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Sinalização celular Introdução Moléculas sinalizadoras podem transmitir informações atuando como ligantes que se conectam a receptores expressos em suas células- alvo. Algumas moléculas sinalizadoras podem atuar sobre a superfície celular após se ligar a receptores da superfície da célula; outras podem atravessar a membrana plasmática e se ligar a receptores intracelulares no citoplasma e no núcleo. Hormônios e ligantes A ligação de um hormônio ou de um ligante ao seu receptor inicia uma cascata de reações intracelulares (chamada transdução de sinal) que regula funções críticas, como desenvolvimento embrionário e fetal, proliferação e diferenciação celular, movimento, metabolismo e comportamento. Os ligantes incluem: • Hormônios esteroides • Hormônios peptídicos, neuropeptídeos e fatores de crescimento • Óxido nítrico • Neurotransmissores • Eicosanoides Receptores da superfície celular A ligação com receptores de hormônios e fatores de crescimento ativa uma série de alvos intracelulares localizados a jusante do receptor, em particular a atividade de proteínas intracelulares, ou, como receptores de neurotransmissores, controlando o fluxo de água (aquaporinas) e eletrólitos através de canais iônicos mediante ligantes localizados na membrana plasmática. Receptores acoplados à proteína G Membros da família G estão presentes no folheto interno da membrana plasmática. ➔ Quando uma molécula sinalizadora ou ligante do receptor se une à porção extracelular de um receptor da superfície celular, seu domínio citosólico sofre uma mudança conformacional que permite a ligação do receptor à proteína G. Tirosina cinase receptoras e não receptoras 1. Tirosina cinase receptoras: são proteínas transmembrana com domínio extracelular receptor e domínio cinase intracelular 2. Tirosina cinase não receptoras: estão localizadas no citosol, no núcleo e no folheto interno da membrana plasmática. Os receptores tirosina cinase, são enzimas que fosforilam substratos proteicos nos resíduos de tirosina. A maioria dos receptores proteicos do tipo tirosina-cinase consiste em um único polipeptídio, embora o receptor de insulina e de outros fatores de crescimento seja formado por um par de cadeias polipeptídicas. A ligação de um ligante (como fator de crescimento) ao domínio extracelular desses receptores induz à dimerização do receptor que resulta na autofosforilação do receptor (as duas cadeias polipeptídicas se fosforilam mutuamente). A autofosforilação determina a ligação do domínio tirosina-cinase às moléculas sinalizadoras a jusante na via de sinalização. ➔ Na ausência de um ligante, as tirosinas-cinases receptoras não são fosforiladas e se mantêm monoméricas, enquanto as tirosina-cinases não receptoras são mantidas em estado inativo por inibidores de proteínas celulares. Receptores de citocinas Podem ser classificadas em: 1. Receptores de citocinas tipo I e receptores de citocinas do tipo II. 2. Receptores e ligantes de quimiocinas 3. Superfamília do receptor do fator de necrose tumoral 4. Receptor do fator de crescimento de transformação β (TGFβ) Todos os receptores de citocinas estão associados a um ou mais membros da família da via JAK-SKAT. Citocinas e receptores de citocinas podem regular a hematopoese, a resposta imune, a inflamação e a cicatrização tecidual através da via JAK-SKAT, o que consequentemente representa um potente alvo terapêutico. Os membros da família TGFβ são proteínas cinases que fosforilam resíduos de serina e tronina (em vez de tirosina). O TGFβ inibe a proliferação da sua célula-alvo. Tal como receptores de tirosina cinase e de citocina, a ligação com o ligante do receptor TGFβ induz a dimerização do receptor, e o domínio citosólico serina ou treonina cinase realiza a fosforilação cruzada das cadeias polipeptídicas do receptor. Principais vias de transdução de sinal Após a ligação ao ligante, a maioria dos receptores de superfície celular estimula enzimas-alvo intracelulares para transmitir e amplificar o sinal. Um sinal amplificado pode ser propagado até o núcleo para regular a expressão de genes em resposta a um estímulo celular externo. A via do AMPc Quando o ligante se liga ao seu receptor, há um aumento da concentração intracelular de AMPc. ➔ O AMPc é formado a partir de adenosina trifosfato (ATP) através da ação da enzima Adenil ciclase e é degradado em adenosina monofosfato (AMP) pela enzima AMPc fosfodiesterese. Este mecanismo conduz ao conceito de um primeiro mensageiro mediando um efeito de sinalização celular através de um segundo mensageiro. Os efeitos intracelulares de sinalização do AMPc são mediados pela enzima proteína cinase dependente de AMPc (ou proteína cinase A). Na sua forma inativa, a proteína cinase A é um tetrâmetro composto por duas subunidades reguladoras (as quais o AMPc se liga) e duas subunidades catalíticas. A ligação do AMPc resulta na dissociação das subunidades catalíticas. O AMPc também tem um efeito na transcrição de genes-alvo específicos que contêm uma sequência reguladora chamada de elemento de resposta ao AMPc (CRE). As subunidades catalíticas da proteína cinase A entram no núcleo após a dissociação das subunidades reguladoras. No núcleo, as subunidades catalíticas fosforilam um fator de transcrição chamado proteína de ligação ao CRE, a qual ativa genes induzidos pelo AMPc. Via do Ca+2 – fosfolipase C Outro segundo mensageiro envolvido na sinalização intracelular deriva do fosfolipídio PIP2 presente no folheto interno da membrana plasmática. A hidrólise do PIP2 pela enzima fosfolipase C (PLC) produz dois segundos mensageiros: o diaglicerol (DAG) e o IP3. Esses dois mensageiros estimulam duas vias de sinalização em cascata: a via da proteína cinase C e a via de mobilização do Ca+2 . O DAG, derivado da hidrólise do PIP2, ativa os membros da família proteína-cinase C, a qual ativa outros alvos intracelulares, tais como as proteínas da via MAP-cinase para produzir a fosforilação de fatores de transcrição que levam a mudanças na expressão gênica e na proliferação celular. 1. Uma molécula sinalizadora se liga e ativa os domínios proteínas-cinase de um receptor dimerizado 2. A fosfolipase C contém um domínio SH que medeia sua associação com o receptor tirosina-cinase de proteínas ativado. 3. A fosforlipase C catalisa a hidrólise do PIP2 para produzir DAG e IP3 4. O DAG ativa a proteína-cinase C 5. O IP3 sinaliza a liberação do Ca+2 dos locais de armazenamento intracelular. Via do Ca+2- calmodulina Embora o segundo mensageiro DAG permaneça associado à membrana plasmática, o outro segundo mensageiro – o IP3, derivado do PIP2- é liberado no citosol para ativar bombas iônicas e liberar o Ca+2 de locais de armazenamento intracelular. A calmodulina é uma proteína Ca+2 dependente que é ativada quando a concentração de cálcio aumenta. As via de Ras, Raf e MAP cinases Esta via envolve proteínas cinases evolutivamente conservadas, com funções de crescimento e diferenciação celular. As MAP cinases são proteínas ativadas em serina ou treonina por fatores de crescimento e outras moléculas sinalizadoras. ➔ As MAP cinases são proteínas ativadas em serina ou treonina por fatores de crescimento e outras moléculas sinalizadoras. Uma forma bem caracterizada de MAP cinase é a família da ERK. Membros da família ERK atuam por intermédio da tirosina-cinase de proteínas ou por receptores associados À proteína G. ➢ A ativação da ERK é mediada por duas proteínas-cinases: A Raf, uma serina ou treonina-cinase de proteínas, a qual, por sua vez, ativa uma segunda cinase denominada MEK. A estimulação de um receptor de um fator de crescimento leva à ativação da proteína Ras de ligação ao GTP, que interage com a Raf. ➢ A Raf fosforilae ativa a MEK, a qual, em seguida, ativa a ERK por meio da fosforilação de resíduos de serina ou treonina. A ERK então fosforila proteínas-alvo nucleares e citosólicas. As mutações no gene da Ras estão ligadas ao câncer humano. Via da JAK-STAT A via da JAK-STAT fornece uma conexão íntima entre as tirosina- cinases de proteínas e os fatores de transcrição porque afeta diretamente fatores de transcrição. As proteínas STAT são fatores de transcrição com domínio SH2 que estão presentes no citoplasma em estado inativo. A estimulação de um receptor pela ligação de um ligante recruta proteínas STAT, que se ligam à porção citoplasmática da tirosina-cinase JAK associada ao receptor, por meio do seu domínio SH2, e torna-se fosforilada. As proteínas STAT fosforiladas, em seguida, dimerizam-se e se translocam para dentro do núcleo, onde ativam a transcrição dos genes-alvo.
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