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FACULDADE UNYLEYA 
ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 
VINICIUS TAVARES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DOS RISCOS E DAS CONDIÇOES DE TRABALHO EM UMA 
CARVOARIA NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PELOTAS 
2022 
Vinicius Tavares 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DOS RISCOS E DAS CONDIÇOES DE TRABALHO EM UMA 
CARVOARIA NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 
 
 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada a Faculdade 
Unyleya como requisito parcial para 
obtenção do título de “Especialista em 
Engenharia de Segurança do Trabalho”. 
 
Orientador: Professor Luis Santos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pelotas 
2022 
 
 
Vinicius Tavares 
 
 
 
AVALIAÇÃO DOS RISCOS E DAS CONDIÇOES DE TRABALHO EM UMA 
CARVOARIA NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 
 
 
Monografia aprovada como requisito parcial para obtenção do título de 
Especialista no Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do 
Trabalho, na Faculdade Unyleya. 
 
 
Orientador: 
 
_____________________________________________ 
 
Banca: 
 
_____________________________________________ 
 
 
 
_____________________________________________ 
 
 
 
_____________________________________________ 
 
 
 
 
Pelotas 
2022 
 
RESUMO 
O Brasil é de fato um grande consumidor de carvão vegetal, ao passo que esta 
dentre um dos com maior consumo no mundo. 
Esta produção é espalhada por praticamente todo território brasileiro e é 
realizada por pequenas propriedades rurais, estas propriedades possuem baixo nível 
tecnológico e pouca ou nenhuma mão de obra qualificada. Um trabalho extremamente 
exaustivo e penoso ao trabalhador, e que o expõe a diversos riscos físicos, químicos 
e biológicos. 
De acordo com os trabalhadores a tarefa mais árdua é a retirada da madeira 
de acácia negra queimada no forno, o carvão. Nesta tarefa os trabalhadores lidam 
com cargas extremamente pesadas além de uma grande quantidade de poeira no ar. 
Desta forma concluísse que este tipo de atividade é realidade de forma 
extremamente precária no Brasil, com baixo nível tecnológico e pouca qualificação 
profissional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
Brazil is in fact a major consumer of charcoal, while it is among the most 
consumed in the world. 
This production is spread over practically the entire Brazilian territory and is 
carried out by small rural properties, these properties have a low technological level 
and little or no skilled labor. An extremely exhausting and painful job for the worker, 
which exposes him to various physical, chemical and biological risks. 
According to the workers, the most arduous task is the removal of the black 
wattle wood burned in the oven, the charcoal. In this task the workers deal with 
extremely heavy loads plus a lot of dust in the air. 
In this way, it was concluded that this type of activity is extremely precarious in 
Brazil, with low technological level and little professional qualification. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 - Oferta de Energia ........................................................................... 10 
Figura 2 - Fornos tipo Iglu ............................................................................... 12 
Figura 3 - Sivicultura x Extração vegetal......................................................... 13 
Figura 4 - Toretes De acácia .......................................................................... 18 
Figura 5 - Forno com toretes .......................................................................... 19 
Figura 6 - Forno Iglu ....................................................................................... 21 
Figura 7 - Carvão estocado ............................................................................ 22 
Figura 8 - Forno realizando a carbonatação ................................................... 23 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 8 
1.1 OBJETIVO GERAL ...................................................................................... 9 
1.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS........................................................................... 9 
2 REVISÃO BIBLIOGRAFICA ................................................................... 10 
3 METODOLOGIA: .................................................................................... 16 
4 DESENVOLVIMENTO E RESULTADOS ............................................... 17 
4.1 FABRICAÇÃO E ATIVIDADES INICIAIS .......................................................... 17 
4.2 CARBONATAÇÃO..................................................................................... 18 
4.3 ESTOCAGEM E ARMAZENAMENTO ............................................................. 21 
4.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................... 23 
5 CONCLUSÃO ......................................................................................... 25 
6 REFERENCIAS ....................................................................................... 26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O Trabalho industrial e rural são extremamente importantes para o 
desenvolvimento do pais e das regiões onde estão instalados, e para que este ocorra 
de forma correta a segurança do trabalho e as leis trabalhistas precisam ser cumpridas 
e exigidas da melhor forma possível. No último século a segurança do trabalho ganhou 
profunda importância e relevância dentro da produção. 
Entretanto no pais em que vivemos as condições de trabalho e o numero de 
acidentes e de mortes e extremamente alto, o Brasil figura na quarta posição dos 
países com mais acidentes do trabalho. Desta forma se faz cada vez mais necessário 
trabalhos e pesquisas dos mais diversos campos profissionais afim de melhorar essa 
condição. 
Para que essa perspectiva seja mudada, é necessário um trabalho muito forte 
com relação a segurança do trabalho, com analises preliminares de riscos e 
planejamento no campo da higiene do trabalho. Com estes estudos em mãos fica 
possível executar melhorias na vida dos trabalhadores e ate mesmo melhorias na 
produção. 
Estranhamente mesmo com a alta produção de carvão vegetal no Brasil devido 
ao seu grande consumo interno, fato que coloca o pais entre um dos maiores 
produtores e consumidores do produto. O pais ainda apresenta péssimas condições 
de trabalho e até mesmo mão de obra infantil. 
É de suma importância que esse tipo de atividade seja estudado e regularizado, 
pois diversas empresas produtoras da matéria prima trabalham de forma correta e 
segura, e estas são prejudicadas por empresas que trabalham em desacordo com a 
legislação, pois produzem o mesmo produto gastando menos recursos e assim 
conseguem vender a um preço menor ao consumidor. 
O lado ambiental também se faz muito presente neste tipo de atividade, pois 
esta atividade esta diretamente ligada a exploração do meio ambiente, muitas 
produções se utilizam de mata nativa para produzir o carvão e não tem a menor 
preocupação com os gases lançados a atmosfera. 
9 
 
 
1.1 OBJETIVO GERAL 
O principal objetivo deste trabalho e analisar os riscos inerentes a produção de 
carvão vegetal. 
1.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS. 
Os objetivos específicos são: 
 Observar os ricos físicos, químicos e biológicos nos trabalhadores 
 Analisar os principais problemas na saúde dos trabalhadores analisados 
 Identificar as atividades mais perigosas dentro da atividade da produção 
de carvão. 
10 
 
2 REVISÃO BIBLIOGRAFICA 
No pais em que vivemos a oferta de energia, apresentada na figura 1, é 
notavelmente dominada em primeiro lugar pelo petróleo e derivados, 39,3%, energiasrenováveis contribuem com 41% na produção interna, O carvão vegetal e a lenha 
participam com 8,3%. 
 
Figura 1 - Oferta de Energia 
 
Fonte: EPE (2014) 
 
Segundo Oliveira (2010). O brasil quando comparado a outros países da 
américa latina e até do mundo e com certeza um dos maiores produtores e 
consumidores desta fonte de energia. Dos países com maior produção industrial o 
Brasil é o único que utiliza tal fonte na área industrial. Ao passo que o brasil chega a 
ter um terço da produção mundial de carvão vegetal. 
Ao contrário de outros países no Brasil é muito comum a produção como meio 
de subsistência de algumas famílias, utilizando florestas próximas e até mesmo 
plantando acácia e eucalipto.(MUNIZ et al.,2012). 
11 
 
Segundo silva ( 2007). A produção de cavão vegetal pode ser dividida em 
duas, a de carvão produzido através de matas nativas e a produção através de 
plantações de eucaliptos e acácias. 
A produção do carvão vegetal é um subproduto da floresta, ele é criado 
através do processo de pirólese do material, nada mais é do que um processo de 
decomposição físico-quimica. (CASTRO et. al 2007). 
Segundo dias (2002). O rendimento térmico deste material advindo da queima 
da madeira é considerado baixo, já que este fica por volta de 50%, pois durante o 
processo de produção diversos elementos são desperdiçados na queima. 
Segundo zuchi (2000). O carvão vegetal no Brasil sempre esteve por trás da 
produção siderúrgica, este método de utilização do calor influenciou diretamente a 
forma como as siderúrgicas trabalham. 
Para que o aço brasileiro seja competitivo em mercados externos, o custo na 
produção do ferro gusa esta diretamente ligado aos métodos de produção. O carvão 
vegetal e amplamente utilizado nos fornos que realizam a produção deste tipo de aço 
( VITAL e PINTO, 20110). 
Processo de Fabricação do carvão vegetal 
Segundo Dias (2002). A primeira vista de um observador ao perceber uma 
carvoaria, são de fornos de barro envolvidas em uma grande fumaça, e a sensação 
de ardência forte nos olhos. 
Silva e Silva (2004) Inspecionando locais de trabalho onde o carvão e 
produzido no Mato grosso sul, é possível perceber desde industrias siderúrgicas até 
produções rurais de pequeno porte. 
Grande parte da produção nacional de carvão vegetal é feita em fornos de 
alvenaria, em fornos com formato iglu conforme a figura 2(PINHEIRO et al., 2006 
BEMERGUI 2011). 
12 
 
 
Figura 2 - Fornos tipo Iglu 
 
Fonte: Pinheiro (2006) 
 
 
Problemas ambientas na produção de carvão 
Segundo Canettieri (2003). A agua ao entrar em contato com os produtos 
gerados na produção do carvão a agua muda o ph e fica acidificada gerando grandes 
riscos ambientais. 
Muniz (2012). Como a produção feita através de floretas plantadas não se faz 
suficiente perante ao consumo, este fato faz com que aumente a pressão para que se 
utilize florestas nativas, fato que constitui crime ambiental. 
No período entre os anos de 1997 e 2006 foi constatado que a produção de 
carvão através de florestas nativas era maior do que a produção de florestas plantadas 
conforme a figura 3 (VITAL e PINTO 20011). 
13 
 
Figura 3 - Sivicultura x Extração vegetal 
 
Fonte: Vital e Pinto (2011) 
Zuchi (2000). Avalia que a atividade de produção de carvão nos últimos anos é 
sinônimo de precariedade nas condições de trabalho e exploração do trabalhador. 
Segundo Pitombeira (2008). A produção de carvão vegetal na região de 
Carajás, é de profunda relevância para a produção siderúrgica local e é 
constantemente denunciada por práticas de trabalho escravo e em condições 
degradantes de trabalho. 
Santos (2007). Ao realizar comparações aos métodos de produção verificou 
que é comum do descumprimento de leis trabalhistas e produção de forma precária 
em fornos do tipo igulu, inclusive com a presença de crianças no trabalho. 
Condições desumanas são amplamente visualizadas, trabalhadores em 
situações insalubres e com jornadas de até 12h, exposição a gases tóxicos sem 
nenhuma proteção e a alta temperatura dos fornos.(CANETTIERI 2013). 
Segundo Souza (2010). É necessário novas pesquisas referente aos gases e 
as partículas desprendidas na produção de carvão. 
Polezer (2012). As partículas advindas da queima da madeira vem de fontes 
antropogênicas e é um dos principais poluentes da atmosfera, contendo uma grande 
variedade de materiais ácidos, compostos orgânicos e outras substancias toxicas. 
Segundo a organização internacional do trabalho calcula-se cerca de 35 
milhoes de casos de doenças ligadas a exposições a substancias químicas e por volta 
de 35mil mortes por doenças respiratórias. 
14 
 
Dias (2002). As variações térmicas no entorno dos fornos de carvão são 
responsáveis por um grande numero de gripes e resfriados. A alta temperatura no 
entorno reage com o organismo do trabalhador, fazendo com que o corpo do mesmo 
produza sudorese, e aceleração do metabolismo. 
Grande parte do processo de produção de carvão é feito a ceu aberto desta 
forma os trabalhadores estão constantemente expostos a intemperes e a radiação UV. 
De acordo com Pozzebon e Rodrigues (2009), a exposição diária a radiação 
ultra violeta pode provocar queimaduras, catarata e até câncer de pele. 
Outro fator prejudicial a saúde do trabalhador é o trabalho excessivo 
carregando peso, este fator contribui para dores na lombar e fadiga muscular ( SOUZA 
e MINETTE 2002). 
O Trabalho com ferramentas perigosas sem qualquer pericia ou curso de 
segurança referente a maquinas rotativas também e um fator preponderante nos 
acidentes deste tipo de atividade. O uso da motosserra é frequente para cortar arvores 
(CAMARA 2007). 
De acordo com Canettieri (2013), As comunidades e pessoas vizinhas das 
fabricas deste tipo de atividade, também são amplamente atingida, pois o ar carrega 
partículas da queima dos fornos e pode gerar danos a saúde de terceiros. 
Dias et al. (2002) fazendo referência a carvoarias artesanais no estado de 
Minas Gerais e descreve os trabalhadores, geralmente seminus e com o corpo coberto 
pela fuligem. O autor também relaciona as atividades com o tipo de dano a saúde do 
tabalhador: 
Preparo da carga de madeira, uso de motosserras, machados e facões: 
 Provocaram ferimentos e traumatismos, lesões graves, elevado ruído e 
vibrações 
Enchimento do forno: 
 Queda de toras provocando lesões graves, faturas, escoriações 
 
Carbonização: 
 Fumaça, irritação nos olhos e vias aéreas. 
Retirada do carvão do forno: 
 Esforço físico intenso, movimentos repetitivos, condições climáticas 
adversas. 
Todas as etapas: 
15 
 
 Riscos potenciais de traumatismos e picadas por animais peçonhentos 
 
De acordo com Silva e silva (2004), Os trabalhadores que atuam neste tipo de 
atividade em sua grande maioria são explorados e vivem em moradias precárias. Os 
autores se depararam com situações em que os trabalhadores não possuíam nenhum 
EPI. 
Entretanto Oliveira (2013) cita que realizou avaliação em diversas empresas do 
ramo carvoeiro, que atuam de forma totalmente legal e responsável com o meio 
ambiente, utilizando em sua produção apenas madeira plantada. Esses trabalhadores 
e empresas visitadas todos os trabalhadores utilizavam bota, calça, protetor auricular, 
mascaras e etc. Todos equipamentos de EPI de forma correta. 
O não uso dos EPIs de forma adequada gera diversos danos ao trato 
respiratório do trabalhador, de acordo com Souza (2010), Os sintomas mais comuns 
nas vias áreas são espirros e secreção nazal. Também é possível identificar tosse, 
expectoração e dispneia. É muito comum encontrar nos trabalhadores rinite 
ocupacional. 
 
16 
 
3 METODOLOGIA: 
 
A carvoaria a ser estudada fica localizada no Rio grande do sul, no município 
de Morro Redondo. 
A empresa em questão e considerada de pequeno porte, é administrada pelo 
dono da propriedade e se enquadra em pequena propriedade rural. Segundo Brito 
(1990).Este tipo de atividade é normalmente rural e é encontrada em vários pontos 
do pais. 
A carvoaria possuí um forno do tipo igulu. E a matéria prima utilizada no forno 
e plantada na própria propriedade. 
Coleta de informação dos trabalhadores: 
Para fazer uma melhor avaliação do trabalho realizado será feita algumas 
perguntas aos trabalhadores, com o objetivo de conhecer melhor o trabalho. 
 Na produção do carvão qual a etapa mais cansativa? 
 Alguma atividade é desconfortável? 
 Ao final de uma jornada, você sente algum desconforto? 
 Você utiliza algum material de proteção? 
 
Avaliação dos ricos ambientais: 
Em conjunto com as repostas dos trabalhadores será feito um levantamento de 
dados qualitativos no ambiente de trabalho, com o objetivo de verificar os riscos 
químicos, físicos e biológicos da atividade. 
 
 
 
17 
 
4 DESENVOLVIMENTO E RESULTADOS 
 
4.1 FABRICAÇÃO E ATIVIDADES INICIAIS 
O processo da fabricação do carvão vegetal e iniciada apartir da derrubada da 
mata de acácia, em seguida os troncos cortados são seccionados em toretes 
menores. 
Este processo é feito através do corte com a motosserra e os trabalhadores 
ficam expostos aos raios ultra violeta que são emitidos pelo sol, além disso os 
trabalhadores são expostos a riscos com a ferramenta moto serra e a animais, como 
cobras e outros. Nesta tarefa não foram utilizados luvas, botas e protetor solar contra 
os raios UV. 
Segundo Cunha (1999). O trabalho com a motosserra pode acarretar riscos a 
audição do trabalhador pela vibração. 
Mesmo não tendo feito aferição no ruido presente no ambiente, segundo 
Rodrigues (2011), ao avaliar o ruido produzido com tal ferramenta em florestas de 
eucalipto, foi constatada valores superiores a 85db. 
Os toretes são colocados na caçamba do trator e levados até o forno. 
Estas tarefas exige grande esforço físico e geram grandes danos a lombar dos 
trabalhadores, de acordo com Sant’nna e Malinovisk (1999), esse tipo de trabalho 
configura atividade perigosa a sobre carga a coluna do trabalhador. 
Araujo e Alves (1992), citam que durante a tarefa de corte das arvores e corte 
dos toretes os trabalhadores ficam expostos a ataques de animais, esta categoria de 
trabalhadores é a que mais sofre com ataques de animais peçonhentos no Brasil. 
Durante essa tarefa foi constatado que os trabalhadores não utilizaram 
qualquer Epi de proteção, tanto na parte superior quanto na parte inferior. 
 
 
 
18 
 
Figura 4 - Toretes De acácia 
 
Fonte: Próprio Autor 
 
 
 
 
 
4.2 CARBONATAÇÃO 
Esta tarefa se inicia com o preenchimento dos fornos que é realizado de forma 
manual, os troncos são acomodados dentro do forno em forma de iglu, ate que 
preencham em sua totalidade. 
Após o preenchimento do forno é feito o acendimento na parte do topo do forno, 
os funcionários monitoram esse processo e vão fechando os buracos do forno ao 
19 
 
longo do processo. É importante destacar que o principal risco observado nesta etapa 
e o risco químico, devido ao alto teor de fumaça no local. 
 
 
Figura 5 - Forno com toretes 
 
Fonte: Próprio Autor 
 
A fumaça proveniente desta queima e os efeitos causados pela mesma foram 
objeto de estudo de Andrade (2002), Os gases emitidos pela queima da madeira 
causam irritação aos olhos humanos e apresentam alta toxidade. 
Nesta etapa nenhum funcionário utilizou mascara para não respirar os gases 
do local, mascaras faciais inteiras combinadas com mascara seriam os equipamentos 
adequados. 
A etapa a seguir é a retirada dos torrentes de dentro do forno, todos 
funcionários entrevistados mencionaram esta tarefa com a de maior desgaste e 
desconforto. Esta etapa leva aproximadamente 3h e cada forno tem entorno de 900kg 
20 
 
de carvão no seu interior. Além do alto peso no trabalho, foi identificado bastante farelo 
de carvão. 
Trabalhadores também mencionaram que nessa etapa é necessário muito 
cuidado, pois ainda é possível ter fogo no interior do forno, e ao abrir e circular o 
oxigênio, se inicie novamente a combustão. 
Um fato bastante claro é que os trabalhadores apesar de realizarem a tarefa de 
forma diária e com facilidade, eles não possuem conhecimento dos riscos oferecidos, 
o que mostra falta de capacitação dos trabalhadores. 
Na figura 6 é possível ver o forno tipo igulu utilizado na carbonatação. 
21 
 
 
Figura 6 - Forno Iglu 
 
Fonte: Próprio Autor 
 
 
 
4.3 ESTOCAGEM E ARMAZENAMENTO 
Após todo carvão ser retirado dos forno, estes seguem para um galpão onde 
ficam ensacados e empilhados. Este carvão fica estocado e é vendido a empresas 
que fazem a industrialização. 
22 
 
Devido ao alto poder de combustão do carvão vegetal, estes deveriam ser 
armazenados em locais com sistema de prevenção de incêndio e detectores de 
fumaça, além de extintores e hidrantes próximos ao local, fato que não foi constatado. 
Este carvão vegetal e pesado em caixas e vendido a outras empresas que 
fazem o empacotamento e colocam suas marcas. Na figura 7 e possível ver o carvão 
já estocado. 
 
 
 
Figura 7 - Carvão estocado 
 
Fonte: Próprio Autor 
 
 
Na figura 8 é possível ver o forno realizando o processo químico de 
carbonatação, e a quantidade de gases emitido pelo forno. 
23 
 
Figura 8 - Forno realizando a carbonatação 
 
Fonte: Próprio Autor 
 
4.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Visitando as instalações da propriedade, fica evidente a falta de pericia e 
conhecimento dos trabalhadores, desta forma fica extremamente difícil que sejam 
implementadas melhorias. 
O fato de ser uma empresa familiar e que o trabalho e feito pelos próprios, 
dificulta a melhoria das condições de trabalho, além disso o fato de todos realizarem 
todas atividades causa a percepção de que as tarefas são realizadas de forma justa, 
já que todos realizam todas as tarefas. 
Na figura 8 fica visível como este tipo de atividade agride o meio ambiente e 
ate os vizinhos do local, a quantidade de dióxido de carbono lançado na atmosfera 
atinge ate mesmo as propriedades vizinhas, causando desconforto e reclamações. 
A atividade da produção de carvão vegetal e de fundamental importância para 
a região, gerando empregos e desenvolvimento para a comunidade, porem é 
necessário um pouco de atenção do poder publico afim de melhorar as condições de 
trabalho e a qualidade de vida dos trabalhadores. 
Desta forma fica clara que melhorias estão longe de acontecerem no local, a 
única forma de mudar as praticas no trabalho, seria o poder publico se fazer presente, 
24 
 
mas apenas punir não resolveria o problema, somente mudaria o problema, pois são 
pequenos agricultores. 
 
25 
 
5 CONCLUSÃO 
 
O procedimento observado na fazenda avaliada é totalmente precário e 
praticamente totalmente artesanal e sem nenhuma tecnologia. 
Dentre todos os ricos observados vale destacar o ruido da motosserra, as 
elevadas temperaturas oferecidas pelos fornos e a grande quantidade de gases. A 
falta de iluminação e conforto dentro do galpão onde são realizadas as atividades de 
empacotamento e pesagem também saltam aos olhos. 
Através das respostas obtidas junto ao questionário feito aos funcionários, pode 
se constatar que a atividade que mais causa dano a sua saúde, e a retirada dos toretes 
já queimados de dentro do forno, isso causado pelo alto peso da matéria prima e a 
quantidade imensa de poeira no ambiente. 
Se faz necessário uma analise quantitativa de riscos físicos e químicos mais 
detalhada, para ter uma real perspectiva dos danos a saúde de cada trabalhador. 
 
 
26 
 
6 REFERENCIAS 
ANDRADE, M. V. A. S.; PINHEIRO, H. L. C.; PEREIRA, P. A. P.; ANDRADE, J. B. 
Compostos carbonílicos atmosféricos: fontes, reatividade, níveis de concentração e 
efeitos toxicológicos. Química Nova. V. 25, n. 6, p. 1117-1131. 2002. 
ARAÚJO, M. L.; ALVES, M. L. M. O que vem de baixo também atinge. A granja. Ano 
48, n. 527, p. 33-37, Ago. 1992. 
ARBEX, M. A.; CANÇADO, J. E.D.; PEREIRA, L. A. A.; BRAGA, A. L. F.; SALDIVA, P. 
H. N. Queima de biomassa e efeitos sobre a saúde. Jornal Brasileiro de Pneumologia. 
V. 30, n. 2, p. 158-175, Mar./Abr. 2004. 
AZAMBUJA, S. P.; SOGLI, F. D.; ROCHA, A. L. C. Visão dos agricultores ecológicos 
sobre a biodiversidade: estudo de caso dos associados da AECIA. Anais. IV 
ENANPPAS – Encontro da Associação Nacional de Pesquisa e Pós Graduação em 
Ambiente e Sociedade. 14p. Brasília. 4 a 6 de Julho. 2008. 
BALDUINO, G. F. Fatores ergonômicos em atividades florestais de viveiro, 
construção de aceiros e tratamento de madeira. Monografia. Faculdade de 
Tecnologia – Departamento de Engenharia Florestal da Universidade de Brasília. 43p. 
Brasília. 2014. 
BEMERGUI, C. V. O Ministério do Trabalho e Emprego na erradicação do trabalho 
escravo: o caso da exploração do carvão vegetal. Dissertação. Faculdade de Direito 
da Universidade de São Paulo (USP). 83p. São Paulo. 2011. 
BRAND, M. A.; CUNHA, A. B.; CARVALHO, A. F. BREHMER, D. R.; KÜSTER, L. C. 
Análise da qualidade da madeira e do carvão vegetal produzido a partir da espécie 
Miconia cinnamomifolia (De Candolle) Naudin (Jacatirão-açu) na agricultura familiar, em 
Biguaçu, Santa Catarina. Scientia Forestalis. V. 41, n. 99, setembro, p. 401-410. 2013. 
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BRITO, J. O. Carvão vegetal no Brasil: Gestões econômicas e ambientais. Revista 
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