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ASPECTOS PROCESSUAIS da FALÊNCIA Intensivo III Prof. Alexandre Gialluca 2010 Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 1 ASPECTOS PROCESSUAIS DA FALÊNCIA Alexandre Gialluca Quando se falou do instituto da falência falou se que é um processo de execução coletiva ou concursal, pois o credor faz o pedido de falência de um empresário ou de uma sociedade empresária que acarretará não só ao credor que fez o pedido, mas sim a todos os credores. I – LEGITIMIDADE ATIVA A fazenda pública pode ajuizar pedido de falência em face de um empresário ou sociedade empresária? O STJ discutiu o assunto e recentemente, contudo há duas correntes: 1ª corrente – não admite que a fazenda pública ajuíze um pedido de falência, isso com base na Ordem Ética, pois não pode o empresariado ser intimidado com ameaças de morte empresarial, já que o estado tem que apoiar a atividade empresarial, com base na Ordem Política, pois o estado ajuizando uma ação de falência convocaria o empresário a fazer um parcelamento sem discussão do crédito tributário, retirando do empresário o direito ao contraditório, e com base na ordem jurídica, pois cobraria um título emitido por ela mesma que é a CDA – Certidão da Dívida Ativa – contudo a falência é baseada em títulos emitidos pelo próprio devedor. Isso com base no art. 94, I da lei 11101/05 ASPECTOS PROCESSUAIS da FALÊNCIA Intensivo III Prof. Alexandre Gialluca 2010 Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 2 Art. 94, I da Lei 11101/05 Art. 94. Será decretada a falência do devedor que: I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência; 2ª corrente – admite pois protege o crédito público preservando a própria fazenda pública dos sonegadores de impostos. O art. 94, I da lei 1101/05 não é mais argumento, pois já há leis estaduais que admitem o protesto de CDA. RESP 363206 – NÃO é possível o pedido de falência por parte da fazenda pública, pois pode se valer da ação fiscal, com base no princípio da preservação da empresa. HIPOTESES DO PEDIDO DE FALÊNCIA Art. 94 da lei 11101/05 Art. 94. Será decretada a falência do devedor que: I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência; Esse crédito pode ser de um ou mais credores. ASPECTOS PROCESSUAIS da FALÊNCIA Intensivo III Prof. Alexandre Gialluca 2010 Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 3 II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo legal; Aqui temos a execução frustrada. III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial: a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou fraudulento para realizar pagamentos; b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar pagamentos ou fraudar credores, negócio simulado ou alienação de parte ou da totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não; c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo; d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a legislação ou a fiscalização ou para prejudicar credor; e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com bens livres e desembaraçados suficientes para saldar seu passivo; f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para pagar os credores, abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do local de sua sede ou de seu principal estabelecimento; ASPECTOS PROCESSUAIS da FALÊNCIA Intensivo III Prof. Alexandre Gialluca 2010 Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 4 g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação judicial. São os chamados atos de falência. § 1o Credores podem reunir-se em litisconsórcio a fim de perfazer o limite mínimo para o pedido de falência com base no inciso I do caput deste artigo. § 2o Ainda que líquidos, não legitimam o pedido de falência os créditos que nela não se possam reclamar. § 3o Na hipótese do inciso I do caput deste artigo, o pedido de falência será instruído com os títulos executivos na forma do parágrafo único do art. 9o desta Lei, acompanhados, em qualquer caso, dos respectivos instrumentos de protesto para fim falimentar nos termos da legislação específica. § 4o Na hipótese do inciso II do caput deste artigo, o pedido de falência será instruído com certidão expedida pelo juízo em que se processa a execução. § 5o Na hipótese do inciso III do caput deste artigo, o pedido de falência descreverá os fatos que a caracterizam, juntando-se as provas que houver e especificando-se as que serão produzidas. O credor que não possui crédito vencido pode ajuizar pedido de falência? Sim pode com base no art. 94, III da lei 11101/05, ou seja, se o devedor pratica atos de falência. Entretanto o credor pode pedir a falência em todas as hipóteses do artigo 94 da lei 11101/05, contudo ASPECTOS PROCESSUAIS da FALÊNCIA Intensivo III Prof. Alexandre Gialluca 2010 Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 5 não será com base no crédito dele credor e sim com base no crédito dos outros credores vencidos, podendo assim pedir uma certidão de protesto ou um objeto e pé. Ajuíza-se um pedido de falência e essa vai para o juiz que ordena a citação do devedor, contudo na lei de falência que foi revogada, lei 7661/45 no art. 11, §1º, dava a possibilidade de citação por edital. A nova lei de falência não trata do assunto e a doutrina entende que se aplica sim a citação por edital, já que a falência é uma execução coletiva, e o CPC no art. 231,I e II diz: Art. 231. Far-se-á a citação por edital: I - quando desconhecido ou incerto o réu; II - quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar; E a citação pelo correio na falência? O que se admite na execução individual se admite na execução coletiva e vice-versa, segundo o art. 222, d do CPC, não cabe citação pelo correio. Art. 222. A citação será feita pelo correio, para qualquer comarca do País, exceto: d) nos processos de execução; (Incluído pela Lei nº 8.710, de 24.9.1993) Ao ser citado o devedor pode apresentar CONTESTAÇÃO NO PRAZO DE 10 DIAS, segundo o art. 98 da lei 11101/05. ASPECTOS PROCESSUAIS da FALÊNCIA Intensivo III Prof. Alexandre Gialluca 2010 Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 6 Art. 98. Citado, o devedor poderá apresentar contestação no prazo de 10 (dez) dias. Parágrafo único. Nos pedidos baseados nos incisos I e II do caput do art. 94 desta Lei, o devedor poderá, no prazo da contestação, depositar o valor correspondente ao total do crédito, acrescido de correção monetária, juros e honorários advocatícios, hipótese em que a falência não será decretada e, caso julgado procedente o pedido de falência, o juiz ordenará o levantamento do valor pelo autor. A lei de falência no art. 94 admite o litisconsórcio entre os credores que podem juntar os seus créditos e ajuizar pedido de falência.Dessa forma o devedor ao contestar e ao prova que um dos credores não tem direito ao crédito o que se fazer? Decreta a falência? Não decreta a falência e sim extingue o processo com base no art. 267, IV do CPC. Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito: (Redação dada pela Lei nº 11.232, de 2005) IV - quando se verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo; É comum no processo falimentar o juiz forçar um acordo para não decretar a falência do empresário. Que se compromete a assumir a dívida e pagá-la e caso não o faça possa se pedir a falência do devedor constando isso em ata/termo de acordo, mesmo que não cumpra o acordo não se pode pedir a falência com base no art. 269, III do CPC. ASPECTOS PROCESSUAIS da FALÊNCIA Intensivo III Prof. Alexandre Gialluca 2010 Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 7 Art. 269. Haverá resolução de mérito: (Redação dada pela Lei nº 11.232, de 2005) III - quando as partes transigirem; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) As hipóteses de decretação de falência são estabelecidas por normas de ordem pública, que não admitem transação entre as partes, razão pela qual feito o acordo para pagamento parcelado do débito não se admite o decreto de quebra posterior, mesmo que tal possibilidade tenha constado do termo de acordo, pois o juiz não pode criar hipóteses de decretação de falência, já que a falência não é ação de cobrança. Houve o pedido de falência e o devedor foi citado. O devedor citado irá se manifestar e o juiz após essa manifestação irá proferir uma sentença declaratória. Quando profere a sentença o juiz deve pedir, segundo o art. 99, III da lei 11101/05: Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras determinações: III – ordenará ao falido que apresente, no prazo máximo de 5 (cinco) dias, relação nominal dos credores, indicando endereço, importância, natureza e classificação dos respectivos créditos, se esta já não se encontrar nos autos, sob pena de desobediência; Depois da sentença e junto com a declaração de credores o juiz publicará um edital. ASPECTOS PROCESSUAIS da FALÊNCIA Intensivo III Prof. Alexandre Gialluca 2010 Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 8 Quando o juiz decreta a falência de acordo com o art. 99, II da lei 11101/05, decide qual é o termo legal da falência. Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras determinações: II – fixará o termo legal da falência, sem poder retrotraí-lo por mais de 90 (noventa) dias contados do pedido de falência, do pedido de recuperação judicial ou do 1o (primeiro) protesto por falta de pagamento, excluindo-se, para esta finalidade, os protestos que tenham sido cancelados; É o que pode ser chamado de período suspeito ou período preliminar ou gestação de estado de falência, que é o lapso temporal que antecede a falência. Esse lapso é importante, pois os atos nele praticados forem os previstos no art. 129 da lei 11101/05 serão ineficazes. E se forem os atos do art. 130 serão atos revogáveis. AÇÃO REVOCATÓRIA ATOS INEFICAZES Art. 129. São ineficazes em relação à massa falida, tenha ou não o contratante conhecimento do estado de crise econômico-financeira do devedor, seja ou não intenção deste fraudar credores: É a INEFICÁCIA OBJETIVA, pois não se apura o “consilium fraudis” entre o devedor e com quem ele praticou o ato. O rol deste artigo é taxativo. ASPECTOS PROCESSUAIS da FALÊNCIA Intensivo III Prof. Alexandre Gialluca 2010 Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 9 I – o pagamento de dívidas não vencidas realizado pelo devedor dentro do termo legal, por qualquer meio extintivo do direito de crédito, ainda que pelo desconto do próprio título; O dinheiro pago deve ser devolvido a massa falida voltando ao estado anterior, recuperando em favor da massa os bens que saíram indevidamente do seu patrimônio. II – o pagamento, de dívidas vencidas e exigíveis, realizado dentro do termo legal, por qualquer forma que não seja a prevista pelo contrato; III – a constituição de direito real de garantia, inclusive a retenção, dentro do termo legal, tratando-se de dívida contraída anteriormente; se os bens dados em hipoteca forem objeto de outras posteriores, a massa falida receberá a parte que devia caber ao credor da hipoteca revogada; IV – a prática de atos a título gratuito, desde 2 (dois) anos antes da decretação da falência; V – a renúncia à herança ou a legado, até 2 (dois) anos antes da decretação da falência; VI – a venda ou transferência de estabelecimento feita sem o consentimento expresso ou o pagamento de todos os credores, a esse tempo existentes, não tendo restado ao devedor bens suficientes para solver o seu passivo, salvo se, no prazo de 30 (trinta) dias, não houver oposição dos credores, após serem devidamente notificados, judicialmente ou pelo oficial do registro de títulos e documentos; ASPECTOS PROCESSUAIS da FALÊNCIA Intensivo III Prof. Alexandre Gialluca 2010 Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 10 Ou paga todos os credores ou pede a autorização destes pra efetuar a venda do bem. VII – os registros de direitos reais e de transferência de propriedade entre vivos, por título oneroso ou gratuito, ou a averbação relativa a imóveis realizados após a decretação da falência, salvo se tiver havido prenotação anterior. Parágrafo único. A ineficácia poderá ser declarada de ofício pelo juiz, alegada em defesa ou pleiteada mediante ação própria ou incidentalmente no curso do processo. Que ação seria essa? R. -> ? ATOS REVOGÁVEIS Art. 130. São revogáveis os atos praticados com a intenção de prejudicar credores, provando-se o conluio fraudulento entre o devedor e o terceiro que com ele contratar e o efetivo prejuízo sofrido pela massa falida. Aqui tem o Consilium Fraudis devendo provar a intenção de prejudicar credores, é a INEFICÁCIA SUBJETIVA. Fábio Ulhoa Coelho diz que os casos do art. 130 são objeto da ação revocatório, mas os casos da ação dos casos do art. 129 é uma ação inominada, de acordo com o art. 132 todos da lei 11101/05. Art. 132. A ação revocatória, de que trata o art. 130 desta Lei, deverá ser proposta pelo administrador judicial, por qualquer credor ou pelo Ministério Público no prazo de 3 (três) anos contado da decretação da falência. ASPECTOS PROCESSUAIS da FALÊNCIA Intensivo III Prof. Alexandre Gialluca 2010 Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 11 Contudo não é essa a posição da doutrina majoritária, como Amador Paes de Almeida, que diz que é cabível a ação revocatória para ambos os casos do art. 129 e 130. É a tese dos MPE’s. A declaração de ineficácia e as ações revocatórias não visam a anular ou a desfazer atos praticados pelo devedor, mas tão somente torná- los sem efeito em relação à massa falida. Obs.: Professor Ricardo Negrão diz que se o devedor falido pagar os credores, alcançando a extinção de suas obrigações, os atos praticados terão plena eficácia em relação a ele por parte dos credores. Rubens Requião dizia que a ação revocatória não faz coisa julgada contra a massa falida. PROCESSAMENTO DA AÇÃO REVOCATÓRIA Essa ação é específica do processo falimentar, prevista expressamente. De acordo com o art. 134 da lei 11101/05 tem que obedecer o rito ordinário no juízo da falência. Art. 134. A ação revocatória correrá perante o juízo da falênciae obedecerá ao procedimento ordinário previsto na Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. Qual é a legitimidade ativa para essa ação? Antes da nova lei de falência só o síndico é que poderia ajuizar a ação e caso o síndico não ajuizasse o credor poderia fazê-lo de forma subsidiária. Agora com a nova lei além do administrador judicial, o ASPECTOS PROCESSUAIS da FALÊNCIA Intensivo III Prof. Alexandre Gialluca 2010 Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 12 credor pode a qualquer tempo ajuizar tal ação e o membro do MP também pode ajuizar tal ação. Art. 132 da lei 11101/05. Art. 132. A ação revocatória, de que trata o art. 130 desta Lei, deverá ser proposta pelo administrador judicial, por qualquer credor ou pelo Ministério Público no prazo de 3 (três) anos contado da decretação da falência. Quem que figura como réu dessa ação revocatória? Essa ação vai ser ajuizada contra todos os que figuraram no ato que vai ser declarado ineficaz ou revogado. Pode ser ajuizada contra todos os herdeiros ou legatários das pessoas retro-citadas. Pode ser contra os terceiros adquirentes se estes tiveram conhecimento da intenção de fraudar credores. Art. 133 da lei 11101/05. Art. 133. A ação revocatória pode ser promovida: I – contra todos os que figuraram no ato ou que por efeito dele foram pagos, garantidos ou beneficiados; II – contra os terceiros adquirentes, se tiveram conhecimento, ao se criar o direito, da intenção do devedor de prejudicar os credores; III – contra os herdeiros ou legatários das pessoas indicadas nos incisos I e II do caput deste artigo. PRAZO Antes o prazo era de 01 ano da decretação da falência. Agora o prazo é de 03 anos contados da decretação da falência. Art. 132 da lei 11101/05. ASPECTOS PROCESSUAIS da FALÊNCIA Intensivo III Prof. Alexandre Gialluca 2010 Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 13 Art. 132. A ação revocatória, de que trata o art. 130 desta Lei, deverá ser proposta pelo administrador judicial, por qualquer credor ou pelo Ministério Público no prazo de 3 (três) anos contado da decretação da falência. O juiz proferirá uma sentença que terá como recurso a apelação. Art. 135, parágrafo único da lei 11101/05. ART. 135, Parágrafo único. Da sentença cabe apelação. Para o professor Amador Paes de Almeida se a ação revocatória tiver fundamento nos casos do art. 129 não terá efeito suspensivo, já no caso do art. 130 terá os efeitos suspensivo e devolutivo. DIREITOS DE TERCEIROS CONTRA O FALIDO NAS HIPOTESES DE INEFICÁCIA. ART. 136 da lei 11101/05. Art. 136. Reconhecida a ineficácia ou julgada procedente a ação revocatória, as partes retornarão ao estado anterior, e o contratante de boa-fé terá direito à restituição dos bens ou valores entregues ao devedor. § 1o Na hipótese de securitização de créditos do devedor, não será declarada a ineficácia ou revogado o ato de cessão em prejuízo dos direitos dos portadores de valores mobiliários emitidos pelo securitizador. § 2o É garantido ao terceiro de boa-fé, a qualquer tempo, propor ação por perdas e danos contra o devedor ou seus garantes. ASPECTOS PROCESSUAIS da FALÊNCIA Intensivo III Prof. Alexandre Gialluca 2010 Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 14 DIFERENÇAS AÇÃO REVOCATÓRIA AÇÃO PAULIANA Só está prevista no processo falimentar. É ação civil. Busca a ineficácia objetiva ou subjetiva do ato em relação a massa falida. Busca a nulidade do ato. O autor pode ser o credor, mas pode ser o membro do MP ou o administrador judicial. O autor da ação é sempre o credor. ARRECADAÇÃO DOS BENS EM POSSE DO FALIDO Pedido de restituição é uma medida de desintegração da massa falida, ou seja, retira da massa falida bens que não são da massa falida. Há 05 hipóteses que permitem a restituição: 1ª hipótese está no Art. 85 caput da lei 11101/05. Art. 85. O proprietário de bem arrecadado no processo de falência ou que se encontre em poder do devedor na data da decretação da falência poderá pedir sua restituição. É uma ação judicial, 2ª hipótese está no art. 85, parágrafo único da lei 11101/05. O prazo aqui estipulado é da efetiva entrega. Súm. 193 do STF. ASPECTOS PROCESSUAIS da FALÊNCIA Intensivo III Prof. Alexandre Gialluca 2010 Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 15 Art. 85, Parágrafo único. Também pode ser pedida a restituição de coisa vendida a crédito e entregue ao devedor nos 15 (quinze) dias anteriores ao requerimento de sua falência, se ainda não alienada. Súmula 193 - PARA A RESTITUIÇÃO PREVISTA NO ART. 76, § 2º, DA LEI DE FALÊNCIAS, CONTA-SE O PRAZO DE QUINZE DIAS DA ENTREGA DA COISA E NÃO DA SUA REMESSA. 3ª hipótese está no decreto lei 911/69 no art. 7º trata da propriedade fiduciária. Art. 7º Na falência do devedor alienante, fica assegurado ao credor ou proprietário fiduciário o direito de pedir, na forma prevista na lei, a restituição do bem alienado fiduciariamente. 4ª hipótese está na lei 4728/65 no seu art. 75, §3º. Art. 75. O contrato de câmbio, desde que protestado por oficial competente para o protesto de títulos, constitui instrumento bastante para requerer a ação executiva. § 3º No caso de falência ou concordata, o credor poderá pedir a restituição das importâncias adiantadas, a que se refere o parágrafo anterior. 5ª hipótese está no art. 136, §2º da lei 11101/05. Art. 136. Reconhecida a ineficácia ou julgada procedente a ação revocatória, as partes retornarão ao estado anterior, e o contratante de boa-fé terá direito à restituição dos bens ou valores entregues ao devedor. ASPECTOS PROCESSUAIS da FALÊNCIA Intensivo III Prof. Alexandre Gialluca 2010 Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 16 § 2o É garantido ao terceiro de boa-fé, a qualquer tempo, propor ação por perdas e danos contra o devedor ou seus garantes. Na prova da AGU foi perguntado sobre a restituição em dinheiro. Art. 86 da lei 11101/05. Art. 86. Proceder-se-á à restituição em dinheiro: I – se a coisa não mais existir ao tempo do pedido de restituição, hipótese em que o requerente receberá o valor da avaliação do bem, ou, no caso de ter ocorrido sua venda, o respectivo preço, em ambos os casos no valor atualizado; II – da importância entregue ao devedor, em moeda corrente nacional, decorrente de adiantamento a contrato de câmbio para exportação, na forma do art. 75, §§ 3o e 4o, da Lei no 4.728, de 14 de julho de 1965, desde que o prazo total da operação, inclusive eventuais prorrogações, não exceda o previsto nas normas específicas da autoridade competente; III – dos valores entregues ao devedor pelo contratante de boa-fé na hipótese de revogação ou ineficácia do contrato, conforme disposto no art. 136 desta Lei. Parágrafo único. As restituições de que trata este artigo somente serão efetuadas após o pagamento previsto no art. 151 desta Lei. Súmula 417 do STF. Súmula 417 - PODE SER OBJETO DE RESTITUIÇÃO, NA FALÊNCIA, DINHEIRO EM PODER DO FALIDO, RECEBIDO EM ASPECTOS PROCESSUAIS da FALÊNCIA Intensivo III Prof. Alexandre Gialluca 2010 Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 17 NOME DE OUTREM, OU DO QUAL, POR LEI OU CONTRATO, NÃO TIVESSE ELE A DISPONIBILIDADE. São 4 hipóteses em que haverá restituição em dinheiro: 1ª hipótese – quando o bem na posse do falido objeto do pedido de restituição é dinheiro. Ex.: Art. 51 da lei 8212/91. Art. 51. O crédito relativo a contribuições, cotas e respectivos adicionais ou acréscimosde qualquer natureza arrecadados pelos órgãos competentes, bem como a atualização monetária e os juros de mora, estão sujeitos, nos processos de falência, concordata ou concurso de credores, às disposições atinentes aos créditos da União, aos quais são equiparados. Parágrafo único. O Instituto Nacional do Seguro Social-INSS reivindicará os valores descontados pela empresa de seus empregados e ainda não recolhidos. 2ª hipótese – se o adiantamento feito ao exportador foi em dinheiro então vai ter a restituição em dinheiro. 3ª hipótese – o contratante de boa-fé que paga quantia em dinheiro. 4ª hipótese – quando a coisa a ser restituída não mais existir. Se o bem já foi vendido vai ser restituído o valor da venda e não o valor do bem, mas se o bem deteriorar vai ser o valor de avaliação. Como que é feito esse pagamento da restituição? Art. 86. Proceder-se-á à restituição em dinheiro: ASPECTOS PROCESSUAIS da FALÊNCIA Intensivo III Prof. Alexandre Gialluca 2010 Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 18 I – se a coisa não mais existir ao tempo do pedido de restituição, hipótese em que o requerente receberá o valor da avaliação do bem, ou, no caso de ter ocorrido sua venda, o respectivo preço, em ambos os casos no valor atualizado; II – da importância entregue ao devedor, em moeda corrente nacional, decorrente de adiantamento a contrato de câmbio para exportação, na forma do art. 75, §§ 3o e 4o, da Lei no 4.728, de 14 de julho de 1965, desde que o prazo total da operação, inclusive eventuais prorrogações, não exceda o previsto nas normas específicas da autoridade competente; III – dos valores entregues ao devedor pelo contratante de boa-fé na hipótese de revogação ou ineficácia do contrato, conforme disposto no art. 136 desta Lei. Parágrafo único. As restituições de que trata este artigo somente serão efetuadas após o pagamento previsto no art. 151 desta Lei. Art. 87. O pedido de restituição deverá ser fundamentado e descreverá a coisa reclamada. § 1o O juiz mandará autuar em separado o requerimento com os documentos que o instruírem e determinará a intimação do falido, do Comitê, dos credores e do administrador judicial para que, no prazo sucessivo de 5 (cinco) dias, se manifestem, valendo como contestação a manifestação contrária à restituição. § 2o Contestado o pedido e deferidas as provas porventura requeridas, o juiz designará audiência de instrução e julgamento, se necessária. ASPECTOS PROCESSUAIS da FALÊNCIA Intensivo III Prof. Alexandre Gialluca 2010 Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 19 § 3o Não havendo provas a realizar, os autos serão conclusos para sentença. Art. 88. A sentença que reconhecer o direito do requerente determinará a entrega da coisa no prazo de 48 (quarenta e oito) horas. Parágrafo único. Caso não haja contestação, a massa não será condenada ao pagamento de honorários advocatícios. Art. 89. A sentença que negar a restituição, quando for o caso, incluirá o requerente no quadro-geral de credores, na classificação que lhe couber, na forma desta Lei. Art. 90. Da sentença que julgar o pedido de restituição caberá apelação sem efeito suspensivo. Parágrafo único. O autor do pedido de restituição que pretender receber o bem ou a quantia reclamada antes do trânsito em julgado da sentença prestará caução. Art. 91. O pedido de restituição suspende a disponibilidade da coisa até o trânsito em julgado. Parágrafo único. Quando diversos requerentes houverem de ser satisfeitos em dinheiro e não existir saldo suficiente para o pagamento integral, far-se-á rateio proporcional entre eles. Art. 92. O requerente que tiver obtido êxito no seu pedido ressarcirá a massa falida ou a quem tiver suportado as despesas de conservação da coisa reclamada. ASPECTOS PROCESSUAIS da FALÊNCIA Intensivo III Prof. Alexandre Gialluca 2010 Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 20 Art. 93. Nos casos em que não couber pedido de restituição, fica resguardado o direito dos credores de propor embargos de terceiros, observada a legislação processual civil. Art. 149. Realizadas as restituições, pagos os créditos extraconcursais, na forma do art. 84 desta Lei, e consolidado o quadro-geral de credores, as importâncias recebidas com a realização do ativo serão destinadas ao pagamento dos credores, atendendo à classificação prevista no art. 83 desta Lei, respeitados os demais dispositivos desta Lei e as decisões judiciais que determinam reserva de importâncias. § 1o Havendo reserva de importâncias, os valores a ela relativos ficarão depositados até o julgamento definitivo do crédito e, no caso de não ser este finalmente reconhecido, no todo ou em parte, os recursos depositados serão objeto de rateio suplementar entre os credores remanescentes. § 2o Os credores que não procederem, no prazo fixado pelo juiz, ao levantamento dos valores que lhes couberam em rateio serão intimados a fazê-lo no prazo de 60 (sessenta) dias, após o qual os recursos serão objeto de rateio suplementar entre os credores remanescentes. Art. 150. As despesas cujo pagamento antecipado seja indispensável à administração da falência, inclusive na hipótese de continuação provisória das atividades previstas no inciso XI do caput do art. 99 desta Lei, serão pagas pelo administrador judicial com os recursos disponíveis em caixa. ASPECTOS PROCESSUAIS da FALÊNCIA Intensivo III Prof. Alexandre Gialluca 2010 Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 21 Art. 151. Os créditos trabalhistas de natureza estritamente salarial vencidos nos 3 (três) meses anteriores à decretação da falência, até o limite de 5 (cinco) salários-mínimos por trabalhador, serão pagos tão logo haja disponibilidade em caixa. Ordem de pagamento em dinheiro da lei 11101/05. 1º art. 150 2º art. 151 3º as restituições 4º créditos extraconcursais 5º art. 83 Se for bem obedece a regra do art. 88 da lei 11101/05. HABILITAÇÃO DE CRÉDITO Se não houver sido relacionado o nome do credor na declaração de credor este terá prazo de 15 dias para fazer um pedido administrativo ao administrador judicial, não necessitando de advogado e não tem custa processual. Após a nova declaração de credores pode ou não haver ação de impugnação. Se não houver a nova lista de declaração será o quadro geral de credores, mas se houver a impugnação só haverá o quadro geral quando se julgar a última impugnação. O crédito habilitado fora do prazo será chamado de retardatária e funcionará como ação de impugnação se for ajuizada até a homologação. Por isso tem que se valer de advogado com ASPECTOS PROCESSUAIS da FALÊNCIA Intensivo III Prof. Alexandre Gialluca 2010 Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 22 capacidade postulatória e deve pagar custas, posto que se trata de ação. Art. 10. Não observado o prazo estipulado no art. 7o, § 1o, desta Lei, as habilitações de crédito serão recebidas como retardatárias. § 1o Na recuperação judicial, os titulares de créditos retardatários, excetuados os titulares de créditos derivados da relação de trabalho, não terão direito a voto nas deliberações da assembléia-geral de credores. § 2o Aplica-se o disposto no § 1o deste artigo ao processo de falência, salvo se, na data da realização da assembléia-geral, já houver sido homologado o quadro-geral de credores contendo o crédito retardatário. § 3o Na falência, os créditos retardatários perderão o direito a rateios eventualmente realizados e ficarão sujeitos ao pagamentode custas, não se computando os acessórios compreendidos entre o término do prazo e a data do pedido de habilitação. § 4o Na hipótese prevista no § 3o deste artigo, o credor poderá requerer a reserva de valor para satisfação de seu crédito. § 5o As habilitações de crédito retardatárias, se apresentadas antes da homologação do quadro-geral de credores, serão recebidas como impugnação e processadas na forma dos arts. 13 a 15 desta Lei. § 6o Após a homologação do quadro-geral de credores, aqueles que não habilitaram seu crédito poderão, observado, no que couber, o procedimento ordinário previsto no Código de Processo Civil, ASPECTOS PROCESSUAIS da FALÊNCIA Intensivo III Prof. Alexandre Gialluca 2010 Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 23 requerer ao juízo da falência ou da recuperação judicial a retificação do quadro-geral para inclusão do respectivo crédito. Art. 11. Os credores cujos créditos forem impugnados serão intimados para contestar a impugnação, no prazo de 5 (cinco) dias, juntando os documentos que tiverem e indicando outras provas que reputem necessárias. Art. 12. Transcorrido o prazo do art. 11 desta Lei, o devedor e o Comitê, se houver, serão intimados pelo juiz para se manifestar sobre ela no prazo comum de 5 (cinco) dias. Parágrafo único. Findo o prazo a que se refere o caput deste artigo, o administrador judicial será intimado pelo juiz para emitir parecer no prazo de 5 (cinco) dias, devendo juntar à sua manifestação o laudo elaborado pelo profissional ou empresa especializada, se for o caso, e todas as informações existentes nos livros fiscais e demais documentos do devedor acerca do crédito, constante ou não da relação de credores, objeto da impugnação. Art. 13. A impugnação será dirigida ao juiz por meio de petição, instruída com os documentos que tiver o impugnante, o qual indicará as provas consideradas necessárias. Parágrafo único. Cada impugnação será autuada em separado, com os documentos a ela relativos, mas terão uma só autuação as diversas impugnações versando sobre o mesmo crédito. Art. 14. Caso não haja impugnações, o juiz homologará, como quadro-geral de credores, a relação dos credores constante do edital ASPECTOS PROCESSUAIS da FALÊNCIA Intensivo III Prof. Alexandre Gialluca 2010 Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 24 de que trata o art. 7o, § 2o, desta Lei, dispensada a publicação de que trata o art. 18 desta Lei. Art. 15. Transcorridos os prazos previstos nos arts. 11 e 12 desta Lei, os autos de impugnação serão conclusos ao juiz, que: I – determinará a inclusão no quadro-geral de credores das habilitações de créditos não impugnadas, no valor constante da relação referida no § 2o do art. 7o desta Lei; II – julgará as impugnações que entender suficientemente esclarecidas pelas alegações e provas apresentadas pelas partes, mencionando, de cada crédito, o valor e a classificação; III – fixará, em cada uma das restantes impugnações, os aspectos controvertidos e decidirá as questões processuais pendentes; IV – determinará as provas a serem produzidas, designando audiência de instrução e julgamento, se necessário. Art. 16. O juiz determinará, para fins de rateio, a reserva de valor para satisfação do crédito impugnado. Parágrafo único. Sendo parcial, a impugnação não impedirá o pagamento da parte incontroversa. Art. 17. Da decisão judicial sobre a impugnação caberá agravo. Parágrafo único. Recebido o agravo, o relator poderá conceder efeito suspensivo à decisão que reconhece o crédito ou determinar a inscrição ou modificação do seu valor ou classificação no quadro- geral de credores, para fins de exercício de direito de voto em assembléia-geral. ASPECTOS PROCESSUAIS da FALÊNCIA Intensivo III Prof. Alexandre Gialluca 2010 Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 25 Art. 18. O administrador judicial será responsável pela consolidação do quadro-geral de credores, a ser homologado pelo juiz, com base na relação dos credores a que se refere o art. 7o, § 2o, desta Lei e nas decisões proferidas nas impugnações oferecidas. Parágrafo único. O quadro-geral, assinado pelo juiz e pelo administrador judicial, mencionará a importância e a classificação de cada crédito na data do requerimento da recuperação judicial ou da decretação da falência, será juntado aos autos e publicado no órgão oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, contado da data da sentença que houver julgado as impugnações. Caso o juiz já tenha homologado o quadro geral o credor que ficou de fora terá que ajuizar uma ação de retificação. Art. 19 da lei 11101/05. Art. 19. O administrador judicial, o Comitê, qualquer credor ou o representante do Ministério Público poderá, até o encerramento da recuperação judicial ou da falência, observado, no que couber, o procedimento ordinário previsto no Código de Processo Civil, pedir a exclusão, outra classificação ou a retificação de qualquer crédito, nos casos de descoberta de falsidade, dolo, simulação, fraude, erro essencial ou, ainda, documentos ignorados na época do julgamento do crédito ou da inclusão no quadro-geral de credores. § 1o A ação prevista neste artigo será proposta exclusivamente perante o juízo da recuperação judicial ou da falência ou, nas hipóteses previstas no art. 6o, §§ 1o e 2o, desta Lei, perante o juízo que tenha originariamente reconhecido o crédito. ASPECTOS PROCESSUAIS da FALÊNCIA Intensivo III Prof. Alexandre Gialluca 2010 Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 26 § 2o Proposta a ação de que trata este artigo, o pagamento ao titular do crédito por ela atingido somente poderá ser realizado mediante a prestação de caução no mesmo valor do crédito questionado. Art. 20. As habilitações dos credores particulares do sócio ilimitadamente responsável processar-se-ão de acordo com as disposições desta Seção. PEDIDO JUIZ CITAÇAO MANIFESTAÇAO SENTENÇA DECLARATÓRIA ART. 99,II pedido de restituição. RELACAO DECREDORES EDITAL 3 ANOS PARA A ACÃO REVOCATÓRIA EM 15 DIAS DO EDITAL ART. 7º, §1º FALA DA HABILITAÇÃO DOS CRÉDITOS ASPECTOS PROCESSUAIS da FALÊNCIA Intensivo III Prof. Alexandre Gialluca 2010 Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 27 QUE NÃO ESTÁ NA RELAÇÃO DE CREDORES. É UM PEDIDO ADMINISTRATIVO. NOVA RELAÇÃO DE CREDORES PRAZO DE 10 DIAS AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO ART. 8º ART. 7, §2º EM FACE DA NOVA LISTA QUADRO GERAL DE CREDORES CASO NÃO TENHA IMPUGNAÇÃO. SÓ TERÁ QUADRO GERAL DE CREDORES SÓ DEPOIS DE O JUIZ JULGAR A ÚLTIMA IMPUGNAÇÃO, QUANDO HOMOLOGARÁ O QUADRO. AÇÃO RENOVATÓRIA ASPECTOS PROCESSUAIS da FALÊNCIA Intensivo III Prof. Alexandre Gialluca 2010 Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 28 I - Quando o empresário se estabelece em determinado em imóvel a proteção ao estabelecimento comercial se dá através da Ação Renovatória, que dá a renovação compulsória do contrato de locação comercial, quando o locador não quer renovar o contrato de locação. Ponto comercial é o local específico em que o empresário ou a sociedade empresária se encontra, nele se estabelecendo. A natureza jurídica é: - na ação revisional é de rito sumario; - na ação de despejo é de rito ordinário;e - NA AÇÃO RENOVATÓRIA O RITO É O ORDINÁRIO, posição defendida por Fábio Ulhoa e Maria Helena Diniz. Para que o empresário possa ajuizar essa ação tem que preencher todos os requisitos da lei 8245/91 no art. 51. Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário terá direito a renovação do contrato, por igual prazo, desde que, cumulativamente: I - o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com prazo determinado; II - o prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos dos contratos escritos seja de cinco anos; III - o locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e ininterrupto de três anos. ASPECTOS PROCESSUAIS da FALÊNCIA Intensivo III Prof. Alexandre Gialluca 2010 Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 29 1º O direito assegurado neste artigo poderá ser exercido pelos cessionários ou sucessores da locação; no caso de sublocação total do imóvel, o direito a renovação somente poderá ser exercido pelo sublocatário. 2º Quando o contrato autorizar que o locatário utilize o imóvel para as atividades de sociedade de que faça parte e que a esta passe a pertencer o fundo de comércio, o direito a renovação poderá ser exercido pelo locatário ou pela sociedade. 3º Dissolvida a sociedade comercial por morte de um dos sócios, o sócio sobrevivente fica sub - rogado no direito a renovação, desde que continue no mesmo ramo. 4º O direito a renovação do contrato estende - se às locações celebradas por indústrias e sociedades civis com fim lucrativo, regularmente constituídas, desde que ocorrentes os pressupostos previstos neste artigo. 5º Do direito a renovação decai aquele que não propuser a ação no interregno de um ano, no máximo, até seis meses, no mínimo, anteriores à data da finalização do prazo do contrato em vigor. Dessa forma a locação tem que ser não residencial com finalidade de lucro, para Silvio Venosa diz que qualquer profissional liberal, art. 966, parágrafo único do CC/2002, pode ter direito a ação renovatória. A locação do art. 55 da lei 8245/91 é não residencial e mesmo assim não vai ter direito a ajuizar a ação renovatória. CC - Art. 966, Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou ASPECTOS PROCESSUAIS da FALÊNCIA Intensivo III Prof. Alexandre Gialluca 2010 Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 30 artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. Lei 8245/91 - Art. 55. Considera - se locação não residencial quando o locatário for pessoa jurídica e o imóvel, destinar - se ao uso de seus titulares, diretores, sócios, gerentes, executivos ou empregados. II - REQUISITOS CUMULATIVOS DA AÇÃO RENOVATÓRIA: - O contrato no art. 51, I da lei 8245/91 diz que o contrato tem que ser escrito e com prazo determinado, ou seja, o contrato verbal não dá direito a ação renovatória e o contrato com prazo indeterminado também não dá esse direito, por isso cuidado com a renovação automática do contrato de locação que se renovado pelo prazo indeterminado. Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário terá direito a renovação do contrato, por igual prazo, desde que, cumulativamente: I - o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com prazo determinado; - O art. 51, II da lei 8245/91 diz que o prazo do contrato é de 05 anos para ser renovado ou a soma das renovações ininterruptas do contrato de locação, essa soma ininterrupta se chama “acessio temporis”. Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário terá direito a renovação do contrato, por igual prazo, desde que, cumulativamente: II - o prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos dos contratos escritos seja de cinco anos; - O art. 51, III da lei 8245/91 o empresário deve estar explorando o mesmo ramo de atividade de 03 anos para o empresário ter direito a ASPECTOS PROCESSUAIS da FALÊNCIA Intensivo III Prof. Alexandre Gialluca 2010 Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 31 chamada ação renovatória. Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário terá direito a renovação do contrato, por igual prazo, desde que, cumulativamente: III - o locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e ininterrupto de três anos. III - CABE RENOVATÓRIA DE LOCAÇÃO MISTA? Segundo Nascimento Franco, ante a inseparabilidade material do conjunto, admite-se a renovação, prevalecendo a parte comercial e considerando – se a residencial mera dependência utilizada pelo locatário para melhor administrar seu negócio. IV – LEGITIMIDADE ATIVA - LOCATÁRIO. - CESSIONÁRIO. É quando no estabelecimento comercial se tem a placa – PASSA SE O PONTO – que é a situação em que se cede o estabelecimento empresarial, devendo a nova empresa que entrar no estabelecimento com o mesmo ramo de atividade, e o contrato de locação, art. 51, §1º da lei 8245/91. Contudo para se passar o contrato de locação o locador tem que dá um consentimento expresso, segundo o art. 13 da lei 8245/91. Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário terá direito a renovação do contrato, por igual prazo, desde que, cumulativamente: ASPECTOS PROCESSUAIS da FALÊNCIA Intensivo III Prof. Alexandre Gialluca 2010 Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 32 §1º O direito assegurado neste artigo poderá ser exercido pelos cessionários ou sucessores da locação; no caso de sublocação total do imóvel, o direito a renovação somente poderá ser exercido pelo sublocatário. Art. 13. A cessão da locação, a sublocação e o empréstimo do imóvel, total ou parcialmente, dependem do consentimento prévio e escrito do locador. § 1º Não se presume o consentimento pela simples demora do locador em manifestar formalmente a sua oposição. § 2º Desde que notificado por escrito pelo locatário, de ocorrência de uma das hipóteses deste artigo, o locador terá o prazo de trinta dias para manifestar formalmente a sua oposição. Fusão é a união de duas ou mais sociedades que se unem para formar uma nova sociedade e essa nova sociedade tem direito a ação renovatória. - SUBLOCADOR. Locador. Locatário. Sublocatário. Como a finalidade da ação renovatória é proteger o ponto comercial e podendo o locatário sublocar esse personagem, e somente ele na sublocatário, poderá ser autor da ação renovatória, segundo art. 51, §1º da lei 8245/91. ASPECTOS PROCESSUAIS da FALÊNCIA Intensivo III Prof. Alexandre Gialluca 2010 Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 33 Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário terá direito a renovação do contrato, por igual prazo, desde que, cumulativamente: §1º O direito assegurado neste artigo poderá ser exercido pelos cessionários ou sucessores da locação; no caso de sublocação total do imóvel, o direito a renovação somente poderá ser exercido pelo sublocatário. RESP 862.818 CIVIL. LOCAÇÃO COMERCIAL. DISTRIBUIDORA DE DERIVADOS DE PETRÓLEO. SUBLOCAÇÃO TOTAL AO REVENDEDOR VAREJISTA. ILEGITIMIDADE DAQUELA PARA PROPOR AÇÃO RENOVATÓRIA. ART. 51, § 1º, DA LEI 8.245/91. PRECEDENTES. RECURSO ESPECIAL IMPROVIDO. 1. Esta Corte já pacificou o entendimento de que a distribuidora de petróleo, legalmente impedida de comercializar diretamenteseus produtos, que subloca totalmente o imóvel ao revendedor varejista, não possui legitimidade para propor ação renovatória da locação, diante do óbice do art. 51, § 1º, da Lei 8.245/91 e da circunstância de que cabe ao sublocatário buscar a proteção ao fundo de comércio, por estar na posse do bem. 2. Recurso especial improvido. - SÓCIO SOBREVIVENTE. Lei 8245/91 - Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário terá direito a renovação do contrato, por igual prazo, desde que, cumulativamente: ASPECTOS PROCESSUAIS da FALÊNCIA Intensivo III Prof. Alexandre Gialluca 2010 Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 34 §3º Dissolvida a sociedade comercial por morte de um dos sócios, o sócio sobrevivente fica sub - rogado no direito a renovação, desde que continue no mesmo ramo. V – DOCUMENTOS QUE DEVEM IINSTRUIR A AÇÃO RENOVATÓRIA. - prova do preenchimento dos requisitos do art. 51 da lei 8245/91. - prova de cumprimento do contrato. Obs.: muitos contratos de locação contêm uma cláusula dizendo que o locatário tem o dever de fazer o seguro contra incêndio, e com isso se o locatário não fizer o contrato de seguro de incêndio não pode ingressar com a renovatória. - prova de quitação dos tributos relativos aos imóvel. - indicação clara e precisa das condições oferecidas para a renovação da locação. - a lei 8245/91 foi alterada pela lei 12112/09. A idoneidade financeira deve ser comprovada mesmo sendo o mesmo fiador e não apenas se o fiador for novo como ocorria na redação anterior da lei. Art. 71, V da lei 8245/91. Art. 71. Além dos demais requisitos exigidos no art. 282 do Código de Processo Civil, a petição inicial da ação renovatória deverá ser instruída com: V – indicação do fiador quando houver no contrato a renovar e, quando não for o mesmo, com indicação do nome ou denominação completa, número de sua inscrição no Ministério da Fazenda, endereço e, tratando-se de pessoa natural, a nacionalidade, o estado civil, a profissão e o número da carteira de identidade, ASPECTOS PROCESSUAIS da FALÊNCIA Intensivo III Prof. Alexandre Gialluca 2010 Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 35 comprovando, desde logo, mesmo que não haja alteração do fiador, a atual idoneidade financeira; (Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009) VI – COMPETÊNCIA O juízo competente para ajuizar a ação renovatória é o foro elegido no contrato de locação, de acordo com o art. 58, da lei 8245/91, mas se não houver foro elegido no contrato é que será o local do imóvel. Art. 58. Ressalvados os casos previstos no parágrafo único do art. 1º, nas ações de despejo, consignação em pagamento de aluguel e acessório da locação, revisionais de aluguel e renovatórias de locação, observar - se - á o seguinte: I - os processos tramitam durante as férias forenses e não se suspendem pela superveniência delas; II - é competente para conhecer e julgar tais ações o foro do lugar da situação do imóvel, salvo se outro houver sido eleito no contrato; III - o valor da causa corresponderá a doze meses de aluguel, ou, na hipótese do inciso II do art. 47, a três salários vigentes por ocasião do ajuizamento; VII – VALOR DA CAUSA É de 12 meses de aluguel. Art. 58, III da Lei 8245/91. Art. 58. Ressalvados os casos previstos no parágrafo único do art. 1º, nas ações de despejo, consignação em pagamento de aluguel e ASPECTOS PROCESSUAIS da FALÊNCIA Intensivo III Prof. Alexandre Gialluca 2010 Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 36 acessório da locação, revisionais de aluguel e renovatórias de locação, observar - se - á o seguinte: III - o valor da causa corresponderá a doze meses de aluguel, ou, na hipótese do inciso II do art. 47, a três salários vigentes por ocasião do ajuizamento; VIII – PRAZO O prazo é decadencial Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário terá direito a renovação do contrato, por igual prazo, desde que, cumulativamente: 5º Do direito a renovação decai aquele que não propuser a ação no interregno de um ano, no máximo, até seis meses, no mínimo, anteriores à data da finalização do prazo do contrato em vigor. 1 ano do fim 6 meses do fim Prazo do Contrato de Locação Início Fim Início do prazo fim do prazo No fim do contrato cabe a denúncia vazia nos termos do art. 57 da lei 8245/91. Art. 57. O contrato de locação por prazo indeterminado pode ser ASPECTOS PROCESSUAIS da FALÊNCIA Intensivo III Prof. Alexandre Gialluca 2010 Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 37 denunciado por escrito, pelo locador, concedidos ao locatário trinta dias para a desocupação. IX – CONTESTAÇÃO. Na contestação, não é em reconvenção, o locador pode apresentar a exceção de retomada, que são exceções que permitem o locador retomar o imóvel, segundo o art. 52 c/c 72 da lei 8245/91. Art. 52. O locador não estará obrigado a renovar o contrato se: I - por determinação do Poder Público, tiver que realizar no imóvel obras que importarem na sua radical transformação; ou para fazer modificações de tal natureza que aumente o valor do negócio ou da propriedade; II - o imóvel vier a ser utilizado por ele próprio ou para transferência de fundo de comércio (Estabelecimento comercial) EXISTENTE HÁ MAIS DE UM ANO, sendo detentor da maioria do capital o locador, seu cônjuge, ascendente ou descendente. a 1º Na hipótese do inciso II, o imóvel não poderá ser destinado ao uso do mesmo ramo do locatário, salvo se a locação também envolvia o fundo de comércio, com as instalações e pertences. 2º NAS LOCAÇÕES DE ESPAÇO EM SHOPPING CENTERS , O LOCADOR NÃO PODERÁ RECUSAR A RENOVAÇÃO DO CONTRATO COM FUNDAMENTO NO INCISO II DESTE ARTIGO. ASPECTOS PROCESSUAIS da FALÊNCIA Intensivo III Prof. Alexandre Gialluca 2010 Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 38 O shopping Center pode apresentar exceção de retomada em todos os casos do art. 52 e 72, exceto nas hipóteses do art. 52 II da lei 8245/91. 3º O locatário terá direito a indenização para ressarcimento dos prejuízos e dos lucros cessantes que tiver que arcar com mudança, perda do lugar e desvalorização do fundo de comércio, se a renovação não ocorrer em razão de proposta de terceiro, em melhores condições, ou se o locador, no prazo de três meses da entrega do imóvel, não der o destino alegado ou não iniciar as obras determinadas pelo Poder Público ou que declarou pretender realizar. Art. 72. A contestação do locador, além da defesa de direito que possa caber, ficará adstrita, quanto à matéria de fato, ao seguinte: I - não preencher o autor os requisitos estabelecidos nesta lei; II - não atender, a proposta do locatário, o valor locativo real do imóvel na época da renovação, excluída a valorização trazida por aquele ao ponto ou lugar; III - ter proposta de terceiro para a locação, em condições melhores; IV - não estar obrigado a renovar a locação (incisos I e II do art. 52). 1° No caso do inciso II, o locador deverá apresentar, em contraproposta, as condições de locação que repute compatíveis com o valor locativo real e atual do imóvel. 2° No caso do inciso III, o locador deverá juntar prova documental da proposta do terceiro, subscrita por este e por duas testemunhas, com clara indicação do ramo a ser explorado, que não poderá ser o ASPECTOS PROCESSUAIS da FALÊNCIA Intensivo III Prof. Alexandre Gialluca 2010 Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 39 mesmo do locatário. Nessa hipótese,o locatário poderá, em réplica, aceitar tais condições para obter a renovação pretendida. Tendo direito a indenização do art. 52, §3º da lei 8245/91. 3° No caso do inciso I do art. 52, a contestação deverá trazer prova da determinação do Poder Público ou relatório pormenorizado das obras a serem realizadas e da estimativa de valorização que sofrerá o imóvel, assinado por engenheiro devidamente habilitado. 4° Na contestação, o locador, ou sublocador, poderá pedir, ainda, a fixação de aluguel provisório, para vigorar a partir do primeiro mês do prazo do contrato a ser renovado, não excedente a oitenta por cento do pedido, desde que apresentados elementos hábeis para aferição do justo valor do aluguel. 5° Se pedido pelo locador, ou sublocador, a sentença poderá estabelecer periodicidade de reajustamento do aluguel diversa daquela prevista no contrato renovando, bem como adotar outro indexador para reajustamento do aluguel. Quando se fala em Shopping Center tomar cuidado em duas coisas: I - “Tenant mix” – é o plano de distribuição dos tipos de lojas pelo edifício de modo a gerar uma maximização dos lucros, tendo dois tipos de lojas: - Lojas âncoras – são as lojas que valorizam o shopping. - Lojas satélites – são as lojas que gravitam em torno das âncoras e que já tem um reconhecimento no mercado, mas não são tão grandes como as âncoras. ASPECTOS PROCESSUAIS da FALÊNCIA Intensivo III Prof. Alexandre Gialluca 2010 Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 40 II – “res sperato” é diferente de luvas. A “res sperato” é a quantia inicial paga pelo lojista para assegurar-se da posse do futuro espaço. Está diretamente ligada ao “tenant mix”. As luvas é tido por uma indenização decorrente pela valorização do ponto comercial. É possível ou não a cobrança de luvas? Sim é possível cobrar as luvas iniciais segundo o STJ, mas não pode ser cobrada na renovação dos contratos de aluguel. RESP 1003581 DIREITO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. LOCAÇÃO. LUVAS. CONTRATO INICIAL. COBRANÇA. POSSIBILIDADE. PRECEDENTE DO STJ. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL COMPROVADO. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E PROVIDO. 1. Não há ilegalidade na cobrança de luvas em contrato inicial de locação. Inteligência dos arts. 43, I, e 45 da Lei 8.245/91. Precedente do STJ. 2. Dissídio jurisprudencial comprovado. 3. Recurso especial conhecido e provido. X – DECISÃO Aluguel provisório está no Art. 72, §4º da lei 8245/91. Art. 72. A contestação do locador, além da defesa de direito que possa caber, ficará adstrita, quanto à matéria de fato, ao seguinte: 4° Na contestação, o locador, ou sublocador, PODERÁ PEDIR, AINDA, A FIXAÇÃO DE ALUGUEL PROVISÓRIO, PARA VIGORAR A PARTIR DO PRIMEIRO MÊS DO PRAZO DO ASPECTOS PROCESSUAIS da FALÊNCIA Intensivo III Prof. Alexandre Gialluca 2010 Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 41 CONTRATO A SER RENOVADO, NÃO EXCEDENTE A OITENTA POR CENTO DO PEDIDO, desde que apresentados elementos hábeis para aferição do justo valor do aluguel. A sentença pode ser: - IMPROCEDENTE. Antes da lei 12112/09 muitas vezes o locatário ajuizava ação sabendo que era improcedente, isso era feito, pois o locatário sabia que deveria devolver imóvel com o trânsito em julgado da sentença que teria ainda um prazo de até 06 meses para o locatário desocupar o imóvel. Depois da lei 12112/09 agora o locatário deve, se for pedido em contestação, desocupar voluntariamente o imóvel no prazo de 30 dias independentemente de recurso, de acordo com o art. 74 da lei 8245/91 Art. 74. Não sendo renovada a locação, o juiz determinará a expedição de mandado de despejo, que conterá o prazo de 30 (trinta) dias para a desocupação voluntária, se houver pedido na contestação. (Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009) - PROCEDENTE. O juiz mandará renovar o contrato. E qual o prazo desse novo contrato? Art. 51 caput, da lei 8245/91. Lei 8245/91 - Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário terá direito a renovação do contrato, por igual prazo, desde que, cumulativamente: ASPECTOS PROCESSUAIS da FALÊNCIA Intensivo III Prof. Alexandre Gialluca 2010 Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 42 O STJ entende Ag Rg no RESP 962945 AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. LOCAÇÃO. AÇÃO RENOVATÓRIA. PRAZO MÁXIMO DA RENOVAÇÃO DO CONTRATO. CINCO ANOS. 1. Esta Corte, interpretando o disposto no art. 51 da Lei nº 8.245/1991, firmou entendimento de que o prazo máximo de prorrogação do contrato locativo estabelecido em ação renovatória é de cinco anos. 2. Agravo regimental a que se nega provimento. AÇÃO REVISIONAL É uma ação de rito sumário. E o seu cabimento é com base no art. 19 da lei 8245/91 que dá a possibilidade de revisar o valor de aluguel, para majorar ou minorar. Art. 19. Não havendo acordo, o locador ou locatário, após três anos de vigência do contrato ou do acordo anteriormente realizado, poderão pedir revisão judicial do aluguel, a fim de ajustá - lo ao preço de mercado. A gratuidade de estacionamento de shopping Center que certas leis municipais tratam é encarado como desapropriação indireta que não tem embasamento legal e nem teve indenização pela jurisprudência. Sendo ajuizada uma revisional, o juiz estabelecia um aluguel provisório que não poderia ser superior a 80% do valor do pedido. ASPECTOS PROCESSUAIS da FALÊNCIA Intensivo III Prof. Alexandre Gialluca 2010 Contato: materiaisdeestudo@uol.com.br 43 Agora com a redação dada pela lei 12112/91 o aluguel provisório não pode ser maior que 80% do pedido quando o locador pedir para aumentar o valor, mas se for o locatário, que ajuizar a revisional para pedir para reduzir, o aluguel provisório não pode ser inferior que 80% do valor do aluguel vigente. Foro competente e valor da ação é igual ao da ação renovatória.
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