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FUNDAÇÕES GEOTECNIA II

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PÓS-GRADUAÇÃO - lato sensu
ESPECIALIZAÇÃO EM ESTRUTURA DE CONCRETOS E 
FUNDAÇÕES. 
MÓDULO: 5-FUNDAÇÕES GEOTECNIA II 
PROFESSOR: PD. Sc. Francisco Chagas 
 
 
PROGRAMA DE INOVAÇÃO DA INDÚSTRIA 
DA CONSTRUÇÃO CIVIL DO ESTADO DO 
CEARÁ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FUNDAÇÕES E CONTENÇÕES 
 
 
CADERNO DE ENCARGOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA 
2008 
Programa de Inovação da Indústria da Construção Civil do Estado do Ceará 
 
Programa de Inovação da Indústria da Construção Civil do Estado do Ceará 
 
 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
 
 
 
Este caderno de encargos é dirigido aos engenheiros das empresas construtoras 
participantes do Programa de Inovação da Indústria da Construção Civil do Estado do 
Ceará (INOVACON-CE), com a intenção de orientar a contratação e o acompanhamento 
das atividades ligadas à execução da infra-estrutura de edifícios na Região Metropolitana 
de Fortaleza. De acordo com o direcionamento tomado desde a primeira edição em 1998, 
a descrição das diversas técnicas executivas foi mantida em um nível compatível com 
estes objetivos sem a pretensão de ensinar a realização dos serviços especiais de 
geotecnia e fundações que são usualmente contratados com empresas especializadas. 
 
 
Desenvolvido a partir do caderno de encargos preparado para o INOVACON em 
1998 e revisto em 2006, ele foi complementado incluindo novas informações sobre as 
obras de contenção de subsolos, que estão cada mais presentes na obras imobiliárias em 
Fortaleza. Com esta complementação pretende-se atender as necessidades de 
conhecimentos dos técnicos das empresas participantes do INOVACON, nas atividades 
de contenção e escavação de subsolos. 
 
 
Fortaleza, junho de 2008 
Programa de Inovação da Indústria da Construção Civil do Estado do Ceará 
 
 
 
APRESENTAÇÃO 2006 
 
 
 Este caderno de encargos é dirigido aos engenheiros das empresas construtoras 
participantes do Programa de Inovação da Indústria da Construção Civil do Estado do 
Ceará (INOVACON-CE), com a intenção de orientar a contratação e o acompanhamento 
das atividades ligadas à execução da infra-estrutura de edifícios na Região Metropolitana 
de Fortaleza. A descrição das diversas técnicas executivas foi mantida em um nível 
compatível com estes objetivos sem a pretensão de ensinar a realização dos serviços 
especiais de geotecnia e fundações que são usualmente contratados com empresas 
especializadas. 
 
 Desenvolvido a partir do caderno de encargos preparado para o INOVACON em 
1998, ele foi atualizado e complementado incluindo novas técnicas de execução de 
fundação e trazendo informações sobre a contenção de subsolos mais profundos, que 
estão hoje presentes na obras imobiliárias em Fortaleza. Com ele pretende-se dotar as 
empresas participantes do programa de um caderno de encargos de infra-estrutura, 
abordando as atividades de investigação geotécnica, fundação, contenção, escavação e 
reaterro. 
 
 Atualmente o participam do INOVACON treze empresas construtoras (Acopi, 
Blokus, Colúmbia, Granito, Placic, Santo Amaro, CCB, Alves Lima, Farias Brito, C Rolim, 
LCR, J Simões e Fibra), que sob a coordenação do NUTEC e com a participação da UFC, 
UNIFOR, CEFET e SENAI, buscam o aperfeiçoamento tecnológico e gerencial de suas 
atividades. 
 
 
 
Conselho Diretor: 
Ricardo Miranda 
Antônio de Mattos Brito Neto 
Manuel Lourenço dos Santos Filho 
 
Coordenação: 
José Ramalho Torres 
José de Paula Barros Neto 
 
Consultor: 
Antonio Nunes de Miranda 
 
Equipe Técnica: 
Arnaldo Pinheiro Silva 
Roney Sérgio Marinho de Moura 
Márcia Rufino Bastos 
Thiago Ribeiro Francelino 
 
Fortaleza, fevereiro de 2006 
 Programa de Inovação da Indústria da Construção Civil do Estado do Ceará 
 
Caderno de Encargo de Fundações - I - 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO --------------------------------------------------------------------------- 7 
2. TIPOS DE FUNDAÇÕES ------------------------------------------------------------ 10 
2.1 FUNDAÇÕES DIRETAS: ------------------------------------------------------------------------ 10 
2.2 FUNDAÇÕES PROFUNDAS: ------------------------------------------------------------------ 13 
2.3 ESCOLHA DO TIPO DE FUNDAÇÃO: ------------------------------------------------------- 17 
3. TIPOS DE CONTENÇÕES --------------------------------------------------------- 19 
3.1 TALUDAMENTO ----------------------------------------------------------------------------------- 19 
3.2 ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO ------------------------------------------------------------ 21 
3.3 ESCOLHA DO TIPO DE CONTENÇÃO ----------------------------------------------------- 26 
4. INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA -------------------------------------------------- 28 
4.1 SONDAGEM À PERCUSSÃO ------------------------------------------------------------------ 30 
4.2 ENSAIO DE CONE -------------------------------------------------------------------------------- 34 
4.3 INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS ---------------------------------------------------- 37 
5. O SUBSOLO LOCAL ---------------------------------------------------------------- 39 
5.1 A GEOLOGIA --------------------------------------------------------------------------------------- 39 
5.2 AS CARACTERÍSTICAS GEOTÉCNICAS DA REGIÃO --------------------------------- 43 
6. ESCAVAÇÃO E REATERRO ------------------------------------------------------ 49 
6.1 REFERÊNCIA DE NÍVEL ------------------------------------------------------------------------ 49 
6.2 ESCAVAÇÃO GERAL DO TERRENO ------------------------------------------------------- 50 
6.3 ESCAVAÇÃO LOCALIZADA ------------------------------------------------------------------- 51 
6.4 REATERRO LOCALIZADO --------------------------------------------------------------------- 51 
6.5 REATERRO GERAL ------------------------------------------------------------------------------ 51 
6.6 CONTROLE TECNOLÓGICO ------------------------------------------------------------------ 51 
7. FUNDAÇÕES DIRETAS (SAPATAS E BLOCOS) --------------------------- 53 
7.1 LOCAÇÃO ------------------------------------------------------------------------------------------- 53 
7.2 ESCAVAÇÃO E REGULARIZAÇÃO ---------------------------------------------------------- 54 
7.3 FORMA E DESFORMA -------------------------------------------------------------------------- 54 
7.4 ARMAÇÃO ------------------------------------------------------------------------------------------ 54 
7.5 CONCRETO ---------------------------------------------------------------------------------------- 55 
7.6 FUNDAÇÕES EM COTAS DIFERENTES -------------------------------------------------- 56 
8. FUNDAÇÕES CORRIDAS (ALICERCES) -------------------------------------- 57 
8.1 ALICERCE DE PEDRA -------------------------------------------------------------------------- 57 
 Programa de Inovação da Indústria da Construção Civil do Estado do Ceará 
 
Caderno de Encargo de Fundações - II - 
 
 
8.2 BALDRAME ----------------------------------------------------------------------------------------- 57 
8.3 CINTA DE IMPERMEABILIZAÇÃO ----------------------------------------------------------- 57 
 
 
9. ESTACAS PREMOLDADAS DE CONCRETO -------------------------------- 58 
9.1 CONTRATO DE CRAVAÇÃO ------------------------------------------------------------------ 58 
9.2 CONFECÇÃO -------------------------------------------------------------------------------------- 59 
9.3 LOCAÇÃO DAS ESTACAS --------------------------------------------------------------------- 59 
9.4 CRAVAÇÃO ----------------------------------------------------------------------------------------- 59 
9.5 EMENDA DA ESTACA --------------------------------------------------------------------------- 63 
9.6 CORTE ----------------------------------------------------------------------------------------------- 64 
9.7 ACOMPANHAMENTO DA PROVA DE CARGA -------------------------------------------64 
9.8 EXECUÇÃO DO BLOCO DE FUNDAÇÃO ------------------------------------------------- 64 
10. ESTACAS METÁLICAS ------------------------------------------------------------- 66 
10.1 CONTRATO DE CRAVAÇÃO ------------------------------------------------------------------ 66 
10.2 CONFECÇÃO -------------------------------------------------------------------------------------- 67 
10.3 LOCAÇÃO DAS ESTACAS --------------------------------------------------------------------- 68 
10.4 CRAVAÇÃO DE ESTACAS METÁLICAS --------------------------------------------------- 69 
10.5 EMENDA DE TOPO ------------------------------------------------------------------------------ 70 
10.6 CORTE ----------------------------------------------------------------------------------------------- 72 
10.7 ACOMPANHAMENTO DA PROVA DE CARGA ------------------------------------------- 73 
10.8 EXECUÇÃO DO BLOCO DE FUNDAÇÃO ------------------------------------------------- 73 
ANEXO C (NORMATIVO) ------------------------------------------------------------------------------- 75 
11. ESTACAS FRANKI ------------------------------------------------------------------- 83 
11.1 CONTRATO DE EXECUÇÃO ------------------------------------------------------------------ 84 
11.2 LOCAÇÃO DAS ESTACAS --------------------------------------------------------------------- 84 
11.3 CRAVAÇÃO DO TUBO -------------------------------------------------------------------------- 84 
11.4 ABERTURA DA BASE --------------------------------------------------------------------------- 88 
11.5 CONCRETAGEM DO FUSTE ------------------------------------------------------------------ 90 
11.6 PREPARO DA CABEÇA DA ESTACA ------------------------------------------------------- 94 
11.7 CONTROLE GERAL DO ESTAQUEAMENTO --------------------------------------------- 95 
11.8 ACOMPANHAMENTO DA PROVA DE CARGA ------------------------------------------- 96 
11.9 EXECUÇÃO DO BLOCO DE FUNDAÇÃO ------------------------------------------------- 96 
12. ESTACAS BROCA ------------------------------------------------------------------- 98 
12.1 CONTRATO DE EXECUÇÃO ------------------------------------------------------------------ 98 
12.2 LOCAÇÃO DAS ESTACAS --------------------------------------------------------------------- 99 
12.3 EXECUÇÃO ----------------------------------------------------------------------------------------- 99 
12.4 ACOMPANHAMENTO DA EXECUÇÃO: ---------------------------------------------------- 99 
12.5 CORTE --------------------------------------------------------------------------------------------- 101 
12.6 ACOMPANHAMENTO DA PROVA DE CARGA ----------------------------------------- 101 
12.7 EXECUÇÃO DO BLOCO DE FUNDAÇÃO ----------------------------------------------- 101 
 
 Programa de Inovação da Indústria da Construção Civil do Estado do Ceará 
 
Caderno de Encargo de Fundações - III - 
 
 
13. ESTACA-RAIZ ------------------------------------------------------------------------ 103 
13.1 CONTRATO DE EXECUÇÃO ---------------------------------------------------------------- 106 
13.2 LOCAÇÃO DAS ESTACAS ------------------------------------------------------------------- 106 
13.3 PERFURAÇÃO ----------------------------------------------------------------------------------- 107 
13.4 PREENCHIMENTO DO FURO --------------------------------------------------------------- 107 
13.5 EXTRAÇÃO DO REVESTIMENTO --------------------------------------------------------- 108 
13.6 PREPARO DA CABEÇA DA ESTACA ----------------------------------------------------- 108 
13.7 CONTROLE GERAL DO ESTAQUEAMENTO ------------------------------------------- 109 
13.8 ACOMPANHAMENTO DA PROVA DE CARGA ----------------------------------------- 109 
13.9 EXECUÇÃO DO BLOCO DE FUNDAÇÃO ----------------------------------------------- 110 
14. ESTACA HÉLICE CONTÍNUA ---------------------------------------------------- 112 
14.1 CONTRATO DE EXECUÇÃO ---------------------------------------------------------------- 113 
14.2 LOCAÇÃO DAS ESTACAS ------------------------------------------------------------------- 114 
14.3 EXECUÇÃO DAS ESTACAS ----------------------------------------------------------------- 114 
14.6 PREPARO DA CABEÇA DA ESTACA ----------------------------------------------------- 116 
14.7 CONTROLE GERAL DO ESTAQUEAMENTO ------------------------------------------- 116 
14.8 ACOMPANHAMENTO DA PROVA DE CARGA ----------------------------------------- 117 
14.9 EXECUÇÃO DO BLOCO DE FUNDAÇÃO ----------------------------------------------- 117 
 
15. CORTINA DE CONTENÇÃO ---------------------------------------------------- 119 
15.1 CONTRATO DE EXECUÇÃO ----------------------------------------------------------------- 126 
15.2 LOCAÇÃO DAS CORTINAS ------------------------------------------------------------------ 126 
15.3 EXECUÇÃO --------------------------------------------------------------------------------------- 126 
15.4 ACOMPANHAMENTO DA EXECUÇÃO --------------------------------------------------- 127 
 16. TIRANTES ----------------------------------------------------------------------------- 128 
16.1 CONTRATO DE EXECUÇÃO ----------------------------------------------------------------- 129 
16.2 CUIDADOS NA EXECUÇÃO DOS TIRANTES ------------------------------------------ 130 
16.3 LOCAÇÃO E NIVELAMENTO ---------------------------------------------------------------- 130 
16.4 PERFURAÇÃO ---------------------------------------------------------------------------------- 130 
16.5 MONTAGEM E INSTALAÇÃO DOS TIRANTES ----------------------------------------- 131 
16.6 INJEÇÃO DOS TIRANTES ------------------------------------------------------------------- 131 
16.7 PROTENSÃO DOS TIRANTES ------------------------------------------------------------- 132 
16.8 INCORPORAÇÃO DOS TIRANTES -------------------------------------------------------- 132 
16.9 CONTROLE GERAL DO ATIRANTAMENTO -------------------------------------------- 132 
17. CHUMBADORES -------------------------------------------------------------------- 134 
17.1 CONTRATO DE EXECUÇÃO ---------------------------------------------------------------- 134 
17.2 CUIDADOS NA EXECUÇÃO DOS CHUMBADORES --------------------------------- 135 
17.3 LOCAÇÃO E NIVELAMENTO ---------------------------------------------------------------- 135 
17.4 PERFURAÇÃO ----------------------------------------------------------------------------------- 135 
17.5 MONTAGEM E INSTALAÇÃO DOS CHUMBADORES -------------------------------- 136 
17.6 PREENCHIMENTO DO FURO --------------------------------------------------------------- 136 
17.7 CONTROLE GERAL DOS CUMBADORES ---------------------------------------------- 136 
18. DRENOS -------------------------------------------------------------------------------- 138 
 
 Programa de Inovação da Indústria da Construção Civil do Estado do Ceará 
 
Caderno de Encargo de Fundações - IV - 
 
 
19. PROVA DE CARGA ---------------------------------------------------------------- 140 
19.1 PROVA DE CARGA ESTÁTICA -------------------------------------------------------------- 140 
19.2 PROVA DE CARGA DINÂMICA -------------------------------------------------------------- 143 
19.3 CONTRATO DE EXECUÇÃO ----------------------------------------------------------------- 144 
19.4 ACOMPANHAMENTO DA EXECUÇÃO --------------------------------------------------- 145 
 
ANEXOS ------------------------------------------------------------------------------------- 148 
 
ANEXO 1: CÁLCULO DA PROFUNDIDADE DA SONDAGEM 
ANEXO 2: CÁLCULO DO COMPRIMENTO DAS ESTACAS 
ANEXO 3: EXEMPLOS DE CÁLCULO DE ESTACAS 
ANEXO 4: TERMOS DE REFERÊNCIA PARA CONTRATAÇÃO 
 Programa de Inovação da Indústria da Construção Civil do Estado do Ceará 
 
Caderno de Encargo de Fundações -7 - 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
 Na construção de um edifício, as atividades relativas às fundações e contenções 
das escavações constituem uma etapa importante do desenvolvimento da obra. A 
segurança do edifício em construção e das edificações vizinhas, bem como o custo e o 
prazo destinado a esta etapa dentro do planejamento geral da obra são pontos algumas 
vezes conflitantes e que exigem cuidadosa atenção. Por outro lado, não sendo diferente 
das demais tarefas da construção civil, a execução da infraestrutura obedece a seqüência 
normal: planejamento, projeto, construção e controle. O que poderia ser ressaltado, em 
relação a estas atividades, é a necessidade do envolvimento de especialistas e empresas 
que são contratados para a realização da investigação geotécnica do subsolo, a 
elaboração dos projetos e execução de serviços especiais. Todos estes trabalhos devem 
obedecer às recomendações das normas e serem realizados dentro da melhor tecnologia 
disponível, sob a permanente supervisão e controle da equipe técnica da empresa 
construtora. A seguir, são discutidos os principais aspectos destes trabalhos. 
 
 Os projetos de fundações e das contenções são baseados na investigação 
geotécnica do terreno, cuja programação e execução devem obedecer ao previsto nas 
normas: 
• NBR – 08036 Programação de Sondagens de Simples Reconhecimento dos 
Solos para Fundações de Edifícios 
• NBR – 06484 Execução de Sondagens de Simples Reconhecimento dos Solos 
• NBR – 07250 Identificação e Descrição de Amostras de Solos em Sondagens 
de Simples Reconhecimento dos Solos 
• MB – 3406 Solo – Ensaio de Penetração de Cone in situ (CPT) 
 
 A elaboração dos projetos, a execução das fundações e obras de contenção, o 
controle da execução dos aterros e a realização das provas de carga devem seguir o 
estabelecido nas normas: 
• NBR – 6122 Projeto e Execução de Fundações 
• NBR – 6118 Projeto e Execução de Obras de Concreto Armado 
• NBR – 11682 Estabilidade de Taludes 
• NBR – 8044 Projeto Geotécnico 
• NBR – 12131 Estacas – Prova de Carga Estática 
• NBR – 6489 Prova de Carga sobre o terreno de Fundação 
• NBR – 13208 Estacas – Ensaios de Carregamento Dinâmicos 
• NBR – 5681 Controle Tecnológico da Execução de Aterros em Obras de 
Edificações 
• NBR – 5629 Execução de Tirantes Ancorados no Terreno 
 
 Durante a investigação geotécnica, elaboração dos projetos e execução das obras 
é preciso ter-se em mente que o objetivo é obter-se da forma mais econômica uma 
infraestrutura que tenha as seguintes características: 
 Programa de Inovação da Indústria da Construção Civil do Estado do Ceará 
 
Caderno de Encargo de Fundações - 8 - 
 
 
• A fundação deve ser segura em relação à ruptura do solo. 
• A fundação não deve sofrer recalque excessivo (ou seja, o recalque deve ser 
compatível com a estrutura). 
• O taludamento e as obras de contenção devem assegurar a estabilidade dos 
terraplenos e taludes resultantes das escavações para implantação das dos 
andares enterrados e para execução das fundações. 
• O taludamento e as obras de contenção devem evitar deformações nas 
edificações vizinhas que possam afetar suas estruturas e causar incômodos 
aos seus moradores e usuários. 
 
 Este objetivo é alcançado, pelo trabalho da equipe técnica da empresa construtora 
e pela contratação de empresas e profissionais competentes e idôneos, com o 
desenvolvimento das seguintes atividades: 
• Reunião de informações quanto à natureza da estrutura e o valor das cargas. 
• Investigação do subsolo. 
• Escolha dos tipos mais adequados de fundação. 
• Calculo das cargas admissíveis e estimativas dos recalques. 
• Levantamento das edificações vizinhas, com determinação do porte das obras, 
estado de conservação, distância até as divisas, tipo, profundidade das 
fundações e distância até as divisas, existência e profundidade de subsolos. 
• Escolha do tipo mais adequado de contenção. 
• Estimativa do custo de cada solução e seleção da melhor opção. 
• Elaboração do projeto geométrico e estrutural das fundações e contenções. 
• Escolha e contratação da empresa executora. 
• Acompanhamento e controle dos serviços executados diretamente ou 
subcontratados. 
• Elaboração do “as built”. 
 
 Para orientar a contratação, a supervisão, o acompanhamento e o controle destas 
atividades, as informações consideradas úteis aos engenheiros construtores são 
apresentadas a seguir, agrupadas de acordo com o assunto abordado, nos itens: 
 
Tipos de Fundação 
Tipos de Contenção 
Investigação Geotécnica 
Subsolo em Fortaleza 
Escavação e Reaterro 
Fundações Diretas 
Fundações Corridas 
Estacas Premoldadas de Concreto 
Estacas Metálicas 
Estacas Franki 
Estacas Broca 
Estacas Raízes 
 Programa de Inovação da Indústria da Construção Civil do Estado do Ceará 
 
Caderno de Encargo de Fundações - 9 - 
 
 
Estacas Hélice Contínua 
Cortina de Contenção 
Tirantes 
Chumbadores 
Drenos 
Prova de Carga 
 
 Cabe, ainda, ressaltar que no decorrer da obra a equipe técnica da Construtora, 
com o apoio do Calculista de Estruturas e do Consultor de Fundações, fará no projeto, as 
alterações e adaptações que se façam necessárias. Ao final, será preparado um relatório 
com o projeto eventualmente modificado e contendo o registro de todos os fatos 
pertinentes à fundação e à contenção (“as built”). 
 
 
 Programa de Inovação da Indústria da Construção Civil do Estado do Ceará 
 
Caderno de Encargo de Fundações - 10 - 
 
 
2. TIPOS DE FUNDAÇÕES 
 
 
 A fundação é a parte da estrutura que transmite ao terreno o peso da estrutura e as 
cargas as quais ela é submetida. As fundações podem ser superficiais ou profundas. Uma 
fundação é dita superficial quando ela se apóia sobre o solo situado logo abaixo da 
estrutura. Ao contrário, ela é profunda quando as cargas são transmitidas a camadas 
mais profundas (em relação à estrutura) do subsolo. A seguir são apresentados 
comentários sobre alguns tipos mais comuns de fundações e a escolha da alternativa a 
ser adotada. 
 
 
2.1 FUNDAÇÕES DIRETAS: 
 
 As fundações diretas podem ser em: 
• Bloco – são fundações de grande rigidez (de alvenaria, concreto simples ou 
ciclópico) que trabalham somente à compressão. 
• Sapata – são fundações de pequena altura em concreto armado que trabalham 
à flexão. 
 
 As fundações diretas podem ser classificadas, ainda, em: 
• Isolada – quando suporta um único pilar. 
• Corrida – quando suporta um grupo de pilares em linha ou uma parede. 
• Associada – quando suporta dois ou mais pilares, cujas sapatas calculadas 
isoladamente iriam se superpor. 
 
 A associação das sapatas pode resultar em todos os pilares apoiados em um único 
elemento de fundação, formado por uma laje contínua que se apóia sobre o terreno e 
ocupa em planta a área de projeção da obra. Neste caso, a fundação é denominada de 
radier. 
 
 O dimensionamento das fundações diretas é feito de acordo com a seqüência 
indicada a seguir: 
1) Determinação da tensão de ruptura do terreno na profundidade em que se 
pretende instalar as fundações (bloco, sapata ou radier). 
2) Determinação da tensão admissível, dividindo a tensão de ruptura por um 
coeficiente de segurança (comumente igual a 2,0) que será adotada como 
tensão de trabalho das fundações. 
3) Pré-dimensionamento das sapatas (bloco ou radier). 
4) Verificação se os recalques são compatíveis com a estrutura. A tabela 2.1 
apresenta os recalques admissíveis. Em caso negativo: 
5) Volte para o item 3 e adote uma tensão de trabalho menor. 
6) Aprofunde a sapata (bloco ou radier). 
7) Adote fundação profunda. 
8) Dimensionamento geométrico. 
9) Cálculo estrutural. 
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Caderno de Encargo de Fundações- 11 - 
 
 
Tabela 2.1 – Recalques Admissíveis. 
 
RECALQUES ADMISSÍVEIS 
Recalque Uniforme Recalque Diferencial 
Distorção
l
r
rrr
=
Δ
−=Δ minmax
 
 
RECALQUES ADMISSÍVEIS 
Movimento Fator Limitante Recalque Máximo 
Recalque 
- Drenagem 
- Acesso 
Possibilidade de Recalque 
Diferencial 
– Alvenaria Estrutural 
– Estrutura de Concreto 
150 – 300mm 
300 – 600mm 
 
 
25 – 50mm 
50 – 100mm 
Distorções 
(1) – Primeiras Rachaduras em 
Paredes 
300
1 
(2) – Danos nas Estruturas de 
Concreto 
250
1 
(3) – Rachaduras Generalizadas 
nas Paredes 
150
1 
 
 
600300
1 rΔ
= 
 
cmr 2=Δ (1) 
 
600250
1 rΔ
= 
 
cmr 4,2=Δ (2) 
 
600150
1 rΔ
= 
 
cmr 4=Δ (3) 
 
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Caderno de Encargo de Fundações - 12 - 
 
 
APRESENTAÇÃO DO PROJETO DE FUNDAÇÃO DIRETA 
 O projeto de fundações diretas consiste de textos, quando necessários, e 
desenhos com plantas e seções indicando as dimensões horizontais e verticais das 
sapatas, no qual deve ser obedecido o seguinte: 
• Indicação clara das escalas adotadas em cada desenho. 
• Nas seções, indicar as cotas. 
• Na planta, indicar o contorno do terreno e projeção dos elementos de 
arquitetura (Pilares, subsolo, etc.) 
• Indicar o RN, que deve ser o mesmo das sondagens e o único adotado para 
todos os projetos. 
• Se existirem sapatas em níveis diferentes, como, por exemplo, as dos pilares 
junto aos elevadores, indicar a cota de cada sapata e, em nota, esclarecer 
ordem e processos executivos. 
• Em nota, indicar a taxa de trabalho das fundações e as cotas correspondentes. 
• Em nota, fazer referência ao relatório de sondagem e relatório de consultoria 
geotécnica, se houver, que orientaram o projeto de fundações. 
• Em nota, a partir das sondagens, indicar o tipo de solo no qual será assente as 
sapatas. 
• Caso haja interferência com o projeto de contenção, indicar através de plantas, 
seções e notas explicativas, os procedimentos executivos. 
• Em caso de execução por etapas, explicar através de notas as diversas etapas 
e para cada etapa apresentar as plantas e cortes correspondentes. 
• Caso haja necessidade de contenção ou taludamento das escavações 
localizadas para execução das sapatas, apresentar em planta, cortes e notas 
explicativas todos as informações necessárias à execução. 
• Apresentar a especificação do aço, o fck do concreto e as demais informações 
necessárias à concretagem 
• Indicar os cuidados relativos a escavação das bases das sapatas e a 
regularização através de camadas de brita e concreto, indicando os cuidados 
especiais quando houver presença de água. 
• Apresentar o detalhamento das armaduras em desenho próprio e o 
correspondente quadro de ferros. 
• Todo o projeto deve estar de acordo com a NBR 6118 – Projeto e Execução de 
Obras de Concreto Armado. 
 
 
 
 Programa de Inovação da Indústria da Construção Civil do Estado do Ceará 
 
Caderno de Encargo de Fundações - 13 - 
 
 
2.2 FUNDAÇÕES PROFUNDAS: 
 
 As fundações profundas são adotadas quando o uso de fundações diretas não for 
possível ou se demonstrar demasiadamente caro, em razão de: 
• Camadas pouco resistentes ou muito compressíveis logo abaixo da estrutura. 
• Fundações sujeitas a forças horizontais ou de arrancamento. 
• Risco de erosão. 
 
 Este tipo de fundação pode ser em: 
• Estacas – são peças longas cilíndricas ou prismáticas cravadas ou 
confeccionadas no solo. As estacas podem ser de aço ou concreto. 
• Tubulões – são estruturas de fundação obtidas pela concretagem de um poço 
escavado no solo. Diferencia-se das estacas escavadas de grande diâmetro 
pela ocorrência de trabalho humano no interior do poço. 
 
 As estacas metálicas podem ser constituídas por trilhos, perfis metálicos e tubos, 
ou conjuntos destes elementos soldados longitudinalmente. Elas apresentam as seguintes 
vantagens: 
• São facilmente cortadas e emendadas, o que permite atingir grandes 
profundidades e também serem usadas em subsolos irregulares onde as 
estacas apresentam comprimentos muito diferentes. Por exemplo, em um 
edifício na Av. Beira Mar, duas estacas do mesmo bloco, distantes uma da 
outra 60cm, apresentaram nega com comprimentos de 6 m e 18 m. 
• Têm alta resistência, o que possibilita a penetração em camadas compactas, 
permitindo que a estaca suporte elevada carga de arrancamento. Também 
permite que camadas compactas sobrejacentes a camadas compressíveis 
sejam ultrapassadas, indo a estaca se apoiar em camadas mais profundas de 
maior resistência e sem perigo de recalque. 
• A elevada resistência do aço e a possibilidade de formação de conjuntos de 
trilhos ou perfis soldados longitudinalmente permitem a obtenção de estacas 
capazes de suportar cargas elevadas. Por exemplo, o triplo trilho 68 ( 3TR68) 
suporta até 180 ton. 
 
 As principais desvantagens das estacas metálicas são: 
• São sensíveis à corrosão, quando cravadas em aterros ou expostas ao ar ou à 
lâminas d’água livres. 
• Desviam com facilidade quando encontram obstáculos localizados durante a 
cravação. 
• Custo relativamente alto quando comparado com o de outros tipos de estacas. 
 
 As estacas de concreto podem ser peças pré-moldadas cravadas no solo ou 
concretadas em furo executado no terreno, quando são chamadas de moldadas “in situ” 
(tipo Franki, raiz e broca). Estas estacas apresentam as vantagens e desvantagens 
resumidamente indicadas a seguir: 
 
 
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Caderno de Encargo de Fundações - 14 - 
 
 
PRÉ-MOLDADAS 
Vantagens: 
baixo custo, resistência à corrosão, elevada rigidez e sua cravação é 
facilmente controlada. 
Desvantagens: 
emenda difícil, não atravessam camadas resistentes, quebram com relativa 
facilidade e sua cravação causa vibração no terreno afetando as 
construções vizinhas. 
FRANKI 
Vantagens: 
baixo custo, resistência à corrosão, elevada rigidez, suportam cargas 
elevadas e podem ter comprimentos diferentes, adaptando-se às 
irregularidades do subsolo. 
Desvantagens: 
só atravessam camadas resistentes até 15m de profundidade e utilizando 
procedimento especial que retarda a execução, o controle da execução fica 
quase totalmente com a equipe executora e sua execução causa grande 
vibração no terreno afetando as construções vizinhas. 
BROCA 
Vantagens: 
baixo custo. 
Desvantagens: 
baixa capacidade de carga, são executadas com dificuldade ao ser atingido 
o nível d’água e o controle da execução fica quase totalmente com a equipe 
executora. 
RAIZ 
Vantagens: 
resistência à corrosão, não causam vibração no terreno e podem ser 
executadas em locais de acesso difícil. 
Desvantagens: 
custo elevado e o controle da execução fica quase totalmente com a equipe 
executora. 
HÉLICE CONTÍNUA 
Vantagens: 
não causam vibração no terreno, alta velocidade de execução e 
procedimento de execução controlado por sistema informatizado. 
Desvantagens: 
custo elevado, o controle da execução fica quase totalmente com a equipe 
executora e não ultrapassam camadas resistentes. 
 
 O dimensionamento das fundações em estacas é feito de acordo com a seqüência 
indicada a seguir: 
1) Determinação da carga de ruptura das estacas para diversas profundidades. 
2) Determinação da carga admissível nestas profundidades, dividindo a carga de 
ruptura por um coeficiente de segurança comumente igual a 2,0. 
3) Escolha do comprimento das estacas de modo que atinjam a profundidade na 
qual a carga admissível é igual ou maior que carga máxima admissível 
estrutural da estaca, que normalmente é adotada como carga de trabalho. 
4) Distribuição das estacas nos blocos de coroamento de acordo com a carga dos 
diversos pilares da obra. 
 Programa de Inovaçãoda Indústria da Construção Civil do Estado do Ceará 
 
Caderno de Encargo de Fundações - 15 - 
 
 
5) Verificação se os recalques são compatíveis com a estrutura. Em caso 
negativo: 
a) Refaça o cálculo adotando, se possível, uma maior profundidade para as 
estacas. 
b) Volte para o item 4 e adote uma menor carga de trabalho e (ou) um maior 
espaçamento entre as estacas. 
c) Adote um outro tipo de estaca que permita atingir camadas mais 
resistentes do terreno. Por exemplo, substituindo estacas em concreto por 
estacas metálicas. 
6) Dimensionamento estrutural dos blocos de coroamento das estacas. 
7) Cálculo da nega de cravação, no caso de estacas metálicas, pré-moldadas de 
concreto ou Franki, que irá orientar o controle da execução na obra. 
 
 Os tubulões são executados pelo preenchimento com concreto de um poço 
escavado manualmente, com ou sem revestimento. Eles podem ter a base alargada para 
maior capacidade de carga. Apresentam como vantagens a capacidade de suportar 
cargas elevadas e de resistir à forças horizontais, isto os recomendam para estruturas 
com cargas concentradas em um pequeno número de pilares, por exemplo: pontes. Aliás, 
no Ceará são usados quase que exclusivamente na fundação de pontes e viadutos. 
Poderiam ser usados com relativa vantagem em solos argilosos sem a presença de 
lençóis freáticos, no entanto, a falta de costume de sua utilização pelas empresas 
construtoras de edifícios os relegam ao esquecimento. Prédio fundado em tubulões, aqui 
em Fortaleza, existe o edifício da Teleceará na Avenida Borges de Melo. Talvez seja o 
único e, cabe ressaltar, foi construído por empresa do Sul. O dimensionamento dos 
tubulões é semelhante ao das fundações em sapatas, normalmente não se levando em 
conta o atrito ao longo do fuste. 
 
 
APRESENTAÇÃO DO PROJETO DOS BLOCOS DE ESTACAS 
 O projeto dos blocos de coroamento das estacas consiste de textos, quando 
necessários, e desenhos com plantas e seções indicando as dimensões horizontais e 
verticais dos blocos, no qual deve ser obedecido o seguinte: 
• Indicação clara das escalas adotadas em cada desenho. 
• Nas seções, indicar as cotas. 
• Na planta, indicar o contorno do terreno e projeção dos elementos de 
arquitetura (Pilares, subsolo, etc.) 
• Indicar o RN, que deve ser o mesmo das sondagens e o único adotado para 
todos os projetos. 
• Se existirem blocos em níveis diferentes, como, por exemplo, os dos pilares 
junto aos elevadores, indicar a cota de cada bloco e, em nota, esclarecer ordem 
e processos executivos. 
• Caso haja interferência com o projeto de contenção, indicar através de plantas, 
seções e notas explicativas, os procedimentos executivos. 
• Em caso de execução por etapas, explicar através de notas as diversas etapas 
e para cada etapa apresentar as plantas e cortes correspondentes. 
 Programa de Inovação da Indústria da Construção Civil do Estado do Ceará 
 
Caderno de Encargo de Fundações - 16 - 
 
 
• Caso haja necessidade de contenção ou taludamento das escavações 
localizadas para execução dos blocos, apresentar em planta, cortes e notas 
explicativas todos as informações necessárias à execução. 
• Apresentar a especificação do aço, o fck do concreto e as demais informações 
necessárias à concretagem 
• Indicar os cuidados relativos a escavação das bases dos blocos e a 
regularização através de camadas de brita e concreto, indicando os cuidados 
especiais quando houver presença de água. 
• Apresentar o detalhamento das armaduras em desenho próprio e o 
correspondente quadro de ferros. 
• Todo o projeto deve estar de acordo com a NBR 6118 – Projeto e Execução de 
Obras de Concreto Armado. 
 
 
APRESENTAÇÃO DO PROJETO DE ESTAQUEAMENTO 
 O projeto de estaqueamento consiste de textos, quando necessários, e desenhos 
com plantas indicando a distribuição das estacas nos blocos de estacas, no qual deve ser 
obedecido o seguinte 
• Indicação clara das escalas adotadas em cada desenho. 
• Na planta, indicar o contorno do terreno e projeção dos elementos de 
arquitetura (Pilares, subsolo, etc.) 
• Indicar o RN, que deve ser o mesmo das sondagens e o único adotado para 
todos os projetos. 
• Se existirem blocos em níveis diferentes, como, por exemplo, os dos pilares 
junto aos elevadores, indicar a cota de cada bloco e do topo da estaca e, em 
nota, esclarecer ordem e processos executivos. 
• Em nota, fazer referência ao relatório de sondagem e relatório de consultoria 
geotécnica, se houver, que orientaram o projeto de fundações. 
• Em nota, a partir das sondagens, indicar o tipo, as cargas de trabalho nominal e 
o comprimento das estacas. 
• Apresentar quadro de cargas de trabalho das estacas. 
• Caso haja interferência da execução das estacas com a contenção, indicar 
através de plantas, seções e notas explicativas, os procedimentos executivos. 
• Em caso de execução por etapas, explicar através de notas as diversas etapas 
e para cada etapa apresentar as plantas e cortes correspondentes. 
• Caso haja necessidade de contenção ou taludamento das escavações 
localizadas para execução das estacas, apresentar em planta, cortes e notas 
explicativas todos as informações necessárias à execução. 
• Apresentar o detalhamento e as especificação de materiais e de execução das 
estacas. 
• Indicar os cuidados relativos ao corte das estacas e de ligação delas com os 
blocos. 
• Indicar os critérios de controle da locação. 
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Caderno de Encargo de Fundações - 17 - 
 
 
• Todo o projeto deve estar de acordo com a NBR 6118 – Projeto e Execução de 
Obras de Concreto Armado. 
 
 
2.3 ESCOLHA DO TIPO DE FUNDAÇÃO: 
 
 Finalmente, cabe comentar sobre a escolha do tipo de solução para a fundação. 
Quase sempre as fundações diretas são a primeira opção a ser examinada, sendo que, 
como já foi dito, as fundações profundas são adotadas quando o uso de fundações diretas 
não for possível ou se demonstrar demasiadamente caro. Descartada a fundação direta, a 
decisão por uma solução em estaca normalmente fica entre as estacas metálicas, 
premoldadas ou Franki, sendo a estaca broca (pela reduzida capacidade de carga) e a 
estaca-raiz (devido ao custo elevado) reservadas para atender a situações especiais. 
 
 A partir das vantagens e desvantagens citadas acima e tendo em vista alguns 
outros aspectos é possível ressaltar algumas diferenças entre as estacas mais 
comumente usadas (metálicas, premoldadas e Franki) no que diz respeito a execução e 
controle. Estas diferenças, que devem ser levadas em conta na escolha do tipo de 
fundação, são resumidamente indicadas a seguir: 
• Durante a execução, as estacas premoldadas e as Franki, ainda com maior 
intensidade, causam grande perturbação em torno, pelo barulho e pela vibração 
produzida no terreno. 
• Ao contrário, as estacas metálicas causam pouca perturbação devido à 
vibração do terreno durante a execução. 
• O controle de qualidade das estacas Franki é, em grande parte, 
responsabilidade da equipe de execução, ficando com a equipe de supervisão, 
normalmente, a possibilidade de controlar a cravação do tubo e os volumes de 
concreto usados. 
• A execução e cravação das estacas premoldadas e metálicas são fácil e 
completamente controladas pela equipe de supervisão. 
• A maior capacidade de carga das estacas metálicas e Franki resultam, quase 
sempre, em um menor volume de concreto dos blocos de coroamento, quando 
comparadas com as estacas premoldadas. 
• As estacas metálicas exigem maior profundidade para alcançar a capacidade 
de carga prevista. 
• Em seguida, com menor profundidade estão as estacas Franki e, finalmente, as 
premoldadas são comparativamente as mais curtas. 
• As provas de carga estáticas das estacas metálicas e Frankisão de difícil 
execução pelo alto valor da carga de trabalho. 
• As provas de carga dinâmicas normalmente não oferecem bons resultados nas 
estacas Franki. 
• As provas de carga dinâmicas são facilmente realizadas e interpretadas em se 
tratando de estacas premoldadas e metálicas. 
 
 Finalmente, em relação a estas três alternativas mais comum de fundação 
profunda (metálicas, premoldadas e Franki) cabe lembrar que uma comparação efetiva de 
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Caderno de Encargo de Fundações - 18 - 
 
 
custos só poderá ser feita se o comprimento médio das estacas for estimado e os blocos 
de coroamento forem predimensionados, permitindo uma avaliação mais completa dos 
custos envolvidos. Deverão ser levados em conta, ainda, os prazos de execução. 
 
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Caderno de Encargo de Fundações - 19 - 
 
 
3. TIPOS DE CONTENÇÕES 
 
 
 A estabilidade dos terraplenos formados pelas escavações necessárias a 
construção das obras civis, bem como a segurança de edificações vizinhas, é garantida 
através de taludamento do terreno ou pela execução de estruturas de contenção. As 
contenções, constituídas por estacas de concreto moldadas “in situ” ou por outros 
elementos estruturais, são usadas nos locais previstos no projeto, para evitar 
desmoronamento quando o terreno tiver que ser escavado abaixo do nível da vizinhança 
e não houver espaço suficiente para taludamento. A seguir são apresentados comentários 
sobre taludamento, tipos mais comuns de contenções e a escolha da alternativa a ser 
adotada. 
 
 
3.1 TALUDAMENTO: 
 
 Quando houver possibilidade de garantia da estabilidade do terreno por 
taludamento do terreno, esta será a solução adotada. A verificação da possibilidade de 
taludamento é feita de acordo com a seqüência indicada a seguir: 
1) Determinação da profundidade em que se pretende instalar as fundações 
(bloco, sapata ou radier) e as escavações gerais para criação dos andares de 
subsolo. 
2) Exame da planta da edificação para verificar a possibilidade de se atingir as 
profundidades previstas através de taludamento. 
3) Exame das sondagens do terreno para identificar as características das 
camadas do subsolo que irão influenciar o taludamento e, também, para 
verificar a existência e profundidade do lençol freático. 
4) Levantamento das edificações vizinhas, com definição das distâncias às 
divisas, estado geral da obra, existência e profundidade de subsolos ao longo 
das divisas, tipo e profundidade das fundações. 
5) Desenho das seções do terreno adotando-se as inclinações compatíveis com 
as características do solo a ser escavado. 
6) Desenho da planta com indicação de bermas e taludes, verificando-se a 
aplicabilidade do taludamento em toda área a ser escavada e eventual 
necessidade de se prever alguma estrutura de contenção localizada para 
garantir a estabilidade de algum trecho do terreno. 
7) Desenho detalhado de plantas e seções, tantos quantos necessários para o 
entendimento do projeto, que mostrem claramente a programação das 
escavações e as fases de execução. 
8) Análise da estabilidade dos taludes caso o terreno apresente características 
peculiares ou o porte da obra justifique. 
9) Dimensionamento e projeto de alguma eventual estrutura de contenção 
localizada que seja necessária. 
10) Levantamento de quantitativos, cálculo de orçamentos e redação do memorial 
descritivo do projeto e das especificações. 
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Caderno de Encargo de Fundações - 20 - 
 
 
 APRESENTAÇÃO DO PROJETO DE TALUDAMENTO 
 O projeto de taludamento consiste de textos, quando necessários, e desenhos com 
plantas e seções indicando as dimensões horizontais e verticais dos terraplenos que 
serão formados pela escavação do terreno, no qual deve ser obedecido o seguinte: 
• Indicação clara das escalas adotadas em cada desenho. 
• Nas seções, indicar as cotas. 
• Na planta, indicar o contorno do terreno e projeção dos elementos de 
arquitetura (Pilares, subsolo, etc.) 
• Indicar localização e cota do RN, que deve ser o mesmo das sondagens e o 
único adotado para todos os projetos. 
• Posição e tipo das edificações vizinhas, indicando as distâncias delas à divisa e 
cotas do terreno natural e de subsolos, se existirem. 
• Indicação em planta da largura e cota das bermas, do topo e do pé dos taludes 
e dos planos horizontais a serem alcançados na escavação geral. 
• Indicação em planta das escavações localizadas para execução de blocos e 
sapatas. 
• Se existirem sapatas em níveis diferentes, como, por exemplo, as dos pilares 
junto aos elevadores, indicar a cota de cada sapata e, em nota, esclarecer 
ordem e processos executivos. 
• Diversas seções normais às divisas mostrando as edificações vizinhas, bermas, 
taludes, planos horizontais a serem alcançados na escavação geral e as 
escavações localizadas que possam interferir com os vizinhos ou ameaçarem a 
estabilidade dos taludes. 
• Caso a escavação vá ser procedida por fases, indicar nas seções as cotas a 
serem atingidas nas diversas etapas e preparar um desenho em planta para 
cada uma destas etapas. 
• Em nota, fazer referência ao relatório de sondagem e relatório de consultoria 
geotécnica, se houver, que orientaram o projeto de taludamento. 
• Através de notas, apresentadas no próprio desenho, esclarecer se a escavação 
será feita por etapas, a seqüência das atividades, o destino a ser dado ao 
material escavado, a origem do material de reaterro, as especificações 
geométricas das seções escavadas e as especificações geométricas e 
tecnológicas dos reaterros. 
• Caso esteja prevista a execução de obras de contenção (cortinas diafragmas, 
cortinas de estacas moldadas “in situ”, muros de arrimo, tirantes, etc.), estes 
elementos devem ser indicados nas plantas e seções, independentemente dos 
projetos específicos de cada um deles. 
• Qualquer ocorrência que possa interferir com a obra (poços tubulares ou 
“cacimbas”, aterros de lixo ou entulhos, grandes massas enterradas de 
alvenaria ou concreto remanescente de obras anteriores, etc.) deve ser 
indicada em planta e nas notas será descrito o procedimento a ser adotado 
para solucionar o problema. 
 
 
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Caderno de Encargo de Fundações - 21 - 
 
 
3.2 ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO: 
 
 As estruturas de contenção são adotadas quando por falta de espaço não for 
possível o taludamento ou se por alguma razão (custo elevado, dificuldade executiva, 
prazo alongado, etc.) esta solução não for recomendável. Em relação ao comportamento 
estrutural, os tipos mais comuns de contenção são: 
• Cortinas em balanço – cortinas formadas por um conjunto de estacas cravadas 
ou confeccionadas no solo. As estacas, que podem ser de aço ou concreto, 
ficam parte em balanço e parte (“ficha”) enterradas no terreno. 
• Cortinas apoiadas em bermas provisórias – neste caso a cortina, usualmente 
em concreto, fica provisoriamente apoiada em bermas, que após a execução da 
estrutura do edifício e travamento da cortina, são escavadas. 
• Cortinas atirantadas – são estruturas de contenção apoiadas em tirantes que 
resistem ao empuxo do terrapleno contido pela cortina. 
 
Tendo em vista as condições peculiares das obras imobiliárias, as obras de 
contenção geralmente são projetadas em duas fases: 
• No decorrer das escavações, execução das fundações e construção dos 
pavimentos enterrados, as estruturas de contenção, provisoriamente, devem 
suportar o empuxo dos terraplenos e garantir a estabilidade das edificações 
vizinhas.• Concluída esta primeira fase, as contenções são ligadas à estrutura do edifício, 
sendo as forças de empuxo transferidas para a estrutura do edifício que passa 
a absorver os esforços devidos aos empuxos de terra e, em alguns casos, as 
cargas oriundas das fundações das edificações vizinhas. 
 
As estruturas de contenção podem ser constituídas de aço, concreto e madeira, ou 
de composições destes três materiais. 
 
As contenções metálicas podem ser constituídas por trilhos e perfis metálicos em 
conjunto com pranchas horizontais de madeira ou pré-moldadas em concreto. Ou podem 
ser formadas pela cravação de estacas pranchas em aço. Elas apresentam as seguintes 
vantagens: 
• São facilmente cortadas e emendadas, o que permite atingir grandes 
profundidades e também serem usadas em subsolos irregulares onde as 
cortinas apresentam comprimentos muito variáveis. 
• Têm alta resistência, o que possibilita a penetrar ou ultrapassar camadas 
compactas. 
 
As principais desvantagens das cortinas metálicas são: 
• São sensíveis à corrosão, quando cravadas em aterros ou expostas ao ar ou à 
lâminas d’água livres. 
• Desviam com facilidade quando encontram obstáculos localizados durante a 
cravação. 
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Caderno de Encargo de Fundações - 22 - 
 
 
• Custo relativamente alto quando comparado com o de outros tipos de cortinas. 
principalmente. quando não podem ser recuperadas e ficam permanentemente 
enterradas. 
 
 As cortinas de concreto podem ser formadas por estacas pré-moldadas cravadas 
no solo ou concretadas em furo executado no terreno (tipo raiz ou broca). As cortinas 
podem ser formadas por estacas contíguas ou podem ser compostas de estacas 
espaçadas. Neste último caso, na medida que a escavação vai avançando, o solo entre 
as estacas vai sendo contido pela instalação de placas premoldadas ou pela execução de 
placas concretadas “in situ”. Os tipos mais comuns de cortina de concreto são 
resumidamente descritos a seguir. 
 
 Cortina Contínua de Estacas Brocas: 
 São formadas pela perfuração e concretagem de estacas brocas contíguas, em 
 linha. 
 
 Cortina de Estacas Brocas Espaçadas: 
 São formadas pela perfuração e concretagem de estacas brocas espaçadas, em 
 linha, com o solo entre as estacas contido por placas premoldadas ou placas 
 concretadas no local, na medida que se dá o avanço da escavação. 
 
 Cortina Contínua de Estacas Raiz: 
 São formadas pela execução de estacas raízes contíguas em linha. 
 
 Cortina de Estacas Raiz Espaçadas: 
 São formadas pela execução de estacas raiz espaçadas, em linha, com o solo 
 entre as estacas contido por placas premoldadas ou placas concretadas no local, a 
 medida que se dá o avanço da escavação. 
 
 Cortina Contínua de Estacas Premoldadas: 
 São formadas pela cravação de estacas premoldadas contíguas, em linha. 
 
 Cortina de Estacas Premoldadas Espaçadas: 
 São formadas pela cravação de estacas premoldadas espaçadas, em linha, com o 
 solo entre as estacas sendo contido pela instalação de placas premoldadas, 
 concretagem de placas no local, ou mesmo, pela instalação de pranchas de 
 madeira, na medida que se dá o avanço da escavação. 
 
 
 
Existem ainda vários outros tipos de cortinas que não são comumente usadas em 
nossa região e que são listadas a seguir: 
Jet-ground - Cortinas formadas por colunas de solo cimentado pelo 
processo de “jet-ground”. 
Terra Armada - Cortinas, normalmente usadas para conter aterros, formada 
por placas premoldadas de concreto armado. 
Parede Diafragma - cortinas formadas por painéis moldados “in situ” ou 
premoldados instalados em perfurações de seção retangular executadas 
com escavadeiras mecânicas tipo “clam-shell”. 
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Caderno de Encargo de Fundações - 23 - 
 
 
Solo Grampeado - cortinas executadas, acompanhando a execução da 
escavação, com concreto jateado sobre a superfície do talude, ao qual são 
fixadas através de grampos de aço instalados em furos preenchidos com 
calda de cimento. 
 
As cortinas de uso mais comum apresentam as vantagens e desvantagens 
resumidamente indicadas a seguir: 
 
Cortina Contínua de Estacas Brocas 
Vantagens: 
baixo custo, resistência à corrosão. 
Desvantagens: 
não atravessam camadas resistentes, são executadas com dificuldade ao 
ser atingido o nível d’água e o controle da execução fica quase totalmente 
com a equipe executora. 
 
Cortina de Estacas Brocas Espaçadas 
Vantagens: 
baixo custo, resistência à corrosão. 
Desvantagens: 
não atravessam camadas resistentes, são executadas com dificuldade ao 
ser atingido o nível d’água, o controle da execução fica quase totalmente 
com a equipe executora e, principalmente em solos arenosos e argilas 
moles podem causar desconfinamento no terreno afetando as construções 
vizinhas. 
 
Cortina Contínua de Estacas Raiz 
Vantagens: 
resistência à corrosão, não causam vibração no terreno, podem ser 
executadas em locais de acesso difícil, ultrapassam o nível d”água e 
atravessam camadas de solo de alta resistência. 
Desvantagens: 
custo elevado e o controle da execução fica quase totalmente com a equipe 
executora. 
 
Cortina de Estacas Raiz Espaçadas 
Vantagens: 
resistência à corrosão, não causam vibração no terreno, podem ser 
executadas em locais de acesso difícil, ultrapassam o nível d”água e 
atravessam camadas de solo de alta resistência. 
Desvantagens: 
custo elevado, em solos arenosos e argilas moles podem causar 
desconfinamento no terreno afetando as construções vizinhas e o controle 
da execução fica quase totalmente com a equipe executora. 
 
Cortina Contínua de Estacas Premoldadas 
Vantagens: 
baixo custo, resistência à corrosão, elevada rigidez e sua cravação é 
facilmente controlada. 
 
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Caderno de Encargo de Fundações - 24 - 
 
 
Desvantagens: 
emenda difícil, não atravessam camadas resistentes, quebram com relativa 
facilidade e sua cravação causa vibração no terreno afetando as 
construções vizinhas. 
 
Cortina de Estacas Premoldadas Espaçadas 
Vantagens: 
baixo custo, resistência à corrosão, elevada rigidez e sua cravação é 
facilmente controlada. 
Desvantagens: 
emenda difícil, não atravessam camadas resistentes, quebram com relativa 
facilidade, sua cravação causa vibração no terreno afetando as construções 
vizinhas e em solos arenosos e argilas moles podem causar 
desconfinamento no terreno também afetando as construções vizinhas. 
 
O dimensionamento e o projeto das contenções são feitos de acordo com a 
seqüência indicada a seguir: 
1) Determinação da profundidade em que se pretende instalar as fundações 
(bloco, sapata ou radier) e as escavações gerais para criação dos andares de 
subsolo. 
2) Exame das sondagens do terreno para identificar as características das 
camadas do subsolo que irão influenciar a contenção e, também, para verificar 
a existência e profundidade do lençol freático. 
3) Levantamento das edificações vizinhas, com definição das distâncias às 
divisas, estado geral da obra, existência e profundidade de subsolos ao longo 
das divisas, tipo e profundidade das fundações. 
4) Desenho das seções do terreno adotando-se tipos de contenção compatíveis 
com as características do solo a ser escavado. 
5) Desenho da planta com indicação das obras de contenção, de bermas e 
taludes, verificando-se a possibilidade de solução exclusiva de taludamento em 
algum trecho localizado. 
6) Desenho detalhado de plantas e seções, tantos quantos necessários para o 
entendimento do projeto, que mostrem claramente a programação das 
escavações e as fases de execução. 
7) Dimensionamento e projeto das estruturasde contenção. 
8) Dimensionamento e detalhamento de tirantes, chumbadores e drenos. 
9) Análise da estabilidade geral da escavação caso o terreno apresente 
características peculiares ou o porte da obra justifique. 
10) Levantamento de quantitativos, cálculo de orçamentos e redação do memorial 
descritivo do projeto e das especificações. 
 
 
APRESENTAÇÃO DO PROJETO DE CONTENÇÃO 
 O projeto de contenção consiste de textos, quando necessários, e desenhos com 
plantas e seções indicando as dimensões horizontais e verticais das estruturas de 
contenção e a conformação da superfície do terreno em cada fase de execução, no qual 
deve ser obedecido o seguinte: 
• Indicação clara das escalas adotadas em cada desenho. 
• Nas seções, indicar as cotas. 
 Programa de Inovação da Indústria da Construção Civil do Estado do Ceará 
 
Caderno de Encargo de Fundações - 25 - 
 
 
• Na planta, indicar o contorno do terreno e projeção dos principais elementos de 
arquitetura (Pilares, subsolo, etc.) 
• Indicar localização e cota do RN, que deve ser o mesmo das sondagens e o 
único adotado para todos os projetos. 
• Caso haja interferência com o projeto de fundação, indicar através de plantas, 
seções e notas explicativas, os procedimentos executivos. 
• Em caso de execução por etapas, explicar através de notas as diversas etapas 
e para cada etapa apresentar as plantas e cortes correspondentes. 
• Posição e tipo das edificações vizinhas, indicando as distâncias delas à divisa e 
cotas do terreno natural e de subsolos, se existirem. 
• Indicação em planta e seção dos elementos das estruturas de contenção, da 
largura e cota das bermas, do topo e do pé dos taludes e dos planos horizontais 
a serem alcançados na escavação geral. 
• Indicação em planta das escavações localizadas para execução de blocos de 
estacas e sapatas de fundação. 
• Diversas seções normais às divisas mostrando as edificações vizinhas, os 
elementos das estruturas de contenção, bermas, taludes, planos horizontais a 
serem alcançados na escavação geral e as escavações localizadas que 
possam interferir com os vizinhos ou ameaçarem a estabilidade dos taludes ou 
das estruturas de contenção. 
• Caso a escavação vá ser procedida por fases, indicar nas seções as cotas a 
serem atingidas nas diversas etapas e preparar um desenho em planta para 
cada uma destas etapas 
• Através de notas, apresentadas no próprio desenho, esclarecer se a 
escavação será feita por etapas, a seqüência das atividades, o destino a ser 
dado ao material escavado, a origem do material de reaterro, as especificações 
geométricas das seções escavadas e as especificações geométricas e 
tecnológicas dos reaterros. 
• As obras de contenção (cortinas diafragmas, cortinas de estacas moldadas “in 
situ”, muros de arrimo) e seus elementos complementares (tirantes, 
chumbadores, drenos, etc.) devem ser detalhados e especificados em textos e 
desenhos. 
• Na elaboração do projeto deve ser examinada a necessidades de medidas para 
reduzir danos nas edificações vizinhas, tais como: 
- Definição da ordem de execução das estacas de contenção. 
- Execução parcial das vigas de coroamento, apoiadas em um 
pequeno número de estacas espaçadas, que possa servir de 
apoio a muros e estruturas dos vizinhos situados ao longo das 
divisas, antes da execução do restante das estacas. 
- Execução de tirantes curtos a partir da superfície do terreno antes 
do início das escavações, contendo a viga de coroamento, para 
reduzir deslocamento da cortina de contenção durante a fase de 
escavação até o nível da primeira linha de tirantes. 
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Caderno de Encargo de Fundações - 26 - 
 
 
- Dimensionamento dos tirantes para resistir ao empuxo em 
repouso, ou seja considerando que a cortina não deverá se mover 
para mobilizar a resistência do solo. 
 
 
3.3 ESCOLHA DO TIPO DE CONTENÇÃO: 
 
 Finalmente, cabe comentar sobre a escolha do tipo de solução para a estabilização 
das escavações: taludamento ou contenção. Quase sempre o taludamento é a primeira 
opção a ser examinada, sendo que, como já foi dito, as estruturas de contenção são 
adotadas quando o taludamento não for possível ou se por alguma razão (custo elevado, 
dificuldade executiva, prazo alongado, etc.) esta solução não for recomendável. 
Descartado o taludamento, normalmente em razão do custo e simplicidade de execução, 
a solução estrutural da contenção é escolhida na seguinte ordem de preferência: 
1) Cortinas em Balanço: Limitadas a pequenas profundidades de 
escavação (até 3 metros) em divisas sem edificações. 
2) Cortinas Apoiadas em Bermas Provisórias: É preciso que haja 
suficiente espaço para taludamento até ser alcançado nível final das 
escavações. Em nenhuma hipótese deve se combinar cortinas em 
balanço com uso de bermas. 
3) Cortinas Atirantadas: Atendem qualquer tipo de situação. 
 
 Uma vez definido o comportamento estrutural da contenção, cabe então examinar 
os materiais e processos executivos a serem adotados. Inicialmente, deve ser levado em 
conta o seguinte: 
• Devido ao elevado custo, as cortinas metálicas são quase sempre usadas em 
situações em que as estacas pranchas ou os perfis de aço podem ser 
recuperados para reutilização, o que normalmente não ocorre nas obras 
imobiliárias. 
• As estacas premoldadas causam grande perturbação em torno, pelo barulho e 
pela vibração produzida no terreno, o que normalmente não permite sua 
utilização em áreas urbanas. 
• A estaca-raiz (devido ao custo elevado) é reservada para atender a situações 
especiais em que é preciso atravessar camadas de alta resistência ou 
ultrapassar o lençol freático. 
 
 
 Assim resulta que as soluções mais comumente usadas são: Cortina Contínua de 
Estacas Brocas e Cortina de Estacas Brocas Espaçadas. No caso de solo arenoso, fofo, a 
segunda solução, apresenta como maior desvantagem a possibilidade de fuga de solo 
entre as estacas no período entre o avanço da escavação e a execução da vedação entre 
estacas. Já em se tratando de escavações abaixo do nível das fundações das edificações 
vizinhas, esta solução pode causar recalques nestas obras pelo desconfinamento do 
terreno. Finalmente, em relação a estas duas alternativas mais comum de contenção 
cabe lembrar que, nos casos em que tecnicamente as duas opções são aceitáveis, a 
decisão deve levar em conta: 
• Comparação efetiva de custos após um pré-dimensionamento das estruturas. 
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• Estimativa de prazos de execução e interferências com o desenvolvimento geral 
das demais atividades no canteiro de obra. 
 
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4. INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA 
 
 
 A investigação geotécnica de um terreno consiste basicamente na caracterização 
do subsolo no local da obra através de sondagens que devem ser programadas de acordo 
com a NBR – 08036 Programação de Sondagens de Simples Reconhecimento dos Solos 
para Fundações de Edifícios. Esta investigação visa obter as seguintes informações: 
• A profundidade, a espessura, a classificação e a compacidade ou consistência 
das camadas do subsolo. 
• A profundidade da superfície da rocha, bem como o estado do maciço rochoso 
quanto a alteração e fraturamento até profundidades que interessem ao bom 
funcionamento da obra a ser projetada. 
• Profundidade e comportamento do lençol freático. 
• Comportamento “in situ” dos solos e rochas no que diz respeito a resistência ao 
cisalhamento, compressibilidade e permeabilidade. 
 
Para bem caracterizaro subsolo, a NBR – 08036 recomenda: 
• As sondagens devem ser, no mínimo de uma, para cada 200 m2 de área da 
projeção em planta do edifício, até 1200 m2 de área. 
• Entre 1200 m2 e 2400 m2 deve-se fazer uma sondagem para cada 400 m2 que 
excederem de 1200 m2. 
• Acima de 2400 m2 o número de sondagens deve ser fixado de acordo com o 
plano particular da construção. 
• Em quaisquer circunstâncias o número mínimo de sondagens deve ser: 
a) duas para área da projeção em planta do edifício até 200 m2; 
b) três para área entre 200 m2 e 400 m2. 
 
 Ainda, de acordo com a norma, as sondagens devem ser levadas até uma 
profundidade em que as tensões introduzidas no terreno pelas cargas estruturais sejam 
inferiores a 10% da pressão devido ao peso de terra preexistente nesta profundidade. Em 
todo o caso, as sondagens devem atravessar todas as camadas impróprias ou 
questionáveis como apoio de fundações. Aqui em Fortaleza, em se tratando de fundações 
profundas, procura-se conhecer o subsolo pelo menos 6 metros abaixo da profundidade 
onde se espera que irão ficar as pontas das estacas de fundação. 
 
Ao contratar o serviço de sondagem devem ser acertados os seguintes pontos: 
• Número e profundidade estimada das sondagens a serem executadas. 
• Informações que serão apresentadas no relatório. 
• Preço da instalação do serviço e emissão do relatório. 
• Preço por metro linear de sondagem. 
• Cota arbitrária e RN a serem adotados no nivelamento da sondagem, que 
devem ser os mesmos usados no levantamento do terreno e em todos os 
projetos. 
• Prazo de execução do serviço. 
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Caderno de Encargo de Fundações - 29 - 
 
 
 
 Para orientar a distribuição das sondagens a contratante deverá fornecer a 
empresa de sondagem uma planta do terreno com: 
• Locação do terreno no quarteirão, indicando o nome da rua e as distâncias das 
ruas transversais. 
• Número do terreno ou das casas vizinhas. 
• Direção do Norte, ainda que aproximada. 
• Dimensões e ângulos do perímetro do terreno. 
• Área do terreno e da projeção do prédio. 
• Indicação do número de subsolos e da área, em planta, de sua projeção. 
• Indicação da projeção da edificação principal (“torre”) e do número de 
pavimentos. 
• Indicação de pontos de maior concentração de cargas, tais como caixa d’água, 
poço do elevador e pilares destacadamente mais carregados. 
 
 A qualidade da investigação geotécnica é muito importante em relação a 
segurança do edifício e a economia no projeto e na execução das fundações. Em se 
tratando de um serviço especializado e de difícil fiscalização, a melhor maneira de se 
garantir esta qualidade é pela contratação de uma empresa idônea para sua execução. 
Ainda mais, por ser um serviço de custo relativamente baixo quando comparado com as 
repercussões negativas que uma investigação mal planejada e mal executada pode 
acarretar, o preço não pode ser o elemento exclusivo de decisão na escolha da 
contratada, devendo ser levadas em conta a competência e a idoneidade da empresa 
executora. Em todo caso, por sua importância, a investigação deve ser acompanhada 
pela equipe técnica da construtora. 
 
 Este acompanhamento do serviço deve ser feito por pelo menos duas visitas do 
engenheiro da contratante ao terreno durante a execução da investigação para garantir 
que: 
• As sondagens estão sendo realizadas no terreno certo (Por incrível que pareça, 
tem acontecido a realização da investigação em outro terreno) e bem 
distribuídas na projeção do prédio a ser edificado. 
• O RN está marcado e bem visível. 
• A cota adotada foi a previamente acertada. 
• Os furos estão locados e nivelados corretamente. 
• O engenheiro (ou geólogo) da empresa de sondagem anotou e fará constar no 
relatório a existência no terreno de poços (tubulares ou cacimbas), indicando 
diâmetro, profundidade e estado atual; aterros de entulho, lixo ou solo, 
indicando a localização e a espessura; bem como a presença de formigueiros, 
árvores, troncos, raízes em grande quantidade, desníveis acentuados e 
quaisquer outras ocorrências que possam interferir no projeto e na execução 
das fundações, escavações e contenções. 
• Os equipamentos estão em bom estado. 
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• O estágio de desenvolvimento e o ritmo de andamento do serviço, por ocasião 
das visitas, estão de acordo com os prazos de execução dos furos 
individualmente e com prazo total, demonstrando que a investigação está sendo 
efetivamente realizada. 
 
Com o acompanhamento indicado acima e seguindo as recomendações específicas 
para cada tipo de sondagem apresentadas a seguir, nos itens 1.1 e 1.2, fica reduzida a 
possibilidade de ocorrência dos principais problemas que poderiam acontecer em uma 
investigação, ou seja: 
• Sondagens inventadas por firmas desonestas. 
• Sondagens inventadas por funcionários desonestos de firmas idôneas. 
• Sondagens mal executadas utilizando-se equipamentos e procedimentos em 
desacordo com as normas. 
 
Ainda, tendo acompanhado o serviço no campo, o engenheiro se põe em condição 
de detectar alguns erros, que podem ocorrer no escritório da firma de sondagem, que 
normalmente passariam despercebidos, relativos à topografia (locação e nivelamento), à 
classificação do solo (principalmente quanto a presença de aterros) e ao desenho. 
 
Dois são os processos usados para investigação do subsolo. O primeiro deles é a 
sondagem a percussão que foi desenvolvida inicialmente nos Estados Unidos e 
introduzida no Brasil na década de 30 pelo Prof. Odair Grillo. Aqui, por sua simplicidade e 
baixo custo, teve grande aceitação, passando a ser o mais comum processo de 
investigação e levando os demais processos ao quase completo esquecimento. O outro 
processo é o ensaio de cone. Este foi introduzido no Brasil nos anos cinqüenta, mas só 
agora começa a ter maior difusão graças a recentes desenvolvimentos no equipamento 
que simplificaram o seu uso e melhoram consideravelmente o nível de informações 
obtidas, bem como em razão da redução de custo e facilidade de importação. 
 
 
4.1 SONDAGEM À PERCUSSÃO 
 
A sondagem à percussão consiste basicamente na cravação de um amostrador 
padrão com diâmetro interno de 1 3/8” e externo 2”, a cada metro de profundidade de um 
furo executado a trado, lavagem ou rotativa. A cravação é feita por meio de golpes de um 
peso de 65 kg, caindo em queda livre de 75 cm de altura, sendo anotado o número de 
golpes necessário para cravar cada 15 cm do amostrador, até a penetração total de 45 
cm do mesmo. Na execução da sondagem deve ser obedecido o previsto na NBR – 
06484 Execução de Sondagens de Simples Reconhecimento dos Solos. A Figura 4.1 
apresenta as etapas de execução de sondagem a percussão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 4.1 – Etapas na Execução de Sondagem a Percussão: (a) Avanço da 
Sondagem por Desagregação e Lavagem e (b) Ensaio de Penetração 
Dinâmica. 
 
O avanço da perfuração se faz com trado, concha ou espiral, apresentados na 
Figura 4.2, enquanto as paredes do furo permanecem estáveis ou até ser atingido o lençol 
freático. Em solos onde as paredes do furo sejam instáveis ou uma vez atingido o nível 
d’água, a sondagem é revestida e o avanço é prosseguido por lavagem. Normalmente, é 
utilizado o revestimento de 2 1/2” de diâmetro interno. Em algumas circunstâncias, 
quando o impenetrável à lavagem é encontrado a pequena profundidade, ou logo abaixo 
da profundidade onde se espera que irão ficar as pontas das estacas de fundação, é 
recomendável que a sondagem sejaprosseguida por rotativa, que permite o avanço do 
furo em solo de alta resistência ou mesmo em rocha. Esta providência é importante, 
principalmente, quando existe a possibilidade de ocorrência de camadas de menor 
resistência subjacente ao extrato que impediu o avanço do furo. 
 
 
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Figura 4.2 – Trados Manuais mais Utilizados: Tipo (a) Concha, (b) Espiral. 
 
Os trados são ferramentas que possibilitam a execução de perfurações de pequeno 
diâmetro (normalmente com 4” de diâmetro) no terreno. Os tipos mais comuns, concha ou 
espiral, são conectados a uma série de hastes terminadas em forma de Tê. O movimento 
de rotação dado na superfície, manualmente às hastes através do Tê é transmitido ao 
trado que avança cortando o solo. De quando em quando o trado é trazido a superfície 
para limpeza e exame do solo que está sendo atravessado. O avanço do furo a trado tem 
como principais limitações não conseguir atravessar camadas de solos mais resistentes e 
ser obrigatoriamente interrompida ao ser encontrado o lençol freático. 
 
No avanço do furo por lavagem, a água armazenada em uma caixa d’água móvel 
instalada próximo a sondagem, é bombeada até o fundo do furo através de um conjunto 
de tubos denominados de hastes de lavagem (tubos de ferro galvanizados de 1”). O fluxo 
d’água e o movimento rotativo de vai e vem dado ao conjunto de hastes, por um Tê 
conectado ao topo das hastes, desagregam o solo que é arrastado para a superfície pela 
a água que retorna por dentro do revestimento. Para melhor funcionamento deste 
processo, uma lâmina cortante é adaptada a ponta inferior do conjunto de hastes, 
aumentando a capacidade de corte e de avanço que só é interrompido ao encontrar solos 
de altíssima resistência ou rocha. Para possibilitar o seu reaproveitamento, a água ao 
chegar a superfície é dirigida para a caixa d’água onde as partículas de solo sedimentam, 
deixando o líquido suficientemente limpo para ser rebombeado. 
 
O equipamento para execução de perfuração rotativa compreende uma sonda 
motorizada, hastes, barrilete e coroas diamantadas. O funcionamento da sonda imprime 
ao conjunto de hastes um movimento de rotação em alta velocidade conjugado a um 
movimento de translação muito lento na direção vertical de cima para baixo. Ao conjunto 
de hastes estão acoplados o barrilete (um tubo destinado a receber a amostra da rocha 
atravessada) e a coroa diamantada que corta a rocha permitindo o avanço da perfuração. 
A coroa sendo cilíndrica e oca vai, a medida que avança, cortando uma amostra de forma 
cilíndrica que se aloja no barrilete. A circulação de água é usada para carrear para a 
superfície pequenos fragmentos de rocha que se desagregam com o avanço do corte e 
para resfriar a coroa. Na Figura 4.3 é apresentado o esquema de uma sondagem rotativa. 
 
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Caderno de Encargo de Fundações - 33 - 
 
 
 
 
Figura 4.3 – Esquema de uma Sondagem Rotativa. 
 
A perfuração por rotativa é normalmente executada para caracterizar maciços 
rochosos, sendo realizada independente das sondagens à percussão. Não é este, no 
entanto, o que ocorre nas investigações geotécnicas em Fortaleza. Aqui, a perfuração por 
rotativa é feita para permitir o prosseguimento da sondagem à percussão ao ser 
encontrado leitos concrecionados ou camadas de arenito ferruginoso da Formação 
Barreiras. Nesta situação, depois de atravessada estas camadas, volta-se a cravar o 
amostrador padrão, para coleta de mostra e determinação da resistência do solo 
subjacente. 
 
O resultado da investigação é apresentado em formulários apropriados denominados 
de perfis de sondagem. Nestes perfis é indicado em forma de gráfico e tabela, o número 
de golpes para cravar os últimos 30 cm do amostrador padrão. Número de golpes este, 
usualmente chamado de SPT (“Standard Penetration Test”), que permite inferir o estado 
de compacidade das areias e siltes arenosos, bem como a consistência das argilas e 
siltes argilosos. Nos perfis são também indicados as profundidades de mudança de 
camadas, a classificação tátil – visual (conforme a NBR – 07250 Identificação e Descrição 
de Amostras de Solos em Sondagens de Simples Reconhecimento dos Solos) e a 
consistência (ou a compacidade) de cada camada, bem como a profundidade do nível 
d’água, como pode ser visto no exemplo mostrado a seguir (ver Figura 4.4). No trecho em 
rotativa, quando a rocha é suficientemente resistente para permitir a coleta de amostra, 
são indicados o número de pedaços em que a amostra se apresentou e a relação em 
porcentagem entre o comprimento da amostra obtida e o comprimento perfurado no 
trecho (“Porcentagem de Recuperação”). Caso contrário, o amostrador deve ser cravado 
e apresenta-se no perfil da sondagem o resultado do SPT. 
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Além dos cuidados já indicados no item anterior, o engenheiro da contratante em 
suas visitas de acompanhamento do serviço deve atentar, especificamente em relação à 
sondagem à percussão, para o seguinte: 
• Os revestimentos e hastes, que são cortados em pedaços múltiplos de 1,0 
metro e desta forma usados para medida da profundidade, não podem divergir 
de sua dimensão nominal em mais de 1,0 cm. 
• Os revestimentos e hastes devem ser retilíneos (individualmente) e devem 
quando acoplados formar composições também retilíneas. 
• O bico do amostrador deve estar em bom estado, sem desgaste excessivo ou 
amassados. 
• A marca na guia do peso deve indicar corretamente a medida de 75 cm, 
correspondente a altura de queda. 
• Na cravação do amostrador o peso deve ser solto na altura correta para garantir 
a queda de 75 cm. 
• Os boletins de campo das sondagens devem ser preenchidos e as amostras 
embaladas e etiquetadas na medida que o furo avança. 
• A classificação das amostras feitas pelo sondador deve ser anotada no boletim 
de campo de forma legível. 
• O processo de avanço do furo (trado, lavagem ou rotativa) deve ser anotado no 
boletim de campo. 
• A profundidade do nível d’água deve ser anotada no momento em que este foi 
atingido e após 24 horas. 
 
 
4.2 ENSAIO DE CONE 
 
 De acordo com o MB – 3406 Solo – Ensaio de Penetração De Cone in situ (CPT), o 
ensaio de cone consiste na cravação no terreno, de forma contínua com velocidade de 20 
mm/s, de uma ponteira padronizada (“cone”) capaz de medir separadamente os 
componentes da resistência do solo: atrito lateral e resistência de ponta. Para se realizar 
o ensaio, há necessidade de um equipamento de cravação devidamente ancorado e uma 
composição de hastes, em cuja extremidade é acoplado o cone. No cone estão instalados 
sensores que medem o atrito lateral e a resistência de ponta, bem como a pressão da 
água, no caso dos piezocones. Estas medidas são transmitidas por sinais elétricos ou por 
vibrações para um aparelho na superfície (“Conversor Analógico Digital”) capaz de 
transformar estes sinais em dígitos que são armazenados em um computador portátil 
(“laptop”). A Figura 4.5 permite uma melhor visualização do ensaio CPT. 
 
 
 
 
 
 
 
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Caderno de Encargo de Fundações - 35 - 
 
 
 
 
Figura 4.5 – (a) Princípio de Funcionamento e (b) Vista de um Equipamento 
(Desenvolvido pela COPPE–UFRJ Juntamente com a GROM – 
Automação e Sensores). 
 
Algumas características técnicas de um equipamento de ensaio cone fabricado no Brasil 
são indicados a seguir: 
 
Capacidade do Equipamento de Cravação

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