braço na 
cara do outro. O impulso está à frente da consciência. Não sou também tão ingênuo para 
achar 17que todas as faltas violentas são involuntárias. 
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 AULA 01 – TEORIA DO TEXTO 38 
Não dá para o árbitro saber 12se a falta foi intencional ou não. Ele precisa julgar o fato, 
e não a intenção. Eles precisam ter também bom senso, o que é raro no ser humano, para 
saber a gravidade das faltas. 29Muitasparecem 28iguais, mas não são. Ter critério não é 
unificar as diferenças. 
(Tostão, Folha de S.Paulo, caderno D, “esporte”, p. 11, 10/04/2011.) 
 
Texto II 
O ídolo 
Em um belo dia, a deusa dos ventos beija o pé do homem, o maltratado, desprezado pé, 
e, desse beijo, nasce o ídolo do futebol. 7Nasce em berço de palha e barraco de lata e vem 
ao mundo abraçado a uma bola. 
1Desde que aprende a andar, sabe jogar. Quando criança, alegra os descampados e os 
baldios, joga e joga e joga nos ermos dos subúrbios até que a noite cai e ninguém mais 
consegue ver a bola, e, quando jovem, voa e faz voar nos estádios. Suas artes de malabarista 
convocam multidões, domingo após domingo, de vitória em vitória, de ovação em ovação. 
4A bola 13o procura, 14o reconhece, precisa dele. No peito de 18seu pé, ela descansa e se 
embala. 6Ele 19lhe dá brilho e 20a faz falar, e neste diálogo entre os dois, milhões de mudos 
conversam. 11Os Zé Ninguém, os condenados a serem para sempre ninguém, podem sentir-
se alguém por um momento, por obra e graça desses passes devolvidos num toque, 16essas 
fintas que desenham os zês na grama, 17esses golaços de calcanhar ou de bicicleta: quando 
ele joga o time tem doze jogadores. 
— Doze? Tem quinze! Vinte! 
10A bola ri, radiante, no ar. Ele a amortece, a adormece, diz galanteios, dança com ela, e 
vendo essas coisas nunca vistas, seus adoradores sentem piedade por seus netos ainda não 
nascidos, que não estão vendo 15o que acontece. 
22Mas o ídolo é ídolo apenas por um momento, humana eternidade, coisa de nada; e 
quando chega a hora do azar para o pé de ouro, a estrela conclui sua viagem do resplendor 
à escuridão. 3Esse corpo está com mais remendos que roupa de palhaço, o acrobata virou 
paralítico, o artista é uma besta: 
— Com a ferradura, não! 
8A fonte da felicidade pública se transforma no 12para-raios do rancor público: 
— Múmia! 
Às vezes, o ídolo não cai inteiro. 5E, às vezes, 2quando 9se quebra, a multidão 21o devora 
aos pedaços. 
(Eduardo Galeano. Futebol, ao sol e à sombra.) 
 
Sobre os textos I e/ou II, pode-se afirmar que 
a) a função poética está presente no texto II, através do uso de linguagem figurada. 
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ESTRATÉGIA MILITARES – GRAMÁTICA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 
 
 AULA 01 – TEORIA DO TEXTO 39 
b) tanto o texto I quanto o texto II apresentam função emotiva. 
c) no texto I, a intenção do autor é persuadir o leitor a mudar seu comportamento, fazendo 
uso, dessa forma, da função apelativa. 
d) o fato de Tostão ser um ex-jogador de futebol e estar falando sobre esse esporte – texto 
I – caracteriza uma metalinguagem. 
Comentários: 
A alternativa A está correta, pois há uso recorrente de figuras de linguagem no texto II, sendo 
predominante metáforas (a deusa dos ventos beija o pé do homem) e prosopopeias (A bola ri, radiante, 
no ar), e a linguagem figurada caracteriza presença da função poética. 
A alternativa B está incorreta, pois o texto II apresenta a construção de uma narrativa, na qual está 
presente uma grande quantidades de figuras de linguagem, mas não há uso da 1ª pessoa do singular, 
acompanhado da exposição de sentimentos e reflexões do emissor, o que configurariam a função 
emotiva. Essa função pode ser notada, de forma contida, no texto I apenas. 
A alternativa C está incorreta, pois o texto I é composto pela exposição da opinião do autor, que 
expressa, de forma contida, seu sentimento de desconforto, o que remete à função emotiva, e uma 
reflexão sobre o conteúdo da televisão, com foco no futebol, apresentando observações acerca do que 
encontra em seu cotidiano, o que caracteriza uso da função referencial. Contudo, como não há 
mensagem direcionada ao leitor, com intuito de convencê-lo, não há uso da função apelativa. 
A alternativa D está incorreta, pois a metalinguagem constitui no uso de uma linguagem (arte, um 
idioma) para se referir a si mesma. Um jogador de futebol escrever sobre o esporte não configura, 
portanto, metalinguagem, posto que não há relação de reflexividade do elemento sobre si próprio. 
Gabarito: A 
7. (INÉDITA – Celina Gil – 2020) 
Encontra-se expressão própria da modalidade oral da linguagem em: 
a) Quem me obriga a escrever? 
b) E quando saí fraca pela primeira vez à rua, havia sol cálido e gente na rua. 
c) Também escreveria sobre rir do absurdo de minha condição. 
d) Ah, estou cheia de temas que jamais abordarei. 
 
8. (INÉDITA – Celina Gil – 2020) 
Assinale a alternativa que relaciona corretamente um trecho em discurso indireto livre e sua 
função 
a) Ele pousou a mala no chão e pediu um apartamento. Por quanto tempo? Não estava bem 
certo, talvez uns vinte dias. Ou mais. – uma personagem fazer uma citação indireta daquilo 
que a outra falou. 
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b) Quando entrou pela alameda de pedregulhos e parou o carro defronte do hotel, o casal 
de velhos que passeava pelo gramado afastou-se rapidamente e ficou espiando de longe. O 
velho porteiro que o atendeu no balcão de recepção também teve um movimento de recuo. 
– colocar na voz do narrador aquilo que as personagens fazem. 
c) O porteiro examinou-o da cabeça aos pés. Forçou o sorriso paternal, disfarçando o 
espanto com uma cordialidade exagerada, Mas o jovem queria um apartamento? Ali, 
naquele hotel?! Mas era um hotel só de velhos, quase todos moradores fixos antiquíssimos, 
que graça um hotel desses podia ter para um jovem? – Colocar as palavras da personagem 
no discurso do narrador. 
d) As danças até de madrugada. O jogo. E as competições na quadra de tênis, as cavalgadas 
pelo campo, o hotel dispunha de ótimos cavalos. Charretes. – realizar uma citação direta 
daquilo que a personagem teria dito. 
 
9. (INÉDITA – Celina Gil – 2020) 
Estou para contar que, ao cabo de um tempo não marcado, agarrei-me definitivamente aos 
cabelos de Capitu, mas então com as mãos, e disse-lhe, — para dizer alguma coisa, — que era 
capaz de os pentear, se quisesse. 
 
Assinale a alternativa que transforma corretamente o discurso indireto do trecho acima em 
discurso direto 
a) – Se quisesse, eu sou capaz de penteá-los. 
b) – Eu era capaz de penteá-los, se quisesse. 
c) – Se quiser, eu seria capaz de penteá-los. 
d) – Eu sou capaz de penteá-los, se quiser. 
 
10. (INÉDITA – Celina Gil – 2020) 
Assinale a alternativa que realiza adequadamente a transposição para o discurso indireto do 
trecho a seguir. 
Ao voltar, relata a Frei Lourenço que, por causa da epidemia, não pôde entregar a carta a 
Romeu: 
— Fui procurar um frade de nossa ordem de pés descalços, que visita os doentes, para ir 
comigo a Mântua (...) 
 
a) Ao voltar, relata a Frei Lourenço que, por causa da epidemia, não pôde entregar a carta a 
Romeu, pois fora procurar um frade de sua ordem de pés descalços, que visitava os doentes, 
para ir com ele a Mântua (...) 
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ESTRATÉGIA MILITARES – GRAMÁTICA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 
 
 AULA 01 – TEORIA DO TEXTO 41 
b) Ao voltar, relata a Frei Lourenço que, por causa da epidemia, não pôde entregar a carta a 
Romeu, pois foi procurar um frade de sua ordem de pés descalços, que visita os doentes, 
para ir com ele a Mântua (...) 
c) Ao voltar, relata a Frei Lourenço que, por causa da epidemia, não pôde entregar a carta a 
Romeu, pois fui procurar um frade de nossa ordem de pés descalços, que visita os doentes, 
para ir comigo a Mântua (...) 
d) Ao voltar, relata a Frei Lourenço que, por causa da epidemia, não pôde entregar a carta a 
Romeu, pois fui procurar um frade de sua ordem de pés descalços, que visita os doentes, 
para ir com ele a Mântua (...) 
 
11. (INÉDITA – Celina Gil – 2019) 
Sobre a função poética da linguagem, é INCORRETO afirmar que: 
a) Aparece com frequência na literatura, principalmente na poesia. 
b) Deve observar não só o conteúdo

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