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MÓDULO SAÚDE DA MULHER

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AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 
 
 
 
 
PROBLEMA 1 
SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 
ÓRGÃOS GENITAIS EXTERNOS 
ÓRGÃOS GENITAIS INTERNOS 
OVÁRIOS: gônadas femininas, agem também como 
glândulas endócrinas, secretando vários hormônios 
necessários para a fertilidade, menstruação e maturação 
sexual das mulheres. É sustentado em sua posição por 
vários pares de ligamentos: 
• Ligamento suspensor do ovário (por onde 
passam nervos, vasos sanguíneos e linfáticos) 
• Mesovário (parte do ligamento largo do útero) 
• Ligamento útero-ovárico 
TUBAS UTERINAS: são revestidas por uma parte do ligamento 
largo do útero, o mesossalpinge. 
• Infundíbulo: parte distal, onde se localizam as 
fímbrias. 
• Ampola: a parte mais longa e mais larga da tuba 
uterina. É o local mais comum de fertilização. 
• Ístmo: é a parte mais estreita da tuba uterina. 
• Parte intramural (uterina): se comunica 
diretamente com a cavidade uterina através do 
óstio uterino. 
ÚTERO:órgão muscular oco, geralmente está localizado na 
pelve menor, com o corpo sobre a bexiga urinária e o 
colo entre a bexiga e o reto. Na mulher adulta, o útero 
geralmente encontra-se antevertido e antefletido. É 
dividido em: 
• Corpo: é a porção dilatada 
• Fundo: é a parte superior. 
 
 
 
 
• Colo uterino: porção mais estreita e mais baixa. 
Apresenta: 
 Endocérvice (parte interna): epitélio colunar 
simples (glandular). 
 Ectocérvice (parte externa): epitélio escamoso 
e estratificado. 
 Junção Escamocolunar (JEC): entre os dois 
epitélios, variável dependendo da situação 
hormonal. 
A parede do corpo do útero é formada por 3 camadas: 
• Perimétrio: revestimento seroso externo. 
• Miométrio: camada média de músculo liso. 
• Endométrio: camada mucosa interna. 
O útero é parcialmente revestido pelo peritônio, a partir 
dele, têm-se duas pregas: 
• Escavação reto-uterina (de Douglas) 
• Escavação vesico-uterina. 
Ligamentos: 
• Ligamento largo 
• Ligamento redondo do útero 
• Ligamento útero-ovárico 
Saúde da Mulher 
AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO - 1/2022 
MÓDULO II 
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/peritonio
AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 
VAGINA: estende-se do útero à vulva, apresenta epitélio 
escamoso, que sofre a ação do estrógeno. Possibilita a 
menstruação, a relação sexual e o parto. 
CONSULTA GINECOLÓGICA 
ANAMNESE 
IDENTIFICAÇÃO: importante para avaliação epidemiológica. 
QP: frequente não há queixas específicas, pode ser um 
atendimento para realizar exames de rastreio, bem como 
pacientes que buscam uma conversa para tirar dúvidas. 
Dentre as queixas específicas predominam: dor pélvica, 
alterações menstruais e leucorreias. 
HMA: investigar as queixas procurando: início, duração, 
intensidade, periodicidade, fatores agravantes e 
atenuantes, etc. 
HP: doenças da infância, cirurgias prévias, obesidade, 
etilismo e tabagismo, uso de medicamentos, 
tromboembolismo, HAS, DM. 
HF: história de CA ginecológico (útero, ovário, 
endométrio) e CA de mama, outras neoplasias, DM, 
HAS, tromboembolismo, patologias de tireoide e etc. 
HGO: Menarca (precoce: < 9 anos), telarca, pubarca, 
sexarca, DUM, regularidade dos ciclos, número médio de 
dias, duração da menstruação, quantidade do fluxo 
menstrual, sintomas perimenstruais, alterações no padrão 
menstrual, uso de métodos contraceptivos (quais 
métodos, idade de início e por quanto tempo, nível de 
adaptação e satisfação com o método atual), sintomas 
associados à relação sexual, riscos de exposição à ISTS. 
GXPXAX, anormalidades no pré-natal, particularidade 
dos partos, peso dos RN, tempo de amamentação 
anticoncepção no puerpério, investigar sintomas 
climatéricos, corrimentos, alterações nas mamas e 
queixas urinárias se presentes, tratamentos 
ginecológicos, exames de rastreio (PCCU, mamografia, 
data do último exame e laudo). 
HBPS: condições de habitação, noções de higiene, nível 
socioeconômico e grau de instrução, situação familiar, 
animais em casa, hábitos de vida. 
RS: alterações no hábito intestinal, alterações urinárias, 
dificuldade para dormir, apetite. 
EXAME FÍSICO GERAL 
Dados vitais, antropométricos e ectoscopia. 
EXAME FÍSICO GINECOLÓGICO 
EXAME CLÍNICO DAS MAMAS 
INSPEÇÃO ESTÁTICA: feita com a paciente sentada 
e com os braços pendentes ao lado do corpo. Deve-se 
observar volume, contorno, forma, simetria, abaulamento 
e retrações, pigmentação areolar, morfologia da papila e 
circulação venosa, presença de cicatrizes cirúrgicas 
prévias, nevos, marcas congênitas e tatuagens. 
INSPEÇÃO DINÂMICA: pede-se a paciente que eleve 
os membros superiores acima da cabeça, coloque a mão 
na cintura e depois, incline o tronco para frente. O 
objetivo é realçar possíveis retrações e abaulamentos e 
verificar o comprometimento dos planos musculares, 
cutâneo e do gradil costal. 
PALPAÇÃO: abrange o exame dos linfonodos das 
cadeias axilares, supra e infraclaviculares e palpação das 
mamas: 
1ª Etapa: ainda com a paciente sentada, pede-a para 
apoiar o braço no ombro do médico, e ele palpa a axila 
com a mão contralateral com os dedos em forma de 
concha, buscando linfonodos, caracterizando-os pelo 
tamanho, consistência e mobilidade. 
2º Etapa: com a paciente deitada em decúbito dorsal, 
solicita que ela coloque as mãos atrás da nuca e com os 
braços elevados para trás. Deve-se pressionar, 
suavemente, o parênquima mamário, deve fazer 
movimentos circulares no sentindo horário, pode-se 
utilizar somente a ponta dos dedos ou a mão espalmada, 
não se deve pinçar a mama. Deve palpar a mama 
seguindo como limite superior a clavícula, inferior o 
sulco infra-mamário, lateral a linha axilar média e medial 
a borda do esterno, pois o tecido mamário pode estender 
até essas regiões. 
Expressão mamilar: não é um consenso da literatura, mas 
caso feito deve ser suave e pegar da região da aréola indo 
para o bico. É essencial quando há queixa de derrame 
papilar espontâneo. 
Os principais achados no ECM que necessitam de 
referência para investigação diagnóstica são: 
• Nódulo endurecido e fixo, independente da 
idade. 
• Nódulo persistente por mais de um ciclo 
menstrual em mulheres com > 30 anos ou 
presente depois da menopausa. 
• Nódulo em mulheres com história prévia de 
câncer de mama. 
• Alteração unilateral na pele da mama, como 
eczema, edema (casca de laranja), retração ou 
distorções do mamilo. 
• Descarga papilar sanguinolenta unilateral e 
espontânea. 
OBS: o ministério da saúde não indica o autoexame das 
mamas como método de rastreio, é importante no 
autoconhecimento da mulher. 
EXAME DO ABDÔMEN 
INSPEÇÃO: estado nutricional da paciente, depósito de 
tecido adiposo, o aspecto da pele e a distribuição de 
pelos, a presença de abaulamentos ou retrações, 
circulação colateral, hérnias umbilicais e estrias, 
pigmentação da linha alba (gravidez). 
AUSCULTA: verifica presença de ruídos hidroaéreos, e 
no caso de gestantes, os batimentos cardíacos do feto. 
AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 
PALPAÇÃO: superficial e profunda, devendo orientar a 
paciente a esvaziar a bexiga antes do exame, pois bexiga 
cheia pode simular tumor pélvico. Os ovários e úteros 
não são palpáveis, a presença de uma massa no andar 
inferior do abdômen é sugestiva de patologia 
ginecológica. 
PERCUSSÃO: identifica som de macicez ou 
timpanismo em todas as regiões abdominais. 
EXAME DA GENITÁLIA EXTERNA 
É imprescindível explicar à paciente, previamente, tudo 
que vai ser feito deixá-la à vontade e tranquila. 
O ideal é a posição de litotomia em mesa ginecológica: 
decúbito dorsal, nádegas na borda da mesa, pernas 
fletidas sobre as coxas e estas fletidas sobre o abdome. 
É importante que a paciente esteja despida e, de 
preferência, coberta com um avental e um lençol. Além 
disso, a avaliação deve ser realizada com luva. 
INSPEÇÃO ESTÁTICA:observa-se a distribuição e 
aspectos dos pelos, forma do períneo e a conformação 
externa da vulva, deve-se afastar os grandes lábios par a 
visualizar os pequenos lábios, o clitóris, o hímen, o meato 
uretral e as glândulas vestibulares. Na região anal, 
procura-se por hemorroidas, fissuras ou prolapsos. 
INSPEÇÃO DINÂMICA: o vestíbulo e o introito 
vaginal devem ser avaliados sob esforço (manobra de 
Vasalva), tornando mais evidentes possíveis distopias. 
Pode observar com mais precisão a integridade 
anatômica das paredes vaginais e seus órgãos adjacentes. 
EXAME ESPECULAR 
O objetivo é realizar a exposição do colo do útero, 
permitindo a visualização completa e a coleta adequada 
de material para o exame citológico, bem como permitir 
a visualização do conteúdo e da mucosa vaginal (o que 
só pode ser feito no momento da retirada do espéculo). 
Utiliza-se o espéculo de Collins, articulado, que pode ser 
em aço ou material descartável, apresentando variados 
tamanhos, deve-se escolher sempre o menor espéculo que 
possibilite o exame adequado, de forma a não provocar 
desconforto na paciente. 
Ao abrir o campo estéril, o qual contém o espéculo e a 
pinça Cheron, se procederá à disposição organizada do 
material sobre o campo. 
Introdução do espéculo e inspeção: 
Deve-se avisar a paciente de que será introduzindo o 
espéculo, preveni-la quanto ao desconforto e a dor. 
Para a introdução do espéculo, considerando um 
indivíduo destro, o examinador afastará os grandes e 
pequenos lábios com o polegar e o 3º dedo da mão 
esquerda para que o espéculo possa ser introduzido 
suavemente na vagina. A mão direita, que introduzirá o 
espéculo, deverá pegá-lo pelo cabo e borboleta. O 
espéculo é introduzido fechado. Apoia-se o espéculo 
sobre a fúrcula, ligeiramente oblíquo (para evitar lesão 
uretral), e faz-se sua introdução lentamente; antes de ser 
completamente colocado na vagina, quando estiver em 
meio caminho, deve ser rodado, ficando as valvas 
paralelas às paredes anterior e posterior; posição que 
ocupará no exame. A extremidade do aparelho será 
orientada para baixo e para trás, na direção do cóccix, 
enquanto é aberto. Na abertura do espéculo, a mão 
esquerda segura e firma a valva anterior do mesmo, para 
que a mão direita possa, girando a borboleta para o 
sentido horário, abri-lo e expor o colo uterino. A 
visualização das paredes vaginais deve considerar a 
coloração, rugosidade, trofismo, comprimento, 
elasticidade, fundos de sacos laterais, anterior e posterior. 
Analisar presença ou não de cistos, tumorações, bridas, 
fístulas e cicatrizes. Observar o colo uterino, quanto a sua 
localização, forma, volume e forma do orifício externo, 
presença de muco, sangue ou outras secreções, cistos, 
pólipos, ectopias, hipertrofias e etc. 
EXAME PREVENTIVO (PCCU) 
É um exame rápido, prático e de baixo custo, muito 
importante no rastreamento do câncer de colo de útero. 
É oferecido pelo SUS, para todas as mulheres que tem ou 
já tiveram vida sexual ativa entre 25 e 64 anos. Os dois 
primeiros exames devem ser realizados anualmente e, 
se ambos os resultados forem negativos, os próximos 
devem ser realizados a cada 3 anos. 
• mulheres sem história prévia de doença 
neoplásica pré-invasiva: interromper quando 
tiverem pelo menos dois exames negativos 
consecutivos nos últimos cinco anos. 
• maiores de 64 anos que nunca se submeteram ao 
exame citopatológico: realizar dois exames com 
intervalo de um a três anos. Se negativos, estão 
liberadas. 
Imunossuprimidas: deve ser realizado após o início da 
atividade sexual com intervalos semestrais no primeiro 
ano e, se normais, manter anualmente enquanto se 
mantiver imunossupressão. 
Gestantes: deve seguir as recomendações de 
periodicidade e faixa etária como para as demais 
mulheres. 
Para realizar o exame é necessário: espéculo vaginal, 
espátula de Ayre, escova endocervical, luvas, pinça 
Cherron, lâmina. 
Primeiro é introduzido o espéculo no canal vaginal, para 
que seja possível visualizar o colo do útero e realizar a 
coleta, que deve ser feita em duas áreas: na ectocérvice 
(região mais externa) e na endocérvice (região mais 
interna). 
Para coleta na ectocérvice utiliza-se espátula de Ayre, 
realiza uma raspagem em movimento rotativo de 360º 
graus, para que toda superfície do colo seja raspada, 
coloca a amostra na lâmina. 
AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 
Depois é feita a coleta na endocérvice, com a escova 
endocervical, que deve ser feita da mesma forma, em 
movimento giratório de 360º graus, coloca a amostra na 
mesma lâmina. 
Após a colocação da amostra na lâmina, fixa-se com com 
álcool etílico e encaminha-se para o laboratório para 
observação em microscópico. 
Há algumas recomendações prévias: 
• evitar e lubrificantes, espermicidas ou 
medicamentos vaginais 48h antes da coleta; 
• evitar a realização de exames intravaginais, 
como a ultrassonografia 48h antes da coleta 
• evitar a coleta no período menstrual. 
TESTE COM ÁCIDO ACÉTICO 
Após a coleta de secreção vaginal, devem-se limpar as 
secreções que ficam à frente do colo com a pinça Cheron 
e gaze. Aplica-se ácido acético a 5%. Aguarda-se alguns 
minutos (2-4 min), e se realiza novamente a inspeção do 
colo uterino, à procura de lesões que foram realçadas pelo 
produto (mais brancas e brilhantes). O ácido acético 
coagula as proteínas citoplasmáticas do epitélio 
alterado. Assim, quanto mais proteínas houver, mais 
esbranquiçada ficará a lesão. 
TESTE DE SCHILLER 
Aplica-se lugol com iodo no colo uterino para avaliar a 
reação dele com o glicogênio das células do epitélio. 
Células normais do colo são ricas em glicogênio e 
tornam-se mais escuras (marrom-escuro), enquanto as 
células alteradas, que possuem baixo teor de glicogênio, 
se coram pouco pelo lugol, assumindo cor amarelo-
mostarda. 
Teste de Shiller negativo, iodo-positivo: o epitélio se 
cora, demonstrando a interação do iodo. 
Teste de Shiller positivo, iodo-negativo: o epitélio não 
se cora, uma vez que as células não possuem glicogênio 
para reagir com o iodo. 
TOQUE VAGINAL COMBINADO 
O exame do útero e dos anexos é realizado através do 
toque vaginal bimanual, que é feito com o dedo indicador 
e médio lubrificados, que devem ser introduzidos na 
vagina no sentido posterior com o bordo cubital dos 
dedos deprimindo a fúrcula. O polegar deve estar 
abduzido e o anular e o mínimo fletidos na direção da 
palma da mão. Avaliar o tônus muscular perineal e 
pesquisar nodularidades e hipersensibilidade vaginal. 
Palpar o colo uterino verificando: posição, formato, 
comprimento, consistência, bem como palpar os fórnices. 
Para a palpação uterina é necessário que a outra mão 
pressione parede abdominal em direção à profundidade, 
entre o umbigo e sínfise púbica, enquanto os dedos que 
estão dentro da vagina realizam uma elevação do colo. 
Com isto avaliam-se volume, forma, consistência, 
mobilidade, orientação. A palpação dos anexos, que 
envolvem os ovários e trompas, só é possível quando 
aumentados de volume. Para melhor avaliação do 
paramétrio, pode-se utilizar o toque retal, pouco usado na 
prática. 
PROBLEMA 2 
CICLO MENSTRUAL 
É o conjunto de eventos endócrinos que dependem do 
Sistema Hipotálamo - Hipófise - Ovário, que resulta em 
alterações fisiológicas no sistema reprodutor feminino, 
que envolve a maturação e liberação de um óvulo e a 
preparação do útero para receber o embrião, caso haja 
fecundação. 
CICLO MENSTRUAL FISIOLÓGICO: 
• Duração do ciclo menstrual: 21 a 35 dias 
(média, 28 dias). 
• Duração do fluxo menstrual: 2 a 6 dias. 
• Perda sanguínea: 20 a 60 ml. 
FASES DO CICLO MENSTRUAL: 
• Ciclo ovariano: fase folicular, período 
ovulatório, fase lútea. 
• Ciclo uterino: endométrio proliferativo, 
endométrio secretor e endométrio menstrual. 
SISTEMA HORMONAL FEMININO 
HIPOTÁLAMO 
É influenciado por sinais extrínsecose intrínsecos ao 
SNC. 
Liberação pulsátil: 
• Fase folicular inicial: pulsos frequentes, de 
pequena amplitude. 
• Fase folicular tardia: aumento da frequência e 
da amplitude dos pulsos. 
• Fase lútea: diminuição da frequência e aumento 
da amplitude. 
O Sistema Límbico exerce influência sobre o 
funcionamento do hipotálamo. As emoções (estresse, 
AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 
depressão, ansiedade, fobias) podem influenciar a 
liberação pulsátil do GnRH, culminando por alterar todo 
o eixo neuroendócrino determinando alteração do ciclo 
menstrual. 
HIPÓFISE 
O GnRH do hipotálamo age nas células gonadotróficas 
da hipófise anterior, estimulando-as a sintetizar e secretar 
LH e FSH na circulação, de forma pulsátil. A prolactina 
é um hormônio também secretado pela hipófise, cuja 
produção é regulada pela dopamina. As gonadotrofinas e 
a prolactina exercem um retro controle sobre a produção 
do GnRH pelo hipotálamo. 
LH: ovulação e produção de progesterona 
FSH: secreção de estrógeno levando ao desenvolvimento 
e maturação folicular 
OVÁRIOS 
Duplo papel de produzir gametas e secretar hormônios. 
Estas atividades inter-relacionadas são desenvolvidas 
pelo folículo de Graaf, que é a unidade funcional básica 
do ovário. 
O estrógeno e a progesterona, principais hormônios 
esteroides secretados pelo ovário, são encontrados, no 
sangue, conjugados a proteínas plasmáticas, como a 
albumina e a proteína carreadora de hormônios sexuais 
(SHBG). 
Estrógeno (estradiol): ação no desenvolvimento 
endometrial e folicular, além da promoção do pico de LH 
no meio do ciclo. 
Progesterona: ação na manutenção do arcabouço 
endometrial e pela retroação negativa sobre a secreção 
hormonal hipotalâmica. 
Inibina: ação inibitória sobre o hipotálamo, em 
associação ao estrogênio, suprimindo a produção de 
FSH. 
 
 
 
CICLO OVARIANO 
FASE FOLICULAR 
É a primeira fase do ciclo menstrual, e ocorre do 1° dia 
da menstruação até o dia do pico de LH (14° dia). Pode 
variar, sendo responsável por definir a duração do 
ciclo. 
Permite que apenas um único folículo se torne maduro, 
preparado para o processo de ovulação. 
Folículo primordial: são oócitos suspensos na 1ª divisão 
meiótica, circundado por uma única camada de células da 
granulosa gerados durante a vida fetal, essas células 
oferecem nutrição e secretem um fator inibidor da 
maturação do oócito. 
Durante a puberdade, o FSH e LH da hipófise anterior 
começam a ser secretados em quantidades significativas, 
os ovários, em conjunto com alguns dos folículos em seu 
interior, começam a crescer. 
Folículos primários: aumento moderado do próprio 
óvulo, com desenvolvimento de outras camadas das 
células da granulosa. 
Folículo Antral: durante os primeiros dias de cada ciclo, 
o pico FSH, causa o crescimento acelerado de 6 a 12 
folículos primários por mês. 
Teca: são células estimuladas pelo LH, e produzem 
androgênios. 
Teca interna: capacidade de secretar mais hormônios 
sexuais esteroides (estrogênio e progesterona). 
Teca externa: cápsula de tecido conjuntivo muito 
vascular, que passa a ser a cápsula do folículo em 
desenvolvimento. 
Células da granulomatosa: são estimuladas pelo FSH e 
esse FSH estimula a enzima aromatase, transformando os 
androgênios em hormônios femininos (estrona e 
estradiol). 
Folículo maduro: após uma semana de crescimento, mas 
antes de ocorrer a ovulação, um dos folículos começa a 
crescer mais do que os outros, e os outros 5 a 11 folículos 
em desenvolvimento involuem (atresia). 
AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 
FASE OVULATÓRIA 
A ovulação é estimulada pelo pico de LH. Um pouco 
antes de ovular, a teca externa começa a liberar enzimas 
proteolíticas dos lisossomos, causando a dissolução da 
parede capsular do folículo com consequente 
enfraquecimento dilatação da parede. Posteriormente, a 
parede do folículo maduro se rompe, liberando o óvulo 
FASE LÚTEA 
É a fase fixa do ciclo, com duração sempre de 14 dias. 
Após a expulsão do óvulo do folículo, tem-se a formação 
do corpo lúteo pelas células da granulosa e tecais internas 
remanescentes. O corpo lúteo começa a formar 
hormônios sexuais femininos, sobretudo a progesterona. 
Posteriormente, ele começa a involuir e perde suas 
funções secretoras e sua característica lipídica amarelada, 
cerca de 12 dias depois da ovulação (26° dia do ciclo 
sexual feminino normal), passando a ser o corpus 
albicans, que, durante as semanas subsequentes, é 
substituído por tecido conjuntivo e absorvido ao longo de 
meses. Em caso de fecundação, a produção de 
progesterona passa a ser responsabilidade da placenta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CICLO UTERINO 
ENDOMÉTRIO PROLIFERATIVO 
Após a menstruação, permanece apenas uma pequena 
camada de estroma endometrial. 
Durante a primeira parte do ciclo ovariano mensal, as 
células do estroma e as células epiteliais proliferam 
rapidamente e a superfície endometrial é reepitelizada de 
4 a 7 dias após o início da menstruação, sob a influência 
do estrogênio. Em seguida, antes de ocorrer a ovulação, 
a espessura do endométrio aumenta bastante, devido ao 
crescente número de células estromais e ao crescimento 
progressivo das glândulas endometriais e novos vasos 
sanguíneos. 
ENDOMÉTRIO SECRETOR 
Após a ovulação, a progesterona. causa inchaço e 
desenvolvimento secretor do endométrio e os vasos 
sanguíneos ficam muito tortuosos. A finalidade geral é 
produzir endométrio altamente secretor que contenha 
grande quantidade de nutrientes armazenados, para 
prover condições apropriadas à implantação do óvulo 
fertilizado, durante a última metade do ciclo mensal. 
ENDOMÉTRIO MENSTRUAL 
A menstruação é causada pela redução de estrogênio e 
progesterona, especialmente da progesterona, no final do 
ciclo ovariano mensal. 
O primeiro efeito é a redução da estimulação das células 
endometriais por esses dois hormônios, seguida 
rapidamente pela involução do endométrio, reduzindo 
sua espessura, os vasos sanguíneos sofrem vasoespasmo, 
ocorre diminuição dos nutrientes, todos esses aspectos 
desencadeiam necrose. A massa de tecido descamado e 
sangue na cavidade uterina mais os efeitos contráteis das 
prostaglandinas agem em conjunto, dando início a 
contrações que expelem os conteúdos uterinos. 
 
 
 
 
 
 
 
AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 
SÍNDROME DO OVÁRIO POLICÍSTICO 
CONCEITO 
É uma endocrinopatia que se caracteriza por oligo-
ovulação ou anovulação, sinais de excesso androgênico e 
múltiplos pequenos cistos ovarianos. 
EPIDEMIOLOGIA 
É o distúrbio endócrino + comum em mulheres em idade 
reprodutiva. 
FISIOPATOLOGIA 
Associam-se fatores genéticos, comportamentais e 
endócrinos. 
Ocorre uma dessensibilização parcial da hipófise devido 
ao ↑ da frequência dos pulsos de GnRH. Isso 
desencadeia ↑ da secreção de LH. 
Essa hipersecreção de LH, ocasiona a hiperatividade 
das células tecais que passam a produzir mais 
androgênios, principalmente testosterona - que não será 
convertida proporcionalmente em estradiol, o que explica 
o hiperandrogenismo. Isso mexe com o perfil lipídico e 
predispõe o surgimento da acne, além de que na periferia, 
sob ação da enzima 5-alfa-redutase a testosterona é 
transformada em Di-hidrotestosterona, hormônio que 
causa hirsutismo. 
A secreção ↓ de FSH, ↓ a estimulação da produção da 
enzima aromatase nas células da granulosa, que 
converteria os androgênios em estrogênios. Sendo assim, 
ocorre a ↓ da produção de estrogênios na gônada, 
propiciando um acúmulo de androgênios. Isso dificulta 
o completo crescimento do folículo até estágios 
maduros, os quais acabam estacionados em estágios 
intermediários (anovulação e confere ao ovário a 
morfologia policística). Sem a ovulação não há 
formação do corpo lúteo e produção adequada de 
progesterona por ele, o útero sofre ação somentedo 
estrogênio (em função da estrona), propiciando o 
aparecimento de sangramento uterino anormal e 
hiperplasia endometrial. 
A insulina tem ação sinérgica ao LH nas células da 
teca, o que leva ao ↑ da produção de androgênios 
ovarianos, sendo que a mulher com SOP apresenta mais 
frequentemente resistência à insulina e 
hiperinsulinemia compensatória. Além disso, a 
insulina também está envolvida na ↓ da produção da 
proteína carreadora de androgênios (SHBG) pelo 
fígado, o que ↑ a concentração de testosterona livre. 
A obesidade, promove o ↑ da aromatização periférica 
de androgênios, tendo, portanto, a conversão dos 
andrógenos em estrona que a hipófise interpreta como um 
pico de estrogênio, desencadeando o ↑ LH. Além disso, 
o excesso de peso leva a ↓ dos níveis do SHBG e ↑ da 
produção de insulina. 
A suprarrenal também se associa a ↑ da produção 
androgênica, devido a uma deficiência enzimática. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
DISFUNÇÃO MENSTRUAL: 
Sangramento uterino anormal: oligomenorreia (ciclos 
longos, com intervalos > 35 dias) ou amenorreia 
(ausência de menstruação por 3 ciclos regulares ou 6 
meses em ciclos irregulares). 
Infertilidade: devido à anovulação. Além disso as que 
engravidam apresentam taxa de abortamento precoce, 
além de outras complicações como DM gestacional e 
prematuridade. 
Possível complicação a longo prazo: Neoplasia 
endometrial devido ao quadro de anovulação crônica, 
associada a estimulação estrogênica sem oposição da 
progesterona. 
HIPERANDROGENISMO: 
Acne: se deve ao bloqueio da abertura folicular por 
produção excessiva de sebo e inflamação por ação 
androgênica. 
Alopecia: ação da 5-alfa-redutase no folículo piloso, 
gerando queda do cabelo. 
Hirsutismo: a testosterona e principalmente a di-
hidrotestosterona (produzida dentro do folículo piloso 
pela enzima 5-alfa-redutase) são as responsáveis por 
engrossar e enegrecer os pelos de áreas sensíveis a 
androgênios. 
DISFUNÇÕES METABÓLICAS 
Acantose Nigricans: em decorrência da resistência 
insulínica, que estimula o desenvolvimento de 
queratinocitos e fibroblastos da pele, levando ao 
espessamento e escurecimento em áreas de flexão da 
pele, principalmente nas axilas e na nuca. 
• Diabetes tipo 2 
• Dislipidemia 
• Obesidade: > da relação cintura/quadril. 
• HAS e risco de doença cardiovascular 
• Infertilidade 
AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS 
ROTTERDAM: ao menos 2 dos 3 critérios: 
Oligoamenorreia: ciclos longos, com intervalos > 35 
dias. 
Hiperandrogenismo: clínico (acne, hisurtismo, alopecia 
de padrão androgênico ou hiperandrogenismo 
laboratorial – testosterona, adrostenediona ou SDHEA). 
USG TRANSVAGINAL: presença de 20 ou + folículos 
com diâmetro médio de 2 a 9 mm e/ou volume ovariano 
total maior ou igual 10cm3 (exceto se houver cisto 
funcional, neste caso deve-se repetir o exame no ciclo 
seguinte), em um ou em ambos os ovários. 
PERFIL ENDÓCRINO DA SOP: 
• ↑ da testosterona, da androstenediona e SDHEA 
• ↑ LH 
• FSH normal ou ↓ 
• ↑ estrogênios (em decorrência da estrona) 
• Hiperinsulinemia 
• ↓ SHBG 
• Prolactina: geralmente normal. 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBS: b-HCG para excluir gestação. 
TRATAMENTO 
Deve ser individualizado de acordo com as queixas de 
cada paciente, mas de maneira geral, é fundamental para 
toda paciente com SOP a mudança do estilo de vida, 
com a prática de exercícios físicos regulares e 
acompanhamento nutricional e psicológico. 
IRREGULARIDADE MENSTRUAL: 
Progestetágenos: 1ª opção para paciente que tem 
disfunção menstrual sem hiperandrogenismo cutâneo, é 
indicado por 10 a 14 dias para mimetizar a fase lútea do 
ciclo menstrual, visando a regularização do ciclo, mas 
sem oferecer função anticoncepcional. 
Anticoncepcionais Hormonais Combinados: mulheres 
com SOP que não desejam gestar. Promove 
anticoncepção, redução dos níveis de androgênios 
circulantes (↑ síntese e liberação da SHGB e ↓ a 
testosterona livre) e promove antagonismo endometrial 
com a progesterona. 
HIRSUTISMO: 
Anticoncepcionais Hormonais Combinados: 
diminuem a produção adrenal e ovariana de androgênios 
e o crescimento de pelos por meio da supressão do LH 
pela progesterona, ↑da produção hepática de SHBG, que 
diminui a testosterona livre e inibição da 5-alfa-redutase. 
Hirsutismo não resolvido pelos AHC-> deve associar 
ao AHC substâncias antiandrogênicas, como o acetato 
de ciproterona –inibe competitivamente os efeitos dos 
androgênios nos órgãos-alvo. 
Depilação a laser: após cerca de 6 meses pós tratamento 
medicamentoso. 
Espironolactona: antagonista da aldosterona, tem forte 
efeito antiandrogênico, pois inibe a síntese de 
testosterona nas células produtoras de esteroides, tanto na 
gônada quanto na suprarrenal e compete com os 
androgênios por seus receptores. 
DESEJO DE ENGRAVIDAR: 
Citrato de Clomifeno: atua induzindo a ovulação, 
compete com o estrogênio endógeno nos receptores 
estrogênicos no hipotálamo e leva ao ↑ da produção LH 
e FSH. 
Gonadotrofinas: 2º opção para mulheres não 
responsivas ao citrato de clomifeno. 
Fertilização in vitro (FIV): também tem altas taxas de 
sucesso em pacientes com SOP que desejam engravidar. 
RESISTÊNCIA INSULÍNICA: 
Quando não controlada por medidas não farmacológicas, 
quando há acantose nigricans ou obesidade com 
antecedentes familiares de diabetes melito do tipo II é 
necessário o uso de metformina que atua suprimindo a 
glicogênese hepática, ↑ a sensibilidade periférica à 
insulina e ↓ a absorção intestinal de glicose. 
OLIGOAMENORREIA 
HIPERANDROGENISMO CLÍNICO E/OU LABORATORIAL 
MORFOLOGIA ULTRASSONOGRÁFICA POLICÍSTICA OVARIANA 
AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 
PROBLEMA 3 
VULVOVAGINITES E VAGINOSES 
VULVOVAGINITE: processo inflamatório que acomete a 
vulva, as paredes vaginais e a ectocérvice. 
VAGINOSE: em decorrência de um desequilíbrio na 
microbiota vaginal fisiológica. 
SECREÇÃO VAGINAL FISIOLÓGICA: varia de mulher para mulher, 
conforme a fase do ciclo menstrual, idade, estado 
emocional, gravidez e temperatura, é branco ou 
transparente, fluido e sem odor característico. Apresenta 
um pH ácido devido à produção de ácido láctico pelos 
lactobacilos, como mecanismo protetor, impedindo o 
crescimento de microrganismos oportunistas. 
FATORES DE RISCO/PREDISPONENTES 
• Múltiplos parceiros 
• Uso de duchas vaginais 
• Má higienização e vestuários inadequados 
• Higienização em excesso e depilação frequente 
• Anticoncepcionais hormonais 
• DIU (nas primeiras semanas após implantação) 
• Relação sexual desprotegida 
• Imunossupressão 
• Diabetes 
• Uso de antibióticos 
VAGINOSE BACTERIANA 
Causada pelo desequilíbrio da microbiota vaginal 
normal, há diminuição dos Lactobacillus e crescimento 
de outras bactérias anaeróbicas (Garnerella vaginalis, 
Mycoplasma, Ureaplasma, Streptococcus agalactiae) 
É a causa mais comum de corrimento em mulheres em 
idade fértil. 
Pode facilitar a transmissão/aquisição de ISTS, associa-
se à infecção pelo HPV e lesões intraepiteliais cervicais 
e ao aumento em até 6x na taxa de aquisição do HIV. 
FISIOPATOLOGIA 
Com a ↓ dos Lactobacillus, o pH ↑ e a Gardnerella 
vaginalis produz aminoácidos que são quebrados em 
aminas voláteis, que aumentam mais o pH e levam ao 
odor desagradável particularmente após o coito. Além 
disso, há a produção de sialidase que decompõe o muco 
cervical, levando ao corrimento bolhoso. 
QUADRO CLÍNICO 
• A maioria é assintomática. 
AO EXAME ESPECULAR: corrimento vaginal de odor fétido, 
principalmente depois da relação sexual e durante o 
período menstrual. É fluido, homogêneo, branco 
acinzentado, não aderente, podendo formar 
bolhinhas. A parede vaginal ao exame especular sem 
sinais inflamatórios. 
 
DIAGNÓSTICO 
CRITÉRIOS DE AMSEL 
São 4, sendo que a presença de 3 indicam o diagnóstico:Propedêutica: coletar a secreção vaginal para o exame de 
pH, teste das aminas e exame a fresco. 
Teste das aminas/Whiff-test: adicionar de 1 a 2 gotas 
de hidróxido de potássio (KOH) a 10% na secreção 
vaginal e depositar em uma lâmina. Caso surja um odor 
desagradável (peixe podre) - causado pela volatilização 
das bases aminadas, o teste é considerado positivo. 
Exame a fresco: presença de clue cells (que são células 
epiteliais recobertas por cocobacilos Gram variáveis). 
ESCORE DE NUGENT 
Baseia-se em elementos avaliados na bacterioscopia com 
coloração pelo método de Gram. 
TRATAMENTO 
METRONIDAZOL: por via oral 2x ao dia por 7 dias 
METRONIDAZOL GEL: um aplicador intravaginal à noite 
durante 5 dias. 
CLINDAMICINA CREME: um aplicador intravaginal à noite 
durante 5 dias. 
Nas pacientes que apresentem intolerância ao 
metronidazol por via oral (reações como náuseas, 
vômitos, cefaleia, insônia, tontura, boca seca e gosto 
metálico), pode ser usada a via vaginal, mas as que 
apresentam reação alérgica devem ser tratadas com 
clindamicina. 
Recidivas: metronidazol por VO 2x ao dia, durante 7 a 
14 dias. Se não for efetivo, utilizar metronidazol gel 
intravaginal 2x por semana, durante 4 a 6 meses. 
Tratar o parceiro não é necessário. 
Recomendações: 
• Abstinência de álcool durante 24 horas após o 
tratamento (efeito dissulfiram -desconforto 
abdominal, rubor, vômitos e cefaleia) 
• Abstenção de atividade sexual ou o uso de 
preservativos durante o tratamento. 
pH vaginal > 4,5 
Corrimento vaginal branco-acinzentado homogêneo 
não aderente às paredes vaginais. 
Teste das aminas + (Whiff-test) 
Presença de clue cells 
AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 
OBS: a clindamicina tem base oleosa e pode enfraquecer 
preservativos até 5 dias após o uso. 
CANDIDÍASE 
É a 2ª causa mais comum de corrimento vaginal. 
O principal agente etiológico é a Candida albicans que é 
encontrada na microbiota normal sem causar sintoma, 
mas alguns fatores podem levar ao desequilíbrio, 
ocasionando em infecção. Não é uma IST, mas é 
considerada uma doença com eventual transmissão 
sexual. 
FISIOPATOLOGIA 
A C. albicans apresenta dimorfismo, ou seja, de alterar 
sua forma habitual para uma forma mais invasiva. 
Quando o sistema imune não consegue inibir a 
proliferação dos fungos, ocorre a passagem para o estado 
patogênico, então, ocorrendo invasão das camadas do 
epitélio vaginal, resposta inflamatória e aparecimento de 
sintomas. São produzidas enzimas com atividade 
proteolítica que favorecem a aderência e o dano às células 
epiteliais, o que favorece a invasão. 
OBS: o estrogênio aumenta a concentração de glicogênio 
vaginal, com consequente acidificação do meio o que 
favorece a proliferação do fungo e adesão celular. 
QUADRO CLÍNICO 
• Prurido vulvovaginal e corrimento vaginal 
• Dispaneuria e disuria podem estar presentes. 
AO EXAME ESPECULAR: corrimento branco, grumoso, 
inodoro e com aspecto caseoso (“leite coalhado”). 
Hiperemia e edema vulvar, podem ter escoriações e a 
vagina e colo são recobertos por placas brancas aderidas 
à mucosa. 
DIAGNÓSTICO 
O diagnóstico clínico deve sempre ser confirmado pela 
presença de fungos, que pode ser realizada por meio de: 
• Exame a fresco, colocando-se em lâmina de 
vidro uma gota de conteúdo vaginal e uma gota 
de soro fisiológico ou hidróxido de potássio a 
10% e observando ao microscópio a presença 
de hifas e/ou esporos. 
• Bacterioscopia com coloração pelo método de 
Gram e cultura em meios específicos 
(Sabouraud ou Nickerson), o que permite a 
identificação do fungo, sua espécie e eventual 
realização do antifungigrama, recomendável 
nos casos recorrentes. 
A positividade do exame a fresco dispensa a continuidade 
da investigação. 
 
 
 
TRATAMENTO 
CANDIDÍASE NÃO COMPLICADA: 
MICONAZOL: creme vaginal um aplicador intravaginal à 
noite por 7 dias 
NISTATINA: creme vaginal um aplicador intravaginal à noite 
por 14 dias 
FLUCONAZOL: VO dose única 
ITRACONAZOL: 2 comprimidos, VO, 2x dia, por 1 dia 
CANDIDÍASE COMPLICADA: 
MICONAZOL intravaginal por 14 dias 
FLUCONAZOL VO, 1x ao dia, sendo o total de 3 doses com 
intervalos de três dias (1º dia, 4º dia e 7º dia), seguido de 
terapia de manutenção 1x por semana, por 6 meses. 
Durante a gravidez, o tratamento deve ser realizado 
somente por via vaginal O tratamento oral está 
contraindicado na gestação e lactação. 
Tratar parceiros sintomáticos. 
Para a prevenção de novos episódios, é importante a 
eliminação ou pelo menos o controle de fatores 
predisponentes como diabetes melitus descompensada, 
estados de imunossupressão, tabagismo, distúrbios 
alimentares, hábitos de higiene ou vestuário inadequados, 
estresse excessivo. 
TRICOMONÍASE 
É a IST (não-viral) mais comum no mundo. Causada pelo 
protozoário Trichomonas vaginalis. 
FISIOPATOLOGIA 
Após penetrar na vagina, o Trichomonas vaginalis adere 
fortemente às células epiteliais, ligando uma proteína de 
sua superfície à membrana das células. Para sua 
sobrevivência, o parasita adquire nutrientes do meio 
externo, fagocitando bactérias, fungos e células do 
hospedeiro. Eritrócitos incorporam sua membrana celular 
para adquirir o ferro, que utiliza para seu metabolismo e 
aumento de virulência. Provoca resposta inflamatória e 
facilita a aquisição de outras infecções. 
QUADRO CLÍNICO 
MULHER 
• Corrimento vaginal 
• Ardor genital 
• Disúria e dispareunia. 
• Polaciúria 
AO EXAME ESPECULAR: corrimento fluido e abundante de 
cor amarelo-esverdeada, bolhoso, de odor fétido. 
Intensa inflamação na região da vagina, presença de 
pontos hemorrágicos na parede cervical (colpite ou“colo 
em framboesa/morango”). 
AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 
HOMEM: assintomático. dependendo da carga 
parasitária, o paciente pode apresentar uma uretrite com 
fluxo leitoso ou purulento e uma leve sensação de prurido 
na uretra, desconforto ao urinar e hiperemia do meato 
uretral. 
DIAGNÓSTICO 
Exame a fresco e corado da secreção vaginal ou uretral 
para a pesquisa de trofozoítas. 
Recomendações prévias ao exame: não higienizar a 
região 18 a 24 horas, abstinência sexual 3 dias, não usar 
medicamentos e/ou sabonetes genitais antimicrobianos 
(últimos 15 dias). 
O pH vaginal encontra-se > 4,5 e o teste das aminas pode 
ser positivo. 
TRATAMENTO 
METRONIDAZOL: uso oral dose única. 
TINIDAZOL: uso oral dose única. 
Recomendações: 
• Abstenção de álcool durante 24 horas após o uso 
de metronidazol e 72 horas após o uso de 
tinidazol. 
• Pesquisa de outras ISTS. 
 Tratar parceiros mesmo assintomáticos. 
PROBLEMA 4 
CERVICITE 
É a inflamação e irritação do epitélio colunar do colo 
do útero (endocérvice), geralmente de causa infecciosa 
como as ISTS. A maioria dos casos é assintomático, a 
ausência de sintomas dificulta o seu diagnóstico e 
favorece as inúmeras complicações, como endometrite, 
doença inflamatória pélvica (DIP), maior risco de 
aquisição do HIV e do câncer cervical, infertilidade e 
complicações gestacionais. 
FATORES DE RISCO 
• Mulheres sexualmente ativas geralmente 
menores de < 25 anos 
• Novos ou múltiplos parceiros sexuais 
• História previa ou presença de outra IST 
• Relação sexual desprotegida 
 
CLAMÍDIA 
AGENTE ETIOLÓGICO 
A Chlamydia trachomatis é bactéria que apresenta 
tropismo pelas células epiteliais da conjuntiva, uretra, 
endocérvice e trompas. 
EPIDIEMIOLOGIA 
A mais comum IST causada por bactéria em todo o 
mundo, superando a infecção gonocócica e a sífilis. 
TRANSMISSÃO 
Contato sexual e transmissão vertical. 
QUADRO CLÍNICO 
Geralmente é assintomática, mas pode gerar sintomas 
locais (cervicite, uretrite e bartholinite), complicações 
locais (endometrite e salpingite) e disseminadas 
(conjuntivite, peri-hepatite e artrite). A paciente pode 
queixar de corrimento vaginal, disíria e dispareunia. 
AO EXAME ESPECULAR:colo uterino edemaciado com 
secreção mucopurulenta, hiperemiado, sangrante, 
friável, com ectopia. 
Complicação mais comum: DIP. 
OBS: homens geralmente são sintomáticos e podem 
apresentar uretrite, epididimite, síndrome de Reiter. 
DIAGNÓSTICO 
• Cultura: utiliza-se cultura em células vivas 
(McCoy); 
• Método de biologia molecular (NAAT) 
• PCCU 
• ELISA 
• PCR 
TRATAMENTO 
AZITROMICINA: 2 comprimidos via oral, dose única. 
DOXICILINA: via oral, 2x ao dia por 7 dias (exceto gestantes). 
AMOXICILINA: via oral, 3x ao dia por 7 dias. 
Os parceiros devem ser tratados. 
OBS: Testar HIV e sífilis. 
GONORRÉIA 
AGENTE ETIOLÓGICO 
A Neisseria gonorrhoeae apresenta tropismo pelo 
epitélio colunar e transicional do trato geniturinário, além 
de ser capaz de infectar faringe, conjuntiva e articulações. 
TRANSMISSÃO 
A transmissão é por contato sexual ou perinatal. 
QUADRO CLÍNICO 
Geralmente assintomática. 
AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 
Nas mulheres sintomáticas, as principais queixas são 
corrimento vaginal, dor pélvica, dispareunia e disúria. 
AO EXAME ESPECULAR: colo uterino edemaciado com 
secreção mucopurulenta esbranquiçada, 
hiperemiado, sangrante, friável. 
Complicações: bartonilite, salpingite, DIP, na gestante 
prematuridade, retardo de crescimento intrauterino e 
febre puerperal. No RN, a principal manifestação clínica 
é a conjuntivite, podendo ocorrer septicemia, artrite, 
abcessos de couro cabeludo, pneumonia, meningite, 
endocardite e estomatite. 
No homem: uretrite gonocócica, se manifesta com disúria 
e secreção purulenta abundante. 
Outras manifestações possíveis: faringite, conjuntivite, 
acometimento retal, infecção meningocócica 
disseminada. 
DIAGNÓSTICO 
• Cultura: em meio seletivo (Thayer-Martin 
modificado) a partir da amostra cervical. 
• NAAT 
• Captura híbrida 
TRATAMENTO 
INFECÇÃO GENITAL NÃO COMPLICADA (uretra, colo do útero e reto) 
1ª escolha: CEFTRIAXONA: via oral, dose única + AZITROMICINA: 
via oral, 2 comprimidos, dose única. 
Alternativa: CIPROFLOXACINA: via oral, dose única + 
AZITROMICINA: via oral, 2 comprimidos, dose única. 
OBS: a ciprofloxacina é contraindicada em < 18 anos e 
gestantes. 
OBS: a azitromicina é associada pois é possível que não 
se faça a distinção com clamídia, dessa forma tratando as 
duas. 
Deve-se tratar o parceiro. 
INFECÇÃO NÃO COMPLICADA NA FARINGE 
CEFTRIAXONA: intramuscular, dose única + AZITROMICINA: via 
oral, 2 comprimidos, dose única. 
INFECÇÃO GONOCÓCICA DISSEMINADA 
CEFTRIAXONA: intramuscular ou endovenosa ao dia, por 
pelo menos 7 dias + AZITROMICINA: via oral, 2 
comprimidos, dose única. 
CONJUNTIVITE GONOCÓCICA DISSEMINADA 
CEFTRIAXONA: intramuscular dose única. 
Prevenção oftalmia neonatal: nitrato de prata a 1% 
(método de crede), aplicação única ao nascer. 
CONJUNTIVITE NEONATAL 
CEFTRIAXONA: intramuscular, 25-50mg/kg/dia. 
HERPES GENITAL 
AGENTE ETIOLÓGICO 
O agente etiológico é o herpes simples vírus (HSV), tipos 
1 e 2, que pertencem à família Herpesviridae. 
HSV-1 é a causa mais frequente das lesões orais. O HSV-
2 costuma ser encontrado nas lesões genitais, embora 
ambos os tipos possam causar herpes genital. 
EPIDEMIOLOGIA 
É a doença ulcerosa genital de maior prevalência e é uma 
infecção crônica. Sua importância em saúde pública 
reside na alta frequência, no alto risco de recorrência, em 
possíveis complicações, como a meningite asséptica, 
transmissão neonatal e, principalmente, pelo risco 
aumentado para a transmissão e aquisição do HIV. 
TRANSMISSÃO 
Contato sexual, inclusive orogenital, podendo ocorrer 
também pelo contato direto com lesões ou objetos 
contaminados. 
FISIOPATOLOGIA 
A infecção por HSV inicia-se com a fase aguda, onde há 
intensa replicação viral no local de contato. O vírus, 
então, se liga a células epiteliais e adentram nesta célula. 
O vírus penetra nas terminações dos nervos sensoriais e 
é transportado retrogradamente pelo axônio para as raízes 
dos gânglios dorsais, onde fica potencialmente latente 
por toda a vida, e por isso pode ser frequentemente 
reativado na mucosa e na pele. A reativação ocorre 
através do transporte axonal anterógrado viral para as 
células epiteliais. Ao atingir o destino, o vírus se replica 
e pode ser transmitido de forma assintomática ou 
manifestar suas ulcerações clássicas. 
QUADRO CLÍNICO 
HERPES GENITAL PRIMÁRIO 
A sintomatologia é variável, podendo cursar com 
ausência de sintomas. 
No local de inoculação surgem aumento da sensibilidade, 
formigamento, edema, ardor e prurido, antecedendo o 
aparecimento das lesões. Inicialmente, formam-se 
pápulas eritematosas. Após 1 a 3 dias transformam-se em 
vesículas dolorosas, que se rompem, formando 
ulcerações, posteriormente recobertas por crostas. 
Podem ocorrer sintomas gerais como mal-estar, febre, 
mialgia, cefaleia e frequentemente há linfadenopatia 
inguinal dolorosa bilateral. 
RECIDIVAS 
Após a infecção genital primária, podem ocorrer novos 
episódios nos primeiros 12 meses, por reativação dos 
vírus. 
Geralmente, os sinais e sintomas são menos intensos que 
os da primo-infecção, mais localizados. Há recorrência 
AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 
de pródromos característicos, por exemplo: aumento de 
sensibilidade no local, prurido, queimação, mialgias, e 
“fisgadas" nas pernas, quadris e região anogenital. 
Fatores desencadeantes: trauma mecânico, tensão 
emocional, doença sistêmica, alteração imune, 
menstruação, febre, exposição ao sol ou frio intenso, 
fadiga, estresse. 
HERPES NEONATAL 
É um quadro grave. A primo-infecção e as infecções 
recorrentes na gestação podem levar ao aborto 
espontâneo, parto prematuro, retardo de crescimento 
uterino e infecção neonatal (sobretudo se a primo-
infecção for adquirida nas últimas 12 semanas da 
gravidez). 
OBS: presença de herpes genital ativa é contraindicação 
para o parto normal. 
A infecção congênita é rara, podendo ocasionar 
meningoencefalite com retardo psicomotor, hidrocefalia, 
microcefalia e alta taxa de mortalidade. 
DIAGNÓSTICO 
Essencialmente clínico, a confirmação laboratorial deve 
ser realizada sempre que o diagnóstico clínico não for 
definitivo. 
Citologia: modificações citológicas sugestivas podem 
ser identificadas em esfregaços corados pelo Giemsa ou 
pelo método de Papanicolaou, que mostra células 
gigantes multinucleadas (células de Tzanck). 
Cultura: é o padrão ouro em pacientes que apresentam 
úlcera genital ou outra lesão mucocutânea. A 
sensibilidade deste teste diminui à medida que as lesões 
melhoram. 
Marcadores sorológicos: identifica o anticorpo 
específico para HSV-1 e 2 (IgG e IgM). Útil no 
diagnóstico da infecção primária. 
Colposcopia: para visualizações de lesões no colo. 
TRATAMENTO 
A terapia antiviral deve ser iniciada o mais rápido 
possível após o aparecimento da lesão. 
A dor pode ser aliviada com analgésicos e anti-
inflamatórios. O tratamento local consiste em lavar a 
lesão com soro fisiológico. O antibiótico tópico 
(neomicina) pode ser útil em de infecções secundárias. 
PRIMO-INFEÇÃO 
ACICLOVIR: 2 comprimidos, VO, 3x ao dia por 7 a 10 dias. 
RECIDIVA 
ACICLOVIR: 2 comprimidos, VO, 3x ao dia por 5 dias. 
OBS: ideal iniciar no período prodrômico. 
Em casos de 6 episódios ou mais por ano indica-se a 
terapia supressiva: aciclovir 2 comprimidos, VO, 2x ao 
dia, por até 6 meses, podendo ser prolongado até 2 anos. 
Gestantes: se a primo-infecção ocorreu na gestação ou se 
recidivas forem frequentes, pode-se utilizar terapia 
supressiva, a partir da 36º semana, com aciciclovir 3x ao 
dia. 
Imunossuprimidos: Aciclovir IV de 8/8hrs por 5 a 7 dias. 
DOENÇA INFLAMATÓRIA PELVICA 
CONCEITO 
Síndrome clínica secundária à ascensão de 
microrganismos da vagina e/ou endocérvice ao trato 
genital feminino, acometendo útero, tubas uterinas, 
ovários, superfície peritoneal e/ou estruturascontíguas ao 
trato genital superior. 
ETIOLOGIA 
 
EPIDEMIOLOGIA E FATORES DE RISCO 
• Idade de início da atividade sexual: os picos de 
incidência da doença acontecem entre 16-24 
anos (nessa idade o muco é mais fluido e a JEC 
frequentemente se exterioriza) 
• Tabagismo 
• ISTS (clamídia, gonorreia, tricomoníase). 
• Período menstrual (o colo se encontra mais 
aberto, o endométrio faz “sucção” e o 
corrimento se torna mais fluido) 
• Imunossupressão 
• Múltiplos parceiros sexuais 
• Uso do DIU (primeiras semanas pós colocação) 
• Episódios anteriores de DIP 
PATOGENIA 
É uma infecção do trato genital superior causada pela 
ascensão de microrganismos da endocérvice, infectando 
o endométrio. A endometrite que evolui para uma 
salpingite que leva a uma destruição do endossalpinge 
(membrana que reveste a trompa) com produção de 
exsudato purulento, resultando em pelviperitonite. Para 
proteger o abdome superior, as fímbrias se fecham, 
formando a piossalpinge (trompas uterinas cheias de pus) 
AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 
e, se houver o envolvimento do ovário, forma-se o 
abscesso tubo-ovariano. 
QUADRO CLÍNICO 
Dor na parte inferior do abdome, à mobilização do colo e 
à palpação dos anexos, febre, corrimento cervical e 
sangramento uterino anormal, em particular durante ou 
após a menstruação. Ocasionalmente, há dispareunia e 
disúria. 
A DIP por de N. gonorrhoeae é mais aguda e causa 
sintomas mais graves que a DIP por C. trachomatis. 
Complicações: 
Síndrome de Fitz-Hugh-Curtis (peri-hepatite que causa 
dor no hipocôndrio direito) pode resultar de salpingites 
agudas por gonococo ou clamídia. 
Abscesso tubo-ovariano: há dor, febre e sinais 
peritoneais, que podem ser graves. Uma massa anexial 
pode ser palpável, embora sensibilidade extrema possa 
limitar o exame. O abscesso pode se romper, causando 
sintomas cada vez mais graves e possivelmente choque 
séptico. 
Salpingite pode causar cicatrizes e adesões tubárias, que 
geralmente resultam em dor pélvica crônica, 
menstruação irregular, infertilidade e risco aumentado de 
gestação ectópica. 
DIAGNÓSTICO 
ANAMNESE 
Deve-se obter informações a respeito do número de 
parceiros, hábitos sexuais, método anticoncepcional, 
história anterior de DIP e tratamentos realizados. 
Para o diagnóstico clínico é necessário a presença de: 
3 critérios maiores + 1 critério menor 
OU 
1 critério elaborado 
CRITÉRIOS MAIORES/MÍNIMOS 
Dor no abdome inferior 
Dor à palpação de anexos 
Dor à mobilização do colo uterino 
CRITÉRIOS MENORES/ADICIONAIS 
Febre 
Secreção vaginal ou cervical anormal (mucopurulenta) 
Massa pélvica 
> 5 leucócitos por campo de imersão em material de 
endocérvice 
PCR ou VHS ↑ 
Comprovação laboratorial de infecção cervical por 
gonococo, clamídia ou micoplasmas 
CRITÉRIOS ELABORADOS/DEFINITIVOS 
Evidência histopatológica de endometrite 
Presença de abcesso tubo-ovariano ou de fundo de saco 
de Douglas em exames de imagem 
Laparoscopia com evidência de DIP 
EXAMES COMPLEMENTARES 
Hemograma: leucocitose com aumento do número de 
bastonetes. 
Ecografia: Pode revelar a ocorrência de líquido livre ou 
de coleções líquidas na pelve e avaliar a presença de 
abscesso tubovariano. 
US pélvica ou transvaginal: tubas uterinas cheias de 
material espesso, liquido livre na pelve e presença de 
abscesso tubo-ovarino 
Biopsia endometrial: evidencia de endometrite. 
Laparoscopia: padrão ouro – permite o diagnóstico e a 
coleta de material para cultura, evidencia a presença de 
hiperemia da superfície tubária, edema da parede tubária, 
exsudato purulento cobrindo a superfície tubária ou 
extravasando pela extremidade fimbriada. 
Bacterioscopia: presença dos germes aeróbicos e 
anaeróbicos no material obtido da endocérvice, do fundo 
de saco de Douglas ou das tubas uterinas quando a 
paciente for submetida à laparoscopia. 
Urina Rotina e Gram de gota: realizado para afastar o 
diagnóstico de infecção urinária. 
Dosagem de B-HCG: afasta o diagnóstico de gravidez 
ectópica; 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
Gravidez ectópica, apendicite aguda, torção e/ou ruptura 
de cistos ovarianos, endometriose e ITU. 
ESTADIAMENTO E CONDUTA 
Critérios para indicação de tratamento hospitalar: 
• Abcesso tubo-ovariano 
• Gravidez 
• Imunossupressão 
• Ausência de resposta clínica após 72 horas do 
início do tratamento com antibioticoterapia oral 
• Intolerância aos ATBS orais ou dificuldade de 
seguimento ambulatorial 
• Estado geral grave com náuseas, vômitos e febre 
• Dificuldade na exclusão de emergência 
cirúrgica (ex: apendicite, gravidez ectópica) 
TRATAMENTO 
TERAPIA AMBULATORIAL 
CEFTRIAXONA: intramuscular, dose única. + DOXICICLINA: via 
oral, 2x/dia por 14 dias + METRONIDAZOL: via oral, 2x/dia 
por 14 dias. 
I Endometrite e salpingite aguda 
sem irritação peritoneal 
Tratamento 
ambulatorial 
II Salpingite aguda com peritonite Tratamento hospitalar 
III Salpingite aguda com oclusão 
tubária ou abcesso tubo-ovariano 
Tratamento hospitalar 
IV Abscesso tubo-ovariano roto ou 
abcesso > 10 cm 
Tratamento hospitalar 
e cirúrgico 
AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 
OBS: como 2ª opção a ceftriaxona pode ser substituída 
por cefotaxima. 
TERAPIA HOSPITALAR 
CEFTRIAXONA: endovenosa, 1x/dia, por 14 dias. + 
DOXICICLINA: via oral, 2x/dia por 14 dias + METRONIDAZOL: 
endovenoso, 12/12hrs por 14 dias. 
A doxiciclina é contraindicada em gestantes. Nesse caso 
o indicado é a 2ª opção de tratamento: 
CLINDAMICINA: endovenosa, 3x/dia, por 14 dias. + 
GENTAMICINA: endovenosa ou intramuscular, 1x/dia por 14 
dias. 
Recomendações: 
• Abstenção de álcool durante 24 horas após o uso 
de metronidazol 
• Tratar os parceiros. 
TRATAMENTO CIRÚRGICO: laparoscopia ou laparotomia. 
Indicações: 
• Falta de resposta ao tratamento clínico 
• Presença de massa pélvica que persiste ou ↑ 
apesar do tratamento com antibióticos 
• Piora clínica da paciente 
• Suspeita de rotura do abscesso tubo-ovariano 
• Evidência de sangramento intraperitoneal 
secundário à erosão e rotura vascular pelo 
processo infeccioso 
SIGILO MÉDICO 
Art. 74. do Código de Ética Médica: É vedado ao 
médico revelar sigilo profissional relacionado a paciente 
menor de idade, inclusive a seus pais ou representantes 
legais, desde que o menor tenha capacidade de 
discernimento, salvo quando a não revelação possa 
acarretar dano ao paciente. 
PROBLEMA 5 
SÍFILIS 
É uma doença infecciosa, sistêmica, de evolução crônica, 
sujeita a surtos de agudização e períodos de latência. 
AGENTE ETIOLÓGICO 
Treponema pallidum- bactéria helicoidal (espiroqueta). 
CLASSIFICAÇÃO 
Sífilis adquirida recente (< 1 ano de evolução): primária, 
secundária e latente recente. 
Sífilis adquirida tardia (>1 ano de evolução): latente 
tardia e terciária. 
Sífilis congênita recente (casos diagnosticados até o 2º 
ano de vida). 
Sífilis congênita tardia (casos diagnosticados após o 2º 
ano de vida). 
TRANSMISSÃO 
Sexual ou vertical. 
Pela via sexual, ocorre através do contato direto com a 
lesão, que deve estar aberta e com presença de microrga-
nismos, como ocorre na lesão primária e em algumas 
manifestações secundárias da sífilis. Já as lesões cutâneas 
apresentam baixas risco de transmissão por conter 
poucos treponemas. Pacientes com sífilis latente também 
são considerados infecciosos. 
Gestantes que não foram tratadas ou tratadas inadequa-
damente, a sífilis pode ser transmitida para o feto, mais 
frequentemente intraútero (com taxa de transmissão de 
até 80%), embora a transmissão também possa ocorrer na 
passagem do feto pelo canal do parto. 
A transmissão por transfusão sanguínea, embora 
possível, é rara. 
QUADRO CLÍNICO 
SÍFILIS PRIMÁRIA (CANCRO DURO) 
Lesão genital ulcerada, quase sempre única, indolor, 
de bordos endurecidos, de fundo limpo e rica em 
treponemas, sem presença de exsudato. Apareceapós 1 
a 3 semanas após o contato sexual e dura cerca de 2 a 6 
semanas e desaparece espontaneamente. Além disso, 
pode ocorrer, associado à lesão, adenopatia satélite 
inguinal indolor, móvel e sem sinais flogísticos. 
SÍFILIS SECUNDÁRIA 
Pacientes com essa forma clínica podem não ter tido 
apresentação do cancro (assintomáticos) ou essa lesão ter 
passado despercebida. Suas manifestações ocorrem cerca 
de 4 a 8 semanas após o aparecimento do cancro. 
Caracteriza-se pela presença de lesões polimorfas 
cutaneomucosas, não ulceradas. 
Roséolas: pápulas ou lesões planas eritematosas que 
acometem principalmente o tronco, podendo formar 
exantema morbiliforme. 
Sifílides: pápulas eritemato-acastanhadas, lisas a 
princípio e, posteriormente, escamosas, que acometem a 
cavidade oral, genital, palmas das mãos e planta dos pés. 
Apresenta manifestações sistêmicas: 
Sintomas constitucionais: febre, cefaleia, mal-estar, 
anorexia, odinofagia, mialgias e perda de peso. 
Linfadenopatia generalizada: linfonodos palpáveis em 
região cervical posterior, axilar, inguinal e femoral, com 
consistência minimamente macia, firme e aspecto 
emborrachado. 
Alopecia: “devorada por traça”, devido ao padrão 
irregular de queda de cabelo. Pode ocorrer em região de 
DOENÇA DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA 
AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 
couro cabeludo, sobrancelhas ou barba e é reversível com 
o tratamento. 
Acometimentos gastrointestinais, renais e hepáticos 
também podem ocorrer. 
SÍFILIS LATENTE (RECENTE E TARDIA) 
É a forma da sífilis na qual não se observam sinais e 
sintomas clínicos e, portanto, tem o seu diagnóstico feito 
por meio de testes sorológicos. Sua duração é variável, e 
seu curso poderá ser interrompido por sinais e sintomas 
da forma secundária ou terciária. 
SÍFILIS TERCIÁRIA 
Sífilis cardiovascular: aortite com envolvimento do arco 
ascendente, resultando em aorta dilatada e regurgitação 
da valva aórtica. Relaciona-se esse distúrbio como 
consequência da vasculite, levando um enfraquecimento 
da parede da aorta. Apresenta-se com sopro 
assintomático ou insuficiência cardíaca esquerda. 
Aparecem tipicamente 15 a 30 anos após a infecção. 
Sífilis gomatória: Também chamado de Gummas. É mais 
raro, sendo um achado mais frequente em paciente 
infectados por HIV. Pode ocorrer em qualquer lugar, 
como pele, mucosas, ossos ou órgãos internos. 
Sífilis cutânea: as manifestações podem ser em forma de 
nódulos, tubérculos, placas nódulo-ulceradas ou 
tuberocircinadas e gomas. Podem ser solitárias ou em 
pequeno número, assimétricas, com pouca inflamação, 
endurecidas, com bordas demarcadas, policíclicas ou em 
formato de círculos, destrutivas, com tendência à cura 
central com extensão periférica, com formação de 
cicatrizes e hiperpigmentação periférica. 
Neurossífilis: paresia geral e tabes dorsalis, meningite 
aguda, goma do cérebro ou da medula, atrofia do nervo 
óptico, lesão do sétimo par craniano, paralisia geral e 
demência. 
SÍFILIS CONGÊNITA 
A taxa de transmissão vertical da sífilis, em mulheres não 
tratadas, é de 70 a 100%, nas fases primária e secundária 
da doença, reduzindo para 30% nas fases latente e 
terciária. 
 
 
DIAGNÓSTICO 
A triagem diagnóstica da sífilis deve ser realizada em 
pacientes: 
• Com sinais e sintomas de infecção, seja 
primária, secundária ou terciária. 
• Gestantes 
• Comportamento sexual de risco 
• HIV + 
Exames diretos: diagnóstico das lesões sifilíticas em 
atividade, como cancro duro, condiloma plano, sifílides 
e sífilis congênita precoce. 
• Microscopia de campo escuro: visualização dos 
treponemas. 
• Imunofluorescência direta 
Testes imunológicos: 
• VDRL: é um teste não treponêmico, que torna 
se positivo entre 4 a 6 semanas pós exposição. 
O seu resultado é dado em formas de diluição, 
quanto maior for a diluição em que ainda se 
detecta o anticorpo, mais positivo é o resultado. 
Após início do tratamento, os títulos caem 
progressivamente. 
• FTA-ABS: é um teste treponêmico, se torna 
positivo mais precocemente, cerca de alguns 
dias após o aparecimento do cancro duro, uma 
vez positivo, assim permanecerá, mesmo após a 
cura do paciente. 
TRATAMENTO 
SÍFILIS RECENTE (primária, secundária e latente recente) 
PENICILINA G BENZATINA: intramuscular, dose única. 
2ª opção- DOXICICLINA: via oral, 12/12 hrs, por 15 dias. 
SÍFILIS TARDIA (terciária, latente tardia) 
PENICILINA G BENZATINA: intramuscular, semanalmente, por 
3 semanas. 
AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 
2ª opção- DOXICICLINA: via oral, 12/12 hrs, por 30 dias. 
A doxiciclina é contraindicada em gestantes. 
ACOMPANHAMENTO: VDRL a cada 3 meses até completar 1 
ano (queda progressiva de 4 títulos a cada exame, 
demonstra evolução para a cura). Se for gestante o 
acompanhamento deve ser mensal. 
Recomendações: 
• Tratar o parceiro. 
• Testar para outras ISTS. 
NEUROSÍFILIS 
PENICILINA G CRISTALINA: endovenosa, 4/4 hrs, por 14 dias. 
2ª opção- CEFTRIAXONA: endovenosa, por 10 a 14 dias. 
ACOMPANHAMENTO: exame do líquor de 6 em 6 meses até a 
normalização. 
PROBLEMA 6 
PLANEJAMENTO FAMILIAR 
CONCEITO 
O planejamento familiar é um conjunto de ações 
regulamentadas por lei federal (1996), que garantem 
assistência à concepção e contracepção, visando o 
atendimento integral à saúde. 
É um direito sexual e reprodutivo que vai além da 
assistência à concepção e contracepção, deve assegurar o 
acesso ao pré natal, a assistência ao parto, ao puerpério e 
ao neonato, envolve também o controle de ISTS e o 
controle/prevenção dos cânceres de colo de útero, de 
mama, de próstata e de pênis. 
MÉTODOS CONTRACEPTIVOS 
A decisão deve levar em consideração: 
• A escolha da mulher, do homem ou do casal. 
• Características dos métodos (eficácia, efeitos 
secundários, aceitabilidade, disponibilidade, 
facilidade de uso, reversibilidade e proteção as ISTS). 
• Fatores individuais e situacionais (condições 
socioeconômicas, estado de saúde, fase da vida, 
características da personalidade da mulher e/ou do 
homem, comportamento sexual, aspirações 
reprodutivas e questões emocionais). 
CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE OMS 
 
MÉTODOS COMPORTAMENTAIS 
Têm baixa eficácia, dependem da motivação e 
aprendizado e não protegem contra ISTS. Devem ser 
ensinados por exemplo para situações em que a crença 
religiosa do casal não aceite outros métodos. Benefícios: 
ausência de efeitos sistêmicos e favorece o conhecimento 
da fisiologia reprodutiva. 
MÉTODO OGINO-KNAUS (RITMO, CALENDÁRIO OU TABELINHA) 
Baseia-se no fato de que a duração da 2ª fase do ciclo é 
constante. 
O cálculo do período fértil da mulher é feito pela análise 
de seu padrão menstrual prévio, durante 6 a 12 meses. 
Técnica de uso do método 
• Verificar a duração de cada ciclo, contando desde o 
1º dia da menstruação até o dia que antecede a 
menstruação seguinte (último dia do ciclo). 
• Verificar o ciclo mais curto e o mais longo. 
• Calcular a diferença entre eles. Se a diferença entre 
o ciclo mais longo e o mais curto for > 10 dias, a 
mulher não deve usar este método. 
EX: 
Ciclo mais curto: 25 – 18 = 7 
Ciclo mais longo: 34– 11 = 23 
Período de abstinência: entre o 7º e o 23º dia do ciclo. 
Desvantagens: não é indicada pós parto ou durante a 
amamentação, ou para adolescentes e mulheres na pré-
menopausa que estejam apresentando ciclos menstruais 
irregulares. Mulheres com ciclos muito curtos (<26 duas) 
ou muito longos (>32 dias) devem evitar estes métodos, 
por sua menor efetividade. 
TEMPERATURA BASAL CORPORAL 
Fundamenta-se nas alterações da temperatura basal que 
ocorrem na mulher ao longo do ciclo menstrual. Após a 
ovulação, ela ↑ ligeiramente (0,3-0,8 Cº), permanecendo 
nesse novo nível até a próxima menstruação. Este ↑ de 
temperatura é resultado da elevação dos níveis de 
progesterona, que tem um efeito termogênico, atuando no 
centrotermorregulador no hipotálamo. 
Período de abstinência: durante toda a 1ª fase do ciclo 
até o 4º dia de aumento da temperatura. 
Técnica de uso do método 
• A partir do 1º dia do ciclo, verificar diariamente a 
temperatura basal, pela manhã, antes de realizar 
qualquer atividade e após um período de repouso de 
no mínimo 5 horas. 
• Usar um termômetro comum para a medida da 
temperatura, mantendo sempre a mesma via durante 
o ciclo (oral – 5 minutos, retal- 3 minutos ou 
vaginal). 
Desvantagens: fatores podem interferir (estados 
infecciosos, insônia, estresse, mudanças de horário, 
AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 
álcool), a aferição diária acarreta ansiedade. O método 
não permite prever a ovulação, dificultando a 
contracepção nos dias que a precedem. 
MUCO CERVICAL OU BILLINGS 
Técnica de uso do método 
Observar, diariamente, a presença ou ausência de fluxo 
mucoso mediante sensação de secura ou umidade da 
vulva. 
• Início do ciclo: muco não é perceptível. 
• Muco perceptível, uma vez que é espesso e 
pegajoso. 
• Próximo à ovulação: muco torna-se elástico, 
transparente e escorregadio, parecido com clara 
de ovo. 
• Após ovulação: muco volta a ficar espesso, 
turvo e perde a distensibilidade. 
Período de abstinência: da percepção do muco (espesso 
e pegajoso) até o 4º dia após a percepção máxima de 
umidade. 
Desvantagens: envolve vários fatores subjetivos. A 
presença de uma infecção vaginal, por exemplo, 
influencia a percepção das características do muco. 
MÉTODO SINTO-TÉRMICO 
É a combinação entre as observações da temperatura 
basal + muco cervical + sinais indicativos (dor pélvica, 
mamas inchadas, enxaqueca, náusea, etc). 
EJACULAÇÃO EXTRAVAGINAL (COITO INTERROMPIDO) 
A interrupção da relação sexual antes da ejaculação 
requer grande controle por parte do homem, o que nem 
sempre acontece. Além disso, a ejaculação é precedida de 
liberação de líquido pré ejaculatório que pode conter 
espermatozoides de ejaculações prévias. 
MÉTODO DA LACTAÇÃO E AMENORREIA 
Pré-requisitos: amenorreia, aleitamento exclusivo e < 6 
meses do parto. 
Mecanismo de ação: inibição da ovulação pela ação da 
prolactina que inibe o GnRH. 
MÉTODOS DE BARREIRA 
Obstáculos mecânicos ou químicos à penetração dos 
espermatozóides no canal cervical. 
PRESERVATIVO MASCULINO 
É um envoltório de látex que deve ser colocado no pênis 
ereto, antes do início do ato sexual. Deve-se retirar o 
pênis logo após a ejaculação, evitando que seu conteúdo 
saia do reservatório com a diminuição da ereção. 
Mecanismo de ação: retém o esperma no preservativo. 
Vantagens: protege contra ISTS, não depende de controle 
médico, é de fácil acesso, ausência de efeitos sistêmicos. 
Desvantagens: pode ocorrer roturas e reações alérgicas. 
PRESERVATIVO FEMININO 
É um tubo com uma extremidade fechada e a outra aberta, 
acoplado a 2 anéis flexíveis. Um anel serve para ajudar 
na inserção e na fixação de preservativo no interior da 
vagina. O segundo anel serve como um reforço externo 
do preservativo que, quando corretamente colocado, 
cobre parte da vulva. 
Mecanismo de ação: retém o esperma no preservativo. 
Vantagens: pode ser colocada na vagina antes da 
penetração ou até 8 horas antes da relação sexual, protege 
contra ISTS, ausência de efeitos sistêmicos. 
Desvantagens: maior custo, provoca ruídos. 
DIAFRAGMA 
É um dispositivo circular flexível coberto por uma 
membrana de silicone ou látex. Pode ser associado a 
espermicidas. Pode ser inserido até 2h antes do ato sexual 
e sua remoção só deverá ser feita após 6-8 horas após – 
para garantir maior tempo de exposição do 
espermatozoide ao espermicida, mas deve ser removido 
dentro de 24 horas. 
O uso correto inclui urinar e lavar as mãos, inicialmente. 
Em seguida, colocar um pouco de espermicida dentro do 
diafragma e dobrá-lo a fim de introduzir em direção ao 
fundo da vagina. 
Não é descartável, podendo ser utilizado por até 3 anos, 
mas para isso é preciso que após a última relação sexual 
ele seja retirado para higienização e armazenamento de 
forma correta. 
Vantagens: proteção contra algumas ISTS, ausência de 
efeitos sistêmicos. 
Desvantagens: depende do médico para ser utilizado, 
pois é necessário avaliação do tamanho adequado, 
aumenta o risco de infecções genitourinárias, 
Contraindicações: alergia ao látex, história de síndrome 
de choque tóxico, história de doença valvular cardíaca 
complicada, virgens, infecções vaginais ou DIP, 
distopias ou alterações anatômicas. 
GELEIA ESPERMICIDA 
São substâncias químicas que recobrem a vagina e o colo 
do útero – principal: nonoxinol. Devem ser aplicados 
antes da relação sexual e são efetivos por 2h. 
Mecanismo de ação: imobilizando ou destruindo os 
espermatozoides por lesão da sua membrana celular 
Desvantagens: podem provocar microfissuras na mucosa 
vaginal, com aumento do risco de transmissão de HIV, 
pode causar reações alérgicas, não previne ISTS. 
Contraindicações: pacientes com HIV/AIDS ou elevado 
risco para infecção, pacientes com história recente de 
infecção genital. 
AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 
ESPONJA 
Constitui-se de poliuretano + espermicida. É descartável 
e de fácil colocação. Tem como principal limitação ao 
uso o custo. Pode ser utilizada por 24hrs. As 
contraindicações são as mesmas para o diafragma. 
MÉTODOS HORMONAIS 
São constituídos estrogênio + progesterona sintéticos ou 
somente progesterona. 
Mecanismo de ação: 
Combinados: promovem a anovulação através do 
bloqueio do eixo hipotálamo-hipofisário. Assim, 
suprimem o LH (progesterona inibe) e FSH (estrógeno 
inibe) basais e ↓ a capacidade da hipófise de secretar 
gonadotrofinas quando estimulada pelo GnRH. Além 
disso, tornam o muco cervical espesso, e provocam 
alterações no endométrio. 
Apenas progestogênios: promovem atrofia do 
endométrio e tornando o muco cervical mais espesso, 
alterando a motilidade tubária, inibem a ovulação em 15 
a 40% dos casos. 
ANTICONCEPCIONAIS ORAIS (ACOs) 
Combinado: existem 3 tipos de formulações contendo 
doses variadas de hormônios: 
• Monofásicas- mantêm a mesma dose hormonal 
durante todo o ciclo 
• Bifásicas ou trifásicas- variações na quantidade 
hormonal tentando mimetizar o ciclo. 
Modo de uso: 
A primeira cartela deve ser iniciada no 1º dia da 
menstruação. Existem cartelas com 21 (pausa de 7 dias), 
22 (pausa de 6 dias), 24 (pausa de 4 dias) e 28 (uso 
ininterrupto- os 4 últimos comprimidos são placebos). 
Durante a pausa ocorre o sangramento por privação 
hormonal. 
Em caso de esquecimento de 1 pílula: tomar a pílula 
esquecida assim que lembrar, tomar a pílula seguinte no 
horário regular, tomar o restante das pílulas 
regularmente, uma a cada dia. 
Em caso de esquecer 2 ou + pílulas: uso de preservativo 
ou evitar relações sexuais nos próximos 7 dias. Tomar 
uma pílula imediatamente. Contar quantas pílulas restam 
na cartela: 
 se restam >7: tomar o restante como de costume. 
 se restam <7: tomar o restante como de costume e 
iniciar uma nova cartela no dia seguinte após a 
última pílula da cartela, neste caso, a menstruação 
pode não ocorrer naquele ciclo. 
Efeitos adversos: Progestogênios: acne, ganho ponderal, 
depressão, ↓ da libido, etc. Estrogênios: náuseas, 
vômitos, mastalgia, cefaleia, edema, etc. 
Benefícios: regularizam o ciclo, promovem alivio da 
TPM, ↓ o risco de DIP, ↓ dismenorreia, previnem 
endometriose. 
Contraindicações: 
• Mutações trombogênicas 
• Amamentação < 6 meses pós parto 
• CA de mama 
• Uso de rifampicina ou anticonvulsivantes 
(fenitoína, carbamazepina, topiramato etc). 
• Tabagismo 
• Diabetes 
• Histórico de trombose venosa profunda ou 
tromboembolismo pulmonar 
• Histórico de AVE, IAM, cardiopatia valvar 
• Enxaqueca com aura em qualquer idade 
• Enxaqueca sem aura > 35 anos 
• Hepatite viral aguda 
• Cirrose 
• Tumor hepáticoMINIPÍLULAS 
Contêm apenas progestogênio em baixas doses. A 
ausência do componente estrogênico permite sua 
utilização em algumas situações em que há 
contraindicação ao uso desse esteroide: durante 
amamentação, HAS, coagulopatias e cardiopatias 
valvares, tabagista. São os anticoncepcionais orais mais 
indicados para a mulher que amamenta (a partir de 6 
semanas pós-parto), uma vez que sua eficácia menor 
pode ser compensada pelo efeito anticoncepcional da 
lactação. Modo de uso: contínuo. 
INJETÁVEIS 
Mensais: são combinados, a primeira injeção deve ser 
tomada até o 5º dia do início da menstruação e as 
seguintes, devem ser administradas a cada 30 dias. O 
retorno da fertilidade ocorre cerca de 4 meses após a 
interrupção do método. 
Trimestrais: exclusivamente de progestogênios. 
Administrar no 5º dia do início da menstruação e repetir 
a cada 3 meses. Neste caso, a mulher não menstrua. O 
retorno da fertilidade ocorre cerca de 6 meses após a 
interrupção do método. 
IMPLANTES SUBCUTÂNEOS 
Bastão de progestogênio, inserido no subcutâneo da face 
interna do braço. Duração de 3 anos (a mulher não 
menstrua). Liberação de microdoses diárias. Não há 
necessidade de períodos de “descanso” para inserir novo 
implante após a mulher ter usado o anterior por 3 anos. 
Inibe a ovulação, além de alterar o muco cervical. 
ADESIVOS TRANSDÉRMICOS 
3 adesivos 1 por semana. Fazer pausa na 4ª semana, 
quando ocorre o sangramento de escape. Pode ser 
colocado no braço, na barriga, nas costas ou nas nádegas, 
não deve ser colocado próximo à mama. 
AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 
ANEL VAGINAL COMBINADO 
Deve ser colocado dentro da vagina até o 5º dia do ciclo 
menstrual e lá permanecer por 3 semanas, fazer pausa de 
1 semana e colocar outro anel. Possui mesmo mecanismo 
de ação e contraindicações dos ACOs orais, porém 
menos efeitos adversos. 
DISPOSITIVO INTRAUTERINO 
Aparelho pequeno e flexível que é inserido dentro do 
útero, com ou sem adição de substancias metálicas ou 
hormonais. Podem ser classificados em duas categorias: 
DIUs não medicados: não contêm ou liberam 
substancias ativas, sendo unicamente de polietileno. 
DIUs medicados (ativos): além do polietileno, contêm 
substancias como metais (cobre) ou hormônios), que 
exercem ação bioquímica local, ↑ a eficácia 
anticonceptiva. 
Antes da inserção do DIU deve-se realizar um exame 
ginecológico detalhado e ultrassom endovaginal, afim de 
descartar a possibilidade de contraindicações. Após a 
inserção deve-se realizar o acompanhamento anual com 
ultrassonografia. 
Contraindicações: infecção ginecológica ativa, 
anormalidades anatômicas do útero, suspeita de gravidez, 
câncer de colo de útero ou de endométrio, SUA, 48h a 3 
semanas após o parto. OBS: CA de mama e de ovário 
são contraindicações para o SIU com levonorgestrel. 
A DIP associada ao DIU ocorre pouco tempo após a 
inserção, por conta de infecções preexistentes não 
diagnosticadas ou devido à técnica inadequada. 
DIU DE COBRE 
É feito de plástico, com filamento de cobre enrolado em 
sua haste vertical. Entre os DIUs de cobre, o mais 
utilizado é o Tcu 380A, com duração de 10 anos. Não há 
necessidade de período de descanso entre a troca de 
DIUs. É disponibilizado no SUS. 
Mecanismo de ação: a presença de um corpo estranho e 
de cobre na cavidade endometrial causa uma reação 
inflamatória no endométrio, causando mudanças 
bioquímicas e morfológicas no endométrio, com 
aumento da produção de prostaglandinas e inibição das 
enzimas endometriais, além de ter um efeito direto na 
motilidade espermática, reduzindo a capacidade de 
penetração no muco cervical. 
A melhor época para inserção é no período menstrual. 
A ovulação não é afetada em usuárias do DIU de cobre. 
Efeitos adversos: pode causar alterações no sangramento 
menstrual, como sangramento de escape, aumento do 
fluxo ou cólicas. 
Benefícios: longa duração, muito eficaz, não interfere nas 
relações sexuais, não apresentam efeitos colaterais do uso 
de hormônios, imediatamento reversível (a mulher pode 
engravidar imediatamente), pode ser inserido logo após o 
parto; 
SIU COM LEVONORGESTREL 
O sistema intrauterino de levonorgestrel consiste numa 
matriz de plástico em forma de T, contendo um 
reservatório de levonorgestrel, que libera progestágeno 
diariamente, diminuindo de forma gradual. Seu efeito 
contraceptivo perdura por 5 a 7 anos. 
Mecanismo de ação: devido aos níveis ↑ de 
levonorgestrel na cavidade uterina, ocorre inibição da 
síntese do receptor de estradiol no endométrio e efeito 
antiproliferativo, com atrofia endometrial e inibição da 
passagem do espermatozoide através da cavidade uterina. 
Torna o muco cervical espesso e hostil à penetração dos 
espermatozoides, inibindo a sua motilidade no colo, no 
endométrio e nas tubas uterinas, prevenindo a 
fertilização. Impede a resposta ao estradiol circulante. 
Mantêm a produção estrogênica, o que possibilita uma 
boa lubrificação vaginal – ação local 
Efeitos adversos: sangramento irregular, amenorreia, 
cefaleia, náuseas, depressão, acne, mastalgia, ganho de 
peso 
Benefícios: ↓ a quantidade de fluxo menstrual, previne 
anemia relacionada à menstruação, não altera a PA, 
promove o controle de menorragia. 
CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA 
Mecanismo de ação: 1ª fase do ciclo menstrual (antes da 
ovulação): altera o desenvolvimento dos folículos, 
impedindo a ovulação ou a retardando por vários dias 2ª 
fase do ciclo menstrual (após ovulação): altera o 
transporte dos espermatozoides e do óvulo nas trompas; 
modifica o muco cervical, tornando-o espesso e hostil, 
impedindo ou dificultando a migração dos 
espermatozoides. 
Método de levonorgestrel: 1 cp de 1,5mg ou 2 cps de 
0,75mg de uma só vez, até 5 dias após a relação sexual. 
2ª opção: 1 cp de 0,75mg de 12/12 horas, no total de 2 
comprimidos até 5 dias após a relação sexual. 
Método de yuzpe: pílula combinada em 2 doses a cada 
12h. Deve ser tomado em até 5 dias após relação. 
Indicações: 
• Relação sexual sem uso de anticoncepcional. 
• Falha ou esquecimento do uso de algum método: 
ruptura do preservativo, esquecimento de pílulas ou 
injetáveis, deslocamento do DIU ou do diafragma. 
• No caso de violência sexual, se a mulher não estiver 
usando nenhum método anticoncepcional. 
Efeitos secundários: Náuseas, Vômitos, Cefaleia, 
Mastalgia, Diarreia, Dor abdominal, Irregularidade 
menstrual. 
 
 
AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 5º PERÍODO 1/2022 
MÉTODOS CIRÚRGICOS 
Por serem métodos contraceptivos de caráter definitivo, 
deve-se levar em consideração a possibilidade de 
arrependimento da mulher ou do homem e o pouco 
acesso das pessoas às técnicas de reversão da cirurgia. 
Somente é permitida a esterilização voluntária nas 
seguintes situações: 
I – em homens ou mulheres com capacidade civil plena e 
maiores de 25 anos de idade ou, pelo menos, com 2 filhos 
vivos, desde que observado o prazo mínimo de 60 dias 
entre a manifestação da vontade e o ato cirúrgico, período 
no qual será propiciado à pessoa interessada acesso a 
serviço de regulação da fecundidade, incluindo 
aconselhamento por equipe multidisciplinar. 
II – risco à vida ou à saúde da mulher ou do futuro 
concepto, testemunhado em relatório e assinado por 2 
médicos. 
LAQUEADURA TUBÁRIA 
Pode ser feita por via abdominal, (por laparotomia ou 
videolaparoscopia) ou via vaginal (por colpotomia ou 
histeroscopia). A esterilização cirúrgica feminina durante 
os períodos de parto ou aborto ou até o 42º dia do pós-
parto ou aborto, é proibida por lei, exceto nos casos de 
comprovada necessidade. Essa restrição visa à ↓ da 
incidência de cesárea para procedimento de laqueadura. 
VASECTOMIA 
Consiste no bloqueio dos ductos deferentes, 
interrompendo o fluxo de espermatozoides. Realiza-se 
um espermograma após 3 meses do procedimento ou 
após 20 ejaculações, para avaliar

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