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DÉBITO URINÁRIO

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MANEJO DA INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA EM CÃES E GATOS
A acidose metabólica e a hipercalcemia são comuns em animais com IRA oligúrica; a acidose é, em geral, parcialmente compensada por uma alcalose respiratória (WARE, 2003). A terapia com bicarbonato deve ser reservada para animais com pH sanguíneo menor ou igual a 7,15 (WARE, 2003).
A hipercalemia pode causar anormalidades de condução cardíaca e este é o principal distúrbio eletrolítico que oferece risco de vida aos cães e gatos com IRA (WARE, 2003; COWGILL; ELIOTT, 2004).
A inapetência resultante da hiperacidez gástrica e vômitos geralmente podem ser controlados com a administração de bloqueadores de receptor H2 e antieméticos que atuam na zona disparadora quimiorreceptora (WARE, 2003).
A diálise peritoneal e a hemodiálise também devem ser consideradas para pacientes com IRA (COWGILL; LANGSTON, 1996; LANGSTON et al., 1997; GRAUER, 1998; DZYBAN et al. 2000). É um procedimento aparentemente simples, no qual o dialisado é instilado na cavidade abdominal e, por meio do transporte convectivo e difusivo, os catabólitos urêmicos e o excesso de fluido são transferidos do plasma para equilibrar com o dialisado através da barreira limitante da serosa peritoneal (COWGILL; ELLIOTT, 2004).
ELETRÓLITOS
A hiperfosfatemia pode ocorrer de forma desproporcional nos primeiros estádios da IRA e, ao contrário do que ocorre na DRC, não há tempo suficiente para ocorrer o desenvolvimento de hiperparatireoidismo secundário renal, mecanismo compensatório de controle das concentrações séricas de fósforo por ação do paratormônio nas células tubulares renais, em decorrência da injúria grave das células tubulares
HEMOGASOMETRIA 
Em relação ao perfil hemogasométrico, cães com IRA apresentam acidose metabólica de moderada a grave na fase de manutenção da IRA, com maior intensidade em pacientes com IRA do que em pacientes com DRC estabilizada. 
A acidose metabólica é frequente em cães com comprometimento da função renal, pois os rins perdem a capacidade de excreção de íons H+, juntamente com a dificuldade de reabsorção tubular do bicarbonato44. A acidose metabólica ocorre com maior gravidade na fase de manutenção. 
MONITORIZAÇÃO DO DÉBITO URINÁRIO - CAPÍTULO II: MONITORIZAÇÃO DO DÉBITO URINÁRIO EM PACIENTES COM INJÚRIA RENAL AGUDA- REVISÃO DE LITERATURA E RELATO DE CASO
O prognóstico da IRA depende da sua causa; portanto, a rápida identificação da etiologia, permite melhor manejo do paciente. 
A produção de urinária do paciente hospitalizado depende de vários processos fisiológicos. Para que haja um débito urinário dentro da normalidade, o paciente deve ter uma perfusão tecidual adequada, equilíbrio hídrico e função renal. O débito urinário pode refletir o volume sanguíneo circulante de um paciente, bem como ser um indicador de perfusão tecidual. 
Em um paciente com perfusão e a hidratação dentro da normalidade, o débito urinário do mesmo serve de guia para a fluidoterapia na manutenção do balanço de fluidos, a partir do equilíbrio entre a entrada de fluidos e saída de urina. Uma série de condições frequentemente encontradas em pacientes emergentes ou criticamente doentes justificam o monitoramento da produção de urina em algum nível. A produção normal de urina está entre 0,5 e 1 mL/Kg/h, podendo ir até 2 mL/Kg/h para animais recebendo fluidoterapia, mas pode ser reduzida em animais desidratados.
Uma diminuição do débito urinário é um parâmetro importante, pois é um dos primeiros sinais que indica uma possível falha renal. Chama-se anúria, quando o débito urinário do paciente é < 0,08 mL/Kg/h; oligúria, quando a produção de urina é < 0,27 mL/Kg/h.
A monitorização do débito urinário pode ser realizada através da colocação de uma sonda uretral ligada a um sistema fechado, sendo este o método de maior acurácia, porém vale ressaltar que esse meio apresenta risco de infecção ascendente associada a sonda. Outro método para avalição do débito urinário é por meio da colocação de uma toalha ou fralda abaixo do paciente e pesá-la antes e depois do paciente urinar; a diferença do peso corresponde, aproximadamente, a produção de urina, onde o aumento de 1g no peso é proporcional a 1mL de urina. Com esse método apesar de não ter uma acurácia como na sondagem uretral, esse meio oferece mais conforto ao paciente durante o período de internação.
O manejo da injúria renal aguda (IRA) inicia-se com sua prevenção com a prescrição de fluidoterapia e monitoramento adequado em pacientes graves, que apresentam o risco de desenvolverem a doença. Para pacientes que apresentam um início agudo de azotemia grave, a implantação rápida de um esquema de diagnóstico apropriado e de um plano terapêutico eficaz é um determinante crucial do prognóstico do paciente.
A fluidoterapia intravenosa é o tratamento mais importante se tratando da IRA, pois a expansão do volume de líquidos pode transpor algumas formas de vasoconstrição intra-renal, melhorar a perfusão renal, iniciar a diurese, remover rapidamente substâncias nefrotóxicas e prevenir ou eliminar a obstrução tubular renal dos detritos celulares; sendo assim, o objetivo da fluidoterapia é expandir o volume intravascular, corrigir os déficits hidroeletrolíticos, normalizar a pressão oncótica e a pressão arterial, melhorando consequentemente a perfusão sistêmica, e iniciar a produção de urina, a fim de evitar a hiper-hidratação. A correção da desidratação/hipovolemia é essencial para o manejo da IRA, pois grande parte dos animais com IRA tem um componente de azotemia pré-renal, associados à azotemia renal. Fluidos isotônicos são geralmente recomendados para substituição inicial, sendo a solução salina uma terapia de primeira linha em pacientes com hipercalemia, porém deve-se ter atenção especial ao pH sanguíneo, pois a solução salina pode agravar uma possível acidose; já os animais normocalêmicos ou hipocalêmicos podem se beneficiar mais do Ringer Lactato por causa do seu efeitos alcalinizante. A avaliação de hidratação deve-se dar através da avaliação do turgor cutâneo, das taxas cardíaca e respiratória, da pressão arterial (PA), do hematócrito, do nível de proteína total e da pressão venosa central (PVC). De acordo com ... a reidratação adequada pode levar de 2 horas a 2 dias, dependendo da condição do paciente. O volume necessário para reidratar o animal pode ser encontrado a partir da multiplicação da porcentagem de desidratação do animal, pelo peso corporal em Kg, por 1000, sendo o resultado em mililitros (mL). Caso, após a correção da possível desidratação do animal e manutenção do mesmo na fluidoterapia, o débito urinário do animal não corresponder a pelo menos 1 a 2 ml/Kg/h, o paciente está inadequadamente reidratado ou se encontra em fase oligúrica ou anúrica; podendo estes estarem presentes na IRA. 
O uso de diuréticos pode se mostrar necessário caso a fluidoterapia não consiga reestabelecer o débito urinário, podendo optar-se por furosemida, manitol ou dopamina, a depender do quadro do paciente; caso a intervenção farmacológica não estimular a diurese, a diálise peritoneal ou a hemodiálise são indicadas. O uso de vasopressores também pode mostrar-se necessário em pacientes graves a fim de aumentar e/ou manter a pressão sanguínea e a perfusão renal em níveis adequados.
A monitorização do débito urinário tem como objetivo avaliar a taxa de produção de urina do paciente internado, consequentemente, sua taxa de filtração glomerular; assim como, monitorar o balanço de fluidos da paciente.
A avaliação do débito urinário do animal dá-se a cada 4 horas, onde é visto o quanto de fluidos o animal recebeu e quanto o animal excretou; caso o animal urine menos do que o recebido, pode-se administrar diuréticos, como indica Whittemore & Webb (2005). 
Para a monitorização do débito urinário, Smarick & Hallowell (2015) indicam a sondagem uretral do paciente; Mathews (2017) sugere a pesagem das toalhas e mantas colocadas na gaiola/cama dos pacientes; e Davies et al (2015) sugere a pesagem dos pacientes.
Em relação à avaliação do débito urinário como métododiagnóstico e de controle em pacientes com IRA, Jin et al. (2017) cita que o baixo índice de avaliação do débito urinário pode estar correlacionado à realização da monitorização em si, uma atividade tediosa; na dificuldade em se atingir um grau de acurácia satisfatório; e também pela descontinuação do uso de sondas uretrais. 
Jin et al. (2017) diz que pacientes humanos que tem seu DU monitorado tinham uma menor probabilidade de necessitar de vasopressores, o que significa que estes eram mais hemodinamicamente estáveis quando comparados aqueles que não tinham seu DU monitorado.
A injúria renal aguda é uma doença grave que acomete os cães, sendo, muitas vezes, subdiagnosticada e manejada de maneira errônea. A avaliação do débito urinário, é de extrema importância para o diagnóstico, classificação de severidade e previsão do prognóstico da IRA, e para prevenir a incidência de sobrecarga de fluidos. Sendo assim, a avaliação da produção urinária e a fluidoterapia deveriam ser incluídas na rotina clínica médica veterinária para o tratamento da IRA.
O reconhecimento precoce, a fluidoterapia adequada e o tratamento de suporte oferecem maiores oportunidades para um curso favorável.
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MANEJO DA INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA EM CÃES E GATOS
 
 
A acidose metabólica e a hipercalcemia são comuns
 
em animais com 
IRA ol
igúrica; a acidose é, em geral, 
parcialmente compensad
a por 
uma alcalose respiratória 
(WARE, 2003). A terapia com
 
bicarbonato 
deve ser reservada 
para animais com pH 
sanguíneo menor ou igual a 
7,15 
(WARE, 2003).
 
A hipercalemia pode c
ausar anormalidades de condução 
cardíaca e este 
é o princ
ipal distúrbio eletrolítico que 
oferece ris
co de vida aos cães e 
gatos com IRA (
WARE, 
2003; COWGILL; ELIOTT, 2004).
 
A inapetênci
a resultante da hiperacidez gástrica 
e vômitos geralme
nte 
podem ser controlados com a 
administração de bloqueadores de 
receptor H
2 e 
antieméticos que atuam na zo
na disparadora 
quimiorreceptora 
(WARE, 2003).
 
A
 
diálise peritone
al e a hemodiálise também devem ser consideradas 
para 
pacien
tes com IRA (COWGILL; LANGSTON, 
1996; LANGS
TON et 
al., 1997; GRAUER, 1998; 
DZYBAN et al. 2000). 
É um procedimento 
aparentemente 
simples, no qual o dialisado é 
instilado na cavidad
e 
abdominal 
e, por meio do transporte convec
tivo e difusivo, os 
catabólitos urêmicos e o excesso de fluido são transferidos do 
plasma 
para equilibrar com o dialisad
o através da barreira limitante 
da serosa 
peritoneal (COWGILL; ELLIOTT, 2004).
 
 
 
 
ELETRÓLITOS
 
 
A hiperfosfatemia pode ocorrer de forma desproporcional nos primeiros 
estádios da IRA e, ao contrário do que ocorre na DRC, não há tempo 
suficiente para ocorrer o desenvolvimento de hiperparatireoidismo 
secundário renal, mecanismo compensatóri
o de controle das 
concentrações séricas de fósforo por ação do paratormônio nas células 
tubulares renais, em decorrência da injúria grave das células tubulares
 
 
HEMOGASOMETRIA 
 
 
Em relação ao perfil hemogasométrico, cães com IRA apresentam 
acidose metabóli
ca de moderada a grave na fase de manutenção da 
IRA, com maior intensidade em pacientes com IRA do que em 
pacientes com DRC estabilizada
. 
 
A acidose metabólica é frequente em cães com comprometimento da 
função renal, pois os rins perdem a capacidade de exc
reção de íons 
H+, juntamente com a dificuldade de reabsorção tubular do 
bicarbonato44. A acidose metabólica ocorre com maior gravidade na 
fase de manutenção
. 
 
 
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MANEJO DA INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA EM CÃES E GATOS 
 
A acidose metabólica e a hipercalcemia são comuns em animais com 
IRA oligúrica; a acidose é, em geral, parcialmente compensada por 
uma alcalose respiratória (WARE, 2003). A terapia com bicarbonato 
deve ser reservada para animais com pH sanguíneo menor ou igual a 
7,15 (WARE, 2003). 
A hipercalemia pode causar anormalidades de condução cardíaca e este 
é o principal distúrbio eletrolítico que oferece risco de vida aos cães e 
gatos com IRA (WARE, 2003; COWGILL; ELIOTT, 2004). 
A inapetência resultante da hiperacidez gástrica e vômitos geralmente 
podem ser controlados com a administração de bloqueadores de 
receptor H2 e antieméticos que atuam na zona disparadora 
quimiorreceptora (WARE, 2003). 
A diálise peritoneal e a hemodiálise também devem ser consideradas 
para pacientes com IRA (COWGILL; LANGSTON, 1996; LANGSTON et 
al., 1997; GRAUER, 1998; DZYBAN et al. 2000). É um procedimento 
aparentemente simples, no qual o dialisado é instilado na cavidade 
abdominal e, por meio do transporte convectivo e difusivo, os 
catabólitos urêmicos e o excesso de fluido são transferidos do plasma 
para equilibrar com o dialisado através da barreira limitante da serosa 
peritoneal (COWGILL; ELLIOTT, 2004). 
 
 
 
ELETRÓLITOS 
 
A hiperfosfatemia pode ocorrer de forma desproporcional nos primeiros 
estádios da IRA e, ao contrário do que ocorre na DRC, não há tempo 
suficiente para ocorrer o desenvolvimento de hiperparatireoidismo 
secundário renal, mecanismo compensatório de controle das 
concentrações séricas de fósforo por ação do paratormônio nas células 
tubulares renais, em decorrência da injúria grave das células tubulares 
 
HEMOGASOMETRIA 
 
Em relação ao perfil hemogasométrico, cães com IRA apresentam 
acidose metabólica de moderada a grave na fase de manutenção da 
IRA, com maior intensidade em pacientes com IRA do que em 
pacientes com DRC estabilizada. 
A acidose metabólica é frequente em cães com comprometimento da 
função renal, pois os rins perdem a capacidade de excreção de íons 
H+, juntamente com a dificuldade de reabsorção tubular do 
bicarbonato44. A acidose metabólica ocorre com maior gravidade na 
fase de manutenção.

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