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Aula 05 – Teoria geral da falência. Classificação creditória. Curso REGULAR de Direito Empresarial Professor: Wangney Ilco C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 05 Prof.º Wangney Ilco 2 de 75 www.exponencialconcursos.com.br Sumário 1 - Introdução ..................................................................................... 4 1.1– Noções gerais do regime falimentar ................................................ 4 1.2 – Legislação aplicável - Lei 11.101/2005 ........................................... 5 1.3 – Sujeito passivo do regime falimentar.............................................. 5 2 - Falência .......................................................................................... 6 2.1–Etapa pré-falimentar ...................................................................... 7 2.1.2– Sujeito ativo da falência ........................................................... 7 2.1.3–Insolvência .............................................................................. 9 2.1.4–Impontualidade injustificada ...................................................... 9 2.1.5– Execução Frustrada ............................................................... 10 2.1.6– Atos de falência .................................................................... 11 2.1.7– A defesa do devedor .............................................................. 12 2.1.8– Improcedência do pedido de falência ....................................... 12 2.2 - Etapa falimentar ou falencial........................................................ 13 2.2.1–Sentença declaratória da falência ............................................. 13 2.2.2– Termo Legal da falência ......................................................... 15 2.2.3– Efeitos da falência quanto ao falido ......................................... 15 2.2.4– Efeitos da falência quanto aos bens do falido ............................ 17 2.2.5–Efeitos da falência quanto aos contratos ................................... 18 2.2.6–Atos ineficazes e ação revocatória ............................................ 19 2.2.7– Realização do ativo ............................................................... 22 2.3– Classificação creditícia ou creditória .............................................. 24 2.3.1– Restituições .......................................................................... 24 2.3.2– Da classificação dos créditos ................................................... 26 2.3.3– Pagamento dos credores do falido ........................................... 28 2.3.4– Encerramento da falência ....................................................... 30 2.3.5– Extinção das obrigações do falido ............................................ 31 3- Questões Comentadas ................................................................... 33 4 - Lista de Questões ......................................................................... 61 5 - Gabarito ....................................................................................... 75 Aula 05 – Teoria geral da falência. Caracterização do estado falimentar, efeitos da falência quanto aos bens do falido e aos direitos dos seus credores. Classificação creditória. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 05 Prof.º Wangney Ilco 3 de 75 www.exponencialconcursos.com.br Olá pessoal! Tudo beleza? Vamos iniciar hoje os estudos acerca do Direito Falimentar, ok? É uma aula muito importante que costuma ser bastante cobrada em questões de prova. Tenham atenção!!! Bons estudos! Wangney. Se não puder voar, corra. Se não puder correr, ande. Se não puder andar, rasteje, mas continue em frente de qualquer jeito. (Martin Luther King Jr.) C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 05 Prof.º Wangney Ilco 4 de 75 www.exponencialconcursos.com.br 1 - Introdução 1.1– Noções gerais do regime falimentar Bem, sabemos que o exercício da atividade empresarial é complexo e envolve diversos agentes econômicos, bem como os aspectos legais. Aquele que exerce a atividade empresarial, de certa forma, também aceita os riscos inerentes à atividade econômica. Deste modo, supondo que uma empresa encontra-se em crise econômico-financeira e passa por grave dificuldade para saldar suas dívidas e seus credores, qual a solução? Como os seus credores terão seus créditos satisfeitos? E qual critério para pagar tais créditos? Qual deles terá preferência? Será preciso cada credor promover sua própria ação judicial contra o devedor em crise? Bem, neste cenário caótico e de confusão, surge o Regime Jurídico Falimentar para regulamentar os procedimentos a serem utilizados nos casos de empresas em grave crise, com fundamento no Princípio da Preservação da Empresa. Desta forma, o mecanismo da FALÊNCIA e RECUPERAÇÃO da atividade empresária é aplicado com o pressuposto de proteger os credores do devedor, ou seja, o regime falimentar consagra a tutela do crédito na medida em que as empresas e credores sentem-se mais seguros no exercício de suas atividades ao saber que há um tratamento legal que visa proteger seus créditos em caso de crise do devedor, seja no curso de eventual recuperação judicial ou da falência. Pois bem, precisamos então definir esses dois institutos: falência e recuperação (ou reorganização da empresa): Assim, pessoal, iremos cuidar primeiro da FALÊNCIA e, mais a frente, estudaremos os aspectos comuns da falência e da recuperação judicial, a própria Falência Processo de execução coletiva de diversos credores contra o devedor - concurso de credores. Princípio do Par Conditio Creditorum - os créditos estão em condições paritárias para serem satisfeitos. Recuperação Objetiva recuperar a atividade empresarial e evitar a falência através de um plano de recuperação da empresa. JUDICIAL - devedor recorre ao juiz para supervisionar o plano. EXTRAJUDICIAL - o juiz apenas homologa o acordo entre as partes. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 05 Prof.º Wangney Ilco 5 de 75 www.exponencialconcursos.com.br recuperação das empresas (judicial e extrajudicial) e, pra finalizar, os aspectos penais relacionados ao regime falimentar, beleza? Então, “vambora”!!! 1.2 – Legislação aplicável - Lei 11.101/2005 Bem, a Lei nº 11.101/2005regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária. Esta lei é a base do Direito Falimentar e muito importante para a nossa prova, ok? Neste curso adotaremos a sigla LF todas as vezes que nos referirmos à Lei de Falências. Certo? 1.3 – Sujeito passivo do regime falimentar Como vimos, a Lei de Falências (LF) regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária. Logo, devemos notar a relação entre o regime falimentar definido pela LF e a teoria da empresa. Portanto, o sujeito passivo do regime falimentar é a pessoa que exerce a atividade típica de empresa, ou seja, a sociedade simples não está sujeita às normas previstas pela LF. Então, no esquema abaixo, vejamos a regra e, na sequência, as pessoas que expressamente (art. 2º da LF) não estão abrangidas pelo regime falimentar da LF: Vale destacarmos, ainda, alguns pontos acerca da abrangência da LF, ok? Pessoas não sujeitas à LF Regra: Empresário e sociedade empresária Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista - o Estado responsabiliza-se pela eventual insolvência. Instituição Financeira pública ou privada (Lei 6.024/74) Cooperativa de crédito (Lei 5.764/71) – por serem simples, as cooperativas não estão sujeiras à LF Consórcio (Lei 6.404/76, LSA), Entidade de previdência complementar (LC 109/01), Sociedade operadora de plano de assistência à saúde (Lei 9.656/98) Sociedade seguradora (Decreto-Lei 73/66), Sociedade de capitalização (Decreto-Lei 73/66), Outras entidades legalmente equiparadas Sujeito passivo da LF C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 05 Prof.º Wangney Ilco 6 de 75 www.exponencialconcursos.com.br O empresário individual (pessoa física) está sujeito à LF, portanto poderá falir, respondendo com todo o seu bens, exceto os impenhoráveis; Aquele que exercer a atividade empresarial (pessoa física ou jurídica) poderá falir, mas somente quem estiver regular perante à lei poderá se beneficiar da recuperação judicial ou extrajudicial; Segundo determinada corrente, as câmaras de compensação, empresas públicas e sociedades de economia mista estão totalmente excluídas do regime da LF; as demais, no esquema acima, estão parcialmente excluídas, pois possuem uma legislação específica e a LF é aplicada subsidiariamente a essas leis (art. 197, LF); A pessoa legalmente impedida de exercer a atividade empresarial estará sujeita à LF, pois seus atos são considerados válidos, muito embora esteja irregular (art. 973, CC). No entanto, como estará impedido da escrituração legal, esta situação é considerada como fraudulenta, incorrendo em crime falimentar (art. 178, LF); O devedor não empresário em estado de insolvência sujeita-se ao regime jurídico civil – Código de Processo Civil. 2 - Falência Bem, veremos nos próximos tópicos que a lei de falências e recuperação (LF) é uma lei com aspectos materiais e processuais, onde o instituto da falência pode ser dividido em 3 (três) etapas: PRÉ-FALIMENTAR: inicia-se com o pedido de falência e termina com a sentença que declara a falência do devedor. FALIMENTAR: é a falência propriamente dita, que se inicia com a sua declaração e termina com a sentença de encerramento. REABILITAÇÃO DO FALIDO: ocorre com a sentença que declarar extintas as suas obrigações. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 05 Prof.º Wangney Ilco 7 de 75 www.exponencialconcursos.com.br 2.1–Etapa pré-falimentar Na etapa pré-falimentar, o juiz analisará o pedido de falência e decidirá se decreta ou se denega a falência do devedor. A análise judicial do pedido visa verificar se o devedor possui a qualidade de empresário, bem como analisar o seu estado de insolvência. Portanto, com base nesses pressupostos, o juiz decidirá sobre o pedido de falência. 2.1.1– Pressupostos do estado de falência O estado de falência do devedor é caracterizado a partir de 3 (três) pressupostos: Já tratamos de forma geral do devedor empresário (arts. 1º e 2º da LF) como sujeito passivo do regime falimentar. Quanto aos demais pressupostos, iremos detalhá-los mais adiante, ok? Vejamos uma questão acerca da sujeição do empresário à falência. 2.1.2– Sujeito ativo da falência Conforme o art. 97 da LF, podem requerer a falência do devedor: O mais comum de ocorrer é o requerimento da falência por parte do credor. No mais, vale destacar que, muito embora haja divergência doutrinária, Pressupostos (falência) EMPRESÁRIO O devedor possui a qualidade de empresário. INSOLVÊNCIA O estado insolvente do devedor deve estar caracterizado. SENTENÇA DECLATÓRIA Senteça judicial que torna a insolvência (fato) em estado de direito. SUJEITO ATIVO (Falência) Próprio DEVEDOR - chamada AUTOFALÊNCIA. É facultativa. Cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o inventariante. O quotista ou o acionista do devedor. Qualquer credor - se empresário deve comprovar a sua regularidade (certidão do RPEM). C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 05 Prof.º Wangney Ilco 8 de 75 www.exponencialconcursos.com.br a fazenda pública não tem legitimidade ativa para requerer a falência do devedor de créditos tributários, conforme entendimento do STJ, visto que há instrumento próprio para cobrança dos créditos tributários: a Lei de Execuções Fiscais (Lei nº 6.380/80). Além disso, nos termos do art. 187 do CTN, o crédito tributário não se “sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento”. Por fim, o credor que não tiver domicílio no país deverá prestar caução relativa às custas e ao pagamento de indenização se agir com dolo ao pedir a falência de seu devedor. Vejamos a seguinte questão da OAB para nos ajudar: 1. (OAB-DF / 2004) No que concerne à legitimidade passiva e ativa no processo falimentar é correto afirmar: d) a sociedade de fato pode ter sua falência decretada, porém não poderá requerer a de seus devedores. Comentários Correta. Primeiramente, devemos ter em mente que a sociedade em comum prevista no CC/02 pode ser entendida como uma sociedade irregular ou de fato, por conta de não ter seus atos constitutivos registrados no lugar próprio. Então, embora não possua personalidade jurídica, a sociedade em comum poderá ter sua falência decretada, considerando-se que o registro da sociedade empresária na Junta Comercial é declaratório e não constitutivo da condição de empresário. Portanto, podemos ter uma sociedade empresária irregular que ainda não possui seus atos constitutivos registrados no RPEM, mas é empresária e assim poderá falir. Então, temos em relação ao sujeito ativo da falência, ou seja, aqueleque requer a falência: Regra Geral credor empresário deve comprovar a regularidade com a certidão do RPEM (art. 97, §1º, LF), logo a sociedade em comum não poderá requerer a falência de terceiro; Regra específica no caso do pedido de autofalência, se não houver prova da condição de empresário (contrato ou estatuto) bastará a indicação de todos os sócios, seus endereços e a relação de seus bens pessoais (art. 105, IV, LF). Logo, a sociedade em comum encaixa-se aqui – sujeito ativo e passivo. Assim, concluímos que a sociedade de fato (sociedade em comum) poderá ter sua falência decretada, a requerimento próprio ou de terceiro,mas não poderá requerer a falência de seus devedores. Porém, devemos ter em mente que a falência deste tipo de sociedade não personificada configura crime falimentar. Gabarito: Correta C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 05 Prof.º Wangney Ilco 9 de 75 www.exponencialconcursos.com.br 2.1.3–Insolvência O conceito jurídico de insolvência do devedor é distinto do conceito econômico. No regime falimentar, a insolvência é presumida, não precisa ser demonstrada em aspectos econômicos e financeiros. Ou seja, a decretação da falência do empresário não pressupõe a demonstração da insuficiência de patrimônio para pagar suas dívidas. Portanto, a LF estabelece os casos específicos de insolvência que viabilizam a decretação da falência do devedor empresário. Então, temos os casos de impontualidade injustificada, execução frustrada e prática de ato de falência (art. 94, LF). Somente na autofalência o devedor tem que demonstrar a sua situação de crise econômica e financeira (art. 105, LF). 2.1.4–Impontualidade injustificada Bem, pessoal, após já verificarmos o sujeito passivo da falência, cuidaremos dos casos de insolvência que ensejam o estado falimentar do devedor e a sua decretação de falência. O primeiro deles é a impontualidade injustificada (art. 94, I, LF). Assim, o caso de impontualidade injustificada é caracterizado da seguinte maneira para ensejar o pedido de falência: Portanto, meus amigos, observemos que não basta a simples falta de pagamento para caracterizar a insolvência do devedor e, assim, requerer e decretar a falência do devedor. Para configurar a presunção de impontualidade injustificada, todos os elementos do esquema acima devem estar presentes. Quanto às razões para justificar a falta de pagamento da obrigação, elas devem ser relevantes para impedir a falência do devedor. Assim, a LF enumerou no art. 96 certas situações que o devedor poderá alegar para que sua falência não seja decretada. Então, vejamos tais situações: I m p o n tu a li d a d e I n ju s ti fi c a d a Sem relevante razão de direito Enumerados no art. 96, LF (título prescrito, falso, etc) Obrigação líquida Certeza que existe a dívida Certeza de sua quantia Título executivo protestado Prova a impontualidade Original ou cópia Valor maior que 40 salários-mínimos Diversos credores podem ser reunir para chegar nesse valor C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 05 Prof.º Wangney Ilco 10 de 75 www.exponencialconcursos.com.br Razões que podem ser alegadas para a falência não ser decretadacom base na Impontualidade Injustificada FALSIDADE ou NULIDADE do título PRESCRIÇÃO ou NULIDADE da obrigação PAGAMENTO da dívida QUALQUER fato que suspenda ou extinga a obrigação Vício no protesto Apresentar pedido de Recuperação Judicial no prazo de contestação Comprovar por documento do RPEM a CESSAÇÃO da atividade há mais de 2 anos do pedido de falência. Porém, ressalta-se que mesmo no caso das 5 (cinco) situações destacadas acima, a falência será decretada se no final restarem outras obrigações no valor acima de 40 salários-mínimos, ok? Entendido? Importa ainda dizer que algumas obrigações líquidas não podem ser habilitadas na falência e, portanto, não poderão ensejar o seu pedido de falência. Tais obrigações são as previstas no art. 5º: obrigações a título gratuito e despesas que o credor fizer para tomar parte na falência ou recuperação judicial. 2. (FCC / Agente Fiscal de Renda-SEFAZ-SP / 2009) Ocorrendo decretação da falência, b) serão exigíveis e terão classificação própria todas as despesas que os credores fizeram para tomar parte na falência. Comentários Conforme o art. 5º da LF, as despesas que o credor fizer para tomar parte na falência não são exigíveis do devedor, assim como as obrigações a título gratuito. Gabarito: Incorreta. 2.1.5– Execução Frustrada Em relação ainda ao pressuposto de insolvência, ocorre a hipótese de execução frustrada quando o devedor “executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo legal”. Neste caso, o pedido da falência deverá ser instruído com certidão expedida pelo juízo da execução. Devemos notar, portanto, que o protesto é desnecessário no caso de execução frustrada, basta a certidão da secretaria do juízo atestando a falta de pagamento ou de nomeação de bens à penhora (art. 94, §4º). Além disso, na execução frustrada, qualquer quantia líquida pode ensejar a decretação da falência, desde que o devedor esteja omisso no cumprimento de suas C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 05 Prof.º Wangney Ilco 11 de 75 www.exponencialconcursos.com.br obrigações, no sentido de não pagar, não depositar e não nomear à penhora bens suficientes dentro do prazo legal. 2.1.6– Atos de falência Esta é mais uma causa que possibilita a decretação da falência. Os atos de falência estão previstos no art. 94, III, da LF, e se referem às ações praticadas pelo devedor que resultam na presunção de estar insolvente, o que enseja a possibilidade do pedido de falência e sua decretação. Portanto, de forma taxativa, a LF enumera tais comportamentos. Vejamos, então, as 7 (sete) hipóteses de atos de falência: Portanto, são comportamentos que, supostamente, revelam a insolvência, mesmo que a sociedade empresária tenha ativo superior ao passivo. Nota-se, então, que o protesto é dispensado, a obrigação não precisa estar vencida e pode ser ilíquida e inferior a 40 salários mínimos. No entanto, faz-se necessário que o pedido de falência descreva as hipóteses que a ensejam, juntando-se as provas que houver e especificando-se as que serão produzidas. A to s d e F a lê n c ia Liquida o ativo precipitadamente ou utiliza meio ruinoso ou fraudulento para realizar pagamentos (ex: empréstimos sucessivos a juros elevados) Pratica negócio simulado ou alienação de ativo com o objetivo de fraudar credores ou retardar pagamentos. Trespasse de estabelecimento sem consentimento de todos os credores e sem deixar bens suficientespara saldar o passivo. Simula a transferência de local de seu principal estabelecimento para burlar a fiscalização ou legislação ou credores. Dá ou reforça garantia por dívida já contraída sem ficar bens suficientes para saldar o passivo. O devedor abandona estabelecimento ou oculta-se de seu domicílio ou ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos para pagar credores. Deixa de cumprir obrigação do plano de recuperação judicial no prazo estabelecido. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 05 Prof.º Wangney Ilco 12 de 75 www.exponencialconcursos.com.br 2.1.7– A defesa do devedor Bem, configurada a insolvência do devedor empresário e promovido o pedido de falência, o art. 98 da LF concede ao devedor o prazo de 10 (dez) dias contados da citação para apresentar contestação sobre o pedido de falência. Esta é a oportunidade de defesa do devedor empresário. No entanto, além da contestação, outras ações podem ser tomadas durante esse prazo de 10 (dias). Vejamos: Notemos que uma vez efetuado o depósito elisivo a falência não será decretada, visto que a presunção de insolvênc ia do devedor estará afastada. Destaca-se, ainda, que a contestação do devedor poderá vir acompanhada de depósito elisivo. Neste caso, o juiz poderá julgar improcedente o pedido de falência, e por isso não decretá-la, ordenando o levantamento do depósito elisivo pelo próprio devedor; ou, poderá julgar procedente o pedido de falência, mas não decretá-la em virtude do depósito elisivo efetuado. Beleza? Ainda sobre a nossa esquematização acima, conforme o §único do art. 98, o depósito elisivo é aplicado somente nos casos de impontualidade injustificada e execução frustrata; ou seja, os atos de falência não são elididos pelo depósito elisivo, uma vez que representam ações praticadas sem relação com a falta de pagamendo dos credores. Logo, ao devedor cabe somente contestar o pedido fundado em atos de falência. Por fim, como vimos, a falência com base na impontualidade injustificada também não será decretada face as razões de defesa previstas no art. 96 da LF. Assim, recomendo nova leitura do quadro que elaboramos com essas razões, ok? 2.1.8– Improcedência do pedido de falência A decisão judicial pela improcedência ou denegação do pedido de falência tem dois fundamentos: NO prazo de 10 dias da citação Contestação do devedor Apresenta sua defesa, podendo efetuar o depósito elisivo Pedido de recuperação judicial (art. 95) Depósito elisivo (art.98,§único) Impontualidade e execução frustrada Valor total do crétido+ correção+juros+honorários C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 05 Prof.º Wangney Ilco 13 de 75 www.exponencialconcursos.com.br Obs.: Para evitar pedidos de falência injustos e improcedentes, o juiz poderá condenar, na sentença que julgar improcedente o pedido, aquele que agiu por dolo a indenizar o devedor, apurando-se as perdas e danos em liquidação de sentença; o terceiro prejudicado por ação própria pode pedir também indenização dos responsáveis. Da mesma forma, se houver mais de um autor do pedido de falência improcedente, estes serão solidariamente responsáveis (Art. 101). Por fim, destaca-se que “da sentença que julga a improcedência do pedido cabe apelação”, no prazo de 15 dias, nos termos do art. 100, LF. 2.2 - Etapa falimentar ou falencial Então, já com os pressupostos do estado falimentar devidamente estudados e com a decisão do pedido procedente sem que haja depósito elisivo, teremos a sentença declaratória da falência e o início do processo falencial. 2.2.1–Sentença declaratória da falência O processo de falência tem início com a sentença declaratória da falência. Apesar da nomenclatura, esta sentença possui natureza predominantemente CONSTITUTIVA. Então, não é declaratória, e sim constitutiva do estado falimentar do devedor, sujeitando-o ao regime jurídico- falimentar. A seguinte questão da CESPE abordou este ponto: 3. (CESPE / Juiz de Direito-TJ-DFT / 2014) Acerca de recuperação judicial e falência, assinale a opção correta. c) A sentença que decreta a falência limita-se a declarar fatos ou relações preexistentes, daí ser classificada como declaratória. DENEGAÇÂO da falência DEPÓSITO Elisivo O devedor reconhece implicitamente os débitos ACOLHIMENTO da contestação O requerente arca com as despesas do processo e honorários C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 05 Prof.º Wangney Ilco 14 de 75 www.exponencialconcursos.com.br Comentários Conforme vimos acima, esta afirmativa está incorreta, pois a sentença que decreta a falência é considerada CONSTITUTIVA do estado falimentar. Neste sentido, por exemplo, com a decretação da falência, o vencimento é antecipado de todas as dívidas do devedor e dos sócios ilimitada e solidariamente responsáveis, além de converter os créditos em moeda estrangeria pelo câmbio do dia da decisão judicial. Ainda, sobre a antecipação do vencimento das dívidas, os juros devem ser abatidos (art. 77, LF). Portanto, fica claro que uma série de consequências são constituídas a partir da decretação da falência. Deste modo, a falência está decretada e a sua sentença conterá diversas determinações conforme o art. 99 da LF. Este artigo é extenso, recomenda-se a sua leitura e entendimento. No entanto, eis algumas importantes determinações que devem estar contidas na sentença que declara a falência do devedor: Para complementar, o juiz ordenará a publicação de edital contendo a íntegra da decisão que decreta a falência e a relação de credores. Vale dizer que a falência NÃO pode ser decretada de ofício pelo juiz, EXCETO nas hipóteses que revelam insucesso da recuperação judicial (art. 73). Cabe destacar, ainda, que “Da decisão que decreta a falência cabe agravo”,no prazo de 10 dias, conforme o art. 100, LF. A modalidade, neste caso, é o agravo de instrumento e pode ser interposto pelo falido, pelo credor e pelo Ministério Público. Não detalharemos o recurso de agravo, bem como da apelação, pois foge ao escopo de nossa matéria; tal assunto cabe ao estudo do Direito Processual, beleza? Para a nossa matéria, basta sabermos o art. 100 da LF. A sentença declaratória da falência deve conter: •Síntese do pedido, identificação do falido e administradores; •Fixação do TERMO LEGAL da falência (voltaremos a este tema adiante); •Determinação ao falido para apresentar no prazo de até 5 (cinco) dias relação nominal dos credores, com endereço, importância, natureza e classificação dso créditos; •SUSPENSÃO de todas as ações ou execuções contra o falido; •Proibição de qualquer ato de disposição ou oneração de bens do falido, sem a prévia autorização judicial e do comitê de credores; •Ordena aoRPEM que anote a falência no registro do falido, para que conste a expressão "falido"; •Nomeação do administrador judicial; •Pronunciamento acerca da continuação provisória ou não das atividades. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 05 Prof.º Wangney Ilco 15 de 75 www.exponencialconcursos.com.br 2.2.2– Termo Legal da falência O termo legal da falência é fixado pelo juiz e delimita o período ao qual serão analisados os débitos do devedor. Isso significa que a análise dos atos praticados pelo falido poderá retroagir 90 (noventa) dias contados do pedido de falência/recuperação ou contados do primeiro protesto por falta de pagamento. É também conhecido como período suspeito. Ressalta-se que o primeiro protesto não necessariamente é aquele em que se fundamentou o pedido de falência, pois a crise do devedor não se deu de uma hora para outra, podendo haver títulos protestados diferentes daquele que originou o pedido de falência. 2.2.3– Efeitos da falência quanto ao falido Evidentemente que a sentença que decreta a falência traz grandes efeitos em relação ao falido, os quais restrigem determinadas ações de sua parte. Portanto, o falido não se torna incapaz, apenas terá restrições. Vejamos: Efeitos quanto ao falido Perda do direito de administrar ou dispor de seus bens, mas pode fiscalizar a administração da falência, que compete ao adm. judicial. Continua proprietário, podendo interpor recursos quando cabíveis. Inabilitação para exercer a atividade empresarial até a sentença que extingue as suas obrigações Não pode se ausentar de onde se processa a falência sem motivo justo e comunicação expressa ao juiz. Deve deixar procurador. Sigilo de correspondência - o adm. judicial recebe e abre as correspondências dirigidas ao devedor. Termo Legal da falência Decretação falência ou recup. judicial 1º Protesto por falta de pagamento Máx. 90 dias C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 05 Prof.º Wangney Ilco 16 de 75 www.exponencialconcursos.com.br Obs.: A inabilitação do falido diz respeito somente ao empresário individual; a sociedade empresária não está sujeita a este efeito, visto que com a falência a sociedade será dissolvida. 4. (FCC / Agente Fiscal de Renda-SEFAZ-SP / 2009) Ocorrendo decretação da falência, d) devedor perde o direito de disposição, mas não o de administrar seus bens. Comentários Esta afirmativa está incorreta, visto que a decretação da falência acarreta a inabilitação do falido, bem como a perda do direito de administrar ou dispor de seus bens, nos termos do art. 103 da LF. Gabarito: Incorreta. Ainda tratando dos efeitos da decretação da falência, vejamos algumas implicações relacionadas ao devedor (empresário individual ou sociedade empresária): Obs.: Falência da sociedade acarreta a falência do sócio de responsabilidade ilimitada, quando empresários. Porém, o inverso não ocorre. É importante ressaltar ainda que, por determinação expressa da LF (art. 190), quando nos referirmos ao devedor ou falido, também estamos nos referindo aos sócios de responsabilidade Ilimitada, beleza? No mais, o sócio de responsabilidade Falência Sociedade Sócios de responsabilidade Ilimitada Considerados falidos, ficando sob os efeitos da falência. Respondem até 2 anos da sua retirada pelas dívidas não solvidas até a data da falência (art. 81). Sócios de responsabilidade Limitada Responsabilidade apurada no próprio juízo da falência. Restrita à integralização das cotas. Não depende da realização do ativo e da prova da insuficência para cobrir o passivo Ação de responsabilização Administradores e controladores Responsabilidades conforme o tipo societário Apurada no próprio juízo da falência C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 05 Prof.º Wangney Ilco 17 de 75 www.exponencialconcursos.com.br Ilimitada e os demais sócios e administradores que tenham sido condenados por crime falimentar ficam inabilitados para o exercício da atividade empresarial. Sobre a ação de responsabilização cabível contra o sócio de responsabilidade limitada, administradores e controladores, ela prescreve em 2 anos contados do trânsito em julgado da sentença de encerramento da falência. No entanto, de forma preliminar, o juiz poderá, de ofício ou por interesse das partes, tornar indisponíveis os bens particulares deles até o julgamento da ação de responsabilização. Por fim, a decretação da falência impõe uma série de deveres ao falido, conforme o art. 104, LF. Abaixo seguem alguns deles mais importantes para a nossa prova: O falido responderá por crime de desobediência se não cumprir estas determinações após intimado pelo juiz. 2.2.4– Efeitos da falência quanto aos bens do falido Bem, pessoal, em termos práticos, todos os bens e documentos do devedor serão objetos de arrecadação pelo administrador judicial, mesmo aqueles em posse de terceiros ou na posse do falido (que deverão ser restituídos), e ficarão sob sua guarda ou pessoa escolhida por ele, inclusive o próprio falido (art. 108, LF). Ou seja, a decretação da falência SUSPENDE o exercício do direito de retenção sobre esses bens arrecadados (art. 116, I, da LF). Esta é a chamada arrecadação e custódia dos bens do falido, com o intuito de formar a MASSA FALIDA OBJETIVA (ou ativa), onde os bens estarão sujeitos à execução. Estão a salvo da arrecadação os bens absolutamente Declarar seus bens móveis e imóveis que não se encontram no estabelecimento, contas bancárias, títulos e se faz parte de outras sociedades; Entregar sem demora todos os livros, papéis e documentos ao Adm. Judicial; Comparecer a todos os atos podendo ser representado por procurador, quando não for indispensável a sua presença; Examinar as habilitações dos créditos e apresentar a relação dos seus credores no prazo fixado pelo juiz; Examinar e dar parecer sobre as contas do Adm. Judicial. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 05 Prof.º Wangney Ilco 18 de 75 www.exponencialconcursos.com.br impenhoráveis (pensões, ordenados, créditos alimentícios, etc.). Então, vejamos algumas regras acerca dos efeitos da decretação da falência nos bens do falido e a formação da massa falida: A seu turno, devemos tocar no assunto da MASSA FALIDA SUBJETIVA, que é um ente despersonalizadovoltado à defesa dos interesses gerais dos credores do falido e formado pelo conjunto de credores habilitados no juízo falimentar.Na verdade, este é o efeito da falência em relação aos credores, o qual será tratado mais adiante quando verificarmos a classificação dos créditos. 2.2.5–Efeitos da falência quanto aos contratos Pois bem, com a decretação da falência, além do vencimento antecipado das dívidas do devedor (art. 77), há outros efeitos importantíssimos em relação aos contratos do falido. Vejamos (art. 117 a 119, LF): MASSA FALIDA Auto de arrecadação dos bens Acompanha o laudo de avaliação, que poderá ser entregue em até 30 dias. Liquidação antecipada Em razão dos custos e interesse da massa falida, mediante autorização do juiz. Inclusive bens perecíveis e deterioráveis. Produção de renda O Adm. Judicial poderá celebrar contratos referente aos bens da massa, mediante autorização do Comitê. Sem disposição total ou parcial de bens. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 05 Prof.º Wangney Ilco 19 de 75 www.exponencialconcursos.com.br Em relação aos contratos bilaterais, o contratante possui o prazo de 90 dias da nomeação do administrador judicial para interpelação sobre a continuação do contrato. O administrador judicial possui o prazo de 10 dias para responder essa interpelação. A declaração negativa sobre a continuidade do contrato ou o silêncio do administrador judicial confere o direito à indenização (crédito quirografário). 2.2.6–Atos ineficazes e ação revocatória Bem, a LF identifica dois tipos de ATOS INEFICAZES praticados pelo devedor: Efeitos Contratos Regra: os contratos (bi e unilaterais) podem continuar se reduzir ou evitar aumento do passivo ou preservar o ativo, mediante autorização do Comitê. Locador falido - Não resolve o contrato. Locatário falido - adm. judicial pode denunciar o contrato O vendedor não pode se negar a entregar o bem ao falido, se este já o revendeu sem fraude antes do requerimento de falência e o bem estiver em trânsito. Se o falido vendeu coisas compostas, mas o contrato não continuará, o comprador poderá devolver à massa o que já recebeu e exigir perdas e danos. Se o falido não entregou coisa móvel vendida ou não prestou o serviço à prestação e decidir não executá-los, o credor poderá habilitar o valor pago na classe própria. Coisa móvel comprada com reserva de domínio do vendedor será restituída se não continuar a execução do contrato, exigindo devolução dos valores pagos. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 05 Prof.º Wangney Ilco 20 de 75 www.exponencialconcursos.com.br Esses atos são considerados ineficazes, e não nulos ok? Logo, ambos os atos são válidos, porém não produzem efeitos perante a massa. No entanto, a diferença está na forma processual utilizada para declarar a ineficácia. Enquanto na ineficácia subjetiva é necessário demanda judicial, em ação própria (revocatória), a ineficácia objetiva pode ser declarada de vários modos, por exemplo: simples despacho no processo de falência, ex officio ou a requerimento; sentença acolhendo matéria de defesa suscitada pela massa. Pois bem, primeiramente pergunto: quais seriam os atos de ineficácia objetiva? Observemos abaixo que são atos ou ações elencados taxativamente e objetivamente pois evidenciam o cometimento de possível fraude contra a massa falida. Notemos que são atos negociais importantes praticados dentro do termo legal, por exemplo. Atos INEFICAZES do falido Ineficácia objetiva Atos taxativamente elencados no art. 129 e praticados pelo falido antes da falência. Não depende da intenção de fraudar ou do conhecimento da outra parte. Ineficácia subjetiva Necessita provar que havia intenção de fraude pelo devedor, bem como do conluio entre devedor e o terceiro e do efetivo prejuízo para a massa falida. Atos revogáveis. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 05 Prof.º Wangney Ilco 21 de 75 www.exponencialconcursos.com.br No mais, vale ressaltar que a ineficácia desses atos poderá ser declarada pelo juiz de ofício, alegada em defesa ou mediante ação própria no decorrer do processo, como já adiantamos acima, beleza? Agora, quanto ao item 3, esclarecendo melhor, nós já estudamos quando tratamos do trespasse do estabelecimento empresarial (art. 1.143, CC). A regra é a mesma, quer dizer, se restarem bens suficientes para solver o passivo, o ato é eficaz; se não restarem, é preciso o pagamento de todos os credores ou o consentimento de todos, tácita ou expressamente, em 30 dias a partir de sua notificação. Logo, quando não restarem bens suficientes para saldar o seu passivo, a alienação do estabelecimento sem a anuência dos credores ou sem o pagamento dos mesmos é ineficaz. Alienação do estabelecimento Bens restantes suficientes para saldar o passivo EFICAZ Bens restantes insuficientes para saldar o passivo Pagamento de todos os credores OU consentimento deles em 30 dias de notificados INEFICAZ A to s d e I n e fi c á c ia O B J E T I V A 1. Dentro do TERMO LEGAL: pagamento de dívidas não vencidas e vencidas por forma diversa do previsto no contrato e constituição de direito real de garantia quando tratar-se de dívida contraída anteriormente; 2. A renúncia de herança ou legado e atos a título gratuito, exceto gratificações empregatícias, desde 2 anos antes da declaração da falência; 3. Alienação do estabelecimento sem o pagamento de todos os credores ou sema anuência expressa ou tácita deles, salvo se não houver oposição dos credores no prazo de 30 dias de notificados, quando não sobrar bens suficientes para saldar o seu passivo; 4. Registro, após a decretação da falência, de direitos reais e de transferência de propriedade entre vivos, por título oneroso ou gratuito, ou averbação de imóveis. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 05 Prof.º Wangney Ilco 22 de 75 www.exponencialconcursos.com.br Agora, quanto aos atos de ineficácia subjetiva, para que sejam revogados é necessário a chamada ação revocatória promovida pelo adm. judicial, MP ou qualquer credor (art. 132, LF): Julgada procedente a ação revocatória, determina-se a recomposição dos bens à massa falida ao valor de mercado e acrescidos de perdas e danos. Porém, da sentença procedente cabe apelação. 2.2.7– Realizaçãodo ativo Arrecadados os bens, será iniciada a realização do ativo. A alienação dos bens será por meio de uma das seguintes formas e em ordem de preferência (art. 140, LF): Ação revocatória Ineficácia SUBjetiva Administrador Judicial Ministério Público Qualquer Credor No prazo de 3 anos contados da decretação Contra todos os que figuraram no ato, terceiros adquirentes e seus herdeiros ou legatários. Corre no juízo da falência e segue o rito do CPC. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 05 Prof.º Wangney Ilco 23 de 75 www.exponencialconcursos.com.br Pode-se adotar conjuntamente mais de uma dessas formas, conforme o interesse e oportunidade da massa falida e mesmo que o quadro-geral de credores ainda não tenha sido formado. O juiz ainda determinará uma das seguintes modalidades de alienação de ativo, consultados o administrador judicial e o comitê de credores: leilão por lances orais, propostas fechadas e pregão. No entanto, outras modalidades poderão ser autorizadas pelo juiz, desde que haja motivos justificados e mediante requerimento fundamentado do administrador judicial ou do comitê. Ressaltando-se que o Ministério Público será intimado pessoalmente em qualquer modalidade de alienação sob pena de nulidade (art. 142, §7º). Por fim, a LF no intuito de facilitar a realização do ativo dispôe que NÃO haverá sucessão do arrematante nas obrigações do devedor, inclusive as de natureza tributária, as derivadas da legislação do trabalho e as decorrentes de acidentes de trabalho, ficando desta forma livre de qualquer ônus. Porém, esta regra está afastada, por motivos óbvios, quando o arrematante for: sócio da sociedade falida, ou sociedade controlada pelo falido; parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau, consangüíneo ou afim, do falido ou de sócio da sociedade falida; ou agente do falido com o objetivo de fraudar a sucessão. 5. (FCC / Serviços Notariais-TJ-PE / 2013) Na alienação judicial de imóvel realizada no processo de falência, o arrematante: a) responderá como sucessor de todas as obrigações do devedor. b) responderá apenas como sucessor nas obrigações tributárias. c) responderá apenas como sucessor nas obrigações trabalhistas. d) responderá apenas como sucessor nas obrigações por acidentes do trabalho. 1 •Alienação da empresa - venda dos estabelecimentos em bloco 2 •Alienação da empresa - venda isolada das filiais ou unidades produtivas 3 •Alienação dos bens em bloco - em cada um dos estabelecimentos 4 •Alienação dos bens individualmente considerados C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 05 Prof.º Wangney Ilco 24 de 75 www.exponencialconcursos.com.br e) não será sucessor nas obrigações do devedor, inclusive as de natureza tributária, as derivadas da legislação do trabalho e as decorrentes de acidentes de trabalho. Comentários A única alternativa que atende ao enunciado é a letra E, que encontra fundamento no art. 141, II, da LF. Este dispositivo visa facilitar a realização do ativo, pois imaginemos o quão dificultoso seria o andamento do precesso falimentar caso o arremantante se torna-se sucessor nas obrigações do devedor. Não é mesmo? Ressalta-se, ainda, que esta disposição está conforme a legislação tributária nacional: art. 133, §1º, I, do CTN. Gabarito: E 2.3– Classificação creditícia ou creditória Bem, então, a falência foi decretada, determinou-se o termo legal da falência, o falido encontra-se inabilitado, os efeitos de sua decretação foram aplicados aos contratos e atos do falido, e a realização do ativo já foi efetivada. Portanto, resta-nos verificar a classificação dos créditos no processo falimentar. 2.3.1– Restituições Bem, como já foi visto acima, o administrador judicial deve providenciar a arrecadação dos bens do falido em favor da massa. Porém, há bens que se encontram protegidos por direito real ou originário de contratos. Portanto, se arrecadados ou se em poder do devedor na data da decretação da falência, é possível o pedido de restituição (art. 85). Desta forma, há 4 (quatro) pedidos de restituição previstos na LF. Esses pedidos de restituição são em virtude de: Na segunda hipótese acima, caso a coisa vendida a crédito tenha sido alienada pelo devedor, a restituição não será processada e o vendedor da coisa terá que habilitar o seu crédito como quirografário. Caso o bem não mais exista por qualquer outro motivo, a restituição poderá ser efetuada em dinheiro. RESTITUIÇÃO de ... Direito real sobre bem arrecadado de propriedade de terceiro (art. 85, caput) Coisa vendida a crédito entregue ao falido nos 15 dias anteriores ao requerimento de falência, se ainda não alienada (art. 85, §único) Adiantamento de contrado de câmbio ao exportador (art. 86, II) Valores entregues ao devedor pelo contratante de boa-fé, quando o contrato for ineficaz ou revogado (art. 86, III e 136) C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 05 Prof.º Wangney Ilco 25 de 75 www.exponencialconcursos.com.br Quanto ao Adiantamento de Contrato de Câmbio, o exportador nacional firma um contrato para fornecimento de mercadorias com um comprador residente no exterior. Normalmente, o pagamento por essas mercadorias se realiza em moeda aceita internacionalmente, como o dólar americano. Por lei, o exportador é obrigado a vender a moeda estrangeira proveniente do pagamento por suas mercadorias a uma instituição financeira, mediante contrato de câmbio. Porém, frequentemente ocorre que se passam alguns meses entre a contratação da exportação e sua execução. Nesse intervalo, o exportador nacional poderá necessitar de capital para exercer a sua atividade e cumprir com o contrato de exportação firmado. Então, poderá recorrer a um financiamento chamado de Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC). Ou seja, o exportador celebra com o banco um contrato de câmbio baseado nas divisas estrangeiras que receberá quando da entrega das mercadorias. Porém, o exportador nacional poderá passar por crises e vir a falir antes da entrega das mercadorias, não podendo cumprir o contrato com o comprador estrangeiro. Assim, aquela instituição financeira que celebra um contrato de câmbio com exportador nacional e a este antecipa valores em reais, tem o direito à restituição do valor antecipado. Logo, não podemos falar em habilitação do crédito de ACC na falência, bem como dos demais créditos passíveis de restituição, já que são créditos a serem restituídos antes de pagos os créditos extraconcursais, na forma do Art. 149 da LF e súmula 307 do STJ. Por fim, devemos destacar ainda duas observações quanto às restituições: 1. A LF determina que as restituições em dinheiro somente sejamefetuadas APÓS o pagamento da antecipação relativa aos créditos trabalhistas de natureza estritamente salarial vencidos nos 3 (três) meses anteriores à decretação da falência, até o limite de 5 (cinco) salários-mínimos por trabalhador, os quais serão pagos tão logo haja disponibilidade em caixa; 2. As restituições podem ser efetuadas em dinheiro, quando o bem a ser restituído não mais existir – pela avaliação do bem ou seu preço de venda, ambos devidamente atualizados. No mais, em 48 horas a coisa objeto de restituição deverá ser entregue, conforme determinação na sentença de deferimento do pedido (Art. 88). Art. 149. Realizadas as restituições, pagos os créditos extraconcursais (...) Súmula 307 do STJ. A restituição de adiantamento de contrato de câmbio, na falência, deve ser atendida antes de qualquer crédito. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 05 Prof.º Wangney Ilco 26 de 75 www.exponencialconcursos.com.br 2.3.2– Da classificação dos créditos Então, como vimos, após a sentença declaratória de falência, ocorre uma série de procedimentos para habilitar os créditos, por exemplo, o administrador judicial deve proceder à verificação desses créditos e publicar edital com a relação dos credores. Desta forma, é estabelecida uma classificação dos créditos conforme disposições da LF. No mais, os procedimentos para habilitar os créditos serão estudados mais adiante, pois referem-se também à recuperação judicial, ok? Pois bem, segue abaixo a ordem classificatória dos créditos: ANTECIPAÇÕES Pagas quando houver disponibilidade de caixa a. Despesas indispensáveis para a administração da falência (Art. 150); b. Créditos trabalhistas de natureza estritamente salarial vencidos nos 3 meses anteriores à decretação da falência, até 5 salários-mínimos por trabalhador (art. 151). CRÉDITOS EXTRACONCURSAIS (art. 84) a. Remuneração devida ao administrador judicial e seus auxiliares, créditos trabalhistas e oriundos de acidentes de trabalho relativos a serviços prestados após a decretação da falência; b. Quantias fornecidas à massa falida; c. Despesas com arrecadação, administração, realização do ativo e distribuição do seu produto, bem como custas do processo de falência; d. Custas judiciais relativas às ações e execuções em que a massa falida tenha sido vencida; e. Obrigações resultantes de atos jurídicos válidos praticados durante a recuperação judicial ou após a decretação da falência, e tributos relativos a fatos geradores ocorridos após a decretação da falência. CRÉDITOS CONCURSAIS (art. 83) a. Créditos derivados da legislação trabalhista até 150 salários e os oriundos de acidentes de trabalho; b. Créditos com garantia real até o limite do bem gravado; c. Créditos tributários, independentemente da sua natureza e tempo de constituição, excetuadas as multas tributárias; d. Créditos com privilégio especial; e. Créditos com privilégio geral; f. Créditos quirografários; g. As multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis penais ou administrativas, inclusive as multas tributárias; h. Créditos subordinados. Pessoal, sei que esta classificação não é fácil de ser assimilada, mas ressalto a sua importância para a nossa prova. Devemos estudá-la porque C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 05 Prof.º Wangney Ilco 27 de 75 www.exponencialconcursos.com.br sempre é cobrado. Pelo menos devemos ter uma ideia geral da ordem de classificação, beleza? Bem, após as antecipações e os créditos extraconcursais, temos os créditos concursais com base no princípio do par conditio creditorum. Assim, o pagamento deve seguir essa ordem classificatória de créditos. 6. (FCC / Promotor de Justiça-MPE-CE / 2011) Inexistindo, na falência, outros créditos, exceto os mencionados nas alternativas abaixo, classificam-se na seguinte ordem, sucessivamente: d) os créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 (cento e cinquenta ) salários-mínimos por credor, e os decorrentes de acidentes de trabalho; créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado; créditos tributários, independentemente da sua natureza e tempo de constituição, excetuadas as multas tributárias; os créditos com privilégio especial; os créditos com privilégio geral; os créditos quirografários. Comentários Nesta questão foi cobrada exatamente a classificação dos créditos concursais, conforme o art. 83. Observando o nosso quadro de classificações acima, concluímos que esta afirmativa está correta. Gabarito: Correta. Agora, para um entendimento melhor sobre essa classificação creditória, alguns pontos necessitam ser comentados para a nossa prova, beleza? As sobras dos créditos derivados da legislação do trabalho (acima de 150 salários) e dos créditos com garantia real serão classificadas como crédito quirografário. Deve-se observar a preferência sobre os créditos tributários, conforme o art. 187, §único do CTN (União, Estados, Distrito Federal e Municípios). Os créditos com privilégio especial são os seguintes: o Os previstos no art. 964 do CC – coisa arrecadada e liquidada, coisa salvada pelas despesas de salvamento, outros. Recomendo apenas a leitura superficial deste artigo, ok?; o Aqueles a cujos titulares a lei confira o direito de retenção sobre a coisa dada em garantia. Os créditos com privilégio geral são os seguintes: o Os previstos no Art. 965 do CC – despesa com funeral, impostos devidos à Fazenda Pública, no ano corrente e no ano anterior, outros; o Os créditos quirografários sujeitos à recuperação judicial pertencentes a fornecedores de bens ou serviços que continuarem a provê-los normalmente após o pedido de recuperação judicial terão privilégio C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 05 Prof.º Wangney Ilco 28 de 75 www.exponencialconcursos.com.br geral de recebimento em caso de decretação de falência, no limite do valor dos bens ou serviços fornecidos durante o período da recuperação (Art. 67, §único); Os créditos quirografários são os seguintes: o Aqueles não previstos para as demais classes; o Os saldos dos créditos não cobertos pelo produto da alienação dos bens vinculados ao seu pagamento; o Os saldos dos créditos derivados da legislação do trabalho que excederem o limite de 150 salários mínimos; o Os créditos trabalhistas cedidos a terceiros. Os créditos subordinados são os seguintes: o Os assim previstos em lei ou em contrato; o Os créditos dos sócios e dos administradores sem vínculo empregatício. 2.3.3– Pagamento dos credores do falido Bem, então, devemos considerar que as restituições e antecipações já ocorreram, bem como já houve o pagamento dos créditos extraconcursais,ok? Também, o quadro-geral de credores já foi constituído. Então, realizado o ativo da massa falida, deve-se proceder ao pagamento dos credores habilitados no processo falimentar, considerando-se ainda os valores objetos de reserva de importância determinada por decisões judiciais (Art. 149). A reserva de importância significa que alguns créditos estão pendentes de decisão judicial, portanto, enquanto o mérito não for julgado definitivamente, o valor correspondente deverá ser depositado caso seja futuramente reconhecido. Se o crédito não for reconhecido, tal reserva será rateada pelos demais créditos. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 05 Prof.º Wangney Ilco 29 de 75 www.exponencialconcursos.com.br Obs.: Vale ressatar o disposto no § 3o do art. 133 do Código Tributário Nacional quanto ao prazo de permanência do produto da alienação judicial da empresa, filial ou unidade produtiva isolada em conta de depósito. Neste caso específico, os valores permanecerão em conta de depósito à disposição do juízo de falência pelo prazo de 1 (um) ano, contado da data de alienação, somente podendo ser utilizado para o pagamento de créditos extraconcursais ou de créditos que preferem ao tributário. A seguinte questão da FGV é um bom exemplo: 7. (FGV / ICMS-RJ / 2008) Contra a massa falida não são exigíveis juros vencidos após a decretação da falência, salvo o dos créditos com garantia real, mas por eles responde, exclusivamente, o produto dos bens que constituem a garantia. Comentários Correta. Com a decretação da falência, em relação ao pagamento dos credores, temos a seguinte regra: contra a massa falida não são exigíveis juros vencidos previstos em lei ou contrato, se o ativo apurado não bastar para o pagamento dos credores subordinados. Porém, esta regra será afastada quando: 1. O ativo apurado for suficiente para o pagamento dos credores subordinados; ou 2. For relativo aos juros das debêntures; ou 3. For relativo aos juros dos créditos com garantia real, mas por eles responde, exclusivamente, o produto dos bens que constituem a garantia. Pagamento dos Credores Rateio Suplementar aos credores remanescentes após 60 dias da intimação ao credor que não levantar os valores no prazo fixado inicialmente pelo juiz. Credor de má-fé ou por dolo na constituição do crédito ou garantia Deverá restituir em DOBRO as quantias recebidas acrescidas de juros legais. Os juros vencidos após a decretação da falência não serão exigidos caso o ativo realizado não seja suficiente para pagar os credores subrdinados (art.124). Liquidação antecipada Ouvido o Comitê o juiz pode autorizar credores adquirir ou adjudicar os bens arrecadados, respeitando a sua preferência (art. 111). C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 05 Prof.º Wangney Ilco 30 de 75 www.exponencialconcursos.com.br Portanto, ocorrendo uma das três situações acima, os juros relativos a essas situações serão exigíveis contra a massa falida. Art. 124. Contra a massa falida não são exigíveis juros vencidos após a decretação da falência, previstos em lei ou em contrato, se o ativo apurado não bastar para o pagamento dos credores subordinados. Parágrafo único. Excetuam-se desta disposição os juros das debêntures e dos créditos com garantia real, mas por eles responde, exclusivamente, o produto dos bens que constituem a garantia. Então, notemos que as três situações de exceção não necessitam ser simultâneas. Ocorrendo apenas uma delas, a regra de não exigibilidade de juros vencidos contra a massa falida estará afastada. Gabarito: Correta 2.3.4– Encerramento da falência Assim, pago todos os credores, o administrador judicial deverá prestar contas e apresentar as mesmas no prazo de 30 dias (Art. 154). As contas apresentadas com os documentos comprobatórios serão apensadas, ao final, aos autos da falência, ficando à disposição dos interessados, que poderão impugná-las no prazo de 10 dias. Após esse prazo, o juiz intimará o Ministério Público para manifestar- se no prazo de 5 dias. Se houver impugnação do MP, o administrador judicial deverá ser ouvido. No final deste rito, o juiz julgará por sentença as contas do administrador judicial. “A sentença que rejeitar as contas do administrador judicial fixará suas responsabilidades, poderá determinar a indisponibilidade ou o seqüestro de bens e servirá como título executivo para indenização da massa” (§5º do art. 159). Desta sentença, caberá APELAÇÃO. Após o julgamento das contas do administrador judicial, ele apresentará o relatório final da falência no prazo de 10 dias. Então, o juiz encerrará a falência por sentença, que será publicada por edital. Dessa sentença também caberá APELAÇÃO. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 05 Prof.º Wangney Ilco 31 de 75 www.exponencialconcursos.com.br Vale destacar que a sentença de encerramento, por si só, não tem o condão de extinguir as obrigações do falido, mas tem o de abrir o prazo prescricional para extinguir essas obrigações. Este prazo prescricional inicia a partir do diaem que transitar em julgado a sentença do encerramento da falência. 2.3.5– Extinção das obrigações do falido As hipóteses de extinção das obrigações do falido estão disciplinadas no art. 158 e são as seguintes: Com a extinção das obrigações há a possibilidade de reabilitação civil do falido para poder voltar a exercer atividade empresarial. Para tanto, Hipóteses de extinção das obrigações do falido Pagamento de todos os créditos Se for pago mais que 50% dos créditos quirografários, após a liquidação de todo o ativo. O falido pode depositar o que faltar para atingir essa %. Após 5 anos do encerramento da falência, se não houver condenação por crime falimentar. Após 10 anos do encerramento da falência, se houver condenação por crime falimentar. Pagamento de todos os credores 30 dias Administrador Judicial deve prestar contas. 10 dias Prazo para impugnação pelos interessados. Após esse prazo, o juiz abre vistas ao MP. 5 dias Fim do prazo para a manifestação do MP e Julgamento das contas por sentença. 10 dias Fim do prazo para o administrador judicial apresentar o relatório final da falência indicando ativos e sua realização, passivos e seus pagamentos e a responsabilidade remanescente do falido. Final da falência por sentença judicial, da qual cabe apelação C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U soin di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 05 Prof.º Wangney Ilco 32 de 75 www.exponencialconcursos.com.br caracterizada qualquer dessas hipóteses acima, o falido deverá requerer ao juízo da falência que suas obrigações sejam declaradas extintas por sentença (art. 159). O requerimento é publicado em edital/jornal de grande circulação. A partir de então, é aberto o prazo de 30 dias para qualquer credor se opor à reabilitação do falido. Assim, o juiz em 5 dias proferirá a sentença, da qual cabe apelação. Também, o sócio de responsabilidade ilimitada poderá requerer a extinção de suas obrigações por sentença, após a prescrição e extinção das obrigações do falido. 8. (CESPE / Juiz de Direito-TJ-DFT / 2014) Acerca de recuperação judicial e falência, assinale a opção correta. e) As obrigações do devedor empresário em regime de execução concursal serão extintas caso ocorra o rateio de mais de 50% do devido aos quirografários, após a realização de todo o ativo. Comentários Questão que trata da extinção das obrigações do falido. Nos termos do art. 158, II, a afirmativa está correta. Gabarito: Correta. Bem, esta foi a nossa aula de hoje. Espero que tenham gostado e, acima de tudo, tenham compreendido! Até mais! Boa semana e bons estudos! Wangney C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 05 Prof.º Wangney Ilco 33 de 75 www.exponencialconcursos.com.br 3- Questões Comentadas 9.(FCC / Auditor Substituto de Conselheiro-TCM-RJ / 2015) Nos termos da Lei no 11.101/2005, extingue as obrigações do falido: a) somente o pagamento, depois de realizado todo o ativo, de mais de 50% dos créditos quirografários. b) o pagamento, depois de realizado todo o ativo, de mais de 30% dos créditos quirografários, sendo facultado ao falido o depósito da quantia necessária para atingir essa porcentagem se para tanto não bastou a integral liquidação do ativo. c) o decurso do prazo de 5 anos, contado do encerramento da falência, independentemente de o falido ter sido condenado por prática de crime previsto nessa mesma lei. d) somente com o pagamento de todos os créditos. e) o decurso do prazo de 10 anos, contado do encerramento da falência, se o falido tiver sido condenado pela prática de crime previsto nessa mesma lei. Comentários Letra “e”. O art. 158 da LF menciona as hipóteses de extinção das obrigações do falido. A única alternativa que está conforme a lei é a letra E (inciso IV). As letras A e D mencionam “somente” e, por isso, estão incorretas, já que há outras hipóteses. A letra B menciona a porcentagem errada: é 50%. A letra C msenciona “independentemente”, sendo que é condição de extinção das obrigações do falido no prazo de 5 anos SE ele não tiver sido condenado por prática de crime previsto na LF. 10.(FCC / ICMS-PE / 2014) Em relação à caracterização do estado falencial, será decretada a falência do devedor que: I. sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 60 (sessenta) salários mínimos na data do pedido de falência. II. executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo legal. III. entre outros atos, procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou fraudulento para realizar pagamentos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial. IV. simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a legislação ou a fiscalização ou para prejudicar credor, nesse caso independentemente de integrar ou não plano de recuperação judicial. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 05 Prof.º Wangney Ilco 34 de 75 www.exponencialconcursos.com.br Está correto o que se afirma APENAS em: a) I e III. b) III e IV. c) II e III. d) II e IV. e) I e IV. Comentários Letra “c”. I – Item polêmico. Considerado incorreto pela banca. Aborda a questão da impontualidade injustificada. No entanto, menciona o limite mínimo de 60 salários mínimos em dívidas, quando o art. 94, I, estipula 40 salários mínimos. Acontece que, obviamente, 60 é maior que 40. E, neste caso, o pressuposto do estado falimentar estaria configurado e a falência de um devedor poderia ser decretada sim. Entendo que a única forma de se interpretar esta assertiva seria no sentido de que o examinador pede para caracterizar o estado falimentar de forma abstrata, generalizada. Assim, de fato, o requisito mínimo previsto na LF é de 40 e não 60 salários mínimos. Por outro lado, caso fosse apresentada uma situação hipotética de um devedor com dívidas no total de 60 salários mínimos, a assertiva estaria correta, ok? Então, é questão interpretativa mesmo e, saber interpretar e visualizar as hipóteses é fundamental para a aprovação. Costumo dizer que o candidato que gosta e tem certa facilidade em português e matemática larga na frente!!! II – Correto. Literal ao art. 94, II. III – Correto. Literal ao art. 94, III, a). IV – Incorreto, pois o examinador menciona “nesse caso independentemente de integrar ou não plano de recuperação judicial”. Art. 94, III, d). Art. 94. Será decretada a falência do devedor que: III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial: d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a legislação ou a fiscalização ou para prejudicar credor; 11.(FCC / Juiz do Trabalho Substituto-TRT-4ª / 2012) Se ao alienante não restarem bens suficientes para solver o seu passivo, a eficácia da alienação do estabelecimento depende: a) somente do consentimento expresso dos credores trabalhistas e tributários. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 05 Prof.º Wangney Ilco 35 de 75 www.exponencialconcursos.com.br b) do consentimento expresso ou tácito de todos os credores, em 60 (sessenta) dias de sua notificação. c) do pagamento de todos os credores, ou do consentimento destes, de modo expresso ou tácito, em 30 (trinta ) dias a partir de sua notificação. d) apenas do pagamento de todos os credores trabalhistas e tributários. e) exclusivamente do consentimento expresso dos credores com garantia real. Comentários Letra “c”. A questão trata da ineficácia objetiva dos atos praticados pelo falido. Recomendo a releitura de nossa esquematização sobre os atos de ineficácia objetiva e da alienação do estabelecimento. Pois bem, como podemos observar, a única alternativa correta é a letra C, nos
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