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Livro-Texto Unidade I

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Prévia do material em texto

Autora: Profa. Andréa da Silva
Colaboradora: Profa. Angélica Carlini
Fundamentos e 
Planejamento do Turismo
Professora conteudista: Andréa da Silva
Graduada em Turismo pela Faculdade Ibero-Americana de Letras e Ciências Humanas (1992) e especialista 
em Administração Hoteleira pela Faculdade Senac de Turismo e Hotelaria de São Paulo (2002). Possui mestrado em 
Hospitalidade pela Universidade Anhembi Morumbi (2006) e curso de Guia Turístico pelo Centro Estadual de Educação 
Tecnológica Paula Souza (2017). Desde 2011 é coordenadora auxiliar do curso de Turismo da UNIP e também professora 
de diversas disciplinas ligadas às áreas de Turismo, Hospitalidade, Eventos, Hotelaria e Lazer.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
S586f Silva, Andréa da.
Fundamentos e Planejamento do Turismo / Andréa da Silva. – 
São Paulo: Editora Sol, 2020.
108 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Conceitos. 2. Modalidades. 3. Órgãos integrantes. I. Título.
CDU 380.8
U505.31 – 20
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Vitor Andrade
 Elaine Pires
Sumário
Fundamentos e Planejamento do Turismo
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................9
Unidade I
1 CONCEITOS, DEFINIÇÕES E EVOLUÇÃO DO TURISMO....................................................................... 11
1.1 Conceitos de turismo .......................................................................................................................... 11
1.2 Turismo e sua interação com outras disciplinas ...................................................................... 14
1.3 Os cinco pilares básicos do turismo .............................................................................................. 15
1.4 Visitantes, turistas e excursionistas .............................................................................................. 16
1.5 Antecedentes históricos do turismo ............................................................................................. 18
1.5.1 Primórdios e antigas civilizações ...................................................................................................... 18
1.5.2 Turismo na Antiguidade ....................................................................................................................... 19
1.5.3 Turismo na Idade Média ....................................................................................................................... 21
1.5.4 Turismo no Renascimento ................................................................................................................... 22
1.5.5 Revolução Industrial e turismo ......................................................................................................... 23
1.5.6 Do século XX à globalização ............................................................................................................... 24
1.5.7 Evolução do turismo no Brasil ........................................................................................................... 25
2 TURISMO: MODALIDADES, FORMAS E TIPOS ....................................................................................... 27
2.1 Atrativo turístico .................................................................................................................................. 27
2.2 Modalidades do turismo .................................................................................................................... 33
2.2.1 Turismo de elite ....................................................................................................................................... 34
2.2.2 Turismo de massa ................................................................................................................................... 35
2.3 Formas do turismo ............................................................................................................................... 36
2.4 Tipos de turismo ................................................................................................................................... 37
2.4.1 Turismo de lazer ...................................................................................................................................... 37
2.4.2 Turismo cultural....................................................................................................................................... 38
2.4.3 Turismo de negócios .............................................................................................................................. 38
2.4.4 Turismo de saúde .................................................................................................................................... 38
2.4.5 Turismo religioso ..................................................................................................................................... 38
2.5 Terminologia técnica do turismo ................................................................................................... 39
2.5.1 Glossário técnico ..................................................................................................................................... 39
2.5.2 Alfabeto fonético internacional........................................................................................................ 41
Unidade II
3 MERCADO TURÍSTICO E SEUS COMPONENTES ................................................................................... 44
3.1 Oferta turística ...................................................................................................................................... 44
3.1.1 Atrativos turísticos ................................................................................................................................. 45
3.1.2 Serviços turísticos ................................................................................................................................... 46
3.1.3 Serviços públicos ..................................................................................................................................... 47
3.1.4 Infraestrutura ........................................................................................................................................... 48
3.1.5 Gestão pública ......................................................................................................................................... 48
3.1.6 Oferta original (diferencial) e oferta técnica (agregada) ........................................................ 48
3.2 Demanda turística................................................................................................................................ 49
3.2.1 Divisão da demanda .............................................................................................................................. 50
3.2.2 Características da demanda ............................................................................................................... 51
3.2.3 Fatores que influenciam a demanda .............................................................................................. 52
4 MOTIVAÇÃO E TIPOS DE TURISTAS ........................................................................................................... 53
4.1 Motivação turística .............................................................................................................................. 53
4.1.1 Influência nas motivações turísticas e fatores determinantes ............................................ 55
4.1.2 Circunstâncias limitativas ................................................................................................................... 56
4.2 Classificação e tipos de turistas ..................................................................................................... 56
Unidade III
5 PRODUTOS E SERVIÇOS TURÍSTICOS ....................................................................................................... 61
5.1 Produto turístico .................................................................................................................................. 62
5.2 Cadeia produtiva do turismo ........................................................................................................... 64
5.3 Sistemas de turismo ............................................................................................................................ 67
5.3.1 Sistema de Leiper .................................................................................................................................... 68
5.3.2 Sistema de Boullón ................................................................................................................................ 69
5.3.3 Sistema de Molina .................................................................................................................................. 70
5.3.4 Sistur ............................................................................................................................................................ 71
6 CICLO DE VIDA E IMPACTOS DO TURISMO ........................................................................................... 72
6.1 Ciclo de vida do destino turístico .................................................................................................. 72
6.2 Impactos do turismo ........................................................................................................................... 74
6.2.1 Impactos econômicos ........................................................................................................................... 74
6.2.2 Impactos ambientais ............................................................................................................................. 75
6.2.3 Impactos socioculturais ....................................................................................................................... 76
6.3 Índice de irritabilidade ....................................................................................................................... 78
Unidade IV
7 PLANEJAMENTO PARA A SUSTENTABILIDADE DO TURISMO ......................................................... 84
7.1 Planejamento ......................................................................................................................................... 84
7.2 Sustentabilidade e turismo .............................................................................................................. 85
7.3 Planejamento turístico ....................................................................................................................... 87
7.3.1 Etapas do planejamento turístico .................................................................................................... 87
7.3.2 Inventário turístico ................................................................................................................................ 88
8 ÓRGÃOS INTEGRANTES DO TURISMO .................................................................................................... 89
8.1 Órgão oficial brasileiro ....................................................................................................................... 89
8.1.1 Embratur e organismos públicos regionais e locais .................................................................. 91
8.2 Organismos turísticos privados ...................................................................................................... 91
8.3 Órgãos internacionais e supranacionais ..................................................................................... 91
8.3.1 OMT .............................................................................................................................................................. 92
8.3.2 Conselho Mundial de Viagens e Turismo ...................................................................................... 92
8.4 Política Nacional de Turismo ........................................................................................................... 92
8.4.1 Programas do Ministério do Turismo.............................................................................................. 93
9
APRESENTAÇÃO
O objetivo deste livro-texto é elaborar um estudo sobre o turismo com diversos enfoques. As áreas 
de turismo, hotelaria, lazer, eventos e gastronomia estão inseridas no eixo tecnológico de turismo, 
hospitalidade e lazer do catálogo nacional de cursos do MEC.
Em todo o mundo, o turismo atrai o interesse de esferas públicas e privadas. Isso ocorre em virtude 
dos crescentes e positivos resultados econômicos advindos da atividade e do seu efeito multiplicador de 
desenvolvimento sociocultural.
Segundo a Organização Mundial do Turismo, hoje o turismo é considerado um dos promotores mais 
poderosos de crescimento econômico e desenvolvimento global.
No entanto, sua importância não se limita à esfera econômica; muito mais do que gerar renda, a 
atividade estimula a valorização das inter-relações socioculturais e fortalece a aceitação das diferenças 
entre os povos.
A atividade turística é multifacetada, pois abrange várias áreas distintas: meios de transporte e de 
hospedagem, gastronomia, eventos, agenciamento de viagens, lazer e entretenimento etc. Todavia, para 
se desenvolver e atender às demandas de um crescimento sustentável, necessita de conhecimento 
e planejamento.
Portanto, para atuar nessa área, deve-se buscar evoluir sempre, pois o turismo é um fenômeno que 
movimenta milhões, mas que depende muito de cada detalhe ofertado, de cada pessoa envolvida.
Prepare sua mente para o conhecimento!
INTRODUÇÃO
A necessidade de deslocar é uma constante na história da humanidade, mas isso nem sempre foi 
considerado no turismo, pois as razões que levam as pessoas a viajar são diversificadas e complexas.
Atualmente, o setor de viagens e turismo é considerado o maior e o mais diversificado do 
mundo. Muitos países dependem da atividade turística como principal fonte de renda, geradora de 
desenvolvimento socioeconômico.
Para entender melhor o turismo, as unidades deste livro-texto foram elaboradas com eixos temáticos, 
que irão abordar cada aspecto do turismo e suas características específicas.
Inicialmente, destaca-se o conceito de turismo, com suas principais definições e como vem se 
desenvolvendo ao longo do tempo. Faz-se uma breve apresentação da evolução da atividade turística 
no mundo até o contexto atual. Depois, são demonstrados os diversostipos e formas de classificação 
que podem ser empregados no turismo. Acentua-se, ainda, o glossário e o alfabeto fonético aplicado 
no turismo.
10
Em seguida, aborda o mercado turístico e seus principais componentes, a oferta e a demanda turística. 
São explicados todos os itens que formam a oferta turística. Todos os aspectos da demanda turística são 
distinguidos, apresentando-se um estudo sobre a motivação turística, que deu origem à classificação dos vários 
tipos de turistas.
Posteriormente, ilustra os produtos e serviços turísticos, suas particularidades e complexidades. Trata 
do ciclo de vida do produto turístico, abordando a cadeia produtiva e os sistemas de turismo. Em 
seguida, ressalta-se a relevância dos impactos do turismo.
Por fim, revela a importância do planejamento turístico para sua sustentabilidade. Posteriormente, 
são elencados os elementos vitais que compõem o Plano de Desenvolvimento Turístico. Indica-se a 
origem e a função dos órgãos oficiais integrantes do sistema turístico e sua relevância nos âmbitos local, 
regional, nacional e internacional. Por fim, apresenta-se a Política Nacional de Turismo.
11
FUNDAMENTOS E PLANEJAMENTO DO TURISMO
Unidade I
1 CONCEITOS, DEFINIÇÕES E EVOLUÇÃO DO TURISMO
O ato de viajar acompanha a evolução da humanidade desde a Pré-História. Contudo, nem toda 
viagem pode ser considerada turística, existem deslocamentos pelos mais variados motivos, pois essa 
ação não implica necessariamente fazer turismo.
Conforme Andrade (2002, p.18):
[...] embora todas as viagens importem em deslocamento físico e espacial e 
revertam em gastos e lucros, o fenômeno turismo, em sua concepção pura, 
é um deslocamento realizado por prazer a locais que despertem algum tipo 
de interesse objetivo ou subjetivo.
A palavra turismo foi introduzida na língua portuguesa no século XX, sendo uma adaptação do 
termo inglês tourism, que derivou da palavra francesa tourisme. Entretanto, sua origem é do latim 
tornare, que significa “giro” ou “círculo”. Assim, entende-se que fazer turismo é a ação de partir de um 
ponto e regressar, depois de um período, ao mesmo ponto de partida.
O termo tour, no sentido de viagem a vários locais para recreação ou negócios, foi utilizado pela 
primeira vez em 1760, na Inglaterra, com o registro em The shorter Oxford english dictionary em 1950 
(ANDRADE, 2002).
Nesse contexto, verifica-se que o uso da palavra tour pelos ingleses antecedeu a aplicação da palavra 
tourisme por parte dos franceses, mas a forma e a estruturação do termo turismo são registradas como 
de origem francesa.
1.1 Conceitos de turismo
Apesar de ser praticado desde a Antiguidade, o estudo do turismo de forma científica iniciou-se 
recentemente (em comparação a outras ciências). É considerado um fenômeno que está inserido nas 
ciências humanas.
 Observação
Segundo o Dicionário Michaelis (2019), define-se fenômeno como: 
“fato ou evento que pode ser objeto da ciência, que pode ser descrito e 
explicado do ponto de vista científico”.
12
Unidade I
O conceito de turismo evoluiu ao longo dos anos, e entre o final do século XIX e início do século XX 
irromperam definições de vários autores das mais diversas áreas do conhecimento. Isso decorre de 
sua complexidade, pois o turismo pode ser abordado em vários contextos. Contudo, a maioria desses 
conceitos não se firmaram, quer por fragilidade de embasamento, quer por falta de autoria respeitável 
(ANDRADE, 2002).
Conforme Cooper et al. (2007), é difícil encontrar uma estrutura coerente na abordagem da definição de 
turismo. Com o intuito de atender às necessidades e situações específicas, algumas definições têm sido criadas.
Figura 1
A primeira ciência a se interessar pelo fenômeno turístico foi a economia. Uma das conceituações 
mais antigas (1910) é a do economista austríaco Herman von Schullard, que compreende o turismo 
como: “[...] a soma das operações, especialmente as de natureza econômica, diretamente relacionadas 
com a entrada, permanência e o deslocamento de estrangeiros para dentro e para fora do país, cidade 
ou região” (IGNARRA, 2003, p. 12).
Posteriormente, em 1929, surgiram as definições da Escola de Berlim (antigo nome do Centro 
de Pesquisas Turísticas da Faculdade de Economia da Universidade de Berlim). À época, destaca-se o 
conceito de Bormann, que afirma que o turismo é:
[...] o conjunto de viagens que tem por objetivo o prazer ou motivos 
comerciais, profissionais ou outros análogos, durante os quais é temporária 
sua ausência da residência habitual. As viagens realizadas para locomover-se 
ao local de trabalho não se constituem em turismo (ANDRADE, 2002, p. 35).
Já na década de 1940, Hunziker e Krapf evoluíram o conceito da Escola de Berlim, definindo o turismo como:
[...] o conjunto das inter-relações e dos fenômenos que se produzem como 
consequências de viagens e das estadas de forasteiros, sempre que delas não 
resulte um assentamento permanente nem que eles se vinculem a algumas 
entidades produtivas (ANDRADE, 2002, p. 37).
13
FUNDAMENTOS E PLANEJAMENTO DO TURISMO
Na fase pós-Segunda Guerra Mundial, despontaram as primeiras conceituações de turismo, fazendo 
uma reflexão além do fator econômico. Naquele período, evidencia-se a definição de Mathiot:
[...] turismo é o conjunto de princípios que regulam as viagens de prazer 
ou de utilidade, tanto no que diz respeito à ação pessoal dos viajantes ou 
turistas como no que se refere à ação daqueles que se ocupam em recebê-los 
e facilitam seus deslocamentos (ANDRADE, 2002, p. 38).
Conforme o turismo foi evoluindo, nas décadas seguintes, autores contemporâneos foram ampliando 
suas definições, apresentando a complexidade da atividade turística e seu lado social e cultural, apesar 
de ser uma prática de forte apelo econômico.
Segundo Oscar de La Torre:
[...] o turismo é um fenômeno social, que consiste no deslocamento voluntário 
e temporário de indivíduos ou grupos de pessoas que, fundamentalmente 
por motivos de recreação, descanso, cultura ou saúde, saem do seu local 
de residência habitual para outro, no qual não exercem nenhuma atividade 
lucrativa nem remunerada, gerando múltiplas inter-relações de importância 
social, econômica e cultural (apud IGNARRA, 2003, p. 12).
Em virtude de seu caráter técnico, hoje a definição de turismo mais utilizada é a da Organização 
Mundial de Turismo (OMT), uma vez que não há um conceito global que abranja todos os aspectos que 
envolvem essa atividade.
O turismo compreende as atividades que realizam as pessoas durante suas 
viagens e estadas em lugares diferentes de seu entorno habitual, por um 
período consecutivo inferior a um ano, com finalidade de lazer, negócios 
entre outras (OMT, 2001, p. 38).
 Observação
Para fins turísticos, a OMT (2001) considera o “entorno habitual de uma 
pessoa aquela área que circunda sua residência mais todos aqueles lugares 
que visita frequentemente”.
Pautando-se na definição da OMT, Ignarra (2003) evidencia quatro aspectos importantes para o 
desenvolvimento do turismo:
• Turista: busca diversas experiências; é o elemento mais importante, pois sem ele não existiria turismo.
• Prestadores de serviços: querem obter lucro; proporcionam a condição de o turista usufruir 
do turismo.
14
Unidade I
• Governo: considera o desenvolvimento do turismo como fator de riqueza.
• Comunidade: visualiza oportunidades de emprego e intercâmbio cultural.
Analisando as definições de turismo, verifica-se que o conceito pode ser abordado sob várias 
perspectivas, mas todas as acepções levam em consideração três elementos-chaves: a ocorrência de 
um deslocamento físico das pessoas, de caráter temporário; a motivação das pessoas para viajar; e 
o uso de equipamentos turísticos. Para uma viagem ser considerada turística, deve apresentar esses 
três elementos.
1.2 Turismo e sua interação com outras disciplinas
O turismo é um fenômeno complexo possível de ser estudado e analisado sob múltiplos aspectos, 
utilizando métodos e técnicas de várias disciplinas relacionadasa ciências humanas, caracterizando-se 
como um fenômeno multidisciplinar.
Figura 2 
“Historicamente, a primeira ciência a estudar o fenômeno turístico foi a economia, seguida das 
ciências sociais (sociologia e antropologia) e da geografia” (BARRETO, 2004, p. 85). Algumas disciplinas 
aplicadas no estudo turístico são:
• Economia: quantifica os efeitos econômicos do turismo, ou seja, os impactos da entrada do 
dinheiro dos turistas em determinada localidade.
• Sociologia: interessa-se pelas interações que ocorrem entre visitantes e residentes e por 
manifestações das relações de poder, papéis etc.
15
FUNDAMENTOS E PLANEJAMENTO DO TURISMO
• Antropologia: preocupa-se com os efeitos que a interação social provoca no comportamento das 
pessoas e as relações interpessoais em diferentes contextos.
• Psicologia: emprega teorias psicossociais de motivação, personalidade e percepção, além de 
traçar o perfil psicográfico dos diferentes tipos de turistas.
• Geografia: analisa fluxos, redes de transporte e entorno ambiental por meio da perspectiva 
do espaço.
Também há contribuição de muitas outras disciplinas (administração, direito, história, comunicação etc.).
Portanto, para compreender o fenômeno turístico, é preciso buscar o conhecimento interdisciplinar 
em várias áreas das ciências. Para Dencker (1998, p. 31), “o turismo não é uma disciplina, e sim um objeto 
de estudo pertencente a várias disciplinas”.
1.3 Os cinco pilares básicos do turismo
Quando se pensa em turismo, o que vêm à mente são os meios de transportes, os meios de 
hospedagem e a gastronomia. Esses itens, somados às compras e à hospitalidade, formam os cinco 
pilares básicos do turismo (OLIVEIRA, 2001). Esses pilares exigem uma determinada organização, 
uma ferramenta e um tratamento específico; trata-se dos 5 Cs do turismo: caminho, cama, comida, 
compras e carinho.
• Caminho: composto de todas as formas de acessos ao destino turístico, envolve o sistema 
de transporte (vias de acesso, os terminais e veículos), nas modalidades de transporte aéreo, 
rodoviário, ferroviário e hidroviário.
• Cama: refere-se a todos os estabelecimentos que comercializam hospedagem, abrangendo toda 
a sua tipologia – dos modernos hotéis urbanos até os acampamentos mais simples.
• Comida: relaciona-se à gastronomia e envolve todos os estabelecimentos que fornecem 
alimentação. Destaca-se a gastronomia típica, que hoje, em determinados destinos, se torna o 
próprio atrativo turístico, ou seja, as pessoas se deslocam para consumir o prato típico da região.
• Compras: abrange todo o comércio de produtos que são comprados durante a viagem turística, 
pois raras são as vezes que alguém viaja e não traz uma recordação do local visitado. Existem 
pessoas que somente viajam para fazer compras.
• Carinho: está relacionado à hospitalidade do destino turístico; o sucesso da atividade turística 
somente acontece por causa do acolhimento e do trato oferecido aos turistas, pois as pessoas não 
retornam a locais onde são mal-tratadas.
16
Unidade I
Figura 3 – Mapa, voo, passagem, bagagem e passaporte
1.4 Visitantes, turistas e excursionistas
Em sentido geral, o termo turista representa uma pessoa que viaja por prazer, mas para efeitos 
técnicos e estatísticos essa definição não abrange todas as necessidades do mercado turístico, que 
precisa diferenciar qualquer viajante dos turistas.
Assim como a definição de turismo teve várias discussões ao longo do tempo por vários autores, o 
termo turista seguiu pelo mesmo caminho. Todavia, em 1954 a Organização das Nações Unidas (ONU) 
lançou uma definição técnica para turista:
[...] toda pessoa sem distinção de raça, sexo, língua e religião que ingresse no 
território de uma localidade diversa daquela em que tem residência habitual 
e nele permaneça pelo prazo mínimo de 24 horas e máximo de seis meses, 
no transcorrer de um período de 12 meses, com finalidade de turismo, 
recreio, esporte, saúde, motivos familiares, estudos, peregrinações religiosas 
ou negócios, mas sem proposta de imigração (IGNARRA, 2003, p. 14).
Em 1963, devido a critérios estatísticos, a ONU substituiu o termo “turista” por “visitante”. Também 
se cria uma divisão do termo conforme o tempo de permanência no destino e a ocorrência ou não de 
pernoite, diferenciando, respectivamente, turistas e excursionistas.
Portanto, “para propósitos estatísticos, o termo visitante descreve a pessoa que visita um país que 
não seja o de sua residência, por qualquer motivo, e que não venha a exercer ocupação remunerada” 
(ONU, 1963 apud IGNARRA, 2003, p. 14).
Nesse contexto, os turistas são visitantes que permanecem por mais de 24 horas no local cuja 
motivação seja turística. Já os excursionistas são visitantes temporários que não pernoitam no destino 
turístico, ou seja, permanecendo menos do que 24 horas.
17
FUNDAMENTOS E PLANEJAMENTO DO TURISMO
Visitante
Turista Excursionista
Outros
Viajante
Figura 4 – Esquema de definições da ONU de 1963
Apesar de essas definições serem aceitas mundialmente, elas não atendiam ao turismo que é 
praticado internamente nos países (turismo doméstico). Portanto, em 1994 a OMT propôs a atualização 
das definições:
• Viajante: qualquer pessoa que viaje entre dois ou mais países e entre duas ou mais localidades 
em seu país de residência habitual.
• Visitante: toda a pessoa que se desloca a um local situado fora de seu ambiente habitual durante 
um período inferior a 12 meses consecutivos e cujo motivo principal da visita é outro que não seja 
o de exercer uma atividade remunerada no local visitado.
• Turista: visitante que pernoita no destino, lá permanecendo por, no mínimo, 24 horas, usando 
qualquer tipo de hospedagem no local visitado.
• Excursionista: visitante que não pernoita e não utiliza alojamento no local visitado, permanecendo 
menos de 24 horas. Os excursionistas são conhecidos ainda como “viajantes de um dia” (OMT, 2001).
Nacionais residentes no 
exterior
Não residentes no país 
(estrangeiros)
Príncipais motivos das 
viagens turísticas
Turistas
Visitantes que pernoitam
Visitantes
Viajantes
Outros viajantes
Não incluídos em estatísticas de turismo
Excursionistas
Visitantes de um dia
Tripulação de meios de 
transporte públicoNegócios e motivos profissionais
Lazer, recreação e férias
Visitas a parentes e amigos
Educação e formação
Saúde e cuidados médicos
Religião e peregrinação
Compras
Trânsito
Outros motivos
Trabalhadores fronteiriços
Trabalhadores sazonais
Outros trabalhadores - curto prazo
Passageiros em trânsito que não 
entram no território econômico e legal
Imigrantes - pessoas que entram no 
país para fixar residência
Estudante e pacientes a longo prazo e 
familiares que os acompanham
Outros viajantes que não entram no 
teritório econômico:
— diplomatas, pessoal consular, militares 
e seus dependentes
— forças armadas em manobras
Trabalhadores a longo prazo
Nômades e refugiados
Figura 5 – Esquema de definições da OMT de 1994
18
Unidade I
As definições técnicas que foram atualizadas pela OMT em 1994 são adotadas até hoje, e consideram 
principalmente o tempo de permanência e o motivo da viagem, que deve ser turístico, excluindo o 
exercício de atividade remunerada no local visitado.
1.5 Antecedentes históricos do turismo
Não há um consenso entre os pesquisadores sobre o início do turismo, cada qual destacando 
aspectos importantes segundo a sua ótica; alguns apontam para a Pré-História, outros para os gregos, 
outros para os fenícios ou os romanos. Entretanto, é vital destacar o crescimento desse fenômeno, cujas 
motivações foram se transformando em cada período histórico.
Para compreender melhor a evolução do turismo, é preciso estudar alguns acontecimentos importantes 
da história da civilização ocidental e seus impactos nos deslocamentos humanos, caracterizando o que 
conhecemos como turismo.
1.5.1 Primórdios e antigas civilizações
Na Pré-História, os deslocamentos aconteciam por necessidade de sobrevivência, quando os grupos 
humanos se movimentavamde um lugar para outro em busca de alimentos (frutas e caça). Vale ressaltar 
que esse tipo de deslocamento não pode ser considerado como turismo, pois não tem local de origem e 
destino definidos, indicando somente a necessidade de sobrevivência do homem.
Figura 6 – Neandertal
Com a evolução da humanidade, o desenvolvimento de novas ferramentas e novas técnicas de 
sobrevivência, o homem se fixa na terra, ou seja, começa a produzir o seu próprio sustento, e assim as 
viagens passam a ter novas conotações.
19
FUNDAMENTOS E PLANEJAMENTO DO TURISMO
A invenção da roda pelos sumérios foi um marco importante de 
desenvolvimento dos transportes, possibilitando ao homem viajar 
transportando uma quantidade bem maior de produtos, utilizando engenhos 
que diminuíam a necessidade de esforços físicos (YASOSHIMA; OLIVEIRA 
apud REJOWSKI, 2002, p. 17).
Durante o crescimento dos antigos impérios na África, na Ásia e no Oriente Médio, foram criadas as 
infraestruturas necessárias para as viagens, como a abertura de estradas de terra e canais de navegação. 
Então, foram desenvolvidos veículos para o transporte de carga e pessoas, as primeiras carroças e 
embarcações (OMT, 2003).
1.5.2 Turismo na Antiguidade
Na antiguidade clássica, para o desenvolvimento do turismo, destacam-se Grécia e Roma. Nesses 
locais, houve melhoria da infraestrutura das cidades, incremento de novas tecnologias nos meios 
de transportes e até mesmo a motivação das viagens apresentava semelhança ao turismo praticado 
atualmente (OLIVEIRA, 2001).
 Observação
A antiguidade clássica envolve um período da história da Europa que 
ocorre aproximadamente do século VIII a.C., quando surge a poesia grega 
de Homero, até a queda do Império Romano do ocidente, no século V d.C., 
mais precisamente no ano 476.
Na Grécia, atribui-se o grande incremento das viagens a dois fatores: o sistema de troca de 
moedas, que substituiu a necessidade de os viajantes levarem mercadorias para trocar por bens ou 
serviços; a disseminação da língua grega por toda área do Mediterrâneo, facilitando a comunicação 
(OMT, 2003).
Além da língua grega e sua moeda, o que contribuiu para o desenvolvimento das viagens na 
Grécia foi a localização de suas cidades, próximas à costa marítima. Por conta disso, difundiu-se 
o transporte marítimo, o que impulsionou as viagens e o comércio. À época, era comum os gregos 
viajarem para visitar os templos das divindades e fontes de águas minerais consideradas curativas, mas 
o grande destaque do turismo é a realização dos Jogos Olímpicos, os quais tinham caráter religioso, 
já que aconteciam em homenagem ao deus Zeus, na cidade de Olímpia, que desenvolveu os primeiros 
serviços voltados para receber os visitantes.
20
Unidade I
Figura 7 – Colunas na cidade de Olímpia, Grécia
“A cada quatro anos milhares de gregos, provenientes de todos os lugares conhecidos, convergiam 
para lá a fim de participar ou assistir aos jogos dedicados à honra de Zeus” (YASOSHIMA; OLIVEIRA apud 
REJOWSKI, 2002, p. 21).
Durante o Império Romano, as viagens atingiram o seu ápice no período denominado pax romana 
(paz romana): dois séculos sem guerras, o que possibilitou aos viajantes transitar em vários territórios, 
sem cruzar com fronteiras hostis.
Mill e Morrison (1992, p. 2 apud REJOWSKI, 2002, p. 23) citam cinco fatores para explicar o 
crescimento das viagens romanas:
O controle de um vasto império estimulava o comércio, fazendo surgir uma 
classe média com recursos financeiros para viajar.
As moedas romanas eram tudo o que os viajantes precisavam carregar para 
o financiamento de suas viagens.
Os meios de transportes – estradas e roteiros aquáticos – eram excelentes.
A comunicação era relativamente fácil, pois o grego e o latim eram as 
principais línguas faladas.
O sistema legal propiciava proteção por parte dos governos estrangeiros, 
garantindo segurança para o viajante.
Assim como os gregos, os romanos viajavam para lugares onde eram realizados eventos religiosos e 
atléticos; as pessoas mais abastadas viajavam à Grécia para visitar os monumentos gregos, e ao Egito, 
para visitar a Esfinge e as pirâmides. Os romanos menos abastados (designação para a classe média de 
hoje) costumavam fazer viagens regionais principalmente para locais à beira-mar, na época do verão.
21
FUNDAMENTOS E PLANEJAMENTO DO TURISMO
Destaca-se a construção de estradas durante o Império Romano, as quais formavam uma 
completa infraestrutura viária, e muito destas estradas, pontes e viadutos estão em perfeito estado 
de conservação até hoje.
Figura 8 – Colunas e via do Império Romano
Segundo La Torre (2002, p. 27), os romanos tinham dois tipos de estradas:
[...] as pretorianas e as consulares. As pretorianas eram feitas com propósitos 
militares e controladas por pretores (chefes militares). Por outro lado, as estradas 
consulares eram destinadas ao uso geral, facilitando assim as comunicações 
no território romano; estas estradas, cuja finalidade era basicamente 
de caráter comercial, ficavam de responsabilidade dos cônsules que as 
construíam e mantinham.
 Lembrete
Para compreender melhor a evolução do turismo, é preciso estudar 
alguns acontecimentos importantes da história da civilização ocidental 
e seus impactos nos deslocamentos humanos, caracterizando o que 
conhecemos hoje como turismo.
1.5.3 Turismo na Idade Média
Com a queda do Império Romano (476 d.C.), as viagens diminuíram. Isso ocorreu pelos seguintes 
motivos: a qualidade das estradas foi declinando, o transporte marítimo era pouco utilizado, e as viagens 
se tornaram perigosas, não havia segurança, haja vista os constantes assaltos e assassinatos (OMT, 2003).
Nesse período, a sociedade se fechou para defender o seu pedaço de terra, vivendo predominantemente 
da atividade agrícola; foram criados feudos (grande propriedade territorial que possuía sua organização 
22
Unidade I
econômica, política, social e cultural própria). Como os feudos eram autossuficientes, havia pouca 
necessidade de se deslocar.
As viagens voltaram a crescer nessa época por conta do incentivo às peregrinações para visitar 
as várias edificações construídas pela Igreja Católica, como catedrais, igrejas, abadias, monastérios, 
mosteiros, entre outros.
O aumento progressivo do fluxo das viagens surge com o forte incentivo 
que a Igreja procurava dar para as peregrinações; elas eram motivadas com 
a promessa de concessão de indulgências e graças espirituais. As abadias e 
mosteiros faziam a sua parte, acolhendo e alimentando os peregrinos. 
Os fiéis dispunham até de guias de viagens com a localização desses abrigos de 
fé. Como retribuição à hospitalidade cristã, as doações dos peregrinos eram 
bem aceitas (YASOSHIMA; OLIVEIRA apud REJOWSKI, 2002, p. 32).
Naquele tempo, destaca-se a importância de viajar para Jerusalém para conhecer a Igreja do Santo 
Sepulcro, erigida em 326 d.C., e visitar Roma, a sede da Igreja Católica.
Figura 9 – Igreja do Santo Sepulcro
1.5.4 Turismo no Renascimento
O Renascimento é marcado como um período de grandes descobertas que impulsionaram as viagens, 
em especial as motivadas por estudo e novas experiências a locais mais longínquos e distintos. Esses 
aspectos motivaram:
[...] a melhoria da produtividade da agricultura e o renascimento das cidades, 
a expansão do comércio e dos negócios, a exploração global e as descobertas 
europeias, o florescimento das artes e da literatura, e o começo da moderna 
ciência. Representou a quebra do domínio da religião e encorajou a satisfação 
pessoal e o desejo de explorar e de entender o mundo (INSKEEP, 1991, p. 4 
apud REJOWSKI, 2002, p. 35).
23
FUNDAMENTOS E PLANEJAMENTO DO TURISMO
Esse período foi acentuado pela curiosidade, pelo desejo de explorar e descobrir, fazendo surgir as 
viagens motivadas para conhecimento e estudo. Na Inglaterra, a rainha Elizabete I autorizava que os 
futuros diplomatas concluíssem os estudos em viagens pela Europa em companhia de tutores. Essa 
prática foi bem aceita e adotada pelas ricas famíliasinglesas, que somente consideravam a formação 
dos nobres completa se tivessem passado três anos viajando pelo Europa com um tutor. Esse tipo de 
viagem foi chamada de grand tour (OMT, 2003).
O roteiro do grand tour podia variar, mas tinha que incluir a visita a cidades consideradas importantes, 
como Roma, Florença, Nápoles e Veneza, em razão de seus sítios históricos, de sua arte, arquitetura e 
história. Devido à Revolução Francesa e às guerras napoleônicas, por volta de 1814, as viagens no 
continente europeu praticamente cessaram, marcando o fim do grand tour.
Figura 10 – Vista aérea da cidade de Florença, Itália
1.5.5 Revolução Industrial e turismo
A Revolução Industrial foi o período de grande desenvolvimento tecnológico. Iniciou-se na Inglaterra 
na segunda metade do século XVIII e se espalhou pelo mundo, causando grandes transformações. Para o 
turismo, essas transformações foram a base do seu estabelecimento tal qual o conhecemos hoje.
É resultado desse período o surgimento da classe trabalhadora nas fábricas e a criação dos direitos 
trabalhistas, entre eles, o direito às férias, permitindo a um grande número de pessoas tempo para se 
dedicar ao lazer e às viagens.
Um dos fatos mais marcantes dessa época que alavancou o turismo foi o desenvolvimento 
do transporte ferroviário e da navegação, com a introdução do motor a vapor, que incentivou a 
criação dos transportes de massa, ampliando consideravelmente a capacidade de deslocamento 
de muitas pessoas. Tais fatores promoveram importantes avanços na sociedade e na economia 
(LA TORRE, 2002).
24
Unidade I
Assim, com o aumento das viagens, cresceu a oferta de serviços relacionados ao turismo e surgiram 
os primeiros empreendedores nessa área, que criaram um novo tipo de empresa, as agências de viagens.
Em 1840, Thomas Cook revolucionou o cenário do turismo. Ele criou vários serviços e conceitos de 
operação de viagens que vigoram até hoje, sendo considerado por muitos autores da área de turismo o 
fundador das agências de viagens e o pai do turismo moderno (REJOWSKI, 2002).
Figura 11 – Thomas Cook
1.5.6 Do século XX à globalização
No início do século XX, o crescimento do movimento turístico se intensificou, principalmente entre 
Europa e América do Norte; muitos países perceberam o poder econômico da atividade turística e 
desenvolveram políticas para atrair cada vez mais turistas, tornando o turismo um mercado bastante 
competitivo. Contudo, esse fluxo crescente estagnou por causa das duas Guerras Mundiais, as quais 
interferiram diretamente na estrutura política e econômica do mundo (OMT, 2003).
A retomada do turismo de massa aconteceu no período pós-Segunda Guerra (1950), em especial 
pela introdução das viagens aéreas, em razão do advento do avião, mas foi novamente interrompido 
com a crise mundial do petróleo (1973), pois os custos das viagens internacionais aumentaram de 
modo considerável.
Entre as décadas de 1980 e 1990, a crise do capitalismo e a recessão econômica inibiram o crescimento 
do fluxo turístico. Apesar desses períodos de turbulência, o turismo voltou a crescer devido à descoberta 
de novas tecnologias, que foram agregadas a vários setores da economia.
25
FUNDAMENTOS E PLANEJAMENTO DO TURISMO
No início do século XXI, havia opções variadas de destinos turísticos ao redor do mundo, das mais 
simples às mais sofisticadas, atendendo a todos os públicos.
Então, os conceitos de sustentabilidade chegaram à área do turismo, que é impactado pela globalização; 
muitos destinos são descaracterizados e a atividade turística é criticada pela sua ação predatória.
Entretanto, a globalização também trouxe a discussão de questões culturais regionais, e o setor soube 
trabalhar bem os destinos, mantendo o equilíbrio entre a sustentabilidade e a força da globalização 
(REJOWSKI, 2002).
Em 2001, os atentados terroristas de Nova York acabaram por alterar a forma de viajar. Foram 
implantados aparatos de segurança nos grandes centros turísticos, o controle no setor alfandegário e de 
imigração ficou mais rígido. Entretanto, apesar dessas medidas, o turismo continua a crescer até hoje.
1.5.7 Evolução do turismo no Brasil
No Brasil, os deslocamentos externos durante o período colonial se restringiram ao movimento 
dos portugueses, indo e vindo, no trajeto Portugal-Brasil. O deslocamento interno ficou por conta do 
transporte da produção de açúcar, ouro, café, algodão, entre outros, e pelos mascates que iam de fazenda 
em fazenda oferecer seus artigos.
“Neste período, as viagens pelo país só ocorriam em função da necessidade de expansão para novos 
territórios, da busca de riquezas e dos gêneros de primeira necessidade” (SOLHA, 2002 apud REJOWSKI, 
2002, p. 119).
Naquele tempo, não havia no Brasil o que se pode considerar como turismo, pois as estruturas eram 
muito simples, adequadas apenas para a monocultura de exportação.
Após a vinda da família real para a cidade do Rio de Janeiro (1808), o Brasil assumiu o importante 
título de sede do Reino, e a partir de então todos que mantinham negócios com a realeza se deslocavam 
para a antiga colônia, nova sede do reino português.
No início do século XIX, a Corte Portuguesa transfere-se para o Brasil e 
com isso há um grande desenvolvimento urbano, notadamente no Rio de 
Janeiro. Cresce a demanda por hospedagem na cidade em razão da visita 
de diplomatas e comerciantes, iniciando-se, assim, a hotelaria brasileira 
(IGNARRA, 2003, p. 7).
Com a proclamação da Independência (1822) e da República (1889), o Brasil investe em sua 
organização econômica, porém o turismo não faz parte das prioridades do país.
Na década de 1920, o governo teve a primeira iniciativa de alavancar o turismo como atividade 
econômica. Foi criado o Touring Club do Brasil, que se encarregou de promover o setor, expondo o país 
em eventos internacionais.
26
Unidade I
Entre 1930 a 1945, o jogo em cassinos era o principal motivador das viagens ao Rio de Janeiro, 
a Minas Gerais e a São Paulo. Entretanto, os grandes hotéis que possuíam cassinos faliram em 1946, 
quando o jogo foi proibido.
Com o advento do regime militar, o país passou por muitas mudanças nas décadas de 1960 e 1970. 
O Brasil chamou a atenção do mundo, e em 1966 o governo criou a Embratur (Empresa Brasileira de 
Turismo) com a finalidade de estruturar politicamente o setor e sistematizar a divulgação do país como 
destino turístico.
Figura 12 – Rio de Janeiro
Entre 1970 e 1989, diminuiu o movimento de turistas pelo Brasil. As viagens dentro e fora do país 
eram para poucos, não eram acessíveis para a maioria dos brasileiros, viajar era muito caro; ademais, a 
inflação desvalorizava a moeda nacional e incentivava as viagens ao exterior.
Na década de 1990, houve abertura para o mercado internacional, incentivando o comércio e a vinda 
de redes hoteleiras para as principais capitais brasileiras, o que estimulou o turismo de eventos e negócios.
Os primeiros anos da década foram de grandes esperanças e decepções, 
muitas mudanças na política, um novo governo e com ele novos planos 
de estabilização econômica. Entre as prioridades do governo aparecia o 
turismo. Em 1992 foram estabelecidas as diretrizes para a Política Nacional 
de Turismo (SOLHA, 2002 apud REJOWSKI, 2002, p. 149).
A instauração do Ministério do Turismo em 2003 e a criação de programa de desenvolvimento do 
turismo estimularam o crescimento da atividade no país.
Com a realização de dois megaeventos no país, Copa do Mundo (2014) e dos Jogos Olímpicos (2016), 
houve melhoria da infraestrutura e a divulgação do Brasil no exterior, incrementando o crescimento do 
turismo no país.
27
FUNDAMENTOS E PLANEJAMENTO DO TURISMO
 Saiba mais
Destacam-se dois livros para o aprofundamento da história e evolução 
do turismo:
BARBOSA, Y. M. História das viagens e do turismo. São Paulo: Aleph, 2002.
REJOWSKI, M. (org.). Turismo no percurso do tempo. São Paulo: Aleph, 2002.
2 TURISMO: MODALIDADES, FORMAS E TIPOS
No intuito de possibilitar a quantificação do turismo paraefeito de comparação do setor em 
termos estatísticos, houve a necessidade de elaborar classificações que ajudassem a compreender suas 
diferentes características. Assim, abordaremos inicialmente o instrumento vital do turismo, o atrativo, e 
depois serão expostas as suas principais classificações.
2.1 Atrativo turístico
É em virtude do atrativo que as pessoas se deslocam para conhecer determinadas localidades turísticas.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Turismo (EMBRATUR, 1984), “atrativo turístico é todo lugar, 
objeto ou acontecimento de interesse para o turismo, motivando, assim, o deslocamento humano”.
Figura 13 – Pontos turísticos
O atrativo turístico é formado pela divisão de dois grandes grupos de recursos: o natural e o cultural. 
Os naturais são formados pelas diversas paisagens, incluindo sua biodiversidade, suas formações 
geológicas e corpos d’água. Os culturais são formados pelos bens materiais que foram construídos para 
atrair os turistas, como museus, teatros, parques, entre outros. Também se destacam os bens materiais 
28
Unidade I
que não foram construídos com a intenção de atrair público, porém acabam exercendo essa função, 
como é o caso de igrejas e monumentos. Já os bens imateriais são representados pelas manifestações, 
os usos e costumes de um povo, como as festas, as celebrações e o artesanato.
De modo geral, pode-se dizer que atrativo é aquilo que é interessante ou que desperta atenção, 
portanto, uma atração ou atrativo turístico é composto de recurso natural ou cultural que sofreu 
intervenção humana para ter a capacidade de atrair os turistas; quando não ocorre essa intervenção, 
trata-se somente de um recurso turístico ou atrativo potencial, pois “os recursos em sua forma original 
não são mais que a matéria-prima dos futuros atrativos” (OMT, 2001, p. 121). Por exemplo, uma cachoeira 
ou um monumento histórico por si só não irá se constituir em um atrativo, será apenas um recurso. 
Para haver a caracterização de atrativo, é preciso haver infraestrutura e gestão adequada para receber 
os turistas.
É difícil definir atrativo turístico, pois sua classificação é muito próxima de produto turístico, e no 
entendimento de alguns economistas não existem diferenças, considerando o atrativo turístico um 
recurso que foi formatado em negócio que irá atender às necessidades dos turistas (COOPER et al. 2007).
Os atrativos exercem apelo para receberem visitantes; alguns têm mais atratividade que outros. 
Há exemplos de pontos que, sozinhos, recebem visitantes de todas as partes do mundo, como as 
Cataratas de Foz do Iguaçu/PR; já outros podem ter o seu apelo somente local ou regional, muitas vezes 
complementando as destinações turísticas, como a Cachoeira dos Pretos, em Joanópolis/SP.
Figura 14 – Cataratas de Foz do Iguaçu/PR
Portanto, para avaliar o atrativo e determinar o seu grau de atratividade, utilizam-se alguns critérios 
técnicos; o modelo mais conhecido e aplicado é o de hierarquização, feito pelo Centro Interamericano 
de Capacitação Turística (Cicatur), que propõe os seguintes critérios:
29
FUNDAMENTOS E PLANEJAMENTO DO TURISMO
Quadro 1 – Modelo de hierarquização de atrativo do Cicatur
Hierarquia 3 Atração altamente significativa e capaz, por si só, de motivar uma importante corrente de turistas internacionais ou nacionais
Hierarquia 2 Atração com alguns aspectos excepcionais, capaz de, por si só, ou em conjunto com outras atrações, motivar determinado fluxo turístico
Hierarquia 1
Atração com alguns aspectos chamativos, capaz de interessar turistas 
que vieram por outras motivações, ou capaz de motivar correntes 
turísticas locais/regionais
Hierarquia 0 Atração sem qualidades para atrair fluxos de turistas, mas que faz parte do patrimônio turístico, pois complementa as atrações
Além da hierarquização dos atrativos turísticos, existe a classificação dos atrativos turísticos 
em categorias; atualmente, a mais utilizada é a do Ministério do Turismo, que os divide em naturais 
e culturais:
Quadro 2 – Atrativos naturais
Relevo continental Montanha; serra; monte/morro/colina; pico/cume; chapada; tabuleiro; patamar; matacão; vale; planalto; planície; depressão; outros
Zona costeira Restinga; duna; barreira; praia; mangue; estuário; falésia; baía/enseada/saco; península/cabo/ponta; recife/atol; ilha; arquipélago; barra
Relevo cárstico Caverna; gruta; furna; dolina
Hidrografia Rio; riacho; córrego; arroio; lago/lagoa/laguna; alagado; fonte
Unidades de 
conservação e 
similares
Área de proteção ambiental; área de relevante interesse ecológico; 
estação ecológica; floresta; monumento natural; parque refúgio de vida 
silvestre; reserva biológica; reserva extrativista; reserva de desenvolvimento 
sustentável; reserva de fauna; reserva particular do patrimônio natural; 
zoológico; jardim botânico
Adaptado de: Brasil (2015).
Figura 15 – Cavernas em Algarve, Portugal
30
Unidade I
Quadro 3 – Atrativos culturais
Conjunto 
arquitetônico Urbano; rural; industrial; ferroviário
Comunidades 
tradicionais Quilombola; indígena; ribeirinha; de imigração; extrativista
Sítios arqueológicos Lítico; cerâmico; lítico-cerâmico; estrutura de pedra; estrutura de terra; arte rupestre; sambaqui
Sítios paleontológicos Floresta fóssil; restos fósseis ou em processo de fossilização; moldes/rastros/pegadas
Itinerários culturais Histórico; religioso/espiritual; relacionado a lendas/mitos/ narrativas associadas; relacionado a fatos históricos
Parques históricos Arqueológico; geoparque; histórico
Lugares de 
manifestações de fé
Romaria e procissão; culto/encontro para manifestação de fé; referencial para mitos e narrativas 
de fé; visitação de cunho religioso
Lugares de referências 
à memória Acontecimento histórico; referencial para narrativa mítica; ritual e celebração
Arquitetura civil Casa/casarão/sobrado/solar; casa de comércio; educandário/colégio/escola; liceu; universidade; coreto; palácio/palacete; chalé; chafariz/fonte/bica; hospital; orfanato/creche; asilo; quinta
Arquitetura oficial Casa de câmara e cadeia; paço municipal; cadeia; casa de intendência; casa de fundição; casa de alfândega; fórum/tribunal; residência oficial; sede do Poder Executivo/Legislativo/Judiciário
Arquitetura militar Bateria; baluarte; bastião; fortim; forte; fortaleza; quartel; colégio; vila militar
Arquitetura religiosa Igreja basílica; catedral; sé; santuário; capela; ermida; abadia; oratório; casa paroquial; casa capitular; casa da providência; palácio arquiepiscopal; mosteiro; seminário; convento
Arquitetura industrial/
agrícola
Engenho; moinho/usina; celeiro; alambique/vinícola; fábrica; casa de operários; fazenda; senzala; 
casa de chácara/sítio/fazenda/engenho
Arquitetura funerária Panteão; mausoléu; cruzeiro; túmulo; memorial; cemitério
Marcos históricos Divisão territorial; referência à história; relativos a festas e rituais
Obras de 
infraestrutura
Viaduto/ponte; caixa-d’água; aqueduto; trapiche/píer; marina; porto; quebra-mar/molhe; 
barragem/represa; farol; estrutura ferroviária; estrutura rodoviária; estrutura aeroportuária; 
rotunda; elevador/funicular; viaduto; torre
Obras de interesse 
artístico Bens integrados à edificação; bens integrados à paisagem ou ao espaço urbano
Gastronomia típica 
e preparação de 
alimentos
Receitas típicas e tradicionais; técnicas de produção e processamento de alimentos
Artesanato/trabalhos 
manuais
Cerâmica; escultura; bordado; cestaria; mosaico; tricô/crochê; entalhe; renda; fotografia; 
tecelagem; papel machê; macramê; plumária; bijuteria; dobradura; marcenaria/marchetaria; 
gravura; pátina e texturização; cartonagem; pintura; decupagem; topiaria/arranjos florais
Atividades tradicionais 
de trabalho
Agricultor; pescador; seringueiro; garimpeiro; quebrador de coco; fotógrafo lambe-lambe; 
carpinteiro; peão
Formas de expressão Música; dança; literária/oral; cênica/performática
Feiras/mercados de caráter cultural
Ruínas
Museu/memorial
Biblioteca
Centros culturais/casas de cultura/galerias
Teatros/anfiteatrosCineclubes
Personalidades
Adaptado de: Brasil (2015).
31
FUNDAMENTOS E PLANEJAMENTO DO TURISMO
Figura 16 – Festa junina no nordeste brasileiro
O Ministério do Turismo ainda traz outras classificações:
Quadro 4 – Atividades econômicas
Extrativista Mineral, vegetal e animal
Agropecuária Agricultura; pecuária; aquicultura; silvicultura
Comercial Atacadista; varejista
Industrial Petrolífera; automobilística; têxtil; alimentícia; coureira; joalheira; madeireira; ceramista
Tecnológica
Adaptado de: Brasil (2015).
Figura 17 – Produção de cerâmica
32
Unidade I
Quadro 5 – Realizações técnicas e científicas contemporâneas
Usinas e outras estruturas de geração de energia (hidrelétrica; 
termoelétrica; nuclear; eólica; solar)
Parque tecnológico
Centro de pesquisa
Barragem/eclusa/açude
Planetário
Aquário
Viveiro
Adaptado de: Brasil (2015).
Figura 18 – Usina de Itaipu
Quadro 6 – Eventos
Feiras/exposições
Congressos
Convenções
Festivais/shows
Seminários
Oficinas/workshops
Competições
Desfiles/passeatas
Encontros temáticos
Festas/celebrações (religiosas/manifestações de fé; populares/folclóricas; 
referentes ao trabalho ou ciclo produtivo; festas cívicas)
Adaptado de: Brasil (2015).
33
FUNDAMENTOS E PLANEJAMENTO DO TURISMO
Figura 19 – Queima de fogos no ano-novo
 Lembrete
De acordo com o Instituto Brasileiro de Turismo (EMBRATUR, 1984), 
“atrativo turístico é todo lugar, objeto ou acontecimento de interesse para 
o turismo, motivando, assim, o deslocamento humano”.
2.2 Modalidades do turismo
O turismo pode ser classificado de acordo com a amplitude das viagens ou conforme a direção do fluxo 
das viagens. Baseando-se em Andrade (2002), apresentam-se as seguintes modalidades de turismo:
• Turismo interno/doméstico: conjunto de atividades turísticas na qual os habitantes de 
determinado país viajam, se hospedam e usufruem de serviços específicos, sem deixar o 
território nacional.
• Turismo externo: conjunto de atividades turísticas exercidas por cidadãos que viajam além do 
território do país de sua residência em direção a um ou mais países receptivos.
• Turismo receptivo: lugar(es) que acolhe(m) os visitantes.
• Turismo intermediário: lugar(es) que se situa(m) entre os polos emissores e receptores de 
importância. As estadas de curta direção, necessárias ou não, incentivam a utilização de bens e 
serviços, de forma lucrativa, em cidades ou regiões que, pela programação de viagens ou por falta 
de atrativos específicos, dificilmente poderiam ser consideradas como polos de interesse.
• Turismo quantitativo: o fluxo turístico é observado a partir da quantidade de turistas que 
compõem um fluxo. Dá base ao turismo de elite e ao de massa.
34
Unidade I
Figura 20 – Turistas na praia
Segundo o Ministério do Turismo,
fluxo turístico [é] todo e qualquer deslocamento de um conjunto de turistas 
que se movimenta de uma direção a outra, unidirecionalmente, num 
contexto espaço-temporal delimitado, com um ponto comum de emissão e 
um ou vários pontos de recepção (BRASIL, [s.d.]).
2.2.1 Turismo de elite
O turismo de elite se caracteriza pelo maior conforto das programações e dos serviços e pela 
seletividade decorrente das motivações de viagens ou do poder econômico, que levam a gastos maiores 
e propiciam maior seleção de alternativas ou opções, de acordo com a vontade e a determinação do 
turista, e não conforme as discriminações dos pacotes. São características do turismo de elite:
• delegar às agências de viagens plenos poderes para a organização de roteiros;
• preferir viagens a países estrangeiros;
• demonstrar indiferença quanto ao gasto;
• optar por receptivos de natureza cosmopolita ou de caráter exótico;
• preferir permanência prolongada quando em receptivos famosos;
• apreciar extensos trajetos, a fim de ver tudo o que gostam e a que têm direito;
• preferir os meios de transporte mais cômodos e seletivos, sem preocupação com custos;
35
FUNDAMENTOS E PLANEJAMENTO DO TURISMO
• optar pela ocupação de hotéis mais afamados e luxuosos, desde que seus restaurantes sirvam 
cardápios típicos e da cozinha internacional;
• apreciar a divulgação de seus nomes através dos meios de comunicação;
• considerar supérfluos todos os gastos que não lhes propiciem algum retorno compensador.
Figura 21 – Bangalôs em Bora Bora, Tahiti
2.2.2 Turismo de massa
O turismo de massa se desenvolve através dos representantes das classes médias assalariadas e de 
empresários de médio e pequeno portes. Efetua-se em programações individuais e grupais ou por meio da 
aquisição de programas e pacotes de viagens de bom nível, que oferecem conforto razoável e dispensam 
excessivos gastos com aquisição de bens e serviços supérfluos. Vejamos seus principais aspectos:
• utilizam a agência de viagem para aquisição do programa ou pacote;
• preferem o turismo interno por questão de poder aquisitivo e por dificuldade de conseguir tempo 
para viajar;
• gastam apenas o necessário;
• demonstram preferências por locais conhecidos;
• costumam viajar, durante as férias escolares, a fim de manter a família reunida o maior tempo possível;
• decidem a duração da programação e da extensão da viagem levados pela análise dos custos;
• optam por viajar em transportes coletivos;
36
Unidade I
• hospedam-se em hotéis confortáveis, que ofereçam comida boa, farta e a preços razoáveis, e não 
ostentam luxo nem serviços supérfluos.
Figura 22 – Transporte de turistas
 Observação
As localidades turísticas que recebem o turista de massa sofrem mais 
impactos do que as que recebem o turismo de elite, pois o fluxo de turistas 
é constante. Geralmente, o contato com a comunidade local também é 
diferenciado: o turista de massa mantém um contato comercial, já o turista 
de elite gosta de vivenciar a cultura nativa.
2.3 Formas do turismo
As formas como os turistas praticam as viagens podem ser divididas de acordo com sua organização 
(ANDRADE, 2002):
• Turismo individual/particular: conjunto de atividades necessárias ao planejamento e à execução 
de viagens, sem a ajuda de agência de viagens ou de qualquer outra empresa de natureza turística.
• Turismo organizado: conjunto de atividades turísticas programado, administrado e executado 
por agências de viagens, associações, clubes etc.
• Turismo social: forma especial de viagem, hospedagem, alimentação, serviços e lazer; organizada 
para pessoas de camadas sociais cujas rendas não lhes permitiriam a programação (utilização de 
colônias de férias, albergues).
• Turismo intensivo: conjunto de programações turísticas em que as pessoas permanecem baseadas 
ou hospedadas em um receptivo único, ainda que efetuem excursões e passeios a outros lugares.
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FUNDAMENTOS E PLANEJAMENTO DO TURISMO
• Turismo extensivo: hospedagem e o conjunto de atividades em um mesmo núcleo, com a duração 
de pelo menos três semanas.
• Turismo itinerante: quando a programação turística se compõe de visitas ao maior número possível 
de núcleos receptivos, em uma viagem única, com estada curta em cada um dos locais visitados.
2.4 Tipos de turismo
Os vários tipos de turismo existentes decorrem das motivações do turista, segundo Andrade (2002, p. 60):
[...] as diversas motivações de viagens e, consequentemente, os diversos 
tipos de turismo existem por causa da diversidade de modos de educação, 
da desigualdade de níveis pessoais, grupais e do próprio poder aquisitivo, 
além da diversificação etária, das oportunidades e das necessidades atendíveis.
2.4.1 Turismo de lazer
Exercido por pessoas que viajam por prazer, desejam conhecer novos locais, mudar de ambiente, 
descansar, rever amigos, visitar parentes, curtir a paisagem ou sair em férias com a família. É o tipo de 
turismo que pode ser praticado em qualquer lugar. Apresenta quatro subtipos:
• Turismo balneário: composto de praias, rios, lagos, nascentes e até mesmo as piscinas artificiais.
• Termalismo: excelente meio de tratamento de saúde (utilização das águas).
• Turismo montanhês: atividades turísticasque têm como atrativo as montanhas.
• Turismo de repouso: afastamento de seu trabalho e de sua residência a fim de descansar.
Figura 23 – Pôr do sol em Campos do Jordão/SP
38
Unidade I
2.4.2 Turismo cultural
É praticado por pessoas com o interesse de conhecer a cultura de outra localidade: monumentos, 
modo de vida, folclore e todas as manifestações artísticas e científicas decorrentes da criatividade 
humana. Apresenta dois subtipos:
• Turismo científico: o interesse ou a necessidade de realização de estudos e pesquisas é o 
elemento motivador.
• Turismo de congresso/convenções: conjunto de atividades exercidas pelas pessoas que viajam 
a fim de participar de congresso, convenções, simpósios, seminários, reuniões, ciclos, sínodos 
(assembleia de párocos convocada pelo bispo local), concílios (assembleia de católicos) etc.
Figura 24 – Mercado flutuante, Índia
2.4.3 Turismo de negócios
Representa o conjunto de atividades de viagem, hospedagem, alimentação e de lazer realizadas a 
negócios. Esse tipo de turismo é feito tanto na esfera comercial como na industrial; é exercido para 
conhecer mercados, estabelecer contatos, firmar convênios, treinar novas tecnologias, vender ou 
comprar bens ou serviços.
2.4.4 Turismo de saúde
Praticado por pessoas que necessitam de tratamentos de saúde e estética e, por isso, procuram locais 
onde existam clínicas e serviços médicos especializados.
2.4.5 Turismo religioso
É exercido por pessoas interessadas em visitar locais sagrados, que expressam sentimentos místicos 
ou suscitam a fé. Nessa modalidade, é vital ter atenção com algumas especificidades técnicas, que 
classificam algumas atividades, como:
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FUNDAMENTOS E PLANEJAMENTO DO TURISMO
• Romaria: por livre disposição e sem pretender recompensas materiais ou espirituais.
• Peregrinação: visita a lugares sagrados para cumprir promessas ou votos anteriormente feitos a 
divindades ou a espíritos.
• Viagem de penitência/reparação: quando alguém, empenhado em remir-se de suas culpas ou 
de seus pecados, seja de forma livre e espontânea, seja por conselho, se dirige a lugares sagrados.
Figura 25 – Basílica Nossa Senhora Aparecida/SP
2.5 Terminologia técnica do turismo
É um conjunto de expressões mundialmente usadas para identificar formulários e procedimentos 
ligados ao turismo aéreo, rodoviário, à hotelaria e aos sistemas de alimentação.
O uso da terminologia é necessário para a atuação do profissional em turismo, pois é através dela 
que são estabelecidas as comunicações em nível profissional. Muitos dos termos que serão apresentados 
a seguir são baseados na língua inglesa.
2.5.1 Glossário técnico
Serão destacados alguns termos e abreviações que são aplicados no dia a dia da atividade turística. 
Não há o intuito de restringir esses termos, até porque a linguagem é dinâmica e sempre surgem novas 
expressões para serem usadas na comunicação.
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Unidade I
Quadro 7 
Boarding pass 
(cartão de embarque)
Documento na forma de bilhete que permite o embarque das pessoas demarcadas no 
meio de transporte contratado
Check-in Ato de apresentar à empresa transportadora, aos serviços turísticos em geral, se credenciando ou apresentando documentos para receber os serviços a que tem direito
Check-out Saída do hotel
Early check-in Apresentação antecipada; pode ou não ser cobrado
Late check-out Saída do hotel após o término do horário da diária; pode ou não ser cobrado
Charter Fretamento parcial ou integral de uma aeronave por uma empresa operadora de turismo para realizar um determinado trajeto
Escala Parada intermediária entre o ponto de origem e de destino
Conexão Parada intermediária entre o ponto de origem e de destino com troca de equipamento
No show Não comparecimento da pessoa à companhia de transporte ou de turismo na data reservada para receber os serviços contratados
Passaporte Documento de identificação que possui os dados pessoais do portador e é utilizado nas viagens ao exterior
PAX Passageiro
Ticket/TKT Bilhete ou passagem
E-ticket Abreviatura de eletronic ticket. O viajante informa um código recebido previamente, apresenta uma identificação e recebe o cartão de embarque
Voucher Documento de crédito que especifica os serviços que vão ser oferecidos. Exemplo: hospedagem, city-tour, traslado, locação de auto etc.
Visto Selo ou carimbo oficial que permite ou não a entrada no país estrangeiro
City tour Um passeio mostrando os principais pontos turísticos de uma cidade com parada determinada
Opcional Serviço não incluído no pagamento original
Traslado Serviço oferecido por agências de viagens receptivas para o deslocamento entre hotel/aeroporto/hotel e nos passeios locais
Adulto (ADT) Pessoa acima dos 12 anos
Criança (CHD) Criança de 2 a 12 anos incompletos
Infantil (INF) Criança de 0 a 2 anos incompletos
Single/solteiro (SGL) Apartamento ocupado por uma pessoa
Double/duplo (DBL) Apartamento utilizado por duas pessoas (casal)
Triplo (TPL) Apartamento ocupado por três pessoas
Twin Apartamento com duas camas de solteiro
Rooming list Mapa de distribuição de hóspedes/quartos dentro de um hotel (HTL)
Overbooking Vender mais unidades ou assentos do que a capacidade
Localizador (LOC) Código alfanumérico identificador de reservas aéreas
Full American Plan (FAP 
– pensão completa) Regime em que estão incluídas todas as refeições (café, almoço e jantar)
Modify American Plan 
(MAP – meia pensão) Duas refeições (café da manhã + almoço ou café da manhã e jantar)
Lay-over Acomodação de passageiros prejudicados por companhia aérea em hotel
Surface Interrupção do trecho aéreo para ser feito por terra
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FUNDAMENTOS E PLANEJAMENTO DO TURISMO
 Saiba mais
Para saber mais a respeito de termos e expressões comuns no glossário 
de turismo, acesse:
BRASIL. Ministério do Turismo. Dados e fatos. Brasília: MTur, [s.d.]. Disponível em: 
http://www.dadosefatos.turismo.gov.br/gloss%C3%A1rio-do-turismo/67-outros/
gloss%C3%A1rio-do-turismo/887-f.html. Acesso em: 13 ago. 2019.
2.5.2 Alfabeto fonético internacional
O alfabeto fonético foi criado, a princípio, como elemento de segurança para limitar o acesso às 
informações sobre transporte aéreo apenas aos profissionais da área. Depois, ele serviu para padronizar 
e facilitar a comunicação entre os profissionais de todos os países, envolvendo as diversas áreas ligadas 
ao sistema turístico internacional.
Quadro 8 – Alfabeto fonético internacional
A – Alfa H – Hotel O – Oscar V – Vitor
B – Bravo I – Indian P – Papa W – Whisky
C – Charlie J – Juliete Q – Quebec X – Xadrez
D – Delta K – Kilometer R – Romeu Y – Yankee
E – Eco L – Lima S – Sierra Z – Zulu
F – Fox M – Mike T – Tango
G – Golf N – November U – Uniform
 Resumo
Nesta unidade, acentuamos os principais conceitos e definições do turismo, 
demonstrando a complexidade de criar um conceito único para o turismo.
Para entender o ator principal da atividade turística, foram explicados 
os conceitos de visitante, turista e excursionista.
Ao estabelecer a evolução do turismo, através de seus antecedentes 
históricos, verificou-se que o turismo como compreendemos hoje somente se 
iniciou a partir da Revolução Industrial, com a redução da jornada de trabalho 
e a criação das férias remuneradas, o que deu início ao turismo de massa.
No Brasil, a evolução do turismo é recente se comparada à mundial, por 
isso foram apresentados os dados mais marcantes desse processo.
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Unidade I
Para melhor compreender a complexidade do turismo, foram abordadas 
as suas características quanto a modalidades, classificações e tipologia, 
trazendo um quadro explicativo sobre o atrativo turístico, considerado sua 
matéria-prima.
Finalmente, ressaltou-se a importância da terminologia do turismo e do 
alfabeto fonético internacional, destacando-se algumas definições para os 
termos mais comuns da área.
 Exercícios
Questão 1. Você e seus colegas de curso precisam organizar uma pesquisa solicitada por um professor 
do curso de Turismo. Essa pesquisa consiste em mensurar quantos turistase/ou excursionistas visitaram 
determinada cidade em um feriado. Uma família, ao responder as perguntas formuladas pelo grupo, 
afirma que não está ali em caráter turístico, porque todos viajaram para realizar atividade religiosa 
naquela cidade, que possui uma igreja em homenagem a um santo do qual eles são devotos. O patriarca 
da família insiste que eles “não estão ali para passear”, e sim para exercer sua prática religiosa e por isso 
não são turistas. De fato, a cidade não é um polo de turismo religioso como Aparecida do Norte, em 
São Paulo, ou como Juazeiro do Norte, ou, ainda, como Belém, no Círio de Nazaré. Contudo, existe essa 
igreja que é bastante frequentada. Para você e seus colegas, os indivíduos dessa família:
A) Não podem ser classificados como turistas, porque a cidade não é um polo de turismo religioso.
B) Não podem ser classificados como turistas, porque a fé é algo individual e personalíssimo, que 
não comporta classificações.
C) São turistas, porque certamente vão aproveitar para fazer compras no local.
D) São excursionistas, porque não são moradores do local e eles estão lá para visitar uma igreja 
específica e cumprir uma finalidade religiosa.
E) Não devem ser inseridos na pesquisa, porque não são turistas nem excursionistas.
Resposta correta: alternativa D.
Análise das alternativas
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: o fato de a cidade não ser identificada como um polo turístico não impede que as 
pessoas que a frequentem sejam classificadas como turistas ou excursionistas.
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FUNDAMENTOS E PLANEJAMENTO DO TURISMO
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: a fé não comporta classificação em turismo, porém a viagem a um ponto notabilizado 
pelo exercício da religiosidade é caracterizada como turismo ou excursionismo.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: não se pode afirmar que tipo de atividades a família vai realizar na cidade além da 
prática religiosa.
D) Alternativa correta.
Justificativa: em conformidade com a classificação da Organização Mundial do Turismo, de 
1994, excursionistas são visitantes que não pernoitam e não utilizam alojamento no local visitado, 
permanecendo menos de 24 horas. São conhecidos ainda como “viajantes de um dia”.
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: são excursionistas e podem ser inseridos nos dados da pesquisa realizada pelo grupo 
de alunos do qual você faz parte.
Questão 2. O morador de uma pequena cidade do país recebeu o diagnóstico de grave doença e, 
para ser curado, precisa de cirurgia. O médico informa que aquela cirurgia só pode ser realizada em 
cidade de maior porte, a 500 quilômetros do local em que eles se encontram, que é a mais próxima a 
dispor de hospital e equipe de saúde específica para aquela intervenção cirúrgica. O paciente viaja para 
realizar a cirurgia e, ao chegar à cidade, se hospeda no hotel e fica em dúvida sobre como preencher a 
ficha. Essa viagem tem caráter turístico ou de negócio?
A) Tem caráter de negócio, porque ele vai pagar pela cirurgia e, com isso, trará benefícios econômicos 
para aquela cidade.
B) Tem caráter turístico, porque os cuidados da saúde, inclusive para finalidade estética, são definidos 
como modalidade de turismo.
C) Não tem caráter turístico, porque não foi uma viagem desejada.
D) Não tem caráter turístico, porque não se trata de lazer.
E) O hóspede não é obrigado a responder ao formulário do hotel.
Resolução desta questão na plataforma.

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