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DOENÇA ÓSSEO METABÓLICA EM JAGUATIRICA (Leopardus pardalis)- RELATO DE CASO

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DOENÇA ÓSSEO METABÓLICA EM JAGUATIRICA (Leopardus pardalis)- 
RELATO DE CASO 
Paulo Ricardo Mallmann (Bolsista de Extensão/UFMT) 
Sandra Helena Ramiro Corrêa (Orientador) Departamento de Clínica Médica Veterinária /UFMT 
Email: shrcorrea@uol.com.br 
Coloboradores: Thais Oliveira Morgado - Programa de Residência Uniprofissional 
HOVET/UFMT, Guilherme Vincolletto Kempe - Programa de Residência Uniprofissional 
HOVET/UFMT, Arielli Aline Quintino Zago Radio 
Dentre os distúrbios que geralmente comprometem a manutenção de filhotes de animais 
silvestres em cativeiro, os distúrbios de origem nutricional são comuns na criação artificial. A 
elaboração correta de dietas é sempre um desafio. Quadros de doenças ósseo metabólicas em 
diferentes graus são relatados com frequência entre carnívoros silvestres. Dietas 
desequilibradas na proporção cálcio e fósforo, além da deficiência de vitamina D, são o 
principal fator etiológico das diferentes osteodistrofias que acometem especialmente filhotes de 
crescimento rápido, que necessitam de um manejo alimentar muitas vezes pouco conhecido 
em cativeiro. O objetivo desse trabalho é descrever o caso de um filhote órfão de jaguatirica 
(Leopardus pardalis) macho, com idade aproximada de 3 meses, atendido no Setor de Animais 
Silvestres do HOVET/UFMT, pesando 1,870kg. O animal possuía um histórico de alimentação 
somente a base de carne bovina moída, sendo essa desequilibrada em nutrientes minerais e 
vitamínicos. Durante o período de internamento foi submetido à contenção química com 
Cetamina (10 mg/kg) e Midazolam (0,5 mg/kg), para avaliação clínica, incluindo um exame 
radiológico, onde foi constatada diminuição de densidade óssea em ossos longos de membros 
torácicos e pélvicos, e ossos da pelve. Esta primeira abordagem diagnóstica sugeriu a 
presença de desmineralização óssea e possível doença ósseo metabólica. Iniciou-se a 
correção da dieta com fornecimento de presa inteira (2 camundongos diários), coração e fígado 
bovinos na proporção de 70% e 30% respectivamente, e a quantidade total de carne foi 
calculada a partir de 7% do peso vivo aproximadamente, acrescidos de Aminomix pet® (500 
mg/kg) e suplementação por via oral de Cal-D-Mix® (1 ml/kg SID) e Glicopan gold® (0,5 ml/kg 
SID). Animal foi levado para banho de sol, após um salto, apresentou claudicação no membro 
posterior direito. Foi repetido o exame radiográfico e confirmou-se fratura transversal no terço 
final da diáfise do fêmur direito. Avaliando-se a condição do filhote quanto à fragilidade de 
parênquima ósseo e o tipo de fratura, optou-se por não submetê-lo a um procedimento 
cirúrgico para redução do segmento fraturado. A conduta terapêutica foi então direcionada para 
redução de seu espaço de movimentação, analgesia com Tramadol (2mg/kg IM BID), por 8 
dias consecutivos e ainda acrescentou-se a dieta, 500 mg de farinha de osso calcinada para 
cada 0,1 kg de carne bovina. Após 75 dias da fratura, o espécime, pesando 4,1kg, encontrava-
se normalmente em estação. O mesmo foi contido quimicamente, mantendo-se o mesmo 
protocolo anestésico, para reavaliação radiológica. A densidade óssea demonstrava-se 
aumentada em relação ao primeiro exame e já havia a formação de notável calo ósseo no 
ponto de fratura. Atualmente, o animal encontrasse saudável com aproximadamente 7 meses, 
pesando 6,3 kg. Portanto, dietas de animais carnívoros cativos baseadas em carne bovina 
sempre devem ser acrescidas de suplementos vitamínicos e minerais, pelo desequilíbrio de 
cálcio e fósforo. Porém, o ideal ainda continua sendo a alimentação com presas inteiras, as 
quais mais se assemelham com sua dieta em vida livre, como ratos, camundongos, cobaias, 
galinhas, codornas. 
Palavras chaves: descalcificação, osteodistrofia, fratura

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